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SAINT-GOBAIN

INDUSTRIAL CERAMICS

SILICON CARBIDE DIVISION

EXPANSÃO INDUSTRIAL PARA BENEFICIAMENTO DO


CARBETO DE SILÍCIO PARA PRODUÇÃO
DE MICRO-GRÃOS

RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL (RCA)


E
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL (PCA)

JANEIRO DE 2005
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
• CAPÍTULO 1 – RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL RCA

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................7

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ........................................................8


2.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR ............................................................8
2.2 RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO RCA...............................................................9

3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO.........................................10


3.1 TIPO DE ATIVIDADE ..........................................................................................10
3.2 LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................10
3.3 PORTE DO EMPREENDIMENTO.......................................................................12

4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO...................................................................15
4.1 FLUXOGRAMA DO PROCESSO ........................................................................16
4.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE PROCESSAMENTO.....................................18
4.2.1 Sistema de Moagem – Jet Mill ...........................................................................19
4.2.2 Sistema de Moagem – Moinho a Rolos/HPRC .................................................19
4.2.3 Sistemas de Classificação.................................................................................19
4.2.4 Sistema de Elutriação ........................................................................................22
4.2.5 Sistema de Flotação...........................................................................................24
4.2.6 Sistema de Tratamento Químico.......................................................................24
4.2.6 Sistema de Ensacamento ..................................................................................25
4.3 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DO PROCESSO ............................................26
4.4 TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO, ARMAZENAMENTO DE INSUMOS E
MATÉRIAS-PRIMAS ..................................................................................................27
4.5 FONTES DE EMISSÃO.......................................................................................28
4.6 AS EMISSÕES ....................................................................................................30
4.6.1 Efluente Atmosférico..........................................................................................30
4.6.2 Efluentes Líquidos Industriais ..........................................................................30
4.6.3 Esgotos Sanitários .............................................................................................30
4.6.4 Resíduos Sólidos................................................................................................30
4.6.5 Ruídos .................................................................................................................30
4.7 SISTEMAS DE CONTROLE E TRATAMENTO DAS EMISSÕES........................31
4.7.1 Sistemas de Controle de EFLUENTE ATMOSFÉRICO....................................31
4.7.2 Sistemas de Controle de Efluentes Líquidos Industriais................................31
4.7.3 Sistemas de Controle de Esgotos Sanitários ..................................................31
4.7.4 Sistemas de Controle de Resíduos Sólidos....................................................31
4.7.6 Sistema de Controle de Efluentes Pluviais ......................................................32
4.8 MÉTODOS DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS EFLUENTES ...................................32
4.8.1 Métodos de Disposição Final dos Efluente Atmosférico ...............................32
4.8.2 Métodos de Disposição Final dos Efluentes Líquidos Industriais ................32
4.8.3 Métodos de Disposição Final dos Esgotos Sanitários ...................................33
4.8.4 Métodos de Disposição Final de Resíduos Sólidos ........................................33

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ....................................34


5.1. INFORMAÇÕES BÁSICAS DA ÁREA................................................................34

6. ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..............................................................36


6.1 MONITORAMENTO AMBIENTAL ........................................................................36

7. ANÁLISE CUSTO X BENEFÍCIO ............................................................................37

8. RESPONSABILIDADE TÉCNICA............................................................................38

• CAPÍTULO 2 - PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA

1- INTRODUÇÃO ..........................................................................................................40

2- PROJETOS E RECOMENDAÇÕES .........................................................................41


2.1 EFLUENTES LÍQUIDOS ......................................................................................41
2.1.1 Efluente Líquido Industrial ............................................................................ 41
2.1.2 Esgotos Sanitários ......................................................................................... 44
2.2 EFLUENTE ATMOSFÉRICO................................................................................46
APRESENTAÇÃO

A Saint-Gobain, pretendendo expandir sua unidade de beneficiamento de carbeto de


silício através da implantação de um processo que produza micro-grãos para
fabricação de produtos abrasivos como, lixas, rebolos, discos de corte dentre outros,
apresenta os estudos ambientais necessários ao seu licenciamento ambiental, ou
sejam:

• CAPÍTULO 1: Relatório de Controle Ambiental – (RCA).

• CAPÍTULO 2: Plano de Controle Ambiental – (PCA).


• CAPÍTULO 1: RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL – (RCA)
___________________________________________________________________________________________ 7

1. INTRODUÇÃO

O presente documento - Relatório de Controle Ambiental (RCA) foi elaborado tomando-


se como base o "TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO RCA” da
Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM, e tem como objetivo imediato a
ampliação da unidade industrial no caso específico a obtenção da Licença de
Instalação (LI) do Galpão para Produção de Micro-grãos Abrasivos de Carbeto de
Silício da unidade industrial da SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA,
localizada em Barbacena-MG.

A SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA, ciente de sua responsabilidade


com a questão ambiental, ao apresentar este estudo, se propõe a implantar de forma
consciente e compatível com as atuais exigências ambientais os dispositivos e medidas
necessários para que o empreendimento se desenvolva, a fim de evitar qualquer tipo
de dano ao meio ambiente. A preocupação ambiental, dentro e fora da empresa, é hoje
fator decisivo na priorização de suas atividades.
___________________________________________________________________________________________ 8

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

2.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

RAZÃO SOCIAL:
SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA.
C.N.P.J.: 03.054.411/0001-58
Inscrição Estadual: 056.013.389-0059

ENDEREÇO:
Rodovia BR 265 – s/no - km 208
CEP: 36.202-630
Barbacena - MG

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: o mesmo

CONTATO NA INDÚSTRIA:
Responsável Técnico: Engo. João Batista Frizzone
Diretor de Engenharia e Projetos – CREA/MG 35.702/D
Telefone: (32) 3339-1703
Fax: (31) 3339-1796
E-mail: joão.frizzone@saint-gobain.com
___________________________________________________________________________________________ 9

2.2 RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO RCA

RAZÃO SOCIAL:
SMAL – SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE LTDA
C.N.P.J.: 046.845.570/001-40

ENDEREÇO:
Rua Ouro Preto, 581 - Barro Preto
CEP: 30170-040 - Belo Horizonte/MG
TeleFax: (31) 3295-2583
E-mail: smal@smal.com.br

RESPONSÁVEL TÉCNICO:
Alberto Baeta Nunes
Engo. Civil e Sanitarista - CREA/MG 26.701/D
___________________________________________________________________________________________10

3. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO

3.1 TIPO DE ATIVIDADE

O empreendimento tem por finalidade a produção de Micro-grãos Abrasivos, a partir do


beneficiamento do carbeto de silício que atualmente é produzido dentro da unidade
industrial da SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÃMICOS LTDA. Os Micro-grãos
produzidos serão comercializados para a fabricação de produtos abrasivos tais como,
lixas, rebolos, discos de corte dentre outros.

Serão utilizados instalações e equipamentos adequados destinados a moagem,


classificação, elutriação, flotação, tratamento químico, secagem e ensacamento dos
micro-grãos abrasivos de carbeto de silício. Paralelamente serão adotadas medidas
para controle dos resíduos e efluentes gerados durante o processo produtivo.

3.2 LOCALIZAÇÃO

O galpão destinado à produção de micro-grãos de carbeto de silício localiza-se dentro


da área industrial da SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA., situando-se
entre a portaria principal, os grupos de fornos I, II e III e o prédio destinado ao
escritório.

O acesso ao galpão será realizado pela portaria principal da empresa que liga a
mesma à BR 265 e por uma via interna com cerca de 60m a ser construída e
devidamente pavimentada, a qual ligará o galpão às demais áreas da empresa.

A planta a seguir situa o empreendimento dentro da unidade industrial da SAINT-


GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA.
___________________________________________________________________________________________12

3.3 PORTE DO EMPREENDIMENTO

- Área

‰ Área construída do galpão: 3.500 m²


‰ Área total da empresa: 1.460.605 m²

- Mão-de-obra utilizada

‰ Número total de funcionários: 12

- Produção anual

‰ 1.767 t/ano de Micro-grãos de carbeto de silício.

- Consumo de água (uso industrial)

‰ 5 m3/t.

- Consumo de energia elétrica

‰ Consumo médio 600MWh/mês

- Consumo de gás

‰ Consumo médio de gás: 2000kg /mês


___________________________________________________________________________________________13

- Consumo de NaOH

‰ NaOH = 90 l/t

- Consumo de H2SO4

‰ H2SO4 = 20 l/t
___________________________________________________________________________________________14

- Regime de funcionamento

O regime de funcionamento será dividido em 3 turnos, contando com revesamento


entre 8 funcionários em regime ininterrupto, e um turno fixo composto por 4
funcionários em regime de segunda a sexta-feira, conforme demonstrado na tabela
abaixo:

N0 DE FUNCIONÁRIOS
TURNO HORÁRIO
POR TURNO
1o Turno 06:00h – 14:00h 2
2o Turno 14:00h – 22:00h 2
3° Turno 22:00h – 06:00h 2
Folga Alternado 2
Único 07:30h – 17:00h 4
Total 12
___________________________________________________________________________________________15

4. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Todo o processo de beneficiamento do carbeto de silício será realizado dentro de um


galpão fechado que ocupará uma área de 3.500 m2 dentro da unidade industrial da
SAINT-GOBAIN. O galpão será dividido em setores de acordo com os usos específicos
e contará com a instalação de equipamentos adequados para cada etapa do processo.
___________________________________________________________________________________________16

4.1 FLUXOGRAMA DO PROCESSO

A seguir é apresentado o fluxograma geral do processo produtivo de Micro-grãos


Abrasivos de Carbeto de Silício.
FLUXOGRAMA DO PROCESSO

Carbeto de Silício
(1767 t/ano)

Jet Mill Moinho a Rolos(HPRC)


(1175 t/ano) (592 t/ano)

Classificador
Aéreo
(1767 t/ano)

744 t/ano

H 2O
Elutrutriador

218 t/ano
(1023 t/ano)

Óleo de Pinho
Flotação ou Flotol
526 t/ano

NAOH
Tratamento
Químico H2SO4

Secador
(744 t/ano)

Ensacamento
(1767 t/ano)

Expedição
(1767 t/ano de Micro-grãos
Abrasivos de carbeto de silício)
___________________________________________________________________________________________18

4.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE PROCESSAMENTO

A produção de Micro-grãos Abrasivos de Carbeto de Silício será realizada através do


beneficiamento do carbeto de silício que passará pelo processo de moagem,
classificação a úmido e/ou seco, secagem e ensacamento.

O carbeto de silício utilizado na produção de micro-grãos é produzido dentro da


unidade industrial da Saint-Gobain Materiais Cerâmicos Ltda, a partir da transformação
de petrocoque juntamente com areia em um forno de resistência tipo ACHESON,
através do calor fornecido por energia elétrica.

Conforme mostrado anteriormente no fluxograma, o empreendimento contará com os


seguintes Sistemas de Processamento:

1- Sistema de Moagem – Jet Mill.


2- Sistema de Moagem – Moinho a Rolos/HPRC.
3- Sistema de Classificação.
4- Sistema de Elutriação.
5- Sistema de Flotação.
6- Sistema de Tratamento Químico.
7- Sistema de Ensacamento.

Nem todos os sistemas serão utilizados na seqüência de produção, pois a


característica necessária ao uso final do produto será fator determinante para os
sistemas a serem utilizados no processo produtivo.

A descrição do princípio de funcionamento de cada sistema com seus principais


equipamentos é apresentada a seguir.
___________________________________________________________________________________________19

4.2.1 Sistema de Moagem – Jet Mill

Este Sistema consiste na moagem do Carbeto de Silício em moinho a ar comprimido,


utilizando-se do princípio de moagem autógena, onde o ar comprimido fornece energia
necessária para a redução do tamanho das partículas.

Os Micro-grãos de Carbeto de Silício são succionados por um exaustor do sistema de


despoeiramento sendo que, as partículas mais grossas ficam retidas no ciclone e
posteriormente serão direcionadas para o Classificador Aéreo. O tecido de cartuchos
reterão as partículas mais finas, e estas serão depositadas em silos, aguardando a
próxima etapa. Nesse sistema será utilizado também um classificador aéreo.

4.2.2 Sistema de Moagem – Moinho a Rolos/HPRC

Baseia-se na moagem do carbeto de silício em um circuito fechado, utilizando uma


peneira vibratória para separar a parte mais grossa, que retorna ao moinho, da parte
mais fina que será depositada em silos. Este sistema será equipado com filtros de
cartuchos para captar as partículas em suspensão geradas durante este processo e
por um classificador aéreo.

Na página 21 é apresentado o desenho do Sistema de Moagem - Moinho a


Rolos/HPRC.

4.2.3 Sistema de Classificação por Classificadores Aéreos

É o método de classificação de grãos a seco, onde o produto proveniente das etapas


de moagem descritas anteriormente é separado em faixas granulométricas definidas de
acordo com a especificação padrão da norma da FEPA-Fédération Européenne des
Frabicants de Produits Abrasifs.
___________________________________________________________________________________________20

Serão utilizados quatro classificadores aéreos, cada um constando de:

• Alimentador de rosca: transporta do material do silo para o classificador aéreo.


• Classificador aéreo: classifica o grão de acordo com o tamanho das partículas.
• Ciclone: capta as partículas mais finas provenientes do classificador aéreo e
realiza a separação entre o material com diferentes granulometrias sendo que as
mais finas são captadas pelo filtro.
• Filtro de cartuchos: capta o material particulado gerado durante o processo.

O material particulado captado pelo ciclone e pelo filtro de cartuchos será depositado
em silos antes de ser encaminhado para a etapa seguinte.
___________________________________________________________________________________________22

4.2.4 Sistema de Elutriação

Elutriação é o sistema via úmida de classificação das partículas por tamanho. Este
sistema será utilizado somente quando a aplicação do grão exigir que o mesmo seja
elutriado.

Nesse processo os grãos utilizados serão provenientes dos sistemas de moagem


ocorridos anteriormente e serão selecionados de acordo com a granulometria
específica.

A separação dos micro-grãos será realizada dentro de um cone cheio de água, a partir
do fluxo inverso ao da caída das partículas, direcionado pela vazão ascendente da
água. As partículas de granulometria mais finas serão carreadas pela corrente
ascendente de água e conduzidas para uma série de bandejas com o tamanho de 1m x
1m x 0,1m onde será realizada a decantação antes de ser levadas para o secador a
gás.

A produção resultante do processo de elutriação está planejada num total de 744 t/ano,
das quais 526 t/ano serão secas no secador a gás e em seguida colocadas em silos
para ensacamento, o restante 218 t/ano serão direcionadas o sistema de flotação
descrito no item 4.2.5.

A seguir é apresentado o desenho do sistema de elutriação.


___________________________________________________________________________________________24

4.2.5 Sistema de Flotação

O sistema de flotação consiste na retirada do grafite agregado ao produto. Para


realização desse processo serão utilizados tanques específicos onde será adicionado
ao produto óleo de pinho ou flotol que se trata de um reagente sintético do óleo de
pinho, água e ar com o objetivo de produzir bolhas e proporcionar a retirada do grafite.
O grafite retirado será armazenado num container para futura comercialização e o
produto direcionado para a etapa seguinte.

4.2.6 Sistema de Tratamento Químico

O sistema de tratamento químico consiste na aplicação de reagentes químicos no


carbeto de silício, com o objetivo de obter um produto com características específicas
ao uso que lhe é destinado.

Para cada tonelada de carbeto de silício serão utilizados:

• 1750 litros de H2O/ton de SiC + 90 litros de NaOH/ton de SiC (Concentração


NaOH - 50%).

• 1750 litros de H2O/ton de SiC + 20 litros de H2SO4/ton de SiC (Concentração


H2SO4 - 90%).

O processo de tratamento químico será realizado em bateladas de 2 t de carbeto de


silício em tanques ocorridos em duas fases:

1ª) Fase Básica

Serão adicionados no respectivo tanque uma quantidade de 2 toneladas de carbeto de


silício misturado com água e NaOH (hidróxido de sódio) até o pH atingir 8,5. O carbeto
de silício será conservado no tanque por 12 horas. Durante esse período o tanque
deverá permanecer mecanicamente agitado.
___________________________________________________________________________________________25

Decorridas as 12 horas, o produto passará pelo processo de sedimentação. Após a


sedimentação a água será drenada e direcionada para o tanque de espera de água
básica. O carbeto de silício permanecerá no tanque de tratamento químico onde será
realizada sua lavagem e a água utilizada nesse processo também será conduzida para
o tanque de espera de água básica.

Após a lavagem o produto será bombeado para o tanque onde ocorrerá a fase ácida.

2ª) Fase Ácida

Após a lavagem descrita anteriormente, repete-se o processo da fase básica porém


adicionando H2SO4 (ácido sulfúrico) até o pH atingir 3. Durante 12 horas a polpa será
agitada até o tratamento se completar. Após a decantação a água é drenada e
conduzida em um tanque de espera de água ácida. Os grãos serão novamente lavados
e a água utilizada conduzida para o tanque de espera de água ácida.

Os grãos resultantes desse processo serão secos no secador a gás e depositados em


silos para posterior ensacamento.

As águas ácida e básica armazenadas dentro dos respectivos tanques de espera serão
criteriosamente conduzidas aos tanques de fibra de vidro onde passarão por
tratamento adequado.

4.2.6 Sistema de Ensacamento

O produto final proveniente dos Sistemas de Moagem (Jet-Mill e Moinho a Rolos),


Classificadores Aéreos, Elutriação e Tratamento Químico, após passar pela etapa de
secagem será peneirado utilizando peneiras circulares para a retirada de eventuais
grãos grossos. Em seguida será realizado o ensacamento manual do produto final
utilizando sacos de papel de 25 Kg ou big-bags de 1tonelada, estes permanecerão
___________________________________________________________________________________________26

temporariamente estocados num setor adequado dentro do galpão aguardando a


expedição.

4.3 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DO PROCESSO

• 1 Moinho de ar comprimido.
• 1 Compressor de ar – Atlas cópico – 250kw 7bar.
• 6 Ciclones – 1 para cada classificador aéreo.
• 5 Filtros de Cartuchos de 7.5 HP.
• 3 Filtros de Cartuchos de 10 HP.
• 1 Filtro de Cartucho de 15HP.
• 1 Moinho a Rolos.
• 1 Peneira circular 3 saídas.
• 6 Classificadores aéreos.
• 5 Peneiras tipo Algaier – 900mm diâmetro.
• 1 Secador a gás.
• 1 Elutriadore 1.8m diâmetro e h = 4,2 .
• 1 Elutriador 1.0m diâmetro.
• 2 Elutriadores 0.8m diâmetro.
• 1 Tanque de aço inox - 8m3 – utilizado para o processo de flotação.
• 1 Tanque de aço inox - 3m3 –– utilizado para o processo de flotação.
• 2 Tanques de fibra de vidro – 20m3 - para neutralização da água.
• 6 Tanques - 6m3 para tratamento químico.
• 1 Tanque - 4,5m3 para recebimento de efluentes acido (Ø2,4 e h =1m).
• 1 Tanque - 4,5m3 para recebimento de efluentes básico (Ø2,4 e h =1m).
___________________________________________________________________________________________27

4.4 TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO, ARMAZENAMENTO DE INSUMOS E


MATÉRIAS-PRIMAS

O carbeto de sílcio proveniente da área dos fornos será transportado por caminhões
para o galpão de beneficiamento. Será utilizado também uma empilhadeira elétrica
restrita ao transporte da área interna do galpão.

Os produtos químicos usados não serão transportados dentro da área do


empreendimento. Após o recebimento pelo fornecedor, estes permanecerão estocados
dentro do galpão aguardando a devida utilização.

Os insumos e matérias-primas utilizadas serão armazenadas das seguintes formas:

• NaOH e H2SO4: serão armazenados dentro do galpão próximo a área


destinada ao tratamento químico. O armazenamento será realizado em
bombonas de plástico colocadas dentro de uma bacia de contenção com
revestimento adequado propiciando maior segurança no armazenamento.
• Gás: após o recebimento será armazenado em 2 tanques de 500kg cada,
localizados em depósito específico a ser implantado.
• Água: a água a ser utilizada no abastecimento do galpão será proveniente
do poço artesiano instalado na área da empresa e armazenada em caixa
apropriada sendo distribuída de acordo com as necessidades.
• Energia elétrica: a energia elétrica será fornecida pela Companhia
Energética de Minas Gerais – CEMIG e distribuída pela rede de transmissão
a ser implantada no galpão.
• Carbeto de silício: será armazenado dentro do galpão em big-bags
convencionais como os utilizados atualmente.
___________________________________________________________________________________________28

4.5 FONTES DE EMISSÃO

As atividades que compõem o empreendimento a ser licenciado apresentam baixo


índice de emissão de efluentes e estes serão controlados nas respectivas etapas da
produção.

O fluxograma a seguir mostra as fontes de emissão de efluentes identificadas em cada


fase do processo produtivo.
FLUOXOGRAMA DAS FONTES E
TIPOS DE EMISSÕES

INÍCIO DO PROCESSO
PRODUTIVO

Sistemas de Moagens
(Jet-Mill e Moinho a Rolos)

Sistema de Classificação Aéreo

Sistema de Elutriação

Instalação Sanitária

Sistema de Flotação

Sistema de Tratamento Químico

LEGENDA:
Sistema de Ensacamento
EFLUENTE LÍQUIDO

RESÍDUO SÓLIDO

MATERIAL PARTICULADO EM SUSPENSÃO

FINAL DO PROCESSO
PRODUTIVO

Saneamento e Meio Ambiente Ltda.


________________________________________________________________________________________30

4.6 AS EMISSÕES

4.6.1 Efluente Atmosférico

O efluente atmosférico será resultante dos sistemas de moagem (jet-mill e moinho a


rolos), classificação e ensacamento sendo constituído pelos próprios micro-grãos de
carbeto de silício com granulometria variada. A emissão deste efluente será
rigorosamente controlada em todas as etapas produtivas por se tratar do produto a
ser comercializado.

4.6.2 Efluentes Líquidos Industriais

Os efluentes líquidos industriais serão resultantes dos processos de elutriação e


tratamento químico a serem instalados, consistindo em água com pH neutralizado.

4.6.3 Esgotos Sanitários

Os esgotos serão provenientes das instalações sanitárias a serem construídas.

4.6.4 Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos serão constituídos de partículas não aproveitadas de carbeto de


silício proveniente das etapa de elutriação, grafite agregado ao óleo de pinho ou
flotol decorrente da etapa de flotação e por bombonas de plástico utilizadas no
armazenamento dos produtos químicos.

4.6.5 Ruídos

A geração de ruído ficará restrita ao ambiente interno do galpão e portanto, será


objeto de controle do Departamento de Segurança do Trabalho.
___________________________________________________________________________________________ 31

4.7 SISTEMAS DE CONTROLE E TRATAMENTO DAS EMISSÕES

4.7.1 Sistemas de Controle de Efluente Atmosférico

Para controlar a emissão de material particulado na atmosfera serão instalados filtros


de cartuchos nas etapas de produção específicas, objetivando captar a totalidade do
efluente gerado.

4.7.2 Sistemas de Controle de Efluentes Líquidos Industriais

Para controle dos efluentes líquidos industriais serão instalados no interior do galpão
tanques de fibra de vidro para a neutralização dos efluentes ácidos e básicos. O
efluente resultante será encaminhado para o sistema de tratamento de efluentes já
existente na empresa

4.7.3 Sistemas de Controle de Esgotos Sanitários

Os esgotos sanitários produzidos serão encaminhados para a Estação de Tratamento


de Efluentes – ETE, também já existente na empresa.

4.7.4 Sistemas de Controle de Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos gerados nas etapas de elutriação serão direcionados para o pátio
de estocagem temporária de resíduos até serem encaminados para o Depósito de
Resíduos da Saint-Gobain.

O grafite agregado ao óleo de pinho ou ao flotol proveniente da etapa de flotação será


armazendo num container onde aguardará comercialização.

As bombonas de plástico utilizadas no armazenamento de produtos químicos serão


recolhidas por uma empresa responsável pelo descarte de produtos contaminados.
___________________________________________________________________________________________32

4.7.6 Sistema de Controle de Efluentes Pluviais

Todas as águas provenientes das precipitações pluviais, quer sejam recolhidas nos
telhados, quer sejam recolhidas nos pisos dos pátios, serão captadas pelo sistema de
canaletas existente que, por sua vez, as encaminhará para as caixas de decantação
também existentes.

4.8 MÉTODOS DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS EFLUENTES

4.8.1 Métodos de Disposição Final dos EFLUENTE ATMOSFÉRICO

Os EFLUENTE ATMOSFÉRICO serão captados pelos filtros de cartuchos devidamente


instalados com o objetivo de reter a totalidade do material particulado produzido que se
trata no caso, do produto a ser comercializado. O material captado será redirecionado
às respectivas etapas produtivas.

4.8.2 Métodos de Disposição Final dos Efluentes Líquidos Industriais

Os efluentes líquidos decorrentes do processo de tratamento químico, composto por


águas básicas e ácidas, serão misturados nos tanques neutralizadores com a
finalidade de neutralizar o pH (7), e posteriormente serão lançados na caixa e lagoas
de decantação do pátio de fornos dos grupos I, II e III, de onde serão conduzidos ao
sistema de aspersão dos mesmos.

Dos efluentes líquidos provenientes da etapa de elutriação, 80% serão diretamente


recirculados sendo usados para aspersão dos fornos e os 20% restantes passarão pela
etapa de decantação, e posteriormente também serão aproveitados na aspersão dos
fornos.
___________________________________________________________________________________________33

4.8.3 Métodos de Disposição Final dos Esgotos Sanitários

Os efluentes sanitários procedentes das instalações sanitárias serão direcionados para


a ETE já implantada na empresa onde receberão o devido tratamento, para
posteriormente serem lançados no córrego Cachoeirinha.

4.8.4 Métodos de Disposição Final de Resíduos Sólidos

O resíduos sólidos gerados, após passarem pelas caixas de decantação serão


removidos das mesmas e dispostos no pátio de estocagem de resíduos, já licenciado
pela FEAM, onde serão secos. Após a secagem, esse material será encaminhado para
o Depósito de Resíduos Sólidos, também licenciado pela FEAM.

No caso específico do grafite agregado ao óleo de pinho ou ao flotol, este será


armazenado num container aguardando futura comercialização.

As bombonas de plásticos serão encaminhadas ao depósito de estocagem temporária


existente, em uma baia destinada para a estocagem de embalagens contaminadas
com produtos químicos, onde aguardarão o recolhimento pela empresa responsável
pela incineração.
___________________________________________________________________________________________34

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

5.1. INFORMAÇÕES BÁSICAS DA ÁREA

A unidade industrial da SAINT-GOBAIN MATERIAIS CERÂMICOS LTDA. está


localizada no Km 208 da BR 265, na zona rural do Município de Barbacena, região do
Campo das Vertentes de Minas Gerais.

Em suas imediações estão instalados empreendimentos diversificados como a RDM –


Rio Doce Manganês, produtora de ligas à base de manganês, a Cia. de Fertilizantes
Mantiqueira, uma usina de tratamento de lixo e a área de depósito de lixo utilizada pela
Prefeitura Municipal de Barbacena. Esta área é de propriedade do Município e localiza-
se às margens do Ribeirão Frigorífico que margeia a rodovia acima citada.

O uso e ocupação do solo predominante na região é constituído de pequenas


propriedades rurais destinadas à policultura, pecuária de leite e criação de equinos. A
área destinada à implantação do galpão de micro-grãos, encontra-se localizada numa
região onde núcleos urbanos são inexistentes, com possibilidade remota de serem
criados loteamentos.

A vegetação encontra-se em fase resultante da ação antrópica sendo composta


predominantemente por pastagens e pequenos arbustos nativos da região.

A região é drenada pelo córrego Cachoerinha afluente do Ribeirão Frigorífico , este


pertence à Sub-Bacia do Rio das Mortes que é membro da Bacia do Rio Grande.

A seguir é apresentada a planta que evidencia o entorno do empreendimento.


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6. ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A introdução de qualquer atividade poderá provocar alterações no meio ambiente.


Pode-se considerar que os impactos ambientais decorrentes da instalação e operação
do galpão para produção de micro-grãos são potencialmente pequenos.

As conclusões deste item refletem toda a análise feita neste estudo e indicam que a
implantação do galpão do micro-grãos será viável, uma vez que as medidas e ações
sugeridas serão criteriosamente aplicadas.

Durante o processo produtivo ocorrerá a geração de material particulado atmosférico,


geração de efluentes líquidos e geração de resíduos sólidos, todos estes serão
rigorosamente controlados nas respectivas etapas de produção.

A via de acesso interno será pavimentada, evitando a emissão de material particulado


na atmosfera proveniente da circulação de veículos. Também contará com a
implantação de uma rede de canaletas com o objetivo de captar a água pluvial.

6.1 MONITORAMENTO AMBIENTAL

A empresa já realiza um programa sistemático de monitoramento ambiental para todo o


empreendimento, em conformidade com as licenças ambientais obtidas pela FEAM.
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7. ANÁLISE CUSTO X BENEFÍCIO

A relação entre custo x benefício é favorável para o benefício, pois a área do galpão
está situada dentro da planta industrial existente e licenciada pela FEAM, e seu
funcionamento representa um benefício social de geração de mais 12 empregos diretos
e outros tantos indiretos, além de aumentar a arrecadação do município de Barbacena
e do estado de Minas Gerais com impostos específicos.

Do ponto de vista social, ela também desempenha um papel positivo ao empregar


preferencialmente a população da própria região.

Os custos pela implantação da unidade a ser licenciada é desprezível quando se


verifica que a intervenção é de pequeno porte e será instalada dentro da área industrial
da empresa, a qual encontra-se devidamente licenciada pelo COPAM.
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8. RESPONSABILIDADE TÉCNICA

O RCA foi elaborado pela empresa SMAL Saneamento e Meio Ambiente Ltda. que tem
como responsável técnico o Engenheiro Civil e Sanitarista Alberto Baeta Nunes -
CREA/MG26701/D.

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