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O regime jurídico dos consórcios

públicos e a estabilidade do servidor


público contratado pela consolidação
das leis do trabalho

Adriano da Silva Ribeiro


Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino
convênio com IUNIB/ANAMAGES

Resumo: O objetivo do presente estudo é o de trazer ao debate a compatibilidade, ou não, entre o


regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado sob o regime da
Consolidação das Leis do Trabalho, notadamente à luz dos recentes posicionamentos jurisprudenciais
adotados pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior do Trabalho. Para o desenvolvimento
do trabalho, o método utilizado será o dedutivo, com base na pesquisa doutrinária, no exame dos
textos normativos pertinentes e nos precedentes jurisprudenciais, estruturando-se da seguinte forma:
inicialmente, será analisado o regime jurídico dos consórcios públicos; a seguir, far-se-á breve análise
acerca da compatibilidade, ou não, entre o regime jurídico estatutário e a estabilidade do servidor público,
examinando-se, na parte final do desenvolvimento do estudo, a estruturação do tema à luz da doutrina e
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal. Com a elaboração deste
trabalho, o intuito é de contribuir para a discussão do tema da estabilidade do servidor público celetista,
no âmbito dos consórcios públicos, e para uma reflexão crítica sobre a necessidade de uniformização
e pacificação da jurisprudência respectiva. Nas considerações finais, procurar-se-á sintetizar o estado
atual do tema, com a afirmação de que, para salvaguarda do direito dos jurisdicionados e dos servidores
públicos, é necessário promover uniformidade sobre o tema, o que deve ser matéria de reflexão nos
Tribunais Superiores, a fim de se evitar que o antagonismo em tela seja fonte inescusável de insegurança
jurídica.
Palavras-chave: Regime Jurídico. Consórcios Públicos. Estabilidade. Servidor Público. Posicionamento
jurisprudencial.

Sumário: Introdução – O regime jurídico dos consórcios públicos – O regime jurídico estatutário e a
estabilidade do servidor – A estabilidade do servidor na Súmula nº 390 do Tribunal Superior do Trabalho –
A estabilidade do servidor nas decisões do Supremo Tribunal Federal – Considerações finais – Referências

Introdução
O objetivo do presente estudo é o de trazer ao debate a compatibilidade, ou
não, entre o regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor
público contratado sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, notadamente
à luz dos recentes posicionamentos jurisprudenciais adotados pelo Supremo Tribunal
Federal e pelo Tribunal Superior do Trabalho.

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A importância do tema avulta especialmente no momento em que vivemos,


dez anos após o legislador federal ter dado importante passo na regulamentação do
art. 241 da Constituição da República, que tem como objetivo o disciplinamento
dos consórcios públicos e dos convênios de cooperação entre os entes federativos,
previstos como modalidade de cooperação intergovernamental, com vistas à gestão
associada de serviços públicos, pessoal e bens essenciais à continuidade de presta-
ção desses serviços.
Nesse ínterim, a Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005, regulamentada pelo
Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007, trouxe uma série de novas práticas até
então incomuns nas atividades da Administração Pública, notadamente por favorecer
a “cultura de negociação”, privilegiando o acordo de vontades, em substituição ao
direito de imposição de regras de que se servia o Poder Público, enquanto guardião
do interesse público. Sob a nova sistemática legal, os consórcios públicos adquirem
um caráter até então inexistente, na medida em que são eles criados por contrato,
da mesma forma que os direitos e obrigações dos entes consorciados também serão
previstos por acordo de vontades.1
Para o desenvolvimento do presente trabalho, o método utilizado será o dedu-
tivo, com base na pesquisa doutrinária, no exame dos textos normativos pertinentes
e nos precedentes jurisprudenciais, estruturando-se da seguinte forma: inicialmente,
será analisado o regime jurídico dos consórcios públicos; a seguir, far-se-á breve
análise acerca da compatibilidade, ou não, entre o regime jurídico estatutário e a es-
tabilidade do servidor público, examinando-se, na parte final do desenvolvimento do
estudo, a estruturação do tema à luz da doutrina e jurisprudência do Tribunal Superior
do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal. Nas considerações finais, procurar-se-á
sintetizar o estado atual do tema.
Faz-se a ressalva de que, para os fins aqui pretendidos, a expressão “servidor
público” será utilizada em sua acepção ampla, “que costuma ser aplicada para os
agentes relacionados com o Estado por vínculo jurídico de direito público, indicando
basicamente os não militares”.2
Com a elaboração deste trabalho, o intuito é de contribuir para a discussão do
tema da estabilidade do servidor público celetista, no âmbito dos consórcios ­públicos,

1
Prevê o art. 1º: “Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras
providências”. O art. 3º dispõe: “O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá
de prévia subscrição de protocolo de intenções”. O art. 8º determina: “Os entes consorciados somente
entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio”. Por fim, diz o art. 13: “Deverão ser
constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que um
ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito
de gestão associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal ou bens necessários à continuidade dos serviços transferidos”.
2
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 675.

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O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado...

e para uma reflexão crítica sobre a necessidade de uniformização e pacificação da


jurisprudência respectiva.

O regime jurídico dos consórcios públicos


A Lei nº 11.107/2005, ao definir as normas gerais de contratação de consór-
cios públicos, aplicável a todos os entes federados, dispôs sobre o regime jurídico,
nos seguintes termos, verbis:

Art. 6º. O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:


I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante
a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções, disciplinar
por lei a sua participação no consórcio público;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legis-
lação civil.
§1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público
integra a administração indireta de todos os entes da Federação consor­
ciados.
§2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado,
o consórcio público observará as normas de direito público no que con-
cerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de
contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das
Leis do Trabalho – CLT. (g.n.)

Ao regulamentar a mencionada lei, o Decreto nº 6.017/2007, assim definiu:

Art. 2º Para fins deste Decreto, consideram-se:


I – consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes
da Federação, na forma da Lei nº 11.107 de 2005, para estabelecer
relações de cooperação federativa, inclusive na realização de objetivos
de natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem
fins econômicos.

Após a entrada em vigor dessa lei, na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello,3
os consórcios públicos são definidos da seguinte forma:

contratos realizados entre as pessoas de Direito Público de capacidade


política, isto é, entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em
vista da realização de atividades públicas de interesse comum, e dos
quais resultará uma pessoa jurídica que os congregará.

3
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
p. 657.

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Por conseguinte, os entes federados consorciados poderão assumir persona-


lidade de direito privado ou público, de tal sorte que, neste último caso, o regime
jurídico aplicável aos servidores poderão ser estatutários ou celetistas, de acordo
com a legislação específica do consórcio.
Verifica-se que doutrinadores têm se pronunciado no sentido de que também o
consórcio público dotado de personalidade jurídica de Direito privado é entidade que
integrará a administração indireta de todos os entes consorciados, a exemplo das
associações públicas.
A propósito, o posicionamento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

Do exposto decorre que o chamado consórcio público passa a constituir-


se em nova espécie de entidade da Administração Indireta de todos os
entes federados que dele participarem. Embora o art. 6º só faça essa
previsão com relação aos consórcios constituídos como pessoas jurí­
dicas de direito público, é evidente que o mesmo ocorrerá com os que
tenham personalidade de direito privado. Não há como uma pessoa
jurí­dica política (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) instituir
pes­soa jurídica administrativa para desempenhar atividades próprias do
ente instituidor e deixá-la fora do âmbito de atuação do Estado, como se
tivesse sido instituída pela iniciativa privada.4

Em se tratando de consórcio público, com personalidade jurídica de direito pri-


vado, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regerá as relações empregatícias,
portanto, deverá observar as normas de direito público quanto à admissão de seus
servidores. Nesse sentido, o acesso ao emprego público deve ser realizado por meio
de concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme consta no §2º do
art. 6º da Lei nº 11.107/2005.
Fixadas essas premissas, quanto ao regime jurídico do consórcio público, e
antes de adentrar o exame mais aprofundado quanto ao tratamento do tema da
estabilidade do servidor entre o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal
Federal, passa-se a perquirir acerca do regime jurídico estatutário e a aplicação da
estabilidade do servidor público.

O regime jurídico estatutário e a estabilidade do servidor


Inicialmente, para o correto deslinde da questão, é necessário fixar a diferença
entre estabilidade e efetividade dos cargos públicos, especialmente em face dos
servidores públicos vinculados aos consórcios públicos.

4
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na Administração Pública. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 442.

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O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado...

Segundo De Plácido e Silva,5 sob o ponto de vista do Direito Administrativo,


a efetividade, opondo-se à inatividade e interinidade, quer significar a qualidade ou
caráter da função que é permanente e está sendo exercida.
Sobre o tema estabilidade, esclarece o professor José Afonso da Silva:

Estabilidade significa que o servidor não pode ser demitido sem proces-
so administrativo ou judicial; é uma garantia constitucional do funcioná-
rio; é vínculo ao serviço público, não ao cargo. A efetividade é vínculo do
funcionário ao cargo: diz respeito à titularidade de atribuições de respon-
sabilidade específicas de um cargo.6

Na lição do professor Hely Lopes Meirelles:

Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço públi-


co outorgada ao servidor que, nomeado para o cargo de provimento efeti-
vo, em virtude de concurso público, tenha transposto o estágio probatório
de três anos, após ser submetido a avaliação especial de desempenho
por comissão instituída para essa finalidade (CF, art. 41).7

Em complementação a essa definição, o mesmo autor assevera que “esta


condição – cargo efetivo – afasta a aquisição da estabilidade por parte do servidor
empregado público regido pela CLT”.8
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, estabilidade é garantia ao
servidor a permanência no serviço público, só possibilitando a perda do cargo nas
hipóteses expressamente previstas na Constituição Federal.9
Verifica-se que o regime jurídico estatutário estabelece mais vantagens para o
servidor público que o regime celetista. A principal vantagem, destaca-se, é o instituto
da estabilidade, previsto no art. 41 da Constituição da República, com a redação da
Emenda Constitucional nº 19/98, que assegura a estabilidade a todos os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso públi-
co. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§1º - O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

5
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 513.
6
SILVA, José Afonso da. Direito Constitucional Positivo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p. 697-698.
7
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 31. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 443.
8
Idem, p. 444.
9
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; FERRAZ, Luciano A.; MOTTA, Fabrício. 2. ed. Servidores Públicos na Consti­
tuição de 1988. São Paulo: Atlas, 2014.

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Adriano da Silva Ribeiro

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla


defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...) §4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, obrigatória
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.

Assim, observado o texto constitucional, os servidores detentores de cargo pú-


blico são efetivos e poderão obter estabilidade, desde que preenchidos os requisitos
previstos no art. 41 da CR/88.
Estabelecidos esses conceitos, e à luz da norma constitucional, revela indagar
se os consórcios públicos, conforme dicção do Decreto nº 6.017/07, possui natureza
autárquica e, de acordo com a Súmula nº 390 do Tribunal Superior do Trabalho, seus
servidores podem adquirir a estabilidade prevista no art. 41 da CR/88.

A estabilidade do servidor na Súmula nº 390 do Tribunal Superior do


Trabalho
O entendimento do Tribunal Superior do Trabalho é no sentido de que:

SÚMULA 390 - ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMI-


NISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE.
EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MIS-
TA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e
265 da SBDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fun-
dacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.
(ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002 - e 22 da SBDI-2
- inserida em 20.09.2000)
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia
mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não
é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988 (ex-OJ nº 229
da SBDI-1, 20.06.2001).10

Para edição da supracitada Súmula, foram usados como precedentes jurisprudenciais os seguintes julgados:
10

Item I - ERR 459515/1998 - Juíza Conv. Glória Regina Ferreira Mello, DJ 02.08.2002 - Decisão unânime;
ERR 412005/1997 - Min. Milton de Moura França, DJ 31.05.2002 - Decisão unânime; ERR 422996/1998
- Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DJ 03.05.2002 - Decisão unânime; ERR 481163/1998 - Min. Carlos
Alberto Reis de Paula, DJ 05.04.2002 - Decisão por maioria; ROAR 421648/1998 - Min. Ives Gandra
Martins Filho, DJ 24.11.2000 - Decisão unânime; ROAR 420755/1998 - Min. João Oreste Dalazen, DJ
20.10.2000 - Decisão por maioria; ERR 330200/1996 - Min. Vantuil Abdala, DJ 06.10.2000 - Decisão
unânime; ROAR 387511/1997 - Min. José Luciano de Castilho Pereira, DJ 29.09.2000 - Decisão por maioria;
ERR 224870/1995 - Min. Vantuil Abdala, DJ 12.02.1999 - Decisão unânime; ERR 174844/1995 - Min.

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O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado...

Essa súmula afirma, em síntese, que a estabilidade prevista no art. 41 da


CR/88 também se estende aos servidores públicos celetistas da Administração dire-
ta, autárquica e fundacional.
Registre-se, por oportuno, que Maria Sylvia Zanella Di Pietro critica tal enuncia-
do, ao afirmar que:

Não tem qualquer sentido a Súmula 390, I do TST, quando estabelece


que „o servidor celetista da administração direta, autárquica ou fundacio­
nal é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988”; esse
entendimento já era difícil de ser aceito na redação original do artigo
41 da Constituição. Quiçá nos tempos atuais, haja vista que a Emenda
Constitucional nº 19 de 1998, só assegura estabilidade ao servidor no-
meado para cargo de provimento efetivo. Com isso, não mais se justifica
a outorga de estabilidade ao servidor celetista, que é contratado (e não
nomeado) para emprego (e não cargo). A distinção entre cargo e empre-
go resulta claramente da Constituição, especialmente do artigo 37, I, II
e VIII, e também do respectivo regime previdenciário. Os ocupantes de
emprego são beneficiados com os direitos sociais previstos no artigo 7º
(proteção contra despedida arbitrária, seguro-desemprego, fundo de ga-
rantia) não assegurados aos servidores estatutários; e o próprio regime
previdenciário é diverso, consoante decorre do artigo 40, §13, da Consti-
tuição. A Súmula 390, I, do TST iguala situações que, pela Constituição,
são submetidas a regimes jurídicos diferenciados.11

Para reforçar a uniformidade da tese no Tribunal Superior do Trabalho, sobre o


assunto, assim se manifestou o Supremo Tribunal Federal:

ESTABILIDADE SERVIDOR PÚBLICO. A estabilidade prevista no artigo 41


da Constituição Federal independe da natureza do regime jurídico adota-
do. Servidores concursados e submetidos ao regime jurídico trabalhista
têm jus à estabilidade, pouco importando a opção pelo sistema do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (2ª Turma, RE 187.229-2/PA, rel. Min.
Marco Aurélio, DJ 14.05.1999).

Rider de Brito, DJ 27.11.1998 - Decisão unânime; RR 572678/1999, 2ªT - Min. Renato de Lacerda Paiva,
DJ 09.08.2002 - Decisão unânime; RR 425656/1998, 2ªT - Juiz Conv. José Pedro de Camargo, DJ 10.08.2001
- Decisão unânime; RR 557968/1999, 3ªT - Min. José Luiz Vasconcellos, DJ 01.09.2000 - Decisão unânime;
RR 570448/1999, 4ªT - Juiz Conv. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DJ 26.04.2002 - Decisão
unânime; RR 669215/00, 5ªT - Min. João Batista Brito Pereira, DJ 26.04.2002 - Decisão unânime; Item II
- ERR 522150/1998 - Min. Milton de Moura França, DJ 20.04.2001 - Decisão unânime; ERR 329807/1996 -
Min. Wagner Pimenta, DJ 22.09.2000 - Decisão unânime; ERR 279741/1996 - Min. Milton de Moura França,
DJ 28.04.2000 - Decisão unânime; ERR 292039/1996 - Min. Milton de Moura França, DJ 07.04.2000
- Decisão unânime; RR 394890/1997, 2ªT - Min. José Luciano de Castilho Pereira, DJ 03.03.2000 -
Decisão unânime; RR 312513/1996, 3ªT - Min. José Luiz Vasconcellos, DJ 26.05.2000 - Decisão unânime;
RR 625486/2000, 4ªT - Min. Milton de Moura França, DJ 01.12.2000 - Decisão unânime.
11
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Op. cit., p. 563.

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Todavia, de se notar que o Supremo Tribunal Federal, a quem compete apreciar


em último grau a constitucionalidade que ora se debate, já em duas oportunidades,
assentou entendimento segundo o qual a estabilidade de que cogita o art. 41 da
Constituição da República é aplicável, indistintamente, a ocupantes de cargos e em-
pregos públicos, nos termos adiante transcritos:

Direito Constitucional e Administrativo. Servidores Públicos. Disponibi-


lidade. Empregados do Quadro Permanente da Comissão de Valores
Mobiliários (autarquia). Mandado de Segurança impetrado pelos servi-
dores colocados em disponibilidade por força do Decreto nº 99.362, de
02.07.1990.
Alegação de que o instituto da disponibilidade somente se aplica aos
ocupantes de cargos e não aos de empregos públicos. Alegação repelida.
1. A garantia constitucional da disponibilidade remunerada decorre da
estabilidade no serviço publico, que e assegurada, não apenas aos ocu-
pantes de cargos, mas também aos de empregos públicos, já que o art.
41 da C.F. se refere genericamente a servidores.
2. A extinção de empregos públicos e a declaração de sua desnecessi-
dade decorrem de juízo de conveniência e oportunidade formulado pela
Administração Publica, prescindindo de lei ordinária que as discipline
(art. 84, XXV, da C.F.).
3. Interpretação dos artigos 41, caput, PAR- 3., 37, II, e 84,IV, da C.F. e
19 do A.D.C.T.; das Leis nºs 8.028 e 8.029 de 12.04.1990; e do Decre-
to nº 99.362, de 02.07.1990.
4. Precedentes: Mandados de Segurança nºs 21.225 e 21.227.
5. Mandado de Segurança indeferido (Tribunal Pleno, MS-21.236-5/DF,
rel. Min. Sydney Sanches, DJ 25.08.1995)

Justiça do Trabalho. Disponibilidade de empregado público.


- O Plenário desta Corte, ao julgar o MS 21236, firmou o entendimento
de que a garantia constitucional da disponibilidade remunerada decorre
da estabilidade no serviço público, que é assegurada, não apenas aos
ocupantes de cargos, mas também aos empregos públicos, já que o art.
41 da C.F. se refere genericamente a servidores.
Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.
Recurso extraordinário conhecido e provido (1ª Turma, RE 247.678-1/RJ,
rel. Min. Moreira Alves, DJ 26.11.1999).

Traçados os posicionamentos do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo


Tribunal Federal, a respeito da estabilidade dos servidores públicos celetistas, a
questão é perquirir o sentido das recentes decisões do Pretório Excelso, a respeito
do tema.

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O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado...

A estabilidade do servidor nas decisões do Supremo Tribunal Federal


Sob outro enfoque, adotando posicionamento em sentido contrário, esclareceu
o Supremo Tribunal Federal que:

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO


IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE
DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO. I - Os em-
pregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da
CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº
19/1998. Precedentes. II - Em atenção, no entanto, aos princípios da
impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publi-
co, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de
economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, asse-
gurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela
admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa. III –
A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado
de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do
agente estatal investido do poder de demitir. IV - Recurso extraordinário
parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF,
exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral
do contrato de trabalho (Tribunal Pleno, RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 20.03.2013).

Enquanto que, para o Tribunal Superior do Trabalho, a estabilidade prevista no


art. 41 da CR/88 estende-se aos servidores públicos celetistas da Administração
direta, autárquica e fundacional, para o Supremo Tribunal Federal, o servidor público,
não investido em cargo público, mas sim em função pública, em contrato regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de modo que não é invocável aos celetistas
a estabilidade prevista no art. 41 da CR/88, aplicável somente aos estatutários.
A esse respeito, o ensinamento da professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro12 é
no sentido de que a Constituição da República garantiu a estabilidade somente aos
servidores nomeados em cargo de provimento efetivo e, não sendo o empregado pú-
blico nomeado, mas sim contratado, além de não ser titular de cargo e sim exercente
de emprego público, não faz jus a garantia estabelecida no dispositivo em comento.
Para a jurista,13 os “ocupantes de emprego são beneficiados como os direitos
sociais previstos no artigo 7º (proteção contra despedida arbitrária, seguro-desempre-
go, fundo de garantia), não assegurados aos servidores estatutários”.
Mais a frente, esclarece que “os dois regimes são excludentes entre si: se o
servidor celetista tem direito à estabilidade prevista no artigo 41, não se justifica a

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; FERRAZ, Luciano A.; MOTTA, Fabrício. Op. Cit., p. 150.
12

Ibidem.
13

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­ plicação a ele das normas de proteção contra despedida arbitrária, ­seguro-desemprego


a
e fundo de garantia”.14
Vê-se, assim, que é pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao
afirmar que não caracteriza ofensa ao art. 41 da Constituição da República a dispen-
sa do servidor público investido em função pública e contratado sob regime celetista:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


EXTRAORDINARIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL INVESTIDO EM FUN­
ÇÃO. REGIME CELETISTA. DISPENSA. ESTABILIDADE. INOCORRÊNCIA.
1. A decisão agravada reconheceu que o acórdão recorrido decidiu a
questão conforme a legislação infraconstitucional local, que regulou o
contrato de trabalho de servidor público, o que inviabiliza a admissão do
extraordinário por ofensa reflexa à Constituição Federal.
2. Não caracteriza ofensa ao art. 41 da Constituição Federal dispensa de
servidor público investido em função e contratado pelo regime celetista,
por ausência de interesse da Administração em prorrogar seu contrato
de trabalho.
3. Agravo regimental improvido (2ª Turma, RE 342.538 AgR/SP, rel. Min.
Ellen Gracie, j. 10.03.2009).

E, na fundamentação do acórdão, a relatora, Min. Ellen Gracie, consignou


que:

O Tribunal a quo, interpretando legislação local, reconheceu que a rela-


ção entre as partes se deu no âmbito da Consolidação das Leis Traba-
lhistas e, portanto, as disposições constitucionais que regem os atos
administrativos não podem, no caso, ser invocadas para estender aos
servidores contratados pelo regime celetista; em suma: pretende o re-
corrente alcançar estabilidade aplicável somente aos servidores públicos
estatutários, estes sim, submetidos a uma relação de direito adminis-
trativo. Aliás, sobre esse ponto, consoante consta no acórdão à fl. 121,
“apesar do impetrante enquadrar-se no conceito amplo de servidor pú-
blico, não foi ele investido em cargo, mas sim em função, tanto que seu
contrato é regido pela CLT, de modo que não é invocável aos celetistas
a estabilidade prevista no artigo 41 da Constituição Federal, só aplicável
aos estatutários (2ª Turma, RE 342.538 AgR/SP, rel. Min. Ellen Gracie,
j.10.03.2009).

Assim, fica claro que, para o Supremo Tribunal Federal, a estabilidade prevista
no art. 41 da CR/88 é aplicável somente aos servidores públicos estatutários, sub-
metidos à relação de Direito Administrativo, não sendo ela estendida aos servidores
contratados pelo regime celetista, por não serem investidos em cargo público, mas
sim em função pública.

Ibidem.
14

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O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade do servidor público contratado...

De todo o exposto, no momento atual de nosso constitucionalismo, o que se


conclui é que há divergência no tratamento desse tema entre o Tribunal Superior do
Trabalho e o Supremo Tribunal Federal, de tal sorte que, se levado o debate, por
meio de Recurso Extraordinário, até o guardião da Constituição, a decisão certamente
merecerá reforma, já que se consolidou o entendimento de que o instituto da estabi-
lidade é aplicável somente aos servidores públicos estatutários.

Considerações finais
Por todo o exposto, a Súmula nº 390, do Tribunal Superior do Trabalho, mantém
a estabilidade prevista no art. 41 da Constituição da República aos servidores públi-
cos celetistas da Administração direta, autárquica e fundacional, ao passo que, para
o Supremo Tribunal Federal, o servidor público não investido em cargo público, mas
exercente de função pública mediante contrato regido pela Consolidação das Leis do
Trabalho, não é beneficiário da estabilidade.
Conclui-se, portanto, que, para salvaguarda do direito dos jurisdicionados e dos
servidores públicos, é necessário promover uniformidade sobre o tema, o que deve
ser matéria de reflexão nos Tribunais Superiores, a fim de se evitar que o antagonis-
mo em tela seja fonte inescusável de insegurança jurídica.

The Legal Regime of Public Consortia and the Server Stability for Public Contractor Consolidation of
Labor Laws
Summary: The aim of this study is to bring to debate the compatibility, or otherwise, between the legal
regime of public consortia and stability of civil servants employed under the regime of the Consolidation
of Labor Laws, especially in light of recent jurisprudential positions adopted by the Supreme Court and
the Superior Labor Court. For the development of this work, the method used is the deductive, based on
doctrinal research, examination of relevant legal texts and precedents, and is structured as follows: first,
the legal regime of public consortia will be analyzed; then far will be brief analysis on the compatibility or not
between the statutory legal system and the public server stability, examining themselves, in the final part of
the study of development, the theme of structuring the light of doctrine and case law of the Superior Labor
Court and the Supreme Court. With the development of this work, the aim is to contribute to the discussion
of the issue of the stability of CLT public servant under the public consortia, and for a critical reflection
on the need for standardization and pacification of the relevant case law. In the final considerations, will
be made to summarize the current status of the topic, with the statement that, to safeguard the right of
jurisdictional and public servants, we need to promote uniformity on the subject, which should be food
for thought in the Courts higher, in order to prevent the screen antagonism is inexcusable source of legal
uncertainty.

Key-words: Legal Framework. Public Consortia. Stability. Public Server. Jurisprudential position.

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Adriano da Silva Ribeiro

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Informação bibliográfica deste texto, conforme a NBR 6023:2002 da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

RIBEIRO, Adriano da Silva. O regime jurídico dos consórcios públicos e a estabilidade


do servidor público contratado pela consolidação das leis do trabalho. Revista
Brasileira de Direito Municipal – RBDM, Belo Horizonte, ano 16, n. 56, p. 13-25,
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