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Do Conforto PDF
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acústico
B
C
HÉLIO AA.. GREVEN • HILTON AA.. VV.. FAGUNDES • ALAN AA.. EINSFELDT
Todos os direitos reservados.
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ou transmitida de qualquer
forma ou por qualquer meio sem
permissão expressa e por escrito
da Knauf do Brasil Ltda.
Produção editorial:
WORD ComunicAção
Edição e revisão:
Allen A. Dupré (MTb 9057)
Arte e editoração:
Manoel Donizeti
2ª edição - revista
Impressa em junho de 2006
Gráfica ?????
Estado, UF
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CONFORTO
ACÚSTICO
Hélio A. Greven
Doutor-engenheiro pela Universidade de Hannover, Alemanha, e
Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil -
PPGEC - NORIE - Núcleo Orientado para a Inovação na Edificação -
Depto. de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Hilton A. V. Fagundes
Arquiteto formado pela Universidade de Stuttgart, Alemanha
e Mestrando do NORIE - UFRGS
. Alan A. Einsfeldt
Arquiteto formado pela Unisinos-Universidade do Rio dos Sinos
São Leopoldo, RS
3
4
PREFÁCIO
O quotidiano nas cidades nos expõe continuamente a impactos de sons e ruídos que
podem comprometer nossa qualidade de vida. O binômio som/ruído nos impele a reavaliar
os ambientes construídos, buscando soluções que permitam reduzir convenientemente
esses intervenientes, que, além de provocar desconforto físico, são geradores de
perturbações nervosas, estresse e podem até ocasionar a perda parcial ou total da audição.
Os ruídos são caracterizados por um ou mais sons desagradáveis ao ouvido humano.
A noção de ruído é subjetiva e depende de quem o percebe. Isso explica a diferença
de percepção entre os que estão voluntariamente em ambientes de discotecas e
similares, onde o som (ou ruído?) alcança níveis de intensidade sonora próximos do
limiar da dor, e os participantes “involuntários”, que, por proximidade ou vizinhança,
se sentem agredidos e têm seu ritmo biológico perturbado.Os problemas humanos
físicos e psíquicos mais comuns decorrentes dos ruídos são redução de produtividade,
desconforto acústico e ausência de privacidade.
As fontes de ruído são classificadas como “exteriores” e “interiores”. Os ruídos
mais intensos no nosso dia-a-dia são os produzidos por turbinas de aviões, tráfego
rodoviário e ferroviário e aparelhos sonoros.
Existem três ações básicas que, implementadas isoladamente ou em conjunto, podem
solucionar satisfatoriamente os inconvenientes causados por sons e ruídos
“exteriores” ou “interiores”:
• Tratamento da fonte de ruído
• Tratamento acústico do caminho do som
• Proteção acústica do compartimento do receptor
Essas ações podem ser convenientemente identificadas a partir de índices e coeficientes
determinados em laboratório e transpostos para utilização nos ambientes construídos.
A KNAUF do Brasil, consciente das necessidades e interesses de arquitetos, enge-
nheiros, designers de interiores e outros profissionais ligados à construção civil,
elaborou o ABC DO CONFORTO ACÚSTICO com o objetivo de permitir a elabo-
ração de prognósticos básicos do comportamento acústico dos ambientes construídos.
Os Sistemas Drywall KNAUF, utilizados em paredes, revestimentos e tetos,
apresentam soluções que, individualmente ou em conjunto, possibilitam tratamentos
acústicos diferenciados, garantindo o conforto acústico dos ambientes construídos.
ABC DO CONFORTO ACÚSTICO é uma abordagem prática de abrangência
específica e não pretende esgotar um campo tão amplo como o da acústica.
5
6
SUMÁRIO
7
4.3 Recomendações para conforto acústico – normal e superior ............... 28
4.4 Elementos construtivos conformadores dos flancos ............................ 29
4.4.1 RLwR – Tetos .............................................................................. 29
4.4.2 RLwR – Pisos ............................................................................. 30
4.4.3 RLwR – Paredes ......................................................................... 31
4.5 Paredes Knauf de gesso acartonado ..................................................... 32
4.5.1 Paredes com estrutura metálica ............................................... 32
Bibliografia ............................................................................................... 41
8
1. CONFORTO ACÚSTICO - CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1 SOM
O som é uma sensação auditiva ocasionada pela vibração de partículas de
ar transmitida ao aparelho auditivo humano. É uma transmissão aérea. A
velocidade de transmissão do som é diretamente proporcional à distância
entre as moléculas constituintes do meio. Quanto mais próximas entre si
estiverem, mais rápida será a propagação do som; no ar a velocidade é de
340 m/s, sendo maior nos líquidos e maior ainda nos sólidos. Na ausência
de ar (vácuo), o som não se propaga.
A música é uma seqüência de sons agradáveis. A música é a “arte dos
sons” . A noção de música depende da cultura do ouvinte.
1.2 RUÍDO
O ruído pode ser caracterizado como sendo a sensação psicológica resultante
de um ou mais sons desagradáveis ao ouvido humano. A noção de ruído é
subjetiva e depende de quem o percebe. Neste trabalho, a conceituação de
“som” e “ruído” fica a critério do leitor, uma vez que a subjetividade da
sensação varia de indivíduo para indivíduo.
9
O tom é a interpretação subjetiva
da freqüência de um som. Isso fica SOM PURO
10
1.5 SENSIBILIDADE AUDITIVA
Estudos sobre a sensibilidade do Nível sonoro (dB)
130
aparelho auditivo humano de- 120
monstraram que as nossas 110
impressões sonoras obedecem à 100
90
lei de WEBER-FECHNER, 80
segundo a qual a sensação auditiva 70
é proporcional ao logaritmo da 60
50
excitação nas freqüências médias.
40
O aparelho auditivo humano não 30
percebe sons de freqüências 20
diferentes com a mesma 10
0
sensibilidade. Também, para uma
frequência dada, a sensibilidade
do aparelho auditivo humano
varia com o nível sonoro (Nível FIGURA 3 - Curvas de WEBER-FECHNER
de Pressão Acústica, Lp.).
A figura 3 apresenta as curvas de igual sensação sonora do aparelho auditivo
humano, na qual a parte colorida corresponde à voz humana. É importante
ressaltar que o ouvido humano é mais sensível e mais preciso na
identificação de freqüências altas (médias e agudas). Nas freqüências baixas
(graves), o ouvido humano é menos seletivo, o que explica a diferença de
sensação auditiva entre dois ruídos de um mesmo nível sonoro. Um apito
(agudo) será sempre mais “sentido” do que um trovão (grave), ambos
apresentando o mesmo nível de intensidade.
11
ponderado que leva em consideração os valores correspondentes de igual
sensação sonora do aparelho auditivo humano.
O decibelímetro, por meio de filtros (A, B e C), simula o comportamento
do ouvido humano. O filtro A corresponde aos níveis baixos (40 dB), já os
filtros B e C correspondem aos níveis médios (55 a 85 dB) e altos (mais de
85 dB).
Atualmente, somente é utilizado o dB(A) para as avaliações de ruídos,
porquanto este é o filtro mais abrangente para as bandas de oitavas.
As tabelas a seguir apresentam exemplos de níveis de intensidade sonora e
das impressões que normalmente provocam.
12
1.7 ADIÇÃO DE NÍVEIS SONOROS
Os níveis sonoros são grandezas logarítmicas e, portanto, não podem ser
adicionadas aritmeticamente:
60 dB + 60 dB ≠ 120 dB
A adição de dois níveis sonoros iguais (60 dB), porém de freqüências muito
diferentes apresenta um resultado final a maior de aproximadamente 3 a 5 dB.
70 dB + 60 dB ≠ 130dB
13
TABELA 1 - Valores de dB(A) e NC
Ambientes dB(A) NC
Hospitais
Apartamentos, enfermarias, berçários, centros cirúrgicos 35-45 30-40
Laboratórios, áreas de uso público 40-50 35-45
Serviços 45-55 40-50
Escolas
Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35-45 30-40
Salas de aula, laboratórios 40-50 35-45
Circulação 45-55 40-50
Hotéis
Apartamentos 35-45 30-40
Restaurantes, salas de estar 40-50 35-45
Portaria, recepção, circulação 45-55 40-50
Residências
Dormitórios 35-45 30-40
Salas de estar 40-50 35-45
Auditórios
Salas de concerto, teatros 30-40 25-30
Salas de conferência, cinemas, salas de uso múltiplo 35-45 30-35
Restaurantes 40-50 35-45
Escritórios
Salas de reunião 30-40 25-35
Salas de gerência, salas de projetos, administração 35-45 30-40
Salas de computadores 45-65 40-60
Salas de mecanografia/digitação 50-60 45-55
Igrejas e templos
Locais para cultos meditativos 40-50 35-45
Locais para esporte
Pavilhões fechados p/espetáculos e atividades esportivas 45-60 40-55
14
Nível de pressão sonora (dB)
90
80
NC 70
70
NC 65
NC 60
60
NC 55
NC 50
50
NC 45
NC 40
40
NC 35
NC 30
30
NC 25
NC 20
20
NC 15
10
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
Freqüências centrais das bandas de oitava (Hz)
FONTE: NBR 10152/1987
FIGURA 6 - Curvas de Avaliação de Ruído (NC)
15 47 36 29 22 17 14 12 11
20 50 41 33 26 22 19 17 16
25 54 44 37 31 27 24 22 21
30 57 48 41 36 31 29 28 27
35 60 52 45 40 36 34 33 32
40 64 57 50 45 41 39 38 37
45 67 60 54 49 46 44 43 42
50 71 64 58 54 51 49 48 47
55 74 67 62 58 56 54 53 52
60 77 71 67 63 61 59 58 57
65 80 75 71 68 66 64 63 62
70 83 79 75 72 71 70 69 68
FONTE: NBR 10152/1987
Nota: na utilização dos valores encontrados nas curvas NC, admite-se uma tolerância de ± 1 dB.
15
TABELA 3
Interpretação das curvas NC
16
2. RUÍDOS AÉREOS NOS AMBIENTES CONSTRUÍDOS
Tr Tempo (s)
Tempo de reverberação
17
A reverberação incide de três modos na distribuição do som no ambiente:
• O espectro do som reverberante não coincide com o espectro do som
direto em virtude da absorção nos diferentes materiais de construção ser
seletiva com relação à freqüência;
• A distribuição espacial do som não é homogênea uma vez que os materiais
absorventes não estão distribuídos homogeneamente no ambiente (por
exemplo, concentrados nas paredes);
• O som reverberante persiste um certo tempo no local, depois da supressão
da fonte sonora.
Esta terceira característica é talvez a mais significativa para o tratamento
acústico do espaço arquitetônico. Se a reverberação persistir muito tempo
depois da supressão do som direto, perturbará a clara percepção (a
inteligibilidade de um discurso, por exemplo). Se, ao contrário, o som
desaparecer imediatamente após a supressão da fonte acústica, além de
dificultar a audição em pontos afastados da fonte, prejudicará a percepção
de alguns tipos especiais de fontes sonoras (por exemplo, grandes orquestras
precisam de um certo tempo de reverberação para que ocorra a fusão dos
sons dos vários instrumentos).
18
• Materiais porosos, diretamente expostos: lã de vidro ou lã de rocha,
feltro, espumas de poliestireno, poliuretano, etc;
• Materiais porosos recobertos por chapas perfuradas: os anteriores,
combinados com chapas de gesso, lâminas metálicas, madeira e similares;
• De aplicação direta com pistola sobre a parede ou teto: espumas de
resinas específicas (poliuretano, fenol, etc.) com ou sem cargas (pérolas
de poliestireno expandido, vermiculita, cortiça, etc.);
• Chapas pré-fabricadas, perfuradas ou não: chapas de gesso, de fibras
de madeira, de aglomerados de gesso, de cortiça, etc.
A tabela 4 apresenta uma relação de materiais/produtos com os respectivos
índices de absorção acústica relacionados às freqüências centrais das oitavas.
A inclusão de materiais/produtos combinados adequadamente permite
otimizar o comportamento acústico dos ambientes construídos.
Freqüências (Hz)
Materiais/Produtos/Componentes
125 250 500 1000 2000 4000
Materiais de construção usuais, densos
Revestimento, pintura
Reboco áspero 0,03 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07
Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06
Teto pesado suspenso (de gesso) 0,02 - 0,03 - 0,05 -
Estuque 0,03 - 0,04 - 0,07 -
Superfície de concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07
Revestimentos de pedras 0,02 - 0,05 - 0,07 -
Chapas de mármore 0,01 0,01 0,01 - 0,02 -
Revestimento aderente de vidro 0,04 - 0,03 - 0,02 -
Revestimento espaçado 5 cm da parede 0,25 0,20 0,10 0,05 0,02 0,02
Vidraça de janela - 0,04 0,03 0,02 - -
Assoalhados
Tapetes de borracha 0,04 0,04 0,08 0,12 0,03 0,10
Taco colado 0,04 0,04 0,06 0,12 0,10 0,17
Carpete de 5 mm de espessura 0,04 0,04 0,15 0,29 0,52 0,59
Carpete de veludo 0,05 0,06 0,10 0,24 0,42 0,60
Carpete 5 mm sobre base de feltro de 5mm 0,07 0,21 0,57 0,68 0,81 0,72
a) Fibras Naturais
Feltro de fibra natural, 5mm, diretamente
na parede 0,09 0,12 0,18 0,30 0,55 0,59
Chapa acústica macia, de fibra perfurada
ranhurada, com espaço de 5 cm da parede
(esp. 12 mm de gesso) 0,20 0,36 0,31 0,34 0,46 0,62
Chapa acústica macia, diretamente na
parede 0,03 0,14 0,27 0,40 0,52 0,63
19
Freqüências (Hz)
Materiais/Produtos/Componentes
125 250 500 1000 2000 4000
b) Minerais
Parede de pedra-pomes de 100 mm, sem
revestimento 0,03 0,17 0,26 0,50 0,56 0,68
c) Materiais sintéticos
Espuma de uréia, 50 mm, 15 kg/m3,
diretamente em parede densa 0,12 0,20 0,45 0,65 0,70 0,75
Chapa absorvente microporosa,
espaçada da parede a 50 mm 0,37 0,70 0,59 0,54 0,59 0,62
Folha absorvente fina, microporosa, a
50 mm da parede, espaço vazio 0,04 0,15 0,52 0,95 0,93 0,58
Móveis/tecidos/humanos
Uma pessoa com cadeira 0,33 - 0,44 - 0,46 -
Público por pessoa, em fileiras fechadas 0,28 - 0,40 - 0,44 -
Cadeira estofada, chata, com tecido 0,13 - 0,20 - 0,25 -
Tecido de algodão, esticado liso 0,04 - 0,13 - 0,32 -
Tecido de algodão, esticado liso,
50/150mm, na frente de parede lisa 0,20 - 0,38 - 0,45 -
Cortina grossa, drapeada 0,25 - 0,40 - 0,60 -
Público em ambientes muito grandes,
por pessoa 0,13 0,31 0,45 0,51 0,51 0,43
Portas/janelas/aberturas
Janela aberta 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Portas de madeira, fechadas 0,14 - 0,06 - 0,10 -
20
2.4 TRANSMISSÃO DO SOM
Na prática, nenhuma parede se comporta como obstáculo perfeito. Sob a
ação de ondas sonoras que atingem uma parede, esta põe-se a vibrar.
Evidentemente, essa vibração é invisível. A própria parede em vibração
produz ondas sonoras nos ambientes que separa, ou seja, parte da
energia incidente pela vibração da parede é transmitida ao ambiente
contíguo ou adjacente.
Cabe observar que, quando se substitui o revestimento de uma parede por
um material cujo coeficiente de absorção é mais elevado que o do
revestimento anterior, a parcela refletida do conjunto parede +
revestimento é diminuída, mas a parcela transmitida não se altera.
Isso nem sempre é fácil de admitir, mas são cometidos muitos erros
quando se pretende, com um material absorvente acústico, diminuir
a parcela de energia transmitida através de uma parede.
MATERIAL ABSORVENTE
ENE ENE
REF RGIA REF RGIA
LET LET
IDA IDA
IA
RG RG
IA
ENE IDA ENE IDA
A NSMIT S MIT
TR N
TRA
IA
RG GIA
RRG IA
ENE ENTE EENNEE LEETNIDTA
E
ID
INC RINECFID
21
massa, mais dificilmente entrarão em vibração. A contrapartida a paredes
pesadas para isolamento sonoro é alcançada facilmente por sistemas de
paredes leves multicamadas.
Há um eficiente sistema acústico multicamadas, denominado massa-mola-
massa, cuja resultante da descontinuidade de meios proporciona resultados
superiores a sistemas pesados com um único tipo de material.
Este fato é comprovado quando se comparam paredes de alvenaria
convencional, ou até mesmo de concreto, com paredes multicamadas de
gesso acartonado.
As paredes de gesso acartonado formam o sistema massa(gesso) – mola(ar)
– massa (gesso) e podem ainda ter aumentado seu isolamento acústico
com a colocação de lã mineral no seu interior. A lã de rocha ou de vidro é
um excelente absorvente acústico, fortalecendo assim a função mola.
d (m)
M1 (kg/m2) M2 (kg/m2)
22
Planta baixa Corte
23
3. CONDICIONAMENTO ACÚSTICO
3.1 CONCEITOS
Não se deve confundir Absorção Acústica com Isolação Acústica. São
conceitos totalmente diferentes que muitas vezes são tomados por idênticos,
gerando interpretações distorcidas do comportamento dos materiais/
produtos/componentes, aplicados à construção civil.
3.2 ABSORÇÃO/ISOLAÇÃO
Quando uma onda sonora encontra um elemento que separa dois ambientes,
uma fração é transmitida ao ambiente contíguo, outra fração é absorvida
pelo elemento separador ou seu revestimento e uma terceira fração é
refletida, permanecendo no ambiente.
Se um material absorvente acústico for interposto junto à parede separadora,
não é melhorada a isolação acústica entre os dois ambientes, mas sim o
comportamento acústico interno do ambiente, podendo transformá-lo de
“sonoro” (muito reverberante) para “surdo” (∗). É feita portanto uma
correção acústica do ambiente.
(*)
O conceito de ambiente “surdo” está ligado ao tempo de reverberação curto.
24
3.3 TERMINOLOGIAS E GRANDEZAS
A avaliação e simulação do comportamento dos materiais/produtos/
componentes da construção civil exigem a identificação de algumas
grandezas específicas, vinculadas aos conceitos de acústica, necessárias
para quantificar e comparar resultados medidos em condições de laboratório
com aqueles encontrados no ambiente construído (“in situ”).
Sob o ponto de vista de utilização prática, a complexidade em identificar,
avaliar, medir e interpretar sons e ruídos exige simulações em laboratório,
que, após interpretações e ajustes por meio de tabelas e curvas
características, permite sua utilização nas medições no ambiente construído.
As grandezas, os índices, a nomenclatura e as siglas são listados a seguir,
acompanhados de uma breve definição. Trata-se especialmente do Índice
de Redução Acústica R, medido em dB, com seus desdobramentos.
25
absorver determinadas freqüências, possibilitando a construção de curvas
e tabelas para determinar os índices ponderados Rw e R’w.
Nas informações prestadas por fabricantes de materiais/produtos/
componentes de sistemas ligados ao comportamento acústico dos ambientes
construídos devem ser fornecidos os índices de laboratório RL, RLw, e RLwR
e os correspondentes R’L, R’Lw, e R’LwR. Estes são os índices que permitem
calcular ou simular as condições necessárias para avaliar o condicionamento
acústico dos ambientes construídos.
3.3.4 RL
Índice que referencia a absorção do som aéreo ao longo de uma
interface padrão da área de contato do material/produto/componente
com uma aresta padrão formada pelo material/produto/componente
e os flancos. Este índice é determinado em laboratório, e leva em
consideração a frequência dos sons; pressupõe ainda a área de
contato, material/produto/componente com pequena(pouca)
vinculação (fixação) com os flancos. A vinculação assim
caracterizada pretende simular aquela encontrada nos ambientes
construídos (“in situ”).
3.3.5 RLw
Índice ponderado de absorção de sons aéreos de materiais/produtos/
componentes determinados pelos índices RL corrigidos pelo filtro
que simula a fisiologia do ouvido humano.
3.3.6 RLwR
Sufixo “R subscrito” indica o resultado, ou seja, o valor final com
um único número do índice RLw, medido em dB.
26
4. TRANSMISSÃO DE SONS AÉREOS
27
4.2 ÍNDICES R’w EXIGIDOS PARA PAREDES
SEPARADORAS ENTRE AMBIENTES “RUIDOSOS”
AMBIENTE R’w EM dB EXIGIDO PARA
AMBIENTES COM NÍVEL DE
INTENSIDADE SONORA:
75-80 dB(A) 81–85 dB(A)
Compartimentos com equipamentos ruidosos 57 62
Ambientes de comércio em geral 57 62
Cozinhas industriais de hotéis, hospitais,
restaurantes, bares e similares 55
Cozinhas industriais de hotéis, hospitais,
restaurantes, bares e similares com
atividades após às 22:00 horas 57
Restaurantes e similares até 22:00 horas 55
Restaurantes, casas noturnas com
atividades após às 22:00 horas 62
Ambientes de boliche, bolão e similares 67
Ambientes com utilização de equipamentos
de som (nível de intensidade máximo
entre 85 dB(A) e 95 dB(A) 72
Fonte: “Knauf Wände - Schallschutz” - extrato da tabela 5 - DIN 4109
Tabela 6 – Índices ponderados de absorção acústica
28
4.4 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS CONFORMADORES
DOS FLANCOS
TETO/FORRO SUSPENSO
EM CHAPAS PARA DRYWALL
Material RLwR (dB)
Exemplos de
do teto - Sem lã Com lã
tetos/forros suspensos
chapa para mineral mineral
com superfície fechada
drywall ≥50mm ≥100mm
Parede divisória até nível Chapa única
do forro; chapa do forro ≥ 12,5mm 40 51 57
contínua. (Para
RLwR ≥ 55 dB é Chapa dupla
necessária junta se-
≥ 2 x 12,5mm 50 56 ≥ 57
paradora na chapa).
Estrutura da parede
divisória até o teto;
chapas de forro e da Chapa dupla
parede divisória ≥ 2 x 12,5mm 50 63
interrompidas no
nível do forro.
Parede divisória até o
teto; o revestimento
da parede divisória Chapa única
≥ 60
configura a comparti- ≥ 12,5mm
mentação do espaço
vazio do forro.
29
Redução de RLwR - forros suspensos > 400mm até o teto
Altura até Redução de
Observação
o teto (mm) RLwR em dB
400 0 O material isolante
acústico deve ter a
600 2 espessura mínima de
800 5 50mm e abranger a
1000 6 totalidade do forro.
42-46 55
38-44 70
30
4.4.3 RLwR - PAREDES DOS FLANCOS
PAREDES DE ALVENARIA
PESO POR m2 RLwR (dB)
100 43
200 53
300 58
350 60
400 62
500 65
Revestimento 100 63
com parede 200 70
autoportante 250 71
e colchão 300 72
de ar ≥30mm 400 73
≥ 1 x 12,5 73
Separação construtiva
da parede de flanco ≥ 2 x 12,5 ≥75
31
4.5 PAREDES DRYWALL KNAUF
4.5.1 PAREDES COM ESTRUTURA METÁLICA
Índice de Redução Acústica Avaliada – RwR
Estrutura
W131 - Parede corta-fogo
Distância entre perfis = 30 cm
simples com três Res. ao Fogo
chapas drywall RF (GKF)
de cada lado 166 90 Esp = 3 x 12,5 80 55
intercaladas com + 0,5 mm
uma chapa de Chapa de aço
aço galvanizado galvanizado
em um dos lados
32
O comportamento acústico real do ambiente construído não pode ser avaliado
pela determinação dos índices de redução acústica dos materiais/produtos/
componentes. Somente uma avaliação global do ambiente é que pode fornecer
dados confiáveis. Aqueles que basearam suas avaliações somente nos índices
de redução acústica da parede divisória entre ambientes ficarão negativamente
surpresos.
Muitas vezes um ponto fraco em um dos flancos (alvenarias de tijolos furados,
contrapisos e/ou tetos contínuos ligando aos compartimentos vizinhos, etc.) se
reflete negativamente de tal maneira, que a parede divisória entre os ambientes,
por mais altos que sejam seus índices, muito pouco pode contribuir.
O roteiro obrigatório, para uma avaliação responsável do comportamento acústico
de um ambiente construído começa com a determinação dos índices dos flancos.
A parede divisória entre os ambientes poderá então ter seus parâmetros
determinados para se alcançar os objetivos de conforto acústico pretendidos.
33
5. MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SIMULAÇÃO DO
CONDICIONAMENTO ACÚSTICO VISANDO A
ALCANÇAR ÍNDICES PRÉ-FIXADOS DE CONFORTO
5.1 Simulação
Quando, por exemplo, se pretender alcançar R’w = 47 dB em um ambiente
construído (coluna azul), este valor só poderá ser alcançado se o somatório
do índice dos flancos alcançar 50 dB.
34
5.1.1 PAREDES DIVISÓRIAS ENTRE AMBIENTES
Parede divisória
Proteção acústica baixa: R’w até 42 dB RwR necessário até 45 dB
Proteção acústica média: R’w até 47 dB RwR necessário até 50 dB
Proteção acústica elevada: R’w até 57 dB RwR necessário até 60 dB
35
5.2 ÁBACO PARA AVALIAR O ÍNDICE R’wR DA
PAREDE DIVISÓRIA ENTRE AMBIENTES
O ábaco (ver modelo na página 37) faz a interação dos índices R dos flancos
(teto + piso + paredes) esclarecidos pelos exemplos a seguir.
A reciprocidade entre os índices dos flancos e da parede divisória são
apresentados nos exemplos. A partir dos índices dos flancos, iterativamente
se pode calcular o índice R’wR da parede divisória. A precisão alcançada é
suficiente para a utilização como verificação preliminar para os ambientes
construídos mais significativos, permitindo ainda verificar e identificar os
elos fracos por ventura existentes.
36
5.2.1 ÁBACO - MODELO
Menor valor de
Resultado final do índice 7 e 8 menos
o índice ... dB
R’wR da parede divisória
... dB
Diferença
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15-19,5 ≥20
3,0 2,8 2,5 2,3 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0
Índice
37
5.3 EXEMPLO 1
TETO PISO TETO
R LwR RLwR RLwR 60 dB
60 dB 22 dB 38 dB
DIFERENÇA PAREDE PAREDE PAREDE
1 2 DIVISÓRIA
índice 0 1 2
R wR
R LwR R LwR
Menor valor de PAREDE 1 50 dB
1 e 2 menos 55 dB 58 dB
RLwR PISO
o índice
38 dB 17 dB 55 dB RLwR 38 dB
3 DIFERENÇA 4
índice 0,1 FLANCOS
Menor valor de PAREDE 2
3 e 4 menos R LwR
o índice
20,1 dB 58 dB
37,9 dB
5 DIFERENÇA 6
índice 0
Menor valor de
7 e 8 menos
Resultado final do índice o índice 37 dB
R’wR da parede divisória 37,6 dB
Arredondar para baixo
DIN 52210
Diferença
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15 - 19,5 ≥20
3,0 2,8 2,5 2,3 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0
Índice
38
5.4 EXEMPLO 2
TETO PISO TETO
R LwR R LwR RLwR 60 dB
60 dB 10 dB 70 dB
DIFERENÇA PAREDE PAREDE PAREDE
1 2 DIVISÓRIA
índice 0,4 1 2
R wR
R LwR RLwR
Menor valor de PAREDE 1 50 dB
1 e 2 menos 55 dB 58 dB
R LwR PISO
o índice
59,6 dB 4,6 dB 55 dB RLwR 70 dB
3 DIFERENÇA 4
índice 1,3 FLANCOS
Menor valor de PAREDE 2
3 e 4 menos
o índice RLwR
53,7 dB 4,3 dB 58 dB
5 DIFERENÇA 6
índice 1,3
Menor valor de
7 e 8 menos
Resultado final do índice o índice 48 dB
R’wR da parede divisória 48,1dB
Arredondar para baixo
DIN 52210
Diferença
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15 - 19,5 ≥20
3,0 2,8 2,5 2,3 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,0
Índice
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BIBLIOGRAFIA
NORMAS
ABNT - Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da
comunidade - Procedimento. NBR 10151 / 2000.
ABNT - Níveis de ruído para conforto acústico. NBR 10152/1987.
ABNT - Tratamento acústico em recintos fechados. NBR 12179/1992.
ABNT - Grandezas e unidades de acústica. NBR 12540/1992.
ABNT - Cálculo simplificado do nível de ruído equivalente contínuo - leq.
NBR 13369/1995
ABNT - Medição local e em laboratório de transmissão de sons aéreos e dos
ruídos de impacto. MB 432/1970
NF - Normes Françaises
NF S 31-051 NF S 31-054 NF S 31-055 NF S 31-057
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