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PROJETO ARQUITETÔNICO
RESUMO
Este artigo pretende contribuir para a discussão sobre ensino de projeto de arquitetura na contemporaneidade.
Para tanto, o que apresentamos é a documentação de algumas práticas que foram aplicadas em sala de aula
para alunas e alunos do primeiro ano de arquitetura nas disciplinas de Laboratório e Projeto de Arquitetura.
Estas práticas ilustram as abordagens das autoras sobre a forma de ensinar e instigar estudos de projeto nas
Universidades FIAM-FAAM e FAAP. O artigo aborda também a questão da introdução das ferramentas digitais
para alunos de primeiro ano, um debate corrente e complexo que ainda requer estudos mais profundos, como
considera Lima (2011, p.07). As reflexões apresentadas neste artigo integram os estudos encaminhados no
âmbito do Núcleo de Pesquisa ―Percursos e Projetos: Arquitetura e Design‖[i] da FAU- Mackenzie,
especificamente Projeto de Pesquisa: Feminino e Plural: Percursos e Projetos de Arquitetas –
FAPESP/Mackepsquisa 2012-14,do qual as autoras fazem parte.
ABSTRACT
This article aims to contribute to the discussion on contemporary education of architectural design. Therefore,
what we present is the documentation of practices that were applied in the classroom for first-year students in the
disciplines of Laboratory of Architectural Design. These practices illustrate the approaches of the authors on how
they teach and instill interest about architecture studies at the Universities FIAM-FAAM and FAAP. The article
also addresses the question of the introduction of digital tools for first-year students, a current and complex
debate that still requires further studies, as Lima ponders (2011, p.07). The reflections presented in this article are
part of the studies submitted in the framework of the Research Nucleus "Percursos e Projetos: Arquitetura e
Design " at FAU-Mackenzie, specifically the Research Project: Feminino e Plural: Percursos e Projetos de
Arquitetas - FAPESP/ Mackpesquisa 2012-14, in which the authors take part.
Keywords: Introduction to Project Design. Teaching |Design Project. Practice. Digital tools.
Congresso Internacional “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em
Arquitetura e Urbanismo”, São Paulo, Brasil, 01 a 09 de Setembro 2013.
FAU UPM – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, Brasil; INIFAUA – Instituto de
Investigación – Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes. Universidad Nacional de Ingeniería. Lima, Peru.
1. INTRODUÇÃO
- Congresso Internacional “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em
Arquitetura e Urbanismo” , São Paulo, Brasil, 01 a 09 de Setembro 2013.
FAU UPM – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, Brasil; INIFAUA – Instituto de
Investigación – Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes. Universidad Nacional de Ingeniería. Lima, Peru.
Este artigo, no entanto, não pretende apresentar uma fórmula para o ensino de
projeto de arquitetura, mas visa contribuir para a discussão sobre este assunto e apontar
questões sobre o ensino de projeto na contemporaneidade, documentando algumas práticas
que foram aplicadas em salas de aulas nas disciplinas de Laboratório e Projeto de
Arquitetura, que exprimem nossos pontos de vista sobre a forma de ensinar e instigar os
estudantes sobre a arquitetura.
2. PRÁTICA E TEORIA
Em linha com Schön e outros, muitos pesquisadores na esfera do design
perceberam que a prática projetual tem de fato sua forte e apropriada cultura
intelectual, e que ―devemos evitar emaranhar nossas pesquisas em áreas de design
com diferentes culturas importadas tanto das ciências quanto das artes. Isso não
significa que devamos ignorar essas outras culturas, pelo contrário, elas têm
histórias de pesquisa e lastro acadêmicos mais fortes do que temos em design. Nós
precisamos nos apoiar nessas histórias e tradições quando apropriado, enquanto
construímos nossa própria cultura intelectual, aceitável e defensável em seus
próprios termos. Devemos ser capazes de demonstrar que os padrões de rigor em
nossa cultura intelectual são pelo menos equivalentes àqueles dos outros.
(LIMA, 2012,p.07)
Segundo Jorge Czajkowski (in COMAS, 1986, p.10), a tônica da disciplina de projeto
é o exercício formal e pragmático, aliado a uma objetividade na solução de problemas
funcionais e construtivos, que para satisfazer as pressões externas, socioeconômicas e
culturais, os arquitetos ―artistas‖ das décadas anteriores se voltaram para à carga técnica
objetiva e confiável, o que só fez acentuar um problema que a arquitetura enfrenta desde o
século XIX: a dissociação entre a arte e a técnica. Mesmo as disciplinas de história e teoria
não chegam a se constituir como instrumento de trabalho para a arquitetura, e acabam
sendo deixadas de lado a uma condição de subjetividade supérfluas.
Sendo assim, procuramos sempre em nossas aulas de Projeto e Laboratório de
Arquitetura, associar a teoria e crítica arquitetônica à prática. Acreditamos que estes dois
itens devem andar juntos no desenvolvimento do projeto. Acreditamos que somente com o
conhecimento profundo da história, teorias e críticas da arquitetura é que o arquiteto pode
realmente avançar e criar algo inovador.
Czajkowski (in COMAS, 1986, p.11) ainda descreve que as escolas almejam ser
profissionalizantes, oferecendo ao aluno uma noção empírica de como trabalhar, mas é
exatamente isso que tem contribuído pouco para a profissionalização efetiva do arquiteto.
Atualmente notamos profissionais com um conhecimento superficial sobre a história e teoria
da arquitetura. Esta problemática não diz respeito apenas pela falta de prática em desenho
e representação gráfica, mas também pela escassa discussão conceitual, o que
consideramos ser importante para dar forma à arquitetura, e o que faz dela uma Arte e a
inscreve no território da Estética.
- Congresso Internacional “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em
Arquitetura e Urbanismo” , São Paulo, Brasil, 01 a 09 de Setembro 2013.
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Investigación – Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Artes. Universidad Nacional de Ingeniería. Lima, Peru.
Atualmente nós temos observado pouco interesse pela investigação teórica, por
parte dos jovens alunos, e notamos uma dificuldade em incentivá-los. Julgamos que esse
fato possa ocorrer porque muitos concluem o ensino fundamental despreparados para o
exercício do pensamento analítico por meio da leitura. Esta nova geração, acostumadas e
criadas no mundo digital, onde o acesso a tudo é muito rápido e superficial tem muita
dificuldade em ler textos teóricos que demandam tempo de reflexão. O que, no nosso
entendimento, se faz importante a introdução de teoria e história, aliando a prática, e
também estimulá-los na produção de textos próprios que descrevam seus projetos
analiticamente.
Abaixo propomos alguns exercícios que buscam integrar alguns aspectos que
consideramos importantes do projeto arquitetônico para iniciantes tais como: noções de
proporção, espaço, repertório histórico e representação gráfica arquitetônica.
Exercício 01
Figuras 1: Peças planificadas do Pavilhão Alemão em Barcelona, arquiteto Ludwig Mies van der Rohe
- Imagem escaneada de Cartão postal.VG Bild-Kunust, Bonn, 2007. Disponível em:
www.berlinerfuft.or
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Arquitetura e Urbanismo” , São Paulo, Brasil, 01 a 09 de Setembro 2013.
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Figuras 2: Peças planificadas da Casa Schroder, arquitetos Gerrit Rietveld e Truss Schroder -
Imagem escaneada de Cartão postal.VG Bild-Kunust, Bonn, 2007. Disponível em: www.berlinerfuft.or
Figuras 3: Peças planificadas da Villa Savoy, arquiteto Le Corbusierr - Imagem escaneada de Cartão
postal.VG Bild-Kunust, Bonn, 2007. Disponível em: www.berlinerfuft.or
Exercício 02
Referências arquitetônicas1:
- Congresso Internacional “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em
Arquitetura e Urbanismo” , São Paulo, Brasil, 01 a 09 de Setembro 2013.
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Cabana – Le Corbusier, Cap Martin, Roquebrume, 1950
Casa Farnsworth – Mies van der Rohe, Fox River, Illinois, USA, 1946
Casa Vernacular Japonesa
Casa Walker – Paul Rudolph, Flórida, USA, 1953
Projeto Moduli – Kristian Gullichsen, Finlandia, 1968/1973
Casa Plywood – Herzog e De Meuron, Bottmingen, Suiça, 1985
Casa Helio Olga – Marcos Acayaba, São Paulo,1985
Casa Acayaba – Marcos Acayaba, Guaruja, 1997
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Figuras 4: Maquetes efetuadas por alunos do segundo semestre
do Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAAP, junho de 2013. Orientados pelos professores
Eduardo Colonelli e Marianna dal Canton Martignago.
Exercício 03
Este exercício foi criado pelos professores Francisco Barros, Marcelo Westerman e
Marianna dal Canton Martignago e vem sendo aplicado na disciplina de Projeto
Arquitetônico I (primeiro semestre) no curso de Arquitetura e Urbanismo da FAAP desde
2012.
O exercício visa apresentar as ferramentas básicas de projeto como noção de
escala, medidas, metragem, visita in loco, registro fotográfico, desenho de observação à
mão livre instrumentado e o uso da ferramenta digital Sketch-Up2·.
O interessante deste exercício é a vista in loco onde o aluno experimenta na prática
dimensões, escalas e proporções, Maria de Jesus Britto Leite (2007) reitera a importância
da vivencia experimental no trecho abaixo:
Vale salientar, ainda, a importância de visitas a obras, aulas fora das quatro paredes
da classe, que se tornaram ocasiões de aprendizado eufórico, muito bem recebidas
pelos alunos, sendo, inclusive, cobrada por eles a existência de mais oportunidades
deste tipo. Isto confirma a importância desta estratégia pedagógica de percepção
dos espaços, materiais (seus usos, cores, dimensões, cheiros), clima e outros
aspectos da vivência prática, como estímulo sensível para os ―aprendizes
modificarem e melhorarem suas capacidades perceptivas, intuitivas e criativas.‖
Os alunos são levados ao local em grupos com pranchetas A4, papel sulfite lápis e
máquina fotográfica para fazer a medição da Portaria da Universidade. No local são
ensinados a usar a trena e como devem ser feitas as medições precisas nos desenhos de
observação feitos a mão livre. Nota-se que eles possuem muita dificuldade em entender a
representação bidimensional da representação gráfica arquitetônica, mas que irá melhorar
ao longo do semestre. Outra dificuldade apresentada é a falta de atenção aos detalhes da
obra, o que após voltarem à sala de aula para produzir os desenhos instrumentados, eles
começam a compreender o que vem a ser um olhar atento arquitetônico, pois sentem a
necessidade de retornar algumas vezes ao local para analisar outros detalhes que não
haviam reparado ou fotografado anteriormente.
Os desenhos a mão na escala são feitos individualmente em papel. Após isso os
alunos são introduzidos a ferramenta digital Sketch-Up e deverão fazer a maquete eletrônica
da Portaria.3
O exercício é finalizado com a entrega dos levantamentos e desenhos de
observação dos grupos, os trabalhos individuais a mão com escala e em Sktech-Up na
escala e também as perspectivas.
Este exercício se mostrou satisfatório no sentido de mostrar o processo de
reconhecimento in loco de um objeto arquitetônico e o uso do olhar atento aos detalhes.
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Notamos que de fato os alunos ingressam no curso de arquitetura pouco preparados ou
familiarizados com ferramentas básicas de arquitetura, como o uso da trena, que e a
princípio parece simples, mas que se mostrou um pouco complexo para alguns que não
conheciam a ferramenta e tiveram dificuldade nas anotação entre as medidas em metros e
polegadas.
O uso da ferramenta Sketch-Up a princípio parece satisfatório, mas nos exercícios
seguintes se mostra uma ferramenta um pouco complexa no ensino da representação
bidimensional como cortes. Apesar de facilitar o entendimento do aluno sobre o que vem a
ser um corte arquitetônico, por vezes cria uma falsa ilusão de entendimento, pois muitos
desenham os cortes, porém não conseguem compreendem a relação entre eles e as
respectivas plantas. Não queremos aqui descartar o uso desta ferramenta digital, mas ao
colocar em prática para alunos ingressantes este instrumento se mostrou didaticamente um
esforço desnecessário e ainda um pouco perigoso por criar esta falsa ilusão de
compreensão, que poderá no futuro criar obstáculos a eles. Essa questão será discutida a
seguir.
Exercício 04
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comuniquem a informação de modo claro para que possam ser apropriadamente
compreendidos.
Este exercício vem se mostrando, ao longo de dois anos, muito importante não só no
aprendizado de leitura de desenhos arquitetônicos e compreensão de imagem, mas também
estimula o aluno a compreender o espaço e traduzi-lo em desenho técnico.
Acreditamos que uma das qualidades do profissional de arquitetura é a capacidade
de compreensão do espaço e a capacidade de representação por meio de desenhos
técnicos, bem como a capacidade de ―ler‖ uma imagem. A leitura de imagem a principio
parece uma questão simples, pois qualquer um que não seja arquiteto pode visualizar um
espaço ao ver uma fotografia. No entanto gostaríamos de frisar que apenas ver o espaço
não significa realmente compreendê-lo como um todo e ser capaz de reproduzi-lo. Esta
capacidade necessita de prática para que o aluno consiga criar e visualizar em sua mente
(tridimensional) este espaço visto bidimensional na fotografia.
4. PRATICANDO A TEORIA
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Loureiro, que aprofunda na parte histórica, especificamente em São Paulo. No texto a autora
também explica as respectivas técnicas construtivas usadas nessa região.
E para finalizar os estudos e debates sobre história utilizamos o artigo de Fernando
Serapião para a Revista Projeto Design (janeiro de 2004) ―Paralelos (e transversais) na
história da casa paulistana‖, onde o autor divide essas construções em três etapas de
acordo com as técnicas construtivas de cada período: Casas de taipa, Casas de tijolos e
Casas de concreto. Exemplificando essas construções através de imagens, tanto fotos e
quanto peças gráficas.
A partir dessa última aula teórica começamos outra etapa de trabalho, em que os
alunos irão pesquisar uma residência de destaque na cidade de São Paulo,
preferencialmente. Com uma lista de arquitetos e obras que varia desde Gregori
Warchavchik a Ruy Ohtake, passando por Lina Bo Bardi, Marcos Acayaba e Eduardo
Longo, os estudantes selecionam uma obra que irão trabalhar todo o semestre.
Esse trabalho consiste em desenvolver um caderno de estudos e a maquete física da
residência. Esse caderno é composto por uma extensa pesquisa escrita sobre o arquiteto e
a obra, e ainda peças gráficas produzidas pelos alunos. Nos parece que, ao aliar pesquisa
teórica com trabalhos práticos, sendo eles desenho técnico instrumentado e produção de
maquete, os alunos compreendem melhor aquela construção e as soluções projetuais
propostas pelo arquiteto. Como afirmam Maisa Veloso e Sonia Marques:
Atualmente, a efemeridade da obra construída, face à crescente demolição de edificações
recentes, coloca a arquitetura de papel como mais perene que a edificação dela resultante
e aumenta a importância do projeto como documento. [...] No entanto, a mesma
historiografia que privilegiou a experiência espacial, muito cedo entendeu a diferença entre
esta e o projeto, percebendo a importância deste último não apenas como documento da
obra construída, mas, sobretudo, como materialização da ideia arquitetural. (VELOSO;
MARQUES, 2007.)
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Figura 5: Maquete da Residência Hélio Olga do arquiteto Marcos Acayaba, produzida por dois alunos
de primeiro semestre de Arquitetura na FIAM-FAAM em Laboratório de Arquitetura, em dezembro de
2012, orientados pelos professores Fanny Schroeder e Mauro Motoda.
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nossas práticas no ensino de projeto que vão de encontro a esse posicionamento, visto que
ao tentar introduzir a ferramenta digital no exercício 03 acima citado, foi verificado que
aparentemente os alunos dominavam a técnica e desenho digital, mas que ao serem
questionados e avaliados a fundo notamos que ao sobrepor plantas e cortes estes não
possuíam a mesma medida o que mostrava que os alunos não tinham ideia do que estavam
fazendo ou de como estavam desenhando. Após esta constatação optamos por exemplificar
a estes alunos como seriam feitos estes desenhos utilizando ferramentas palpáveis como
réguas paralelas e esquadros, e para nossa surpresa os alunos ficaram maravilhados com a
experiência manual, solicitando régua paralela para as salas de aula e finalmente
compreendendo que o Autocad é apenas uma ferramenta técnica, muito útil e prática, mas
não deixa de ser uma extensão ao desenho livre.
6. CONCLUSÃO
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proposição de confecção de maquete é um desafio para os alunos, pois este é o primeiro
contato deles com esse tipo de tarefa, contudo é nítido o empenho com que eles a
desenvolvem (como ilustrado na figura 5). Verificamos desta maneira, que a união dessas
duas atividades, estudo teórico e elaboração de maquete física, revelou-se positiva na
compreensão da representação gráfica e auxilia significativamente no ensino de Projeto de
Arquitetura.
A respeito do uso a Ferramenta Digital, pudemos observar após a aplicação do
Exercício 3, citado acima, onde os alunos se mostraram bem receptivos e dominaram
facilmente os programas de manipulação tridimensional, essa forma de trabalho não deve
anteceder, ao nosso ver, o aprendizado manual tradicional. Acreditamos que o aprendizado
das técnicas manuais precedendo aos digitais auxilia o aluno a compreender e representar
graficamente peças bidimensionais a partir de volumes tridimensionais, e vice-versa. Nesse
exercício aplicado em sala de aula, notamos que alguns alunos tiveram uma ―falsa ilusão‖
que a ferramenta digital faria por conta própria todo o trabalho, exigindo o mínimo esforço do
autor do projeto. Ainda que essa ideia fantasiosa fosse verdadeira, tememos pela qualidade
dessas obras, pois como observamos nessa experiência realizada com alunos de
arquitetura, o uso dessas ferramentas digitais pode propiciar um entendimento limitado do
espaço e na leitura das peças gráficas de arquitetura.
Walter Gropius deixou diversos textos demonstrando uma preocupação com a
renovação do pensamento advinda com o movimento modernista quanto à prática e o
ensino de projeto. Uma afirmação desse mestre parece bem adequada para finalizar nossa
argumentação: ―é mais importante ensinar um método de raciocínio que meras habilidades.‖
(GROPIUS, 1972. p. 86).
Pudemos observar, com a aplicação dos exercícios acima citados e com o retorno
que tivemos dos alunos que passaram por estas experiências, é que de fato é mais
importante ensinar um método de raciocínio.
Os resultados dos trabalhos nos mostraram que aplicando a teoria e a história da
arquitetura na prática projetual e somando outras técnicas como maquetes físicas e
desenhos a mão instrumentados, medição in loco e também incentivando a leitura de
imagens e de textos críticos de introdução a arquitetura podem nos trazer ótimos resultados.
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
BIGGS, Michael; BÜCHLER, Daniela; LIMA, Ana Gabriela Godinho.Drawings out the value
of drawings. IV Projetar 2009 - Projeto Como Investigação: Ensino, Pesquisa e Pratica. FAU-
UPM: São Paulo, 2009.
CARVALHO, Ramon Silva de; SAVIGNON, Affonso Pedro de. O professor de projeto de
arquitetura na era digital: desafios e perspectivas. Gestão e Tecnologia de Projetos: Volume
6, Número 2, Jan. 2012.
LEITE, Maria de Jesus Britto. Formar não é informar: um percurso sensível na formação do
Arquiteto. Tese de Doutorado apresentada a Universidade de São Paulo na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, 2007.
VELOSO, Maisa; MARQUES, Sonia. A pesquisa como elo entre prática e teoria do projeto:
alguns caminhos possíveis. Vitruvius: 088.08ano 08, set 2007.
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2
Sketch-Up é um software para a criação de modelos em 3D no computador. O Sketch-Up é utilizado
principalmente para criar facilmente estudos iniciais e esboços (O seu nome: "Sketch" que significa esboço em
inglês) de modelos ou maquetes em 3D. - Definição segundo Wikipédia.
3
A ferramenta Digital Sketch-Up foi introduzida neste exercício por um dos professores do programa como
experiência para compreender melhor como alunos ingressantes lidavam com a ferramenta digital já no inicio do
curso.
4
VELOSO, Maisa; MARQUES, Sonia. ―A pesquisa como elo entre prática e teoria do projeto: alguns caminhos
possíveis.‖ Vitruvius: 088.08, ano 08, set 2007.
5
Ibid. ―No entanto, recentes encontros – Marselha (2004), Princeton (2004), Dublin (2004), Edimburgo (2006) –
parecem atestar uma tendência nacional e internacional – pelo menos ocidental – da pesquisa da arquitetura,
tendo como objeto central de investigação o projeto, e, deste modo, inaugurar um novo momento da cultura
arquitetural.‖
6
Ibid.
7
AutoCAD é um software do tipo CAD — computer aided design ou desenho auxiliado por computador - criado
e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado principalmente para a elaboração de peças
de desenho técnico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tridimensionais (3D)- Definição segundo
Wikipédia
8
Até o momento não aconselhamos aqui o uso de ferramentas de modelagem 3D para alunos de primeiro ano,
pois acreditamos que esta ferramenta deve ser operada por alunos com mais experiência em desenho técnico
2D e repertorio arquitetônico, para que os alunos não caiam no formalismo, o qual modela formas antes mesmo
de atribuir as funções arquitetônicas na obra.
9
SILVA, Elvan. Sobre a Renovação do Conceito de Projeto Arquitetônico e sua Didática. In COMAS, Carlos
Eduardo. (org.) Projeto arquitetônico disciplina em crise, disciplina em renovação. São Paulo: Projeto, 1986.
Nesse artigo o autor relata um episódio sobre uma comissão encarregada por resolver um impasse corriqueiro
numa determinada disciplina detectou que o problema era decorrente de questões maiores e mais abrangentes,
e que tais questões também se referiam a outras de maior alcance, e assim sucessivamente, ao final chegaram
à triste constatação estavam lidando com uma consequência da crise da civilização ocidental. De modo que, por
se tratar de um problema dentro de um contexto muito mais amplo e que a comissão não conseguiria resolver
essa crise, nada foi feito.
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