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A evolução e desenvolvimento dos ensaios laboratoriais na prevenção e avaliação da RAA

The evolution and development of laboratorial test methods in the prevention and
assessment of AAR

Leandro Sanchez (1), Benoit Fournier (2), Selmo Kuperman(3)


(1) MSc. – Doutorando da Université Laval
(2) Prof. Dr. – Université Laval
(3) Prof. Dr. – Desek Ltda
leandrofms@gmail.com
benoit.fournier@ggl.ulaval.ca
selmo@desek.com.br

Resumo
A reação álcali-agregado (RAA) é um fenômeno altamente deletério para estruturas e elementos
estruturais de concreto e, até os dias atuais, não existe um consenso em termos de reabilitação
dos elementos deteriorados, sendo cada caso tratado de maneira individual.
É de conhecimento geral que a melhor solução técnico-econômica no combate desta
manifestação patológica é a prevenção e por conseqüência, diversos métodos laboratoriais foram
estudados e desenvolvidos neste sentido. Atualmente, o meio técnico possui diversos ensaios que
podem classificar a reatividade potencial de um agregado ou de uma combinação
cimento/agregado antes de sua utilização e, embora ainda existam incompatibilidades
laboratório/campo para alguns ensaios, pode-se dizer de maneira geral que existe conhecimento
suficiente para prevenir a RAA.
Por outro lado, uma vez que uma dada estrutura ou elemento estrutural apresenta deterioração
pela RAA, um dos objetivos mais importantes dos engenheiros envolvidos, consultores e
proprietários é o conhecimento do seu estado atual de deterioração, assim como a possibilidade
de degradação futura. Para isso, alguns pesquisadores encontram-se estudando e desenvolvendo
ferramentas e ensaios que consigam diagnosticar com precisão e confiabilidade estas questões.
O presente trabalho apresenta uma revisão crítica do estado da arte do desenvolvimento de
ensaios laboratoriais na prevenção e avaliação da RAA.

Abstract

Alkali-aggregate reaction is a quite deleterious reaction for concrete structures and/or concrete
elements and there is no consensus on how to retrofit deteriorated concrete structures so far.
Moreover, each case needs to be treated individually.
It has been found that the best solution to face AAR is the prevention and therefore several
laboratorial procedures were developed during the years. Nowadays, there are many test methods
that can analyze and classify aggregates and combinations cement/aggregates before their use
with reliability and even though sometimes distortions laboratory/field are found, it can be said that
there is knowledge enough to prevent AAR.
On the other hand, when some concrete structure is already deteriorated by AAR, one of the most
important goals for either engineers involved or owners is to figure out its present stage of
deterioration as well as the possibility of further degradation. For this, some researchers have been
studying and developing tools and procedures to assess with reliability these questions. This work
presents a critical review of the development of test procedures do prevent and assess AAR.

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1. O estudo e desenvolvimento de ensaios laboratoriais na prevenção da RAA

Ao conceber e planejar uma obra de engenharia em concreto, muitos parâmetros são levados em
consideração. Em todas as obras e, principalmente, naquelas de infraestrutura e de extrema
responsabilidade (pontes, viadutos, túneis, barragens, etc) e/ou será submetida em serviço a um
ambiente agressivo (alta umidade relativa, exposição ao ambiente marinho, etc.) algumas
questões adicionais devem ser respondidas de modo que problemas futuros possam ser evitados.

Dentre as questões adicionais pertinentes, surge a seguinte: “Os agregados (graúdos e miúdos)
utilizados são potencialmente reativos com os álcalis do cimento?” Para responder esta questão, a
indicação mais confiável seria o histórico do comportamento dos presentes agregados em obras
anteriores. Entretanto, como esta informação é somente disponível em caso de agregados
freqüentemente utilizados, esta situação torna-se bastante rara. Para toda a outra gama de
agregados utilizados, a solução para a avaliação de sua potencial reatividade é a realização de
ensaios de laboratório (BÉRUBÉ & FOURNIER, 1993).

A partir do trabalho de Stanton (1940), diversos métodos de ensaio foram estudados e


desenvolvidos para a identificação de potencial reatividade de agregados. No entanto, com a
grande demanda na utilização de ensaios rápidos, confiáveis, simples e reprodutíveis (BÉRUBÉ et
FOURNIER, 1993) e, talvez em função da grande quantidade de casos de RAA que surgiram em
todo o mundo (KUPERMAN, SALLES, PÍNFARI & CARNEIRO, 2005), o desenvolvimento de
novos métodos tomou grande impulso a partir da década de 1990.

A Tabela 1, adaptada de Touma, Fowler e Carrasquillo apresenta uma relação de ensaios de


laboratório desenvolvidos no mundo, sendo muitos deles úteis, e outros ineficazes (KUPERMAN,
SALLES, PÍNFARI & CARNEIRO, 2005).

Tabela 1. Relação de ensaios de laboratório para prevenção da RAA (KUPERMAN, SALLES,


PÍNFARI & CARNEIRO, 2005).
Tipo de Método Duração do Ensaio

Análise Petrográfica
- ASTM C295  1 dia

Método Químico
- ASTM C289 e ASTM C289 modificado 2 a 3 dias
- Método de dissolução (Alemanha) 1 dia
- Teste da célula osmótica < 40 dias
- Teste da pasta de gel  1 semana
- Método da retração química 1 dia

Métodos das Barras de Argamassa


- ASTM C227 6 meses / 1 ano
- AFNOR P 18-585, CCA 6 meses
- Método Dinamarquês Acelerado 5 meses
- Métodos acelerados: NBRI, ASTM 1260, RILEM TC 106-2 2 semanas
- Método da autoclave (China, Japão, Canadá, etc.).  3 dias

Métodos de Prismas de Concreto


- ASTM 1293, CAN/CSA A 23.2-14 A , BSI 812, RILEM TC
1 ano
106-3
3 meses
- ASTM 1293 acelerado
8 meses
- AFNOR P 18-587
21 a 24 dias
- Método Sul-Africano
6 meses
- CCA
1 mês
- Método Acelerado de Quebec

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2. Principais métodos de ensaio utilizados na prevenção da RAA

Dentre os principais métodos de ensaio utilizados atualmente na prevenção da RAA destacam-se


a análise petrográfica, o método acelerado de barras de argamassa (AMBT) além dos métodos de
prismas de concreto convencional (CPT) e acelerado (ACPT).
Alguns outros ensaios acelerados como o das microbarras de concreto (CMT), o método de
prismas de concreto imerso em solução (ACPST) ou ainda o método acerado brasileiro de
prismas de concreto (ABCPT) foram desenvolvidos, mas ainda encontram-se em fase preliminar e
com pouca base de dados.

Análise Petrográfica

Fornece importantes informações através de análise visual e microscopia estereoscópica. Esta


análise é preconizada pelas normas ASTM C 295(1990) e ASTM C 856 (1995), respectivamente
para agregados e concretos, além da NBR 15577-3.
No caso de agregados, a investigação determina a sua descrição mineralógica, com ênfase na
descrição dos minerais deletérios, textural e estrutural. No caso de concretos, além da
classificação os agregados, esta análise determina a ocorrência de microestruturas provenientes
da RAA, tais como bordas de reação ao longo dos agregados, gel nos poros, presença de
microfissuras causadas pela expansão do gel produto da reação, etc. (HASPARYK,1999).
Apesar de ser uma análise bastante necessária tanto em agregados quanto em concretos, apenas
a sua utilização para a caracterização da potencialidade reativa do agregado não é suficiente, pois
existem diversos fatores que podem influir na reação (OBERHOLSTER, 1985).

Método Acelerado de Barras de Argamassa (AMBT)

O método acelerado de barras de argamassa (AMBT) foi desenvolvido por OBERHOLSTER &
DAVIES (1986) no NBRI (National Building Research Institute), sendo atualmente o método mais
difundido e utilizado no Brasil e no mundo.

O AMBT analisa e classifica a reatividade potencial de agregados e de combinações


cimento/agregados através da análise da expansão de barras de argamassa. Este ensaio foi
desenvolvido pois o método de barras de argamassa convencional (MBT- ASTM C 227) era muito
longo e por muitas vezes produzia resultados não confiáveis (OBERHOLSTER & DAVIES, 1986).

A tentativa de desenvolvimento do AMBT começou quando VAN AARDT & VISSER (1982, apud
OBERHOLSTER & DAVIES, 1986), baseados no trabalho de CHATTERJI, propuseram que o
ensaio de barras de argamassa convencional (MBT) fosse acelerado a partir da imersão das
barras em solução alcalina de NaOH – 1M a 80º C. Esta proposição foi feita com base em estudos
de temperatura e de concentração de solução, onde estes autores puderam comprovar que a 80°
C e 1M ocorria a máxima expansão das barras testadas em uma idade considerada (Figura 1). No
entanto, VAN AARDT & VISSER não propuseram limites para a classificação da reatividade
potencial dos agregados testados.

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A B

Figura 1. Estudo da temperatura (A) e da concentração da solução (B) do ensaio acelerado NBRI.

OBERHOLSTER & DAVIES (1986), baseados nos estudos prévios de VAN AARDT & VISSER
(1982), investigaram os possíveis limites de classificação e períodos de ensaio para o método
previamente proposto. Para isso, foram realizadas algumas correlações com o ensaio de barras
de argamassa convencional (Figura 2 e Figura 3). Como conclusões, os autores perceberam que:

 Aos 12 dias, as curvas de expansão praticamente se sobrepunham e, nesta mesma idade, as


três principais fases de expansão já tinham sido desenvolvidas. Sendo assim, esta data foi
escolhida como período de ensaio;

 Mesmo com a baixa correlação obtida entre os dois ensaios (66%), adotando a regressão
demonstrada (y = 0,37*x + 0,008) e, utilizando o valor limite do método MBT (0,05%), concluiu-se
que agregados utilizados em barras de argamassa com expansões maiores do que 0,11% aos 12
dias de ensaio poderiam ser classificados como reativos.

Figura 2. Curva de expansão no tempo do método MBT (ASTM C 227) e AMBT (NBRI)
(OBERHOLSTER & DAVIES, 1985).

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Figura 3. Correlação entre o método MBT (ASTM C 227) e o AMBT (NBRI) para três tipos
diferentes de agregados.

Embora o AMBT seja rápido e relativamente de fácil execução, algumas distorções laboratório
campo (resultados falso-negativos e falso-positivos) foram encontradas. Dentre os principais
fatores que podem ocasionar estas distorções tem-se (THOMAS et al., 2006; SANCHEZ, 2008):
 Teor de álcalis e finura do cimento utilizado;
 Granulometria dos agregados analisados;
 Relação água cimento e traço das barras de argamassa;
 Ambiente de ensaio altamente agressivo (NaOH – 1N).

Tentando diminuir os problemas de classificação de agregados pelo ensaio, pesquisadores de


diversos países propuseram períodos e limites diferentes para o método (Tabela 2).

Tabela 2. Limites e períodos propostos por pesquisadores em diversos países (GRATTAN-


BELLEW, 1997).

No Brasil, o comitê de estudos da norma brasileira (CB18/ABNT), optou por levar o ensaio até os
30 dias (acreditando que agregados lentamente reativos teriam mais tempo para apresentar
expansão deletéria) e o valor limite adotado para separar comportamentos potencialmente
deletérios e potencialmente inócuos foi de 0,19%. Entretanto, já existe no país o conhecimento de
estruturas hidráulicas de concreto deterioradas pela RAA que tiveram seus agregados testados
pelo método AMBT e apresentaram resultados expansivos inferiores a 0,19% aos 30 dias de
ensaio (SANCHEZ, 2008).

Método de prismas de concreto (CPT)

Segundo THOMAS et al. (2006), o método CPT foi desenvolvido devido à inconfiabilidade
transmitida pelo método MBT preconizado pela ASTM C 227. O teste foi sendo calibrado ao longo
dos anos para que o comportamento dos corpos de prova em laboratório fosse similar ao

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comportamento em campo de estruturas de concreto confeccionadas com o mesmo agregado
(Figura 4). Em 1994, foi desenvolvido e adotado o procedimento que é utilizado até os dias de
hoje.

Figura 4. Correlação entre prismas de concreto confeccionados em laboratório contendo


adição alcalina e blocos confeccionados em campo sem adição alcalina (FOURNIER,
NKINAMUBANZI, LU, THOMAS, FOLLIARD, IDEKER, 2006).

O ensaio analisa e classifica a potencial reatividade de agregados através da análise de expansão


de prismas de concreto. O CPT, preconizado pela ASTM C 1293 (no Brasil pela NBR 15577-6), é
o método mais confiável e que representa de maneira mais razoável as condições que um dado
agregado estará submetido em campo. Até os dias de hoje, ainda não foram constatadas
distorções de comportamento laboratório/campo para um mesmo agregado, no entanto seu longo
período de ensaio inviabiliza quase que totalmente sua utilização no mercado (THOMAS et al.,
2006; SANCHEZ et al., 2008a).

Segundo THOMAS et al., (2006), as condições proporcionadas pelo CPT podem ser às vezes
demasiadamente severas para um dado agregado, ocasionando resultados falso-positivos.
Entretanto, ensaios posteriores confirmam que estes mesmos agregados poderiam causar
reações deletérias se fossem utilizados em concretos com alto teor de álcalis, como são os casos
freqüentes de infraestruturas em concreto (pontes, viadutos, túneis, etc.)

Método acelerado de prismas de concreto (ACPT)

Com o grande problema do período de ensaio do método CPT e considerando que ensaios
laboratoriais realizados em concretos seriam mais representativos do que ensaios em agregados
e/ou argamassas, RANC & DEBRAY (1992), propuseram acelerar a taxa de expansão do método
CPT pelo aumento da temperatura de ensaio para 60º C.

A partir dos estudos preliminares de RANC & DEBRAY, diversos pesquisadores como
TREMBLAY et al., MURDOCK e BLANCHETTE, TOUMA et al. e DE GROSBOIS E FONTAINE,
acreditando no potencial deste ensaio, testaram agregados de muitas localidades, no intuito de
que limites de classificação e períodos de análise fossem fixados (
Tabela 3).

Tabela 3. Conclusões dos diversos pesquisadores para limites e períodos de análise do


ACPT (FOURNIER et al., 2004).

Autores Limite de referência (CPT) Limite proposto a 60°C

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Autores Limite de referência (CPT) Limite proposto a 60°C
0.015% a 4 semanas, ou 0.08% a 8
Ranc e Debray (1992) 0.04% exp. aos 8 meses (38°C)
semanas
Bolotte (1992) 0.04% exp. aos 8 meses (38°C) 0.024% a 8semanas
0.02% a 8semanas, ou 0.03% a 13
Murdock e Blanchette (1994) 0.04% exp. aos 12 meses (38°C)
semanas
0.04% a 13 semanas para
agregados carbonáticos
De Grosbois e Fontaine (2000) 0.04% exp. aos 12 meses (38°C)
0.025% a 13 semanas para
agregados ígneos e metamórficos
Touma et al. (2001) 0.04% exp. aos 12 meses (38°C) 0.04% a 13semanas

Compilando todos os resultados testados pelos pesquisadores citados anteriormente, FOURNIER


et al., (2004), perceberam (empiricamente) que existia uma correlação bastante interessante entre
os métodos CPT e ACPT aos três meses (Figura 5).

Figura 5. Correlação entre o CPT e o ACPT após vários estudos de muitos pesquisadores
(FOURNIER et al., 2004).

Através da regressão linear da equação exposta acima, (y = 0,9864*x – 0,0041), uma expansão
de 0,04% a 1 ano e 38º C, corresponde a uma expansão de 0,03% aos três meses e 60º C.
Portanto, em aproximadamente 12 ou 13 semanas, o mesmo diagnóstico do CPT (0,04% a 1 ano)
poderia ser conseguido através do ACPT, para 95% dos casos (FOURNIER et al., 2004).

Com os limites e datas “quase” definidos, estes pesquisadores propuseram um programa


interlaborarial (entre cinco laboratórios) onde dois agregados de conhecido comportamento (Spratt
Limestone e o Sudbury Gravel) fossem testados com o propósito de ser verificada a
reprodutibilidade e a repetitividade do método. A Figura 6 demonstra que estes dois parâmetros
foram atingidos.

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A B

Figura 6. Expansão de prismas de concreto ao longo do tempo contendo A. Spratt


Limestone e B. Sudbury Gravel (FOURNIER et al., 2004).

Embora atualmente existam muitas pesquisas sobre o método ACPT e o ensaio venha se
mostrando com bastante potencial, este ainda não foi normatizado (THOMAS et al., 2006).
FOLLIARD et al. (2004, apud FOURNIER et al., 2004), atentam à comunidade científica sobre o
perigo da lixiviação quando da utilização do método ACPT. Segundo o autor, a lixiviação é tanto
maior quanto maior a temperatura e neste caso, esta poderia ocasionar a distorção dos resultados
do ensaio.

Método das microbarras de concreto (CMT)

O método das microbarras de concreto foi proposto por Xu et al. (2000, apud FOURNIER et al.,
2006), para avaliar a potencial reatividade de agregados frente à reação álcali-sílica. O CMT foi
proposto devido à impressão da perda de representatividade do comportamento de determinados
agregados quando testados em barras de argamassa devido ao processo de britagem.

O procedimento operacional do ensaio é similar ao do método AMBT preconizado pela ASTM C


1260 exceto: (1) o tamanho do prisma utilizado (40 x 40 x 160 mm); (2) a granulometria do
agregado (passante na peneira de 10 mm e retido na peneira de 5 mm); o traço do concreto (1:1,
cimento:agregado e relação a/c de 0,30). O período de ensaio é de 30 dias e o limite de expansão
entre agregados reativos e não reativos é de 0,1%. A Figura 7, demonstra a comparação entre o
CPT e o CMBT com dez agregados do Canadá, EUA e China.

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Figura 7. Comparação entre 10 agregados oriundos do Canadá, EUA e China, utilizando o
método CPT a 1 ano e o CMBT a 1 mês (FOURNIER et al., 2006).

GRATTAN-BELEW et al. (2004, apud FOURNIER et al., 2006), testaram este método com uma
larga gama de agregados carbonáticos e silicosos oriundos de vários países no laboratório
CANMET. Os resultados demonstraram uma razoável correlação entre os métodos CMBT e CPT
com ambos os tipos de agregados.

Método acelerado de prismas de concreto imersos em solução (ACPST)

Diversos pesquisadores vêm estudando métodos alternativos ao ACPT que possam de maneira
rápida (ou ainda mais rápida) classificar um agregado mediante a sua potencial reatividade.

Entre eles LEE, LIU & WANG (2004), desenvolveram um método acelerado de prismas de
concreto a 80º C (ACPST). Neste ensaio, os corpos de prova são dosados de acordo com o
método CPT, e o procedimento operacional e o ambiente de armazenamento são realizados de
acordo com o método AMBT. Através de ensaios realizados com 22 agregados da China, e
correlações de resultados de expansão com o ensaio CPT (a 1 mês e aos 3 meses), os autores
estabeleceram os respectivos limites para estas idades como sendo 0,15 % e 0,20 %
respectivamente. A Figura 8 mostra a correlação entre os dois métodos.

A B

Figura 8. Comparação entre o método CPT a 1 ano e o método ACPT a A. 1 mês e B. 3


meses (LEE, LIU & WANG, 2004).

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Muito embora a correlação com o ensaio CPT tenha sido muito boa (90% aos 3 meses e 89% a 1
mês) os autores atentam para a possibilidade de resultados falso-positivos através do ensaio
(LEE, LIU & WANG, 2004).

Método acelerado brasileiro de prismas de concreto (ABCPT)

O método acelerado brasileiro de prismas de concreto (ABCPT) foi proposto devido ao panorama
de não consenso na utilização de um método de ensaio rápido e eficiente na prevenção da RAA.

Baseando-se nos trabalhos previamente desenvolvidos, pode-se perceber que a imersão de


prismas de concreto em soluções extremamente alcalinas em altas temperaturas, pode em
determinados casos, gerar resultados não condizentes com a realidade. Por outro lado a imersão
corpos-de-prova em água pode acarretar na diluição dos íons alcalinos presentes nos corpos-de-
prova de concreto, fazendo com que os mesmos não tenham um comportamento condizente com
o seu desempenho em campo.

Tentando minimizar o problema da “agressividade ambiente” e da diluição dos íons alcalinos, o


método ABCPT tem como conceito básico a não ocorrência, ou a menor ocorrência possível de
difusão entre o meio interno e externo dos corpos-de-prova, e sendo assim, o ensaio é acelerado
basicamente pela temperatura (80ºC). Para que a difusão seja mínima, a concentração alcalina
equivalente Na2Oei (interna) tem que ser igual ou muito próxima à concentração alcalina Na2Oee
(externa).

O ensaio é realizado em prismas de concreto, possuindo o mesmo traço dos corpos de prova do
método CPT e o mesmo procedimento operacional do método AMBT (exceto a concentração da
solução que é igual a 0,3125 M). O método ABCPT dura 28 dias e o limite assumido para
caracterizar os efeitos deletérios provenientes da RAA é de 0,04% aos 28 dias. Muito embora o
método necessite de uma gama muito maior de ensaios e amostras para que seja comprovado,
este demonstra bastante potencial (SANCHEZ et al., 2008b) (Figura 9).

Figura 9. Análise comparativa entre os ensaios CPT (1 ano) e ABCPT (28 dias) para cinco
amostras testadas (SANCHEZ et al., 2008b).

3. Desenvolvimento de métodos de ensaio na avaliação de concretos deteriorados pela


RAA

Como mencionado e discutido anteriormente, muitos métodos de ensaio permitem mitigar e/ou
inibir os riscos de ocorrência da RAA em novas estruturas de concreto. Entretanto, numerosas
estruturas através do mundo encontram-se atualmente afetadas por esta reação deletéria e, sua
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gestão é um imenso desafio aos engenheiros e proprietários em questão. Quando se avaliam
estruturas de concreto afetadas pela RAA, algumas questões surgem (Wood & Johnson, 1993) :
 A reação deletéria é pontual ou generalizada ?
 Estaria a estrutura/elemento estrutural em questão sem perigo de colapso e/ou deformação
excessiva ?
 Existe a possibilidade do estado de deterioração da estrutura/elemento estrutural se agravar
ainda mais ao longo do tempo ? A qual taxa ?
 Seria possível diminuir ou mesmo inibir a continuidade da reação deletéria ?
 Como poderíamos reabilitar os elementos de concreto deteriorados ? Seria a reabilitação eficaz
e/ou definitiva?

Muitos pesquisadores atualmente encontram-se estudando e desenvolvendo ferramentas e/ou


métodos de ensaio para responder as questões acima. Até o momento, não existem respostas
que sejam consenso no meio técnico. No entanto, segundo (Bérubé et al., 2005b) para responder
estas questões, seria necessário o desenvolvimento de métodos de ensaio que conseguissem
avaliar o estágio de deterioração atual do material, assim como seu potencial de degradação
futuro.

Bérubé et al., 2005a, desenvolveu em parceria com o Ministério de Transportes do Québec (MTQ)
um programa de gestão de longo prazo das obras de infraestrutura do estado do Québec,
Canadá. Através deste programa, os autores desenvolveram e aprimoraram algumas ferramentas
e métodos de ensaio para avaliar o estado atual de degradação das estruturas assim como seus
potenciais de expansão futuros. Embora altamente promissores, os métodos de ensaio estudados
e desenvolvidos por BÉRUBÉ et al., (2005a) ainda possuem limitações e alguns parâmetros não
completamente compreendidos. Portanto, torna-se necessário o estudo e o aprimoramento destes
métodos de modo que engenheiros e responsáveis possam sentir-se mais confortáveis no
convívio com a RAA em estruturas de grande responsabilidade.

4. Principais métodos de ensaio utilizados na avaliação da deterioração e do potencial


futuro de expansão da RAA

Dentre os principais métodos de ensaio utilizados na avaliação do estado atual de deterioração de


concretos pela RAA, assim como na avaliação do potencial de continuidade da reação destacam-
se : (1) índice de fissuração superficial (SC), (2) avaliação da deterioração da rigidez (SDT); (3)
avaliação do índice de deterioração (DRI); (4) Análise de imagens (IA);

Índice de fissuração superficial (SC)

Sabe-se que a característica mais freqüente associada a RAA é a aparição de uma quadro
fissuratório superficial do elemento de concreto deteriorado. Esta fissuração é conseqüente da
expansão diferencial que ocorre entre a superfície do elemento e o seu núcleo (Courtier, 1990,
apud ISE 1992) (Figura 10).

Afim de avaliar a expansão atingida por elementos de concreto deteriorados pela RAA, Courtier
(1990, apud 1992) propôs a avaliação das fissuras superficiais, assim como das deformações
relativas dos elementos não estruturais. Neste mesmo ano, o Instituto de Engenheiros Estruturais
(ISE, 1992) propôs um método de quantificação da fissuração superficial do concreto que
consistia na medição da abertura de fissuras transversais de pelo menos cinco linhas paralelas
(de 1 metro de comprimento) separadas de 25 cm cada. A expansão total causada pela RAA foi
tomada como sendo a soma de todas as aberturas das fissuras analisadas, dividida pelo
comprimento total das linhas de referência (Smaoui et al., 2004).

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Figura 10. Desenvolvimento da expansão e da fissuração associadas à RAA (ISE, 1992).

Um método similar foi desenvolvido pelo Laboratório Central de Pontes e Estradas (LCPC, 1997).
Este método consistia em medir a abertura de fissuras transversais a 2 linhas perpendiculares (de
1 metro de comprimento) e duas diagonais (de 1,4 metros de comprimento) originadas em um
mesmo ponto e traçadas na superfície de um elemento em estudo.

O conhecimento da expansão desenvolvida até a presente data por um elemento de concreto


armado é bastante importante por dois fatores; (1) com este valor pode-se calcular a taxa de
expansão/ano de um elemento considerado e (2) considerando a total aderência aço/concreto e
considerando que um valor de expansão de 0,2% poderia ocasionar a plastificação das
armaduras, pode-se estimar o número de anos antes da ocorrência de tal acontecimento
(BÉRUBÉ et al., 2005a).

A determinação da expansão atingida através da utilização do índice de fissuração superficial tem


a vantagem de ser não destrutiva, de baixo custo, de fácil execução e facilmente reproduzida ao
longo do tempo (Smaoui al., 2004).

Este método foi bastante testado por Smaoui et al., (2004) em uma série de blocos de concreto,
cuja expansão era conhecida, assim como em estruturas afetadas por RAA na região de Quebec.
Os resultados dos ensaios realizados não foram conclusivos quanto à aplicabilidade do método,
entretanto, os autores concluíram que os melhores valores de correlação com outros testes físicos
(SDT) e microscópicos (DRI) foram obtidos através dos elementos de concreto mais expostos ao
ambiente.

Avaliação da deterioração da rigidez (SDT)

A RAA influencia inegavelmente as propriedades mecânicas do concreto. Estudos recentes


sugerem que o ensaio de avaliação da deterioração da rigidez (SDT) possui o potencial de tornar-
se uma excelente ferramenta no diagnóstico da deterioração de um concreto afetado pela RAA.

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No entanto, algumas constatações faltam para que o método possa realmente desenvolver esse
papel.

A filosofia do ensaio SDT é de quantificar o grau de deterioração interno de um material (no caso
concreto) deteriorado pela RAA (Crisp et al., 1989; Crisp et al., 1993). A idéia inicial do ensaio
começou com os trabalhos de Walsh et al. (1965) (apud Crisp et al., 1989) que observou uma
correlação interessante entre a densidade de fissuras e ciclos de carregamento em rochas.
Crouch et al. (1987, apud Crisp et al. 1989), tomou conhecimento dos trabalhos de Walsh e
propuseram este novo ensaio para concretos.

O ensaio é realizado através carregamentos cíclicos de compressão em corpos de prova


cilíndricos com diâmetro superior a 70 mm e comprimento entre 175 mm e 200 mm (Crisp et al.,
1989). Inicialmente, para não introduzir novas fissuras, o ensaio foi realizado através da aplicação
de uma tensão máxima de 5,5 MPa a uma taxa de aplicação de 0,1 MPa/s, não importando o
material testado (Figura 11).

A B

Figura 11. Equipamento utilizado para a realização do SDT (Universidade Laval, Canadá).

Crisp et al. (1989, 1993), após terem testado mais de mil corpos de prova extraídos de estruturas
deterioradas, concluíram que existia uma correlação muito interessante entre alguns parâmetros
do ensaio (módulo de elasticidade e energia dissipada ou histerese) e o grau e a natureza da
deterioração observada. Após esta série de ensaios, os autores decidiram fixar os seguintes
parâmetros a serem analisados através do ensaio:

 Módulo de elasticidade (Ec) : naturalmente, como verificado na bibliografia, concretos


deteriorados pela RAA terão módulos de elasticidade inferiores a concretos sãos;
 Energia dissipada (H): energia dissipada em cada ciclo do ensaio. Concretos deteriorados
mostram possuir áreas de energia dissipada muito superiores a concretos sãos (Figura 12);
 Índice de não linearidade (NLI): Este índice que corresponde a divisão da tangente da curva
tensão x deformação no ponto médio do carregamento pelo fator Ec proporciona informações
sobre a concavidade ou convexidade da curva, informando parâmetros importantes de
orientação das fissuras (Figura 13).

ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 13


Figura 12. Energia dissipada (H) ao longo dos ciclos do ensaio SDT (Crisp et al., 1993).

Figura 13. Descrição da influência da orientação e fissuras no ensaio SDT (Crisp et al.,
1993).

Segundo Crisp et al. (1993), concretos com pequeno grau de deterioração irão apresentar o
parâmetro Ec como o mais sensível. Entretanto, para concretos muito deteriorados, a energia
dissipada é o parâmetro mais afetado e importante na análise. Os autores, observaram também
diferenças nos resultados do ensaio de acordo com o padrão fissuratório dos corpos de prova. Por
exemplo, corpos de prova com fissuras perpendiculares a carga foram caracterizados por um
baixo módulo de elasticidade (Ec), uma alta energia dissipada (H) e um índice de não linearidade
maior que a unidade (NLI). Por outro lado, corpos de prova com fissuras paralelas a carga foram
caracterizados com um módulo de elasticidade maior, uma baixa energia dissipada e um NLI
inferior a unidade.

Smaoui et al. (2004), com base em análises de corpos de prova produzidos em laboratório com
diferentes níveis de expansão devido a RAA (através do armazenamento a 38°C e 100% de
umidade relativa) e incorporando uma variedade de agregados reativos, sugeriu que a melhor
abordagem para a avaliação concreta do SDT é a utilização da área de histerese (energia
dissipada) do primeiro ciclo (onde as fissuras estão em um nível de tensão máxima) além da
deformação plástica ao longo do ensaio. Por outro lado, os autores também constataram que a

ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 14


carga durante o teste deveria ser de pelo menos 10 MPa, pois com a carga proposta por Crisp et
al. (5,5 MPa), não foi possível fazer uma boa análise dos corpos de prova. Os autores contataram
inclusive, que existe uma correlação interessante entre expansão e esses dois parâmetros (Figura
14).

A B

Figura 14. Correlação entre a expansão de corpos de prova contendo agregados reativos
(cascalho de New Mexico (A) e areia do Texas (B)) e a energia dissipada durante o primeiro
ciclo e a deformação plástica do concreto (Smaoui et al., 2004).

Vale mencionar finalmente, que o SDT foi desenvolvido originalmente para avaliar os efeitos de
deterioração da RAA em concretos. Entretanto, este ensaio certamente tem potencial para avaliar
outros mecanismos deletérios como ciclos de gelo-degelo, ação do fogo, sulfatos, etc. (Crisp et
al., 1993).

Além disso, o SDT tem a característica de ser um ensaio não-destrutivo (na medida em que a
carga máxima utilizada é baixa). Portanto, como freqüentemente o número de amostras extraídas
das estruturas deterioradas é limitado (por razões econômicas), pode-se considerar o reuso dos
corpos de prova submetidos a este ensaio em outros testes, como o de expansão residual,
análises petrográficas, ensaios de resistência à compressão, tração, etc. (Crisp et al., 1993).

 Análise petrográfica – Avaliação do índice de deterioração (DRI)

As análises petrográficas (petrografia geral, DRI et análise de imagem) proporcionam avaliações


qualitativas, semi-quantitativas e quantitativas, respectivamente, da origem e do estado atual de
deterioração do concreto. No entanto, elas não podem informar sobre o potencial de degradação
ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 15
futuro e são, igualmente, difíceis de correlacionar com os resultados dos ensaios mecânicos
(Wood & Johnson, 1993; Rivard et al., 2002; Wood et al., 1989, Smaoui et al. 2004).

Diferentes mecanismos deletérios como a RAA afetam o concreto ocasionado quadros


fissuratórios diferentes (BCA, 1992) (Figura 12). Assim, a análise petrográfica de corpos de prova
de concreto extraídos de estruturas deterioradas permite reconhecer a presença (ou não) de
diferentes mecanismos deletérios (RAA, DEF, etc.); estes indícios podem ser observados tanto
sobre superfícies de fratura como em placas polidas ou lâminas de concreto (CSA A 864; Bérubé
et al. 2005; Walker et al. 2006).

A B

C D

Figura 15. Fissuração causada por diferentes mecanismos de deterioração (BCA, 1992). A.
Ação do gelo-degelo. B. DEF. C. RAA oriunda de uma areia reativa. D. RAA oriunda de um
agregado graúdo reativo.

A análise petrográfica é habitualmente qualitativa, motivo pelo qual esta recebe muitas críticas do
meio técnico. No entanto, métodos quantitativos ou semi-quantitativos que permitem “quantificar”
os efeitos de deterioração acarretada pela RAA foram desenvolvidos por Sims et al. (1992),
Salomon et Panetier (1994), Grattan-Bellew et Danay 1992 et Dunbar et Grattan-Bellew (1995).
Dentre estes métodos, o último ganhou recentemente a aceitação de parte dos pesquisadores dos
Estados Unidos e Canadá (Powers & Shrimer, 2008).

O método da avaliação do índice de deterioração (DRI), desenvolvido por Grattan-Bellew e Danay


(1992, 1995), consiste na contagem de índices de deterioração associados à RAA, com o auxílio
de um microscópio estereoscópico (16x), através de uma malha composta por uma série de
quadrados de 1cm² desenhados na superfície de uma placa de concreto polida (Figura 16).

ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 16


O número de indícios correspondentes a casa forma de deterioração é então multiplicado por um
fator (Tabela 4), cujo objetivo é equilibrar os índices em relação à sua importância relativa a um
processo de deterioração do concreto associado a um mecanismo especial, como por exemplo a
reação álcali-agregado.

Idealmente, para uma boa análise, uma superfície de pelo menos 200 cm² deve ser utilizada,
podendo ser maior caso da utilização de concreto massa, onde os agregados normalmente
utilizados são maiores. No entanto, para fins comparativos, o valor do DRI final é padronizado
para uma área de 100 cm² (Powers & Shrimer, 2008).

A B

Figura 16. Método DRI.A. Montagem de microscópio utilizado no ensaio.B. Malhas de 1 cm²
desenhadas na superfície de uma placa polida de concreto (Villeneuve et Fournier, 2009).

Tabela 4. Fatores de ponderação do método DRI (Villeneuve et Fournier, 2009).

Índice petrográfico Abreviação Fator


Fissuras no agregado graúdo FGr 0,25
Fissuras abertas nos
FoGR 4
agregados graúdos
Fissuras nos agregados
GR+G 2
graúdos com gel
Desplacamento de agregados
GrD 3
graúdos
Bordas de reação AR 0,5
Fissura na pasta de cimento FP 2
Fissura na pasta de cimento
FP+G 4
com gel
Presença de gel nos poros do
V+G 0,5
concreto

Os resultados do método DRI normalmente são representados por gráficos que permitem
visualizar facilmente e de maneira eficaz a distribuição dos índices petrográficos da reação nas
amostras analisadas (Figura 17).

Muito embora o método DRI tenha se mostrado com bastante potencial, não existe atualmente um
método normatizado; além disso, observa-se que os fatores de ponderação podem variar
significativamente de um operador a outro ou de um estudo a outro (Villeneuve, 2010 - dissertação
de mestrado : Caractérisation pétrographique de granulats réactifs et description des indices de
détérioration qu’ils gérèrent dans le béton, em fase de publicação). Tudo isso explica sem dúvida
em boa parte a forte variabilidade do ensaio por vezes observada (Villeneuve et Fournier, 2009).
ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 17
Recentemente, Villeneuve et Fournier (2009) propuseram uma modificação nos fatores de
deterioração propostos por Grattan-Bellew e colaboradores, para análises de concretos afetados
pela RAA. Esta tentativa foi realizada afim de reduzir a variabilidade entre os operadores na
realização deste ensaio e aparentemente o ensaio tornou-se mais reprodutível.

Figura 17. Gráfico ilustrando os valores do DRI para os concretos mostrando níveis
equivalentes de expansão, para dois tipos de agregados diferentes (Villeneuve & Fournier,
2009).

 Análise Petrográfica - Analise de imagem (IA)

Como discutido anteriormente, os métodos petrográficos freqüentemente utilizados em laboratório


para a avaliação da RAA não são quantitativos e os resultados são fortemente influenciados pela
experiência do operador (Rivard et al., 2000). Por esta razão, Salomon & Panetier (1994)
desenvolveram um método quantitativo que permitia a quantificação da deterioração ocasionada
pela RAA (densidade e comprimento de fissuras).

Nesta metodologia, a aquisição de imagens foi realizada com a ajuda de uma vídeo câmera de
alta sensibilidade e de um sistema de tratamento automático dos dados. A quantificação das
fissuras foi efetuada em medida (comprimentos) e número (densidade de fissuras) (Salomon &
Panetier, 1994). Entretanto, o ensaio não levava em consideração o gel produto da reação
deletéria (Rivard et al., 2000).

Recentemente, Rivard et al. (2000) propuseram um método quantitativo fazendo a utilização da


análise de imagem cujos objetivos eram quantificar a abundância e a distribuição das fissuras,
assim como o depósito de gel nos concretos afetados. O presente método inicia-se pelo corte e
preparo de uma placa de concreto (20 mm de espessura) com a ajuda de uma serra de diamante
de baixa velocidade.

Uma solução de acetato de uranila é então pulverizada sobre a superfície da amostra, tornando-
os produtos florescentes quando expostos à radiação UV de comprimento de onda de 254 nm. A
amostra é então submetida a uma análise petrográfica preliminar. Em seguida, a amostra é limpa
através de um banho ultra-sônico sendo conseqüentemente tratada com uma resina epóxi
fluorescente de baixa viscosidade sob vácuo. Após 12 horas de cura, a superfície impregnada da
ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 18
amostra é submetida ao polimento com discos de diamante para remover o excesso de epóxi. A
amostra é então submetida a uma segunda etapa para a análise petrográfica (Rivard et al., 2000)
(Figura 18).

Figura 18. Análise de uma amostra pelo método de análise de imagem (Rivard et al., 2000)

Os próximos passos incluem a captação de imagens das seções polidas sob iluminação UV
usando uma câmera de alta sensibilidade sob um microscópio 20x. Uma vez que as fissuras no
concreto podem ser mais ou menos preenchidas com gel, a utilização de duas etapas do
tratamento UV destina-se a melhor detectá-las dentro das partículas de agregados e na pasta de
cimento. Dada a ampliação usada, cada seção polida é dividida para observação em campos de
15 mm por 15 mm. Um total de 30 campos por secção é observado. Um sistema para a remoção
automática de amostras é utilizado para permitir maior precisão na aquisição das imagens. As
imagens resultantes devem ser registrados e analisados utilizando um algoritmo específico
desenvolvido para este método (Rivard et al., 2000).

No trabalho de Rivard et al. (2000), foram desenvolvidos dois algoritmos, o primeiro para a
detecção da quantidade e da distribuição do gel da RAA, e o segundo para a quantificação das
fissuras no concreto. Os principais parâmetros de caracterização são:
 A área total do gel (Stot) - Soma da área total de gel em uma amostra (mm²);
 Percentual de área de gel em cada "classe" (%) – Do total da área de gel, a porcentagem
encontrada em cada classe é computada (i.e. nos agregados, nos poros ou nas fissuras da pasta);
 Comprimento total da fissuras (Ltot): comprimento total das fissuras (cm/cm²);
 Densidade de fissuras (CD): Número de fissuras para uma dada área (unidade/cm²);
 Orientação das fissuras: a orientação preferencial é contada, se necessário.

Para concretos incorporando o agregado calcário “Spratt” e cuja expansão é conhecida, Rivard et
al. (2000) obtiveram uma boa correlação entre a expansão do concreto e o comprimento total de
fissuras (Ltot), assim como com a densidade de fissuras (CD) (Figura 19).

ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 19


Figura 19. Correlação entre a expansão e Ltot e CD para o agregado « Spratt » (RIVARD et
al., 2000).
O método de quantificação de fissuras por análise de imagem para determinar o nível de
deterioração concreto é um método que não depende do operador. A precisão do método é ligada
a preparação da amostra. O método de analise de imagens é uma ferramenta com grande
potencial para inclusive analisar outros mecanismos deletérios, sendo um excelente complemento
ao método de DRI.

 Ensaio de expansão residual

A expansão residual de corpos de prova associada à RAA é uma informação importante ao


planejar um programa de gestão de estruturas deterioradas por este mecanismo, uma vez que
este ensaio pode ajudar na seleção da técnica de reabilitação mais adequada.

Na verdade, o monitoramento dos elementos deteriorados “in-loco” continua a ser o único método
realmente confiável para estimar o potencial de continuidade de expansão. No entanto, o
monitoramento “in loco” é muito caro e geralmente requer a realização de várias medidas ao longo
de muitos anos antes que possam ser diferenciadas deformações permanentes e cumulativas
associadas à RAA (Bérubé et al., 2005a).

Para superar essa limitação, o ensaio de expansão residual realizado em testemunhos de


concreto extraídos de estruturas deterioradas foi utilizado em laboratório por Bérubé et al., 2005a.
No entanto, este ensaio avalia apenas o processo de expansão livre do testemunho (devido à
ausência das tensões e restrições que ocorrem “in loco”) em um ambiente com umidade em
abundância disponível (Wood & Johnson, 1993, Wood et al., 1989).

Nos últimos 15 anos, muitos ensaios foram realizados de acordo com os dois procedimentos
seguintes (Bérubé et al., 2005a):
 Ensaio a 38°C e > 95% e RH;
 Ensaio em imersão em solução alcalina – NaOH-1M a 38 ° C.

O primeiro ensaio é considerado o teste mais confiável para avaliar o potencial de expansão residual
do concreto afetado pela RAA, uma vez que o concreto é testado em condições que se assemelham
às encontradas em campo, além do fato do ensaio ser equivalente ao método de prismas de
concreto, ensaio mais confiável existente na classificação da reatividade potencial de agregados
(NBR 15577-6, CSA A23.2-14ª ou ASTM C 1293) (Figura 20). O segundo ensaio trata-se de um teste
de imersão dos testemunhos extraídos em solução alcalina (NaOH-1M) e é principalmente utilizado
para determinar o potencial residual "absoluto" de expansão de um concreto já deteriorado (Bérubé
et al., 2002a, 2004c apud Bérubé et al., 2005a). A
Tabela 5 apresenta a interpretação dos ensaios a 38°C e a Tabela 6 dos ensaios em imersão de
NaOH-1M a 38°C.

A B

ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 20


Figura 20. Ensaio de expansão residual em corpos de prova extraídos de estruturas deterioradas.

Tabela 5. Interpretação dos ensaios de expansão em testemunhos a 38°C e >95% de


umidade relativa (Bérubé et al., 2005a).
Resultados em Previsão sobre o
Expansão a Classificação Gel da RAA Gel da RAA
Caso testemunhos imersos comportamento do
1 ano (%) do concreto pré-existente secundário
em NaOH 1M à 38°C concreto serviço
Não expansivo
Não expansivo
Não expansivo (agregados não
(agregados não
1 após a Não/pouco Não/pouco reativos) ou
reativos) ou expansivo
construção expansivo (baixo teor
(baixo teor de álcalis)
de álcalis)
Não expansivo Não expansivo
(agregados reativos (agregados reativos
Expansão
2 Sim Não/pouco consumidos) ou consumidos) ou
< 0,003 terminada
expansivo (teor de expansivo (teor de
álcalis insuficiente) álcalis insuficiente)
Não expansivo
Expansão ou não de
Reativo mas Sim ou não, (concreto
acordo com a
não expansivo de acordo com fissurado/poroso) ou
3 Sim porosidade/fissuração
(fissurado/ a idade e expansivo (concreto
, umidade e
poroso) umidade menos
confinamento
fissurado/poroso)
Sim ou não, Expansivo ou não de
de acordo com acordo com a
≥ 0,003 4 Expansivo Sim Expansivo
a idade e umidade e
umidade confinamento
Nota: O ensaio de expansão residual deve ser completado por uma análise petrográfica das amostras de modo que
possa ser verificada a presença de gel da reação.

Tabela 6. Interpretação do ensaio de expansão residual a 38°C e NaOH-1M (Bérubé et al.,


2005a).
Classificação Resultado para
Expansão Gel da RAA Gel da RAA Previsão do
Caso dos testemunhos a 38°C
a 1 ano (%) pré-existente secundário concreto em serviço
agregados e >95%
Não
expansivos Não expansivo
1 Não/pouco Não/pouco Não expansivo
após a (agregados reativos)
construção
Não reativo
Expansão
2 Sim Não/pouco Não expansivo (agregados reativos
terminada
consumidos)
< 0,04 Oui ou non Não expansivo Expansão ou não de
Reativos mas
selon âge, (concreto acordo com a
não expansivo
3 contenu en Sim fissurado/poroso ou porosidade/fissuração,
(fissurado/
alcalis et baixo teor de álcalis) umidade e
poroso)
humidité ou expansivo confinamento
Reativos, mais Oui ou non Não expansivo (baixo Expansão ou não de
4 sílica reativa selon âge, Não/pouco teor de álcalis) ou acordo com a
dissolvida na contenu en expansivo porosidade/fissuração,
ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0000 21
solução alcalis et umidade e
humidité confinamento
Reativos, mais Oui ou non Expansão ou não de
o concreto é selon âge, Não expansivo (baixo acordo com a
5 pouco contenu en Não/pouco teor de álcalis) ou porosidade/fissuração,
permeável à alcalis et expansivo umidade e
solução humidité confinamento
Oui ou non Expansão ou não de
selon âge, Não expansivo (baixo acordo com a
Sim (K,Na
> 0,04 6 Reativos contenu en teor de álcalis) ou porosidade/fissuração,
elevados)
alcalis et expansivo umidade e
humidité confinamento

Embora o ensaio seja muito interessante, presentemente ainda faltam dados sobre a
correspondência entre a expansão real de estruturas em serviço e testemunhos extraídos destas
mesmas obras, assim como sobre o efeito da lixiviação dos álcalis no ensaio.

 Avaliação do teor de álcalis solúveis

Para ajudar a avaliar o potencial de expansão futuro de um concreto frente à reação álcali-
agregado, pode-se fazer a medição do teor de álcalis solúveis de concreto (em kg/m³ de Na2O)
pelo método de extração em água quente (Rogers e Hooton (1993, apud Bérubé et al., 2005a).

Este método foi estudado em detalhado por Bérubé et al. (1994, 2002a apud Bérubé et al. 2005a),
que propôs uma série de mudanças visando à melhoria da precisão e confiabilidade do ensaio, ao
simplificar algumas etapas experimentais (Bérubé al., 2005a).

O procedimento consiste na britagem e trituração de uma amostra de concreto pelo menos 2 kg


de modo que esta possa passar completamente pela peneira n°100 (160 mm). Após a trituração e
o peneiramento, duas sub-amostras de 10 gramas (do material em estudo), e uma de um concreto
controle (cujo conteúdo de álcali-solúvel é bem conhecido) são imersas em um Becker contendo
100 ml de água destilada, que é fervido por 10 minutos. Após a fervura, a solução fica repousa em
repouso em temperatura ambiente por 24 h (Bérubé et al., 2005a).

Em seguida, a solução de cada sub-amostra é filtrada e seu volume aumentado para 100 mL (pela
adição de água destilada). As concentrações de sódio e potássio são então determinadas por
absorção atômica ou emissão atômica (preferivelmente por emissão atômica, já que os resultados
são mais precisos). Os resultados são expressos em quilogramas de álcalis (Na2O, K2O e Na2
Oe) por m³ de concreto, já que a densidade do concreto é conhecida ou estimada com precisão
(Bérubé et al., 2005).

Um valor bastante preciso da concentração de álcalis da solução dos poros do concreto pode ser
obtido uma vez que o teor de água dos poros do concreto é conhecido (determinado por secagem
sob vácuo até que o equilíbrio de massa de uma amostra representativa de concreto em estufa a
80°C), desde que o concreto não tenha sofrido significativa secagem antes do ensaio (Bérubé et
al. 1994 , 2002a, 2004, apud Bérubé et al., 2005a). A seguinte relação será utilizada para o
cálculo:

[(Na,K)OH] = {32,3 * teor de álcalis solúveis (kg/m³ de Na2Oe)}/{densidade do concreto (kg/m³) *


teor de água (%)/100}

Vale a pena ser ressaltado que embora esta técnica tenha como objetivo avaliar o potencial de
expansão residual do concreto, não está claro se esses valores se correlacionam bem com o
potencial de "expansão" do concreto afetado pela RAA.

5. Conclusões

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Como principais conclusões do trabalho, podemos citar que:

 Existem muitos métodos atualmente que podem ser utilizados na prevenção da RAA. Muito
embora existam ainda problemas de inconfiabilidade em alguns deles, pode-se dizer que
atualmente não existe mais razão para que obras novas venham a sofrer problemas com a RAA.
 De maneira geral, os métodos de ensaio em concreto, mesmo os acelerados, fornecem
avaliações da potencial reatividade de agregados mais confiáveis do que os métodos em
argamassa.
 É muito importante conhecer o estado atual de degradação de elementos estruturais de
concreto deteriorados pela RAA, assim como a expansão atingida pelos mesmos, principalmente
para fazer uma previsão da vida útil da estrutura (tempo até o momento onde ocorrerá a
plastificação da armadura). Para isso, alguns métodos como fissuração superficial (SC), avaliação
da deterioração da rigidez (SDT), avaliação do índice de deterioração (DRI) e análise de imagens
(IA)) podem ser utilizados.
 O método da avaliação da fissuração superficial é de fácil execução e de fácil reprodutividade
ao longo do tempo. Entretanto, aparentemente os resultados são subestimados, pois na verdade o
que se mede durante este ensaio é a expansão diferencial núcleo/superfície do elemento.
Portanto, sugere-se que a realização do método seja feita em elementos expostos diretamente as
intempéries do meio ambiente.
 O método da avaliação da deterioração da rigidez (SDT) aparentemente é um ensaio bastante
interessante para o conhecimento da densidade de fissuras e conseqüentemente da deterioração
apresentada por um concreto. Torna-se necessária a realização de um maior número de ensaios
através do método, assim como a fixação de alguns parâmetros do ensaio e valores de
classificação para os materiais estudados.
 As análises petrográficas semi-quantitativas e quantitativas respectivamente (DRI/AI) são
ferramentas bastante poderosas na quantificação da deterioração do concreto através de um
mecanismo deletério, como a RAA. Da mesma maneira que o SDT, torna-se necessário um
estudo mais aprofundado destes ensaios e sua correlação com resultados de ensaios mecânicos.
 As técnicas de previsão da expansão futura através dos ensaios de expansão residual e do
teor de álcalis solúveis são interessantes do ponto de vista da previsão da vida útil de estruturas
deterioradas, assim como para o conhecimento da necessidade de utilização de materiais de
reparo dos elementos afetados. Da mesma maneira como os ensaios anteriores, é necessária a
realização de um estudo mais aprofundado dos métodos para que sua utilização torne-se corrente
no mercado.

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