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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAÇÃO DOS

RECURSOS HÍDRICOS – PROGERIRH

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL


DA IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DA
BARRAGEM UMARI
NO MUNICÍPIO DE MADALENA - CE

Fortaleza
Julho/2008
Plano de Gestão Ambiental (PGA)
Da Implantação e Operação da
BARRAGEM UMARI

Índice
Abreviações 2
MAPA da Área do Projeto…………………………………………………………...………… 3

Resumo Executivo…………………………………………………………...…………............. 4
Tabela 1 – Etapa de Obras: Atividades Previstas para desenvolvimento durante a
6
construção
Tabela 2 – Etapa de Operação: Atividades Previstas para desenvolvimento durante a
7
operação

1. Descrição Resumida do Empreendimento 8


1.1. Barragem Umari………………………………...……………. 8
1.2. Caracterização da Área de Influência do Reservatório……………………………. 9
1.2.1. Aspectos Físicos…………………………… ………………………………. 9
1.2.2. Aspectos Bióticos…………………………… ……………………………… 10
1.2.3. Aspectos socioeconômicos………………………………………………... 11

2. Descrição Resumida dos IMPACTOS AMBIENTAIS e Aspectos Gerais do PGA 13


2.1. Descrição Resumida dos Impactos Ambientais Identificados……….... 13
2.2. Objetivos e Justificativa do PGA…………………………… …………………….. 14
2.3. Público Alvo do PGA e Resultados Esperados……………………………………. 15
2.4. Regras Ambientais para Construção de Reservatórios……………………………. 15

3. Planos de Mitigação Ambiental na ETAPA DE OBRAS 17


3.1. Plano de Reconstituição das Áreas de Jazidas de Empréstimos e Cant. de Obras… 17
3.2. Plano de Identificação e Resgate dos Patrimônios Arqueol. e Paleontológico… 19
3.3. Plano de Desmatamento Racional da Área da Bacia Hidráulica do Reservatório e
20
Plano de Manejo e Proteção de Fauna...
3.4. Plano de Remoção/Relocação da Infra-estrut. Existente na Área Bacia Hidráulica.. 23
35. Programa de Mobilização Social e Educação Ambiental (etapa construção)……… 25
3.6. Plano de revegetação/enriquecimento da Área de Preservação Permanente-APP do
Reservatório (etapa obras)... 27
3. 7. Compensação Ambiental em Unidades de Conservação…………………………. 28
3. 8. Plano de Reassentamento da População………………………………………….. 28

4. Planos de Mitigação Ambiental na ETAPA DE OPERAÇÃO 28


4.1. Plano de Peixamento do Reservatório... 28
4.2. Programa de Educação Ambiental (etapa de operação da barragem)......……......... 29
4.3. Programa de Manutenção da Infra-Estrutura do Reservatório... 30

5. Programas de Monitoramento e Fiscalização 32


5.1. Monitoramento da Implantação das Medidas Mitigadoras... 32
5.2. Administração da Faixa de Proteção do Reservatório…............................................ 34
5.3. Monitoramento da Qualidade da Água... 34
5.4. Monitoramento do Nível Piezométrico na Área de Entorno do Reservatório............ 36

6. Fortalecimento e Arranjos Institucionais para Implementação do PGA 36


6.1. Fortalecimento da capacidade institucional em gestão Ambiental de obras hídricas. 36
6.2. Arranjos Institucionais e Responsabilidades para Mitigação e Supervisão………… 36

7. Cronograma de Implementação, Custos e Fontes de Recurso 39


7.1. Cronograma de Implementação…………..………………...………………………. 39
7.2. Custos e Fontes de Recurso………..………………...……………………………... 40

8. Integração do PGA com o Projeto. 41

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Hídricos

ABREVIAÇÕES

AGIR Agente de Inspeção do Reservatório


CARPA Comitê de Apoio ao Reassentamento e à Preservação Ambiental
CBH Comitê de Bacia Hidrográfica
COGERH Companhia de Gestão Estadual dos Recursos Hídricos
COINF Coordenadoria de Infra-estrutura
EIA Estudo de Impacto Ambiental
FUNAI Fundação Nacional do Índio
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
ISCA Instituição Socio-Comunitaria das Agrovilas
NUCAM Núcleo de Controle Ambiental
NUREA Núcleo de Reassentamento
PMM Prefeitura Municipal de Madalena
RIMA Relatório de Impacto Ambiental
SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente
SECULT Secretaria de Cultura e Desportos
SOHIDRA Superintendência de Obras Hidráulicas
SDA Secretaria de Desenvolvimento Agrário
SRH Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do Ceará
CGERH Coordenadoria de Gestão dos Recursos Hídricos
EMATERCE Empresa de assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará
SNUC Sistema Nacional de Unidade de Conservação
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidente
COEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente

-3-
MAPA da Área do Projeto

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RESUMO EXECUTIVO

O Plano de Gestão Ambiental (PGA) ora apresentado tem como objetivo principal garantir que a implantação
e operação da Barragem Umari, na região denominada Salgadinho, no município de Madalena, Estado do
Ceará, tenha uma condução ambiental adequada e que disponha dos mecanismos necessários para a execução
e controle das ações constantes das medidas mitigadoras e programas de monitoramento propostos no âmbito
do EIA - Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) elaborados
anteriormente para este empreendimento. Objetivando discutir e incorporar algumas contribuições da
população a ser beneficiada/ impactada pela construção do açude, a equipe técnica do Núcleo de Controle
Ambiental - NUCAM da Coordenadoria de Infra-Estrutura -COINF/SRH apresentou o Plano de Gestão
Ambiental em Audiência Pública realizada no dia 06/08/2008 na sede do município no Centro Social
Urbano, tendo o referido documento aprovado/referendado pela população. A implementação do PGA
durante a fase de construção da barragem será acompanhada pelo Comitê de Apoio ao Reassentamento e a
Preservação Ambiental-CARPA, espaço para participação da sociedade criado pelo Decreto Governamental
Nº 24.336 de 09/01/1997. Já durante a fase de operação, será formada a Instituição Sócio Comunitária da
Agrovila – ISCA, espaço para participação dos moradores reassentados na agrovila visando a reconstituição
das atividades econômicas na área de influencia direta do açude.

Este documento inclui:


(i) A síntese do projeto de engenharia e da caracterização da área de influência do
empreendimento proposto;
(ii) Resumo dos principais impactos ambientais identificados como forma de permitir uma visão
integrada da realidade local e a compreensão e atualização das medidas mitigadoras
recomendadas no EIA;
(iii)Planos de Mitigação Ambiental a serem implementados nas etapas de obra e operação,
respectivamente (ver Tabelas 1 e 2 nas páginas 3 e 4 a seguintes);
(iv) Plano de Mobilização e Educação Ambiental para as etapas de preparação, construção e pós-
obra;
(v) Programa de Monitoramento, para verificar a efetividade da Aplicação das Medidas
Mitigadoras;
(vi) Custos, cronogramas, arranjos institucionais e responsabilidades para implementação e
supervisão dos planos de mitigação ambiental (ver Tabelas 1 e 2 na página seguinte) e do Plano
de Compensação Ambiental em Unidades de Conservação (ver detalhes sobre este Plano no
parágrafo abaixo);

São apresentados também, de forma sintetizada, os objetivos, justificativa, aspectos metodológicos e metas
preconizadas no âmbito deste PGA, para os quais foram especificados os objetivos, público-alvo, estratégias
de ação a serem desenvolvidas, cronograma e estimativa dos custos a serem incorridos com suas
implementações.

Cumpre ressaltar que o Empreendimento foi enquadrado na legislação ambiental que determina a aplicação
de recursos de compensação ambiental em Unidades de Conservação (UC) novas ou existentes. Foi decidido
junto à SEMACE que esta aplicação de recursos se dará em UC existente. O Plano de Compensação
Ambiental em Unidades de Conservação, que definirá a UC a ser fortalecida e o detalhamento das ações a
serem apoiadas, não está detalhado neste documento, visto que será elaborado pelo Órgão Ambiental
competente, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE). Esta Superintendência determinou
na Licença de Instalação do Empreendimento, concedida em Julho de 2007, que a SRH assine junto à
Coordenadoria Jurídica da SEMACE, antes do início das obras, um Termo de Compromisso visando destinar
o percentual de aproximadamente 0.5% do valor global do empreendimento para fazer face à reparação dos
danos causados ao meio ambiente pela implementação do projeto. A minuta do referido Termo de
Compromisso está sendo elaborada e negociada com a SEMACE, de forma a garantir que seja efetivado
antes do início das obras previsto para julho de 2008.

-5-
Os principais impactos sociais e ambientais identificados são:

Impactos Sociais positivos:


• Abastecimento de água a uma população estimada em 15.241 pessoas em 2033.

Impactos Sociais adversos:


• Desapropriação de 114 propriedades rurais, resultando na relocação de 140 famílias (sendo 21 de
proprietários, 19 de herdeiros e 100 de moradores);
• Paralisação das atividades produtivas, centradas na pecuária extensiva e na agricultura de subsistência
(submersão de 738,28ha de solos), embora cerca de 90% desse total apresente restrições ao uso agrícola;
• Impactos culturais e riscos de desagregação familiar, além de riscos de acidentes com animais
peçonhentos e de importação de doenças; e.
• A perda de infra-estrutura incluindo: 114 habitações, trechos de rede elétrica de baixa tensão, trechos de
estradas vicinais que permitem o acesso às propriedades rurais e ao Município de Madalena.

Impactos Ambientais negativos:


• Erradicação da cobertura vegetal, inclusive mata ciliar, numa área aproximada de 590,62 ha. com danos ao
patrimônio genético da flora e ao habitat da fauna.
• Aumento dos processos erosivos e de assoreamento dos recursos hídricos; retirada da camada fértil do
solo e riscos de salinização dos solos nas áreas de várzeas;
• Alterações da topografia (crateras) e riscos de acidentes (solapamento de taludes e explosivos);
• Emissão de ruídos e poeiras durante a fase de obras;
• Risco (baixo) de dilapidação dos patrimônios arqueológico e paleontológico;
• Alterações no regime hidrológico;
• Baixos riscos de salinização e poluição das águas represadas;
• Riscos de elevação do lençol freático na área de entorno do reservatório (baixo);
• Aumento de caça e pesca predatória;
• Aumento dos riscos de poluição dos recursos hídricos por agrotóxicos e efluentes sanitários; usos
múltiplos conflitantes; lançamento de resíduos por embarcações (óleos); e gestão desordenada da água
represada.

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Tabela 1. ETAPA DE OBRAS: atividades previstas para desenvolvimento durante a construção.

Responsabilidade
Custo
Plano de Mitigação e/ou Fonte de
(estimado em
Compensação Ambiental (**) Recurso
Março 2008) Implementaçã
Detalhamento Supervisão
o

SUPERVIS
ORA
Plano de Reconstituição das
NUCAM/C SOHIDRA PROGERIR
Áreas de Jazidas de Empréstimos R$ 767.693,96 Empreiteira H
OINF/SHR NUCAM/C
e Cant. de Obras
OINF/SRH
SEMACE
SOHIDRA
Plano de Identificação e Resgate Supervisora/ NUCAM/C
PROGERIR
do Patrimônio Arqueol. e R$ 85.000,00 NUCAM/C Supervisora OINF/SRH H
Paleontológico OINF/SRH (apoio do
IPHAN)
R$ SUPERVIS
NUCAM/C PROGERIR
Plano de Desmatamento 1.497.048,00 Empreiteira ORA
OINF/SRH H
Racional da Área da Bacia desmatamento SOHIDRA
Hidráulica do Reservatório, incl. NUCAM/C
R$ 13.500,00
Plano de Manejo e Proteção de NUCAM/C OINF/SRH PROGERIR
p/ Manejo Empreiteira H
Fauna OINF/SRH SEMACE
Fauna

SUPERVIS
Plano de Remoção/Relocação da NUREA/NU ORA
PROGERIR
Infra-estrutura Existente na Área R$ 135.560,00 CAM/COIN Empreiteira SOHIDRA H
Bacia Hidráulica F/SRH NUCAM/C
OINF/SRH
Programa de Mobilização Social NUCAM/N
PROGERIR
e Educação Ambiental (etapa R$ 133.452,00 SHR Supervisora UREA/COI H
construção) NF/SRH
SUPERVIS
Plano de ORA/SOHI
Revegetação/Enriquecimento da NUCAM/C DRA PROGERIR
R$ 79.992,00 Empreiteira H
Área de Preservação Permanente OINF/SRH NUC2006A
– APP do Reservatório M/COINF/S
RH
NUCAM/C
Compensação Ambiental em Governo do
R$ 110.240,34 SEMACE SEMACE OINF/SRH/
Unidades de Conservação (*) Estado
SEMACE

Sub-Total Mitigação R$ 2.822.486,20

Sub-Total Compensação (*) R$ 110.240,35

CUSTO TOTAL R$ 2.932.726,55

(*) valor calculado segundo Art Nº 3 da Resolução Nº 371 de Abril de 2006. Custo Total=22.048.069,66
(Barragem=19.498.069,66 +Desapropriação=2.550.000,00)
(**) Este documento não trata da questão de reassentamento, uma vez que esta questão é tratada em detalhes no Projeto de
Reassentamento da População Desalojada.

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Tabela 2. ETAPA DE OPERAÇÃO: Atividades previstas para desenvolvimento durante operação da barragem.

Fonte de
Responsabilidade
Custo Recurso
Plano de Mitigação e/ou
(estimado em
Monitoramento Detalhamento
Março 2008)
Implementação

SDA
SDA Governo do
Plano de Peixamento do Reservatório R$ 138.764,00 CGERH/SRH
COGERH Estado

Programa de Educação Ambiental Governo do


R$ 12.500,00 COGERH COGERH
(etapa operação) Estado

Plano de Monitoramento da Governo do


R$ 3.100,00 COGERH COGERH
Qualidade da Água (anual) Estado

Plano de Monitoramento dos Níveis Governo do


R$ 3.040/ano COGERH COGERH
Piezométrico e do Reservatório Estado

Administração da Faixa de Proteção Governo do


R$ 12.119,00 COGERH COGERH
do Entorno do Reservatório Estado

CUSTO DE
INVESTIMENTO (Ano 1) R$ 138.764,00

CUSTO OPERATIVO
ANUAL R$ 30.759,00

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1. DESCRIÇÃO RESUMIDA DO EMPREENDIMENTO

1.1 – A BARRAGEM UMARI

A Barragem Umari será formada pelo barramento do riacho Barrigas, na região denominada Salgadinho, a
7,0 km a nordeste da sede do município de Madalena no Estado do Ceará. O reservatório terá sua bacia
hidráulica totalmente inclusa no território de Madalena. O acesso ao sítio do barramento é feito através da
rodovia BR-020 por cerca de 164,00 km até o entroncamento com a estrada vicinal que permite o acesso ao
eixo do barramento, na qual se segue por mais 1,0km até o local do boqueirão, situado na localidade de
Salgadinho.

O arranjo geral das obras consta basicamente de: Barragem de terra homogênea, com altura máxima de
21,82m, acima das fundações, com extensão pelo coroamento de 598,80m, na cota 315,5; Barragem Auxiliar
de terra homogênea com altura máxima de 12,72m acima das fundações, com extensão pelo coroamento de
202,14 na cota 315,5; Sangradouro, do tipo canal escavado em rocha com largura de 60,0m, soleira na cota
310,0m e extensão de 280,0m, situado na ombreira esquerda do maciço e Tomada d’água, composta de um tubo
de aço envolto em concreto armando com 500 mm de diâmetro e comprimento de 78,0m. a regulagem do
fluxo será com registro de gaveta e válvula borboleta. Contará, ainda, com um tanque tranqüilizador e com
um dissipador de energia cinética.

A Barragem Umari terá uma capacidade de acumulação de 35,04hm3, resultando numa vazão regularizada de
0,39 m3/s, com 90,0% de garantia. Contará com uma bacia de contribuição de 975,0 km2 e a área da sua
bacia hidráulica atinge 738,28 ha. O tempo médio de retenção d’água no reservatório será de 0,9 anos.

Foram selecionadas, dentro de um afastamento econômico da obra, duas jazidas de material terroso (J-01 e J-
02), um areal e uma pedreira. Após a locação das áreas foram feitas cubagens dos materiais e estabelecidas
distâncias médias de transporte. Observa-se que apenas 15% da área da jazida J-01, mais especificamente a
parte correspondente ao seu complemento, e toda área do areal do leito do riacho Barrigas serão submersos
com a formação do lago. A jazida J-02 situa-se a jusante do eixo, na ombreira esquerda, fora da área da bacia
hidráulica. O material pétreo será proveniente das escavações do sangradouro, sendo complementado com o
material da pedreira P-01, que se encontra posicionada fora da área da bacia hidráulica do futuro
reservatório, distando 750m da ombreira direita e 1.078m do eixo do barramento.

O reservatório servirá para múltiplos usos, tendo como objetivo principal o abastecimento d’água
regularizado à cidade de Madalena, e dos povoados de Lagoa do Mato e São José da Macaoca, a perenização
do vale do riacho Barrigas a jusante do barramento e o desenvolvimento da pesca no lago a ser formado. De
forma complementar destacam-se o abastecimento da população ribeirinha de jusante, a dessedentação
animal e a irrigação difusa, bem como o desenvolvimento da recreação e lazer no reservatório, como fontes
de benefícios adicionais para a região.

Para efetivar o sistema de abastecimento d’água da cidade de Madalena será construído um sistema adutor
dimensionado para atender uma população de 15.241 habitantes no horizonte do projeto (ano 2033). O
sistema de captação será composto por dois conjuntos moto bombas submersíveis de eixo vertical (1 + 1
reserva) instalados sobre plataforma flutuante, com potência das bombas de 40Cv, que realizará o recalque
através de duas tubulações PEAD, com diâmetro de 200 mm e 420m de extensão cada, até a Estação de
Tratamento d’Água. A captação será dotada, ainda, de barrilete de aço com diâmetro de 200 mm, válvula
controladora de bomba e retenção, válvula borboleta e medidor de vazão eletromagnético. A vazão total de
captação será de 34,43 l/s ou 123,95 m3/h.

Quanto à inserção regional do empreendimento, não foi constatado a existência de programas


governamentais ou privados, implementados ou projetados, que exerçam influência sobre a área do projeto.

Quanto a situação do licenciamento ambiental, o EIA/RIMA da Barragem Umari, que também abrange o
Sistema Adutor de Madalena, já foi submetido a análise da SEMACE - Superintendência Estadual do Meio
Ambiente, que após aprovação do Conselho Estadual do Meio Ambiente-COEMA já concedeu as Licenças
Prévia (LP) e de Instalação (LI) para o empreendimento.

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1.2 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO RESERVATÓRIO

1.2.1 – ASPECTOS FÍSICOS

A região onde será implantada a Barragem Umari é constituída predominantemente por rochas cristalinas do
Pré-Cambriano, pertencentes as unidades litológicas denominadas Complexo Caicó, Rochas Plutônicas
Granulares (granulóides) e Diques Ácidos. Aparecem, em menor escala, as coberturas sedimentares tércio-
quaternárias representadas pelos Aluviões do riacho Barriga e tributários. Ocorrem ainda, no domínio do
embasamento cristalino, complexo independência, grupo ceará e rochas plutônicas granulares (gabroídes).

Não foi constatada a presença de rochas carbonatadas na região, não havendo riscos de ocorrência de pontos
de fuga que possam vir a comprometer a integridade do reservatório e a morfologia da sua área de entorno.

Quanto à ocorrência de eventos sísmicos na região, observa-se que num raio de 100 km em torno do eixo
estudado, há registro de ocorrência de atividades sísmicas em 04 localidades, Ibuaçi (boa Viagem), Córrego
do Lima (Quixeramobim), Serra Azul (Ibaretama) e Cipó dos Anjos (Quixadá), que distam da área do eixo
aproximadamente 25,0km, 72,50km, 87,5km e 97,0km respectivamente. Destas apenas uma se caracteriza
como região com tradição em eventos sísmicos, Serra Azul (Ibaretama), que dista da área do eixo de
97,50km, a qual apresenta sismos com magnitudes inferiores a 4,0 graus na escala Richter. Tendo em conta
que os eventos sísmicos registrados são de magnitude baixa a moderada, que a Barragem Umari encontra-se
assente predominantemente sobre o embasamento cristalino e que a carga hidráulica associada ao
reservatório é baixa, com valores máximos de 21,80m e médios de cerca de 14,00m, acredita-se que não
haverá riscos de ocorrência de sismicidade induzida pelo reservatório.

Observam-se na região três unidades de relevo: a Depressão Sertaneja, os Maciços Residuais e a Planície
Fluvial do riacho Barrigas e tributários. Destas morfologias apenas os maciços residuais não estão presentes
nas áreas englobadas pelo sítio do barramento e pela bacia hidráulica do reservatório. A depressão sertaneja,
apresenta-se dominante na região do empreendimento, correspondendo a uma superfície de aplainamento,
resultante do trabalho erosivo sobre as rochas do Complexo Caicó. Ocorre sob a forma de extensos declives,
suavemente inclinados, que se estendem da base dos maciços residuais até o fundo do vale. Apresenta
topografia plana e suavemente ondulada, sendo observado ocasionalmente a presença de afloramentos
rochosos. As serras e morros residuais, por sua vez, apresentam forte ruptura de declive, sendo constituídos
predominantemente por rochas graníticos-migmátiticas e gnáissicas. No território da área do
empreendimento, destaca-se a planície fluvial do riacho Barrigas, como a mais significativa, chegando a
formar em alguns pontos extensas áreas planas com larguras superiores a 200,0m, as quais estão sujeitas a
inundações periódicas.

Os solos de maior expressão na área englobada pela bacia hidráulica da Barragem Umari são os Bruno não
Cálcicos em associação com Litólicos Eutróficos e Planossolos Solódicos. Numa escala relativamente
reduzida aparecem os solos Aluviais associados à planície fluvial do riacho Barrigas e tributários. Observa-se
que em termos de potencial agrícola, cerca de 90,0% dos solos que serão submersos são impróprios para uso
com irrigação, estando os solos com potencial para o desenvolvimento hidroagrícola restrito apenas aos
aluviões.

O clima é caracterizado pela existência de uma estação chuvosa concentrada no primeiro semestre do ano,
apresentando uma pluviometria média anual de 858,5mm. As temperaturas são elevadas, com a média anual
oscila entre 25,3°C e 27,8°C e a média das máximas atingindo 32,5°C. Os elevados índices de
evapotranspiração potencial, média anual de 1935,3 mm, induzem a um déficit de umidade na maioria dos
meses do ano.

A bacia hidráulica do riacho Barrigas até o local do barramento, na localidade de Fazenda Salgadinho, em
Madalena, abrange uma área de 975,0 Km2, estando situada na bacia na Bacia do rio Banabuiú, uma vez que
o riacho Barrigas deságua no rio Quixeramobim, um dos principais afluentes do Banabuiú. A bacia do
Banabuiú, principal afluente do rio Jaguaribe, se desenvolve no sentido leste-oeste, drenando uma área de
19,810Km2, numa extensão de 314 km. A confluência com o rio principal se dá na cidade de Limoeiro do
Norte. Em seus alto curso são comuns as corredeiras e a declividade do talvegue varia de 2,1% a 0,05%, com
média de 0,09%. O Banabuiú possui um intensa rede de drenagem, tendo como afluentes pela margem
esquerda os rios Patu, Quixeramobim e Sitiá. Pela margem direita destaca-se o riacho Livramento.
- 10 -
Dentre os problemas enfrentados pela região que compreende a bacia do Barrigas merece destaque a
poluição dos recursos hídricos pelo aporte de efluentes sanitários lançados a céu aberto, ou canalizados
diretamente para os cursos d’água sem tratamento prévio, e a precariedade de soluções individuais (fossas).

Não foi constatada a presença de perímetros urbanos de irrigação na bacia de contribuição da Barragem
Umari. Além disso, a irrigação difusa é uma prática pouco disseminada na região, dado a escassez de
recursos hídricos e o baixo potencial agrícola dos solos, tendo sido constatada na região de alto curso do
riacho Barrigas a presença de raros cultivos agrícolas irrigados. Assim sendo, pode-se afirmar que os riscos
de poluição das águas represadas na Barragem Umari por agrotóxicos são atualmente praticamente nulos.

Os sistemas aqüíferos que ocorrem na bacia hidráulica da Barragem Umari podem ser classificados como
aqüíferos sedimentares, representados pelas Aluviões do riacho Barrigas e tributários, e cristalinos, estes
últimos chegando a ocupar cerca de 90,0% da área da bacia. Dentro do contexto aqui estudado, a
implantação da Barragem Umari irá influir na alimentação destes aqüíferos através de processos de
infiltração vertical e horizontal.

1.2.2 – ASPECTOS BIÓTICOS

Predomina na região onde será implantada a Barragem Umari a vegetação de caatinga hiperxerófila, a qual
caracteriza-se por apresentar xerofitismo elevado, caráter caducifoliar, grande ramificação do tronco e
freqüência de plantas espinhosas. Figuram entre as espécies arbóreas desta comunidade: catingueira
(Mimosa caesalpina), pau branco (Auxemma oncocalyx), pereiro (Aspidosperma pyrifolium), pau d’arcp roxo
(Tabebuia impetigiosa) e jucá (Caesalpinia férrea), entre outras.O estrato arbustivo é composto por
mofumbo (Cambretum leprosum), marmeleiro preto (Cróton sanderianuns), matapassto (Cássia seriacea),
velame (Cróton campestris), bamburral (Hyptis suaveolens), calumbi (Mimosa piagra), mussambê (Cleome
spinosa), pinhão roxo (Jatropha gossypiifolia) e mofumbo (Combretum leprosum). Dentre as cactáceas
aparecem o madacaru (Cereus squamosus). Nas áreas degradadas é freqüente a presença da jurema preta
(Mimosa acistitipula). O estrato herbáceo é composto por espécies como vassourinha (Stylosanthes sp.),
fedegoso (Heliotropium indicum), salsa (Ipomoea asarifolia) entre outros. Observa-se em alguns sítios a
presença de tirrica (Cyperus sp), praga de difícil erradicação.

A degradação imposta a cobertura vegetal da área da bacia hidráulica do reservatório encontra-se associada a
ação antrópica, sendo decorrente dos desmatamentos para implantação de cultivos agrícolas, para formação
de pastos para pecuária e para exploração de lenha. A agricultura praticada na região é do tipo itinerante,
onde as áreas de cultivo são exploradas por no máximo três anos, sendo posteriormente abandonada,
resultando no aparecimento de capoeiras de caatinga.

A vegetação de caatinga de porte arbustivo predominante na região do estudo, apresenta-se relativamente


degradada, o que aliado as condições climáticas vigentes faz com que a fauna da região se apresente pobre e
com baixo grau de endemismo. Os espécimes remanescentes são de pequeno porte e reprodutivamente
prolíficos, apresentando em geral, hábitos noturnos. Os mamíferos de maior porte representados por
guaxinim, gato do mato e gato maracajá, em geral, se refugiam nas áreas serranas ou em locais de difícil
acesso, sendo relativamente raros. Os mamíferos se pequeno e médio porte, por sua vez, habitam as
caatingas e capoeiras, com algumas espécies freqüentando também, áreas antropizadas, entre elas raposa,
peba, preá e cassaco. Os répteis encontram-se representados na região, principalmente, por camaleões, tejos,
tijubinas e calangos. As cobras não venenosas, de várias espécies, apesar de normalmente perseguidas pelo
homem rural, ainda são abundantes, principalmente em torno de açudes. Dentre as cobras venenosas
constata-se na região a presença da jararaca e da cascavel, embora estas sejam relativamente raras. Quanto a
ictiofauna, as espécies nativas mais comuns são traíra, curimatã comum, cará, piaba e piau comum. Dentre
estas, constata-se a presença de espécies que efetuam a piracema (curimatã, piau, piaba). Constata-se,
também, na região a presença de espécies piscicolas predadoras (piranha vermelha, piranha preta e
pirambeba), bem como de espécies exóticas aclimatizadas nos açudes da região (tilápia do nilo).

1.2.3 – ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

1.2.3.1 – ÁREA A SER BENEFICIADA COM ABASTECIMENTO D’ÁGUA

Os municípios de Madalena e Itatira, que abrigavam, em meados de 2000, uma população de 30.405
habitantes, vem a muito padecendo com a falta de um sistema de abastecimento d’água regular. Atualmente o
- 11 -
sistema de abastecimento d’água deste núcleo urbano é operado pela CAGECE, utilizando como fonte
hídrica poços tubulares e amazonas. O índice atual de atendimento dos domicílios atinge apenas 32,1%.
Durante os períodos de estiagens, o quadro de precariedade vigente é agravado pela redução dos índices
pluviométricos provocando a depleção do aqüífero a níveis considerados críticos, comprometendo o
abastecimento d’água do referido núcleo urbano.

Constitui importante parâmetro para análise da qualidade de vida e o progresso humano de populações, o
Índice de Desenvolvimento Humano, que leva em conta para seu cálculo, além do PIB “per capita”, variáveis
como expectativa de vida, longevidade e nível educacional. Para os municípios de Madalena e Itatira os
IDH-M em 2000 atingiram 0,634 e 0,569, respectivamente, índices considerados médios, mas bastante
satisfatório se comparado ao IDH-M do Estado (0,629). Quanto aos indicadores de renda, em 2000, a
proporção de pessoas com renda domiciliar inferior a ½ salário mínimo atingia 91,2% do total. Em termos de
indicadores médico-sanitários, a taxa de mortalidade infantil no município de Madalena, em 2000, foi de
28,34% e em Itatira foi de 64,98%.

1.2.3.2 – ÁREA DA BACIA HIDRÁULICA DO RESERVATÓRIO E REGIÃO CIRCUNVIZINHA

Residem atualmente nas 114 propriedades rurais a serem total ou parcialmente desapropriadas para a
implantação da Barragem Umari 140 famílias de moradores. Constata-se que, grande parte dos proprietários
(64,1%) reside no imóvel pesquisado, tendo o restante domicílio estabelecido em outras propriedades rurais
da região ou nas cidades de Canindé, Madalena, Fortaleza e São Paulo.

A área apresenta deficiência em equipamentos de serviços básicos para atendimento da população rural.
Dentre a infra-estrutura pública atingida pela construção da Barragem Umari estão apenas trechos de rede
elétrica de baixa tensão e trechos de estradas vicinais que permitem o acesso às propriedades rurais da área.

Quanto à atividade agrícola, a superfície total cultivada na área da pesquisa é de 1.247,22ha, representando
apenas 14,5% da área total pesquisada, demonstrando as dificuldades da área em termos de aproveitamento
agrícola. As culturas mais representativas, em termos de área ocupada, são o milho,o consórcio milho/feijão,
o feijão e o capim elefante com 33,8%, 29,3%, 12,9% e 10,3% da área cultivada, respectivamente. Ocorre
ainda, na área, o cultivo da palma forrageira, do sorgo, do algodão herbáceo, da mandioca e da manga
representando 5,0%, 2,6%, 2,6%, 1,5% e 1,3% da área total produtiva, como também cultivos de fruteiras
(caju, mamão, coco, banana, acerola, goiaba e ata) e de hortaliças (tomate, repolho e pimentão), estes últimos
apresentando pouca representatividade em relação a área total cultivada.

O nível tecnológico da agricultura praticada na área é baixo, sendo o uso de defensivos agrícolas adotado por
apenas 22,3% das propriedades. De acordo com os entrevistados, a assistência técnica ao produtor rural, de
competência da EMATER, não é exercida na área. O crédito agrícola foi utilizado nos últimos cinco anos por
apenas 21,4% dos entrevistados, sendo voltado predominantemente para investimento. A irrigação é
praticada em 20,4% das propriedades pesquisadas,sendo o método mais utilizado a aspersão convencional,
aparecendo em menor escala o uso de gotejamento e da inundação. Em relação a equipamentos agrícolas,
apenas cinco propriedades (4,9%) do total possuem trator, enquanto que o cultivador movido a tração animal
pode ser encontrado em 71,8% dos imóveis. Outro equipamento bastante utilizado na maioria das
propriedades é o pulverizador costal, enquanto que beneficiadoras de milho e feijão são encontradas apenas
nas propriedades com áreas superiores a 200ha.

A renda líquida anual por hectare da área da bacia hidráulica atinge apenas R$ 87,77, cifra considerada muito
baixa, enquanto que a renda per capita média anual atinge R$ 745,93, o que, em termos de salários mínimos
mensais corresponde a cerca de 31,08% do salário mínimo vigente em maio de 2002 (R$ 180,00). Ressalte-
se que esta renda deve ser acrescida de outros rendimentos identificados na área e de fontes não diretamente
vinculadas à agropecuária, tais como aposentadorias e outras atividades exercidas pelos proprietários.

Quanto à presença de reservas indígenas e de comunidades quilombolas na região, segundo informações


coletadas junto a FUNAI – Fundação Nacional do Índio e a Fundação Cultural Palmares do Ministério da
Cultura os municípios de Madalena e Itatira não contam com terras indígenas, nem tão pouco com quilombos
posicionados em seu território. Quanto à ocorrência de evidências arqueológicas e paleontológicas,
levantamentos de campo preliminares executados na área da bacia hidráulica do reservatório não detectaram
nenhuma evidencia de presença de sítios arqueológicos ou paleontológicos. Entretanto, como o município de
Madalena conta com registros de sítios paleontológicos efetuados pelos órgãos competentes e como as
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ocorrências destes tipos de patrimônios são, em geral, mais comuns nas planícies fluviais e leitos dos cursos
d’água, faz-se necessário o desenvolvimento de estudos mais acurados antes do inicio das obras, de modo a
evitar a destruição de evidencias caso elas ocorram na área do empreendimento.

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2 – DESCRIÇÃO DO IMPACTOS AMBIENTAIS E ASPECTOS GERAIS DO PGA

2.1 – DESCRIÇAO RESUMIDA DO IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS


Os impactos sociais e ambientais fases de implantação e operação da Barragem Umari foram identificados e
descritos em detalhe no EIA. Um resumo dos principais impactos adversos associados às fases de
implantação e operação estão sintetizados no quadro a seguir.

Ações Impactos Sociais e Ambientais Negativos

Desapropriação de 114 propriedades rurais, resultando na


relocação de 140 famílias; paralisação das atividades
Desapropriação (*) produtivas, centradas na pecuária extensiva e na agricultura
de subsistência; impactos culturais e riscos de desagregação
familiar.
Choques culturais, importação de doenças, riscos de poluição
Implantação do Canteiro de Obras dos recursos hídricos (efluentes sanitários e resíduos sólidos),
etc.
Erradicação da cobertura vegetal, retirada da camada fértil do
solo, alterações da topografia (crateras), emissão de ruídos e
poeiras, aumento dos processos erosivos e de assoreamento
Exploração de Jazidas de Empréstimos
dos recursos hídricos, riscos de acidentes (solapamento de
taludes e explosivos), riscos de dilapidação dos patrimônios
arqueológico e paleontológico (baixo), etc.
Erradicação da cobertura vegetal, inclusive mata ciliar;
movimentos de terra; aumento dos processos erosivos e de
assoreamento dos recursos hídricos, riscos de dilapidação dos
Execução das obras de engenharia
patrimônios arqueológico e paleontológico (baixo), emissão
de ruídos e poeiras; grande movimento de máquinas e
veículos pesados; riscos de acidentes.
Erradicação da cobertura vegetal numa área de 728,38 ha,
com danos ao patrimônio genético da flora e ao habitat da
Desmatamento da bacia hidráulica fauna; aumento dos processos erosivos e de assoreamento dos
recursos hídricos; riscos de acidentes com animais
peçonhentos, etc.
A perda de infra-estrutura vinculada ao projeto da Barragem
Remoção da infra-estrutura existente na área Umari encontra-se representada por 18 habitações; trechos de
da bacia hidráulica rede elétrica de baixa tensão, trechos de estradas vicinais que
permitem o acesso às propriedades rurais.
Submersão de 728,38 ha de solos, dos quais cerca de 96,0%
apresenta restrições ao uso agrícola; riscos de dilapidação dos
patrimônios arqueológico e paleontológico (baixo); alterações
Formação do reservatório
no regime hidrológico; baixos riscos de salinização e poluição
das águas represadas; riscos de elevação do lençol freático na
área de entorno do reservatório (baixo);
Desmatamentos; caça e pesca predatória; aumento dos riscos
de poluição dos recursos hídricos por agrotóxicos e efluentes
Usos do solo marginal ao reservatório e da sanitários; usos múltiplos conflitantes; riscos de salinização
água represada dos solos nas áreas de várzeas, lançamento de resíduos por
embarcações (óleos); gestão desordenada da água represada;
etc.
(*) O tema de despropriação e reasssentamento é tradado com detalhes em documento separado (Plano de Reassentamento).

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2.2 – OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

2.2.1 - OBJETIVO

O objetivo geral do Plano de Gestão Ambiental (PGA) proposto é o de garantir que o empreendimento tenha
uma condução ambiental adequada e que disponha dos mecanismos necessários para a execução e controle
das ações constantes das medidas mitigadoras e programas de monitoramento propostos para este
empreendimento no âmbito do EIA. Desta forma, partindo da premissa que tais programas encerram ações
devidamente estabelecidas, sua finalidade principal consiste em garantir que suas implementações se
realizem através de procedimentos ambientais eficientes, de forma que seja atingido o padrão de qualidade
ambiental desejado nas fases de implantação e operação. Como objetivos específicos, têm-se:
− Definir diretrizes gerais, visando estabelecer a base ambiental para a contratação das obras e dos
serviços relativos as medidas mitigadoras e programas de monitoramento;
− Estabelecer procedimentos e instrumentos técnico-gerenciais, para garantir a implementação das
ações propostas nos Programas Ambientais, nas diversas fases do Empreendimento;
− Estabelecer mecanismos de Supervisão Ambiental das obras;
− Estabelecer mecanismos de acompanhamento, por profissionais especializados, dos programas
ambientais de mitigação e/ou compensação ambiental.

Na implantação da Barragem Umari uma estrutura de Gestão Ambiental será criada, de forma a garantir que
as medidas de reabilitação e proteção ambiental preconizadas no EIA sejam aplicadas de forma eficaz.
Busca-se também o acompanhamento dos programas ambientais não vinculados diretamente às obras,
integrando os diferentes agentes internos e externos, as empresas contratadas, as consultoras e as instituições
públicas e privadas, envolvidas direta ou indiretamente com o Empreendimento, visando o atendimento das
normas e da legislação ambiental incidente.

A Coordenação da Gestão Ambiental trabalhará de forma sistemática, visando cumprir as condicionantes da


Licença de Instalação – LI, a implantação efetiva das medidas mitigadoras e programas de monitoramento
propostos no EIA e, principalmente, garantir as condições para a execução destes programas ou agir de modo
a definir ações imediatas, para solucionar os eventuais imprevistos que surgirem no decorrer das obras. Para
agilizar essas ações, a equipe de meio ambiente, atuará na condução do processo, de maneira integrada,
através de entendimentos com os órgãos ambientais, buscando atender, em tempo hábil, as condicionantes e
exigências ambientais que forem solicitadas, além de evitar a criação de passivos ambientais.

2.2.2 – JUSTIFICATIVA

O Sistema de Gestão Ambiental, devidamente implementado, permitirá a mitigação e controle dos impactos
ambientais identificados no EIA, através da eficiente execução e acompanhamento dos Programas
Ambientais propostos, uma vez que os dados obtidos a partir deste programa serão, principalmente,
provenientes de interferências causadas durante a fase de implementação das obras.

As obras de implantação da Barragem Umari deverão ter, por parte da SRH, uma estrutura gerencial
específica capaz de garantir que as técnicas de proteção, de prevenção e de recuperação ambientais indicadas
para cada situação das obras sejam aplicadas da forma adequada, criando as condições operacionais
necessárias para a implantação e acompanhamento dos programas ambientais propostos.

Os impactos ambientais provocados pela construção de um empreendimento são mais significativos na fase
de implantação, sendo necessária a definição, implementação e acompanhamento dos Programas Ambientais
direcionados às peculiaridades dos diversos trechos e fases da obra. A execução destes programas é
fundamental para o sucesso da implantação do empreendimento, de maneira a minimizar os impactos
decorrentes da sua construção.

Por isso, se torna necessária a implementação de Programas Ambientais que envolvam ações vinculadas
indiretamente à obra. Para este tipo de programa, é necessário um acompanhamento direto por profissionais
especializados, de modo a garantir, na etapa de construção, a correta implementação de ações associadas a
todas as obras, segundo procedimentos ambientalmente adequados. O acompanhamento e controle
- 15 -
permanente minimizam a possibilidade da ocorrência de ações incorretas, podendo atuar no controle da
supressão de vegetação, da contaminação dos recursos hídricos, dos processos erosivos e de assoreamento,
bem como das interferências no cotidiano das populações envolvidas, entre outros.

A estrutura do Plano de Gestão Ambiental proposto evidencia a necessidade de profissionais especializados


que sejam designados como responsáveis pela implementação dos programas vinculados diretamente às
obras, e outros pela implantação dos programas que se vinculam à obra indiretamente, e que apresentam uma
interface institucional com setores da sociedade que receberá influência pela implementação do
empreendimento.

Este tipo de estrutura já vem sendo eficientemente experimentado em obras deste tipo, com know-how
desenvolvido pela SRH em empreendimentos de grande porte, durante os quais foi sendo gradualmente
aperfeiçoada.

2.3 - PÚBLICO ALVO DO PGA E RESULTADOS ESPERADOS

2.3.1 - PÚBLICO ALVO

O público alvo do Plano de gestão Ambiental é composto por todos os trabalhadores da obra e prestadores de
serviços, bem como pela comunidade direta e indiretamente afetada pelo empreendimento. Os benefícios
gerados pela correta execução da gestão ambiental se refletirão na salvaguarda da qualidade ambiental, das
condições de trabalho de todos os envolvidos diretamente com a obra e das comunidades próximas.

2.3.2 - RESULTADOS ESPERADOS

Para se atingir plenamente os objetivos propostos pelo Plano de Gestão Ambiental os seguintes resultados
deverão ser obtidos:
− Valores ambientais internalizados nos procedimentos de gestão do Empreendimento na fase de
instalação;
− Normas ambientais (e de saúde do trabalhador) cumpridas, procedimentos adotados, e todos os
Planos e Programas listados neste PGA executados;
− Manutenção e acompanhamento dos procedimentos, procurando proceder ao aprimoramento e
adequação constante dos instrumentos de gestão ambiental (fase de instalação do
empreendimento);
− Implementação das ações definidas em cada um dos programas propostos no EIA e outros
identificados posteriormente (atualizados) pela SRH.

Os indicadores de avanço da implementação deste PGA incluirão a quantidade e o tipo de não-


conformidades, problemas e acidentes durantes as fases de implantação e operação do empreendimento,
registrados em relatórios pelos inspetores/supervisores ambientais (ver este e outros detalhes no Capítulo 5
de monitoramento).

2.4 - REGRAS AMBIENTAIS PARA CONSTRUÇÃO DE RESERVATÓRIOS

Boa parte dos impactos ambientais decorrentes da construção de reservatórios tem ocorrência restrita a fase
de implantação das obras, podendo ser evitados ou minorados pela adoção de métodos e técnicas de
engenharia adequados. Tais impactos decorrem, em geral, dos desmatamentos localizados, dos cortes, aterros
e desmontes necessários, das explorações de jazidas de empréstimos e da locação inadequada do canteiro de
obras.

As principais degradações impostas ao meio ambiente por estas atividades são: erradicação da flora e
expulsão da fauna; perda da qualidade dos solos através do desencadeamento de processos erosivos, com
conseqüente geração de turbidez e assoreamento dos cursos d’água; redução na recarga dos aqüíferos; riscos
de poluição dos recursos hídricos por efluentes sanitários; danos aos patrimônios arqueológico e
paleontológico e riscos de acidentes envolvendo o contingente obreiro. Há, também, emissão de material
particulado, poluição acústica e pequenos abalos sísmicos provocados pelas detonações de explosivos.

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Procurando reduzir a incidência destes impactos a SRH elaborou uma coletânea de regras ambientais a serem
adotadas na construção de reservatórios, passando a exigir que empreiteiras contratadas para execução de
obras hídricas cumpram as normas preconizadas neste documento, as quais versam basicamente sobre:
− Controle médico na contratação de trabalhadores, adoção de normas de segurança no
trabalho/criação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), estabelecimento de
padrões de comportamento para o contingente obreiro e proibição da caça, pesca e captura de
animais;
− Regras a serem adotadas nas fases de implantação e operação das lavras, controle de ruídos,
controle de deposição de rejeitos (bota-foras) e reconstituição paisagística das áreas de
empréstimo e estradas de serviços após o término das lavras;
− Disposição adequada da infra-estrutura do canteiro de obras, adoção do uso de fossas sépticas
para tratamento dos efluentes sanitários, destinação final dos resíduos sólidos (lixo) e tratamento
paisagístico da área do canteiro de obras após a sua desmobilização;
− Remoção e tratamento adequado da infra-estrutura pública e/ou privada existente nas áreas das
bacias hidráulicas dos reservatórios; e
− Procedimentos para salvamento ao acaso de patrimônios arqueológico e paleontológico.

No caso específico dos materiais de empréstimos, a SRH elaborou, também, termos de referência para um
Plano de Controle e Recuperação de Áreas de Jazidas de Empréstimos, o qual apresenta de forma detalhada
as principais medidas a serem adotadas pelas empreiteiras, abrangendo desde os processos de desmatamento
e decapeamento das áreas a serem exploradas até recomendações sobre os métodos a serem adotados na
recuperação das áreas degradadas.

A referida coletânea de regras ambientais para construção de reservatório, bem como os Termos de
Referência para elaboração do Plano de Controle e Recuperação de Áreas de Jazidas de Empréstimos serão
repassados pela NUCAM/SRH para a Empreiteira encarregada da implantação do empreendimento.

Com o objetivo de assegurar a implantação adequada das medidas ambientais previstas no EIA da Barragem
Umari, e também garantir uma correta abordagem das questões ambientais que geralmente surgem durante a
execução das obras, alguns cuidados especiais serão adotados quando da contratação das obras. Assim sendo,
será estabelecida uma adequada articulação entre o planejamento das atividades, a contratação dos serviços,
a sua execução e a fiscalização da obra, de modo que no edital de contratação das obras deverá constar:
− As especificações ambientais para execução dos serviços, prevendo-se a correspondente medição
e o pagamento por sua realização;
− A necessidade de participação, pela empresa construtora, de equipe ambiental mínima de campo,
incluindo os custos associados;
− A necessidade da empresa responsável pela supervisão da obra também contar com uma equipe
ambiental;
− A necessidade de elaboração de um Plano de Manejo Ambiental da Construção antes do início
das obras, o qual deverá ser sistematicamente revisado e atualizado.

A equipe ambiental será responsável por garantir o atendimento aos critérios ambientais, tanto dos órgãos de
licenciamento quanto dos agentes financiadores, devendo no caso específico da Barragem Umari, ser
composta por 2 técnicos e 1 consultor do Nucleo de Controle Ambiental –NUCAM/SRH, a nível de campo a
SRH também contratará 1 técnico de nível médio para residir no local da obra denominado Monitor de
Campo do Açude Umari.

Durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais será realizado através da
elaboração de relatórios mensais de andamento, os quais contemplarão as realizações quantitativas nos
aspectos ambientais, permitindo a medição e o pagamento correspondente à empresa construtora. Além
disso, deverão apontar as medidas adotadas para cumprimento das demais exigências do licenciamento,
possibilitando o acompanhamento por parte da SRH e do órgão licenciador. Os relatórios de
acompanhamento deverão ser acompanhados de registros fotográficos da evolução da obra e das medidas e
programas ambientais, servindo de subsídios para o programa de educação ambiental a ser implementado.
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3 – PLANOS DE MITIGAÇÃO AMBIENTAL NA ETAPA DE OBRAS

3.1 – PLANO DE RECONSTITUIÇÃO DAS ÁREAS DE JAZIDAS DE EMPRÉSTIMOS E CANTEIRO DE OBRAS

3.1.1 - Objetivos

Visa o controle ambiental na exploração das jazidas de material terroso, granular e pétreo a serem utilizadas
para execução das obras da Barragem Umari e sua posterior reconstituição paisagística após o abandono.
Deverão ser alvo de reconstituição paisagística será necessário a recuperação paisagística das áreas da jazida
de material terroso J-02 e de 85% da área da jazida J-01 + complemento, perfazendo, uma área total de
44,12ha que irá requerer o tratamento paisagístico e regularização da topografia.

3.1.2 - Ações Estratégicas a Serem Implementadas

a) Desmatamento das Áreas das Jazidas

A cobertura vegetal deverá ser removida somente na faixa prevista para a execução da decapagem do estéril
e em período precedente a esta operação, de forma que logo após o desmatamento ocorra a decapagem. A
retirada da vegetação deverá ocorrer na medida em que for havendo necessidade de se explorar cada jazida.
Deve-se evitar o desmatamento de várias jazidas num mesmo período. Outros cuidados a serem adotados
são:
− Delimitar previamente a área a ser desmatada, podendo-se utilizar piquetes de madeira ou outro
tipo de marco que possa servir como elemento de demarcação;
− Orientar os operários quanto aos processos de retirada da vegetação, no sentido de reaproveitar
os restolhos vegetais;
− Respeitar as áreas de preservação permanente, como forma de conservar as condições naturais
desses ambientes;
− Evitar a queima da cobertura vegetal, encontrando destino para os troncos vegetais que forem
cortados e estocando, quando possível, os restolhos vegetais juntamente com o solo, para
utilização na futura reabilitação de setores degradados fora da bacia hidráulica;

b) Decapeamento das Áreas das Jazidas

Os trabalhos de decapeamento serão orientados em função da espessura do capeamento de solo orgânico, que
servirá para recobrimento das superfícies a serem recuperadas, devendo ser feito o seu manejo para as áreas
definidas para a estocagem. O solo fértil removido e estocado será conservado para uso nos setores
degradados a serem reabilitados, podendo ser utilizado também na cobertura da superfície final dos bota-
foras.

c) Estocagem do Solo Fértil

Para a estocagem do solo fértil, é recomendável fazer o depósito em local plano, formando pilhas regulares
não superiores a 2 m de altura. Visando evitar o desencadeamento de processos erosivos, a base da pilha
deverá ser protegida com troncos vegetais (do desmatamento da própria área) e toda sua superfície deverá ser
recoberta com restolhos vegetais. Será evitada a compactação do solo removido para não alterar as suas
características e este será periodicamente alvo de revolvimento para facilitar o processo de aeração
promovendo uma melhor atividade biológica, o que aumentará a sua fertilidade.

d) Deposição dos Rejeitos (bota-foras)

Nas operações de deposição dos rejeitos os cuidados a serem adotados envolvem a colocação de uma camada
de material drenante (rejeito das pedreiras) na superfície de fundação para evitar futuros problemas
geotécnicos; a deposição do material em camadas, compactando com o próprio equipamento de transporte,
procurando alternar camadas de rejeito dos materiais terrosos com camadas de rejeitos do material rochoso; a
compactação da superfície de forma a atenuar os processos de intemperismo e erosão e, por fim, a
implantação de drenagem na superfície das áreas de bota-foras.
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e) Escavação / Desmonte

As escavações nas jazidas de solo e areia deverão ficar com uma profundidade de, no máximo 1,5m, sendo
os materiais removidos mecanicamente, com uso de pá carregadeira. As pedreiras serão exploradas com uso
de explosivos, para o desmonte da rocha, sendo adotadas por ocasião do desmonte, as medidas de segurança
previstas para as operações de perfuração primária, perfuração secundária e fogacho. As áreas em exploração
serão sinalizadas e cercadas, para evitar acidentes com pessoas ou animais. Será aposta placa indicativa
informando a situação legal da atividade junto aos órgãos licenciadores.

Durante a operação da lavra, os trabalhadores deverão usar equipamentos de proteção individual (luvas,
botas, capacetes e óculos de proteção). O pessoal que irá trabalhar na perfuração deverá utilizar
permanentemente protetor auricular e máscara contra poeiras.

Na utilização de explosivos serão adotadas as seguintes recomendações técnicas: evitar o uso do pré-
fissuramento; evitar detonar furos de levante; adotar retardos entre carreiras compatíveis com a freqüência de
vibração; evitar detonar explosivos não confinados; detonações limitadas a horários pré-determinados, os
quais devem ser notificados à população; antes do início das detonações será efetuada, pelo técnico
responsável pelo fogo, a retirada de todo o pessoal da área de risco, interdição da estrada de acesso à frente
de desmonte e emissão de sinais de alerta, através de sirene, como forma de avisar quanto ao horário das
detonações; após as detonações a área será inspecionada para posterior liberação às operações de
marroamento e carregamento; será evitado o uso de fogo secundário, sendo recomendável que a
fragmentação de blocos seja feita através de métodos mecânicos e será terminantemente proibido deixar
furos carregados de um dia para o outro. As áreas e as instalações de risco potencial, assim como as frentes
de lavra, deverão permanecer adequadamente protegidas e sinalizadas, devendo ser estabelecido um
perímetro de segurança no entorno da pedreira.

Caberá à empreiteira fazer cumprir as determinações contidas no Código de Mineração, na Consolidação das
Leis do Trabalho e nos demais dispositivos vigentes no País, no que se refere às condições de trabalho dos
operários durante a utilização de equipamentos pesados.

f) Manuseio de explosivos

Deverão ser observadas as normas de armazenagem de explosivos estabelecidas pelo Ministério do Exército,
ou seja: os depósitos deverão ser localizados em terrenos firmes, secos, a salvo de inundações e não sujeitos
a mudanças freqüentes de temperaturas ou a fortes ventos; deverá ser mantida uma faixa de terreno limpo,
com largura de 20 (vinte) metros em torno do depósito; a armazenagem de pólvora, dinamites e estopins
deverá ser feita em depósitos separados, desprovidos de instalação de energia elétrica.

As medidas de controle de acidentes a serem efetuadas envolvem: a manutenção periódica do depósito de


explosivos; o controle da entrada e saída de explosivos, devendo ter acesso ao depósito somente o pessoal
autorizado pela empresa; o manuseio de explosivos deverá ser feito sob inspeção de técnico habilitado,
devendo-se tomar precauções para o seu transporte até a frente de desmonte, evitando choques,
empilhamento e mistura de materiais como explosivos e acessórios; retorno imediato dos explosivos não
utilizados ao depósito e destruição de forma adequada dos explosivos comprometidos em seu estado de
conservação.

g) Transporte de Materiais

Durante o transporte dos materiais até a área das obras ou até os depósitos de estocagem de solo fértil e bota-
foras, atenção especial deverá ser dada às estradas de serviço, procurando controlar a velocidade dos veículos
e não ultrapassar a carga máxima permitida por carrada. As estradas de serviços receberão sinalização
convencional de trânsito e será alvo de recuperação dos trechos deteriorados. Os veículos utilizados terão sua
velocidade controlada e será efetuado periodicamente o controle da manutenção e regulagem dos caminhões
como forma de evitar a ocorrência de acidentes, bem como emissões abusivas de ruídos e gases.

h) Drenagem Superficial das Áreas de Lavra

Os trabalhos de drenagem superficial das áreas a serem exploradas se farão necessários somente se a
operação ocorrer durante o período chuvoso, como forma de evitar o alagamento das áreas de lavra. Nas
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jazidas de solo serão abertas valetas de drenagem no entorno da área de exploração e a área de lavra deverá
ter a superfície do terreno inclinada, possibilitando a acumulação da água em apenas um setor, sendo
construídas valetas longitudinais para condução das águas pluviais.

As pilhas de bota-fora e de estoque de solo fértil deverão ser protegidas, tanto em suas bases como na
superfície. Deverão ser colocados, na base das pilhas, troncos de madeiras, devendo as mesmas ser
recobertas com restolhos vegetais, evitando-se, dessa forma, o carreamento e transporte de sedimentos. Na
área de exploração de areia, locada no leito fluvial, será efetuada a colocação de barreiras para minimizar a
energia de fluxo.

Nas áreas das pedreiras serão implantadas canaletas no entorno da área em exploração, para direcionamento
do fluxo, devendo ser construídas caixas de sedimentação nas extremidades das canaletas, para contenção
dos sedimentos carreáveis das coberturas.

i) Recuperação das Áreas Degradadas

As jazidas de solo locadas dentro da bacia hidráulica não necessitarão de recuperação ambiental, já que serão
submersas, devendo apenas ter seus taludes suavizados e os terrenos compactados, para evitar transporte de
sedimentos durante o enchimento do reservatório. Procedimento semelhante será adotado no areal locado no
leito do Barrigas.

Será implantado um sistema de drenagem no entorno dos setores em recuperação, para evitar processos ero-
sivos decorrentes do escoamento superficial, sendo para tanto utilizadas barreiras de contenção ou canaletas
de drenagem. Na parte rochosa, antes do abandono da área, serão removidos os blocos soltos ou sujeitos a
rolamento, bem como os restos de materiais estéreis ou rejeitos. Também deverão ser recolhidos todos os
equipamentos e materiais utilizados durante a exploração.

Para as áreas das jazidas de solo que não serão submersas serão efetuadas, logo após o término da lavra, a
recomposição topográfica das áreas exploradas, com a utilização do material de bota-fora estocado; a
sistematização dos terrenos, os quais deverão ficar com inclinação suavizada em direção à bacia hidráulica; a
compactação do terreno e seu posterior recobrimento com uma camada superficial de solo orgânico. No
início do período chuvoso serão implementadas as operações de reflorestamento das áreas recuperadas
topograficamente.

A composição de espécies para o reflorestamento deverá incluir espécies pioneiras (de crescimento rápido),
espécies leguminosas e frutíferas, sendo as mudas transportadas para a área na idade ideal para o plantio.

Após o plantio, será necessário fazer o acompanhamento do crescimento das plantas, com a aplicação de
tratos culturais como eliminação de ervas daninhas, combate a formigas, etc., e a execução de replantio de
mudas, caso se faça necessário.

Cronograma de implantação: as medidas de controle da atividade minerária deverão ser implementadas


durante todo o período de implantação e operação das áreas de lavras, enquanto que as medidas de
recuperação das áreas degradadas por esta atividade deverão ser implementadas logo após o término da
lavra. Para detalhes do período de implementação previsto, ver Tabela 7.1 (Capítulo 7).

3.2 – PLANO DE IDENTIFICAÇÃO E RESGATE DOS PATRIMÔNIOS ARQUEOLÓGICO E PALEONTOLÓGICO

3.2.1 - Objetivos

O Plano de Identificação e Resgate dos Patrimônios Arqueológico e Paleontológico tem como objetivo,
localizar, identificar e, eventualmente, proceder ao salvamento de fósseis de animais pré-históricos ou de
testemunhos de grupos sociais que ocuparam o território cearense e que possam vir a ser afetados pela
implantação das obras da Barragem Umari.

3.2.2 - Ações Estratégicas a Serem Desenvolvidas

Qualquer empreendimento potencialmente causador de dano aos patrimônios arqueológico e paleontológico


brasileiros deverá, obrigatoriamente, ser precedido de um projeto de levantamento e resgate arqueológico e
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paleontológico, o que deve ser devidamente autorizado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Tal autorização é emitida diretamente para um arqueólogo, que fica encarregado da
coordenação do projeto, sendo o responsável por sua execução, junto ao IPHAN. Dentre as exigências do
IPHAN para autorizar a execução do projeto arqueológico, figuram:
− O apoio oficial de uma instituição acadêmica ou científica, que deverá assegurar a necessária
estrutura laboratorial para as análises dos materiais, pela guarda e pela cura;
− A comprovação de que o empreendedor arcará com os custos financeiros do projeto;
− A elaboração de um projeto de pesquisa, em conformidade com os padrões científicos estabeleci-
dos para projetos de arqueologia/paleontologia.

Assim sendo, serão desenvolvidos, pela SRH, dois projetos distintos e subseqüentes na sua implementação,
sob a responsabilidade de pesquisadores e instituições aprovados pelo IPHAN:
− Projeto de Prospecção Sistemática, com intervenção no subsolo, prévio às obras, contemplando
áreas com potencial de ocorrência de sítios arqueológicos e paleontológicos, objetivando
identificar áreas e definir medidas a serem adotadas para esses sítios, seja desvio das obras,
salvamento ou pesquisa;
− Projeto de Resgate Arqueológico, compensando a perda física desses sítios pela produção de
conhecimento científico e sua incorporação à memória nacional, realizado anterior ou concomi-
tantemente às obras.

Além da execução destes Projetos, foi previsto o acompanhamento da obra por um arqueólogo (contratado
pela empresa Supervisora da obra), autorizado pelo IPHAN, que procederá ao registro e eventual resgate dos
sítios porventura encontrados.

Desta forma, o referido programa será composto por três etapas básicas:
− Prospecção Arqueológica: nessa etapa, as instituições contratadas e especialistas responsáveis
elaborarão um trabalho preparatório de campo, construindo um quadro de referência arqueológica
da região, e preparando mapeamentos e imagens. No trabalho de campo, serão executadas
entrevistas, destinadas a identificar testemunhos de patrimônio, e realizadas prospecções
sistemáticas, com intervenção no subsolo. Os sítios eventualmente identificados serão sinalizados
com placas, receberão uma nomenclatura e serão classificados, assim como os materiais
recolhidos. Tais materiais, após a curadoria, serão incorporados às coleções científicas das
instituições conveniadas. Os relatórios finais de pesquisa elaborados serão encaminhados ao
IPHAN, com recomendações para desvio da obra, salvamento ou pesquisa;
− Acompanhamento das Obras: os trabalhos de execução das obras serão acompanhados por um
arqueólogo, autorizado pelo IPHAN, que procederá ao registro e resgate de sítios eventualmente
encontrados. Nesse caso, foi previsto o salvamento dos sítios, pela equipe de especialistas que
realizaram as prospecções;
− Resgate Arqueológico: no caso da identificação de sítios, na etapa de prospecção ou de obras,
será procedido o seu resgate e a eventual pesquisa arqueológica integral do mesmo. Após o
salvamento, será feita a curadoria do material recolhido, que será incorporado à coleção científica
da instituição responsável, e será elaborado relatório para encaminhamento ao IPHAN.

Cronograma de Implantação: se prevê que as prospecções arqueológicas sejam efetuadas com uma
antecedência de 3 meses em relação ao início das obras nos diversos trechos.

3.3 – PLANO DE DESMATAMENTO RACIONAL DA ÁREA DA BACIA HIDRÁULICA DO RESERVATÓRIO / PLANO DE MANEJO DA
FAUNA

3.3.1 - Objetivos
Objetiva o desmatamento da área da bacia hidráulica do reservatório como forma de garantir a manutenção
da qualidade da água a ser represada. Permitirá, ainda, a preservação do patrimônio genético da flora e o
salvamento e condução da fauna para locais de refúgio, reduzindo a intensidade dos impactos sobre o bioma.

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Além disso, promoverá o aproveitamento econômico dos sub-produtos gerados pelo desmatamento (mel,
lenha, mourões, etc.) e a proteção do contingente obreiro engajado nesta operação e da população
circunvizinha contra o ataque de animais, principalmente os peçonhentos.

Quanto a área a ser desmatada, a bacia hidráulica da Barragem Umari engloba uma área aproximada de
738,28ha na cota do nível d’água máximo normal (cota 310,0 m), a qual deverá serr alvo de desmatamento.
Estima-se, no entanto, que as áreas com cobertura vegetal degradada pela ação antropica atinjam cerca de
20,0 % da área a ser submersa, fazendo com que seja necessário desmatar apenas 590,62há.

3.3.2 - Ações Estratégicas a Serem Implementadas

a) Elaboração de Inventário Florístico e Faunístico

Para a concepção do projeto de desmatamento da área da bacia hidráulica do reservatório será elaborado um
inventário florístico e faunístico da área, visando, não só a identificação e caracterização destes recursos,
como a verificação da necessidade de adoção de medidas que minimizem os impactos potenciais incidentes
sobre estes.

Para tanto, serão executadas as seguintes tarefas: identificação das tipologias vegetais presentes na área da
bacia hidráulica da barragem; análise fitossociológica da composição florística da área da bacia hidráulica,
visando subsidiar a estimativa do estoque madeireiro a ser gerado pela operação de desmatamento;
identificação das áreas de reservas ecológicas e unidades de conservação presentes na região, que podem
servir de refúgio para a fauna e identificação das espécies da fauna, definindo as espécies de maior
importância ecológica no que diz respeito aos seus hábitos, fontes de nutrição e interações com o meio
natural.

b) Seleção e Coleta de Material Botânico

Durante os levantamentos de campos pertinentes a execução do inventário florístico será efetuada coletas
amostras de espécies da flora para após a sua desidratação e identificação taxonômica e montagem das
exsicatas serem incorporados ao Herbário Prisco Bezerra da Universidade Federal do Ceará.

c) Demarcação das Áreas para o Desmatamento

A área a ser desmatada encontra-se delimitada pela cota normal de operação da Barragem Umari (310,0m),
ou seja, o desmatamento será realizado apenas dentro da bacia hidráulica do reservatório. Ressalta-se, no
entanto, que devem ser resguardadas áreas visando criar e posteriormente proteger o habitat
paludícola/aquático para a ictiofauna e demais comunidades lacustres. Será preservada, ainda, a faixa de
proteção do reservatório, faixa marginal de 100,0 m, medidos horizontalmente a partir da cota de máxima
inundação, conforme estabelece o Código Florestal (Lei nº 4.771/65, alterada pelas Leis nº 7.803/89 e n o
7.893/96 e pela Medida Provisória no 2.166-67/2000) e a Resolução CONAMA nº 302/2002.

A delimitação da bacia hidráulica e da faixa de proteção em campo será feita através de levantamento
topográfico, sendo o limite entre estas, devidamente sinalizado para evitar a degradação da cobertura vegetal
da faixa de proteção do reservatório. O desmatamento será efetuado de forma modulada, de modo que a área
deverá ser compartimentada em setores, sendo estabelecidos corredores de escape entre estes setores. A
definição dos setores deverá ter como parâmetro os eixos de drenagem.

d) Estabelecimento de Corredores de Escape da Fauna

À medida que as frentes de serviços forem avançando, serão formados corredores de escape, que permitam a
fuga da fauna para áreas de refúgio, os quais só deverão ser eliminados após a conclusão dos trabalhos de
desmatamento nas diversas áreas. A largura dos corredores de escape deve ser de, no mínimo 15 m,
facilitando, assim, o livre trânsito da fauna de maior porte e mais arisca. A população nativa e os
trabalhadores engajados na operação de desmatamento serão alertados para o fato dos corredores de escape
constituírem áreas proibidas ao trânsito de pessoas, pois os animais acuados poderão provocar acidentes.
Além disso, deverá ser estabelecida uma fiscalização que proíba a caça durante os trabalhos de
desmatamentos.

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e) Definição dos Métodos de Desmatamento

Para definição dos métodos de desmatamento e dos tipos de equipamentos a serem utilizados, serão
consideradas as características das tipologias vegetais presentes na área a ser desmatada, considerando
densidade da vegetação, diâmetro dos troncos das árvores, tipos de madeiras - duras ou moles, quantidade de
árvores por hectares, etc., além de fatores negativos que afetam a capacidade de trabalho das máquinas, tais
como topografia, tipo de solo, condições climáticas, presença de pedras, afloramentos rochosos, etc.

O desmatamento da área inundável será realizado durante a época de estiagem, quando haverá maior
disponibilidade de mão-de-obra para sua execução, resultando no aumento de empregos temporários,
beneficiando o setor de serviços e melhorando o grau de aceitação social do projeto, principalmente no caso
da utilização do processo manual.

f) Aproveitamento dos Recursos Florestais

Os recursos florestais existentes na área da bacia hidráulica do reservatório poderão ser avaliados através dos
resultados obtidos pelo inventário florístico. Seu aproveitamento será efetivado sob as seguintes
recomendações:
− Ação direta dos órgãos envolvidos, no sentido de se aproveitarem os recursos madeireiros em
obras públicas de âmbito social ou mesmo nas obras de reassentamento da população deslocada;
− Concessão de franquia à população, para a exploração de lenha e de tipos vegetais úteis à
medicina caseira, como forma de proporcionar o estímulo ao replantio e/ou cultivo dos representantes mais
utilizados;
− Espécies medicinais identificadas como raras deverão ser, na medida do possível, replantadas em
locais apropriados no interior da área de preservação permanente.
Deverá ser efetuada, ainda, uma análise de mercado para comercialização dos produtos florestais gerados,
levando em conta a existência na região de indústrias que utilizam lenha como combustível (padarias, casa
de farinha, cerâmicas).

g) Manejo da Fauna

O manejo da fauna deverá ser executado por equipe técnica especializada, contratada pela Empreiteira,
podendo ser engajado nesta atividade as seguintes instituições de pesquisa: Núcleo de Ensino e Pesquisa em
Ciência (NEPC), Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), ambos vinculados à Universidade Estadual do
Ceará (UECE), Departamento de Biologia e Laboratório Regional de Ofiologia de Fortaleza (LAROF),
pertencentes à Universidade Federal do Ceará (UFC).

No resgate da mastofauna a captura será feita através de redes e armadilhas, tendo-se o cuidado para que não
ocorram ferimentos. Filhotes órfãos ou indivíduos com traumatismo serão encaminhados ao IBAMA. O
transporte deverá ser feito em caixas apropriadas, até as áreas de proteção, adotando-se o cuidado de não
transportar animais de espécies diferentes na mesma caixa e observando-se a quantidade adequada de
indivíduos por caixa.

No salvamento da avifauna serão utilizadas na captura redes de neblina e alçapões. Para o transporte será
adotado o uso sacos de algodão, sendo as aves capturadas sem condições de sobrevivência em seus habitat
encaminhadas ao IBAMA. No salvamento de répteis a captura de serpentes será feita usando-se laço ou
ganchos adequados, sendo o transporte efetuado em caixas. Pequenos lagartos e anfíbios serão coletados com
as mãos e transportados em sacos de pano. O manejo de espécies peçonhentas será feito sob a orientação de
técnico especializado. Já a captura de artrópodes e pequenos invertebrados será efetuada com o uso de
pinças, sendo estes acondicionados em vidros de boca larga com tampa rosqueada.

h) Proteção Contra Acidentes

Durante a operação de desmatamento os trabalhadores e a comunidade local ficarão expostos a acidentes,


principalmente com mamíferos, animais peçonhentos, abelhas e vespas. Assim sendo, medidas que previnam
estes acidentes serão adotadas durante a execução dos trabalhos. A equipe engajada no resgate da fauna
receberá treinamento sobre identificação e técnicas de capturas de animais, especialmente dos peçonhentos,
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além de estarem adequadamente trajados com botas e luvas de cano longo feitas de couro ou de outro
material resistente. Comporão a equipe, indivíduos treinados na prestação de primeiros socorros.

A empresa responsável pela execução do desmatamento deverá manter contato com a Unidade de Saúde
mais próxima do local das obras, para fins de provisão de medicamentos e soro, e manter no canteiro de
obras uma mini-unidade de saúde para atendimento preliminar aos casos de acidentes, devendo contar com
um profissional capacitado para este fim. O local deverá ser equipado com medicamentos necessários aos
primeiros socorros e ter estoques de soros específicos, usados nos casos de envenenamento por serpentes,
aranhas e escorpiões. Deverá ser realizado um trabalho de esclarecimento da população local sobre medidas
de prevenção de acidentes com animais peçonhentos, com distribuição de cartazes e folhetos explicativos.

Cronograma de Implantação: A NUCAM/COINF/SRH elaborará as Especificações Técnicas ou


Detalhamento do Plano de Desmatamento Racional e Manejo da Fauna da área a ser inundada pela Bacia
Hidráulica do Açude Umari. O desmatamento será executado pela Empreiteira devendo ser iniciado a partir
do eixo da barragem seguindo o cronograma de desapropriação tendo sido previsto um prazo de 90 a 120
dias para a sua execução, sendo que apenas os 15 últimos dias podem coincidir com o início do enchimento
do reservatório. O manejo/resgate da fauna deve ser iniciado com pelo menos uma semana de antecedência
do desmatamento, passando, em seguida, os dois processos a serem executados concomitantemente.

3.4 – PLANO DE REMOÇÃO / RELOCAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE NA ÁREA DA BACIA HIDRÁULICA

3.4.1 - Objetivos

Visa a preservação da qualidade da água represada através da eliminação de fatores potencialmente poluentes
existentes na área da bacia hidráulica do reservatório (pocilgas, currais, fossas, etc.), bem como de
edificações e infra-estruturas (cercas) que possam prejudicar a reaeração das águas represadas, além de
constituir obstáculos ao desenvolvimento da pesca, de atividades de recreação e à navegação.

3.4. 2 - Ações Estratégicas a Serem Adotadas

Inicialmente os componentes da infra-estrutura pública e privada existentes na bacia hidráulica da Barragem


Umari a serem removidos e/ou receberem tratamento adequado serão quantificados a partir dos dados
levantados cadastral efetuado. Como forma de estimular o reaproveitamento de materiais reutilizáveis, tais
como tijolos, telhas, mourões, arames farpados, etc. será dado um prazo a população para que esta efetue a
retirada da área da bacia hidráulica deste material, sendo iniciada a operação de limpeza da área da bacia
hidráulica pela Empreiteira só após o término deste prazo.

Com base nos dados do cadastro e da pesquisa de campo, serão então adotadas as seguintes medidas: (i)
demolição de todas as edificações (habitações, cercas, etc.) e remoção do entulho para fora da área a ser
inundada. O material reutilizável será separado e os materiais restantes, não combustíveis, serão enterrados a
uma profundidade mínima de um metro; (ii) as fossas serão esgotadas, sendo o lodo transportado para outros
locais. O tratamento desse lodo poderá ser feito com a simples adição de cal hidratada e posterior
aterramento com material argiloso; (iii) os detritos de hortas, pocilgas, currais, etc., deverão ser removidos
para cavas abertas, contendo cal hidratada e em seguida recobertos com material argiloso; (iv) o lixo
doméstico, quando combustível, deverá ser recolhido e incinerado, sendo o material resultante da queima,
posteriormente enterrado em solo argiloso, de modo que o local fique impermeabilizado e (v) os .

Quanto à relocação das infra-estruturas de uso público atingidas, a SRH prevê no âmbito do Projeto de
Reassentamento da População Desalojada a relocação da escola para a área da agrovila a ser construída e a
implantação de uma estrada contornando toda a bacia hidráulica do reservatório, como forma de eliminar os
problemas causados pela submersão das estradas carroçáveis que permitiam o acesso as propriedades rurais.
Para desativação da rede elétrica de baixa tensão que será submersa será contatada a COELCE, sendo
analisado por esta se haverá necessidade ou não de relocação de trechos de rede elétrica.

Cronograma de Implementação: a remoção da infra-estrutura será executada à medida que os trabalhos de


desmatamento forem avançando, fazendo uso, sempre que possível, da mão-de-obra local. Compete à
Empreiteira os trabalhos de remoção da infra-estrutura existente na bacia hidráulica, devendo a SRH
fiscalizar o andamento do serviço.

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3.5 − PROGRAMA DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL (ETAPA CONSTRUÇÃO)

3.5.1 - Objetivos

O Programa de Educação Ambiental preconizado tem como objetivo geral incentivar a inclusão e o
fortalecimento da dimensão ambiental no processo educativo, de modo a prevenir e minorar os impactos
adversos incidentes sobre o meio ambiente, contribuindo em especial para a preservação da qualidade da
água a ser represada na futura Barragem Umari e para a melhoria da qualidade de vida da população do
núcleo urbano beneficiado pelo projeto do sistema adutor. Promover, também, a gestão dos recursos hídricos
na área de influência da Barragem Umari, uma vez que estimula o desenvolvimento sustentável das
atividades econômicas permitindo o uso racional e a preservação da água.

Nesse sentido, o programa visa conscientizar os gestores municipais para a importância da integração dos
municípios no processo de gestão da bacia hidrográfica contribuinte através da formação de um consórcio
intermunicipal e da participação no comitê de bacia. Outro aspecto relevante consiste em contribuir para a
formação de políticas públicas de cunho ambiental, que promovam a conscientização da sociedade em geral
quanto aos problemas relacionados à gestão, conservação e proteção dos recursos hídricos, além de despertar
compromissos de controle social de modo a ampliar a eficiência e a longevidade dos resultados finalísticos
do empreendimento em termos de melhoria na qualidade de vida da população.

O programa visa, ainda, implementar um ciclo de ações interativas envolvendo a comunidade, a escola e o
aparato institucional (comitê de bacia, prefeituras municipais e outros órgãos públicos), de modo que a área
de influência da Barragem Umari disponha de um programa com características integradoras, que tenha na
escola um pólo de aglutinação de ações estratégicas com o objetivo de formar, construir e somar valores,
dinâmicas e atitudes pró-sustentabilidade. Dentre os objetivos específicos a serem atingidos pelo Programa
de Educação Ambiental proposto figuram:
− Difundir princípios e técnicas sobre preservação ambiental junto à comunidade local, agentes
econômicos (agricultores, pecuaristas, industriais, etc.), classe estudantil, etc;
− Capacitar os recursos humanos das instituições locais (professores, extensionistas, agentes de
saúde, etc.) para a difusão de princípios e técnicas de preservação e conservação dos recursos
naturais no seu ambiente de trabalho, como parte do exercício da cidadania local;
− Estimular a formação de um grupo de multiplicadores local em educação ambiental e sanitária,
nos nível formal e não formal que repasse permanentemente para população noções sobre
medidas preservacionistas;
− Sensibilizar os gestores municipais para a necessidade de formação de um consórcio municipal
para o gerenciamento, difusão e execução de ações preservacionistas no território da bacia de
contribuição da Barragem Umari;
− Mobilizar instituições formais de educação básica para o apoio ao programa de educação
ambiental através do envolvimento da comunidade estudantil e lideranças comunitárias;
− Envolver organizações sociais locais como espaços privilegiados para o exercício da cidadania e
melhoria da qualidade ambiental;
− Contribuir para a conservação dos recursos hídricos, em termos quantitativos e qualitativos,
através do estímulo ao reflorestamento das matas ciliares do riacho Barrigas e tributários nos
trechos degradados na área da bacia de contribuição da Barragem Umari;
− Propor medidas alternativas para a eliminação ou minimização dos problemas ambientais
identificados na região;
− Efetuar a avaliação da implementação do programa ao final de cada etapa e após a sua conclusão,
apresentando sugestões para correção e aperfeiçoamento das atividades ou encaminhamentos
propostos.

3.5.2 - Área de Abrangência da Aplicação do Programa

Para a Barragem Umari a área de abrangência do PEA engloba o território da sua bacia de contribuição, além
da sede do município de Madalena beneficiada com o reforço no suprimento do seu sistema de
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abastecimento d’água através do sistema adutor a ser implantado. O referido reservatório barra o riacho
Barrigas na região denominada Salgadinho, com a área da bacia hidrográfica contribuinte englobando terras
dos municípios de Madalena e Itatira

3.5..3 - Público-Alvo

A definição do público-alvo do programa deverá ter como base um diagnóstico das condições sócio-
econômicas e ambientais vigentes no território da área de abrangência do estudo. Deverá envolver diferentes
grupos sociais abrangendo além da população residente nas sedes municipais e nas comunidades rurais,
lideranças comunitárias; os agentes econômicos aí atuantes (agricultores, pecuaristas, silvicultores,
industriais, etc.); professores e a classe estudantil; organizações da sociedade civil atuantes na região, agentes
de saúde, extensionistas rurais e a administração pública municipal, entre outros.

3.5.4 - Ações Estratégicas a Serem Desenvolvidas

a) Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental da Área de Abrangência do Programa

Será elaborado um diagnóstico das condições socioeconômicas e ambientais vigentes no território da área de
abrangência do programa, sendo dada especial ênfase às questões vinculadas à identificação das degradações
ambientais incidentes sobre o riacho Barrigas e tributários, com destaque para a degradação das matas
ciliares, potenciais fontes de poluição hídrica, bem como para identificação das formas de trânsito das
informações na região e lideranças formais e informais aí atuantes. As informações coletadas permitirão a
identificação dos principais problemas ambientais vigentes na região, além de fornecer subsídios para a
elaboração de propostas para o desenvolvimento do Programa de Educação Ambiental.

b) Estabelecimento de Parcerias

No desenvolvimento do Programa de Educação Ambiental a ser proposto será levado em conta o


estabelecimento de parcerias, envolvendo não só a própria comunidade, as instituições e os atores sociais
atuantes na região alvo do programa, como também o engajamento de órgãos governamentais e instituições
da iniciativa privada e da sociedade civil, cujas participações sejam importantes na execução das ações
propostas.

c) Elaboração de Material Didático

Objetivando divulgar os objetivos e metas preconizadas pelo Programa de Educação Ambiental, bem como
referendar os trabalhos a serem desenvolvidos pela equipe de mobilização social serão elaborados diversos
materiais didáticos (cartilhas educativas, folder, boletins informativos, etc.) para serem distribuídos junto aos
diferentes públicos alvos.

d) Mobilização Social

O trabalho de mobilização social visa inicialmente a identificação da figura de reeditores (agentes


multiplicadores) que, em seu campo de atuação, possam contribuir para aprofundar e viabilizar as metas a
que se propõe o Programa de Educação Ambiental proposto. Outro papel a ser desenvolvido pela equipe de
mobilização social será o incentivo a participação ativa da comunidade em geral, lideranças comunitárias,
agentes econômicos locais, classe estudantil e órgãos públicos nos eventos e atividades programadas no
âmbito do Programa (palestras, oficinas, cursos, etc.), através de contatos pessoais e da distribuição de
convites.

e) Sistema de Informação, Comunicação e Mídia

Como o processo de mobilização social requer um projeto de comunicação em sua estruturação, serão
articuladas campanhas de informativas que terão como meta a divulgação dos objetivos, das ações
desenvolvidas, dos eventos a serem ministrados no âmbito do programa, etc. Para tanto serão utilizados
meios de comunicação radiofônicos, cartazes, distribuição de material impresso, etc.

f) Realização de Seminários, Palestras e Reuniões com Grupos Formais e Informais

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Serão realizados seminários, palestras e reuniões com grupos formais e não formais visando a divulgação dos
objetivos e metas do programa proposto, além da transferência de conhecimento para a população local sobre
os problemas ambientais vigentes na região, em especial sobre a problemática da degradação do Umari e
tributários, especificando causas, conseqüências e medidas mitigadoras passíveis de serem adotadas,
capacitando-a para exercer seu papel no controle da gestão ambiental. O número de seminários, reuniões e
palestras a ser executado será definido após a execução do diagnóstico das condições socioeconômicas e
ambientais da área de abrangência do estudo e definição do público-alvo do programa.

g) Capacitação de Professores e Multiplicadores Ambientais

Serão executados 04 (quatro) cursos de capacitação (sendo dois na zona rural e dois na zona urbana)
objetivando a formação de agentes multiplicadores, devendo ter como público-alvo professores e reeditores
identificados pela equipe de mobilização social na região. Os cursos deverão ter uma duração de 80
horas/aula, sendo sub-divididos em dois módulos de 40 horas/aula cada. O número de cursos a ser executado
será definido após a execução do diagnóstico das condições socioeconômicas e ambientais da área de
abrangência do estudo e da definição do público-alvo do programa.

h) Avaliação do Programa de Educação Ambiental

Visando avaliar os resultados do Programa de Educação Ambiental implementado será efetuada uma
avaliação, tendo como base relatórios de campo, questionários aplicados junto à população, planilhas e
formulários a serem preenchidos pela equipe técnica e mobilizadores, onde serão analisados fatores como
aprendizado do conteúdo técnico, mudanças de valores sócio-culturais, consolidação de grupos de
mobilizadores, adesão e participação das instituições parceiras locais, fortalecimento do Comitê de Bacia e
uso racional dos recursos naturais, entre outros.

Cronograma de Execução: prevê-se que o desencadeamento das atividades concernentes a elaboração e


implementação do Programa de Educação Ambiental se dará durante todo o período de construção da
barragem.

3.6 − PLANO DE REVEGETAÇÃO/ENRIQUECIMENTO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


–APP DO RESERVATÓRIO (ETAPA OBRAS)

Em atendimento à legislação ambiental vigente (Lei N 4771/65 alterada pelas Leis N 7803/89 N 7893/96 e
Medida Provisória N 2166-67/2000 do Código Florestal Resolução CONAMA Nº 302 de 20/03/2002), a
SRH deverá desapropriar 100 m em projeção horizontal a partir da cota máxima de operação do reservatório
denominada Área de Preservação Permanente – APP do açude, a faixa de proteção periférica do reservatório
visa impedir atividades prejudiciais em suas margens servindo de anteparo ao carreamento de solos, resíduos
sólidos e poluentes, o que evitará o processo de assoreamento contribuindo para a conservação da qualidade
da água represada, a manutenção da composição florística da região e consequentemente o refugio e o abrigo
da fauna local. Na fase de construção da barragem a empreiteira supervisionada pela
SRH/SOHIDRA/SUPERVISORA, deverá:

- Demarcar a poligonal de desapropriação/contorno e Área de Preservação Permanente-APP do açude


através de colocação de marcos de cimentos antes do inicio das obras de modo que os proprietários tenham o
referencial para cercar suas áreas remanescentes;

- Tomar os cuidados necessários fiscalizando as ações predatórias quanto a ocupações,


desmatamentos, queimadas e caça na área;

- No sentido de promover o enriquecimento da cobertura vegetal da Área de Preservação Permanente-


APP do açude, reflorestar o equivalente a 44,12Ha, através do plantio de mudas de espécies nativas e/ou
exóticas adaptadas constantes no levantamento da composição florística contido no EIA/RIMA.

- A revegetação deverá ser realizada prioritàriamente nas margens dos córregos e dos talhões com
maior nível de degradação da caatinga a serem identificadas pelo Monitor de Campo apoiado pelo setor de
topografia da empreiteira.

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3. 7 − COMPENSAÇÃO AMBIENTAL EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

O Empreendimento foi enquadrado na legislação ambiental que determina a aplicação de recursos de


compensação ambiental em Unidades de Conservação (UC) novas ou existentes. Foi decidido junto à
SEMACE que esta aplicação de recursos se dará em UC existente. O Plano de Compensação Ambiental em
Unidades de Conservação, que definirá a UC a ser fortalecida e o detalhamento das ações a serem apoiadas,
não está detalhado neste documento, visto que será elaborado pelo Órgão Ambiental competente, a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) e, mais especificamente, através da Câmara de
Compensação Ambiental, compostas por representantes a SEMACE, seguindo o
Art. 32 do Decreto 4.340/2003 que regulamenta da Lei do SNUC nº 9.985, de
2000. Esta Superintendência determinou na Licença de Instalação do Empreendimento, concedida em
Julho de 2007, que a SRH assine junto à Coordenadoria Jurídica da SEMACE, antes do início das obras, um
Termo de Compromisso visando destinar o percentual de aproximadamente 0.5% do valor global do
empreendimento para fazer face à reparação dos danos causados ao meio ambiente pela implantação do
projeto. A minuta do referido Termo de Compromisso está sendo elaborada e negociada com a SEMACE, de
forma a garantir que a efetivação antes do início das obras previsto para julho de 2008. Cumpre ressaltar que
Termo seguirá os critérios de definição da UC e de aplicação de recursos da compensação
ambiental nas unidades de conservação estabelecidos no Artigo 33 do
Decreto 4.340/2003.

3.8. - PLANO DE REASSENTAMENTO DA POPULAÇÃO

A implantação da Barragem Umari resultará na desapropriação total ou parcial de 114 propriedades rurais,
resultando na relocação de 140 famílias. O Projeto de Reassentamento da População Desalojada foi
elaborado, em meados de 2004, pelo Consórcio Montegomery Watson/Engesoft, sob a supervisão do
NUREA - Núcleo de Reassentamento da SRH.

O desenvolvimento dos estudos foi pautado nas especificações técnicas preconizadas no Manual Operativo
de Reassentamento da Secretaria dos Recursos Hídricos – SRH e nas Diretrizes de Reassentamento do World
Bank. Foi efetuada uma avaliação sócio-econômica da área a ser área afetada pela construção da barragem, a
qual forneceu a base para as definições das medidas e procedimentos operativos a serem adotados pela SRH,
considerando cada família afetada individualmente, cumprindo desta forma os objetivos da Política de
Reassentamento do Estado.

O projeto elaborado contemplou a execução da caracterização sócio-econômica da população residente nas


propriedades que serão total ou parcialmente submersas pela formação do futuro reservatório, os critérios de
reassentamento preconizados pela SRH, as alternativas de reassentamento estudadas para os diferentes
grupos populacionais existentes na área englobada pelo empreendimento, a identificação e seleção da área
para reassentamento, os termos de opção de reassentamento, o projeto urbanístico da agrovila, o plano de
desenvolvimento de atividades econômicas, além de planos de ações complementares (programa de
treinamento e capacitação, programa de assistência técnica, plano de gestão da agrovila, etc.). Recentemente
o Projeto de Reassentamento da População Desalojada pela implantação da Barragem Umari foi alvo de uma
atualização efetuada pelo NUREA, estando todos os procedimentos efetuados tratados no relatório específico
elaborado por este setor.

4 – PLANOS DE MITIGAÇÃO AMBIENTAL NA ETAPA DE OPERAÇÃO

4.1- PLANO DE PEIXAMENTO DO RESERVATÓRIO

4.1.1- Objetivos

O programa de peixamento proposto para a Barragem Umari visa não só a adaptação das espécies nativas da
bacia do Barrigas às condições lênticas do reservatório, como evitar a depleção dos estoques pesqueiros,
permitindo o desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira no lago formado pelo enchimento do
reservatório.

4.1.2 - Ações Estratégicas a Serem Implementadas

- 28 -
O Governo do Estado através da Coordenadoria de Desenvolvimento da Pesca da Secretaria de
Desenvolvimento Agrário desenvolve ação sistemática de Peixamento dos reservatórios públicos em
operação pela COGERH no Estado do Ceará. A SRH durante a fase de enchimento do açude Umari deverá
articular-se com a SDA para em parceria com a COGERH implantar o Plano de Peixamento e assim
promover o desenvolvimento sustentável da pesca e piscicultura beneficiando a população do Município de
Madalena. O detalhamento do Plano ficará a cargo da SDA/COGERH/SRH e deverá contemplar os seguintes
critérios: posição na cadeia trófica, potencial reprodutivo das espécies, produtividade da biomassa, facilidade
de manejo, fonte protéica e energética, palatabilidade e boa aceitação comercial. Cumpre ressaltar
que não serão utilizadas espécies que podem ter impacto negativo na fauna
aquática local, como espécies carnívoras de topo de cadeia (tais como o
tucunaré, que inclusive é exótico) já que elas não estão presentes no
meio ambiente natural. Isto porque o objetivo principal do peixamento é a
manutenção da ictiofauna, e o segundo é a pesca para uso da população

No projeto de peixamento serão devidamente quantificados os investimentos requeridos para o


desenvolvimento da atividade pesqueira no reservatório, bem como a receita a ser gerada na ocasião da
estabilização do programa de peixamento e os custos operacionais (alevinos para repovoamento, sal, gelo,
etc.) a serem incorridos anualmente. Será, também, estimado o número de pescadores que poderão ser
engajados no desenvolvimento da atividade pesqueira e a renda média mensal a ser obtida por estes. Os
investimentos, representados pela implantação de um entreposto de pesca, pela aquisição de alevinos para o
povoamento inicial do reservatório e de equipamentos e materiais de pesca (balanças, redes de espera, redes
sardinheira, espinhéis, covos, tarrafas, caixas de isopor e canoas a remo), devem ser efetuados ao longo dos 3
primeiros anos após o enchimento do reservatório.

No povoamento inicial do reservatório será adotada a princípio a adaptação das espécies nativas da bacia do
rio Umari às condições lênticas do reservatório. Posteriormente devem ser introduzidas espécies aclimatadas
selecionadas, tendo em vista maior exploração do valor econômico. O repovoamento com espécies que não
se reproduzem no reservatório será realizado a cada 2 anos.

A administração dos recursos pesqueiros do açude ficará sob a responsabilidade da SRH/COGERH, onde
vigorarão as leis e normas referentes à regulamentação da pesca em águas interiores, com vistas à proteção
da ictiofauna. A proibição da pesca na época das cheias, quando ocorre o fenômeno da piracema, e o controle
do tamanho da malha da rede de espera constituem umas das principais normas disciplinares a serem
seguidas na área.

Cronograma de Implantação: O programa de peixamento do açude deverá ser iniciado logo que se complete
o enchimento do lago devendo, em 4 (quatro) anos, no mínimo, estar em plena operação. A pesca comercial,
no entanto, poderá ser iniciada 1 (um) ano após o enchimento do açude.

4.2. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (ETAPA OPERAÇÃO DA BARRAGEM)

A continuidade do Programa de Educação Ambiental iniciado durante a etapa de obra da barragem (sob a
responsabilidade da empresa Supervisora) passará a ser responsabilidade da GOGERH, sendo enquadrado no
programa de educação ambiental existente que a GOGERH realiza nas 10 bacias hidrográficas do Estado.
Este é um programa bem sucedido, que conta com o apoio e participação dos Comitês e Agencias de Bacia e
de atores locais chaves como as prefeituras municipais e ONGs. A proposta de trabalho é criar 30 Comissões
Gestoras de sistemas hídricos estaduais até dezembro de 2010, tendo como critério os açudes construídos
através do Projeto de Urbanização do Estado do Ceará – PROURB, Programa de Integração dos Recursos
Hídricos – PROGERIRH e Subprograma de Desenvolvimento Sustentável dos Recursos Hídricos para o
Semi-árido Brasileiro – PROÁGUA/NACIONAL. O funcionamento destas comissões além da alocação de
água, buscando envolver também a preocupação com a conservação do açude, o ordenamento da pesca, o
controle da qualidade da água, a ocupação irregular das áreas de preservação permanente e pela elaboração
de um plano de ordenamento hidro-ambiental dos reservatórios. Por fim, o ponto básico da missão da
política publica da água tem sido a gestão participativa deste precioso recurso através do fortalecimento dos
Comitês de Bacia e dos colegiados locais de gerenciamento, garantindo-lhe aprimoramento na sua esfera de
atuação, ou seja, garantindo a participação efetiva na analise e na decisão das alocações negociadas de água
nos reservatórios, bem como, na sua discussão, elaboração e adoção dos instrumentos e gestão para a efetiva
- 29 -
democratização do uso e gestão responsável da água e sua interface com o meio ambiente assim todos os
colegiados tem ações de capacitação constantes que procuram levar aos usuários, à sociedade civil e aos
gestores públicos a importância de gerir de forma sustentável este precioso recurso.

- 30 -
4.3 – PROGRAMA DE MANUTENÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DO RESERVATÓRIO

4.3.1 - Objetivos

As obras de engenharia pertinentes a construção de barragens são infra-estruturas projetadas para ter uma
longa vida útil, mas que com demasiada freqüência podem vir a apresentar danos na sua estrutura e mau
funcionamento dos equipamentos hidromecânicos. Assim sendo, o programa de manutenção preconizado
visa manter a integridade do empreendimento, evitando que ocorram danos materiais e prejuízos financeiros,
além de interrupções no suprimento da vazão regularizada.

4.3.2 - Ações Estratégicas a Serem Desenvolvidas

No Estado do Ceará, a COGERH vem executando, desde meados de 1997, o Programa de Manutenção e
Recuperação dos Açudes Estaduais, o qual abrange as fases de levantamento de dados técnicos, diagnóstico,
elaboração e implementação do projeto de recuperação, elaboração de manuais e rotinas operacionais e
capacitação das equipes de campo.

Assim sendo, as atividades de manutenção da Barragem Umari ficarão a cargo desta companhia, que deverá
formular um programa de manutenção, baseado no inventário de todas as obras que precisem de serviços, no
qual serão contempladas as seguintes medidas: fixar o volume de atividades de manutenção a serem
executadas anualmente; estabelecer o melhor ciclo de manutenção para cada tipo de obra; determinar as
necessidades de equipamentos, material de consumo, mão-de-obra e contratação de firmas especializadas
para determinados tipos de serviços; orçamentar e estabelecer as prioridades de manutenção.

Considerando as principais anomalias observadas nos açudes do Estado do Ceará, a COGERH desenvolveu
uma ficha de inspeção para orientar os técnicos no diagnóstico do estado geral da infra-estrutura física das
barragens e equipamentos hidromecânicos, a qual será utilizada no desenvolvimento das atividades de
manutenção da Barragem Umari. Além disso, a COGERH disponibiliza um Diário de Ocorrências na casa de
apoio do reservatório, que, a longo prazo, vai complementar o histórico do açude, além de subsidiar as
atividades de operação e manutenção. Será elaborado, ainda, um dossiê do açude, que ficará disponível no
local da obra e na sede da gerência da bacia, o qual conterá os desenhos de projeto e as principais
características técnicas do açude.

O técnico que inspecionar o açude deve anotar neste diário as impressões e observações sobre as condições
do reservatório, que, se procedentes serão consideradas para acompanhamento e correção. São quatro os
tipos de inspeções que a serem efetuados:

− Inspeção de rotina: a ser executada pelo gerente e pelo agente de inspeção. Visa à manutenção da
barragem e equipamentos e a detecção de anomalias ou mudanças de comportamento que possam sugerir
algum problema no desempenho da barragem. De periodicidade mensal para o período seco e semanal para o
período chuvoso, podendo ser aplicadas diariamente em caso de chuvas intensas, ou quando observados
comportamentos anômalos em qualquer dos diversos setores do açude;

− Inspeção formal: a ser realizada por equipe técnica multidisciplinar da COGERH, responsável
pelo gerenciamento de segurança da barragem. A freqüência é estabelecida em função da classificação do
potencial de risco;

− Inspeção de especialistas: a ser executada quando se constata um problema que exija intervenção
de especialistas. Em geral são requeridas por órgãos financiadores e realizadas por especialistas externos;

− Inspeção de emergência: executada quando for detectada anomalia ou deficiências


potencialmente danosas a barragem.

As inspeções da Barragem Umari para fins do desenvolvimento das tarefas rotineiras de manutenção ficarão
a cargo do agente de guarda e inspeção do reservatório, sob a fiscalização da Gerência de Bacia. O agente de
inspeção deverá residir na área de entorno do reservatório e será devidamente treinado para exercer as suas
funções, tendo as seguintes atribuições:

- 31 -
− Vigilância das áreas do açude detectando (observando) vandalismo, desmatamentos, aporte de
poluentes ao açude, pesca predatória e banhos em locais proibidos;
− Preenchimento mensal da Lista de Inspeção de Rotina em Açudes;
− Manutenção da casa de apoio do reservatório e das cercas da faixa de proteção do reservatório;
− Verificação diária do nível do reservatório;
− Limpeza da câmara de medição e do medidor (vertedor);
− Limpeza das canaletas de drenagem de águas pluviais e meio-fio;
− Eliminação de formigueiros e tocas de animais;
− Manutenção do sangradouro: desmatamento e roço dos canais de aproximação e restituição;
− Manutenção da torre da comporta (inclusive escadas, passadiços, guarda-corpos, acessos e
estrutura da torre) e dos equipamentos hidromecânicos;
− Desmatamento e conservação do revestimento do maciço da barragem e do acesso ao pé do
talude de jusante em toda a extensão do barramento;
− Roço das laterais da via de acesso ao reservatório;
− Manutenção do caminho de acesso as principais infra-estruturas e equipamentos do reservatório
para facilitar as vistorias;
− Manutenção da caixa de válvulas (limpeza, estrutura de concreto e equipamentos hidromecânicos
– grade, válvulas e medidor de vazão);
− Pintura das estruturas de concreto do sangradouro e torre de montante;
− Manutenção e leitura da instrumentação;
− Acompanhamento das obras de manutenção.

Outras atividades de manutenção em reservatório compreendem o controle da proliferação de plantas


aquáticas, remoção de grandes entulhos do espelho d’água (troncos de árvores, por exemplo); controle da
qualidade da água visando detectar possíveis focos de poluição; efetuação de levantamento de depósito de
sólidos no fundo do reservatório e controle de anomalias nos taludes e nas obreiras do barramento (erosões,
escorregamentos, rachaduras, afundamentos, formigueiros, canaletas quebradas, etc.). Estas atividades
requerem pouco tempo, pois são periódicas, no entanto, são extremamente importantes, a fim de detectar
imediatamente a necessidade de uma ação corretiva, mantendo assim a integridade do reservatório e seu
pleno funcionamento.

Custos e Cronograma de Implantação: as atividades de manutenção da Barragem Umari ficarão a cargo da


COGERH, estando seus custos já inclusos no orçamento do projeto de engenharia da referida barragem. Esta
medida deverá ser implementada ao longo de toda a vida útil do empreendimento.

- 32 -
5 – PROGRAMAS DE MONITORAMENTO E FISCALIZAÇÃO

5.1 – MONITORAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS

A seguir, encontra-se um esquema do monitoramento das medidas mitigadoras, cuja supervisão geral ficará a
cargo da SRH. Esta contará com o apoio da Supervisora e do Comitê de Apoio ao Reassentamento
Ambiental – CARPA, espaço para participação da sociedade criado pelo Decreto Governamental Nº 24.336
de 09/01/1997. Já durante a fase de operação, o monitoramento receberá o apoio da Instituição Sócio
Comunitária da Agrovila – ISCA, espaço a ser formado para participação dos moradores reassentados na
agrovila visando a reconstituição das atividades econômicas na área de influencia direta do açude.

Responsabil
Fase da Obra ou
idade p/
Impacto Indicador Plano de Mitigação
Monitorame
correspondente
nto
ETAPA DE OBRAS
Impactos Amtientais
Supervisora
Erradicação da cobertura
Plano de /
vegetal em área de
Reconstituição das SOHIDRA/
jazidas de emprétimos,
Áreas de Jazidas de NUCAM/C
bota-fora e canteiro de
Empréstimos e OINF/
obras; Alterações da
- 44,12 hectares de área com Cant. de Obras SRH
topografia (crateras)
tratamento paisagístico e regularização
Erradicação da cobertura de topografia
vegetal (inclusive mata -728,38 hectares de vegetação
ciliar), na area da bacia removidos sem alterar a APP do Manejo de
hidráulica da barragem com entorno do futuro reservatório (exceto - Plano de
danos ao patrimônio na área de passagem de máquinas) Desmatamento
genético da flora e ao - N ó de indivíduos de fauna Racional da Área da
habitat da fauna (mastofauna, avifauna, anfíbios, Bacia Hidráulica do
lagartos, etc.) capturados e Reservatório e Plano
devidamente transportados para seus de Manejo e Proteção
habitat por especialistas de instituições de Fauna
de pesquisa reconhecidas do Estado - Programa de
- Medidas de compensação ambiental Mobilização Social
adotadas e Educação
- Presença de técnico especializado em Ambiental
Risco de acidentes com manejo de animais peçonhentos Plano Ambiental de
animais peçonhentos Conservação do
Entorno do
Reservatório

SOHIDRA/
SRH c/
Emissão de ruídos e Especificação
- Nivel máximo de ruido e poeira apoio da
poeiras durante a fase de Técnica do edital
permitido pela legislação Supervisora
obras de obras
e da
SEMACE
Especificações
- Existência de manuais de boas
Riscos de acidente técnicas do edital
práticas e equipamentos adequados no
(solapamento de taludes de obras – item Supervisora
local da obra
e explosivos) exploraçao de áreas
- N o de acidentes
de empréstimo
Risco (baixo) de - Presença contínua de arqueólogo Plano de SRH c/
dilapidação dos durante a prospecção, cadastrado pelo Identificação e apoio do
patrimônios IPHAN Resgate dos Patr. IPHAN
arqueológico e - No de sítios resgatados e Arqueol. e
paleontológico comprimento das regras de salvamento Paleontológico

- 33 -
e posterior entrega ao IPHAN
Aumento de processos
- Existência de manuais de boas Supervisora
erosivos diretamente Programa de
práticas de construção (incluindo e
relacionados com a obra, monitoramento
drenagem e cortes) que previnam COGERH/S
gerando assoreamento a hídrico da SRH
erosão no local da obra RH
jusante
Impactos Sociais
Desapropriação de - Plano de
propriedades rurais, Reassentamento da
- 114 propriedades desapropriadas e
resultando na relocação de População
140 famílias reassentadas em agrovilas
famílias - - Plano de
com construções adequadas, contando NUREA/
Remoção/
c/ equipamentos públicos adequados COINF/
Relocação da
- Criação e Funcionamento do CARPA SRH
InfraEstrut.
– Comitê de Apoio ao Reassentamento
Existente na Área
e à Preservação Ambiental
A perda de infra-estrutura Bacia Hidráulica

NUREA/
Paralisação das atividades Programa de
COINF/
produtivas, centradas na Distribuição de 140 lotes agrícolas e assistência Técnica
SRH
pecuária extensiva e na assistência técnica à implantação de e Extensão Rural
SDA
agricultura de subsistência atividades produtivas do Governo do
EMATER
Estado
- Implementação efetiva do programa
de mobilização comunitária e Ed.
Impactos culturais e Ambiental
Plano de NUREA/
riscos de desagregação - Criação e Funcionamento d CARPA –
Reassentamento da COINF/
familiar, e de importação Comitê de Apoio ao Reassentamento e
População SRH
de doenças à Preservação Ambiental
- Criação da ISCA – Instituição Socio-
comunitaria das Agrovilas
ETAPA DE OPERAÇAO
DA BARRAGEM
Médios riscos de Programa de
COGERH/S
salinização e poluição - Índices de qualidade das águas Monitoramento da
RH
das águas represadas qual. Água
Aumento dos processos
Programa de
erosivos e de COGERH/S
- Índices de transporte de sedimentos Monitoramento da
assoreamento dos RH
qual. Água
recursos hídricos;
Retirada da camada fértil
Programa de
do solo e riscos de
- Nivel de sais no solo monitoramento da SRH e SDA
salinização dos solos nas
COGERH
áreas de várzeas
Alterações no regime - Medidas de compensação ambiental
hidrológico adotadas
Riscos de elevação do Monitoramento dos
lençol freático na área de Níveis
- Nível do lençol
entorno do reservatório Piezométrico e do
(baixo); Reservatório
Aumento dos riscos de
poluição dos recursos
hídricos por agrotóxicos - Programa de
e efluentes sanitários - Índices de qualidade das águas Monitoramento da
usos múltiplos - Atuação do CBH qual. água
conflitantes; lançamento - Presença de Fiscalização (programa - Programa regular
de resíduos por AGIR) AGIR (da
embarcações (óleos); GOGERH)
gestão desordenada da
água represada; etc.
- Administração da
Área de
Preservação
- 34 -
Permanente-APP
do Reservatório

5.2 – ADMINISTRAÇÃO DA FAIXA DE PROTEÇÃO DO RESERVATÓRIO

a) Objetivos

Em atendimento à legislação ambiental vigente deve ser estabelecida uma faixa de proteção periférica ao
reservatório, visando impedir atividades prejudiciais ao mesmo, em suas margens, servindo de anteparo ao
carreamento de sólidos e poluentes. Tal área será destinada a preservação da cobertura vegetal, passando a se
constituir numa área de preservação permanente. A presente medida requer o estabelecimento de uma
fiscalização efetiva para o controle de atividades antrópicas que possam vir a degradar a faixa de proteção da
Barragem Umari, contribuindo assim para a preservação da qualidade da água aí represada. Esta atividade é
implementada pela COGERH, através de acompanhamento e fiscalização dos reservatórios que mantém em
cada açude um funcionário residente denominado Agente de Inspeção de Reservatório - AGIR.

b) Ações Estratégicas a Serem Implementadas

O AGIR apoiado pela equipe técnica da Gerencia Regional da Bacia do litoral da COGERH terá a seu cargo
além da atividade de fiscalização, uma considerável tarefa educativa, através da difusão de normas
protecionistas e da conscientização da população usuária sobre a importância da faixa para manutenção da
qualidade da água represada e da capacidade de acumulação do reservatório.

A cobertura vegetal da faixa de proteção da Barragem Umari encontra-se relativamente preservada,


garantindo a sua eficiência, razão pela qual não foi previsto a implementação do reflorestamento desta área
com espécies nativas. A faixa de proteção será toda cercada, deixando-se apenas os corredores necessários
para os acessos aos locais em que se desenvolvam as atividades de pesca, banho e captação d’água para
dessedentação animal, entre outras. No caso específico de pontos de bebida para o gado, será recomendada a
construção de valas que conduzam a água para fora da faixa, mesmo que seja preciso bombeamento.

Deverão ser estabelecidos limites rigorosos quanto ao exercício das seguintes atividades: balneários,
ancoradouros, entrepostos de pesca, etc., os quais deverão ser confinados a áreas pré-estabelecidas, longe dos
pontos de captação d’água para consumo humano

Não deverá ser permitido o desenvolvimento de atividades agrícolas ou pecuárias dentro do território da
faixa de proteção, dado o carreamento de sedimentos e poluentes (agrotóxicos e fezes de animais, etc.) para o
reservatório. Outra atividade que terá suas atividades disciplinadas visando evitar danos a qualidade da água
represada é a pesca, já que a salga do pescado as margens do reservatório pode contribuir para a salinização
da água aí acumulada.

Caberá a COGERH, órgão responsável pela operação e manutenção do reservatório, a administração da sua
faixa de proteção através do estabelecimento das regras a serem seguidas pela população e da implementação
de uma fiscalização efetiva.

c) Cronograma de Implantação

A COGERH já vem desenvolvendo a atividade de administração/fiscalização das faixas de proteção dos


açudes estaduais, devendo ficar a seu cargo a implementação efetiva da presente medida, que deverá
perdurar durante toda a vida útil do empreendimento.

5.3 – MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA

5.3.1 - Objetivos

Visa o controle sistemático da qualidade da água da Barragem Umari, garantindo assim os empreendimentos
localizados a jusante e o controle de atividades poluidoras na bacia hidrográfica contribuinte, haja vista a
destinação da água a ser represada para usos múltiplos, com destaque para o abastecimento d’água humano.

- 35 -
O monitoramento da qualidade da água represada, no caso particular da Barragem Umari, deve ser
conduzido, não só visando detectar pontos ou níveis de poluição, mas também visando controlar a qualidade
química da água com relação aos níveis de salinidade. Tal alerta surge em decorrência da bacia de
contribuição do reservatório situar-se em área onde predominam solos que apresentam elevados teores de
sais nos horizontes subsuperficiais, havendo riscos de salinização das águas do açude.

5.3.2 - Ações Estratégicas a Serem Implementadas

Como órgão responsável pelo gerenciamento dos recursos hídricos do Estado do Ceará, a COGERH -
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos vem desde meados de 1999 executando o Programa Estadual
de Monitoramento da Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais. A rede de monitoramento operada por
este órgão é compartimentada em função dos objetivos pretendidos, da freqüência de amostragem e do
interesse estratégico de cada manancial hídrico. Assim sendo, o monitoramento da qualidade da água a ser
posto em prática pela COGERH, no caso específico da Barragem Umari, será enquadrado nos seguintes
programas:

− Monitoramento Indicativo dos Níveis de Salinidade dos Principais Açudes do Estado do Ceará :
avalia os níveis de salinidade dos açudes gerenciados pela COGERH, através da análise da evolução da
concentração do íon cloreto e dos valores do parâmetro condutividade elétrica. As campanhas de amostragem
têm periodicidade trimestral, sendo os resultados obtidos publicados em boletins periódicos, nos quais consta
o mapa de concentração de íon cloreto;

− Monitoramento da Qualidade da Água dos Principais Açudes e Vales Perenizados do Estado do


Ceará: compreende a execução de análise físico-química completa, além de DBO, coliformes fecais e
clorofila “a”. As campanhas de amostragem têm periodicidade semestral. Os resultados obtidos são
publicados em boletins detalhados para os diversos usos a que se destinam essas águas.

Para os exames de rotina, a coleta pode ser efetuada em pelo menos dois pontos do reservatório, de
preferência junto ao local de captação da água para abastecimento humano e próximo a possíveis atividades
poluidoras situadas na bacia.

As dosagens a serem feitas, os parâmetros de classificação das águas e a própria classificação constam na
Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005. Até que a SEMACE defina a classe em que será
adequada a água do reservatório, esta deverá ser considerada como pertencente à Classe 2, a qual se destina
ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional.

c) Cronograma de Implantação

A COGERH – Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, em convênio com a SRH,
cumpre desempenhar as atividades de monitoramento da qualidade da água do reservatório, devendo esta
atividade ser executada durante toda a vida útil do empreendimento.

Monitoramento do Nível do Reservatório

A explotação do reservatório, cuja vazão se destinará para usos múltiplos, com destaque para o
abastecimento d’água humano e o desenvolvimento da irrigação difusa causará impacto sobre o volume
armazenado, principalmente quando se considera as variações climáticas ocorridas na região, resultando em
oscilações no nível do reservatório. Em virtude dessas alterações, faz-se imprescindível o monitoramento do
seu nível, com vistas à obtenção de elementos básicos que sirvam para propor soluções e tomadas de decisão.

Para o monitoramento do nível do reservatório serão efetuadas leituras periódicas da régua limnimétrica
instalada na sua bacia hidráulica, com vistas a controlar o seu nível de exploração. A efetivação dessa medida
constitui ponto importante para que a explotação do manancial se processe de forma segura, evitando que
este atinja níveis considerados críticos, garantindo, assim, os objetivos pretendidos pelo projeto. As leituras
deverão ser efetuadas diariamente. Caberá a COGERH a execução do monitoramento dos níveis do
reservatório, devendo esta atividade ser executada durante toda a vida útil do empreendimento.

5.3.3. Monitoramento da Sedimentação no Reservatório

- 36 -
O Plano de Monitoramento da Sedimentação no Reservatório objetiva analisar quantitativa e
qualitativamente os sedimentos que serão depositados no reservatório, permitindo o conhecimento das
atividades exercidas na bacia hidrográfica contribuinte, as quais podem vir a comprometer a qualidade da
água represada.

Os tipos de análise que serão executadas são granulometria, conteúdo de matéria orgânica, metais pesados e
componentes de pesticidas. Caberá a COGERH a execução do monitoramento da sedimentação no
reservatório, devendo as campanhas de amostragem terem periodicidade semestral, sendo coletadas amostras
em dois pontos previamente selecionados na bacia hidráulica do reservatório.

5.4 – MONITORAMENTO DO NÍVEL PIEZOMÉTRICO NA ÁREA DE ENTORNO DO RESERVATÓRIO

O monitoramento do nível piezométrico na área de entorno do reservatório tem como objetivo analisar o
comportamento das águas subterrâneas diante da implantação da barragem através do conhecimento das
características originais dos aqüíferos e da sua posterior confrontação com as novas condições de fronteiras
impostas. O controle do nível freático visa, ainda, prevenir a formação de charcos na área periférica ao
reservatório, os quais constituem focos de proliferação de insetos vetores de doenças, além de aumentarem
os riscos de salinização dos solos.

Tal controle será exercido monitorando uma rede de poços, aproveitando-se dos já existentes, localizados
numa faixa de 2,0 km em torno do reservatório. Caberá a COGERH a execução do monitoramento dos níveis
piezométricos na área de entorno reservatório, devendo esta atividade ser executada apenas durante o período
de enchimento do reservatório e no 1º ano após o seu enchimento, de modo a ser estabelecido o efeito do
enchimento e ser confirmada ou não a ocorrência de problemas decorrentes da elevação excessiva do lençol,
para que possam ser adotadas as medidas cabíveis. No caso específico da Barragem Umari, que se encontra
integralmente posicionada sobre o embasamento cristalino, não são a priori esperadas alterações
significativas no nível do lençol freático.

6. FORTALECIMENTO E ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PGA

6.1 – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE INSTITUCIONAL EM GESTÃO AMBIENTAL DE OBRAS HÍDRICAS

De forma a fortalecer a capacidade de gestão ambiental da SRH e organizações parceiras, contribuindo assim
para a implementação mais efetiva dos planos de mitigação e compensação ambiental, foi identificada a
necessidade de realização dos seguintes eventos durante a implementação da obra:

Tabela 6.1. Eventos de Capacitação – Barragem UMARI


Nº de
EVENTO PÚBLICO-ALVO Partici- Dura- Local
pantes ção
1. Seminário Técnicos do Sistema de Recursos Hídricos: SRH,
Tema: “Atualização em COGERH e SOHIDRA
Legislação Ambiental e
20 2 dias Fortaleza
Salvaguardas para Obras
Hídricas”
2. Oficina de trabalho Técnicos da SOHIDRA que trabalham com a
Tema: “Boas Práticas e barragem Umari, técnicos das empresas
Salvaguardas na Construção de executoras e supervisora, representante(s) das
Barragens” prefeituras de Madalena e Itatira, representantes 30 2 dias Madalena
do CBH Banabuiú

6.2 – ARRANJOS INSTITUCIONAIS E RESPONSABILIDADES PARA MITIGAÇÃO E SUPERVISÃO

A gestão ambiental do empreendimento estará a cargo da equipe ambiental da SRH, que coordenará suas
ações ambientais com auxilio de outras instituições (SEMACE, IBAMA) e, se para assuntos relacionados
com avaliação e salvamento de eventual patrimônio arqueológico, com o IPHAN.

A operacionalização dos diversos planos ou programas de mitigação ambiental apresentados anteriormente


pode ser resumida de acordo com a forma de relacionamento com a obra propriamente dita. Os programas
relacionados diretamente à obra, compõem-se de diretrizes a serem implementadas diretamente pela
- 37 -
Empreiteira, sendo os seus custos obrigatoriamente inseridos nos custos da construção. Já os programas não
relacionados diretamente à obra, serão implementados através da contratação da empresa Supervisora que,
por sua vez, contará com especialistas ambientais e um arqueólogo, além dos profissionais e técnicos
previstos para efetuar a supervisão das obras de engenharia. A equipes de profissionais da empresa
contratada para supervisão das obras deverá contar no seu organograma com um setor dedicado a gestão
ambiental, o qual será dirigido por um Coordenador que reportará diretamente ao Gerente de Contrato da
SRH.

Na etapa de operação da barragem, SHR/COGERH implementará os planos ambientais (educação ambiental


e peixamento do reservatório) e o programa de monitoramento.

Mecanismos para atender pessoas que tenham reclamações ou denúncias durante


e depois da obra. Conforme mencionado anteriormente, a implementação do PGA durante a fase de
construção da barragem será acompanhada pelo Comitê de Apoio ao Reassentamento Ambiental – CARPA,
espaço para participação da sociedade criado pelo Decreto Governamental Nº 24.336 de 09/01/1997. Já
durante a fase de operação, será formada a Instituição Sócio Comunitária da Agrovila – ISCA, espaço para
participação dos moradores reassentados na agrovila visando a reconstituição das atividades econômicas na
área de influencia direta do açude. Para denúncias ambientais, o Estado já dispõe dos
telefones 0800.85.22.33 (Disque Denúncia da SEMACE), 0800.61.80.80 (Linha Verde do IBAMA) e
3452.37.15 (Ministério Público do Ceará/Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente) , que será
divulgado junto ao CARPA, a ISCA e na área da obra.

A Tabelas 6.2 e 6.3 a seguir incluem as responsabilidades a serem assumidas em cada um dos planos de
mitigação, durante as etapas de construção e operação da barragem, respectivamente.

Tabela 6.2. ETAPA DE OBRAS: atividades previstas para desenvolvimento durante a construção.

Responsabilidade
Plano de Mitigação e/ou Compensação
Ambiental (*)
Detalhamento Implementação Supervisão

Plano de Reconstituição das Áreas de NUCAM/COINF/ Supervisora


Empreiteira
Jazidas de Empréstimos e Cant. de Obras SRH /SRH/NUCAM/SEMACE

Plano de Identificação e Resgate dos Supervisora /SRH/com


Supervisora Supervisora
Patrimônios Arqueol. e Paleontológico apoio do IPHAN

NUCAM/COINF/
Empreiteira
Plano de Desmatamento Racional da Área SRH
Supervisora
da Bacia Hidráulica do Reservatório, incl.
/SRH/SEMACE
Plano de Manejo e Proteção de Fauna NUCAM/COINF/
Empreiteira
SRH
Plano de Remoção/Relocação da Infra-
Supervisora
Estrutura Existente na Área Bacia Empreiteira Empreiteira
/SRH/NUREA
Hidráulica
Programa de Mobilização Social e
Supervisora Supervisora SRH/NUCAM/COINF
Educação Ambiental (etapa construção)
Plano de Revegetação de Áreas Degradadas
SRH/NUCAM/C SRH/NUCAM/COINF/S
da Faixa de Proteção (Entorno) do Empreiteira
OINF OHIDRA
Reservatório
Compensação Ambiental em Unidades de
SEMACE SEMACE SEMACE
Conservação
(*) Este documento não trata da questão de reassentamento, uma vez que esta questão é tratada em detalhes no Projeto de
Reassentamento da População Desalojada.

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Tabela 6.3. ETAPA DE OPERAÇÃO: Atividades previstas para o período de operação da barragem

Responsabilidade
Plano de Mitigação e/ou Monitoramento
Implementação e/ou
Detalhamento
Monitoramento

SDA/
SDA
Plano de Peixamento do Reservatório CGERH/SRH/
COGERH
COGERH

Programa de Educação Ambiental (etapa operação) COGERH COGERH

Plano de Monitoramento da Qualidade da Água COGERH COGERH

Plano de Monitoramento dos Níveis Piezométrico e do


COGERH COGERH
Reservatório

Administração da Faixa de Proteção do Entorno do


COGERH COGERH
Reservatório

O PGA foi elaborado e será executado em consonância com as Diretrizes Ambientais para Projeto e
Construção de Barragem e Operação de Reservatórios publicadas pela Secretaria de Infra-estrutura Hídrica
do Ministério da Integração Nacional.

No que se refere aos aspectos operacionais, o PGA será norteado pelos seguintes passos:
− Detalhamento dos programas ambientais delineados neste documento;
− Implementação e acompanhamento dos planos e programas ambientais delineados neste
documento;
− Monitoramento e Acompanhamento das ações ambientais durante o desenvolvimento das obras e
posterior operação da Barragem;
− Estabelecimento e cumprimento das normas de instalação e operação de canteiros;
− Estabelecimento e cumprimento de um Código de Conduta dos operários das frentes de trabalho
e apoio administrativo, em especial na convivência com as comunidades locais;
− Elaboração e aplicação de um serviço de Treinamento e Educação Ambiental para os
trabalhadores.

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7 – CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO, CUSTOS E FONTES DE RECURSO

7.1 – CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Tabela 7.1. Cronograma de Implantação

Ano 1 Ano 2
Ano Ano
AÇÃO 1o 2o 3o 4o 1o 2o 3o 4o 3 4
tri tri tri tri tri tri tri tri
m m m m m m m m
ETAPA DE OBRAS
Plano de Mitigação e/ou Compensação
Ambiental
Plano de Reconstituição das Áreas de Jazidas
de Empréstimos e Cant. de Obras

Plano de Identificação e Resgate dos


Patrimônios Arqueol. e Paleontológico
Plano de Desmatamento Racional da Área
da Bacia Hidráulica do Reservatório, incl.
Plano de Manejo e Proteção de Fauna
Plano de Remoção/Relocação da Infra-
estrutura Existente na Área Bacia Hidráulica

Programa de Mobilização Social e Educação


Ambiental (etapa construção)
Plano de Revegetação de Áreas Degradadas
da Faixa de Proteção (Entorno) do
Reservatório
Compensação Ambiental em Unidades de
Conservação

ETAPA DE OPERAÇÃO
Plano de Mitigação e/ou Monitoramento

Plano de Peixamento do Reservatório

Programa de Educação Ambiental (etapa


operação)

Plano de Monitoramento da Qualidade da


Água

Plano de Monitoramento dos Níveis


Piezométrico e do Reservatório

Administração da Faixa de Proteção do


Entorno do Reservatório

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7.2 – CUSTOS E FONTES DE RECURSO

Tabela 7.2. ETAPA DE OBRAS: Custos previstos para desenvolvimento do PGA durante a construção.

Plano de Mitigação e/ou Compensação Ambiental Custo (estimado Fonte de


(**) em Março 2008) Recurso

Plano de Reconstituição das Áreas de Jazidas de Empréstimos e Cant. de


R$ 767.693,96 PROGERIRH
Obras

Plano de Identificação e Resgate dos Patrimônios Arqueol. e R$ 85.000,00


PROGERIRH
Paleontológico

R$ 1.497.048,00
p/ desmatamento
Plano de Desmatamento Racional da Área da Bacia Hidráulica do
PROGERIRH
Reservatório, incl. Plano de Manejo e Proteção de Fauna
R$ 13.500,00
p/ Manejo Fauna

Plano de Remoção/Relocação da Infra-estrutura Existente na Área Bacia


R$ 135.560,00 PROGERIRH
Hidráulica

Programa de Mobilização Social e Educação Ambiental (etapa construção) R$ 133.452,00 PROGERIRH

Plano de Enriquecimento da Área de Preservação Permanente – APP do


R$ 79.992,00 PROGERIRH
Reservatório

Governo do
Compensação Ambiental em Unidades de Conservação (*) R$ 110.240,34
Estado
PROGERIR
Plano de Fortalecimento e Capacitação das Instituições / Eventos de
R$ 23.000,00 H
Capacitação (Seminário + Oficina de Trabalho)
Gestão RH

Sub-Total Mitigação R$ 2.822.486,20

Sub-Total Compensação (*) R$ 110.240,35

Sub-Total Capacitação R$ 23.000,00

CUSTO TOTAL R$ 2.955.726,55

(*) valor calculado segundo o Art Nº 3 da Resolução Nº 371 de Abril de 2006. Custo Total=22.048.069,66
(Barragem=19.498.069,66 + Desapropriação=2.550.000,00).
(**) Este documento não trata da questão de reassentamento, uma vez que esta questão é tratada em detalhes no Projeto de
Reassentamento da População Desalojada.

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Tabela 7.3. ETAPA DE OPERAÇÃO: Custos previstos para desenvolvimento do PGA durante a operação da barragem.

Custo
Fonte de
Plano de Mitigação e/ou Monitoramento (estimado em
Recurso
Março 2008)
Governo do
Plano de Peixamento do Reservatório R$ 138.764,00
Estado

Governo do
Programa de Mobilização Social e Educação Ambiental (etapa operação) R$ 12.500,00
Estado

R$ Governo do
Plano de Monitoramento da Qualidade da Água
3.100,00/ano Estado

R$ Governo do
Plano de Monitoramento dos Níveis Piezométrico e do Reservatório
3.040,00/ano Estado

R$ Governo do
Administração da Faixa de Proteção do Entorno do Reservatório
12.119,00/ano Estado

CUSTO DE INVESTIMENTO (Ano 1) R$ 138.764,00

CUSTO OPERATIVO ANUAL R$ 30.759,00

8 – INTEGRAÇÃO DO PGA COM O PROJETO

Cada um dos Planos de Mitigação da etapa de construção foram incluídos nos documentos de licitação de
cada uma das empresas a ser contratadas para a construção e supervisão da obra, seguindo as
responsabilidades discriminadas na Tabela 6.2. Por exemplo:

• Para garantir que o Plano de Identificação e Resgate dos Patrimônios Arqueológicos e Paleontológico seja
executado conforme previsto neste PGA, os Termos de Referencia (TDR) da empresa que executará o este Plano de
resgate dos sítios arqueológicos, já minutado, incluem detalhadamente as ações previstas para este trabalho.

• As diretrizes e ações necessárias para implementar o Plano de Desmatamento Racional da Área da Bacia Hidráulica
do Reservatório, incluindo o Plano de Manejo e Proteção de Fauna, que serão implementados pela Empresa
Construtora (Empreiteira), foram incluídas nas Especificações Técnicas do Edital da Obra.

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