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13/09/2019

TEO 02 – TEOLOGIA
Liturgia II

Professor:
Me. Jonadab D. Almeida

Salmo 146.1-6,10
1 Aleluia!
Louva, ó minha alma, ao SENHOR.
2 Louvarei ao SENHOR durante a minha vida;
cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver.
3 Não confieis em príncipes,
nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação.
4 Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó;
nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.
5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio,
cuja esperança está no SENHOR, seu Deus,
6 que fez os céus e a terra,
o mar e tudo o que neles há
e mantém para sempre a sua fidelidade.
10 O SENHOR reina para sempre;
o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração.
Aleluia!

Objetivos da aula:

 Ressaltar referenciais bíblicos teológicos


pastorais sobre o tempo da liturgia;
Ressaltar a importância de considerar os marcos
da ação salvífica de Deus na história da salvação
como importante referência para a prática litúrgica;
 Discorrer sobre aspectos práticos como as partes
do culto, o uso do Calendário Litúrgico o do
Lecionário Comum Revisado.

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Quando fazer culto?


A liturgia do tempo
 A liturgia se dá no tempo e no espaço.
 O tempo da Liturgia é a
História da Salvação
contada ciclicamente durante o
Ano Cristão,
que tem a Páscoa como centro irradiador da
mensagem salvífica.

 Ao contar a história de Jesus, tratamos


sobre:
 A expectativa de sua vinda,
 Sua vida e ensinamentos,
 Sua paixão, morte e ressurreição e
 Sua presença espiritual na Igreja,
Assim, a comunidade de fé relembra,
atualiza e celebra a sua própria
salvação.
 RELEMBRA, ATUALIZA e CELEBRA

 A LITURGIA é, a um só tempo, memória,


atualização e esperança salvífica:
 Passado - memória
 Presente - atualização
 Futuro – esperança salvífica

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 Para celebrar a sua salvação em Cristo, a


Igreja, observa o

 Calendário Cristão ou Calendário


Litúrgico,
que se estrutura em
 Dois ciclos festivos: Natal e Páscoa
 Dois tempos ordinários/comuns.

 Ciclo da Páscoa:
 Formado a partir de um processo de reflexão e
sistematização do cristianismo que vai do I ao IV
século da era Cristã.
 A partir do Ciclo da Páscoa se constituiu todo
o Calendário Litúrgico Cristão.
O costume nas primeiras comunidades cristãs
de se reunirem no 1º dia da semana para
celebrarem a memória de Jesus
 uma PÁSCOA SEMANAL.
 Aí está a origem do Culto Cristão realizado no
Domingo, o “Dia do Senhor”.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).

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 Já no século II – desenvolveu-se a prática de


uma celebração anual da Páscoa – por influência
dos judeus:  Um “grande dia do Senhor”
Festa que se prolongava por 50 dias, sendo o
último dia o da chegada do Espírito Santo
(Pentecostes Cristão).
No século IV, se desenvolve a tradição de refletir
de modo mais sistematizado:
 Os momentos da Paixão
Origem das celebrações da Semana Santa
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).

 Desde o século III que o período das vésperas


da Páscoa eram dias de reflexão.
Prática inspirada nos 40 dias de preparo de
Jesus para seu ministério, o que deu origem ao
período da Quaresma.
 Todo o Ciclo Pascal do Calendário Litúrgico
Cristão se desenvolveu em torno da celebração
da morte e ressurreição de Jesus.
Período marcado por:
Quebrantamento e confissão: Jesus crucificado...
Alegria e exultação - Jesus ressuscitado...
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113).

 Quaresma:
 Da Quarta-feira de cinzas ao Domingo de
Ramos.
 Período onde se enfatiza a importância da:
 Contrição, do preparo e da conversão.
 Inicia-se no quadragésimo dia antes da
Páscoa, sem contar os domingos...
 Retorna à tradição bíblica do arrependimento
com cinzas e vestes de saco:
 Jonas 3.5-6:
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113)

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 Momento oportuno para refletir sobre a


confissão e o valor do perdão de Deus.
 Espiritualidade do período enfatiza
momentos de preparação na histórica bíblica
geral e da vida de Jesus:
 Quarenta dias de Jesus no deserto:
 Mateus 4.2; Lucas 4,1ss:
 Quarenta dias de Moisés no Sinai:
 Êxodo 34.28:
 Elias em direção ao Horeb:
 1 Reis 19.8:
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113)

 Semana Santa:
 O Domingo de Ramos – marca o início da
Semana Santa.
 No Domingo de Ramos é celebrado o Cristo
como:
 Messias,
 Salvador - humilde
 Rei – humilde
Na Semana Santa reflete-se passo a
passo sobre os últimos momentos até o
ápice da paixão:

A Instituição da Santa Ceia - Mateus 26.17-30:


 O Lavapés - João 13.1-17:
 Jesus no Getsêmani: Mateus 26.36-46:
 O julgamento e a crucificação:
Mateus 27; Marcos 15; Lucas 23; João 19

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 Páscoa:
 Festa da Ressurreição e libertação...
 Representa novo Êxodo em que a humanidade
passa do cativeiro da morte para a vida.
 Celebração pode iniciar na Quinta-feira
(Instituição da Ceia).
 Mas a celebração da ressurreição começa com
a vigília da noite de sábado e encontra sua
plenitude no romper da aurora de domingo...
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113)

Na celebração da Páscoa, Cristo é lembrado como o


Sol da Justiça que traz a luz da nova vida na
ressurreição.
 A espiritualidade aponta a ressurreição nos mais
variados relatos das comunidades do século I:
 A ressurreição:
 Mateus 28.1-20:
Marcos 16.1-8:
 Lucas 24.1-12;
 João 20.1-18;
 Atos 1.14:

 Pentecostes:
 Entre os hebreus era a chamada “Festa das
semanas” – sete semanas após a Páscoa.
 Acontecia em gratidão pela colheita.
 Mais tarde, celebrava a proclamação da Lei no
Sinai, cinquenta dias após a libertação do Egito.
 Na era cristã, último dia do Ciclo Pascal, celebra
a chegada do Espírito Santo que atualiza a
presença do Jesus ressuscitado entre o seu povo,
dando força para que as comunidades sejam
testemunhas de Jesus na História.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113)

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 A espiritualidade do Pentecostes orienta sobre


a presença consoladora do Espírito Santo:
 Consolo
 Esperança do Reino de Deus
 Poder para testemunhar e fazer a Missão.
 Referências:
 Festa das Semanas: Êxodo 34.22; Levíticos 23.15;
 Jesus promete o Consolador – João 16.7:
 Jesus ressuscitado sopra seu Espírito - João 20.22:
 A chegada do Espírito Santo no Dia de Pentecostes –
Atos 2
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107‐113)

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CICLO DO NATAL:
 Início quatro domingos antes do dia do
Natal e se estende até o Batismo do
Senhor.

Advento:
 Marca o início da Calendário Cristão
 Surge como preparação para o nascimento de
Jesus – celebrado no Natal
 Foco na expectativa da “VINDA DO MESSIAS”,
o Cristo prometido.
 Os dois primeiros domingos – o evento
escatológico
 O terceiro e o quarto domingos – a preparação do
Natal de Cristo.

 Natal:
 É o segundo tempo litúrgico do CICLO DO
NATAL.
 Celebração que teve origem em meados do
século IV d.C. (aceita como festa cristã no século
VI d.C.);
 Finalidade original: afastar os fiéis da festa
pagã “natale solis invictus” – “deus sol
invencível” e
 passou a significar a chegada do Messias, o
“Sol da justiça” (Mal.4.2) anunciado e aguardado
no Advento.

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 Natal: significa nascimento:


 Celebra-se “o verbo que se fez carne e habitou
entre nós” (João 1.14)
 O Deus infinitamente rico se faz servo e habita
entre os despossuídos da terra
 É o verbo que atrai para si toda a criação a fim
de reintegrá-la ao projeto salvífico de Deus.
 Espiritualidade do PERÍODO DO NATAL
enfatiza a humanidade de Cristo e a salvação
que nele é absoluta.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 108).

 Epifania: festa da manifestação do Cristo


encarnado.
 Surgiu no Oriente como festa da manifestação de
Cristo encarnado;
 Só no século IV d.C. passou para o Ocidente a fim de
rememorar a visita dos reis magos ao Messias que
havia chegado.
Do grego ephifaneia – manifestação, aparição,
significava a chegada de um rei, imperador.
 A partir de Cristo, tem a conotação de manifestação
do divino ao mundo que,
No Primeiro Testamento : Teofania
(Anuário Litúrgico 2007, p. 108).

 Batismo do Senhor:
 Celebrado no 1º domingo da Epifania,
representa o início da Missão de Jesus no
mundo.
 Sentido de continuidade da Epifania.
Na Epifania, o ser humano vai a Cristo (magos).
 No Batismo, é Deus que vem ao encontro do ser
humano.
Espiritualidade marcada pela missão iniciada por
Jesus.
 O Batismo do Senhor encerra o Ciclo do Natal e dá
início ao Tempo Comum, ou Tempo Após Epifania.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).

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 Tempo Comum: (após Epifania):


 Período entre o Natal e a Páscoa.
 Designação de Tempo Comum por contrapor-
se à época festiva do Ano Cristão.
 Ressalta o significado de que Deus não é
Senhor somente do extraordinário, mas também
do cotidiano.
 Enfatiza a presença constante e amorosa do
Pai na caminhada do povo rumo à plenitude do
Reino.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).

 Tempo Comum (1ª parte) – Anúncio do Reino


(Após Epifania):
Inicia na segunda-feira após a comemoração do
Batismo do Senhor (2º dom janeiro) e vai até a véspera
da Quarta-feira de Cinzas - começa a Quaresma (Ciclo
da Páscoa).
 Tempo Comum (2ª parte) – Vivência do Reino
(Após Pentecostes):
Inicia na segunda-feira após o Pentecostes e dura até a
véspera do 1º Domingo do Advento.
Ênfase na vivência do Reino de Deus e compreensão de
que os cristãos são sinal desse Reino.
(Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).

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Lecionário Comum
Revisado

 LECIONÁRIO COMUM:
“publicação que contém as lições ou leituras
indicadas para as celebrações litúrgicas
semanais (ou diárias)”.
 Desde o século IV, já se tem sistematização de
leituras bíblicas na Igreja Cristã.
 No século VI, a ordem das leituras da Bíblia
recebe diferentes nomes em diferentes regiões:
Lecionário,  Epistolário, Evangelicário,
Capitular,  Outros.
Anuário Litúrgico 2007 – texto de Luciano José de Lima,
Luiz Carlos Ramos e Suely Xavier dos Santos.

 Quatro leituras principais para cada Domingo:


 Profetas (Antigo Testamento),
 Apóstolos (Cartas, Atos, Apocalipse),
 Evangelistas e
 Salmos
De início eram três (Salmos contava com Profetas).

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 Última versão do Lecionário Comum Revisado:


1992, usado por:
 Metodistas, Presbiterianos, Episcopais,
Luteranos, Igreja Unidade de Cristo, Discípulos
de Cristo, entre outros protestantes em vários
países.
[Anuário Litúrgico 2007]

 Seleção de textos do LECIONÁRIO possibilita


LEITURA PANORÂMICA da Bíblia, em 03 anos:
 Textos organizados tematicamente e de acordo
com o Calendário Litúrgico.
 A organização em Ano A, B e C, se articula da
seguinte forma com a organização das leituras:
 Ano A, o Evangelho segundo Mateus;
 Ano B, o Evangelho segundo Marcos; e
 Ano C, o Evangelho segundo Lucas.
 O Evangelho segundo João - é lido em ocasiões
festivas do calendário litúrgico, tal como o Tempo
Pascal.
Anuário Litúrgico 2007 – texto de Luciano José de Lima,
Luiz Carlos Ramos e Suely Xavier dos Santos.

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Partes do Culto
- Processional (entradas)
- Bíblia – texto de adoração
Adoração: - Cântico congregacional
(Abertura do culto) - Oração de Adoração
- Saudação e acolhimento
- Chamada à Confissão – texto bíblico
- Reflexão
Confissão: - Oração individual e oração comunitária
- Proclamação de perdão
- Ofertório
Louvor: - Testemunhos
- Cânticos congregacionais

Edificação: - Leitura Bíblica e pregação


- Intercessão
Dedicação: - Cânticos e orações de envio
(Encerramento do culto) - Bênção
- Poslúdio e recessional

REFERÊNCIAIS PARA A CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS

Algumas referências:
 A Bíblia: com instrumentos que ajudam a tirar o
melhor proveito das narrativas: EXEGESE
 A Teologia e História: instrumentos que ajudam a
lidar com as referências históricas, teológicas,
confessionais e doutrinárias: HERMENÊUTICA
A Pastoral: instrumentos que ajudam a lidar com
as questões da comunidade, das famílias e das
pessoas.
 Normativas: ...

Alguns instrumentos:
As Normativas e orientações;
O Calendário Litúrgico;
O Lecionário Comum Revisado;
Os Hinários e Cancioneiros;
O Jornal;
Outras.

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Boa Semana!

Prof. Me. Jonadab Domingues de Almeida

Bibliografia Básica
CARVALHAES, Claudio. Religião, Liturgia e Arte: Correlações. São Paulo: Fonte Editorial,
2018. 446 p
FREDERICO, Denise Cordeiro de Souza. Cantos para o culto cristão. São Leopoldo:
Sinodal, 2001.
RAMOS, Luiz Carlos. Em espírito e em verdade: curso prático de liturgia. São Bernardo
do Campo: Editeo, 2008 (Série Cristianismo Prático).
Bibliografia Complementar
BUYST, Ione. Como estudar liturgia: princípios de ciência litúrgica. São Paulo: Paulinas,
1990.
HAHN, Carl Joseph. História do culto protestante no Brasil. São Paulo: Aste, 1989.
RAMOS, Luiz Carlos (org.). Anuário litúrgico. São Bernardo do Campo: Editeo, 2003-
2013.
SARTORE, D.; TRIACCA, A. M. Dicionário de liturgia. São Paulo: Paulus, 1992.
WHITE, James. Introdução ao culto cristão. São Leopoldo: Sinodal, 1997.
Referências Sugeridas:
ALLMEN, J. J. von. O culto cristão: teologia e prática. São Paulo: Aste, 1968.
ALMEIDA, Jonadab Domingues (editor). Anuário Litúrgico. São Bernardo do Campo,
2014-2019.
CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS. Batismo, eucaristia e ministério. São Paulo: Aste,
1983.
GONZÁLES, Justo (ed.). Obras de Wesley. Franklin: Providence House Publishers, 1998.

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