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Gripe, saia deste corpo

Sugestões para fortalecer o sistema imunológico e enfrentar este


período de muitos vírus no ar e ameaça de doenças respiratórias

Se não é a umidade baixa, é a temperatura que cai . Nesta época, o que aumenta é
o número de vírus em circulação e de internações por doenças respiratórias.
Em São Paulo, nos últimos dois anos, essas internações aumentaram, em média, 50%
entre maio e agosto, mostra levantamento da Secretária de Estado da Saúde.
Quem quer fugir da estatística procura se proteger com medidas que vão de se entupir
de vitamina C a limpar constantemente as mãos com gel antisséptico.
"Não há comprovação que superdoses de vitamina C evitem a contaminação. Já lavar
as mãos é indicado. Mas água e sabão são tão eficazes quanto o gel", diz Ricardo
Tardelli, coordenador estadual de Saúde.

EFICÁCIA IMUNOLÓGICA
"Não existe isso de criar um supersistema imune. Mas algumas medidas
podem favorecer sua eficiência", afirma o imunologista Luiz Vicente Rizzo, do
hospital Albert Einstein.
Dormir, por exemplo. "Quando dormimos, liberamos substâncias que ativam o
sistema de defesas do corpo, como a melatonina", diz Rizzo. Fundamental para a
imunidade, a melatonina só é liberada em quantidade na ausência de luz.
Assim como precisa de escuridão, o sistema imunológico precisa de luz e sol.
Um estudo recente da Unidade de Pesquisa em Imunidade e Prevenção de Doenças,
dos EUA, mostrou que pessoas que tomam pouco sol e têm concentração menor de
vitamina D estão mais sujeitas a infecções.
Além da vitamina D, os nutrientes da vez são o zinco e a vitamina E.
Um estudo feito com 600 idosos de Boston conclui que o consumo diário de 200 UI
(unidades internacionais) de vitamina E diminui em 20% o risco de gripes e
pneumonia.
No mesmo estudo, publicado no "American Journal of Clinical Nutrition", os
pesquisadores constataram que as pessoas com bons níveis de zinco no sangue
apresentavam 50% menos chance de ter pneumonia.

ESTRESSE
Para Esdras Guerreiro Vasconcellos, diretor do Instituto Paulista de Stress,
Psicossomática e Psiconeuroendocrinoimunologia , as reações hormonais
desencadeadas pelo estresse são uma das principais causas da chamada
"baixa de imunidade".
Medidas antiestresse têm mostrado uma ação específica no sistema
imunológico.
A massagem é uma delas. Pesquisas feitas com pessoas em condições de baixa
imunidade -adolescentes com Aids, mulheres com câncer de mama e bebês
prematuros- mostram que, após sessões de massagem, a quantidade de células
de defesa no sangue aumenta.
REMÉDIOS
Medicamentos são importantes para controlar infecções por bactérias e diminuir
sintomas de viroses. Quando bem indicados. Caso contrário, trabalham contra
o sistema imunológico.
"Usar antibiótico sem indicação altera o equilíbrio da flora intestinal, facilitando o
aparecimento de fungos e infecções", diz Tardelli.
Remédios sintomáticos para gripe também podem atrapalhar . "Eles melhoram
sintomas como excesso de coriza. Mas também secam o muco respiratório, o que
pode, em tese, interferir nos mecanismos naturais de defesa", pondera Tardelli.
A mesma tese se aplica aos antitérmicos. Como o aumento de temperatura corporal é
uma forma de o corpo se defender, o ideal é não "abortar" a febre assim que a
temperatura começar a subir. "É melhor não usar o remédio se a febre
estiver abaixo de 38º", recomenda Tardelli.

Fonte: Folha de São Paulo

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