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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL
DCEENG – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Relatório do trabalho da disciplina de Circuitos Magnéticos


e transformadores

RODRIGO LUÍS JUNGES - 108228

Professor: Eliseu Kotlinski

Santa Rosa

2017
Aquecimento e Refrigeração de Transformadores

Os transformadores são maquinas projetadas para adequar os níveis de


tensão, e durante esse processo ocorrem perdas que são associadas ás
características magnéticas do núcleo (ferro), e ás perdas nos enrolamentos
(cobre), devido a circulação de corrente da carga e correntes harmônicas.

As perdas que ocorrem em um transformador causam elevação da


temperatura de trabalho, que pode causar falhas no isolamento,
aumentando as perdas e a vida útil do equipamento.

Para a refrigeração dos transformadores são utilizados o ar, a agua e o


óleo isolante. Para isto emprega-se diferentes processos dependendo da
potência de cada transformador.

Tipos de resfriamento:

Resfriamento natural com ar – o calor produzido é liberado ao


ambiente, ar, diretamente pelas superfícies externas do núcleo.

Resfriamento com ventilação forçada – no momento em que se conhece


todas as perdas do transformador, calcula-se a quantidade de ar em
metros cúbicos por minuto, necessárias para o resfriamento do mesmo,
que deve ser fornecida por um ventilador.

Resfriamento em óleo com ventilação natural – a eficiência do uso óleo


na refrigeração é pelo fato de que o liquido entra em contato com as
partes quentes do transformador, e uma vez que o óleo aquece sua
densidade diminui em relação ao liquido menos aquecido. Dessa maneira
o óleo quente sobe e óleo menos quente desce.

Resfriamento de transformadores em óleo com ventilação forcada – o


transformador possui um radiador de troca de calor externo aumentando
a área de contato e utilizando-se de ventiladores para forçar a circulação
do ar.

Resfriamento de transformadores em óleo com serpentina de água


interna – consiste no uso de serpentinas percorridas por agua refrigerante
nos pontos onde a temperatura do óleo é mais elevada.

Rigidez Dielétrica do Óleo Isolante e Condições Térmicas de


Operação
O principal óleo utilizado na construção de transformadores é o óleo
mineral isolante naftênico, derivado do petróleo.

Suas principais características são:

Baixa viscosidade, facilidade para circular e dissipar adequadamente o


calor;

Alto ponto de fulgor, em torno de 140°C , vaso aberto, temperatura em


que o óleo vaporiza para se tornar inflamável.

Viscosidade Cinemática: 25 cSt

Rigidez dielétrica: 30kV

Fator de potência (a 25°C): 0,05%

Sistemas de Preservação do óleo mineral.

Os tanques dos transformadores parcialmente cheios de oleo não


possuem conservador de liquido, pois o ar existente no interior do
transformador permite que o óleo se expanda quando aquecido. Já os
transformadores que possuem o seu reservatório cheio de óleo, devem ter
o conservador para permitir a expansão do liquido quando este se aquece.

O conservador de liquido serve também para evitar o contato direto entre


o ar de entrada e o óleo, reduzindo a penetração de agua resultante da
condensação da umidade do ar.

Durante o funcionamento normal do transformador, o óleo aquece e


dilata, expulsando o ar do conservador através do secador. Havendo
diminuição da carga do transformador ou da temperatura ambiente,
também haverá abaixamento da temperatura do óleo, acompanhada da
respectiva redução do volume. Forma-se, então, uma depressão de ar no
conservador e o ar ambiente é aspirado através da câmara e do agente
secador, o qual absorve a umidade contida no ar, que entrará em contato
com o óleo.

Para evitar que a umidade do ambiente externo penetre no óleo coloca-se


no respiradouro do conservador uma capsula contendo silicagel. Na
passagem do ar, os cristais de silica-gel absorvem a umidade contida no ar,
evitando que o óleo se contamine com agua, pois a agua altera a rigidez
dielétrica do óleo, consequentemente diminui a vida útil do
transformador.

A sílica-gel um silícico, impregnado com cloreto de cobalto, tendo, quando


em estado ativo, a cor azul celeste, de aspecto cristalino. É capaz de
absorver água até 40% de seu próprio peso. Devido à absorção de água,
torna-se róseo, devendo, então, ser substituído. Tem a vida muito
prolongada e através de um processo de secagem que pode ser aplicado
vezes, pode ser regenerado e reutilizado. A sílica-gel pode ser
restabelecida pelo aquecimento em estufa na temperatura de 80 a 100ºC,
evaporando desta maneira a água absorvida.
Medidor de rigidez dielétrica

Os procedimentos para o ensaio de rigidez dielétrica do óleo isolante são:

* Ajuste dos eletrodos. Distância de 2,5 mm;


* Limpeza da célula dos eletrodos. Feita com qualquer solvente seco
(benzina) e papel de seda seco;
* Amostragem do óleo isolante. O frasco deverá ser agitado suavemente
antes de encher a célula de teste para que as partículas existentes no
líquido fiquem em suspensão;
* A amostra deve estar na temperatura ambiente, desde que não inferior
a 20 ◦C;
* A célula deve ser cheia até no mínimo 20 mm acima da parte superior
dos eletrodos. Deixar o líquido em repouso entre 2 e 3 minutos antes de
iniciar o teste para que as possíveis bolhas de ar possam ser expelidas;
* Determinar 5 vezes a tensão de ruptura do dielétrico da mesma amostra.
Entre cada medição deve haver um intervalo de repouso de 1 minuto. Se
os valores encontrados satisfizerem o critério de consistência estatística,
sua média será o valor da rigidez dielétrica da amostra.

Figura 1 – Exemplo de célula de ensaio com eletrodo de disco, conforme a norma NBR 6889:1989 .
O procedimento utilizado para determinação da rigidez do óleo consiste
em um teste de rotina, ou seja, um teste que deve ser realizado com
alguma periodicidade visando à substituição do óleo caso algumas de suas
propriedades estejam foras do padrão. No caso do teste, utiliza-se de
células de ensaio com eletrodos de disco. Os eletrodos são previamente
limpos com solvente e papel de soda seco e a distância entre eles e de
2,5mm. O frasco que contém a amostra de óleo é suavemente agitado
para que as eventuais partículas suspensas no líquido não fiquem em
suspensão. A temperatura do óleo no ensaio deve ser de 24,4°C. Antes do
ensaio, o líquido é mantido em repouso entre 2 e 3 minutos para que as
bolhas de ar possam ser expelidas. Entre uma medição e outra, o óleo
deve ficar em repouso por 1 minuto. O equipamento de ensaio de rigidez
dielétrica possui um botão girante que aumenta a amplitude do campo
elétrico aplicado nos terminais dos eletrodos da célula. O botão deve ser
girado com velocidade constante. Junto ao instrumento, tem-se ainda um
leitor analógico do valor do campo correspondente ao giro do botão. O
mecanismo de leitura do Equipamento dispara um pequeno estalo quando
a rigidez do dielétrico entre os eletrodos é rompida. Com isso o valor do
campo elétrico é lido no medidor analógico.

Relé Buchholz
O relé Buchholz tem por finalidade proteger aparelhos elétricos que
trabalham imersos em líquido isolante, geralmente transformadores.
Enquanto sobrecargas e sobre correntes são fenômenos controláveis por
meio de relés de máxima intensidade de corrente, defeitos tais como,
perda de óleo, descargas internas, isolação defeituosa dos enrolamentos,
do ferro ou mesmo contra a terra, ocorridos em transformadores
equipados com um relé de máxima, podem causar avarias de grande
monta, caso o defeito permaneça desapercebido do operador durante
algum tempo.
O relé Buchholz é instalado em transformadores, justamente para, em
tempo hábil, indicar por meio de alarme ou através do desligamento do
transformador, defeitos como os acima citados e deste modo evitar a
continuidade dos mesmos.
O relé Buchholz é normalmente montado entre o tanque principal e o
tanque de expansão do transformador. A carcaça do relé é de ferro
fundido, possuindo duas aberturas flangeadas e ainda dois visores
providos de uma escala graduada indicativa do volume de gás.
Internamente encontram-se duas boias montadas uma sobre a outra.
Quando do acúmulo de uma certa quantidade de gás no relé, a boia
superior é forçada a descer. Se, por sua vez, uma produção excessiva de
gás provoca uma circulação de óleo no relé, é a boia inferior que reage,
antes mesmo que os gases formados atinjam o relé. Em ambos os casos,
as boias ao sofrerem o deslocamento, ligam um contato elétrico.

Condições térmicas de operação

O conhecimento das temperaturas dos enrolamentos e do óleo, permite a


otimização do carregamento, acarretando maior flexibilidade operativa.
Para isto, são necessários:

- Controle da carga em tempo real,


- Comando da carga à distância,
- Leitura remota da temperatura,
- Sistema de medição de temperatura de alta precisão.
Temperaturas limites de operação
Temperatura de operação do Transformador Classe 55°C Classe 65°C

Máxima temperatura do topo do óleo 95°C 105°C

Máxima temperatura do ponto mais quente 105°C 120°C

Cargas Limites
Carregamento nos transformadores Classe 55°C Classe 65°C

Em condições normais de operação 150% 150%

Em emergência 150% 150%

Classe dos transformadores

Classe 55°C: são aqueles cuja elevação da temperatura média dos


enrolamentos, acima da ambiente, não excede 55°C e cuja elevação de
temperatura do ponto mais quente do enrolamento, acima da ambiente,
não excede 65°C;

Classe 65oC: são aqueles cuja elevação da temperatura média dos


enrolamentos, acima da ambiente, não excede 65°C e cuja elevação de
temperatura do ponto mais quente do enrolamento, acima da ambiente,
não excede 80°C.
Características dos transformadores de 65ºC sob carga nominal
Método de Resfriamento ONAN ONAF
ONAF OFAF ou ODAF ou
133% OFWF ODWF
≤ 133%
Elevação de temperatura do ponto
mais quente acima do ambiente, 80 80 80 80 80
em ºC
Elevação de temperatura do topo do
óleo acima do ambiente, em ºC 55 60 45 45 45

Constante de tempo do topo do óleo,


em horas (Tn) 3,0 2,0 1,25 1,25 1,25

Constante de tempo do ponto mais


quente, em horas (Te) 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

Relação entre perda no cobre e perdas


no ferro (R) 3,2 4,5 6,5 6,5 6,5

m(expoente do enrolamento) 0,8 0,8 0,8 0,8 1,0

n(expoente do óleo) 0,8 0,90 0,90 1,0 1,0

m = expoente da elevação de temperatura do enrolamento em função das perdas no

cobre.

n = expoente da elevação de temperatura do topo do óleo em função das perdas totais.


Características dos transformadores de 55 ºC sob carga nominal
Método de Resfriamento ONAN ONAF
ONAF OFAF ou ODAF ou
133% OFWF ODWF
≤ 133%
Elevação de temperatura do ponto
mais quente acima do ambiente, em 65 65 65 65 65
ºC
Elevação de temperatura do topo do
óleo acima do ambiente, em ºC 40 40 37 37 37

Constante de tempo do topo do


óleo, em horas (Tn) 2,7 1,7 1,25 1,25 1,25

Constante de tempo do ponto mais


quente, em horas (Te) 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

Relação entre perda no cobre e


perdas no ferro (R) 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0

m(expoente do enrolamento) 0,8 0,8 0,8 0,8 1,0

n(expoente do óleo) 2) 0,8 0,90 0,90 1,0 1,0

m = expoente da elevação de temperatura do enrolamento em função das perdas no

cobre.

n = expoente da elevação de temperatura do topo do óleo em função das perdas totais.

• ONAN (Óleo Natural, Ar Natural) -óleo natural com resfriamento natural;

• ONAF (Óleo Natural, Ar Forçado) -óleo natural com ventilação forçada;

• OFAF (Óleo Forçado, Ar Forçado);óleo com circulação forçada do líquido


isolante e com ventilação forçada;

• OFWF (Óleo Forçado, Água (water) Forçada) -óleo com circulação


forçada do líquido isolante e com resfriamento a água;
Bibliografia

NBR5416-1997;
http://ecatalog.weg.net/
MARTIGNONI, A. Transformadores. 8.ed,são Paulo: Editora Globo, 1991.

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