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467/2017, já
era lícita a terceirização de toda e qualquer atividade da
empresa, seja ela atividade-meio ou fim
dizerodireito.com.br/2018/10/mesmo-antes-das-leis-134292017-e.html
Terceirização
Desse modo, terceirizar significa transferir uma ou mais atividades da empresa para que
sejam realizados por outra empresa.
Pessoas envolvidas
a) trabalhador terceirizado;
c) empresa contratante.
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Regulamentação
Até 2017, não havia uma regulamentação muito clara em lei tratado sobre a terceirização.
Diante disso, o TST editou a Súmula nº 331 do TST estabelecendo requisitos para que a
terceirização fosse considerada legítima.
• Lei nº 13.467/2017: a chamada Reforma Trabalhista e que também tratou sobre alguns
pontos de terceirização.
Como disse acima, antes de 2017, não havia uma lei que dispusesse de forma detalhada a
respeito da terceirização.
Assim, o TST editou uma súmula na qual afirmou que as empresas poderiam fazer a
terceirização apenas de suas atividades-meio, mas não de atividades-fim
(excepcionalmente, as empresas poderia fazer a terceirização de atividades-fim, desde
que fosse para trabalho temporário).
Ex: uma escola particular poderia terceirizar o serviço de vigilância armada. Logo, a escola
poderia contratar uma empresa para fornecer vigilantes que iriam cuidar da segurança do
colégio. Tais vigilantes iriam trabalhar na escola, mas não seriam funcionários dela e sim
da empresa prestadora do serviço (intermediadora).
Isso estava previsto nos itens I e III da Súmula 331 do TST. Veja:
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços
especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
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IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde
que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.
Lei nº 13.429/2017
Lei nº 13.467/2017
Em julho de 2017, foi editada a Lei nº 13.467/2017, a chamada Reforma Trabalhista, que
também tratou sobre alguns pontos da terceirização que ainda precisavam ser
esclarecidos.
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Desse modo, não há mais qualquer dúvida de que com essa Lei passou a ser permitida a
terceirização de atividades-fim da empresa, de forma que a Lei teve como objetivo
superar o entendimento jurisprudencial da Súmula 331 do TST.
STF. Plenário. ADPF 324/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29 e 30/8/2018 (Info
913).
STF. Plenário. RE 958252/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29 e 30/8/2018 (repercussão
geral) (Info 913).
O Ministro Roberto Barroso advertiu que, no contexto atual, é inevitável que o Direito do
Trabalho passe, nos países de economia aberta, por transformações.
Em suma:
O STF decidiu que, mesmo antes das mencionadas Leis, já era LÍCITA a terceirização de
toda e qualquer atividade, meio ou fim, de forma que não se configura relação de
emprego entre a contratante e o empregado da contratada. Porém, na terceirização,
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compete à contratante verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada e
responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas trabalhistas, bem como
por obrigações previdenciárias.
O que acontece, no entanto, se o trabalhador terceirizado não for pago pela empresa
prestadora dos serviços? Neste caso, a empresa contratante poderá, de alguma forma, ser
chamada a responder?
Esse era o entendimento do TST (item IV da Súmula 331) e foi também a solução adotada
pelo legislador:
Lei nº 6.019/74
Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de
prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua
atividade principal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
(...)
Desse modo, o entendimento exposto nos itens IV e VI da Súmula 331 do TST continua
válido porque agora foi incorporado pelas Leis nº 13.429/2017 e 13.467/2017.
Vale ressaltar que o entendimento do TST de que não era permitida, como regra, a
terceirização de atividades-fim (itens I e III da Súmula 331) existe há muitos anos e vários
processos foram julgados com base nele.
Por essa razão, a decisão proferida pelo STF dizendo que essa parte da Súmula 331 do
TST é inconstitucional não afeta os processos em relação aos quais tenha havido coisa
julgada.
Em outras palavras, se algum processo trabalhista aplicando esses itens da súmula 331
do TST já transitou em julgado, não será possível a sua alteração agora com base no
julgado do STF.
Enunciado 331
Conforme já explicado, o enunciado 331 do TST (na parte que proíbe a terceirização de
atividades-fim) foi considerado inconstitucional por violar os princípios da livre iniciativa e
da liberdade contratual.
Desse modo, o STF ainda terá que definir, de forma mais precisa, os limites da
terceirização no serviço público tendo em vista que, no âmbito da Administração Pública,
a regra é no sentido de que as contratações deverão ocorrer por meio de concurso
público (art. 37, II, da CF/88).
Sobre o tema, vale destacar que o Presidente da República recentemente editou o Decreto
nº 9.507/2018, que dispõe sobre a execução indireta, mediante contratação, de serviços
da administração pública federal (terceirização na administração pública federal).
Esse Decreto prevê que não serão objeto de execução indireta na administração pública
federal direta, autárquica e fundacional, os serviços:
O STF, contudo, conforme já dito, será chamado a fixar limites mais claros considerando a
regra do concurso público.
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