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Isolamento em transformadores a oléo

Os materiais isolantes utilizados nestes equipamentos devem ter um alto grau de


pureza, pois normalmente trabalham com tensões elevadas (no caso de
transformadores de média, alta, e extra alta tensão, por exemplo) e devem ser
submetidos à ensaios elétricos que demandam até quinze vezes suas tensões e
correntes nominais em seu interior.

Os principais isolantes em transformadores a óleo são os papéis, vernizes,


madeira e tintas, que se degradam com o tempo devido à diversos fenômenos,
principalmente como a eletrólise – “decomposição de um composto em seus
componentes mediante a passagem de uma corrente elétrica numa solução”.

Isoladores (buchas) de baixa, média e alta


tensão
Os isoladores (também chamados de “buchas”) normalmente são fabricados em
porcelana e devem ser isentos de impurezas. São esmaltados nas partes
externas, para evitar a absorção de impurezas e facilitar a limpeza. Com distância
adequada para evitar a ruptura da tensão para as outras fases, construídos de
forma a facilitar a refrigeração dos condutores internos e com “saias” para evitar a
passagem de tensão para a massa/terra (carcaça) em dias de umidade extrema
ou chuvosos.

Papéis isolantes – finalidade e tipos mais


comuns
Os papéis isolantes, utilizados nas bobinas e derivações (chicotes) de alta tensão
devem ser quimicamente neutros e mecanicamente resistentes de acordo com o
projeto do equipamento. Não são admitidos materiais plásticos e/ou pigmentados.
Buscando uma otimização do processo de isolamento do papel, o equipamento
deve passar por um processo de secagem da parte ativa – para evitar que o papel
absorva umidade excessiva, que será “devolvida” ao transformador durante sua
operação – e ventilação, exaustão, controle da temperatura da estufa para
secagem, de forma que a maior parte da umidade existente seja eliminada. A
temperatura para este processo não deve ser maior que 100°C. Os tipos mais
comuns de papéis isolantes encontrados no mercado para transformadores são o
papel kraft e o presspan.

Óleos dielétricos para transformadores


O óleo dielétrico – dielétrico porque dependendo de suas características pode ser
isolante ou condutor – provém a maior parte da refrigeração e a isolação elétrica
das partes internas do transformador, suprindo duas funções importantes ao mesmo
tempo.

A refrigeração também é facilitada através dos radiadores dos transformadores, no


qual o óleo, quando aquecido, faz a troca de calor com o ambiente e realiza um
movimento cíclico, onde o fluido quente vai até o ponto mais alto – o topo do óleo –
e escorre pelas aletas dos radiadores sendo resfriado pela troca de calor com o ar.
Este chega ao fundo do tanque do transformador e reinicia devido a um movimento
de convecção novamente.

A isolação líquida da parte ativa do equipamento é de suma importância, visto que


as distâncias entre partes energizadas são muito próximas e sujeitas a variações de
tensão que podem formar arcos elétricos. As características ideais para fluido
isolante para equipamentos elétricos decorrem das funções que lhe são exigidas,
como:
● alta rigidez dielétrica
● baixo fator de dissipação
● alta condutividade térmica
● viscosidade adequada
● boa estabilidade química, térmica e elétrica
● absorção de gases
● fluidez a baixas temperaturas
● boa volatilidade
● alto ponto de fulgor
● baixo poder solvente
● extinção do arco voltaico
● baixa inflamabilidade
● não tóxico
● biodegradável (dependendo do tipo do óleo)

Não há óleo dielétrico no mercado que possua todas estas características reunidas,
portanto, no projeto do equipamento, as limitações de cada fluido devem ser
levadas em consideração.

Os óleos mais comuns utilizados para transformadores são:

Óleo naftênico
De base mineral e sem inibidor (sem antioxidante). Nesse caso, o óleo é de
natureza asfáltica e possui pouca parafina em sua composição. Este tipo de fluido é
utilizado em transformadores, porém pouco em comparação ao de base parafínica.

Óleo parafínico
De base mineral e natureza parafínica, tendo necessariamente de serem acrescidos
antioxidantes para seu uso em equipamentos elétricos. É o mais utilizado em
transformadores imersos em óleo isolante, por sua excelente performance
principalmente na alta tensão. No mundo há uma maior predominância de petróleo
de base parafínica. Este petróleo praticamente não contém asfalto em sua
composição e como consequência, os óleos parafínicos gerados da sua refinação,
tiveram um maior emprego na fabricação dos lubrificantes.

Óleo de silicone (ésteres)


Compostos conhecidos desde o início do século, mas a partir dos anos 1970
quando problemas ecológicos associados aos PCB (Bifenilas Policloradas),
potencialmente carcinogênicas, começam a preocupar estudiosos do mundo todo
principalmente quando falamos no óleo conhecido como Askarel. Em 1981 ele é
proibido no Brasil por uma Portaria Ministerial, sendo importado até o ano de 1989
por aqui.

Óleo vegetal
Biodegradável, mais viscoso e com alta absorção de umidade, a utilização do óleo
vegetal tem sido amplamente discutida, porém pouco utilizada.

Eletrólise
Para evitar a eletrólise (Decomposição dos isolantes dentro do transformador devido
à passagem de corrente elétrica, que gera aquecimentos nos compostos) é
necessário que a limpeza do tanque e a limpeza e secagem da parte ativa sejam
feitas, pois são fundamentais como forma de eliminar depósitos de partículas
contaminantes do óleo, evitando assim a diminuição das propriedades físico-
químicas do óleo e a formação de gases combustíveis.

Materiais isolantes para transformadores


a seco:
-PULPO B e PULPO F (aplicado em canais de ventilação em Transformadores
a Seco)

-CALÇAMENTO DA BOBINA

-TUBO DE TECIDO DE VIDRO COM RESINA POLIESTER TUBO DE TECIDO DE


VIDRO COM RESINA ÉSTER-VINÍLICA

-ISOLADORES (Isoladores para barramentos de conexão de transformadores à


seco)

-FIXAÇÕES ISOLANTES (TIRANTES E PORCAS)

-ABRAÇADEIRAS DE CONEXÃO E BARRAMENTOS

-TUBOS ISOLANTES FW15

-FITAS E CADARÇOS PARA AMARRAÇÕES (Amarrações de núcleo de


transformadores à seco)

-SISTEMA DE RESINAS EPÓXI CLASSES ¨F¨ e ¨H¨

TIPOS DE TRANSFORMAÇÃO

Transformador de corrente:
Transformador de corrente, ou TC, tem por finalidade detectar ou medir a
corrente elétrica que circula em um cabo ou barra de alimentação, e
transformá-la em outra corrente de valor menor, para ser transmitida a um
instrumento de medição ou circuito eletrônico. O TC é muito usado para
abaixar a corrente elétrica da rede para alimentar dispositivos eletrônicos que
não suportam grandes níveis de corrente.

Transformadores de potencial:

O nome transformador de potencial (ou TP) denota que esta máquina muda
os valores de potência, mas na verdade ela muda os valores de tensão que
entram na bobina primária. A espira primária recebe a tensão primária e
conduz uma corrente primária. Por essa corrente ser alternada, ela gera uma
variação no fluxo magnético no seu interior. Esse fluxo é canalizado pelo
núcleo ferromagnético, e na espira secundária, induzindo uma tensão nesta
espira. Se não houver um circuito fechado ligado à espira secundária, uma
corrente induzida será estabelecida.

Transformador de distribuição:

Esse tipo de transformador é empregado principalmente pelas


concessionárias distribuidoras de energia e em usinas geradoras de energia.
São usados para distribuir a energia gerada até os consumidores, com valores
diferentes do que o gerado, adequado a cada tipo de consumidor. Podem ser
auto protegidos contra sobrecargas e curto circuitos.

Transformadores de Força:

São usados para geração e distribuição de energia por concessionárias e


usinas, e subestações de distribuição de energia elétrica, e subestações de
grandes indústrias, incluindo aplicações especiais como fornos de indução e
a arco, e retificadores.

Transformador elevador e abaixador de tensão:

O valor a qual a tensão será após sair do transformador está diretamente


ligado ao número de espiras que cada bobina possui. No caso de um
transformador elevador de tensão o número de espiras da segunda bobina é
maior do que o número de espiras da primeira bobina. E no transformador
abaixador, o número de espiras da segunda bobina é menor do que o número
de espiras na primeira bobina.

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