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TRANFORMADORES

DE
POTÊNCIA

Combate ao Desperdício de Energia – 2004


Tarifação

CURSO DE COMBATE AO DESPERDÍCIO DE ENERGIA

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO – UPE

GRUPO DE GESTÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

METHÓDIO VAREJÃO DE GODOY

TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

SUMÁRIO
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2.1. OBJETIVO.................................................................................................................. 5

2.2. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 5

2.3. ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA.......................5

2.3.1. TRANSFORMADORES À SECO:................................................................................. 7


2.3.2. TRANSFORMADORES À LÍQUIDO ISOLANTE:.............................................................7
2.3.2.1. Óleo Mineral........................................................................................................7
2.3.2.2. Líquido Isolante Sintético....................................................................................7

2.4. MODELAGEM E EQUAÇÕES DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA......................7

2.4.1. CIRCUITO EQUIVALENTE EM PU............................................................................... 8


2.4.2. OPERAÇÃO EM VAZIO.............................................................................................. 9
2.4.3. OPERAÇÃO EM CARGA........................................................................................... 11
2.4.4. REGULAÇÃO.......................................................................................................... 12

2.5. PERDAS EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA....................................................13

2.5.1. PERDAS NO COBRE................................................................................................ 13


2.5.2. PERDAS NO NÚCLEO.............................................................................................. 14
2.5.2.1. Perdas por Correntes Parasitas........................................................................14
2.5.2.2. Perdas por Histerese..........................................................................................14
2.5.3. PERDAS SUPLEMENTARES...................................................................................... 15

2.6. OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS DO CIRCUITO EQUIVALENTE................................16

2.6.1. ENSAIOS EM VAZIO E EM CURTO CIRCUITO...........................................................16


2.6.2. DADOS DE PLACA DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA...................................18
2.6.3. NORMAS TÉCNICAS............................................................................................... 21

2.7. RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA............................................22

2.7.1. VARIAÇÃO DO RENDIMENTO COM O FATOR DE POTÊNCIA DA CARGA...................25


2.7.2. VARIAÇÃO DO RENDIMENTO COM A CARGA..........................................................26

2.8. PARALELISMO DE TRANSFORMADORES..................................................................32

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2.9. REDUÇÃO DE PERDAS PELA DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS ENTRE


TRANSFORMADORES............................................................................................................ 33

2.10. CONCLUSÕES........................................................................................................... 34

2.11. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 36

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2.1. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo estudar o combate ao desperdício de energia em
transformadores de potência em sistemas elétricos sob dois enfoques o de projeto e o de
operação.
No enfoque projeto são apresentadas metodologias para escolher a transformação
trifásica de um sistema elétrico de forma a minimizar as perdas e o consumo de energia. No
enfoque operação é estudado a operação dos transformadores de potência visando definir
recomendações e ações para reduzir o consumo de energia elétrica da transformação em um
sistema elétrico.

2.2. INTRODUÇÃO
Os primeiros sistemas elétricos que surgiram no mundo foram em corrente contínua
para iluminação de grandes cidades, como Nova Iorque e Londres. Estes sistemas elétricos
tinham como inconveniente as perdas excessivas nos alimentadores cujas cargas eram
afastadas da geração. Como as tensões nominais dos geradores de corrente contínua eram
reduzidas, as perdas de energia nesses alimentadores, chegavam a ser tão elevadas, que
tinham a mesma ordem de grandeza da potência consumida pela carga. O aparecimento do
transformador de potência modificou a história dos sistemas elétricos, possibilitou transportar
energia elétrica em tensões mais elevadas e consequentemente obter menores perdas por
efeito Joule.
Como o transformador de potência está sempre presente na grande maioria dos sistemas
elétricos comerciais e industriais, o desempenho operacional de uma transformação tem
relevante importância em qualquer estudo de combate ao desperdício de energia elétrica.
Será demonstrado neste texto que como as principais grandezas elétricas dos
transformadores de potência são determinados pela carga alimentada, qualquer estudo
combate ao desperdício de energia elétrica numa transformação trifásica exige uma análise
detalhada do fator de carga e do fator de potência da instalação.
Antes de aprofundarmos no problema de combate ao desperdício de energia em
transformadores de potência, julgamos importante apresentar uma breve introdução sobre os
transformadores de potência incluindo detalhes construtivos, equações fundamentais e
circuito equivalente.

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2.3. ASPECTOS CONSTRUTIVOS DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Construtivamente um transformador de potência é constituído de três grupos de


componentes denominados: Componentes Principais, Componentes Auxiliares e
Componentes Acessórios.
Os componentes principais são aqueles que são a própria essência de um transformador,
isto é:
 Núcleo;
 Bobinas.

O meio refrigerante interno e os níveis de tensão de um transformador de potência


definem os Componentes Auxiliares, são eles:
 Tanque;
 Meio Refrigerante;
 Buchas.

Os Componentes Acessórios correspondem a um grupo de componentes que permitem


monitorar, controlar e proteger os transformadores de potência. A quantidade de componentes
acessórios é função da tensão dos enrolamentos e da potência nominal do transformador
como está definido na NBR 5356. Os componentes acessórios são:
 Tanque de Expansão;
 Respirador;
 Dispositivo de alívio de pressão;
 Indicador externo de nível de óleo;
 Indicador de temperatura do enrolamento;
 Válvula de drenagem de óleo;
 Relé detetor de gás tipo Buchholz;
 Comutador de tapes sem tensão;
 Caixa de terminais de cabos de controle;
 Meios para locomoção;
 Válvula para carga de gás inerte.

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Os transformadores, quanto ao meio refrigerante interno, se classificam em dois


grandes grupos: transformadores à seco e transformadores à líquido isolante.

2.3.1. TRANSFORMADORES À SECO:

 Isolamento em ar;
 Isolamento em resina epoxi.

2.3.2. TRANSFORMADORES À LÍQUIDO ISOLANTE:

2.3.2.1. Óleo Mineral

 Naftênico;
 Parafínico.

2.3.2.2. Líquido Isolante Sintético

 Ascarel;
 Silicone.

É importante salientar que embora ainda existam transformadores de potência à ascarel


em operação, este líquido isolante está proibido de ser comercializado no país ele é tóxico,
cancerígeno e não solúvel em água.
Embora a grande maioria dos transformadores de potência em operação no mundo
sejam à óleo, os transformadores à seco em resina epoxi tem tido uma grande e crescente
aplicação nos sistemas elétricos, devido a sua segurança e reduzida manutenção.
Os transformadores à seco tem uso quase que obrigatório em sistema elétricos especiais
como plataformas de petróleo, hotéis, aeroportos e hospitais.

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2.4. MODELAGEM E EQUAÇÕES DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

O cálculo do desempenho operacional de uma transformação trifásica, incluindo perdas


e rendimento dos transformadores de potência exige modelos e equações. O modelo a ser
empregado neste texto para estudar em regime permanente as perdas e rendimento dos
transformadores de potência é o circuito equivalente em pu descrito nas referências [1] e [2].

2.4.1. CIRCUITO EQUIVALENTE EM PU

A Figura 1 apresenta o circuito equivalente por fase, em pu, de um transformador


de potência trifásico em regime permanente, cujos parâmetros são:

I1 I2

R1 jX1 jX2 R2
Io
V1 V2
jBm Gp

Figura 1 - Circuito equivalente de um transformador de potência

R1 - resistência do enrolamento primário


R2 - resistência do enrolamento secundário
X1 - reatância de dispersão do enrolamento primário
X2 - reatância de dispersão do enrolamento secundário
bm - susceptância de magnetização
gp - condutância.
Na Figura 1 estão também indicados as seguintes grandezas: I1 - corrente do
enrolamento primário , I2 - corrente do enrolamento secundário, I 0 - corrente de excitação ,
V1 - tensão aplicada ao enrolamento primário e V2 - tensão nos terminais do secundário.

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A partir do circuito equivalente podemos escrever as seguintes equações:

()

()

onde:

E1 - força contra-eletromotriz aplicada no enrolamento primário


E2 - força eletromotriz induzida no enrolamento secundário

2.4.2. OPERAÇÃO EM VAZIO

Quando um transformador de potência opera sem carga conectada no seu


enrolamento secundário é dito que ele opera em vazio. Neste caso, ao se aplicar uma tensão
V1 no enrolamento primário, surge uma força contra-eletromotriz -E 1 neste enrolamento, que é
responsável pelo surgimento da corrente de excitação I0.
A corrente de excitação produz o fluxo magnético, cuja variação induz uma força
eletromotriz E1 no enrolamento primário e uma força eletromotriz E2 no enrolamento
secundário. As forças eletromotrizes E 1 e E2 estão relacionadas ao fluxo magnético  que
circula no núcleo pelas seguintes equações:
[]

()

A corrente de excitação I0 pode atingir valores de até 6% da corrente nominal e é


composta de duas componentes: a componente de perdas IP e a componente de magnetização
IM. A componente de magnetização IM está em fase com o fluxo magnético e é uma corrente
puramente reativa. A componente de perdas I P está em fase com -E 1 e é usualmente muito
pequena da ordem de 1 a 6% da corrente de excitação, por este motivo é comum assumir a
corrente de excitação como sendo a componente de magnetização.
A Figura 1 apresenta o diagrama fasorial típico de um transformador de potência
operando em vazio.

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Figura 2 - Diagrama fasorial de um transformador em vazio


A densidade de fluxo magnético ou quantidade de fluxo magnético que circula
por uma determinada seção do núcleo de um transformador de potência tem seu valor
máximo expresso em Gauss pela seguinte equação:

()

onde:
Bm - densidade de fluxo magnético máximo
V1 - tensão aplicada no enrolamento primário
A - seção transversal do núcleo magnético em cm2
f - freqüência elétrica ( 60 Hz )
N1 - número de espiras do enrolamento primário
Os transformadores de potência atualmente apresentam densidades de fluxo
magnético comumentes variando de 10.000 a 16.000 Gauss. Atualmente, novos materiais
estão sendo estudados como as ligas amorfas, onde valores típicos de densidade de fluxo

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variam de 20.000 a 25.000. A referência [4] estima que, as ligas amorfas deverão quando
estiverem sendo comercializadas reduzir as perdas do núcleo dos transformadores em torno
de 40% a 60% dos valores atualmente encontrados.

2.4.3. OPERAÇÃO EM CARGA

Ao ser conectada uma carga no secundário de um transformador de potência, a


corrente que circula no secundário produz um fluxo magnético que se opõe ao fluxo
produzido pelo enrolamento primário. Como o fluxo magnético que circula no núcleo está
relacionado a tensão aplicada no primário, um aumento da corrente do primário ocorre no
sentido de compensar o efeito da carga. Esta parcela de corrente do primário que circula para
compensar o efeito da carga é denominada de componente de carga I 1C. As equações que
permitem analisar o comportamento de um transformador de potência com uma carga no seu
secundário são:
()

()

()

O diagrama fasorial para um transformador em carga alimentando uma carga


indutiva é apresentado na Figura 3. É importante destacar que para uma carga indutiva a
tensão na carga possui um módulo menor que a tensão no primário do transformador de
potência.

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Figura 3 - Diagrama fasorial de um transformador de potência operando com uma carga


indutiva conectada no secundário

2.4.4. REGULAÇÃO

A regulação nos transformadores mede a variação de tensão nos terminais do


enrolamento secundário deste, quando é conectado uma carga. A variação de tensão no
secundário do transformador desde a sua operação em vazio até a plena carga é quantificada
pela regulação. É importante salientar que nesta definição a tensão no enrolamento primário
do transformador é considerada constante.
Com o transformador em vazio, no secundário tem-se a tensão E 2, que passa a ser
V2 quando o transformador está em carga. Por definição a regulação é a diferença entre estas
duas tensões expressas em percentual da tensão do enrolamento secundário em carga, assim:

()

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Através da equação (9) pode ser observado que quanto maior a regulação de um
transformador, maior a queda de tensão interna do transformador, isto é, maiores são as
resistências e reatâncias.
A regulação é significativamente influenciada pela carga, ela assume valores
positivos para cargas de natureza indutiva e pode assumir valores negativos para cargas de
natureza capacitiva. Uma regulação negativa significa tensões na carga mais elevadas que as
tensões aplicadas ao transformador e quanto maior esta carga maior será a regulação. Esta
situação pode ocorrer em sistemas elétricos comerciais onde em alguns casos os capacitores
permanecem em paralelo com uma carga bem menor que a nominal dos capacitores.

2.5. PERDAS EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Um transformador de potência operando em regime permanente alimentando um dado


sistema elétrico, está sujeito a três tipos de perdas: perdas no cobre, perdas no ferro ou no
núcleo e perdas suplementares.

2.5.1. PERDAS NO COBRE

São perdas variáveis no transformador provocadas pela passagem da corrente


elétrica nos enrolamentos primário e secundário, enrolamentos estes de determinada
resistência ôhmica. Estas perdas devido ao efeito Joule, aquecem os enrolamentos primário e
secundário e estão diretamente relacionadas com o quadrado das correntes nos enrolamentos
primário e secundário.
Elas são expressas pela seguinte equação:

()

onde:
e
PC - perdas no cobre por fase

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I - corrente de excitação

2.5.2. PERDAS NO NÚCLEO

As perdas no núcleo ou no ferro estão relacionadas a passagem do fluxo


magnético no núcleo de um transformador. Estas perdas originam o aquecimento das chapas
de aço-sílicio do núcleo e são quase que independentes da carga elétrica atendida pelo
transformador, sendo assumida em várias situações como perdas fixas. Elas podem ser
divididas em dois tipos: perdas por correntes parasitas e perdas por histerese.

2.5.2.1. Perdas por Correntes Parasitas

A passagem de um fluxo magnético alternado pelo núcleo de um transformador


dá origem à forças eletromotrizes, que por sua vez, originam correntes parasitas. Estas
correntes ao atravessarem as chapas de ferro do núcleo do transformador provocam perdas em
forma de calor.
As perdas por correntes parasitas por fase podem ser calculadas por:

()

onde:
f - freqüência em Hz
B - indução magnética
d - espessura da chapa em milímetro
Ks - constante que depende do tipo de material usado no núcleo

2.5.2.2. Perdas por Histerese

O material ferromagnético do núcleo dos transformadores de potência quando


submetido a um campo magnético alternado, consome energia para orientar os seus domínios

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magnéticos na direção do campo. Este fenômeno é conhecido pelo nome de histerese e é


também responsável pelo aquecimento do núcleo.
Portanto a energia cedida no enrolamento primário do transformador não é
totalmente cedida ao enrolamento secundário. Esta energia perdida está relacionada com as
perdas por histerese.
As perdas por histerese por fase dependem do fluxo magnético no interior do
núcleo e da freqüência da rede, sendo expressa pela seguinte equação:

()
onde:
f - freqüência em Hz
B - indução magnética
Ks - constante que depende do tipo de material usado no núcleo

Adicionando as perdas por correntes de Foulcault com as perdas por histerese


obtemos as perdas no núcleo por fase, isto é:

()

Da teoria do circuitos magnéticos pode-se demonstrar que a indução magnética ou


o próprio fluxo magnético são diretamente proporcionais a tensão aplicada ao transformador,
pois:
()

Analisando as equações (11), (12) e (13) podemos verificar que as perdas no


núcleo dependem apenas da freqüência da rede e da tensão aplicada ao transformador, como
ambas grandezas, variam em faixas bem estreitas nos sistema elétricos, estas perdas podem
ser assumidas constantes.

2.5.3. PERDAS SUPLEMENTARES

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As perdas suplementares são compostas essencialmente pelas perdas dielétricas no


isolamento das bobinas de alta e baixa tensão e pelas perdas por histerese e correntes parasitas
na estrutura metálica de suporte das chapas do núcleo do transformador.
As perdas suplementares são perdas difíceis de serem calculadas, estima-se que
elas correspondem de 15 a 20% das perdas no núcleo.

()

Definindo PT como perdas totais de um transformador, podemos escrever que:

()

()

2.6. OBTENÇÃO DOS PARÂMETROS DO CIRCUITO EQUIVALENTE

Os parâmetros do circuito equivalente e dados nominais necessários para os estudos de


desempenho operacional dos transformadores de potência podem ser obtidos a partir dos
ensaios em vazio e em curto circuito, dados de placa, catálogos e normas técnicas.

2.6.1. ENSAIOS EM VAZIO E EM CURTO CIRCUITO

O ensaios usuais realizados em transformadores de potência para obter os


parâmetros do circuito equivalente e as perdas nominais são os ensaios em vazio e curto-
circuito. O ensaio em vazio permite obter as perdas no núcleo, as perdas suplementares e os
parâmetros do ramo de magnetização do circuito equivalente, enquanto que o ensaio em curto
circuito permite determinar as perdas no cobre, queda de tensão interna, impedância,
resistência e reatância percentuais.
A montagem necessária a execução do ensaio em vazio num transformador de
potência é apresentado na Figura 4. Neste ensaio aplica-se a um dos enrolamentos a sua
tensão nominal e mede-se a potência, a corrente e a tensão de saída. Esta potência medida

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inclui as perdas no ferro e nos elementos construtivos, causadas pelo fluxo mútuo e corrente
de excitação. Por conveniência, o lado de baixa tensão é usualmente tomado como primário
nesse ensaio. A queda de tensão na impedância de dispersão do primário produzida pela
pequena corrente de excitação, é inteiramente desprezível, de modo que a potência de entrada
seja aproximadamente igual a força eletromotriz. induzida pelo fluxo resultante no núcleo.

A
W
V
Fonte C.A.
A Transformador
variável W
f

Figura 4 - Montagem do ensaio em vazio em transformadores de potência

Como a perda no cobre do primário, provocada pela corrente de excitação, é


desprezível, a potência de entrada aproxima-se das perdas no núcleo e a admitância de
excitação é igual aproximadamente à admitância de circuito aberto, assim em pu:

()

()

()

()

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A montagem para a realização do ensaio de curto circuito é apresentada na Figura


5. Por razões de segurança o lado alta tensão é usualmente adotado como primário e o
enrolamento secundário é colocado em curto circuito, bastando assim uma tensão primária de
2 a 12% do valor nominal para se obter a corrente de plena carga. Como o valor de fluxo no
núcleo nestas condições é correspondentemente baixo, a corrente de excitação e as perdas no
núcleo são inteiramente desprezíveis.

W
V
Fonte C.A.
Transformador
variável W
f

Figura 5 - Montagem para o ensaio em curto circuito

A tensão induzida no secundário pelo fluxo resultante no núcleo iguala a queda de


tensão na impedância de dispersão do secundário e na corrente nominal. Como esta tensão é
apenas uma parcela reduzida da tensão nominal, o valor de fluxo magnético no núcleo é
reduzido e a admitância de excitação, pode então ser omitida. Nestas condições as correntes
de primário e secundário são quase iguais quando referidas ao mesmo lado. A potência de
entrada pode ser assumida igual a perda total no cobre nos enrolamentos da alta tensão e
baixa tensão.
A resistência e reatância equivalente referidas ao primário são aproximadamente
iguais à resistência e à reatância de curto-circuito, portanto colocando todos os valores em pu:

()

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()

()

2.6.2. DADOS DE PLACA DOS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Segundo a norma NBR - 5410, todo transformador de potência deve ser provido
de uma placa de identificação metálica, a prova de tempo, em posição visível, sempre que
possível no lado de baixa tensão. A Figura 6 apresenta a placa de identificação de um
transformador 750KVA, 13,8KV/380V.

Figura 6 - Placa de Identificação do transformador

A placa de identificação deve conter os seguintes dados:

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 Nome do fabricante;
 Data mês e ano de fabricação;
 Impedância de curto-circuito em percentagem;
 Tensões nominais de alta e baixa tensão;
 Potência nominal;
 Freqüência nominal ;
 Relação de transformação;
 Perdas totais;
 Perdas em vazio;
 Níveis de isolamento;
 Número de fases;
 Limite de elevação de temperatura nos enrolamentos;
 Diagrama de ligações;
 Polaridade;
 Volume total do líquido isolante do transformador em litros;
 Massa total do transformador, em kg; etc.

Quando os dados referentes aos ensaios em curto circuito e circuito aberto não são
conhecidos, estes dados são a principal fonte de informação para a obtenção de parâmetros do
circuito equivalente. De posse dos dados de potência nominal e perdas obtidas na placa do
transformador, o rendimento nominal pode ser calculado, pela seguinte equação:

()

As perdas no cobre podem também ser obtidas a partir dos dados de perdas totais
e perdas em vazio indicados na placa do transformador.

()

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Os parâmetros do circuito equivalente em pu de um transformador de potência


apresentado na Figura 1, pode ser obtido a partir das seguintes equações em pu:

()

()

Os demais parâmetros do circuito equivalente em pu podem ser obtidos quando


são conhecidos os valores da corrente de excitação I exc e da impedância ou tensão de curto
circuito Ztr em pu utilizando as seguintes equações:
()

()

2.6.3. NORMAS TÉCNICAS

Quando nem os dados de placa nem os resultados dos ensaios de curto e


circuito aberto não são conhecidos as normas técnicas podem ser consultadas para estimar os
dados não disponíveis e permitir o cálculo dos parâmetros do circuito equivalente em pu
empregando as equações (25), (26), (27), (28), (29) e (30). As principais normas técnicas
empregadas para esta finalidade são:

 Aplicação de carga em transformadores de potência, NBR - 5416;

 Transformadores de potência. Método de ensaio, NBR - 5380;

 Transformadores de distribuição para postes e plataformas, NBR 5440;

 Recebimento, instalação e manutenção de transformadores de potência

em óleo mineral - NBR 7037;

 Transformadores de potência. Especificação, NBR - 5356.

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Usualmente os dados nominais que mais freqüentemente estão não disponíveis na


placa de identificação dos transformadores de potência são os dados referentes as perdas. A
Tabela 1 mostra as perdas máximas no ferro e no cobre no carregamento nominal de
transformadores com potência aparente variando entre 15 a 5000kVA coletadas das normas
técnicas destacadas anteriormente.

Tabela 1 - Perdas em Transformadores de Potência entre 15KVA e 5MVA

Potência (kVA) Perdas no ferro (W) Perdas cobre (W)


15 120 460
30 200 770
45 260 1.040
112,5 520 2.070
150 640 2.550
225 900 3.600
300 1.120 4.480
500 1.350 6.700
750 1.500 13.500
1.000 1.900 16.500
1.500 2.500 25.000
2.000 3.900 25.100
3.000 4.900 31.700
5.000 5.300 35.450

2.7. RENDIMENTO DE TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

O rendimento de um transformador para uma dada condição de carga é a relação,


geralmente expressa em porcentagem, entre a potência ativa saindo e a potência ativa
entrando no transformador, isto é:

22
Tarifação

()

()

referindo a resistência do enrolamento primário R1 ao enrolamento secundário e ainda


assumindo que a corrente de excitação do transformador é muito pequena, podemos escrever
que:

()

portanto a equação (32) pode ser revisada para:

()

onde:
 - rendimento
Pe - Potência de entrada
Ps - Potência de saída
Req - Resistência equivalente

Analisando a equação (34) podemos concluir que:

 A tensão na carga V2 não deve usualmente apresentar variações significativas,


portanto pode ser assumida em cálculos práticos como constante.
 As perdas no núcleo PN como foi descrito anteriormente na seção 5.2
dependem apenas da freqüência e da tensão aplicada. Como ambos parâmetros
pouco variam em sistemas elétricos operando em regime permanente, o termo

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Tarifação

PN é assumido constante na equação [34] correspondendo as perdas do núcleo


na tensão e freqüência nominal.
 Como o parâmetro Req é constante, as únicas grandezas sujeitas a variações na
equação (34) são a corrente de carga I2 e o fator de potência cos.
 Na seção 5.1 foi esclarecido que as perdas no cobre variam com o quadrado da
corrente de carga. Recordando que, o valor de corrente de carga é definido pela
potência consumida pela carga, resta-nos apenas fazer com que a carga tenha o
maior fator de potência possível de forma a minimizar a componente reativa da
corrente de carga.
 Portanto, ainda que a corrente de carga é função da potência alimentada pelo
transformador, para uma dada potência de carga, quanto maior o fator de
potência, menor a corrente para atender esta mesma carga e consequentemente
maior será o rendimento deste transformador.

Definindo o fator de carga como sendo a relação entre a potência aparente da carga pela
potência nominal da transformação ou do simplesmente do transformador de potência,
podemos escrever que:
()

como em termos práticos a tensão na carga pode ser assumida igual a tensão nominal, a
equação (35) pode ser simplificada para:

()

ou:
()

Substituindo a equação (37) na equação (34), obtemos:

()

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Tarifação

rescrevendo a equação (38), encontramos:

()

onde:
 - rendimento
Pnom - potência nominal do transformador de potência
cos - fator de potência da carga
fC - fator de carga
Pn - perdas no núcleo com tensão e freqüência nominal
Pc - perdas no cobre com corrente nominal

Observando a equação (39) verifica-se que o rendimento de um transformador de


potência em um sistema elétrico depende do fator de carga e do fator de potência da carga.

2.7.1. VARIAÇÃO DO RENDIMENTO COM O FATOR DE POTÊNCIA DA CARGA

Assumindo que o fator de carga seja um parâmetro constante, a equação (39)


pode ser reorganizada de forma a permitir a identificação da relação matemática que expressa
esta variação:

()

Rearrumando os termos da equação (40), é possível escrever que:

25
Tarifação

()

fazendo na equação (41):  = y , cos = x e ,

obtemos:

()

A equação (42) mostra que a curva que relaciona, o rendimento de um


transformador pelo fator de potência para uma dada carga é uma hipérbole equilátera com
centro deslocado da origem para o ponto (-K,1).
A Figura 7 mostra a curva que relaciona o R ENDIMENTO X FATOR DE POTÊNCIA

DA CARGA para um transformador de potência com os seguintes dados nominais: 300 KVA,
13.800V/380V , 5%, perdas totais de 4,48 KW, perdas no ferro de 1,12 KW operando a carga
nominal com fator de potência variável.

2.7.2. VARIAÇÃO DO RENDIMENTO COM A CARGA

Figura 7 - Curva Rendimento X Fator de Potência para um transformador de potência

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Tarifação

A variação do rendimento de um transformador de potência com a carga pode ser


analisada a partir da equação (34) utilizando o fator de carga definido na equação (36) e
assumindo o fator de potência da carga constante.
Inicialmente, vamos identificar o valor do rendimento máximo, assumindo o fator
de potência constante e diferenciando a equação (34) em relação ao fator de carga, obtemos:

()

()

acarretando,
()

e assim a carga que corresponde ao rendimento máximo pode ser obtida pela seguinte
equação:

()

Analisando as equações (45) e (46) pode-se concluir que:

 O rendimento máximo ocorre para quando a carga é tal que as perdas no cobre
forem iguais as perdas no núcleo mais as perdas suplementares.
 Como as perdas no núcleo incluindo as perdas suplementares 1,2.P n é
usualmente significativamente menor que as perdas no cobre P c na corrente
nominal, o valor de carga que conduz ao rendimento máximo é usualmente na
faixa de 30 à 70% da carga nominal.
 É importante destacar que acima do carregamento máximo a variação do
rendimento em relação ao máximo não é usualmente tão significativa.

A Tabela 2 apresenta valores de rendimento máximo e fator de carga associado


para transformadores de 15 KVA a 5000 KVA, assumindo valores de perdas limites

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Tarifação

definidas pela NBR-5440. Verificamos que para todas os casos de transformadores


apresentados na Tabela 2 o carregamento no qual ocorre o rendimento máximo foi sempre
menor que 52%, comprovando os comentários anteriormente apresentados.
A Error: Reference source not found mostra o gráfico do RENDIMENTO X FATOR
DE CARGA para o transformador de 300 KVA, 13800V/380V, impedância de 5%, perdas no
cobre de 4.48 KW e perdas no ferro de 1.12 KW, operando com fator de potência de 0.92 e
fator de carga variável.

Tabela 2 - Carregamento para rendimento máximo de transformadores de potência de


classe de tensão 15 KV

Fator de Carga
Potência Nominal Perdas no Perdas no Perdas Rendimento
(Rendimento
(KVA) ferro (W) cobre (W) Totais (W) Máximo
Máximo)
15 120 460 580 0.9597 0.511
30 200 770 970 0.9660 0.510

45 260 1040 1300 0.9696 0.500


112.5 520 2070 2590 0.9756 0.501

150 640 2550 3190 0.9774 0.501

225 900 3600 4500 0.9787 0.500


300 1120 4480 5600 0.9801 0.500

500 1350 6700 8050 0.9828 0.449


750 1500 13500 15000 0.9787 0.333

1000 1900 16500 18400 0.9804 0.339


1500 2500 25000 27500 0.9805 0.316

2000 3900 25100 29000 0.9845 0.394


3000 4900 31700 36600 0.9869 0.393

5000 5300 35450 40750 0.9912 0.387

28
Tarifação

Transformador 300 KVA, 13800V/380V , 5%

1.00
0.90
0.80
0.70
Rendimento

0.60
0.50
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
0.00

0.10
0.15

0.25

0.60

0.70
0.75

0.85

1.00
0.05

0.20

0.30
0.35

0.40

0.45

0.50
0.55

0.65

0.80

0.90
0.95
Fator de Carga

Figura 8 - Curva do rendimento x fator de carga num transformador de 300 kVA

Para transformadores de potência de potência nominal acima de 5MVA, os


valores de perdas estão definidos nas especificações técnicas.
Como o carregamento ou o fator de carga que corresponde ao rendimento
máximo é difícil de ser visualizado na Error: Reference source not found, a Error: Reference
source not found mostra a vizinhança deste ponto numa escala conveniente.

Figura 9 Gráfico do rendimento X fator de carga para a vizinhança do rendimento


máximo

29
Tarifação

Observando a Error: Reference source not found verifica-se que embora o


rendimento máximo de um transformador de potência não ocorra próximo da potência
nominal, o rendimento para cargas bem abaixo do nominal é significativamente menor que
para cargas próximas da potência nominal. Portanto, quando a transformação trifásica é
realizada apenas por um transformador trifásico, a escolha do transformador deve atender as
seguintes orientações:

 Deve-se escolher o transformador para que a condição de carga de rendimento


máximo seja a condição que corresponda ao maior tempo de operação,
 Deve-se evitar operar transformadores com carregamento bem abaixo da
potência nominal,
 Se o transformador será empregado para uma instalação onde o fator de carga
será elevado todo o tempo, deve-se especificar o transformador de forma a que
o rendimento máximo ocorra o mais próximo possível da potência nominal,
 A escolha da potência nominal do transformador quando se conhece a curva de
carga de uma instalação não deve ser feita apenas a partir da demanda máxima.
É essencial que se determine a carga térmica equivalente de um
transformador. Por definição a carga térmica equivalente de um transformador
é o valor de potência constante em KVA aplicada ao transformador que produz
a mesma carga térmica da curva de carga real do transformador. Dada uma
curva de carga genérica como a apresentada na Figura 10 a carga equivalente
da transformação é obtida pela seguinte equação:

()

Caso a transformação deva ser feita a partir de um único transformador a potência


nominal do transformador deve no mínimo satisfazer a seguinte equação:

30
Tarifação

()

Figura 10 - Curva de Carga Genérica

Tem sido uma prática muito comum em sistemas elétricos escolher a


transformação trifásica de forma a que a demanda máxima da instalação fosse sempre menor
ou igual a potência nominal da transformação trifásica. Contudo, é conveniente destacar, que
um transformador pode suportar uma carga superior á sua nominal durante um dado intervalo
de tempo, sem que as temperaturas limites estabelecidas em norma sejam ultrapassadas Daí a
necessidade da escolha da potência nominal de uma transformação trifásica utilizando o
critério da carga equivalente, buscando uma transformação mais econômica, pois
transformadores super dimensionados provocam perdas maiores, quando comparados a
transformadores dimensionados a forma mais cuidadosa.
Para ilustrar o que foi explicado anteriormente destacamos algumas informações
da NBR-5416 - Aplicação de Carga em Transformadores de Potência, estabelecendo que:
 A temperatura máxima no topo do óleo para transformadores de potência é de
110o C,
 A temperatura máxima do ponto mais quente é de 150 o C para transformadores
de potência cuja elevação máxima de temperatura em relação a ambiente seja
de 55oC,
 A temperatura máxima do ponto mais quente é de 150 o C para transformadores
de potência cuja elevação máxima de temperatura em relação a ambiente seja
de 55oC,

31
Tarifação

 A carga máxima em regime normal é de 150%, para transformadores de


potência cuja elevação máxima de temperatura permitida em relação a
ambiente seja de 55o C,
 São admitidas cargas de emergência de até duas vezes a potência nominal,
observando que nestas condições podem existir outras limitações tais como:
expansão do líquido isolante, pressão no tanque, buchas ...
 A vida útil de um transformador está diretamente relacionada ao carregamento
que é submetido durante seu uso. Um transformador de potência é usualmente
construído para uma expectativa de vida de 30 anos, isto é, para uma perda de
vida útil anual média de 3,3%. Este fato não significa que um transformador
não possa operar após 30 anos, e sim que após este período, não existe
confiabilidade nesta operação.

2.8. PARALELISMO DE TRANSFORMADORES

Uma alternativa bastante viável para reduzir perdas numa transformação é conectar-se
transformadores de potência em paralelo. A ligação de transformadores em paralelo é
motivada principalmente pela necessidade de um sistema elétrico mais confiável ou de
ampliação deste sistema. Empregar transformadores em paralelo bem escolhidos tende a que
um sistema elétrico tenha uma transformação mais eficiente.
Uma maneira de se reduzir o consumo de energia em algumas instalações, é introduzir
ou retirar transformadores de um grupo em paralelo, reduzindo ao mínimo as perdas totais e,
consequentemente, buscando uma operação mais econômica.
Para que dois ou mais transformadores operem em paralelo, estes devem obedecer as
seguintes condições:
1. Mesma defasagem angular entre alta e baixa tensão;
2. Mesma relação de transformação;
3. Mesma impedância percentual e mesma relação X/R;

Sendo a primeira delas, condição necessária e suficiente para que os transformadores


operem em paralelo. Embora as condições [2] e [3] nào são condições necessárias e

32
Tarifação

suficientes, na busca de uma solução técnica mais econômica para uma dada transformação
trifásica, as três condições acima tornam-se condições necessárias e suficientes.
Transformadores operando em paralelo com impedâncias percentuais, relações de
transformação e relação X/R diferentes, darão origem a uma corrente de circulação nos
enrolamentos. Esta corrente surgirá devido a diferença de tensão no secundário dos
transformadores e fará com que a potência fornecida pelos dois transformadores seja menor
que a soma das potências individuais dos mesmos, conduzindo assim a uma solução técnica
não recomendável do ponto de vista de consumo de energia.
Transformadores operando em paralelo com impedâncias percentuais que não forem
iguais ou próximas, fará com que o transformador de menor impedância receba uma carga
relativa superior a carga do transformador de maior impedância.

2.9. REDUÇÃO DE PERDAS PELA DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS ENTRE

TRANSFORMADORES

Quando a instalação dispõe de mais de um transformador, é possível obter uma redução


das perdas com uma adequada distribuição das cargas elétricas entre os transformadores, de
modo a evitar a operação de transformadores em pontos da curva Rendimento x Fator de
Carga de baixo rendimento.
Como exemplo, considere uma instalação com dois transformadores idênticos, com
uma distribuição de carga tal que um deles opera em plena carga e o outro opera com 50% de
sua capacidade. Nestas condições, as perdas nos enrolamentos dos dois transformadores são:
()

()

()

()

33
Tarifação

Ao colocarmos estes transformadores em paralelo, as cargas serão redistribuídas de


forma que cada um deles passará a operar com 75% de sua potência nominal, e as perdas
globais serão:
()

()

()

Ou seja, a redistribuição das cargas, neste caso, entre os dois transformadores propicia
uma redução de 10% nas perdas globais nos enrolamentos dos dois transformadores.

2.10.CONCLUSÕES

Para um sistema elétrico que ainda vai entrar em operação, o conhecimento da curva de
carga de instalações similares durante a fase de projeto é uma informação muito útil. Em
instalações nas quais se tem conhecimento da curva de carga, deve-se determinar a carga
equivalente, com mostrado na equação (47), e a partir daí, definir a quantidade de
transformadores e a potência da transformação utilizando a equação (48) e as recomendações
apresentadas na seção 6.
Infelizmente na grande maioria dos casos, a curva de carga ou mesmo a curva de carga
de uma instalação similar não está disponível, consequentemente o dimensionamento da
transformação pode ser obtido unicamente a partir do total de potência cada grupo de
consumo, levando-se em consideração seus respectivos fatores de diversidade.
Quando se tem várias ofertas para a aquisição de um ou mais transformadores, deve-se
analisar, além dos aspectos técnicos, os custos relacionados a sua operação, principalmente as
perdas. Uma maneira bastante usada para fazer a análise da compra de um transformador é
através da seguinte equação:

34
Tarifação

()

onde:
C- custo final do transformador
Top - tempo de operação do equipamento
TKWh - tarifa de consumo de energia elétrica
Paq - preço de aquisição do transformador
Tam - taxa de amortização do capital investido na amortização
fc - fator de carga onde o sistema irá operar
Pn - perda no núcleo, KW
Pc - perdas no cobre, KW
Para um sistema elétrico em operação já existente, algumas medidas devem ser tomadas
para que se tenha uma transformação mais econômica:
 Fazer com que o fator de potência das cargas a serem alimentadas sejam o maior
tecnicamente possível;
 Fazer com que se evite operar transformadores com a carga bastante baixa em
relação a potência nominal;
 Não deixar transformadores em vazio em operação quando as cargas não estiverem
em operação, o que implica em perdas desnecessárias;
 Quando existirem diversos transformadores para alimentar a mesma instalação, seria
mais econômico ajustar a carga em funcionamento, alternando o uso dos
transformadores quando cabível. Assim seriam limitadas as perdas em vazio no
período de baixa carga, ou em quando a indústria não esteja funcionando;
 Em algumas instalações é conveniente analisar a aplicação de um transformador de
menor porte, exclusivo para alimentação da iluminação e de cargas essenciais. Este
transformador permitirá a execução dos serviços de limpeza e vigilância nos horários
em que a empresa não esteja funcionando com todo seu efetivo evitando que o
transformador principal opere quase que em vazio durante esses períodos.

Os acentuados níveis de crescimento do consumo de energia no Nordeste acompanhado


pelo esgotamento dos aproveitamentos hidrelétricos na região e pelos elevados níveis de
investimentos necessários para a geração de novas centrais de geração, vem acarretando
medidas urgentes no sentido de combater o desperdício de energia na região.

35
Tarifação

Análises criteriosas vem sendo realizadas na operação dos sistemas elétricos com a
intenção de minimizar perdas, preocupando-se em eliminar os desperdícios e empregar novas
tecnologias com finalidade de reduzir o consumo de energia.
Entre as novas tecnologias empregadas em transformadores de potência estão as ligas
amorfas empregadas na fabricação de núcleos magnéticos, que reduzem as perdas em vazio
de 60% a 80%. A referência [4] estima que caso todos os transformadores de distribuição, de
um país como os Estados Unidos, tivessem seus núcleos em ligas amorfas, ao invés de aço-
silício de grão orientado, 60 bilhões de kWh anuais de energia elétrica seria economizado.
Como na quase totalidade dos sistemas elétricos em operação, os transformadores de
potência estão presentes, as recomendações e orientações deste trabalho serão essenciais para
combater o desperdício de energia nos sistemas elétricos.

2.11. BIBLIOGRAFIA

[1] Mamede, J. F. - Manual de Equipamentos Elétricos, Volume 2, 1995


[2] Oliveira , J. C. - Transformadores Teoria e Ensaios, Editora Edgard Blucher,
1983
[3] Fitzgerald, A. E. , Kinsgley J. R. - Máquinas Elétricas, Mc Graw Hill do
Brasil, 1975
[4] Revista Eletricidade Moderna - março/96
[5] Manual de Instalação e Manutenção de Transformadores - WEG, 1991
[6] Coletânea de Normas - Transformadores de Potência - ABNT , 1982
[7] Beeman, G. - Industrial Power System Handbook - Mc Graw Hill, 1972
[8] Kosow, Irving - Máquinas Elétricas e Transformadores - Editora Globo , 1982
[9] Kostenko, M. - Máquinas Elétricas - Lopes da Silva Editora , 1979

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