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MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS

ELÉTRICAS
AULA 2: CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DE UM
TRANSFORMADOR: PARTE 2
Enrolamento

Núcleo
Tanque principal
Trata-se do tanque de aço preenchido com
o óleo isolante onde a parte ativa,
conjunto formado pelas bobinas e o núcleo,
é imerso
O tanque pode ser dotado de blindagens
nas paredes internas, no sentido de
minimizar o aumento da temperatura do
aço por conta da circulação de correntes
parasitas, resultantes do fluxo de dispersão
gerado na parte ativa.
TANQUE
TANQUE

• Transformadores de distribuição de pequeno porte, com potência nominal a


partir de 15 kVA, apresentam um tanque com formato ovulado e que é
responsável pela transferencia de calor para o meio exterior.
• Com o aumento da potência, o tanque deve conter radiadores para a troca de
calor.
ESPESSURA DE CHAPAS DO
TANQUE
Potência do
Espessura mínima (mm)
transformador
kVA Tampa Corpo Fundo
S≤15 1,90 1,90 1,90
S≤15≤225 2,65 2,65 3,15

S=300 3,15 3,15 3,15


• Transformador fabricado pela ABB: 155 toneladas, 230 kV e 335
MVA.

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Tanque de expansão de óleo
Permite a expansão do volume de óleo do
transformador por conta das variações de
temperatura a que o equipamento é
submetido.
Normalmente o tanque é provido se uma
bolsa de borracha que auxilia no sistema de
selagem do transformador.
Buchas
São dispositivos de porcelana que têm a
finalidade de isolar os terminais das bobinas do
tanque do transformador.
Normalmente as buchas com classe de tensão
superior a 13,8kV são do tipo condensivas, onde,
no interior do corpo de porcelana, há uma
envoltória de papel e filme metálico imersos em
óleo isolante, formando um capacitor.
Em geral, são feitas de porcelana.
Caractéristicas construtivas

Comutador sob carga


Dispositivo eletromecânico que
propicia a variação dos níveis de
tensão através da mudança dos
terminais dos enrolamentos de
regulação, sem que o
transformador seja desligado.
Caractéristicas construtivas

Acionamento do comutador sob carga


Conjunto de mecanismos eletromecânicos que
fazem a mudança da posição do comutador de
acordo com os níveis de tensão desejados
Caractéristicas construtivas

Radiadores/Trocadores de calor
Instalados na parte externa do tanque fazem a
circulação do óleo isolante através de aletas
que, em contato com o ar ambiente,
diminuem a temperatura do óleo. A circulação
pode ser do tipo natural, com ar forçado
através de motoventiladores nos radiadores,
com sistema de óleo dirigido nas bobinas ou
mesmo com trocadores de calor que utilizam
água como meio refrigerante.
TIPOS DE RESFRIAMENTO
• Transformadores a seco:
• SN – Com resfriamento natural
• SVF – com ventilação forçada
• Transformador em liquido isolante:
• LN – resfriamento por circulação natural do liquido isolante
• LCF – resfriamento por circulação forçada de óleo, que é retirado do tanque e
bombeado em um trocador de calor óleo-ar externo.
• LCF/ACF – Resfriamento por circulação forçada do óleo do tanque para um trocador
de calor óleo-água, externo, em que esta circula em regime forçado.
• LN-VF – resfriamento por circulação natural do óleo e ventilação forçada sobre o
tanque e radiadores.
TIPOS DE RESFRIAMENTO
RADIADORES COM VENTILAÇÃO
FORÇADA
Caractéristicas construtivas
Painel de controle
É o local onde estão instalados os dispositivos
de interface que permitem o controle e a
monitoração do funcionamento do
transformador ao centro de operação da
subestação, como temperatura, corrente,
monitoração de gases, descargas parciais, etc.
Caractéristicas construtivas

Secador de ar
faz a retirada de umidade do interior do
transformador utilizando sílica-gel.
Termômetros

A temperatura do transformador pode ser medida de duas formas, seja


com os dispositivos de indicação da temperatura do óleo – ITO ou os
termômetros de imagem térmica – ITE.

Fonte: SENAI. Manutenção Elétrica Industrial. Itajaí: Senai, 2007. 230 p.


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Dispositivos de alívio de pressão

São instalados em transformadores imersos em líquido isolante com a


finalidade de protegê-los contra possíveis deformações ou ruptura do
tanque, em casos de defeito interno, com aparecimento de pressão
elevada.

Fonte: WEG. Manual transformador a óleo até 4MVA. 2010.


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Relé de pressão súbita

O relé de pressão súbita é um acessório de proteção que visa detectar


variações rápidas de pressão no centro do tanque.

INDUBRAS. Relé de Pressão Súbita. Disponível em: http://www.indubras.com.br/rele-de-pressao-subita.html.


Acesso em: 26 ago. 2020.
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Conservador de óleo

Utilizado para compensação das


variações de volume de óleo
decorrentes das oscilações de
temperatura e da pressão.

Fonte: WEG. Transformadores e Reatores a Óleo. Disponível em: https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Gera


%C3%A7%C3%A3o%2C-Transmiss%C3%A3o-e-Distribui%C3%A7%C3%A3o/Transformadores-e-Reatores-a-%C3%93leo/
c/GTD_TO. Acesso em: 25 ago. 2020.
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Secador de ar e agente secador

Fonte:
INDUBRAS. Secador
São utilizados devido a sua capacidade de de Ar. Disponível em:
http://www.indubras.co
m.br/secador-de-
absorção de umidade, secam o ar aspirado ar.html. Acesso em: 25
ago. 2020.
que flui para a parte interna do
transformador.

O agente secador é a sílica gel, que é um


silício com cloreto de cobalto. É capaz de
absorver água até 40% de seu próprio peso

Fonte: ENERGIA, Michelon. Sílica gel – A importância do secador de ar em equipamentos imersos em líquido
isolante. Disponível em: https://www.michelonenergia.com.br/servicos/silica-gel/. Acesso em: 25 ago. 2020.
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Relé de gás (Buchholz)

Instalados para indicar os defeitos de perda de óleo, descarga interna,


isolação defeituosa, dentre outras. A indicação do defeito é feita
avisando por meio de alarme ou desligando o transformador.

Fonte: Imagem modificada de INDUBRAS. Relé Detector de Gás tipo Buchholz. Disponível em:
http://www.indubras.com.br/rele-detector-de-gas-tipo-buchholz.html. Acesso em: 25 ago. 2020.
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Manutenção dos transformadores
de potência

As manutenções nos transformadores são de ordem


elétrica, mecânica e química. Aqui, serão vistos
procedimentos de coleta de amostra do óleo, inspeções
termográficas, ensaios e energização.

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Coleta de amostras de líquidos
isolantes para transformadores

• Os óleos de transformadores podem ser de origem mineral,


vegetal ou produtos sintéticos.

• Análises físico-químicas e cromatográficas.


• Cuidados na coleta dos óleos:
• Equipamentos de coleta adequado;

• Limpeza dos frascos de amostragem;

• Procedimento na hora da coleta;

• Identificação das amostras.


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Energização e ensaios

• Antes da energização dos transformadores de potencia alguns


procedimentos devem ser realizados.
• Análise físico-química;

• Análise cromatográfica;

• Medição do fator de potência do transformador;

• Medição do fator de potência e capacitância das buchas;

• Medição da resistência de isolamento do transformador;

• Simulação da atuação de todos os dispositivos de supervisão, proteção,

sinalização e ajuste dos termômetros do óleo e do enrolamento.

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Inspeções periódicas

• Devem estar no plano de manutenção do transformador. São realizados:

• Registros operacionais: leitura dos instrumentos, das ocorrências e eventos.

• Análise termográfica: detectar os pontos quentes em conexões e no tanque

do transformador. Devem ser realizadas periodicamente.

• Análise do óleo: realizadas periodicamente as analises físico-química e

cromatográfica.

• Inspeções visuais: realizar inspeções visuais periódicas e seguindo o roteiro

estabelecido no plano de manutenção.

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Análise termográfica

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Ocorrências

DESLIGAMENTO
DESLIGAMENTO IMEDIATO PROGRAMADO
• Ruído interno anormal; • Vazamento de óleo sem oferecer risco imediato;

• Vazamento significativo de óleo; • Aquecimento (dentro dos limites);

• Aquecimento excessivo em conexões (termografia); • Desnivelamento da base;

• Relé de gás atuado; • Anormalidades nos ensaios de óleo (dentro do limite);

• Sobreaquecimento de óleo ou dos enrolamentos • Trinca/quebra do diafragma de válvula de segurança;

(termômetros). • Defeitos nos acessórios de proteção e sinalização.

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Tabela 1. Orientação para inspeções periódicas semestrais e trienais
Equipamento Devem ser feitas as seguintes verificações
 vazamentos (S);
 nível do óleo isolante (S);
 trincas ou partes quebradas, inclusive no visor do óleo (T);
Buchas  fixação (T);
 condições e alinhamento dos centelhadores (T);
 conectores, cabos e barramentos (T);
 limpeza das porcelanas (T).
 vibração do tanque e das aletas dos radiadores (S);
 vazamentos: na tampa, nos radiadores, no comutador de derivações, nos registros e bujões de
drenagem (S);
 estado da pintura: anotar os eventuais pontos de oxidação (S);
Tanque e  estado dos indicadores de pressão (para transformadores selados) (S);
Radiadores  todas as conexões de aterramento (tanque, neutro, etc.) (T);
 bases (nivelamento, trincas, etc.) (S);
 posição das válvulas dos radiadores (S)

 vazamento (S);
 registro entre o conservador e o tanque, se estão totalmente abertos (T);
Conservador  fixação do conservador (T);
 nível do óleo isolante (S)

 funcionamento dos indicadores de temperatura (S);


 valores de temperatura encontrados (anotar) (S);
Termômetros  estado dos tubos capilares dos termômetros (T);
de Óleo  pintura e oxidação (S); 35
 calibração e aferição (T);
 nível de óleo na bolsa (T).
Caractéristicas construtivas

Termômetros
Medem a temperatura dos enrolamentos e do
óleo do transformador.

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Dúvidas? 38
EXERCÍCIO

1 – Descreva os tipos de resfriamentos utilizados em transformadores.


2 – Diferencie o comutador de carga do acionamento do comutador
de carga.
3 – Descreva o principio de funcionamento do secador de ar em um
transformador
Até a próxima Aula
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