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Albert Einstein
1.1 Introdução
O que é a Física?
Física é a ciência do mundo natural que trata dos componentes fundamentais do universo, as
forças que eles exercem, e os resultados destas forças. O termo vem do grego physiké, que
significa natureza. Actualmente, é dificílimo definir qual o campo de actuação da física, pois ela
aparece em diferentes campos do conhecimento que, à primeira vista, parecem completamente
descorrelacionados.
Como ciência, faz uso do método científico. Baseia-se essencialmente na matemática e na lógica
quando da formulação de seus conceitos
A Física é dividida de acordo com diversos critérios. Em primeiro lugar há uma divisão
fundamental entre física teórica, física experimental e física aplicada. No entanto, a divisão mais
importante é aquela que é baseada nos fenómenos e no seu estudo.
Mecânica
Cinemática
Dinâmica
Estática
Hidrostática
Hidrodinâmica
Aerostática
Aerodinâmica
Termologia
Termodinâmica
Calorimetria
Ondulatória
Acústica
Óptica
Electromagnetismo
Magnetismo
1
Eletricidade
Física de Semicondutores
Física Moderna
Teoria da relatividade
Relatividade geral
Relatividade restrita
Física de Partículas
Física Subatômica
Física Atômica
Física Molecular
Física Nuclear
Mecânica Quântica
Mecânica Estatística
2 Grandezas Físicas
Sabemos que, por exemplo:
A Física trabalha com as grandezas físicas e as leis da Física exprimem relações entre as
diferentes grandezas físicas.
2
As grandezas Físicas podem ser classificadas em:
Exemplo: A distância entre dois pontos é de 25 metros, ou seja, ela é igual a 25 vezes o
comprimento da unidade padrão.
A medição de uma grandeza pode ser efectuada por comparação directa com um padrão ou
com um aparelho de medida (medição directa), ou ser calculada, através de uma expressão
conhecida, à custa das medições de outras grandezas (medição indirecta).
Contudo antes de ser feita uma medida deve-se ser seleccionada a unidade padrão para
cada tipo de grandeza que se pretende medir.
- Velocidade
- Força
- Peso
- Energia
3
- Pressão
- ……
A cada uma destas grandezas esta associada um símbolo e a sua respectivas unidades. Na tabela
seguinte estão representadas as grandezas fundamentais.
Grandeza Unidade
Grandeza Símbolo Nome Símbolo
comprimento l metro m
massa m quilograma kg
tempo t segundo s
corrente eléctrica I ampere A
temperatura T Kelvin K
Quantidade de matéria η mole mol
Intensiade luminosa Iν candela cd
As unidades do quadro anterior são as unidades base do Sistema Internacional (S.I.). Todas
as outras unidades podem ser obtidas as partir destas. Estas unidades chamam-se unidades
derivadas.
As grandezas físicas podem ser também divididas em grupos que constituem afinidades
particulares, como por exemplo:
O Sistema Internacional é o sistema mais usado pois todas as unidades derivadas resultam
apenas de produtos ou divisões de outras unidades e as fórmulas mais usadas encontram-se
simplificadas. Nas equações que existe simetria são introduzidos unicamente factores de
proporcionalidade.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi criado em 1960, pela 11ªConferência Geral de
Pesos e Medidas (CGPM) e adoptado, em Portugal, pelo Decreto-Lei n°427/83, de 7 de
Dezembro, como o sistema legal deunidades de medida.
O SI é composto de:
Foi determinado, igualmente, o uso dos múltiplos e submúltiplos daquele sistema, bem
como regras para a escrita dos símbolos.
Para alem do S. I. existem outros dois sistemas de unidades também usados: o Inglês e o
CGS.
4
comprimento metro pé (ft) centímetro (cm)
massa quilograma libra (lb) grama (g)
tempo segundo segundo segundo
Estes sistemas competem entre si, existindo por isso a possibilidade de se converter as
unidades dos outros dois sistemas para SI e vice-versa. Em seguida estão alguns factores de
conversão entre as respectivas unidades:
• 1 polgada = 2,54 cm
• 1 milha = 1609 m
• 1 pé = 0,3848 m
• 1 libra = 0,4536 kg
• 1onça = 28,4 g
5
Lua 7x1022
Pessoa 70
Vírus 1x10-15
Electrão 9x10-31
• Tempo – Começou a ser definido em termos do dia médio de ano de 1900. O segundo
solar medido era a unidade fundamental de tempo definido por:
1 1 1
⋅ ⋅ do dia solar médio.
60 60 24
6
2.2 Recomendações relativas a grandezas físicas (algumas)
• As grandezas devem ser representadas por impressos em itálico (l,m). Se forem grandezas
vectoriais devem ser representadas por caracteres itálicos a negro (v,F) ou por itálicos
encimados por uma seta ( v, F ).
• As abreviaturas das grandezas devem ser representadas por caracteres direitos (f.e.m).
• Os índices numéricos devem ser escritos com caracteres direitos (v1) e os índices literais
devem ser escritos em itálico se corresponderem a grandezas (Cp – capacidade térmica a
pressão constante)
• Notações a utilizar no produto e quociente de duas grandezas a e b
a
a.b, a ⋅ b, a b, a × b, , a b , ab −1
b
• Representação de grandezas e suas unidades em gráficos ou tabelas
t/s, v/ms-1, P/MPa
7
v/m.s-1
t/s
Figura 1
• Os nomes das unidades escrevem-se com caracteres minúsculos mesmos que derivem de
nomes próprios:
metro, watt, pascal, newton, hertz - a única excepção grau Celsius que é usado
para exprimir uma diferença ou intervalos de temperatura
• Os nomes das unidades quando escritos por extenso admitem plural se o valor da
grandeza for ≥ 2:
0,47 metro; 1,99 joule; 2 miliamperes; 5,2 metros por segundo
• Os símbolos das unidades não admitem abreviaturas, nem plural, nem índices:
vmax= 12 m.s-1 e não 12metro/s – não se deve combinar símbolos e nomes;
x= 12m e não 12m., 12ms ou 12mts;
• Os nomes das unidades que derivam de nomes próprios são escritos no idioma original
8
2.4 Prefixos SI
Por razões de ordem prática, utilizam-se múltiplos e submúltiplos das unidades fundamentais
e derivadas na forma de potências de base 10. Eles são designados por um prefixo e os seus
nomes derivam do grego e do latim respectivamente.
Prefixo – Caracteres direitos sem deixar espaço entre o prefixo e o símbolo da unidade. Não
empregar prefixos compostos:
nm (nanometro) e não mμm
μg (micrograma) e não nkg
μs-1(10-6s)-1 e não 10-6s-1
Nas duas tabelas seguintes estão os nomes e símbolos dos prefixos usados nas unidades
9
2.5 Recomendações relativas a prefixos
Entre as unidades de base SI, a unidade de massa é a única cujo nome contém, devido a razões
históricas, um prefixo. Os nomes dos múltiplos e dos submúltiplos decimais da unidade de massa
são formados pelo acréscimo dos prefixos à palavra “grama”
10
2.7 Unidades fora do sistema SI
Algumas unidades estão fora do sistema SI mas são úteis em domínios especializados. O
valor destas unidades é obtido experimentalmente, não sendo portanto conhecido exactamente.
Podem ser usadas conjuntamente com as unidades SI
11
2.8 Unidades de uso temporário e uso desaconselhado
Deve-se evitar usar as seguintes unidades, devendo der substituído por unidades SI. Contudo em
certos domínios ainda são usadas
12
2.9 Unidades CGS
13
• Os prefixos também podem ser aplicados as unidades fora do SI
MeV (megaelectrão-volt)
Ml (mililitro)
Não se usam quando a unidade tem como símbolos índices superiores (º, ’ ”)
Para unidades fora do SI
Tempo (min, h,d)
Ângulo plano(º, ’ ”)
Nas unidades fora do SI não se deve combinar com unidades SI a utilizar prefixos (excepção:
km/h)
∆x x f − xi
v= =
∆t t f − ti
Também se pode definir a velocidade instantânea, que é a velocidade num determinado ponto do
∆x
espaço com sendo o limite da razão quando Δt tende para zero:
∆t
∆x
v = lim
x→0 ∆t
ou
∂x
v=
∂t
m
Onde x é o vector posição. A unidade de velocidade é o metro por segundo ( ).
s
14
• Aceleração – define a variação da velocidade num certo intervalo de tempo.
∆v v f − vi
Aceleração média: a = =
∆ t t f − ti
∂v
Aceleração instantânea: a =
∂t
m
onde v é o vector velocidade. A unidade de aceleração é o metro por segundo ao quadrado (
).
s2
Se a aceleração de um objecto for constante ao longo do trajecto do objecto o movimento é
uniformemente acelerado é descrito pelas seguintes equações:
1
x = x0 + v0t + at 2
2
v = v0 + at
v 2 = v02 + 2a∆x
Todos corpos, quaisquer que sejam a forma, tamanho ou composição caem com a mesma
aceleração no mesmo local próximo da terra. Esta aceleração contudo depende da distancia ao
centro da terra diminuindo com o aumento da altitude e varia ligeiramente com a latitude.
A aceleração da gravidade é responsável pelo aumento da velocidade de um objecto em
queda livre e pela sua diminuição para a atmosfera. Um objecto, movendo no sentido da terra
ou no sentido contrário, exprime sempre a mesma aceleração devido à gravidade.
• Força – uma força é qualquer influência sobre um corpo que provoca uma modificação
da velocidade deste, isto é, da sua aceleração. O módulo da força é igual ao produto da
massa do corpo pelo módulo da aceleração que provoca, ou seja:
F = ma
m
Em que as unidade da força e o Newton ( N ou kg 2 )
s
• Peso – O peso de um corpo na terra é a força gravítica que a terra exerce sobre esse corpo
M m
P = G T2
r
Em que MT é massa da terra, m a massa do corpo e r a distancia do corpo ao centro da terra.
O peso de um corpo num outro planeta é a força gravítica que esse planeta exerce nesse corpo.
O vector de P é vertical e esta sempre dirigido para o centro da terra. Se um corpo de massa
m for deixado cair livremente perto da superfície da terra, a sua aceleração é a da gravidade g e a
força que actua sobre ele é o seu peso. Então pela segunda lei de Newton obtém-se:
P = mg
O que implica que
15
MT
g =G
r2
A unidade do peso é o Newton (N).
A massa volúmica, ρ, de uma substancia é definida com sendo a razão da sua massa pelo seu
volume:
m
ρ=
V
kg
A unidade de massa volúmica é 3 . Também é comum definir densidade relativa que
m
corresponde à razão entre a densidade de um dado corpo pela densidade da água.
Em geral, volumes iguais de substâncias diferentes têm massa diferente. Portanto a massa
volúmica depende da natureza do material. A densidade depende igualmente da temperatura e da
pressão a que é medida. Os gases são particularmente sensíveis a estas grandezas.
• Pressão – é a razão entre o modulo da força normal e a área da superfície onde actua,
sendo definida por:
F
p= n
A
Isto vem do facto de um fluido em equilíbrio estático, em repouso, não poder sustentar uma
força tangencial.
N
A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa ou 2 ).
m
• Momento linear – o momento de uma partícula define-se como o produto da sua massa
pela sua velocidade, sendo uma grandeza vectorial, dada por:
p = mv
m
A unidade de momento linear é kg . O momento linear pode ser imaginado como a dificuldade
s
de levar um objecto em movimento ate ao repouso.
Se F representa a força que actua numa partícula de massa m e r a distancia entre o ponto em
que aplicada a força e um eixo de rotação, o momento de uma força, τ, em relação a esse eixo é
dado pelo seguinte produto vectorial:
τ = r×F
m2
A unidade SI para o momento de uma força é kg 2 . O módulo do momento é dado por
s
τ = rFsenθ , em que θ é o ângulo entre o vector força e o braço.
16
• Velocidade e aceleração angular
A velocidade angular define a razão entre o deslocamento angular num determinado intervalo
de tempo. Corresponde a velocidade linear no movimento rectilíneo. A velocidade angular surge
sempre que tenhamos o movimento em torno de um eixo, sendo definida por:
∆θ θ f − θ i
Velocidade angular média: ω = =
∆t t f − ti
∆θ
ω = lim
x →0 ∆t
v = rω
x = rθ
Também existe a aceleração angular que é similar ao caso linear:
∆ω ω f − ωi
Aceleração média: α = =
∆t t f − ti
∂ω
Aceleração instantânea: α =
∂t
onde ω é o vector velocidade. A unidade de aceleração é o metro por segundo ao quadrado
rad
( 2 ).
s
Se a aceleração de um objecto for constante ao longo do trajecto do objecto o movimento é
uniformemente acelerado é descrito pelas seguintes equações:
1
θ = θ 0 + ω0 t + α t 2
2
ω = ω0 + α t
ω 2 = ω02 + 2α∆θ
• Força centrípeta
É o tipo de forças que actuam quando existe movimento circular uniforme, isto é com
velocidade constante. Estas forças estão dirigidas para o centro do círculo de rotação e é definida
por:
v2
Fc = m
r
17
• Trabalho
Considere-se uma partícula que se move ao longo de uma trajectória curvilínea sob a acção de
uma força F . Num dado intervalo de tempo t ela efectua um deslocamento s. O trabalho
realizado pela força durante o deslocamento é dado pelo produto escalar:
W = F •s
W = Fs cos θ
Em que θ é o ângulo entre a direcção da força e o deslocamento. A unidade de trabalho é o Joule
(J).
• Energia Cinética
Uma partícula ou sistemas de partículas que tem capacidade de realizar trabalho possui
energia. Uma dessas energias é a energia cinética.
A energia cinética de uma partícula é a medida da sua capacidade de realizar trabalho devido
ao seu movimento e é dada por:
1
Ec = mv 2
2
Em que as unidades de energia é o Joule (J).
• Energia Potencial
Esta energia é devido à deformação de um corpo elástico (mola). Este tipo de energia
é definida como sendo o trabalho que essa mola realiza para regressar à sua posição
de equilíbrio.
1
E pe = kd 2
2
18
Onde k é a constante da mola e d a deformação ou deslocamento relativamente à
posição de equilíbrio.
FL
µ=
vA
4.1 Introdução
Dimensão de uma grandeza - Expressão que representa uma grandeza como produto das
potencias das grandezas base do sistema correspondente:
DimG = [G ] = Lα M β T γ I δ Θε N ξ J η
19
L,M,T,.….- dimensões base
α,β,γ,…. – expoentes dimensionais (∈ Q). Se forem todos nulos a grandeza diz-se adimensional.
Exemplo:
Massa Volúmica.
m
ρ=
V
[ m]
[ρ ] =
[V ]
[ m] = M
[V ] = l 3 = L3
M
[ρ ] = = L−3 M
L3
• Uma equação física correcta terá de ser dimensionalmente homogénea, isto é, a dimensão
do 1º membro da equação terá que ser igual ao segundo.
Esta condição é necessária para se verificar se a eq. Física está correcta, contudo não é
suficiente, porque a homogeneidade dimensional não verifica por exemplo os coeficientes
numéricos.
1
Exemplo: Ec = mv 2
2
1º membro Ec = [1]
1
2º membro mv 2 = [2]
2
2
[1] =L MT -2
[2] =[m][v2]=L2MT-2
1
Como [1] = [2] a equação é homogénea (o termo é adimensional)
2
Uma equação desde que seja correcta é homogénea mas o contrário não se verifica, ou seja, a
equação pode ser homogénea mas isto não significa que esteja correcta.
Considere-se a seguinte equação:
τ = mgh
20
Em que τ é o momento de uma força com dimensão de L2MT-2 ou seja dimensão de energia.
O segundo termo corresponde à energia potencial gravítica, logo dimensão L2MT-2.
Dimensionalmente esta equação é homogénea, contudo não é correcta pois o momento de uma
força não é igual à variação da energia potencial gravítica.
No entanto, a analise dimensional permite verificar se no caso de duvida entre varias
equações qual está correcta.
Exemplo: Qual das seguintes equações esta correcta?
1 l 1 g
1) f = ou 2) f =
2π g 2π l
[f] =T-1
[l ] =T logo esta equação não está correcta sendo a 2) correcta.
[g]
Partindo do princípio que as equações correctas têm de ser homogéneas, pode-se através da
análise dimensional deduzir a dependência funcional entre as grandezas intervenientes nessas
equações.
Exemplo:
Um estudo experimental mostra que o valor de uma força é função da massa, velocidade e
do raio da trajectória. Determine, a menos de uma constante adimensional, a expressão que
descreve esta força.
F = f ( m, v, r )
F = km x v y r z
Em k é uma constante adimensional. A dimensão de força é LMT-2. Para a equação estar correcta
ele terá que ser homogénea, logo as dimensões dois termos da equação terão que ser iguais. A
dimensão do segundo termo é:
y
m x v y r z = M x ( LT −1 ) Lz
Para ser homogénea, os dois termos a dimensão dos termos da equação tem que ser iguais,
LMT −2 = Lz + y M xT − y
z + y = 1 z = 1
x = 1 ⇔ x = 1
− y = −2 y = 2
Obtém-se a expressão para a força
21
v2
F = km
r
5 Exercícios
1. Um cientista pretende determinar a força que uma partícula está sujeita quando faz uma
trajectória circular. Ao fazer um estudo experimental verificou que esta dependia da
massa, da velocidade e do raio da trajectória. Determine a expressão desta força a menos
de uma constante.
µ LQ
3. Verifique se a equação ∆P = c está correcta (c é uma constante e os restantes
D3
símbolos têm o significado habitual).
Exercício Extra:
Capilar
Fluído
Os resultados mostram que a quantidade desse fluxo depende da variação da pressão ao longo
∆P
do comprimento L do tubo por unidade de comprimento , do raio do tubo (a) e da
L
viscosidade do fluido (µ). Sabe-se que o coeficiente de viscosidade (µ) de um fluido tem a
mesma dimensão do produto de uma tensão tangencial (força por unidade de área) por um
comprimento dividido por uma velocidade.
Recorrendo à análise dimensional, e a menos de uma constante adimensional, deduzir a equação
que descreve o caudal.
22
O estudo da física, requer muitas vezes grandezas físicas que tenham propriedades numéricas e
direcionais. Grandezas dessa natureza são grandezas vetores. Este capítulo aborda principalmente
as propriedades gerais do vetor quantidades. Nesta secção vamos abordar algumas propriedades
dos vetores que serão aplicadas nos tópicos seguintes.
Sistemas de coordenadas
Muitos aspetos da física envolvem uma descrição de um local no espaço. Em geral os sistemas de
coordenadas mais usado é o sistema de coordenadas cartesianas, em que os eixos perpendiculares
se cruzam em um ponto definido como a origem O (como exemplo usamos a duas dimensões).
As coordenadas cartesianas também são chamadas de coordenadas retangulares. Às vezes, é mais
conveniente representar um ponto no plano em coordenadas polares (r, θ). No sistema de
coordenadas polares, r é a distância da origem ao ponto com coordenadas cartesianas (x, y) e θ é
o ângulo entre um eixo fixo e uma linha extraída da origem para o ponto. O eixo fixo geralmente
é o eixo do x positivo, e θ normalmente é medido no sentido anti-horário.
Muitos aspetos da física envolvem uma descrição de um local no espaço. Do triângulo direito na
Figura 5b, descobrimos que senθ = y e cos θ = x . Portanto, começando com as coordenadas
r r
polares de qualquer ponto, podemos obter as coordenadas cartesianas usando as equações
x = r cos θ
(1.1)
y = rsenθ
y
tan θ =
x (1.2)
2 2
r= x +y
Estas quatro expressões que relacionam as coordenadas (x, y) às coordenadas (r, θ) aplicam-se
somente quando θ é definido como mostrado na Figura 5ª (θ é um ângulo positivo quando
medido no sentido anti-horário do eixo x positivo -algumas calculadoras científicas executam
conversões entre coordenadas cartesianas e polares com base nessas convenções padrão).
23
Figura 4- coordenadas cartesianas
Vetores e escalares
Os vetores são representados, de forma simples, como setas. Numa representação gráfica, as setas
começam na origem das coordenadas de referência e terminam num ponto. As partes dessa seta
possuem nomes e funções específicas. Na escrita de uma grandeza vetorial, essa grandeza é
representada por uma letra com uma “seta” em cima: v, a . São as características do vetor:
24
2. Direção: é a reta associada à seta - no plano, poderia ser a direção horizontal, vertical,
obliqua, etc;
3. Sentido: é a ponta da seta, ou seja, para onde a seta “aponta”. Cada direção possui dois
sentidos: positivo ou negativo.
Decomposição de Vetores
25
Figura 6 – decomposição de vetores
cateto adjacente Ax
cos θ = =
hipotenusa A
(1.3)
cateto oposto Ay
senθ = =
hipotenusa A
Vetor unitário
26
Figura 7- vetores unitários
Considere-se o A da Figura 7. Os vetors componentes Ax e A y com os seus componentes podem
ser escritos como o produto do modulo de cada componente como respectivo vetor unitário,
ficando
A x = Ax ɵi
(1.6)
A y = A ɵj
y
A = Ax ɵi + Ay ɵj (1.7)
Esta representação é genérica em que A pode ser substituído por qualquer grandeza física
vetorial. No caso a tridimensional será necessário introduzir a direção z, ficando:
A = Ax ɵi + Ay ɵj + Az kɵ
(1.8)
2 2 2
A= A +A +A
x y z
Nesta seção, devemos investigar as propriedades gerais dos vetores que representam as
quantidades físicas. Também discutimos como adicionar e subtrair vetores usando métodos
algébricos e geométricos.
Igualdade de vetores
Dois vetores A e B podem ser definidos como iguais se tiverem a mesma magnitude e se
apontarem na mesma direção. Ou seja, A = B apenas se A = B e se A e B apontarem na mesma
direção ao longo de linhas paralelas. Esta propriedade nos permite mover um vetor para uma
posição paralela a si mesma em um diagrama sem afetar o vetor.
27
Figura 8- igualdade de vetores
Soma e subtrações
As regras para adicionar vetores são convenientemente descritas por um método gráfico. Para
adicionar o vetor B ao vetor A , primeiro desenho vector em papel gráfico, com sua magnitude
representada por uma escala de comprimento conveniente e, em seguida, desenhe o vetor B para
o mesmo escala, com a sua cauda a partir da ponta de A . O vetor resultante R é o vetor
desenhado da cauda de A para a ponta de B .Uma construção geométrica também pode ser usada
para adicionar mais de dois vetores como mostrado na Figura 3.7 para o caso de quatro vetores. O
vetor resultante R é o vetor que completa o polígono. Em outras palavras, R é o vetor desenhado
a partir da cauda do primeiro vetor para a ponta do último vetor. Esta técnica para adicionar
vetores é frequentemente chamada de "método de cabeça para cauda". Quando dois vetores são
adicionados, a soma é independente da ordem da adição. Esta propriedade é conhecida como a lei
comutativa de adição:
Figura 9
A+ B = B+ A (1.9)
Quando três ou mais vetores são adicionados, sua soma é independente da maneira pela qual os
vetores individuais são agrupados. Esta propriedade é chamada de lei associativa de adição:
28
( A + B) + C = A + ( B + C ) (1.10)
A − B = A + −B( ) (1.11)
Nas aplicações estudadas ao longo dos vários tópicos irá ser usado o método analítico para
resolver os problemas. Neste caso iremos usar as componentes dos vetores e os vetores unitários.
Considere-se os vetores A e B definidos por:
A = Ax ɵi + Ay ɵj
(1.12)
B = Bx ɵi + By ɵj
( ) ( )
R = A + B = Ax ɵi + Ay ɵj + Bx ɵi + By ɵj = ( Ax + Bx ) ɵi + ( Ay + By ) ɵj (1.13)
Ou
29
R = Rx ɵi + Ry ɵj (1.14)
Em que
Rx = Ax + Bx
(1.15)
Ry = Ay + By
Produto escalar
O resultado do produto escalar entre dois vetores é um escalar. O produto escalar de dois vetores
A e B é definido como uma como a multiplicação de 2 vetores cujo o resultado é um numero, e
é representado por:
C = Ai B (1.17)
C = Ai B = A B cos θ (1.18)
Podemos dizer que o produto escalar de dois vetores é igual ao módulo do primeiro vezes a
componente do segundo no eixo determinado pelo primeiro, ou vice-versa. Geometricamente,
projeta-se A na direção de B e multiplica-se por B (ou vice-versa).
30
Os vetores A e B podem ser escritos usando o conceito de vetor unitário, ficando
A = Ax ɵi + Ay ɵj + Az kɵ
(1.20)
B = Bx ɵi + By ɵj + Bz kɵ
( )(
Ai B = Ax ɵi + Ay ɵj + Az kɵ i Bx ɵi + By ɵj + Bz kɵ )
=Ax Bx ɵi iɵi + Ax By ɵi i ɵj + Ax Bz ɵi ikɵ +
(1.21)
+Ay Bx ɵj iɵi + Ay By ɵj i ɵj + Ay Bz ɵj ikɵ +
+Az Bx kɵ iɵi + Az By kɵ i ɵj + Az Bz kɵ ikɵ
E sabendo que ɵi iɵi = ii cos 0 = 1 , ɵj i ɵj = kɵ ikɵ = 1 e que ɵi i ɵj = ij cos 90 = 0 , ɵi ikɵ = ɵj ikɵ = 0 a equação
(1.21) fica
Ai B = Ax Bx + Ay By + Az Bz (1.22)
Produto vetorial
31
O produto vectorial, ao contrario do produto escalar, não é comutativo
A× B = − B× A ( ) (1.23)
Os vetores A e B podem ser escritos usando o conceito de vetor unitário, e sendo produto
vetorial é distributivo, o resultado em termos dos vetores unitários fica:
( ) (
A × B = Ax ɵi + Ay ɵj + Az kɵ × Bx ɵi + By ɵj + Bz kɵ )
=Ax Bx ɵi × ɵi + Ax By ɵi × ɵj + Ax Bz ɵi × kɵ +
(1.24)
+Ay Bx ɵj × ɵi + Ay By ɵj × ɵj + Ay Bz ɵj × kɵ +
+Az Bx kɵ × ɵi + Az By kɵ × ɵj + Az Bz kɵ × kɵ
kɵ × ɵi = ɵj ,
ɵj × ɵi = − kɵ ,
kɵ × ɵj = −ɵi ,
ɵi × kɵ = − ɵj
A × B = ( Ay Bz − Az By ) ɵi + ( Az Bx − Ax Bz ) ɵj + ( Ax By − Ay Bx ) kɵ (1.25)
Outra forma de escrever-se produto vetorial de dois vetores e é através do determinante da matriz
formada pelos versores e pelas componentes cartesianas dos vetores e ao longo das suas linhas,
ɵi ɵj kɵ
A × B = Ax Ay Az (1.26)
Bx By Bz
Ficando
32
ɵi ɵj kɵ +
Ax Ay Az
Bx By Bz
ɵi ɵj -
kɵ
Ax Ay Az
33