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fontes-chaveadas-art1448
Neste artigo de nosso livro Fontes de Alimentação, vamos tratar dessas fontes,
mostrando quais são suas vantagens e onde são utilizadas. Também teremos alguns
projetos práticos.
Para que o leitor entenda melhor seu funcionamento, iniciaremos com uma breve
revisão do funcionamento das fontes lineares para que elas possam ser comparadas com
as fontes digitais.
FONTES LINEARES
Os aparelhos mais antigos como televisores e outros utilizavam fontes do tipo linear.
Nestas fontes, cujo circuito básico é mostrado na figura 1 temos uma etapa retificadora,
de filtragem e um circuito regulador linear que se comporta como um resistor variável
ou reostato.
Desta forma, a tensão no circuito de carga pode ser mantida com boa precisão.
Se bem que este tipo de circuito funcione bem e ainda seja usado em muitas aplicações
práticas, ele possui algumas limitações importantes.
Isso significa que o transistor regulador estará sempre sendo percorrido por uma
corrente intensa e submetido a uma tensão que varia, dissipando assim muita potência
na forma de calor.
O rendimento deste tipo de regulador é portanto baixo, com perdas que podem se tornar
grandes em circuitos que exigem altas correntes.
O próprio uso de grandes dissipadores de calor traz ainda outro problema adicional: o
circuito deve ocupar muito espaço e ser bem ventilado.
Nele temos um transistor que funciona como uma chave controlando a tensão aplicada
no circuito de carga.
Este circuito é ligado a um oscilador que gera um sinal retangular mas cuja largura do
pulso pode ser controlada por um circuito sensor.
Se a tensão na carga cair, por um aumento de consumo, por exemplo, isso é percebido
pelo circuito sensor que atuando sobre o oscilador faz com que seu ciclo ativo aumente.
Podemos, portanto, controlar a tensão carga variando a largura do pulso que comanda o
transistor comutador.
A mais importante é que o transistor que controla a corrente na carga funciona como
uma chave e portando ou está desligado (corrente nula) ou está ligado (corrente
máxima).
Ocorre que, quando o transistor está desligado a corrente sendo nula não há dissipação
de calor e quando ele está ligado sua resistência é mínima, quase zero, e da mesma
forma, não há dissipação de calor.
No entanto, isso não ocorre na prática: além de não ter uma resistência nula ao conduzir,
o transistor demora certo tempo para comutar com um comportamento que é dado pela
forma de onda da figura 4.
Figura 4 – Momentos em que a dissipação de calor é maior
Temos então que durante o tempo em que a corrente demora para ir de zero até o
máximo e vice-versa, o transistor passa por um estado "intermediário" em que energia é
transformada em calor.
Isso significa que mesmo as fontes comutadas geram calor, mas ele é muitas vezes
menor que as fontes comuns lineares.
Estas fontes se caracterizam pelo seu alto rendimento, não necessitando de grandes
dissipadores de calor e podendo fornecer toda energia que os circuitos de um monitor
precisam para o funcionamento normal.
Como Funcionam
Para que o leitor entenda seu princípio de funcionamento, vamos analisar um circuito
prático, inicialmente dado em blocos na figura 5.
Figura 5 – Diagrama de blocos para análise do funcionamento
Esses blocos correspondem a uma fonte comum, com os mínimos elementos. Fontes
mais sofisticadas com blocos adicionais podem ser encontradas na prática.
O filtro é importante porque uma fonte chaveada ou comutada, como também é camada,
produz variações de corrente muito grandes quando em funcionamento.
Mesmo as fontes que devem fornecer baixas tensões de saída, como as usadas em
computadores, videocassetes, monitores, etc., não usam transformadores, retificando
diretamente os 110 V ou 220 V da rede de energia.
Esse é um ponto importante a ser considerado, pois este setor dessas fontes apresenta
perigo potencial de choque se for tocado.
Na figura 8 temos uma configuração típica de circuito usado com esta finalidade.
Figura 8 – Configuração básica de fonte
Observe que, como o ciclo ativo do sinal que esse circuito produz deve variar em função
da tensão de saída, mantendo-a constante, existe uma entrada para sensoriamento, que
veremos mais adiante como funciona.
O sinal obtido neste circuito oscilador serve para chavear uma etapa de potência que
funciona normalmente com transistores de alta potência, tanto bipolares como de efeito
de campo, conforme mostra a figura 9.
Esse SCR, ligado numa configuração conforme mostra a figura 10, chaveia a tensão
contínua de um capacitor que se carrega, numa velocidade que pode ser alterada por um
sinal de sensoriamento.
Normalmente os secundários podem ser elaborados com fios muito grossos, fornecendo
correntes de dezenas de ampères, como no caso das fontes de computadores.
Na figura 11 temos uma configuração típica para os secundários de uma fonte chaveada
de duas tensões.
Essa regulagem é feita por um bloco sensor que pode ter as mais diversas
configurações.
O modo mais simples de se fazer a regulagem consiste em se derivar essa tensão para o
circuito oscilador diretamente, usando para essa finalidade um transistor, conforme
mostra a figura 12.
Figura 12 – Circuito regulador de tensão direto
As variações da tensão de saída são “sentidas” pelo CI que as corrige mudando o ciclo
ativo do sinal gerado.
No entanto, existem casos em que o isolamento da saída deve ser total, caso em que não
deve haver uma conexão entre o circuito sensor dessa saída e o oscilador, diretamente
ligado à rede de energia.
Para essa finalidade, a solução mais adotada é a que faz uso de um acoplador óptico,
conforme mostra a figura 13.
Figura 13 – Controle de tensão usando acoplador óptico
Variações em torno desta configuração existem, mas como regra geral, os blocos
funcionais são os mesmos.