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CBloco Manual de Dimensionamento Estrutural PDF
CBloco Manual de Dimensionamento Estrutural PDF
Ficha Técnica
Titulo
cBloco - Manual de Dimensionamento Estrutural
Propriedade e Edição
Cerâmica Vale da Gândara, SA
Coordenação do Projecto
Prof. Paulo Lourenço
Colaboradores
Eng.ª Graça Vasconcelos
Eng.º João Paulo Gouveia
Eng.º Pedro Medeiros
Eng.º Rui Marques
Capa
José Luis Fernandes - CTCV
Maquetização e Impressão
OficialDesign, lda
Depósito legal
xxxxxxxxx
ISBN
xxxxxxxxxxxx
Tiragem
500 exemplares
Financiamento
Parceiros
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
ÍNDICE
1. Objectivo .................................................................................................................................................... 7
Bibliografia ................................................................................................................................................... 86
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
1. OBJECTIVO
O presente documento resulta do trabalho de investigação desenvolvido no âmbito do projecto de investigação CBloco
– Dimensionamento Estrutural. Este projecto tem como objectivo principal o desenvolvimento de soluções de paredes
de alvenaria estrutural e não estrutural com base em unidades cerâmicas de alto desempenho térmico. A ideia é
substituir as tradicionais paredes duplas não estruturais por paredes simples. Em particular o relatório apresentado tem
como objectivo apresentar a metodologia de cálculo para o dimensionamento/verificação de segurança de paredes de
alvenaria não armada sujeitas a diferentes tipos de acções. Tendo em conta o campo de aplicação da unidade de alvenaria
cerâmica analisam-se situações no domínio do dimensionamento de alvenaria estrutural e de alvenaria não estrutural
(alvenaria de enchimento). Para o efeito são apresentados vários exemplos de cálculo.
Como alvenaria estrutural entende-se aquela cujos elementos têm função explícita de suporte das cargas verticais e
horizontais de um edifício. Como exemplo admitam-se as paredes sobre as quais se apoiam as lajes ou muros de suporte.
As paredes não resistentes não têm função de suportar cargas verticais além das decorrentes do seu peso próprio. Estas
paredes necessitam, no entanto de ser dimensionadas tendo em conta a acção do vento e o sismo, no sentido de evitar
o seu colapso que ponha em risco vidas humanas.
O relatório divide-se em três partes, nomeadamente: Metodologia de Cálculo; a apresentação de Critérios para Boas
Práticas de Projecto e Execução de estruturas em alvenaria e Pormenores Construtivos, típicos de alvenaria estrutural
e não estrutural, com recurso a unidades cBloco.
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Metodologia de Cálculo
1. INTRODUÇÃO
Nesta secção são apresentados os métodos considerados pela regulamentação europeia para o cálculo de acções, e
verificação de segurança, de elementos estruturais e não estruturais. A apresentação é complementada com um exemplo
de cálculo simples, mas de carácter geral.
A primeira parte divide-se em quatro capítulos:
• Descrição dos edifícios do qual se seleccionam elementos estruturais e não estruturais para aplicação directa
da metodologia de cálculo
• Determinação de propriedades mecânicas de alvenaria
• Definição das acções em alvenaria estrutural e em elementos de alvenaria não estrutural;
• Verificação de elementos com função estrutural e não estrutural.
2. DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO
Nesta secção são apresentadas as características do edifício a ser considerado nos exemplos de cálculo relativos a
alvenaria estrutural e não estrutural.
As verificações de segurança em alvenaria estrutural estão baseadas nos esforços actuantes numa moradia em alvenaria
não reforçada. Optou-se pela consideração de um edifício em alvenaria com simetria em planta e regular em altura por
facilitar o cálculo de esforços, sem prejuízo no campo de aplicação das verificações de segurança apresentadas, que são
o principal objectivo deste documento.
2.1. Geometria
O edifício é constituído por 1 piso totalmente enterrado e outros dois acima do solo, o primeiro com 2,6m de altura e
os restantes com 3m de altura. Apresenta planta quadrada, com 9m de lado, e com elementos verticais dispostos
simetricamente segundo os dois eixos ortogonais. Na cobertura existe uma platibanda em todo o contorno, com 1,2m
de altura. Os vãos estão, tal como as paredes, distribuídos simetricamente em torno do edifício.
Figura 1 - Planta do edifício nos pisos 0 e 1; Planta com definição de eixos e nomenclatura de paredes tidas em
consideração para efeito de cálculo de elementos estruturais
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Figura 2 - Plantas (acima) e alçados (abaixo) de moradia tida em consideração para efeitos de cálculo neste
documento.
2.3. Localização
Considera-se que o edifício se localiza em zona sísmica 5 e fundado num terreno de tipo A. Considera-se em termos de
quantificação da acção do vento que está localizada em zona A e com uma envolvente com rugosidade de tipo I.
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Sequência de cálculo
A determinação das características mecânicas da alvenaria é determinada com base no ponto 3.6 de EC6 Parte 1-1:2005.
Caso não estejam disponíveis dados experimentais, a determinação das características da alvenaria pode ser determinada
numa sequência de passos que se apresentam no Quadro 1:
Quadro 1 - Etapas para o cálculo de características mecânicas de elementos de alvenaria.
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A resistência à compressão normalizada corresponde ao resultado do ensaio da unidade de alvenaria, convertido para
um valor de resistência em condições normalizadas de acondicionamento e geometria. A resistência à compressão
normalizada de unidades é obtida de acordo com a norma EN772-1 (2000). O método de avaliação depende do tipo de
junta horizontal pelo que se deve definir qual o tipo de junta a utilizar na construção, nomeadamente contínua ou
descontínua (assentamento por faixas).
Além das características mínimas apresentadas no Quadro 2, a EC8 Parte 1-1 (2004) e respectivo Documento Nacional
de Aplicação (DNA) impõem algumas condições complementares às unidades de alvenaria cerâmica:
• Não são admissíveis Unidades do Grupo 3;
• Em geral as unidades de alvenaria devem ter as seguintes características: fb,min = 5 N/mm2; fbh,min =2 N/mm2
• Nas zonas sísmicas 3 a 5 da Acção Sísmica Tipo 1 e nas zonas 2 e 3 da Acção Sísmica Tipo 2: fb,min= 3 N/mm2;
fbh,min = 1,6 N/mm2
Quanto às características necessárias definir para alvenaria estrutural, a unidade cBloco apresenta as propriedades
definidas no Quadro 3.
Quadro 3 - Características de unidades de alvenaria cBloco.
Do Quadro 3 verifica-se que a unidade cBloco apresenta características que possibilitam a sua utilização em regiões
sísmicas.
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Eq. 1
Em que:
fk - valor de cálculo da resistência característica à compressão da alvenaria, em N/mm2
K - constante que depende do tipo e material da unidade de alvenaria, do seu respectivo grupo e do tipo de argamassa
junta utilizada.
fb - valor da resistência normalizada à compressão das unidades de alvenaria, em N/mm2, na direcção de aplicação da
carga, com o valor máximo de 75 N/mm2 para unidades assentes com argamassa convencional.
fm - valor da resistência à compressão da argamassa convencional, em N/mm2, com o limite máximo definido pelo
menor dos valores de 20 N/mm2 e 2x fb.
α, β – constantes;
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Quadro 6 - Parâmetro K para determinação da resistência à compressão da alvenaria para o caso de estudo.
Eq. 2
em que:
C – constante que toma o valor de 1 para alvenaria com junta vertical preenchida e 0.5 para alvenaria com junta vertical
não preenchida, sendo multiplicada pela relação g/t, que consiste na razão entre a largura das faixas de argamassa e
a espessura total da parede, no caso de a alvenaria ser assente por faixas.
g – corresponde à espessura total das faixas de argamassa;
t – a espessura da parede de alvenaria;
fvko – é a resistência ao corte característica sob tensão normal nula;
σd – é a tensão de compressão perpendicular à direcção das juntas de assentamento, calculada com base na combinação de
acções condicionante, e resultante da distribuição uniforme do esforço normal pela secção comprimida do elemento.
O valor máximo admissível para a resistência ao corte da alvenaria varia entre 0.065fb para junta vertical preenchida e
0.045fb para os restantes casos.
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Eq. 4
Eq. 5
Em que:
fk – é a resistência à compressão característica da alvenaria;
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Eq. 7
com:
Rd – valor da resistência de cálculo;
Rk – valor da resistência característica,
γM – factor de segurança parcial.
O valor do coeficiente de segurança parcial a utilizar em alvenaria depende por um lado da categoria das unidades de
alvenaria e, por outro, da sua classe. Existem cinco classes (1-5), que estão relacionadas com a qualidade de execução
em obra. A classe 1 corresponde à classe de execução de maior qualidade, enquanto a classe 5 corresponde à alvenaria
com execução técnica mais deficitária. Para o exemplo de cálculo considerado o coeficiente de segurança parcial
apresenta-se no Quadro 11.
Quadro 11 - Determinação de coeficiente de segurança parcial de acordo com o ponto 2.4.3 do EC6 (2005).
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O Quadro 14 apresenta as áreas dos vários elementos do edifício em análise e os respectivos pesos totais não majorados.
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Figura 3 - Esquema com áreas de influência (esquerda) e designação de paredes resistentes (direita)
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Eq. 8
Eq. 9
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A distribuição de pressões externas depende, por outro lado, das dimensões do edifício, da localização do paramento
relativamente à direcção do vento e da sua dimensão. Os coeficientes de pressão externos, para as várias zonas do
edifício, em função das dimensões suas dimensões estão apresentados no Quadro 17.
Quadro 17 - Coeficientes de pressão externos a actuar em edifícios de planta rectangular.
A quantidade e dimensão das zonas afectadas por diferentes intensidades da acção do vento dependem das dimensões
do edifício. A determinação de um parâmetro, e, é a forma utilizada pelo regulamento para distinguir as diferentes
situações.
Eq. 10
Com,
b – comprimento do edifício na direcção perpendicular à do vento;
h – altura do edifício.
Para o edifício considerado e ≥ d, o que corresponde a um zonamento de pressões de acordo com a Figura 6.
Figura 6 - Esquema de distribuição de zonas de diferentes pressões no edifício considerado no exemplo de cálculo, de
acordo com EC1 Parte 1-4 (2005); Alçado lateral (esquerda); Planta (direita)
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Todas as áreas são superiores a 10m2, logo não é necessária a interpolação de valores entre cpe1 e cpe10. A relação entre
h e d do edifício é de 7,2/9 = 0,8, pelo que de forma conservativa se podem tomar os valores de cpe10 relativos a uma
relação h/d = 1.
Tendo como base o Quadro 17, os coeficientes de pressão externos a considerar são indicados no Quadro 19.
Quadro 19 - Coeficientes de pressão externos do edifício
Figura 7 - Ábaco para determinação de coeficiente de pressão interna em situação de não existir face dominante no
edifício.
O parâmetro μ é determinado através da seguinte expressão:
Eq. 11
Considerando a abertura de janelas 1,2 x 1 m2 e a abertura de portas 1,2 x 2m2, e a existência de 6 janelas no primeiro
piso, 8 no segundo e a existência de duas portas no primeiro piso, o valor condicionante de μ assume o valor:
Eq. 12
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Eq. 13
Tendo em consideração os valores da pressão característica do edifício e os coeficientes de pressão externos, a pressão
externa na superfície dos diferentes alçados é a apresentada no Quadro 20.
Quadro 20 - Pressão externa em superfícies.
Assumindo as convenções da distribuição de pressões exteriores assume a forma apresentada na primeira parcela da
Figura 9.
Etapa 2.4 - Cálculo de pressão em superfícies interiores
A pressão actuante nas superfícies interiores é determinada através da seguinte expressão:
Eq. 14
Tendo em consideração os valores da pressão característica e o coeficiente de pressão interno a pressão interna nas
superfícies é a apresentada no Quadro 21.
Quadro 21 - Pressão interna em superfícies
Assumindo as convenções da Figura 8 a distribuição de pressões exteriores assume a forma apresentada na primeira
parcela da Figura 9.
Etapa 2.5 - Cálculo de pressão total do vento
No cálculo da pressão total as pressões internas e externas são consideradas em simultâneo e adicionadas tendo em
conta o seu sentido, de acordo com a seguinte expressão.
Eq. 15
O referencial para as pressões interiores e exteriores está apresentado na Figura 8.
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Figura 9 - Definição pressões totais a partir de pressões parciais exteriores e interiores. Pressões exteriores
(Esquerda); Pressões internas (centro); Pressões totais (Direita).
Da Figura 9 observa-se que o conjunto de pressões 0,70 + 0,21 kN/m2 é condicionante para o dimensionamento de
elementos a acções horizontais no plano em situação de alvenaria estrutural. Numa situação de alvenaria não estrutural
a pressão 0,70 é condicionante para o dimensionamento de elementos solicitados perpendicularmente ao seu plano.
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No Quadro 23, indica-se em termos gerais, a sequência de cálculo das forças sísmicas globais e a posterior distribuição
pelos elementos estruturais verticais, as paredes.
Sequência de Cálculo
Quadro 23 - Sequência de cálculo para determinação da acção e sísmica
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Eq. 16
com:
T1 – período de vibração fundamental do edifício (em segundos s)
Tc – limite superior do período correspondente ao troço recto do espectro de resposta associado à aceleração máxima
O EC8 possibilita o recurso a expressões empíricas para a estimação do período fundamental do edifício do género
apresentado na Eq. 17.
Eq. 17
Em que H é a altura total do edifício (m). O valor de Tc para a classe de solo considerada é o apresentado no Quadro
25.
Quadro 25 - Valor do período fundamental Tc do espectro de resposta para os dois tipos de acção sísmica e em função
do tipo de solo
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 18
Eq. 19
com:
Wt – peso total do edifício (kN)
CPi – Cargas permanentes dos vários elementos que constituem o edifício (peso próprio de pavimentos, paredes e
revestimentos) (kN);
SCi – sobrecarga nos vários elementos do edifício (kN);
ψ 2,i – coeficiente de combinação para acções quase-permanentes (0,4 para sobrecarga em pavimentos e em cobertura).
O Quadro 26 e Quadro 27 apresentam as cargas, não majoradas, aplicadas ao nível de cada piso correspondentes à
sobrecarga e cargas permanentes respectivamente.
Quadro 26 - Sobrecargas aplicadas ao nível de cada piso, com contribuição para a acção sísmica
Quadro 27 – Cargas Permanentes aplicadas ao nível de cada piso, com contribuição para a acção sísmica.
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 20
com:
f – frequência fundamental do edifício (Hz)
Fi – força cuja intensidade é igual ao peso estrutura ao nível do piso i (considerando o valor quase-permanente da
sobrecarga (ver Quadro 27)
di – o deslocamento provocado na estrutura pelas forças Fi.
g – aceleração da gravidade (9,81m/s2).
Para o exemplo de cálculo considerado, determinou-se o período fundamental do edifício com base no modelo
simplificado bidimensional apresentado na Figura 12. Cada alinhamento de paredes do edifício, na direcção considerada,
está representado por um elemento vertical com rigidez equivalente à das paredes de alvenaria daquele alinhamento.
Os elementos verticais paralelos estão ligados entre si através de barras horizontais com rigidez infinita e articuladas que
simulam o comportamento pavimento como um diafragma rígido.
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Figura 12 - Deformada do edifício (esquerda); Cálculos para determinação do período próprio fundamental do edifício
(direita).
Verifica-se que o valor do período fundamental do edifício obtido pelo método de Rayleigh é muito semelhante ao valor
do período calculado com a fórmula simplificada do EC8 (eq.17), aplicável quando o edifício preenche os requisitos de
regularidade em planta e altura.
Etapa 2.3 - Definição do espectro de resposta
O cálculo da acção sísmica nas duas direcções ortogonais é efectuado com base no espectro de resposta elástico em
acelerações, tal como definido no EC8 (2004). O espectro de resposta para um edifício depende do tipo de acção
sísmica, da localização do edifício, do tipo de solo e do coeficiente de amortecimento da estrutura. Cada região sísmica
tem associado um determinado risco sísmico traduzido pela aceleração do solo de pico (PGA). O zonamento do
território Português em termos de risco sísmico tem em consideração 4 regiões sísmicas (A, B, C e D) RSA (1983).
Porém, o anexo nacional ao EC8 (2004) altera o zonamento em função do tipo de acção sísmica a considerar, ver Figura
13. Para acção sísmica próxima são definidas três zonas com o valor máximo da aceleração de pico (PGA) de 0.17g (zona
sísmica 1) com a probabilidade de ser excedida igual em 10% em 475 anos, de 0.11g para a Zona 2 e de 0.08g para zona
3. Para uma acção sísmica distante, são definidas cinco zonas, sendo a aceleração de pico da zona 1 de 0.25g, para a zona
2 de 0.20g, 0.15 para a zona 3, 0.10g para a Zona 4 e finalmente de 0.05g para a zona sísmica 5, ver Quadro 30.
Figura 13 – Zonamento do território em termos de risco sísmico; (a) acção sísmica afastada ; (b) acção sísmica
próxima
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O método de força lateral pressupõe o comportamento elástico do material. No entanto, com vista à redução das forças
sísmicas e atendendo a que um elemento estrutural apresenta comportamento não-linear e consequentemente capacidade
para se deformar não - linearmente e para dissipar energia durante os sismos, o cálculo dos elementos estruturais para a
acção sísmica é efectuado com base no espectro de resposta de cálculo. Neste, os valores da aceleração do espectro de
resposta elástico de referência são reduzidos do coeficiente de comportamento da estrutura, q, que pretende traduzir a
relação entre as forças elásticas e não lineares do sistema estrutural e assim a sua capacidade para apresentar
comportamento não linear sob acções sísmicas. Valores crescentes do coeficiente de comportamento traduzem sistemas
com mais capacidade para apresentarem importantes deformações no regime não linear, ver Quadro 31.
Quadro 31 – Factores de comportamento para diferentes tipos de estrutura (EC8, 2004)
Eq. 21
Eq. 22
Eq. 23
Eq. 24
Nas equações:
Sd(T) – aceleração espectral normalizada pela aceleração da gravidade
ag - aceleração de pico do solo
q – coeficiente de comportamento.
T – período da estrutura;
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* Os valores de ag considerados resultam da adaptação dos valores apresentados no RSA (1983) para as opções de base do EC8
(Documento Nacional de Aplicação).
Os espectros de resposta relativos a cada acção sísmica estão representados na Figura 14. É feita igualmente a
intersecção deles com o período fundamental do edifício
Eq. 25
com:
T1 – período fundamento do edifício (s);
MT – massa total do edifício, contabilizando a contribuição da sobrecarga (Ton).
λ – Coeficiente de correcção que assume o valor de 0,85 se o edifício tiver mais de dois pisos e T1 ≤ 2.Tc
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Eq. 26
Com:
zi, zj – alturas dos pesos wi, wj concentrados ao nível de cada piso acima da base do edifício;
No exemplo de cálculo considerado, a distribuição de forças assume os valores indicados no Quadro 33.
Quadro 33 - Determinação de forças horizontais aplicadas ao nível de cada piso
Eq. 27
Eq. 28
em que:
x – distância do elemento estrutural em consideração ao centro de massa do edifício em planta, medido
perpendicularmente à direcção da acção sísmica a considerar; A posição do centro de massa considera o
deslocamento de 5% referido.
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Le – distância entre as duas paredes mais afastadas, que resistem à acção sísmica na direcção considerada.
ξ – factor que toma o valor de 0,6 na generalidade dos casos e 1,2 quando a análise é realizada com recurso a dois
modelos planos;
3.6 Combinação de efeitos das duas componentes da acção sísmica em simultâneo
Uma metodologia para a consideração simultânea das duas componentes da acção sísmica numa dada direcção de
estudo, consiste na consideração do efeito da totalidade da acção a actuar nessa direcção e de 30% do efeito da acção
da direcção perpendicular (EC8, 2004):
Eq. 29
O efeito da acção sísmica, segundo o eixo x pode ser quantificado de acordo com a forma simplificada apresentada na
secção anterior, mais o efeito de torção provocado pelos 30% da acção na direcção y ou, em alternativa, e de forma
mais exacta, pode ser feito através da consideração do momento provocado pelas acções nas duas direcções,
multiplicada pela excentricidade sua excentricidade (5%). Na alternativa à eq. 28, o efeito de torção do edifício pode ser
contabilizado de forma mais exacta através da expressão seguinte:
Eq. 30
em que:
Fad,i – acção adicional no elemento devido à excentricidade de actuação da acção sísmica;
Ki – rigidez do elemento i
xi – a posição do centro de rigidez do elemento i;
χR – a posição do centro de rigidez do piso;
Ip – momento polar de inércia do piso.
Eq. 31
MEd é o momento resultante da actuação da acção sísmica devido à excentricidade acidental do edifício. Para a acção
sísmica a actuar na direcção x, o valor do momento associado às excentricidades acidentais é dado pela expressão:
Eq. 32
Sendo L a dimensão do edifício.
O Quadro 34 apresenta o esforço transverso adicional resultante da acção sísmica na direcção perpendicular, nos pisos
0 e 1 do edifício.
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Quadro 34 - Força horizontal em cada parede, resultante da acção sísmica. Direcção X e Y iguais.
Os esforços nas paredes de referência consideradas para efeitos de cálculo neste documento são os apresentados na
Figura 15 para a parede P11.
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De acordo com o método de quantificação da acção sísmica em elementos não estruturais, a acção sísmica é
representada como uma acção horizontal aplicada no centro de massa da parede, na sua direcção mais desfavorável, de
acordo com a seguinte expressão:
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 33
em que:
Fa – força sísmica horizontal equivalente;
Wa – peso do elemento;
Sa – coeficiente sísmico aplicável ao elemento;
γa – factor de importância do elemento (Ponto 4.3.5.3 do EC8);
qa – coeficiente de comportamento do elemento (Tabela 4.4 do EC8).
O coeficiente sísmico é determinado através da seguinte expressão:
Eq. 34
em que:
α – relação entre a aceleração sísmica em solo do tipo A e a aceleração da gravidade;
S – factor do solo
Ta – período de vibração fundamental do elemento;
T1 – período de vibração fundamental do edifício na direcção considerada;
z – altura do elemento acima do nível de aplicação da acção sísmica (altura do elemento);
H – altura total do edifício medida a partir da base, ou topo de cave totalmente enterrada.
O valor mínimo de Sa não deve ser inferior a α.S.
Etapa 1 - Determinação de parâmetro α.
Para o exemplo considerado a aceleração sísmica base condicionante, para a zona sísmica 5 (antiga zona D) é de 0,8 m/s2
(Sismo tipo 1), o que conduz a um factor α=0,082.
Etapa 2 - Determinação de factor de solo S
Como já referido na secção 4.3.1, o factor de solo é 1,0, para os dois tipos de sismo, dado que se considera solo de tipo
A e zona sísmica 5.
Etapa 3 - Determinação do peso da parede Wa
O peso próprio da parede é obtido através da multiplicação do peso volúmico (17kN/m3) da parede pelas dimensões
totais da parede (1,2x0,3m2), a que corresponde a um peso de 6,12 kN/m.
Etapa 4 - Determinação de períodos fundamentais de elementos
Etapa 4.1 - Determinação de período fundamental do edifício T1
De acordo com o valor indicado na secção 4.2.1, e dada a simetria do edifício, o período fundamental de edifício nas
duas direcções perpendiculares é determinado através da Eq. 20 e corresponde a 0,09s.
Etapa 4.2 - Determinação de período fundamental de parede Ta
Para a determinação da frequência do elemento não estrutural, assemelha-se a parede a um oscilador de um grau de
liberdade, pelo que a frequência pode ser determinada pela expressão Eq. 35.
— 35 —
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Eq. 35
em que:
K – corresponde à rigidez de flexão do elemento na direcção perpendicular ao seu plano.
Wa – peso da parede
g – aceleração da gravidade
Para o exemplo de cálculo a parede, na direcção perpendicular ao seu plano é considerada como um elemento em
consola, com deformação por flexão (consola longa). Nesta situação:
Eq. 36
Eq. 37
Eq. 38
Eq. 39
em que:
γg.j – factor de segurança parcial de acções permanentes (1,35 se favorável, 1,00 se favorável)
— 36 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 40
em que:
γ1 - Coeficiente parcial de segurança para a acção sísmica – 1.0 de acordo com o EC8 Parte 1-1 (2004);
AEd – valor de cálculo da acção sísmica;
Ψ2,1 – coeficiente de combinação quase permanente das acções variáveis;
Qk,i - Valor característico da acção variável.
— 37 —
Cbloco 21x26-1 10/23/08 10:49 AM Page 38
5. VERIFICAÇÕES DE SEGURANÇA
5.1. Alvenaria estrutural
Nesta secção são apresentados os procedimentos para verificação de segurança de elementos de alvenaria estrutural.
As verificações apresentadas consistem:
• Verificação de paredes a acções verticais;
• Verificação de paredes a acções horizontais no plano;
• Verificação de paredes a acções laterais para fora do plano da parede;
• Verificação de muros de cave com recurso a modelos simplificados.
No Quadro 38 apresenta-se um resumo das propriedades mecânicas dos materiais e da alvenaria a considerar na
verificação da segurança, anteriormente definidas na secção 3.
Quadro 38 – Quadro resumo com propriedades mecânicas de alvenaria
Em que:
tef – espessura efectiva da parede – tef = t, salvo em paredes duplas ligadas;
— 38 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Figura 17 - Condições geométricas a que o edifício deve obedecer para realização de verificação explícita.
Em alvenaria confinada as paredes devem ser travadas por paredes ortogonais afastadas no máximo de 5m.
Verificação explícita com recurso a métodos simplificados
A verificação de segurança de estruturas de alvenaria é feita de acordo com os métodos e critérios estabelecidos na EC6
Parte1-1 (2005). Contudo, no dimensionamento de estruturas de alvenaria não reforçadas, o cumprimento de certas
condições permite o recurso a métodos simplificados de cálculo, apresentados na EC6 Parte 1-3 (2006).
As condições gerais que o edifício deve respeitar, para garantir a aplicabilidade dos métodos simplificados são os
seguintes:
— 39 —
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• A altura do edifício acima do solo não deve exceder os 12m para edifícios de classe 3.
• O vão dos pavimentos, suportados pelas paredes resistentes não deve exceder os 7m.
• O vão da cobertura suportada pelas paredes não deve exceder os 7m, à excepção de casos em que se utilize
estrutura em treliça leve, em que o vão pode atingir um máximo de 14,0m.
• A altura livre entre pisos não deve exceder os 3,2m, salvo nos casos em que a altura do edifício é superior a
7,0m, nos quais a altura livre entre pisos pode atingir um máximo de 4m.
• O valor característico das acções variáveis nos pavimentos e coberturas não deve exceder os 5kN/m2;
• As paredes são lateralmente restringidas por pavimentos e cobertura na direcção horizontal e em ângulos
rectos ao plano da parede. A restrição pode ser conferida através dos próprios pavimento ou cobertura ou
através de elementos rigidificadores, tais como vigas de coroamento de rigidez suficiente;
• As paredes estão alinhadas verticalmente em toda a sua altura;
• Os pavimentos e cobertura estão suportados na parede em no mínimo 40% da espessura da parede e num
mínimo de 75mm;
• O coeficiente de fluência da alvenaria não é superior a 2.0;
• A espessura da parede e a resistência à compressão deve ser verificados em todos os pisos, excepto se esses
valores forem constantes em altura.
O edifício considerado cumpre as condições gerais logo é possível de uma forma geral o recurso a métodos de
verificação simplificados. No entanto, cada um dos métodos propostos nesta norma impõe critérios de verificação
complementares aos anteriores para poderem ser aplicado, e que não estão apresentados neste documento.
Apesar de o edifício cumprir as condições gerais para recurso a métodos simplificados de dimensionamento, opta-se por
fazer, com excepção da verificação de muros de cave, a verificação através dos métodos gerais apresentados em EC6
Parte 1-1 (2005).
Exemplo de Cálculo
O exemplo de cálculo apresentado nesta secção diz respeito à parede P11 do edifício, ver Figura 18, ao nível do piso 0,
para a combinação de acções fundamental em que a acção variável de base é a sobrecarga.
— 40 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Figura 18 – Localização de parede considerada no exemplo de cálculo, para verificação de segurança a acções verticais
Eq. 41
em que:
tef - espessura efectiva
σt – é o factor de redução
t – espessura da parede
Em paredes de alvenaria de pano simples a espessura efectiva deve ser tomada igual ao valor da espessura da parede.
No exemplo de cálculo considerado, a espessura efectiva da parede coincide com a espessura da parede de 30cm, dado
que se trata de uma parede de pano simples.
Eq. 42
onde:
hef – altura efectiva das paredes;
H - altura livre das paredes;
σn – é o factor de redução da altura livre, em que n=2, 3 ou 4, conforme a parede estiver contraventada em 2, 3 ou
nos 4 bordos.
O factor de redução da altura que depende das condições de ligação da parede aos elementos estruturais,
nomeadamente lajes e paredes transversais. Quando se considera que a parede tem apenas contraventamento ao nível
das lajes, o valor de σ2 apresenta os seguintes valores:
Eq. 43
No exemplo de cálculo considerado a parede P11 tem as condições de fronteira apresentadas na Figura 19.
— 41 —
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Eq. 45
Com
ρ2– assume o valor de 0.75 uma vez que se considera que a laje do pavimento está assente em mais de 2/3 da parede
(20cm). A altura efectiva da parede é
Eq. 46
Eq. 47
No exemplo de cálculo considerado a esbelteza do edifício é 2,09/0,30 = 6,97 que é inferior aos limites impostos pelo
regulamento.
— 42 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 48
Em que:
NEd – é a carga vertical de cálculo;
NRd – é a carga vertical resistente de dimensionamento;
A carga vertical resistente é determinada de acordo com a seguinte expressão:
Eq. 49
com:
A – é a área bruta carregada;
Φs – é o factor de redução de capacidade que tem em conta os efeitos de esbelteza e excentricidade do carregamento,
a calcular no topo, base e no meio da parede;
Etapa 4.1 - Cálculo do factor de redução no topo e base da parede
O factor de redução no topo ou base da parede é calculado pela seguinte expressão:
Eq. 50
onde:
ei – excentricidade no topo ou base da parede, calculada de acordo com a seguinte expressão:
Eq. 51
com:
Mid – o momento no topo ou base resultante da excentricidade na aplicação de carga do pavimento no apoio
Nid – Carga vertical no topo ou base da parede;
ehe – excentricidade resultante da aplicação de cargas horizontais
einit – excentricidade inicial ( einit = hef /450 ).
O cálculo simplificado do momento Mid é efectuado de acordo com as disposições apresentadas no Anexo C do EC6
(2005) considerando comportamento elástico dos materiais e secções não fendilhadas.
Figura 20 – (a) Momentos devido às cargas verticais aplicadas na laje; (b) esquema estrutural para o cálculo do
momento nas secções críticas. Retirado de EC6 Parte 1-1 (2005)
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Para o caso de num nó concorrerem 3 elementos estruturais (2 verticais e 1 horizontal), o momento Mid é dado por:
Eq. 52
com:
n – coeficiente de rigidez do elemento, considerado igual a 4 para elementos ligados em ambas as extremidades e 3 nos
restantes casos;
Ei – módulo de elasticidade do elemento i;
Ii – momento de inércia do elemento i;
h1 – altura livre do elemento 1;
h2 – altura livre do elemento 2;
l3 - vão livre do elemento 3;
w3,d – carga uniformemente distribuída de cálculo aplicada no pavimento
O Quadro 43 apresenta os parâmetros necessários para o cálculo do momento no topo.
Quadro 43 – Características geométricas das paredes e lajes
Mtopo,d = 5,89kN.m/m
Uma vez que a ligação entre a laje e as paredes não é perfeitamente rígida o regulamento permite uma redução do valor
do momento para ter em conta este efeito. O coeficiente de redução é calculado através da seguinte expressão:
Eq. 53
Mbase,d=-Mtopo,d/2=-2,62kN.m/m
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
A carga vertical de cálculo aplicada na parede no topo e base é dada pelas expressões:
Eq. 54
Eq. 55
Eq. 56
A excentricidade devida a acções horizontais é desprezada para efeitos desta verificação, dado que se considera a
combinação de acções em que a o vento não é considerado.
A excentricidade total no topo e na base é a seguinte:
Eq. 57
Eq. 58
Os coeficientes de redução para as duas situações são:
Eq. 59
Eq. 60
O esforço normal resistente nas duas secções é:
Eq. 61
Eq. 62
A resistência à compressão verifica-se neste elemento.
Etapa 4.2 - Cálculo do factor de redução por esbelteza e excentricidade no meio da parede
O coeficiente de redução da resistência à compressão da parede na secção crítica a meio da parede pode ser
determinado através das indicações fornecidas no anexo G do EC6 (2005), utilizando o valor da excentricidade a meia
altura da parede, emk, calculado através da seguinte expressão:
Eq. 63
com:
Eq. 64
em que:
emk – excentricidade a meio da parede;
em – excentricidade devida a cargas;
Mmd – momento actuante no meio vão devido a cargas do pavimento;
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Eq. 65
φω - coeficiente de fluência
No exemplo de cálculo considerado a esbelteza é inferior a 15 pelo que a componente de fluência pode ser desprezada.
Partindo dos valores do momento e do esforço axial no topo e na base do troço de parede o momento e da carga
vertical são dados pela seguinte expressão:
Eq. 66
Eq. 67
A excentricidade devida a cargas horizontais é desprezada e a excentricidade inicial toma o valor de 0,0046m. A
excentricidade devida a cargas é dada por:
Eq. 68
O valor do coeficiente de redução na secção a meia altura da parede pode ser calculado a partir do Anexo G do EC6
(2005), ver Figura 21. Para uma esbelteza de 6,97 e uma excentricidade de 0,018 (aproximado a 0,05t) este parâmetro
assume o valor de 0,88.
Eq. 69
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Em estado limite último o valor da força de corte actuante no plano da parede (VEd) não deve ser superior ao valor de
corte resistente da parede (VRd):
Eq. 70
A esta verificação deve ser acrescida a verificação de segurança para um valor de tensão de referência, na zona mais
comprimida, de acordo com:
Eq. 71
A resistência ao corte da parede pode ser determinada através da seguinte expressão:
Eq. 72
Com:
fvd – resistência ao corte de cálculo da parede
t – espessura da parede que resiste ao corte, que em caso de parede de pano simples corresponde à espessura da
parede;
lc – comprimento de parede em compressão, ignorando a resistência ao corte da parede na zona onde estão instaladas
tensões de tracção
Exemplo de cálculo
O exemplo de cálculo apresentado nesta secção é correspondente à parede P11 do edifício, na secção da base para a
combinação de acções onde o sismo é a acção variável de base.
Para o exemplo de cálculo considerar-se-á a parede exterior em questão, assente sobre junta horizontal completamente
preenchida e com junta vertical preenchida e que a fiscalização realizada à construção permite admitir um coeficiente de
segurança de 2,0.
Nestas condições, as características do material são as apresentadas no Quadro45.
— 47 —
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Eq. 73
e,
Eq. 74
O modelo apresentado é conservativo, conduzindo a valores de resistência baixos, uma vez que não considera a
contribuição da rigidez dos elementos superiores para a restrição de deslocamentos no topo. No exemplo de cálculo
considerado os esforços de cálculo na parede em estudo estão indicados no Quadro 46.
Quadro 46 – Esforços de cálculo na parede
As características da parede para verificação de segurança ao corte, ao nível de primeiro piso estão indicadas na Figura
23.
— 48 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Nestas circunstâncias a parede entraria em colapso por flexão (e ≥ l/2), em que a resistência à compressão da parede
condiciona o comportamento da parede. Resolvendo o problema estático apresentado na Figura 23, colocando em vez
de σSd,max o valor de fd chega-se à seguinte equação para lc, que já verifica, implicitamente a resistência à compressão
da alvenaria.
Eq. 76
Eq. 77
Etapa 2.3 – Determinação de fvd
A tensão resistente ao corte é determinada através da Eq. 78.
Eq. 78
Eq. 79
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Eq. 81
A verificação da segurança simplificada de muros de suporte traduz-se na verificação do nível de carga vertical actuante.
A segurança da parede é verificada se o esforço normal de dimensionamento estiver dentro dos seguintes limites:
Eq. 82
Com:
NEd – o esforço normal de dimensionamento, aplicado no meio da parede;
b – comprimento da parede;
bc – distância entre elementos de contraventamento verticais do muro (comprimento mínimo de 0,20 h);
h – altura livre do muro de cave;
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 83
Exemplo de cálculo
O exemplo de cálculo apresentado nesta secção corresponde ao troço enterrado da parede P11. Admite-se que a
distribuição de paredes nos pisos superiores se mantém para a cave.
Eq. 84
Eq. 85
— 51 —
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Verificação de segurança
Eq. 87
5.2.1. Resistência a acções laterais com direcção para fora do plano de parede – acção do vento
em parede de alvenaria de enchimento
A verificação de resistência a acções laterais fora do plano é satisfeita se:
Eq. 88
em que :
MEd – Momento de cálculo actuante aplicado na parede
MRd – Momento de cálculo resistente da parede
em que:
fxd – resistência à flexão da parede correspondente ao plano de flexão
Z - módulo de flexão
Nesta verificação não se considera o cálculo em flexão composta dado que se admite que o esforço axial não é
preponderante (elementos não sujeitos a acções verticais). Este cálculo é essencialmente adequado para a verificação de
paredes não resistentes a acções laterais do vento e sismo laterais em flexão simples. O efeito favorável do esforço axial
pode ser contabilizado pela correcção da resistência da alvenaria à flexão (EC6, 2005):
Eq. 90
Com:
σd – tensão de cálculo aplicada na direcção perpendicular ao plano de falha. No caso de alvenaria de enchimento a
influência desta parcela é desprezável.
— 52 —
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
fxk1,app - É a resistência característica à flexão da alvenaria para o plano de rotura paralelo à junta de assentamento. A
verificação da segurança de paredes a acções laterais segue a sequência indicada no Quadro 49.
Sequência de cálculo
No Quadro 49 encontra-se resumido o procedimento de cálculo a seguir na verificação de paredes não estruturais a
acções laterais do vento e sismo.
Quadro 49 - Sequência de cálculo para verificação de segurança de painéis de enchimento a acções horizontais fora do
plano.
Eq. 91
Para o exemplo de cálculo considerado a tensão normal estabilizante só se verifica segundo a direcção vertical pelo que
os valores de resistência à flexão aparentes para ambas as direcções são os seguintes:
Eq. 92
Eq. 93
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O recurso às tabelas de distribuição de momentos do Anexo E de EC6 (2005) permite determinar os momentos
actuantes segunda cada direcção. O momento actuante no elemento é determinado através das seguintes expressões:
Eq. 94
Eq. 95
Com:
MEd1 e MEd2 – momentos actuantes de cálculo segundo a direcção paralela e perpendicular à junta de assentamento
respectivamente;
μ - relação entre tensões resistentes à flexão;
l - Comprimento da parede;
WEd – carga horizontal por unidade de área;
α – coeficiente de distribuição de momento flector que tem em conta o grau de fixação dos bordos das paredes, a altura
e comprimento e o parâmetro μ
O parâmetro α é calculado através das tabelas do Anexo E do EC6 (2005) por interpolação de valores de μ e da relação
altura e largura da parede (h/l), ver Figura 25.
Figura 25 - Determinação de parâmetro ·2 para cálculo de momentos nas condições de fronteira consideradas.
Para o exemplo de cálculo considerado os parâmetros de entrada na tabela do Anexo E do EC6 (2005) são indicados no
Quadro 50.
Eq. 96
Os momentos actuantes na parede têm o seguinte valor:
Eq. 97
Eq. 98
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Eq. 99
Eq. 100
Eq. 102
Verificação de segurança
5.2.2. Resistência a acções laterais com direcção para fora do plano de parede – acção sísmica em
platibanda
Conhecido o valor da força actuante na parede (Secção 4.2.1) a verificação de segurança em paredes de alvenaria não
estrutural é feita segundo o mesmo procedimento seguido para paredes de alvenaria não estrutural sujeita à acção do
vento (secção 5.2.1).
Etapa 1 - Cálculo de momento actuante
A platibanda tem ligações que conduzem às condições de fronteira apresentadas na Figura 25.
De acordo com a secção 5.5 de EC6 (2005) quando os apoios perpendiculares das paredes estão espaçados mais de
30x t = 9,0, o seu efeito deve ser desprezado. A parede funciona, portanto, como um elemento em consola.
Figura 25 - Condições de fronteira de platibanda em cobertura: reais (esquerda); considerando os critérios da secção
5.5 de EC6 (direita)
A Eq. 38 apresenta o valor de força sísmica actuante na platibanda (3,3kN).
Uma vez que a força sísmica actua a meia altura da parede o momento actuante é determinado através da seguinte
expressão:
Eq. 103
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Eq. 104
O valor de tensão vertical na parede, tratando-se de alvenaria de enchimento, corresponde apenas ao seu peso próprio
considerado até à secção com momento condicionante. É conservativa a não consideração deste valor no cálculo da
resistência.
A tensão de flexão resistente é a seguinte:
Eq. 105
O que corresponde a um momento resistente:
Eq. 106
Verificação de segurança
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Quadro 51 – Necessidades de armadura para controlo de fendilhação, em junta horizontal de paredes com função não
estrutural.
em que:
As,total – armadura total na parede (mm2).
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
1. INTRODUÇÃO
Esta parte do documento tem como objectivo a apresentação de um conjunto de considerações a tomar na
pormenorização e execução de elementos de alvenaria estrutural e não estrutural, com base em unidade de tipo cBloco.
Esta parte corresponde à segunda do conjunto de: Memória de Cálculo, Considerações de Pormenorização e Projecto
e Pormenores Tipo, apresentados neste relatório.
Esta parte não deve ser entendida como definitiva uma vez que à data da sua realização ainda existem muitas indefinições
relativamente às características do bloco e ao tipo de peças que constituirão o sistema. Deve ser encarado como uma
primeira iteração à qual serão acrescentadas novas considerações à medida que o sistema for sendo desenvolvido.
Esta parte está organizada em três secções:
Apresentação – onde se descreve sucintamente o sistema construtivo, o seu campo de aplicação previsto, e se
apresentam as referências normativas aplicáveis;
Consideração de projecto – onde se apresentam os cuidados a tomar na escolha dos materiais com base nos requisitos
de projecto.
Considerações de execução – onde se apresentam os cuidados a ter em fase de obra para controlo dos materiais que
chegam à obra e da qualidade dos trabalhos realizados.
Os critérios de projecto e execução apresentados neste documento são baseados, salvo referência explícita, nas
recomendações apresentados nas normas EN 1996-1-1:2005 e EN 1996-2:2006.
2. APRESENTAÇÃO
O sistema cBloco no estado actual de projecto tem desenvolvida a unidade base cerâmica com perfuração vertical. A
geometria do bloco confere-lhe características de comportamento térmico capaz de responder às exigências
regulamentares para as zonas térmicas 1 e 2 (RCCTE), sem necessidade de recurso a materiais adicionais para
isolamento térmico. Respeita, igualmente os critérios regulamentares de isolamento acústico (RGR).
O sistema, no estado de desenvolvimento actual é constituído por apenas a unidade base, devendo ser complementado
com elementos acessórios para possibilitar o correcto funcionamento.
Pretende-se numa próxima fase, o desenvolvimento de peças complementares que permitam a aplicação mais eficaz da
alvenaria.
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Em qualquer dos casos as unidades poderão ser assentes em juntas horizontais total ou parcialmente preenchidas e
ligadas a unidades adjacentes na mesma fiada, através de um sistema de encaixe. A junta vertical é preenchida.
Não é definido o tipo de revestimento a aplicar às paredes. Aos cuidados apresentados deverão ser acrescidos os que
deverão ser tomados na aplicação e compatibilização do revestimento à estrutura.
3. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
A construção em alvenaria é regulada, em território nacional, pelas referências normativas apresentadas no quadro
seguinte. As normas apresentadas em português têm versão nesta língua enquanto as restantes não estão traduzidas.
Quadro 52 – Referências normativas aplicáveis a construção em alvenaria
4. CONSIDERAÇÕES DE PROJECTO
4.1. Factores na escolha de materiais e pormenorização de elementos
As características mecânicas, físicas e geométricas dos materiais de construção são determinadas a partir dos projectos
das várias especialidades.
A durabilidade deve ser tida em conta uma vez que a economia da solução também depende dela.
A durabilidade de uma solução depende, por um lado das características dos materiais utilizado mas, também, da
pormenorização da solução apresentada e das condições de exposição do material. Nesta secção são apresentados de
forma geral as considerações a tomar, ou requisitos a exigir para os materiais tendo em vista a sua durabilidade face às
condições de exposição a que estão sujeitos.
Micro condições de exposição
As micro condições de exposição de um elemento correspondem à combinação de factores externos gerais que actuam
no local da construção, com a localização do elemento na estrutura.
Os factores externos a considerar são:
• Factores climáticos;
• Severidade da exposição à água
• Exposição a ciclos de gelo/degelo
• Presença de materiais químicos que conduzam a reacções que causem danos.
A influência positiva ou negativa dos elementos de acabamento e/ou protecção deve ser tida em consideração na
determinação das micro condições de exposição do elemento. Esta última consideração deve ser retida. A inadaptação
de um material de um elemento, para determinadas condições de micro exposição não inviabiliza a sua utilização, implica
sim, uma pormenorização mais cuidada de todo o elemento, por forma a reduzir indirectamente as condições de micro
exposição (p. ex. uma alvenaria não revestida está muito mais exposta à acção combinada do vento e da chuva, ao passo
que com revestimento de reboco a exposição é muito menor).
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Condições de referência
Com base nos factores referidos na secção anterior é apresentado o Quadro 53, retirado de EN 1996-2:2006, que
converte as condições de exposição nos elementos, em níveis de referência, que servem de base às considerações de
durabilidade na regulamentação europeia.
Quadro 53 - Classes de micro exposição, de acordo com EC6-2 (2006).
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As dimensões nominais de fabrico da unidade de alvenaria cBloco são 300x300x200mm (l x b x h), embora possam existir
variações, principalmente na altura (h), de fabricante para fabricante.
As tolerâncias para cada uma das propriedades apresentadas estão apresentadas em EN 771-1:2003.
Peças complementares
São consideradas peças complementares as unidades de alvenaria com geometria definida por forma a desempenharem
funções particulares nos elementos. A definição destes elementos é fundamental à racionalização do processo
construtivo.
À data de apresentação deste documento ainda não foram produzidas peças complementares à peça base apresentada,
embora já existam geometrias definidas (Ver Desenho 1 de Pormenores construtivos).
A utilização de peças complementares de outros sistemas não é aconselhável ainda que possuam características
geométricas semelhantes, uma vez que é provável a incompatibilidade ao nível das restantes características.
No entanto, se provar que as características geométricas, mecânicas e físicas das peças complementares a utilizar são
compatíveis com o sistema cBloco, o recurso a elas poderá ser permitido.
4.2.2. Argamassa
Para argamassa produzida em fábrica
A compatibilidade da argamassa a utilizar deve ser consultada junto do fabricante, tendo em conta as condições de micro
exposição e as características pretendidas para ela.
Argamassa produzida em obra
Para argamassa produzida em obra a especificação de projecto deve identificar as características pretendidas para a
argamassa, assim como frequência de testes e amostragem para a confirmação de características no material produzido.
A especificação detalhada dos materiais constituintes, suas proporções e método de mistura deve ser feita com base em
misturas testadas previamente, ou com base em composições aceiteis oficialmente no local de construção.
A composição dos materiais constituintes deve ser avaliada e comparada com os limites apresentados em EN 998-2.
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Figura 32 - Materiais e esquemas de tratamento permitidos no uso de elementos acessórios, de acordo com EN 845-1.
Retirado de EN 1996-2:2006
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Figura 33 - Materiais e esquemas de tratamento permitidos no uso elementos acessórios de acordo com EN 845-2.
Retirado de EN 1996-2:2006
Armadura de juntas
Os elementos acessórios deverão apresentar a resistência mecânica e a durabilidade exigida pelas especificações de
projecto.
A Figura 34, retirada de EN 1996-2:2006, apresenta os materiais e esquemas de tratamento permitidos em armaduras
de reforço horizontal de juntas de alvenaria, de acordo com EN 845-3.
O diâmetro mínimo permitido para reforço de juntas em alvenaria não deve ser inferior a 5mm.
O diâmetro máximo deve ser capaz de garantir o recobrimento mínimo e a espessura de junta e ao mesmo tempo não
introduzir tensões de ancoragem que excedam a resistência da junta.
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Figura 34 - Materiais e esquemas de tratamento permitidos no uso armaduras de reforço de juntas horizontais de
acordo com EN 845-3. Retirado de EN 1996-2:2006
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5. CONSIDERAÇÕES DE EXECUÇÃO
Todos os materiais usados e todo o trabalho construído deve estar de acordo com as especificações de projecto.
Precauções podem ser tomadas para garantir a estabilidade global da estrutura ou individual de elementos durante a
construção.
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ELEMENTOS DE APOIO AO PROJECTO E EXECUÇÃO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL E NÃO ESTRUTURAL COM UNIDADES CBLOCO
Agregados especiais devem ser armazenados separadamente de todos os outros. Devem ser obtidos de um mesmo lote,
se possível, para evitar variação de propriedades entre diferentes lotes (por ex. agregados de uma cor específica)
As condições de armazenamento dos materiais a utilizar na argamassa devem garantir a manutenção das suas
propriedades até à realização da mistura, o que implica:
• os cimentos deverão ser armazenados em locais secos e a sua ordem de utilização deve ser do mais antigo
para o mais recente.
• os agregados armazenados em local de humidade sensivelmente constante e fora de contacto com produtos
contaminantes (gorduras, óleos, etc.). No caso de não ser possível mater a humidade em níveis
aproximadamente constantes nos agregados, a variação de humidade nestes elementos deve ser considerada
na composição da mistura.
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em que:
lu = 0,4.hu = 80 mm
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Quadro 54 – Tolerâncias admissíveis para elementos de alvenaria estrutural, de acordo com EN 1996-2:2005.
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Figura 38 - Recobrimento em reforço de junta horizontal para junta de espessura normal. De acordo com EN 1996-1-
1:2005
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Pormenores construtivos
1. INTRODUÇÃO
Nesta parte são apresentados os pormenores construtivos para várias situações de projecto de alvenaria estrutural e não
estrutural.
Na sua execução foram assumidos os seguintes pressupostos:
Existência de elementos acessórios ao sistema, com as características dos apresentados pelo projecto cBloco –
Elementos;
Os elementos acessórios cumprem com as características de isolamento térmico e acústico imposto pelos regulamentos
respectivos, sem necessidade de recurso a soluções de isolamento complementares;
A resistência dos elementos acessórios, na sua utilização, é nó mínimo igual à da peça base do sistema;
A solução de revestimento da parede é deixada em aberto. A sua compatibilidade deve ser garantida, tendo em conta a
deformabilidade de cada uma das partes da estrutura.
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2. LISTA DE DESENHOS
No Quadro 55 é apresentada a lista de pormenores incluídos neste relatório.
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BIBLIOGRAFIA
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