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º 8
www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.ª série . ... ... ... ... ... ... Kz: 135 850.00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na tesouraria
«Imprensa». A 3.ª série . ... ... ... ... ... ... Kz: 105 700.00 da Imprensa Nacional - E. P.
prir com qualquer acto internacional relativo à manutenção nicação, infra-estruturas, instalações de
da paz e segurança, tais como as Resoluções do Conselho serviços públicos ou destinadas ao abasteci-
de Segurança das Nações Unidas, bem como para prote- mento e satisfação de necessidades vitais da
população;
Angola. v. investigação e desenvolvimento de armas bio-
2. A presente lei estabelece igualmente o mecanismo
lógicas ou químicas;
para o congelamento administrativo de fundos ou recursos
vi. actos que impliquem o emprego de energia
económicos pertencentes, possuídos ou detidos, directa ou
indirectamente, individualmente ou em conjunto, por: nuclear, armas de fogo, biológicas ou quí-
a) pessoas, grupos e entidades designadas pelo
Comité de Sanções das Nações Unidas con- meios incendiários de qualquer natureza,
forme a Resolução do Conselho de Segurança encomendas ou cartas armadilhadas.
das Nações Unidas n.º 1267, mediante a lista c) «Apoio logístico-militar e serviços de natureza
actualizada pelo referido Comité de Sanções; militar», qualquer tipo de fornecimento ou dis-
b) Estados, pessoas, grupos e entidades designadas ponibilização, directa ou indirecta, de pessoal ou
de acordo com o artigo 6.º da presente lei, em material destinados à formação e treino milita-
cumprimento de actos internacionais, tais como res, assim como a serviços de apoio técnico ou
as Resoluções do Conselho de Segurança das empresarial, bem como assistência tecnológica,
Nações Unidas. relativos ao design, desenvolvimento, investi-
3. A presente lei tem ainda por objecto estabelecer um gação, fabrico, produção, utilização, reparação,
regime penal, pelo incumprimento de medidas restritivas manutenção ou armazenamento de qualquer tipo
impostas pela presente lei.
ARTIGO 2.º
d) «Armamento ou equipamento conexo», armas de
-
desmoronamento de obra ou construção, con- buídas pela presente lei;
taminação de alimentos e águas destinadas g) «Autoridade de revisão competente», entidade da
a consumo humano ou difusão de doença, administração Central do Estado, a indicar pelo
praga, planta ou animal nocivos;
iv. actos que destruam ou que impossibilitem o -
- são de recursos a si atribuídas pela presente lei;
h) «Congelamento de fundos», acções destinadas
ou parcialmente, meios ou vias de comu- a impedir qualquer movimento, transferência,
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alteração, utilização ou operação de fundos, sus- colectiva, grupo ou entidade ou garantir tais
ceptível de provocar uma alteração do respectivo responsabilidades.
volume, montante, localização, propriedade, k) «Fundos», quaisquer instrumentos, recursos ou
posse, natureza, destino, ou qualquer outra -
alteração que possa permitir a sua utilização, mente da sua natureza, da forma que revistam
incluindo a gestão de carteiras de valores mobi- e da sua titulação, bem como quaisquer transac-
liários; ções sobre os mesmos realizadas, tais como:
i) «Congelamento de recursos económicos», acções i. -
destinadas a impedir a respectiva utilização para reos ou incorpóreos, tangíveis ou intangíveis,
a obtenção de fundos, bens ou serviços por qual- móveis ou imóveis, adquiridos por qualquer
quer meio, nomeadamente, a venda, a locação meio, de origem legítima ou ilegítima, os
ou a hipoteca; documentos ou instrumentos jurídicos sob
j) «Controlo de uma pessoa colectiva, grupo ou enti- qualquer forma, incluindo a forma electró-
dade nica ou a digital que demonstrem o direito de
i. - propriedade ou um interesse sobre tais bens,
ria dos membros do órgão de administração, designadamente, créditos bancários, cheques
de viagem, cheques bancários, ordens de
colectiva, grupo ou entidade; pagamento, acções, títulos de crédito, obri-
ii. -
gações, saques bancários e letras de crédito;
cício do respectivo direito de voto, uma
ii. quaisquer juros, dividendos, proveitos ou
maioria dos membros dos órgãos de admi-
valores que acresçam ou sejam gerados pelos
fundos ou outros activos designados no ponto
uma pessoa colectiva, grupo ou entidade, a
i) da presente alínea.
l) «Lista», lista de Estados, pessoas, grupos e enti-
dades designadas pela autoridade competente de
iii. controlar por si só, com base num acordo
acordo com o disposto no artigo 6.º da presente
com outros accionistas ou membros de uma
lei;
pessoa colectiva, grupo ou entidade, a maio-
m) «Medidas restritivas», medidas de natureza
ria dos direitos de voto dos accionistas ou
membros dessa pessoa colectiva, grupo ou
-
entidade;
cáveis a jurisdições, pessoas ou entidades com
iv. -
o propósito de combater o terrorismo e manter
derante sobre uma pessoa colectiva, grupo ou
ou restaurar a paz e a segurança internacional,
entidade, com base num contrato com essa
pessoa colectiva, grupo ou entidade ou com assim como a segurança nacional;
base numa disposição prevista no respectivo n) «Organização internacional», organização, reser-
acto constitutivo ou nos respectivos estatu- vada a Estados, de que a República de Angola
tos, sempre que a legislação que regula essa seja membro;
pessoa colectiva, grupo ou entidade assim o o) «Organização terrorista», grupo, organização ou
permita; associação de duas ou mais pessoas que, actu-
v.
- quaisquer meios, directa ou indirectamente, a
rido no ponto iv), sem dele ser detentor; prática de crimes de terrorismo;
vi. ter o direito de utilizar a totalidade ou parte p) «Órgão internacional competente», órgão de uma
dos activos de uma pessoa colectiva, grupo organização internacional que seja competente
ou entidade; nos termos do respectivo tratado constitutivo
vii. gerir os negócios de uma pessoa colectiva, para adoptar normas tendo como destinatários as
partes desse tratado constitutivo ou um comité
publicando as suas contas consolidadas; ou uma comissão de um órgão internacional
viii. partilhar conjunta ou solidariamente as res- competente, por esse órgão estabelecido, para
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b) quando tal seja requerido por acto internacional f) data e local de nascimento;
relativo à manutenção da paz e segurança, tais g) nacionalidade;
como as Resoluções do Conselho de Segurança h) endereço;
das Nações Unidas; e i) número do bilhete de identidade ou do passaporte;
c) quando for necessário à protecção da segurança j) motivo pelo qual a pessoa é designada; e
nacional. k) outra informação tida como relevante.
2. A autoridade competente ao designar um Estado, pes- 2. Na regulamentação referida relativa à decisão da
soa, grupo ou entidade com base no número anterior, deve designação, deve ser incluída a seguinte informação de iden-
recorrer ao tribunal competente para revisão da decisão. 1. As pessoas, grupos ou entidades constantes da Lista
7. Caso a autoridade competente não esteja autorizada do Comité de Sanções das Nações Unidas, conforme a
a tomar a decisão de remoção do requerente da lista, deve Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas
n.º 1267, são designadas pelo referido Comité de Sanções.
encaminhar o processo para o responsável nacional pela
2. A lista referida no número anterior é elaborada, revista,
submissão dos pedidos internacionais ao órgão internacio-
actualizada e publicada pelo Comité de Sanções mencionado
nal competente, dentro de quinze dias após a recepção do
no número anterior, de acordo com os respectivos critérios
pedido. de designação e de revisão, não necessitando de ser publi-
8. A autoridade competente deve informar tempestiva- cada em Diário da República.
mente ao requerente, referido no n.º 1 do presente artigo, SECÇÃO IV
de qualquer decisão tomada de acordo com os números Cooperação Internacional
anteriores. ARTIGO 16.º
9. A pessoa, grupo ou entidade designada de acordo com (Pedidos internacionais)
o artigo 6.º não pode realizar um outro pedido nos termos A autoridade competente deve ter em consideração
- acções e pedidos realizados por outros países relativamente
ção material nas circunstâncias do caso, após a submissão à designação de pessoas, grupos ou entidades e correspon-
do último pedido. dente aplicação de medidas restritivas e decidir se medidas
semelhantes são aplicáveis na República de Angola, no
ARTIGO 12.º
(Revisão da lista) âmbito da presente lei.
1. A autoridade competente deve, no mínimo, proceder CAPÍTULO III
anualmente à revisão da lista de Estados, pessoas, grupos e Medidas Restritivas
SECÇÃO I
que os critérios de designação referidos no artigo 6.º já não Congelamento Administrativo
se encontram preenchidos pelo Estado, pela pessoa, grupo
ARTIGO 17.º
ou entidade constantes da lista por si elaborada, (Obrigação de congelamento)
2. Os Estados, pessoas, grupos ou entidades designa- 1. Devem ser congelados de forma imediata e sem qual-
das devem ser removidos da lista, caso o acto internacional quer aviso prévio, todos os fundos ou recursos económicos
pertencentes, possuídos ou detidos, directa ou indirecta-
aplicável. mente, individualmente ou em conjunto, por:
3. Caso a designação nacional seja baseada numa desig- a) pessoas, grupos e entidades designadas pelo
nação efectuada pelo órgão competente das Nações Unidas, Comité de Sanções das Nações Unidas, con-
a revisão da autoridade compete - forme a Resolução do Conselho de Segurança
car se a designação se mantém aplicável. das Nações Unidas n.º 1267, conforme a lista
ARTIGO 13.º
actualizada pelo referido Comité de Sanções,
(Parecer em caso de remoção da lista) bem como por pessoas, grupos ou entidades
Caso a autoridade competente esteja autorizada, nos agindo em seu nome; e
termos dos artigos 11.º e 12. a tomar a decisão de remoção b) pessoas, grupos e entidades designadas na lista,
da lista de um Estado, pessoa, grupo ou entidade, a referida ao abrigo do artigo 6.º da presente lei, quando
aplicável.
decisão apenas deve ser tomada pela autoridade competente
2. A obrigação de congelamento referida no número ante-
após parecer das entidades previstas no artigo 7.º
ARTIGO 14.º
por fundos ou recursos económicos que sejam propriedade
(Decisão de remoção)
de pessoas, grupos ou entidades designadas, ou que por eles
A decisão de remover um Estado, uma pessoa, grupo sejam detidos ou estejam na sua posse.
ou entidade da lista de Estados, pessoas, grupos e entida-
ARTIGO 18.º
des designadas, após a revisão mencionada nos artigos 11.º (Disponibilização de fundos ou recursos económicos)
e 12.º, é efectuada mediante regulamentação publicada em É proibido colocar à disposição fundos ou recursos
Diário da República, revogando a decisão de designação -
tomada nos termos do artigo 6.º da presente lei. tamente, em benefício de:
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a) pessoas, grupos e entidades designadas pelo de Angola, de acordo com a legislação processual penal
Comité de Sanções das Nações Unidas, con- aplicável.
forme a Resolução do Conselho de Segurança ARTIGO 22.º
das Nações Unidas n.º 1267 mediante a lista (Créditos relativos a contas congeladas)
6. Se o pedido para isenção estiver relacionado com uma que permitam a aplicação imediata das medidas restritivas
pessoa, grupo ou entidade designada de acordo com actos previstas no artigo 24.º da presente lei.
internacionais, incluindo as Resoluções da Organização das ARTIGO 26.º
Nações Unidas, quaisquer condições previstas nos referidos (Procedimentos em relação a Estados, pessoas, grupos
actos internacionais devem ser tidas em consideração pela e entidades não designadas)
da presente lei, devem ser aplicadas a Estados, pessoas, gru- SECÇÃO III
Isenção
pos ou entidades, em conformidade com a regulamentação
estabelecida nos termos do artigo 6.º da presente lei. ARTIGO 27.º
2. Adicionalmente às medidas de congelamento adminis- (Pedidos de isenção)
-
medidas restritivas podem incluir a interrupção completa ou ções às medidas restritivas previstas no mesmo, qualquer
parcial das relações económicas, dos meios de comunicação Estado, pessoa, grupo ou entidade designada pode, com
- base no referido acto internacional, apresentar junto da
léctricos, ou de outra qualquer espécie, e o rompimento das autoridade competente um pedido de isenção devidamente
relações diplomáticas, nomeadamente: fundamentado.
a) embargos relativos à venda, fornecimento ou 2. O pedido de isenção referido no número anterior deve
ser acompanhado de todos os elementos de informação e
ou restrições no fornecimento de assistência ou documentos de prova necessários, em cada caso concreto,
serviços relacionados com actividades militares,
apoio logístico-militar e serviços de natureza internacional aplicável.
militar;
b) restrição de entrada, permanência ou trânsito de órgão internacional competente, o requerente do pedido de
pessoas ou entidades em território nacional; isenção está obrigado cumulativamente ao preenchimento
c) - dos mesmos numa das línguas que internacionalmente for
mento potencialmente utilizado na repressão
4. A autoridade competente envia o pedido ao responsá-
interna ou agressão contra países estrangeiros;
vel nacional para efeitos de submissão ao órgão internacional
d) restrições relativas ao transporte aéreo e à prestação
de serviços de engenharia e manutenção rela-
-
tivamente a aeronaves que sejam propriedade
cativo dessa decisão de deferimento ou de indeferimento e
de pessoas, grupos ou entidades designadas, ou
-
tenham sido alugadas ou utilizadas por estas ou
tamente o interessado.
em seu nome;
6. A autoridade competente tem competência para deci-
e) - dir acerca dos pedidos de isenção relativos à designação,
nacionais aos quais a República de Angola se quando esta não seja baseada em actos internacionais.
encontre vinculada. 7. Os pedidos de isenção devem ser processados com a
-
os
mos dos n. 1 e 2 do presente artigo a Estados, a pessoas, fundamento em razões humanitárias com carácter urgente,
grupos ou entidades designadas deve ter lugar simultanea- em relação aos procedimentos em curso no seio da autori-
mente com a publicação da decisão de designar uma pessoa, dade competente.
grupo e entidade pela autoridade competente, de acordo com
o artigo 6.º da presente lei. CAPÍTULO IV
Dever de Informação e Cooperação
ARTIGO 25.º
(Regulação) ARTIGO 28.º
(Cooperação)
promover a regulação adequada relativamente ao desenvol- As pessoas singulares e colectivas, outras entidades e
vimento de procedimentos e implementação de mecanismos outros órgãos devem cooperar com a autoridade competente
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Conjuntamente com as multas, podem ser aplicadas ao Não é punível a prática de factos previstos pela presente
responsável por quaisquer das transgressões previstas no
artigo 42.º da presente lei, as seguintes sanções acessórias, por parte do órgão internacional competente ou, caso o acto
em função da gravidade da infracção e da culpa do agente:
a) advertência, por apenas uma vez; outro órgão ou entidade competente.
b) inibição, por um período de três meses a três anos, ARTIGO 48.º
(Tentativa)
ARTIGO 61.º
(Prevenção e repressão)
Publique-se.
Na prevenção e repressão das infracções previstas na
presente lei aplicam-se as disposições especiais relativas ao O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
CAPÍTULO VIII
Disposições Finais e Transitórias ANEXO I
Resolução n.º 1267 (1999)
ARTIGO 62.º
(Medidas de execução)
Adoptada pelo Conselho de Segurança
na sua 4051.ª sessão, em 15 de Outubro de 1999
O Conselho de Segurança;
no âmbito das respectivas áreas de actuação. -
ARTIGO 63.º
cular, as resoluções 1189 (1998), de 13 de Agosto de 1998,
(Direito aplicável) 1193 (1998), de 28 de Agosto de 1998 e 1214 (1998), de 8
1. Aos crimes previstos nesta lei são aplicáveis, subsidia- de Dezembro de 1998, assim como as declarações do seu
riamente, o Código Penal e demais legislação penal avulsa, Presidente relativamente à situação no Afeganistão;
o Código de Processo Penal e legislação complementar. -
2. Aos actos administrativos previstos nesta lei são nia, a independência, a integridade territorial e a unidade
aplicáveis: nacional do Afeganistão, assim como o seu respeito pelo
a) as Normas sobre o Procedimento e Actividade Admi- património cultural e histórico do país;
nistrativa, contidas no Decreto-Lei n.º 16-A/95, Reiterando a sua profunda preocupação pela continu-
de 15 de Dezembro; ação das violações do direito internacional humanitário e
b) o Regulamento do Processo Contencioso Adminis- dos direitos humanos, em particular a discriminação con-
tra as mulheres e as crianças, assim como pelo considerável
trativo, previsto no Decreto-Lei n.º 4-A/96,
aumento da produção ilícita de ópio, e sublinhando que a
de 5 de Abril.
ocupação do Consulado Geral da República Islâmica do Irão
ARTIGO 64.º
(Anexos)
pelos talibãs e o assassinato de diplomatas iranianos e de um
jornalista em Mazar-e-Sharif constituem violações patentes
Para efeitos do disposto nos artigos 1.º e 3.º, são publi-
das normas internacionais em vigor;
Recordando as convenções internacionais pertinentes
a) Resolução n.º 1267 (1999), adoptada pelo Conse-
contra o terrorismo e, em particular, a obrigação das partes
lho de Segurança na sua 4051.ª sessão, em 15 de
os terroristas;
b) Resolução n.º 1373 (2001), adoptada pelo Conse- Condenando energicamente o uso persistente do territó-
lho de Segurança na sua 4385.ª sessão, em 28 de rio afegão, especialmente em zonas controladas pelos talibãs,
para dar refúgio e treino a terroristas e planear actos de terro-
ARTIGO 65.º
(Regulamentação)
terrorismo internacional é essencial para a manutenção da
A presente lei deve ser regulamentada no prazo de cento paz e da segurança internacionais;
e vinte dias, contados a partir da data da sua entrada em Lamentando o facto de que os talibãs continuem a pro-
vigor. porcionar refúgio seguro a Osama Bin Laden e permitindo
ARTIGO 66.º que ele e os seus associados dirijam uma rede de acampa-
(Dúvidas e omissões) mentos de treino de terroristas em território controlado pelos
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e talibãs e utilizem o Afeganistão como base par patrocinar
da aplicação da presente lei são resolvidas pela Assembleia operações terroristas internacionais;
Nacional. Tomando nota do auto de acusação de Osama Bin Laden
ARTIGO 67.º e seus associados pelos Estados Unidos da América, entre
(Entrada em vigor)
A presente lei entra em vigor à data da sua publicação. deste país em Nairobi (Quénia) e Dar-es-Salam (Tanzânia)
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, em 7 de Agosto de 1998 e por atentar contra a vida de cida-
aos 29 de Novembro de 2011. dãos norte-americanos fora dos Estados Unidos, bem como
O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo da petição dos estados Unidos da América aos talibãs de que
Kassoma. os entreguem para julgamento (S/1999/1021);
156 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Tendo determinado que o facto de que as autoridades seus nacionais ou qualquer outra pessoa no seu
talibãs não tenham respondido aos requerimentos do pará- território aos talibãs ou em benefício destes ou
grafo 13 da resolução 1214 (1998) constitui uma ameaça de qualquer empresa propriedade dos talibãs ou
para a paz e a segurança internacionais;
Destacando a sua determinação em fazer respeitar as os que possam ser autorizados pelo Comité
suas resoluções; numa base casuística por razões de necessidades
Actuando nos termos do Capítulo VII da Carta das humanitárias.
Nações Unidas; 5. Insta todos os Estados a cooperar com esforços para
1. Insiste em que a facção afegã conhecida pelo nome cumprir o disposto no parágrafo 2 supra e a considerarem
de Talibã, que também se auto-denomina como Emirato novas medidas contra Osama Bin Laden e os seus associados;
Islâmico do Afeganistão, cumpra quanto antes as anteriores 6. Decide estabelecer, em conformidade com o artigo 28.º
- do seu regulamento provisório, um comité do Conselho de
cionar refúgio e treino a terroristas internacionais e às suas Segurança composto por todos os membros do Conselho,
que realize as seguintes tarefas e informe o Conselho sobre
o território que controla não albergue instalações e acam- o seu trabalho, comunicando a este as suas observações e
pamentos de terroristas, nem sirva de para a preparação ou recomendações:
organização de actos terroristas contra outros Estados ou a) Recolher mais informação junto de todos os Esta-
seus cidadãos e colabore nos esforços destinados a submeter dos sobre as medidas que estes tenham adoptado
à justiça as pessoas acusadas de crimes de terrorismo;
no parágrafo 4 supra;
Osama Bin Laden às autoridades competentes de um país
b) Considerar a informação relativa à violação das
onde tenha sido objecto de acusação ou às autoridades com-
medidas previstas no parágrafo 4 supra que os
petentes de um país a quem tenha de ser devolvido ou às
Estados tragam ao seu conhecimento e reco-
autoridades competentes de um país onde tenha sido detido
mendar a adopção das medidas adequadas para
e perseguido criminalmente;
o efeito;
3. Decide que em 14 de Novembro de 1999 todos os
c) Apresentar relatórios periódicos ao Conselho sobre
Estados apliquem as medidas previstas no parágrafo 4 infra,
os efeitos, incluídos os de carácter humanitário,
a não ser que o Conselho tenha determinado previamente,
das medidas impostas pelo parágrafo 4 supra;
com base num relatório do Secretário-Geral, que os talibãs
d) Apresentar relatórios periódicos ao Conselho
cumpriram a obrigação estipulada no parágrafo 2 supra;
sobre a informação que lhe tenha chegado sobre
4. Decide além disso que, para dar cumprimento ao pará-
o possível incumprimento das medidas previs-
grafo 2 supra, todos os Estados:
a) Não concederão autorização de descolar ou aterrar
que possível as pessoas ou entidades que foram
no seu território a qualquer aeronave que seja
propriedade dos talibãs, ou tenha sido alugada referidas como estando implicadas no referido
ou utilizada por eles ou por sua conta, de acordo incumprimento;
com a designação do Comité criado nos termos e) Designar as aeronaves e fundos e outros recursos
tiver sido previamente aprovado por razões de de facilitar o cumprimento das medidas referidas
necessidade humanitária, incluindo o cumpri- naquele parágrafo;
mento de uma obrigação religiosa com o Hajj; f)
b) das medidas previstas no parágrafo 4 supra, tal
incluindo os fundos derivados ou produzidos como previsto no referido parágrafo, e decidir
por bens que sejam propriedade dos talibãs ou
que estejam sob o seu controlo directo ou indi- relativamente aos pagamentos efectuados pela
recto, ou de qualquer outra empresa propriedade Associação de Transporte Aéreo Internacional à
ou sob o controlo dos talibãs, como designada autoridade aeronáutica do Afeganistão por conta
pelo Comité criado nos termos do parágrafo 6 de companhias aéreas internacionais relativa-
infra, e assegurarão que nem os referidos fundos
g) -
assim designado seja disponibilizado pelos dade com o disposto no parágrafo 9 infra;
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territórios, por quaisquer meios, directa ou zem os seus respectivos territórios para cometer
indirectamente, de fundos com a intenção de tais actos contra outros Estados ou contra os
que sejam utilizados, ou com o conhecimento de seus cidadãos;
que irão ser utilizados, para a prática de actos de e) Assegurem que todas as pessoas que participam
terrorismo;
c) Congelem sem demora os fundos e demais activos na prática de actos de terrorismo ou que prestam
apoio a esses actos sejam presentes à justiça e
que cometam, ou tentem cometer, actos de ter- que assegurem que, adicionalmente a outras
rorismo, neles participem ou os facilitem; das medidas de repressão que possam ser adoptadas
entidades que sejam propriedade dessas pessoas em relação a essas pessoas, tais actos de terro-
ou que estejam sob o seu controlo directo ou
indirecto; e das pessoas e entidades que actuem pela lei e regulamentação interna e que a pena
em nome ou sob instruções dessas pessoas e imposta corresponda devidamente à gravidade
entidades, incluindo os fundos gerados ou deri- desses actos de terrorismo;
vados de bens que sejam propriedade ou que f) Prestem, mutuamente, a maior assistência possível
estejam sob o controlo, directo ou indirecto,
quanto às investigações e procedimentos penais
dessas pessoas e das pessoas ou entidades com
elas associadas;
de terrorismo, incluindo a assistência quanto à
d) Proíbam aos seus nacionais e a todas as pessoas
obtenção de elementos de prova que estejam
ou entidades que se encontrem nos seus terri-
na sua posse e que sejam necessárias para esses
tórios que coloquem quaisquer fundos, activos
procedimentos;
g) Impeçam a circulação de terroristas ou de grupos
reprimir os ataques terroristas e adoptar medidas necessidade de promover a coordenação de esforços a nível
contra os autores desses actos; nacional, sub-regional, regional e internacional para refor-
d) Tornarem-se partes logo que possível das conven-
ções e protocolos internacionais relativos ao segurança internacional.
terrorismo, incluindo a Convenção Internacional 5. Declara que os actos, métodos e práticas terroristas
para a Repressão do Financiamento do Terro-
rismo, de 9 de Dezembro de 1999;
e) Aumentar a cooperação e cumprir plenamente as
planeá-los ou incitar à sua prática é igualmente contrário aos
convenções e protocolos internacionais relativos
ao terrorismo e as Resoluções do Conselho de
6. Decide estabelecer, em conformidade com o artigo 28.º
Segurança 1269 (1999) e 1368 (2001);
do seu Regulamento Interno Provisório, um Comité do
f) A adoptar, em conformidade com as disposições
Conselho de Segurança, composto por todos os membros do
pertinentes do direito nacional e internacional,
Conselho, para controlar o cumprimento da presente reso-
incluindo as normas internacionais relativas aos
lução com a ajuda dos peritos que considere adequados e
direitos humanos, as medidas adequadas para
se assegurar, antes da concessão do estatuto de
refugiado, que o requerente do estatuto de refu- mais tardar 90 dias após a data de adopção da presente reso-
giado não planeou, nem facilitou a prática de lução e, posteriormente, consoante o calendário a propor
actos de terrorismo nem dela participou; pelo Comité, as medidas adoptadas para dar cumprimento
g) A assegurar, em conformidade com o direito inter- a esta resolução.
nacional, que o estatuto de refugiado não seja -
abusivamente utilizado pelos autores de actos de sente um programa de trabalho no prazo de 30 dias a contar
terrorismo, nem pelos que planeiam ou facilitam da data de adopção desta resolução e, em consulta com o
tais actos e que não seja reconhecida a reivindi- Secretário Geral, pondere qual o apoio de que necessitará.
cação de motivos políticos como fundamento de 8. Manifesta a sua determinação de adoptar todas as
medidas necessárias para assegurar o pleno cumprimento da
terroristas. presente resolução em conformidade com as suas responsa-
- bilidades nos termos da Carta.
tentes entre o terrorismo internacional e a criminalidade 9. Decide continuar a ocupar-se desta questão.
organizada transnacional, as drogas ilícitas, o branquea-
O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo
ilícita de materiais nucleares, químicos, biológicos e outros Kassoma.
materiais potencialmente letais e, a esse respeito, sublinha a O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.