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ESCOLA KEYNESIANA
INTRODUÇÃO
Desde que publicou em 1936 o livro The general theory of employment,interest and
money, o nome de John Maynard Keynes esteve associado ao combate à escola liberal,
muitas vezes chamado inclusive de ideias socialistas ou ainda comunistas! Em 2005
pediram a um painel de acadêmicos e líderes políticos que identificassem os livros mais
perigosos dos séculos XIX e XX e o livro de Keynes ficou na frente dos de Lênin. Embora,
Keynes de fato criticasse severamente certos aspectos da tradição liberal, ele próprio seguiu
a tradição marshaliana – ele veio salvar o capitalismo e não o enterrar. Keynes era
profundamente versado na teoria econômica do seu tempo e conhecia seus aspectos,
inclusive os seus pontos fortes.
A maioria dos problemas econômicos são muito complexo e não existem soluções
fáceis, a Teoria Keynesiana com a ideia de que os ciclos econômicos poderiam ser
controlados através de políticas fiscais foi muito bem aceita em vários países até os três
choques do petróleo. Na verdade, Keynes conseguiu tratar um problema urgente de seus
dias: a depressão e o desemprego, apesar de que muitos acreditarem que o programa de
obras públicas que restaurou o pleno emprego ter sido a Segundo Guerra Mundial.
1. A CRISE DE 1929
Era possível uma Depressão ocorrer numa sociedade de livre mercado propriamente
conduzida? Segundo os liberais que dominavam a economia até então, a resposta é não.
Porém a economia em 1929 estava tão desgastada que o mundo havia mergulhado em
depressão e desemprego. De acordo com a visão aceita dos eventos, no outono de 1929, a
economia entrou em fase de depressão. Em junho, os índices de produção industrial do
Federal Reserve era 117, comparado ao índice 126 de quatro meses antes. Desde junho a
produção de aço começara a declinar; em outubro caiu o volume dos transportes ferroviários
por vagões de carga. A indústria da construção de casas vinha caindo havia vários anos, e
em 1929 desmoronou. Enfim, o mercado de ações havia desabado, a deterioração do
mercado refletiu a já evidente situação industrial.
Segundo o liberalismo clássico, as crises são eventos cíclicos, assim chamado “ciclo
do comércio”, de expansão e queda e até então eram conhecidos por todos, porém a
característica singular do Grande Colapso de 1929 foi que o pior continuou a piorar.
A história da economia mundial desde a Revolução Industrial tem sido de acelerado
progresso técnico, de contínuo, mas irregular crescimento econômico, e de crescente
“globalização”, ou seja, de uma divisão mundial cada vez mais elaborada e complexa de
trabalho; uma rede cada vez maior de fluxos e intercâmbios que ligam todas as partes da
economia mundial ao sistema global.
Assim haviam sido os anos anteriores à guerra, um período de imensa imigração em
massa e prosperidade econômica, entretanto a globalização da economia dava sinais de
que parara de avanças no entreguerra. Durante a Grande Depressão, por exemplo, o fluxo
internacional de capital secou, os empréstimos internacionais caíram mais de 90%.
Uma perspectiva da depressão e aceita pelo pensamento Keynesiano se fixa na não
geração, pela economia mundial, de demanda suficiente para uma expansão duradoura. As
fundações da prosperidade da década de 1920 eram fracas, os salários não subiam, os
lucros subiram desproporcionalmente, porém a demanda da massa não podia acompanhar
a produtividade. Segundo Stanley L. Brue e Randy R. Grant:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos considerar muitas das ideias desenvolvidas por Keynes como elementos
hoje da Macroeconomia contemporânea. Além disso, podemos dizer que Keynes rejeitou a
ideia de que uma economia de mercado conduz automaticamente ao pleno emprego ou de
que o livre funcionamento do mercado leva a economia ao equilíbrio e é esta visão que abre
espaço para uma política econômica com a intervenção do Estado exatamente para alcançar
uma situação de pleno emprego. Keynes rejeita não apenas a ideia de “mão invisível”
de Adam Smith como a política do “laissez faire, laissez passer” do liberalismo econômico
clássico. Essencialmente, as conclusões da escola Keynesiana podem ser resumidas em
quatro pontos:
1. As economias podem sofrer, e muitas vezes sofrem, de uma deficiência geral
da demanda, que leva ao desemprego involuntário.
2. A tendência automática da economia para corrigir as carências da demanda,
se existe, opera lenta e dolorosamente.
3. As políticas adotadas pelo governo para aumentar a demanda podem reduzir
o desemprego rapidamente.
4. Por vezes, expandir a oferta de dinheiro não será suficiente para convencer o
setor privado a gastar mais, e as despesas públicas terão de preencher a
lacuna.