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Revisão para prova de Sistema elétrico de potência - SEP

1. Proteção do Sistema elétrico de potência


A falha mais comum em qualquer sistema de potência é o curto-circuito, que dá
origem a corrente elevadas circulando em todos os elementos energizados,
tendo como resultado severo distúrbios de tensão ao longo de todo sistema
elétrico, ocasionando, muita das vezes, danos irreparáveis ao sistema e
instalações das unidades consumidoras.
Além do curto-circuito, a sobrecarga é outro fator de anormalidade nos sistemas
de potência que pode originar danos materiais significativos. Além desses,
existem outros dois fenômenos, não menos severos, que podem ocorrer nos
sistemas elétricos: as sub e sobretensões com diferentes origens, de descargas
atmosféricas e manobras, entre outras. Algumas vezes estão associadas aos
curtos-circuitos.
Função do sistema de proteção:
A principal função de um sistema de proteção é assegurar a desconexão de todo
sistema elétrico submetido a qualquer anormalidade que o faça operar fora dos
limites previstos ou de parte dele. Em segundo lugar, o sistema de proteção tem
a função de fornecer as informações necessárias aos responsáveis por sua
operação, de modo a facilitar a identificação dos defeitos e a sua consequente
recuperação. De modo geral, a proteção de um sistema de potência é projetada
tomando como base os fusíveis e os relés incorporados necessariamente a um
disjuntor, que é, na essência, a parte mecânica responsável pela desconexão do
circuito afetado com a fonte supridora.
2. Disjuntores de alta tensão
Os disjuntores são equipamentos destinados à interrupção e ao
restabelecimento das correntes elétricas num determinado ponto do circuito.
Instalação e forma de atuação:
Os disjuntores sempre devem ser instalados acompanhados da aplicação dos
relés respectivos, que são os elementos responsáveis pela detecção das
correntes, tensões, potência, etc. do circuito que, após analisadas por sensores
previamente ajustados, podem enviar ou não a ordem de comando para a sua
abertura. Um disjuntor instalado sem os relés correspondentes transforma-se
apenas numa excelente chave de manobra, sem qualquer característica de
proteção.
Função do disjuntor:
A função principal de um disjuntor é interromper as correntes de defeito de um
determinado circuito durante o menor espaço de tempo possível. Porém, os
disjuntores são também solicitados a interromper correntes de circuitos
operando a plena carga e a vazio, e a energizar os mesmos circuitos em
condições de operação normal ou em falta.
Interrupção no Ar sob Condição de Pressão Atmosférica:
Esse tipo de interrupção é característico de seccionadores tripolares que
operaram em carga e de disjuntores de baixa tensão. Para se realizar uma
interrupção no ar sob condições de pressão atmosférica podem ser empregados
recursos adicionais que facilitam com grande eficiência a extinção do arco.
Interrupção no Óleo:
Esse processo consiste na abertura dos contatos do interruptor no interior de um
recipiente que contém determinada quantidade de óleo mineral.
Esse processo consiste na abertura dos contatos do interruptor no interior de um
recipiente que contém determinada quantidade de óleo mineral. Quando na
separação dos contatos, há a formação de um arco entre eles, logo circundado
pelo óleo existente na região dos polos. Como o arco elétrico apresenta uma
temperatura excessivamente elevada, as primeiras camadas de óleo que tocam
o arco são decompostas e gaseficadas, resultando na liberação de certa
quantidade de gases, compostos na sua maioria por hidrogênio, associado a
uma percentagem de acetileno e metano. A tendência dos gases é elevar-se
para a superfície do óleo; nessa trajetória leva consigo o próprio arco, que se
alonga e resfria ainda nas imediações dos contatos, extinguindo-se, em geral,
logo na primeira passagem da corrente pelo zero natural. O hidrogênio, por
apresentar uma condutividade térmica muito elevada, favorece o resfriamento
do arco, retirando-lhe calor. No entanto, quando a corrente a ser interrompida é
muito grande para a capacidade nominal do disjuntor, o arco se forma de maneira
intensa, fazendo com que o mecanismo de abertura do disjuntor, associado aos
efeitos de resfriamento e alongamento do arco, não seja suficiente para extingui-
lo, ocasionando a explosão do equipamento.
Disjuntor a óleo:
Nos sistemas de média tensão e para aplicação geral em subestações
consumidoras de pequeno e médio porte, os disjuntores a óleo têm uma forte
presença no mercado, devido a seu custo reduzido, robustez construtiva,
simplicidade operativa e reduzidas exigências de manutenção, dadas as
características de operação desses sistemas. No entanto, vem perdendo
mercado para o seu principal concorrente que é o disjuntor a vácuo. Os
disjuntores a óleo podem ser fabricados de acordo com duas diferentes técnicas
de interrupção, ou seja, os disjuntores a grande volume de óleo (GVO) e os
disjuntores a pequeno volume de óleo (PVO).
Disjuntores a grande volume de óleo (GVO):
Os disjuntores a grande volume de óleo de média tensão são, em grande parte,
construídos para serem utilizados com relés eletromecânicos ou eletrônicos de
ação direta, instalados em suas buchas de alimentação. Para isso, são providos
de hastes de fenolite fixadas, na parte superior, aos dispositivos de acionamento
dos relés eletromecânicos e, na parte inferior, a um sistema de bielas que
transmite o movimento à caixa de comando que atua sobre o eixo de
acionamento, operando o disjuntor.
A tecnologia dos disjuntores GVO está ultrapassada, apesar de sua elevada
capacidade de ruptura e ótimo desempenho. Por não conseguir competir no
mercado nacional com os disjuntores a pequeno volume de óleo e com os
disjuntores a vácuo praticamente desapareceu do mercado.
Disjuntores a pequeno volume de óleo (PVO):
Os polos que contêm a câmara de extinção, os contatos fixos e móveis de
abertura/fechamento e o líquido de extinção do arco são os principais elementos
do disjuntor.
Os contatos fixos e móvel são a parte do disjuntor de maior desgaste. Sua vida
útil está diretamente ligada ao número de interrupções alcançadas pelo disjuntor
e ao valor da corrente interrompida. O contato móvel é constituído de uma haste
cilíndrica oca de cobre, dotada de uma ponta resistente às altas temperaturas
resultantes do arco elétrico, que podem atingir cerca de 10.000°C, em média.
Disjuntores a sopro magnético
São assim denominados os disjuntores que utilizam o princípio da força
eletromagnética para conduzir o arco elétrico a uma câmara de extinção, onde o
arco é dividido, desionizado, resfriado e finalmente extinto. Esse tipo de disjuntor
é muito utilizado para interrupção em sistemas de corrente contínua. Também
encontra larga aplicação nos sistemas de corrente alternada, é constituído das
seguintes partes principais: Câmara de extinção. Mecanismo de operação.
Sopradores. Invólucro metálico.
Aplicação do disjuntor sopro magnético:
Os disjuntores a sopro magnético estão sujeitos a uma operação desfavorável
quando a corrente a ser interrompida é de pequeno valor, cerca de 150 A ou
menor. Nesta condição, o campo magnético, impulsionador do arco para o
interior da câmara, é muito fraco devido ao baixo valor da corrente elétrica, e o
arco é conduzido pelo efeito do sistema pneumático. Dessa forma, o tempo de
exposição do arco é muito longo, ocasionando um aquecimento exagerado na
câmara de extinção. Esses disjuntores não devem ser utilizados em locais
sujeitos a umidade elevada, salinização, poeira ou partículas em suspensão em
quantidades anormais. Sua condição de operação normal é para temperatura
ambiente entre 30 e 40°Cem altitudes não superiores a 1.000 m. Esses
disjuntores são fabricados para operar em sistemas de média tensão até o valor
de 24 kV, montados em cubículos metálicos.
Disjuntores a vácuo:
Disjuntores a vácuo são os que utilizam a câmara de vácuo como elemento de
extinção do arco. São constituídos de três polos individualmente instalados
através de isoladores suporte em epóxi na caixa de manobra, dotada de todos
os mecanismos destinados à operação do equipamento. Cada polo é constituído
de uma câmara a vácuo, apoiada em suas extremidades por isoladores
cerâmicos, que ocupam a parte central do polo. Os contatos fixos e móveis são
montados no interior da câmara a vácuo.
Aplicação do disjuntor a vácuo:
A vida útil dos contatos de um disjuntor a vácuo é muito longa, sendo indicado
para instalações que requeiram um grande número de manobras. Por não
possuírem meio extintor líquido (óleo) e nem gasoso (SF6) são também
indicados para atuarem em redes elétricas que necessitam de religamento.
Assim, os disjuntores a vácuo são especialmente utilizados em instalações em
que a frequência de manobra é intensa, não sendo aconselhável o uso de
disjuntores a óleo nesses casos. Para exemplificar, o seu uso é bastante
acentuado no circuito de transformadores de fornos a arco em virtude da grande
frequência de manobras, que pode chegar a mais de 300 operações mensais na
corrente nominal.
Os disjuntores a vácuo podem permanecer até 10 anos em operação sem
nenhuma necessidade de inspeção.
Disjuntores a SF6
Há disjuntores que utilizam o gás hexafluoreto de enxofre como meio de
interrupção de corrente. Foram desenvolvidas várias técnicas para a interrupção
de correntes elétricas utilizando-se o SF6.
Os disjuntores a gás SF6, dependendo do fabricante e do tipo de acionamento,
podem ser equipados com um conjunto autônomo de alimentação pneumática
dotado de um compressor a seco, requerendo pouca manutenção. Para grandes
instalações a alimentação através de uma central de ar comprimido apresenta-
se como uma solução mais econômica, com alta disponibilidade.
Disjuntores a ar comprimido
São disjuntores que utilizam o ar sob alta pressão para resfriar e extinguir o arco
elétrico. Possuem um vaso que contém ar sob pressão, de cerca de 200 kg/cm2
e que apresenta uma comunicação com a câmara de extinção que contém os
contatos fixo e móvel e uma determinada quantidade de ar comprimido sob
pressão aproximada de 20 kg/cm2.
Aplicação do disjuntor a ar comprimido:
O ar utilizado nesses disjuntores deve ser praticamente puro e com total
ausência de umidade. Para isso são utilizados filtros e desumidificadores. O ar
comprimido também é empregado na movimentação do sistema mecânico de
acionamento do próprio disjuntor. Os disjuntores de ar comprimido são utilizados
somente em subestações com tensões iguais ou superiores a 230 kV. Podem
ser dotados individualmente de um sistema de alimentação e compressão de ar,
no caso de subestações de pequeno porte. Em subestações de grande porte,
utiliza-se, em geral, uma central de ar comprimido, que abastece todos os
disjuntores, tanto para o sistema de extinção do arco como para o mecanismo
de acionamento. São instalações de custo mais elevado, mas que são
economicamente mais vantajosos quando comparado com o emprego individual
de cada unidade disjuntora portadora de um compressor para gerar o meio
extintor do arco elétrico.
3. Chave fusível
Chave fusível é um equipamento destinado à proteção de sobrecorrentes de
circuitos primários, utilizado em redes aéreas de distribuição urbana e rural e em
pequenas subestações de consumidor e de concessionária. É dotada de um
elemento fusível que responde pelas características básicas de sua operação.
As chaves fusíveis são equipamentos adequados para abertura do circuito sem
carga. No caso da proteção de transformadores individuais é permitida a
abertura dos seus terminais primários, circulando apenas a corrente de
magnetização. Mesmo assim, verifica-se a existência de arco durante a
operação da chave cuja magnitude depende da velocidade da manobra que o
operador imprime na vara de manobra. No entanto, existem chaves fusíveis que
permitem a abertura do circuito circulando corrente no valor da corrente nominal
da chave, sem necessidade de ferramenta especial. Em condições normais de
operação, o circuito é interrompido pela queima do fusível sem a participação da
câmara de extinção, tal como ocorre com as chaves fusíveis convencionais.
No pedido de compra de uma chave fusível indicadora unipolar devem constar,
no mínimo, os seguintes dados:
• Corrente nominal, em A.
• Tensão nominal, em kV.
• Capacidade de interrupção simétrica, em kA.
• Capacidade de interrupção assimétrica, em kA.
• Tensão suportável de impulso (TSI), em kV.
• Distância de escoamento.

4. Elo fusível
É um elemento metálico no qual é inserida uma parte sensível a correntes
elétricas elevadas, fundindose e rompendo num intervalo de tempo
inversamente proporcional à grandeza da referida corrente. Como já se
comentou anteriormente, o elo fusível é utilizado no interior do cartucho ou porta-
fusível, preso nas suas extremidades.
Os elos fusíveis são caracterizados pelas curvas de atuação tempo × corrente
que permitem classificá-los em vários tipos.
Elo fusível do tipo H:
É utilizado na proteção primária de transformador de distribuição e fabricado para
correntes de até 5 A. São considerados elos fusíveis de alto surto, isto é,
apresentam um tempo de atuação lento para altas correntes.
Elo fusível do tipo K:
É largamente utilizado na proteção de redes aéreas de distribuição urbanas e
rurais. Esses elos fusíveis são considerados fusíveis de atuação rápida e têm
família de curva tempo × corrente.
Elo fusível tipo T:
Estes elos são considerados fusíveis de atuação lenta. Sua aplicação principal
é na proteção de ramais primários de redes aéreas de distribuição. Para que se
possa utilizar com boa técnica os elos fusíveis nas redes de distribuição aéreas,
deve se proceder à coordenação de vários elementos instalados ao longo dos
alimentadores.
A regra geral seguida por norma indica que o tempo máximo total de interrupção
do elo protetor não deve exceder 75% do tempo mínimo de fusão do elo
protegido. Essa regra deixa uma margem de segurança que compensa alguns
fatores oscilantes, tais como a variação diária de temperatura do ambiente,
preaquecimento pela corrente de carga etc.

Tabela para seleção dos elos fusíveis


O que saber para dimensionar o elo fusível:

A corrente nominal do elo fusível deve obedecer às Equações:

𝐼𝑛𝑒 ≥ 1,5 𝑥 𝐼𝑚𝑐


Onde
Ine – Corrente nominal do elo do fusível;
Imc – Corrente máxima do alimentador;
𝐼𝑓𝑡
𝐼𝑛𝑒 ≤
4
Onde;
Ift – Corrente de curto circuito fase e terra.

Para calcular a corrente no sistema trifásico, necessário conhecer a


seguinte fórmula:
𝑃
𝐼=
𝑉 𝑥√3𝑥𝐶𝑜𝑠𝜑
Onde;
I – Corrente elétrica
V – Tensão elétrica
𝐶𝑜𝑠𝜑 – Fator de potência

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