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UNIDADE CLASSISTA
Política, Organização e Formação
NÚMERO
Parte 1 ......................................................................................... 6
DECLARAÇÕES POLÍTICAS E RESOLUÇÕES
a. Introdução ................................................................................................. 15
b. Mulheres Trabalhadoras ......................................................................... 16
c. O Movimento Sindical ............................................................................. 17
d. A Unidade Classista e as Centrais Sindicais ........................................ 19
e. Organização e funcionamento da Unidade Classista ........................ 22
f. Bandeiras de Luta .................................................................................... 24
Parte 2 ...................................................................................... 26
TEXTOS DE FORMAÇÃO
Parte 1
Declarações Políticas
e Resoluções
6
10
rem levar os conflitos para serem conciliados dentro das empresas, ambiente
favorável para a pressão e a chantagem contra os trabalhadores.
Outro objetivo do projeto é a implantação no Brasil do modelo norte-a-
mericano de sindicato por empresa, propício à conciliação de classe.
Este projeto é o ponto alto dos recentes ataques do governo aos trabalha-
dores, já materializados na desoneração generalizada da folha de pagamentos
na indústria, no projeto de nova contrarreforma da previdência e na correria
para aprovar a lei de greve no serviço público, medidas que contam com o apoio
explícito ou o silêncio cúmplice das centrais sindicais oficiais, correias de trans-
missão do capital entre os trabalhadores.
Retiram-se direitos consagrados e ainda querem que os trabalhadores acre-
ditem que a única possibilidade de seus interesses serem atendidos depende do
crescimento da economia capitalista e dos vultosos lucros que daí derivam. É a ve-
lha e surrada cantilena de “deixar primeiro crescer o bolo para depois distribuir”.
Como consequência da forte hegemonia de que as ideias e políticas neoli-
berais desfrutaram, principalmente na década de 90 e parte da década passada,
e refletindo a fragmentação e a fragilização da classe trabalhadora em geral, o
atual sindicalismo, com poucas exceções no âmbito mundial, foi cooptado e
estatizado pela ordem burguesa, seja na aceitação da ordem capitalista / liberal,
seja na proposição de ações e medidas para a suavização das condições de ex-
ploração, abrindo mão, definitivamente, da perspectiva socialista.
A precária articulação internacional entre os trabalhadores mostra a neces-
sidade de fortalecer a FSM (Federação Sindical Mundial) que vem se recuperan-
do do esvaziamento dos anos 90 do século passado, como é prova o combativo
e expressivo último Congresso da Federação, realizado em 2011, na cidade de
Atenas, onde esteve presente uma delegação de sindicalistas do PCB, hoje funda-
dores da Unidade Classista. A FSM, hoje, tem um papel primordial na deflagração
do movimento grevista na Europa, contra as medidas de austeridade dos gover-
nos que jogam a conta da crise do capitalismo para os trabalhadores pagarem.
Chegou o momento de dizer basta! Basta de alianças com a classe que se apo-
dera dos meios sociais de produção e da riqueza socialmente construída. Basta de
pagar a conta da crise e de fazer sacrifícios para os capitalistas saírem de suas crises;
basta de ver o trabalho de muitos se transformando na riqueza e poder de poucos.
Devemos ampliar e aprofundar ações voltadas para o fortalecimento da or-
ganização e da consciência de classe dos trabalhadores, no sentido da construção
11
12
O mundo passa por uma situação agitada devido ao mais recente processo
de crise do sistema capitalista, deflagrado em 2008. Os governos a ser-
viço do capital em vários países têm levado a cabo os chamados planos
de “austeridade” – que na verdade são medidas para fazer que a burguesia não
seja afetada e os trabalhadores paguem a conta com desemprego, arrocho salarial
e retirada de direitos. Tais movimentações não se realizam sem a resistência do
proletariado, que reage com protestos e greves diversas, enquanto as classes do-
minantes impõem o aumento da repressão. No Brasil a situação não é diferente,
como tragicamente ficou explícito no caso da brutalidade do Estado contra os
professores do Paraná – governado por Beto Richa (PSDB). Ao mesmo tempo,
ocorrem demissões em massa no setor automobilístico, construção civil e outros.
O cenário acima é reforçado pelas últimas iniciativas tanto do governo Dil-
ma (PT), como do Congresso e do STF. O Projeto de Lei 4330 tem apoio da maio-
ria dos deputados no intuito de remover as últimas garantias para que as terceiri-
zações da força de trabalho se multipliquem no país; as Medidas Provisórias 664
e 665 expressam a determinação da presidenta e seu ministro de ouro, Joaquim
Levy, buscando restringir o auxílio doença, pensão por morte, abono salarial e
seguro desemprego; por fim, a mais alta corte de justiça brasileira, a partir da
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1923, deliberou que a gestão da educa-
ção, saúde e cultura podem ser feitas por Organizações Sociais (OSs), o que na
prática é uma forma de privatização e contratação de profissionais sem concurso.
Nessa conjuntura, mais de 100 delegados, de 17 unidades federativas, re-
uniram-se em São Paulo entre os dias 4 e 7 de junho com o objetivo de analisar
a realidade e fortalecer a intervenção da Unidade Classista enquanto uma ferra-
menta de organização e luta dos trabalhadores do campo e da cidade. Avaliou-
se que o quadro atual do movimento sindical ainda é de hegemonia de centrais
e direções pelegas e governistas, ligadas à CUT, Força Sindical (ambas filiadas à
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14
a. Introdução
1) O I Encontro Nacional da Unidade Classista ocorre numa conjuntura de
muitas turbulências. Pode-se constatar que a crise capitalista internacional ain-
da não foi revertida. Suas consequências se revelam no persistente desempre-
go, ataque aos salários, às condições de trabalho, aos direitos dos trabalhadores
(apelidados convenientemente de “planos de austeridade”) e na deterioração
das condições sociais observadas na Europa e América do Norte, fruto das me-
didas aplicadas pelos governos a serviço do capital. No Brasil, o ciclo hegemô-
nico do Partido dos Trabalhadores começa a se desfazer em meio a uma série
de graves denúncias de corrupção, que vão muito além do governo federal, atin-
gindo mesmo as principais instituições do regime, suas ramificações estaduais e
municipais. Ao mesmo tempo, o agravamento da situação na economia obriga
as diversas frações da classe dominante a defender seus interesses particulares,
mas se unificando em torno do objetivo comum de aprofundar a exploração ca-
pitalista e despejar as consequências da crise nos ombros da classe trabalhadora.
15
b. Mulheres Trabalhadoras
5) As trabalhadoras têm sido duramente atingidas por este conjunto de medidas
restritivas de direitos. Hoje, as mulheres representam 52% da força de trabalho, mas
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c. O Movimento Sindical
8) Se na sociedade o ciclo hegemônico do PT começa a fazer água, no movimento
sindical algo correspondente acontece com a CUT, braço petista no sindicalismo.
Desde a segunda metade dos anos noventa a CUT se consolidou como a princi-
pal central sindical do país, deixando em segundo plano a Força Sindical e uma
multiplicidade de agrupamentos menores do movimento sindical, à esquerda e
à direita. Essa hegemonia foi construída com base no prestígio adquirido desde
a sua fundação, em 1983, quando, encabeçando as lutas e liderando oposições
sindicais combativas, ganhou a direção de grandes sindicatos em todo o país.
17
11) Por sua vez, a resistência à esquerda contra esse processo de adaptação e colabo-
ração de classes, vulgo peleguismo, se deu de forma débil e fragmentada. As inicia-
tivas, em sua maioria a partir do rompimento de correntes que atuavam no interior
da CUT, enfrentaram um período bastante adverso, mantendo-se organizadas em
pequenas oposições, poucos sindicatos e entidades de servidores públicos. A fun-
dação da CONLUTAS e das INTERSINDICAIS foram expressão desse processo.
12) A situação que poderíamos definir como de uma certa apatia do movimen-
to sindical, começa a sofrer mudanças ainda no primeiro governo Dilma, onde
já se verificam os efeitos de uma política econômica voltada para proteger os
interesses do capital diante da crise internacional aberta em 2008. Com o es-
gotamento da política de ampliação do consumo através do crédito e das deso-
nerações fiscais para empresas, o crescimento econômico inicia uma trajetória
de queda, logo as empresas começam a endurecer as negociações salariais e a
intensificar a rotatividade da mão de obra.
13) Nesse contexto é que observamos um retorno das lutas: são os funcionários
1
CIOLS (Confederação Internacional das Organizações dos Sindicatos Livres), atual CSI (Confederação Sin-
dical Internacional): fundada em 1949 pela social democracia com o intuito de dividir o movimento operário
e se contrapor aos sindicatos ligados ao movimento comunista.
18
2
Segundo o DIEESE: foram 446 greves em 2010; 554 em 2011; 873 em 2012 e cerca de 2.000 em 2013.
3
Declaração política do I Congresso da Unidade Classista.
19
15) A partir desse patamar é que devemos estabelecer nossas relações com as
demais forças do movimento, especialmente com as centrais sindicais e corren-
tes que atuam no campo da independência de classe e das lutas dos trabalhado-
res contra a exploração capitalista.
4
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou, na última sexta-feira (18), os índices de representativi-
dade de cada Central Sindical referente a 2014. O índice foi apurado com base na quantidade de trabalhadores
filiados aos sindicatos de cada central até o dia 31 de dezembro de 2013. De acordo com os índices de representa-
tividade, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) registrou, com 34,39%, vindo em seguida a Força Sindical,
com 12,59%; a União Geral dos Trabalhadores (UGT), com 11,92%; a Central de Trabalhadores e Trabalhado-
ras do Brasil (CTB), com 9,33%; e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) com 8,01%. Fonte: http://
www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/07/ministerio-divulga-representatividade-das-centrais-sindicais
20
17) Mesmo reconhecendo que hoje, levando em conta as categorias onde temos
participação ativa, seja em diretorias ou oposições, assim como, nas lutas em
curso no país, nossa maior proximidade em termos de ações e bandeiras de luta
se dê com as Intersindicais e a Conlutas, consideramos que a adesão a qualquer
uma delas não se justificaria. Ainda que nossa corrente valorize muito estas
relações, temos convicção de que a divisão atual entre elas dificulta bastante
o avanço das lutas. Dessa forma, ao aderir, estaríamos jogando para segundo
plano a batalha pela unidade dos trabalhadores, questão de importância estra-
tégica nesse momento de reconstrução do movimento sindical brasileiro.
5
“A precária articulação internacional entre os trabalhadores mostra a necessidade de fortalecer a FSM (Fede-
ração Sindical Mundial) que vem se recuperando do esvaziamento dos anos 90 do século passado, como é prova
o combativo e expressivo último Congresso da Federação, realizado em 2011, na cidade de Atenas, onde esteve
presente uma delegação de sindicalistas do PCB, hoje fundadores da Unidade Classista.” Declaração política do
I Congresso da Unidade Classista, 11/2012.
21
21) Esse é o tipo de organização que necessitamos na base das categorias em que
atuamos, ela surge e se consolida de acordo com os embates da luta de classes e da
disputa sindical. Seu funcionamento precisa ser flexível, as condições concretas
e os objetivos é que vão determinar sua forma organizativa, a periodicidade das
reuniões e etc. Podemos chamá-los de Comitês de Base da Unidade Classista.
De acordo com a região ou estado onde atuam, esses comitês podem se agru-
par em plenárias, estas, por sua vez, elegem uma coordenação. Nesta fase inicial
da nossa construção cada comitê de base, para ser reconhecido como tal, deve-
rá contar com ao menos três trabalhadores, ainda que de categorias diferentes.
22
23) A Coordenação Nacional deve ser composta por 11 militantes com expe-
riência e reconhecimento sindical, distribuídos nas seguintes secretarias: políti-
ca, organização, finanças, comunicação, formação, gênero, movimento popular,
geracional, luta antirracista, expansão sindical e relações internacionais;
26) Todo esse esforço organizativo tem o objetivo de consolidar a UC nas cate-
gorias que consideramos prioritárias. Essa definição se dá a partir do seu peso
econômico-social, sua capacidade de mobilização e da sua localização na estru-
tura de produção e circulação. Considerando esses aspectos, nossa prioridade
é a construção de comitês de base nos seguintes ramos, hierarquizados abaixo:
1 – Metal-mecânico / Siderurgia /
Mineração (Metalúrgicos e Mineiros);
23
27) Além disso, devemos ampliar nosso campo de intervenção. Ainda que o mo-
vimento sindical seja a principal trincheira do conflito capital x trabalho na atual
conjuntura, não devemos subestimar o fato de que as lutas dos trabalhadores vão
além deste terreno. Portanto, a Unidade Classista deve atuar também em outros
setores importantes, como a luta por moradia, movimentos populares de bairro/
favela e juventude trabalhadora – para o que precisamos estar em permanente
articulação com a União da Juventude Comunista (UJC), inclusive para o tra-
balho de agitação, propaganda e organização dos estudantes de escolas técnicas.
f. Bandeiras de Luta
28) Face aos ataques do governo Dilma e do Congresso, a serviço do patronato,
contra direitos duramente conquistados pelos trabalhadores, elencamos nossas
principais bandeiras de luta para esse período:
24
25
Parte 2
Textos de formação
26
6
LOSOVSKI, 1989.
7
LOSOVSKI, 1989.
27
8
Idem.
9
MARX, 1986.
10
CARONE, 1993.
28
11
Idem.
12
“Kautsky e Bersntein, nas suas intervenções, procuravam que a conferência condenasse o bolchevismo e a
revolução socialista na Rússia”. (LENIN, 1980).
13
LENIN, 1980.
29
nista, em agosto de 1920, o Comitê Executivo da I.C. cria uma Seção Sindical
(chamada de “Internacional Sindical Vermelha”), o que serviu de ponto de
partida para a diferenciação política nos sindicatos revolucionários, aqueles
solidamente conquistados pelos comunistas, daqueles em que se estabelece-
ram as burocracias sindicais, conciliando posições com patrões e governos. A
III Internacional foi dissolvida em 1943.
É também em Lenin, o grande artífice da revolução russa, que podemos
observar a importância da construção de um leito comum, indissociável, das
lutas do movimento operário e o movimento político revolucionário. No ano de
1900, a edição nº 1 do Iskra publica escritos de Lenin sobre o assunto:
Com a precisão de quem já mirava seu alvo “lá onde a vista não alcança”,
ele deu direção firme e clara para as tarefas dos revolucionários da época:
14
LENIN, 1979.
15
LENIN, 1979.
30
16
O Brasil da época possuía capital bancário e comercial, as indústrias instaladas [em 1850] totalizavam 72,
produzia-se tecidos de algodão, bebidas, cigarros, velas, chapéus, existiam algumas fundições e construção
naval que utilizavam energia mecânica, a partir daí , foi se multiplicando e modernizando. (SEGATTO, 1981).
31
17
PEREIRA, A. “Silvério Fontes, Pioneiro do Marxismo no Brasil”, in: KOVAL, 1982.
18
“Por iniciativa da Federação Operária do Rio de Janeiro, constitui-se uma comissão reorganizadora da COB
com encargo de convocar um novo congresso sindical nacional. Para veículo de propaganda e preparação do
congresso, a comissão organizadora fez reaparecer, a 1º de janeiro de 1913, o órgão da COB, A Voz do Tra-
balhador, que se publicou desde então como quinzenário, atingindo a sua tiragem até 4000 exemplares, cifra
considerável para época”. (PERREIRA, 1976).
19
É deste ano também, como reposta patronal e do governo, a “Lei anti-operária” que torna inafiançável o
“ato criminoso” de “provocar suspensão de trabalho por meio de ameaças ou violências” e autoriza o governo
a fechar entidades e jornais operários. (Nota do autor).
32
20
SEGATTO, 1981.
21
CARONE, 1974.
22
Entre 1936 /37 o PCB já desenvolvia campanha denunciando o golpe que vinha sendo preparado por
Getúlio, militares liderados por Góes Monteiro e Gaspar Dutra, os Integralistas e lideranças estaduais.
(CARONE,1974).
33
locados nas mãos dos interventores e o movimento sindical tem um forte refluxo.
Instaura-se um regime de ditadura aberta e os movimentos de oposição conforme
suas proporções eram rapidamente eliminados com métodos policiais impiedosos,
que desrespeitavam os direitos mais elementares. De 1938 até início de 1942 a atua-
ção política do PCB torna-se bastante limitada, chegando a quase desaparecer.23
De 1942 a 1943 o Brasil entra na guerra contra o nazifascismo e o PCB
se reorganiza na Conferência da Mantiqueira. Em 1944 o movimento operário
começa a renascer e aos poucos vai se recompondo. “Gradualmente, as direções
pelegas vão sendo substituídas por líderes combativos e representantes da classe.
As greves ressurgem com grande intensidade e em grande número em vários pon-
tos do país, aumentando significativamente em 1945”.24 Em abril deste ano, toma
a dianteira e junto com lideres não comunistas (um total de 300, de 3 estados
da federação) propõe a criação do Movimento Unificado dos Trabalhadores
(MUT), uma espécie de intersindical que tinha por objetivos não só a unidade
dos trabalhadores, mas também a inserção dos sindicatos e do movimento ope-
rário na política geral. Era classificado como ‘organização de agentes moscovi-
tas’ no Diário Carioca em 14/ 03/1946.25
O desenvolvimento das lutas e a unidade sindical levam à realização de vários
congressos sindicais (em SP, RJ, MG, dentre outros). Em 1946 é realizado, no Rio
de Janeiro, o Congresso Sindical dos Trabalhadores do Brasil (cerca de 2400 delega-
dos), criando a Confederação dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e elegendo como
seu secretário geral Roberto Morena (líder sindical e dirigente comunista). Ainda em
46, o governo proíbe a existência do MUT e, ao tempo, decreta a intervenção e sus-
pensão de eleições sindicais. Em 1947, sob os auspícios da “Guerra Fria”, o governo
Dutra fecha a Confederação dos Trabalhadores do Brasil e caça o registro do PCB.
Em 1948 os comunistas esboçam uma autocrítica da tática, e propõem uma
nova linha política com o “Manifesto de Janeiro de 1948” (este ganha versão mais
23
SEGATTO, 1981.
24
No plano da organização surgem grupos independentes como a União Trabalhista Democrática, dos Carris
Urbanos de São Paulo, a União dos Trabalhadores Intelectuais, dos jornalistas paulistas, O Movimento Unitá-
rio Sindical, dentre outras. (SEGATTO, 1981).
25
“Bom indicador deste contexto é o relato de uma conversa entre o Embaixador norte-americano William D.
Pawley com o general Alcindo Souto (do Gabinete Militar de Dutra) e o chefe de polícia, em janeiro de 1947,
quase as vésperas do cancelamento do registro do PCB (documento 832.000 B/1-347, National Archives,
Wasington...).” Idem.
34
26
PRESTES, 1980.
27
Suplemento da “Novos Rumos” de 1959, in KOVAL, 1982.
35
28
SEGATTO, 1981.
36
29
Paragrafo extraído da contribuição dos camaradas, Dorival Sazan e Marlene Soccas, membros do PCB -
Criciúma/SC, à Tribuna de Debates da Conferência Nacional de Politica e Organização de 2016.
30
COSTA, p. 183.
31
KOWAL, in: COSTA, p.184.
32
Idem.
37
40, começo dos anos 50, com média de três mil trabalhadores por greve.”33
Vale apena ainda destacar, do período 64 a 68, talvez as mais importan-
tes lutas realizadas pela classe operária, ambas em 68, “as greves de Contagem
(MG) e Osasco (SP), dois movimentos que representaram, ao mesmo tempo, o
ponto mais alto da luta dos trabalhadores contra a ditadura no período e o iní-
cio de um longo refluxo na luta operária que se estendeu por cerca de 10 anos.”34
Em 13 dezembro de 68, o Ato Institucional nº 5 (AI-5) suspende os di-
reitos políticos, fecha o congresso, proíbe manifestações políticas, implanta a
censura e aumenta, ainda mais, a repressão armada. A partir de 1969, os movi-
mentos de protestos dos trabalhadores eram noticiados apenas pela imprensa
clandestina dos partidos de esquerda. Em 14 de fevereiro deste ano, o Ministé-
rio do Trabalho interveio em mais de uma centena de sindicatos.
A conjuntura econômica do país também influenciou no declínio das lu-
tas sindicais. Conforme Costa, “entre os anos 1969-1973 registrou-se as maiores
taxas de crescimento do PIB, o que pode ter contribuído também para arrefecer
o ânimo da classe operária, principalmente se levarmos em conta a ofensiva
propagandista do governo em relação aos seus êxitos econômicos.”35
Em meio à ditadura, na medida do possível, as lutas dos trabalhadores, que
ganharam as mais variadas formas (operação tartaruga, recusa de fazer horas ex-
tras, falta organizada ao trabalho, greve por atraso de pagamento, etc.), contri-
buíram de maneira fundamental para a formação da consciência operária. Isto
é, dificilmente haveria o êxito histórico das greves do ABC paulista em 78/79,
sem esse longo, difícil e perigoso exercício de rebeldia. As greves metalúrgicas
estão umbilicalmente ligadas à dedicação, ao sacrifício e ousadia de trabalhadores
e militantes anônimos que no interior das fábricas preparavam as bases futuras.
No livro, “A política Salarial no Brasil (1964-1985)”, Edmilson Costa nos
traz um rico depoimento de um dos personagens mais ativos na época, o meta-
lúrgico Lucio Belantani36, que nos ajuda a compreender como foi tecida a orga-
nização no interior da maior fábrica transnacional do país. Conta ele:
33
SANDOVAL, Salvador. “Os trabalhadores param”, Ed. Ática, 1994, São Paulo. in: COSTA, p.185.
34
COSTA, p. 186.
35
COSTA, p. 194.
36
Era secretário político do Comitê de Empresa (que coordenava as células comunistas no interior da Volks,
composto por seis operários) e membro do Comitê Estadual do PCB/SP. (COSTA, p. 191/192).
38
37
COSTA, p. 192.
38
Idem.
39
Idem.
40
“Nos meses de julho e agosto de 1972, a repressão prendeu os principais dirigentes da organização de base
do PCB na Volks.” (COSTA, p.199).
39
41
COSTA, p. 193.
42
COSTA, p. 194.
43
Voz Operária, nº 112, junho – 1974 in: COSTA, p.202.
40
fase para as lutas operárias e começa a se romper as regras impostas pela ditadura.
“A partir da greve na Scania estava rompido o ciclo do medo que reduzia as
manifestações operárias a lutas isoladas e sem repercussão social, tanto que o movi-
mento grevista se espalhou pela região como um rastilho de pólvora, posteriormen-
te para o Estado de São Paulo e em seguida para todo o País, rompendo na prática
a legislação arbitrária e a política de arrocho salarial.”44 Outras categorias, incluindo
setores do serviço público e camadas médias urbanas também fazem greve. “No
final de 1978, 539.037 trabalhadores de 19 categorias cruzam os braços no Brasil.”45
Após serem surpreendidos pelo movimento operário com paralisações
dos trabalhadores dentro das fábricas, empresários e governo preparam uma
resposta. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) envia uma
circular aos seus associados46, cujo objetivo verdadeiro era colocar os grevistas
para fora das fábricas, tornado assim mais fácil a repressão policial. Dentre as
principais recomendações estão:
44
COSTA, p. 216-217.
45
MOREIRA ALVES, M.H. “Estado e oposição no Brasil, 1964-1984”, Ed. Vozes, 1984, Rio de Janeiro, in:
COSTA, P.217.
46
Tal documento foi para nas mãos do sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, que o publicou
em seu jornal, a Tribuna Metalúrgica. (COSTA, p. 218).
47
“Tribuna Metalúrgica, novembro de 1978, citado em John Humphrey, ‘Controle Capitalista e Luta Operária
na Indústria automobilística Brasileira”, Vozes, 1982, p. 179.’ in: COSTA, p. 218.
41
48
COSTA, p. 222.
49
Idem.
50
COSTA, p. 224.
51
COSTA, p. 231.
52
Afora os dois primeiros anos, onde houve fortíssima recessão, levando o país a taxas de crescimento negati-
vas pela primeira vez nas últimas quatro décadas. O que levou o movimento operário a um acentuado refluxo.
42
53
Vale ressaltar que a reorganização e o avanço do movimento sindical se davam na sequência das lutas
anti-ditadura atrasaria, por alguns anos, a adoção da chamada “reestruturação produtiva”, mecanismos de
aprofundamento da exploração sobre os trabalhadores.
54
F.D.R., 2014.
55
Esta frente era denominada Unidade Sindical, e pelo PCB participava de sua coordenação o camarada Ivan
Pinheiro, na época, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
43
56
As duas tendências passaram a disputar a hegemonia do movimento sindical nacional, cujo embate se daria,
nos anos posteriores, entre a concepção da unicidade e do pluralismo sindical.
57
O PCB, que optou por estruturar aliança com os setores mais moderados e atrasados politicamente, viu, aos
poucos, o prestígio conquistado na luta contra a ditadura se esvair.
58
F.D.R., 2014.
44
como de seus parceiros de esquerda dentro da CGT. Este tinha como nomes
de proa Antônio Rogério Magri (eletricitários de São Paulo) e Luís Antônio de
Medeiros (metalúrgicos de São Paulo).”59
Magri60 e Medeiros61 atuaram como sustentáculos da política de arrocho do
governo Sarney, fizeram coro com os reacionários na Constituinte e tentaram sa-
botar as lutas unitárias dos trabalhadores — como a greve geral de agosto de 87.
Após Congresso (Extraordinário) do PCB realizado em 1987, sem promo-
ver alterações na estratégia da “via da democracia de massas para o socialismo”,
o conjunto do partido é atingido por uma crise, “expressa na estagnação do con-
tingente de militantes, na perda de inserção no movimento sindical, na pobreza
dos resultados eleitorais e na ineficiência dos instrumentos partidários.”62
Os anos de 1987 e 1988 foram marcados pelas batalhas na Assembleia Na-
cional Constituinte. A chamada “Constituição Cidadã” consolidou a institucio-
nalização do Estado democrático burguês no Brasil, em linhas gerais, moldado
segundo os interesses do “Centrão”, deixando intactos o latifúndio e os grupos
monopolistas associados ao imperialismo.
Porém, a crescente pressão do movimento sindical (ver quadro abaixo) e
popular ao longo dos anos 80 fez a burguesia brasileira se curvar, em parte, e
garantiu importantes conquistas de direitos trabalhistas com destaque para a
redução da jornada de trabalho de 48h para 44h semanal; o direito de greve;
liberdade sindical; o abono de férias; férias remuneradas com acréscimo de 1/3
do salário; o décimo terceiro salário para os aposentados; o seguro-desemprego;
a licença-maternidade de 120 dias para as trabalhadoras (antes eram 90 dias)
e aos homens a licença-paternidade de cinco dias; os direitos trabalhistas dos
empregados urbanos foram estendidos para os rurais.
59
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/central-geral-dos-trabalhadores-do-brasil-cgtb
60
Antonio Rogério Magri começou na vida sindical em meados da década de 70. Ganhou destaque na direto-
ria do Sindicato dos Eletricitários de S. Paulo depois que fez o curso de formação do ICT (Instituto Cultural
do Trabalho) sucursal do IADESIL (Instituto Americano para o Desenvolvimento do Sindicalismo Livre), que
era dirigido e financiado por um órgão tripartite composto pelo Pentágono, pela AFL-CIO e por representan-
tes de grandes empresários. (Revista Debate Sindical nº 39, 2001).
61
Luiz Antonio Medeiros começou no sindicalismo em 1981, participando na chapa de Joaquinzão. Aderiu ao
sindicalismo americano e ganhou confiabilidade para substituir Joaquim dos Santos Andrade, o Joaquinzáo,
na presidência do sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
62
F.D.R., 2014.
45
46
63
Naquela altura a CGT já se mostrava um espaço inviável para os comunistas, visto que não nos permitia
construir uma unidade de ação com o sindicalismo combativo, todo ele na CUT.
64
Relato feito em entrevista realizada pela UC ao camarada Boné em 08/03/16.
47
65
Revista Sociologia Política, nº13, Curitiba,1999. (http://dx.doi.org/10.1590/S0104-44781999000200018)
66
Revista Debate Sindical nº9, 1991.
67
Denominação usada para as alterações ocorridas nos diversos setores produtivos frutos do advento da mi-
croeletrônica, do Chip. A mudança do “modelo fordista-taylorista” (americano) de produção, para o “modelo
toyotista” (japonês).
48
seria responsável por fragilizar ainda mais a participação e influência dos comu-
nistas brasileiros (que defendiam a filiação a FSM) na conjuntura política nacional.
No Brasil, as mudanças citadas e a forte ofensiva ideológica da burguesia
fazem florescer concepções político-sindicais conciliatórias, que abandonam an-
tigas bandeiras e formas de luta e menosprezam a própria independência de classe
dos trabalhadores. Daí a filiação a uma central sindical mundial defendida pela
Articulação68, com predileção pela CIOSL, central mundial que mais se identifica
com os objetivos dos países capitalistas desenvolvidos, imperialistas. Desde a sua
fundação defende abertamente a chamada “livre iniciativa”, endeusa a democra-
cia burguesa e combate as ideias marxistas. Até hoje o seu estatuto condena a “luta
de classes”. A filiação a CIOSL só foi aprovada em reforma estatutária em 1992.
Em março de 1991, um congresso realizado no Memorial da América
Latina, São Paulo, marcou a fundação da Força Sindical, sustentada principal-
mente pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, presidido por Medeiros.
Se fizeram presentes ao congresso, representantes do patronato, membros do
governo Fernando Collor e diversos sindicalistas formados pelo ICT (Instituto
Cultural do Trabalho)69, instituição que se projetou durante a ditadura militar
disseminando o peleguismo nos sindicatos brasileiros.
Com uma política de filiação bastante suspeita e agressiva70, a Força Sindical
desde o início procurou se diferenciar do sindicalismo “de esquerda”, autoprocla-
mando-se “moderna, democrática, independente, apartidária e pluralista”. Seu cres-
cimento ameaçou a hegemonia da CUT em certas categorias e engrossou as fileiras
de um sindicalismo pragmático, defensor do neoliberalismo e atrelado ao governo.
No mesmo ano, em agosto de 91, entrava em sua fase terminal a primeira expe-
riência de construção de socialismo, simbolizando o fim não apenas do sistema polí-
tico-econômico da URSS, mas de todo um modelo de construção socialista, que mar-
cou a cultura política dos comunistas, socialistas, classistas e trabalhadores engajados
68
Uma das críticas das correntes contrárias a filiação a uma central mundial é que a CUT passou a depender
excessivamente dos recursos financeiros de entidades internacionais. As operações envolvendo dólares sem-
pre foram nebulosas. Há informações de que só em 1989 conseguiu aprovar no exterior quatro “projetos de
cooperação” no valor de 9,7 milhões de dólares. (Revista Debate Sindical nº8, 1991).
69
Sobre ICT ver nota 55.
70
É sabido que a Força Sindical, desde seu início, foi fartamente irrigada com liberações de recursos do Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT), o que propiciou combustível para as ações de cooptação na base do velho
peliguísmo sindical.
49
ao longo do século XX. Todo esse quadro seria responsável por fragilizar ainda mais a
participação e influência dos comunistas brasileiros na conjuntura política nacional.
O movimento comunista internacional entrava também em crise, diver-
sos partidos comunistas convocavam congressos extraordinários e, em muitos
casos, com pauta única: mudar ou acabar com os PCs, capitulando diante da
ofensiva da burguesia mundial e da propaganda de direita. No Brasil, em 1992,
a tentativa de um “golpe liquidacionista” no PCB é enfrentada e barrada pelo
“Movimento Nacional em Defesa do PCB”, cujo manifesto apontava:
71
F.D.R., 2014.
50
coletivo, chegou a afirmar que ‘não se deveria ter discutido a redução da jornada
de trabalho na Constituição. Deveria se discutir sim, entre as partes, entre o capi-
tal e o trabalho. A única constituição detalhista que existe no mundo é a nossa’.” 72
Tal visão desarmava os trabalhadores na sua luta em defesa dos direitos sociais
e trabalhistas presentes na Constituição, uma vez que estavam ameaçados pelas pro-
postas de reformas constitucionais de cunho neoliberal, apresentadas pelo governo.
“A chamada livre contratação coletiva seria ‘a forma de ação sindical mais
propensa a se adaptar ao neoliberalismo [...] [Ela] faz apelo à ideologia do con-
trato entre partes supostamente livres e iguais, fragmenta o coletivo de classe
em setores, é refratária à regulamentação estatal’. Ao contrário, ‘o sindicalismo
que busca a unificação da luta reivindicativa dos trabalhadores assalariados em
torno da defesa da implantação e ampliação de direitos sociais e trabalhistas [...]
é, em princípio, antagônico à ideologia e à política neoliberal’.”73
Grande parte dos líderes sindicais, vão incorporando em seus discursos
teses neoliberais: a abertura comercial “inevitável”, o “inevitável” enxugamento
das empresas como condição para manter a “competitividade” no mercado in-
ternacional. Tratava-se agora só de negociar para que estas medidas “inevitáveis”
atingissem menos os trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Ber-
nardo defendeu a importação de equipamentos destinados à “modernização” das
montadoras às custas do emprego de seus operários. Também defendeu (como
ainda hoje faz) a redução de impostos das montadoras, exigindo a renúncia fiscal
desse setor do grande capital monopolista. Passam a defender as teses apresenta-
das pela câmara setorial, as mesmas que sustentam a política fiscal neoliberal.74
A transição75 de “um sindicalismo de oposição para um sindicalismo de
participação” não se deu por completa (ao menos ainda na década de 90), visto
que se aguçavam as contradições, e o crescimento do movimento popular, a
72
Revista Sociologia Política, nº13,1999.
73
Idem.
74
Idem.
75
“O mesmo fenômeno se operou nas centrais sindicais internacionais mais próximas da Articulação Sindical. ‘A
CFDT, central sindical francesa de origem católica e próxima do Partido Socialista, adotou na década de 1980 uma
linha mais moderada [...] Segundo a nova linha da CFDT, o sindicalismo não poderia apenas denunciar o patrona-
to, mas deveria também reconhecer a legitimidade do empresário e apresentar propostas às empresas. Orientada
por essa concepção conciliadora e propositiva [...] passou a fazer crítica à noção de luta de classes, às ‘ações cen-
tralizadas’ – as greves gerais e passeatas de protesto [...] Seu discurso passou a valorizar as reivindicações realistas,
[...] a ‘livre contratação na base’ [...] e o ‘fortalecimento da sociedade civil’.” (Revista Sociologia Política, nº13, 1999).
51
76
F.D.R., 2014.
77
Vale lembrar o triste episódio da reforma da previdência: Na ocasião, o setor majoritário da CUT, a Articu-
lação, apostou todas as suas fichas no famigerado acordo com o governo FHC.
52
53
Nos seus oito anos de mandato, FHC foi responsável por uma brutal re-
gressão nas relações de trabalho, provocou os maiores estragos em toda história
da vida republicana. O desemprego bateu recordes (ver gráfico abaixo), entre
“1995 e 2000, o volume de desempregados cresceu 155,5%, com a incorporação
de 7 milhões de novos desempregados (de 4,5 para 11,5 milhões de pessoas)”78,
os salários foram corroídos79, avolumou-se a chaga da informalidade e houve
um feroz ataque à legislação trabalhista.
Fonte: brasilfatosedados.wordpress.com
78
Revista Debate Sindical nº 44, 2002.
79
Ainda como ministro da Fazenda de Itamar Franco, FHC apresentou um projeto pondo fim a política sa-
larial vigente há 30 anos, que garantia a indexação dos salários. Sem esta legislação de proteção, a renda dos
assalariados ficou a mercê da dinâmica do mercado.
54
Por sua vez, o PCB, em março de 2005, no seu XIII Congresso, rompe defi-
nitivamente com as ilusões acerca de alianças com setores progressistas de uma
pretensa “burguesia nacional”, afirmando categoricamente o caráter classista
da sua linha política. Em janeiro de 2006, realiza Conferência Sindical Nacio-
nal em Praia Grande (Santos-SP), onde anuncia o rompimento de sua partici-
pação nos fóruns da CUT, por entender que esta entidade tornara-se um braço
80
Revista Debate Sindical nº 44, 2002.
55
81
Neste período, do bojo da CUT surgiram duas experiências organizativas dos trabalhadores no país: a Inter-
sindical e a Conlutas: A Intersindical foi fundada pelos setores que romperam com a CUT no seu 9º Congresso
Nacional, em 2006, com intuito de atuar como um instrumento de organização e luta dos trabalhadores. Parti-
ciparam de sua fundação a Unidade Classista/PCB, a ASS e algumas correntes do PSOL. A Conlutas foi fundada
majoritariamente pelo PSTU e algumas outras correntes do PSOL. (http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/se-
arch?updated-min=2010-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2011-01-01T00:00:00-08:00&max-results=50)
82
Projeto de Lei da Câmara nº 88, de 2007 (nº 1.990, de 2007, na Casa de origem) dispõe sobre o reconhe-
cimento formal das centrais sindicais para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho
- CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e dá outras providências.
83
O resumo reflete apenas as entidades registadas no Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), o que não é
o caso da Intersindical, de Conlutas e outras correntes e organizações de trabalhadores.
56
1983 Fundação da Central Única Uma parte do movimento que realizou a Conclat
dos Trabalhadores (CUT). funda a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983.
A CUT Foi liderada por sindicalistas ligados ao PT.
1986 Fundação da Central Geral A CGT foi fundada pelos setores sindicalismo tradicional
dos Trabalhadores (CGT) e sindicalistas ligados ao PCB, PCdoB, MR8 tendo como base
um programa de defesa da unidade sindical e de ação.
1991 Fundação da Força Sindical (FS) Fundada por representantes do sindicalismo de resultado,
defendendo livre negociação e as políticas neoliberais.
2006 Central Geral Refundada por sindicalistas do MR8 (atual Partido Pátria Livre)
dos Trabalhadores que reivindicavam a CGT (Central) que se fundem com a Central Brasileira
do Brasil (CGTB) dos Trabalhadores e Empreendedores (CBTE), mantendo a sigla.
2007 Fundação da União Geral Formada pela unificação Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT),
dos Trabalhadores (UGT) Social Democracia Sindical (SDS), Central Autônoma
de Trabalhadores (CAT) e um grupo de sindicatos independentes.
57
58
84
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/search?updatedmin=2010-01=01-00T00:00:08-00:&updated-max-
2011-01-01T00:00:00-08:00&max-results=50
85
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/2010/11/intersindical-realiza-existoso-encontro.html
86
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/2010/11/seguir-ampliando-intersindical.html
87
http://www.dieese.org.br/balancodasgreves/2011/estPesq63balGreves2010_2011
59
554, crescimento de 24% sobre o ano anterior (446), era o maior número desde
1997 (631). O número de trabalhadores envolvidos atingiu aproximadamente
1,6 milhão em 2010 e 2 milhões em 2011. Tomando 1997 e 2011 como referên-
cias, o Dieese afirma que esses dois períodos “delimitam um intervalo de 15
anos marcado pela relativa estabilidade do número de greves em baixo patamar”.
Em 2011, a maioria das greves (58,7%) ocorreu no setor público – 60,3%
no ano anterior. Foram 325 paralisações, sendo 145 (26,2%) no funcionalismo
estadual, 109 (19,7%) no municipal e 33% (6%) no federal. As estatais tiveram
29 movimentos (5,2%). Das 227 greves no setor privado, 41% do total (39,5% em
2010), 131 (23,6%) foram feitas na indústria e 91 (16,4%) no comércio. Um dos
destaques, acrescenta o instituto, foram as greves dos trabalhadores na construção
civil, “especialmente nas grandes obras de infraestrutura e na região Nordeste”.88
No campo do sindicalismo classista consolidou-se uma divisão, fruto das
contradições do Congresso de Santos em 2008 (com reflexos ainda hoje), no to-
cante às concepções distintas sobre a construção e o papel de uma Central Clas-
sista. Passaram a existir duas Intersindicais: além da Intersindical – Instrumen-
to de Organização e de Luta dos Trabalhadores (UC + ASS + Independentes),
passou a existir a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora89 (Correntes
do PSOL que não aderiram a Conlutas + MAS + Independentes).
A situação instalada gerou dificuldades ainda maiores para a construção
da uma unidade de ação entre o sindicalismo combativo, pois na prática, as
disputas pelas estruturas sindicais na base, criam arestas e animosidades, colo-
cando em 2º plano a construção unitária da luta.
A Unidade Classista, que até aquele momento atuava na construção da Intersin-
dical – Instrumento de Organização Luta dos Trabalhadores, viu-se diante do desafio
de aprofundar seu papel de força política unificadora de um campo sindical classis-
ta e de enfrentamento ao capitalismo. Para tanto, entendeu ser, no momento, neces-
sário que a UC ganhasse musculatura e passasse a ser uma corrente do movimento
sindical e operário em condições de maior protagonismo na cena sindical nacional.
É com este intuito que o Comitê Central do PCB, reunido em São Paulo, em
10 de junho de 2012, decide pelo realinhamento de nossa tática na frente sindical
88
Idem.
89
Com intuito de buscar um reconhecimento formal junto ao MTE, em março de 2014, é realizado na cidade
de São Paulo um Congresso Nacional que marca sua fundação oficial.
60
90
http://pcb.org.br/portal2/2990
61
Referências Bibliograficas:
62
63
64
FUNCIONAMENTO DEMOCRÁTICO -
eleições para todos os órgãos, em todos os níveis.
ORIENTAÇÃO INTERNACIONALISTA.
65
66
Coordenação Nacional
Alcides Junior (PE), Caio Andrade (RJ), Cássio Canhoto (SP),
Emerson Carvalho (MG), Giovanni Frizzo (RS), José Rodrigues (PI),
Marta Jane (GO), Roberto (CE), Rockeiro (SP)
CONTATOS
Sudeste
Caio – (21) 97673-2097
Emerson – (32) 99107-7222
Rockeiro – (11) 98675-5975
Sul
Giovanni – (51) 99728-1121
Nordeste
Roberto – (85) 99674-0247
Centro Oeste
Marta – (62) 99627-5780
68