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Processos Mudos

Por BRÁULIO AKHENATON

Porque tantos fenômenos se


manifestam em grupos de
três? Temos os três reinos:
animal, vegetal e mineral.
Três estados da matéria:
sólido, líquido, gasoso.
O misterioso número três
sempre teve proeminência
entre os gregos, hindus,
cristãos e egípcios. Os
gregos por exemplo
reverenciavam a trindade do
bom, verdadeiro e belo. Não
deixa de ser significativo que
as três unidades desta tríade
são inseparáveis. Aquilo que
é verdadeiro é belo e ambos
são bons.
O presente artigo baseia-se
em três princípios SSS –
Silêncio, Serviço e
Serenidade.

O SILÊNCIO
É o poder maior, sem o
silêncio não é possível a
aspiração, e sem aspiração
não é possível que homem
algum se eleve, a aspiração
recorre ou exercita as
funções especiais da mente
humana, compele o homem
a usar suas faculdades
intuitivas, estimula sua
imaginação, é a aspiração
que mantém a mente do
homem em um plano elevado
que a faz transcender o
habitual, depois de
concebido um ideal pela qual
possa se elevar. Quem não
se determina a visualizar
algo melhor ao bem-estar da
humanidade ou a trazer
felicidade, compreensão a
sua comunidade ou família é
verdadeiramente inerte
como ser humano, está em
repouso. É fenômeno
observável na natureza a
mutação constante de todas
as coisas, as estações se
sucedem e várias outras
coisas cujas qualidades
podemos perceber
encontram-se a passar por
uma espécie de transição,
esta mudança consiste de
um movimento, interno e
externo, das coisas. Não se
trata apenas de mudança de
movimento no espaço, mas
de mudança que ocorre na
essência das coisas.
Claramente que a essência
espiritual do homem e a
mente são capazes de
produzir alguma coisa, então
podemos dizer que o homem
só está plenamente coerente
com a lei do movimento
quando aspira, quando
busca transcender seu
próprio ambiente e o mundo
como o conhece.
Já o silêncio em alguns
instantes especiais se torna
revelação de certos
mistérios, devido a quietude,
ela tem a função de
despertar energias sutis,
forças inconscientes. O
silêncio abre espaço à
vacuidade, a recepção de
energias e vibrações
desconhecidas do homem
preso ao ruído dos seus
pensamentos e desejos, pois
aqueles que meditam
sabem, a “EXTERIORIDADE”
se ameniza, a interioridade
toma o seu devido lugar, e o
verdadeiro silêncio nos faz
presentes no aqui e agora,
sem medo ou culpa em
relação ao passado, sem
receio do futuro, silêncio não
é solidão. Contudo muitas
vezes é na solitude que
floresce a rosa em nosso
cerne, é na solitude que o eu
superior consegue falar.

O SERVIÇO
Servir é um acto, é uma
ação e não existe ação física
sem que antes existisse a
ação da mente, que é o
pensamento, o pensamento
está na base da formação
das palavras e do
comportamento dos
indivíduos. Nossos
pensamentos conscientes
vêm do subconsciente, os
pensamentos que mantemos
em nossa mente consciente,
mergulham novamente no
subconsciente e ali se
tornam sementes de novos
pensamentos. Nossas
palavras, atitudes e ações
são o resultado directo dos
nossos pensamentos, pelo
facto de afectarem o sistema
nervoso autônomo, nossos
pensamentos e atitudes
podem manifestar-se no
corpo, sob forma de saúde
radiante, ou de doenças
psicossomáticas. Permitir
que a mente se detenha em
pensamentos depressivos,
ou em pensamentos de
polaridade negativa
determina a espécie de
atmosfera psíquica que nos
cerca, afetando a nós
mesmos e aos nossos
semelhantes e a atrair
exatamente as condições
que constitui nossa vontade
evitá-las. O poder emanado
do pensamento controlado,
pode produzir modificações
moleculares na água, o
poder do pensamento pode
acelerar o crescimento e os
processos regenerativos em
plantas, animais, e no
próprio homem, e fazer
objectos se deslocarem.
Sendo o seu ingrediente
básico, a formação de
imagens. Daí a grande
responsabilidade do homem
de fazer acontecer a
evolução do seu mundo
através da sua criação
mental, corroborada pelas
suas palavras e pelos seus
actos. Seja responsável pela
tua “ECOLOGIA MENTAL”.
Somos partícipes da vida e
da evolução e não
observadores dela.
Lembremos sempre da
mensagem deixada pelo
mestre excelso: “ninguém
vive unicamente para si
mesmo”. Todo serviço é
importante, não há grandes
ou pequenos serviços, todos
são necessários e
importantes. Maior parte dos
sistemas de educação
superior não avaliam ou
defendem de forma alguma a
importância do serviço, e
sim a ideia de poder pessoal
como único objectivo. Todos
os dias temos ocasião de
praticarmos uma ação
altruística, que promova a
evolução da humanidade,
tornemo-nos perceptivos a
estas oportunidades de
servir. Segundo Sophocles:
“A natureza dotou-nos de
tudo o que é preciso para
uma ação criativa: dos cinco
sentidos para captarmos
tudo o que acontece no
mundo que nos rodeia e de
uma mente e de um corpo
capazes de se conscientizar
deste mundo, e de gerar
pensamentos construtivos
passíveis de se converterem
em palavras e ações que
promovam a nossa
EVOLUÇÃO e a de nossos
semelhantes”. A mola-
mestra que transforma
pensamentos e palavras em
ação é o poder da vontade,
e, para exercermos esta
vontade de agir
criativamente, temos que
conhecer as barreiras que
obstruem o comportamento
criativo. Podemos aqui
mencionar alguns dos
inibidores do
comportamento criativo:
O medo de errar, o medo de
não ser aceito por outras
pessoas, a síndrome da
perfeição. “ORA ETA
LABORA” , cuja tradução é
ORAI E TRABALHAI. ORAR –
estudo, contemplação,
oração, meditação.
TRABALHAR – colocar-se
como um CANAL CÓSMICO
para operar mudanças em
todos os segmentos de vida,
dentro de sua capacidade,
de seu alcance, de sua área
de influência. Não obstante
acredito que o que define um
grande artista é a sua
capacidade de entender o
seu papel social e espiritual
no mundo em que vive, o
qual é muito maior que o
âmbito de seu ego e a
pequenez de seus
problemas pessoais e,
sinceramente e
humildemente, esforçar-se
por acertar e servir aos
outros através de sua obra,
independentemente de ter
ou não o reconhecimento do
grande público.

A SERENIDADE
A Serenidade é o caminho
para a harmonia com as leis,
físicas, mentais, emocionais
e espirituais, que muitos
aspiram, mas poucos
alcançam. Esta pode surgir
ao cumprirmos certas
tarefas, mas será acima de
tudo aquele estado durável,
fruto do trabalho sobre nós
mesmos, aquela calma
profunda. Estamos
conscientes da lei natural de
causa e efeito, de que para
toda ação há uma reação.
Quando nos perguntamos
por que há tanto infortúnio
no mundo? por que tantas
pessoas são infelizes? E por
que muitos não conseguem
se ajustar à vida que as
cerca? Vemos que é
principalmente porque elas
encaram a vida de modo
errado, debaixo da premissa
básica na qual não há justiça
na natureza, agimos ou nos
comportamos em
conformidade com isto, e
fazemos muitas coisas de
um modo diferente de como
as faríamos se
acreditássemos que
houvesse essa justiça. Não
sabem ao certo qual é o
sentido da vida, não sabem
ao certo se haverá sempre
uma reação a tudo o que
façam, porque não
conhecem o
electromagnetismo, com sua
polaridade dual, não sabem
nada a respeito da unidade,
porque não conseguem ver
todas coisas diferentes da
sua vida como parte de um
só e vasto SER.
Quando negligenciamos a
nossa vigilância, quando
deixamos cessar aquilo que
se faz necessário para nos
mantermos sadios e
produtivos, é então que
deixamos a luz se extinguir.
É então que nos vemos a
tropeçar sendo forçados a
trabalhar duas vezes mais
para restaurar essa luz. O
mérito e a luz não vêm a nós
sem trabalho e esforço.
Marcus Aurelius, Imperador
romano e filósofo estóico,
fez uma declaração muito
expressiva, disse que os
figos são considerados mais
gostosos e maduros depois
que começam a minguar, e
que as uvas são melhores,
depois de terem crescido em
proporção e peso a ponto de
dobrar a parreira. O esforço
mental, o esforço físico e o
grande emprego da
consciência são
reconhecidamente
fatigantes, porém aquele que
evita o esforço por ser ele
exaustivo, nunca chega a
experimentar o intenso
estímulo que se segue ao
repouso e à recuperação,
este ocorre apenas àqueles
que envidaram esforços.
Se Michelângelo não usasse
seus braços, pulsos e mãos,
sujeitos a fadigas, calos e
dores, não teria realizado a
transmutação de grandes
blocos de mármore em um
Moisés, um David, em pietás
e em madonas. Estas obras
maravilhosas não se teriam
eternizado, e promovido a
admiração e o encanto das
gerações que o sucedem.
Quando temos certeza de
que há uma compensação
para todos nossos atos,
então sabemos o que
precisamos para nos
mantermos em harmonia
com a vida.

*Notas e referências:
1.Desde antiga escola da
Mênfis, considerada a
grande muralha branca, que
este movimento ou mudança
nas coisas vem sido
ilustrado, através do sistro
representado pela letra Y, na
qual 7 linhas transversais o
atravessam; Discurso de
mestres; A primavera 2018 –
tradicional ordem martinista,
O fazer artístico;

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