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20/02/2020

Bioquímica de proteínas
Prof. Dr. Adilson de Oliveira

• Aula baseada
no livro do Lehninger
(Nelson e Cox)

• Capítulo 5

• A Célula
– Capitulo 11

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Contextualização histórica
Entre os objetos de estudo dos cientistas no início do século
XIX (...) Estava:

Albúmen – clara de ovo [albus = branco];


Tinha átomos de C, H, N, O e S;
Tinha estranha propriedade de coagular ao ser submetido
a aquecimento;

Contextualização histórica

Estudos mais tarde acabaram por


concluir que essas substâncias estão
presentes em todos os seres vivos.

Em 1838, Gerardus Mulder chama


essas substâncias de PROTEÍNAS [do
grego Proteios = primeiro, primitivo].

Imagem: Amamentando uma criança / Fotografia: Ken


Hammond / Source: USDA / Public Domain

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Qual a importância das proteínas?

 São fundamentais para qualquer ser

Virus influenza / United States


Imagem: Autor desconhecido /
vivo [e até vírus].
 Toda manifestação genética é dada

Public Domain
por meio de proteínas.
 Grande parte dos processos
orgânicos são mediados por
proteínas [enzimas].

Disponibilizado por: Jacobolus / Public Domain


Imagem: PDB Database / Modelo molecular da
 Sem proteínas, não existiríamos e

enzima Helicobacter Pylori Urease /


nenhum outro ser vivo existiria.
 *Coacervatos (primeiros compostos
proteicos).

FUNÇÕES BIOLÓGICAS

•Estrutura da célula.

•Hormônios.

•Receptores de proteínas e hormônios.

•Transporte de metabólitos e ions.

•Atividade enzimática.

•Imunidade.

•Gliconeogenese no jejum e diabetes.

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COMPOSIÇÃO PROTEICA
Aminoácidos: os monômeros proteicos

• O que são monômeros?


São as unidades fundamentais dos polímeros.

• Proteínas são polímeros. Seus monômeros são chamados


de AMINOÁCIDOS.

Aminoácidos: os monômeros proteicos

 Um aminoácido é uma molécula orgânica formada por


átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

 Alguns aminoácidos também podem conter enxofre.

 Os aminoácidos são divididos em quatro partes: o grupo


amina (NH2), grupo ácido carboxílico (COOH), hidrogênio,
carbono alfa (todos os diferentes grupos se ligam a ele) e
um substituinte característico de cada aminoácido (radical).

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Aminoácidos: os monômeros proteicos

Imagem: YassineMrabet / Estrutura


geral de um aminoácido, em 12 de
agosto de 2007 / Public Domain

Esquema da estrutura química básica de um aminoácido

Nome Símbolo
Glicina Gly, Gli
Alanina Ala
Leucina Leu
Valina Val
Isoleucina Ile
Prolina Pro
Fenilalanina Phe ou Fen
Existem 20 tipos de Serina Ser
aminoácidos. Treonina Thr, The
Cisteina Cys, Cis
Tirosina Tyr, Tir
Observe na tabela ao lado: Asparagina Asn
Glutamina Gln
Aspartato ou Ácido aspártico Asp

Glutamato ou Ácido glutâmico Glu

Arginina Arg
Lisina Lys, Lis
Histidina His
Triptofano Trp, Tri
Metionina Met

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Aminoácidos: os monômeros proteicos


 Quanto à produção de aminoácidos no organismo, são
classificados em:

 Não essenciais ou naturais: são os aminoácidos produzidos


pelo organismo.
 Essenciais: são os aminoácidos que não são produzidos
pelo organismo. Eles são obtidos unicamente pela dieta
(alimentação).

Obs.: Precisamos de todos os aminoácidos para os processos de


produção de proteínas .

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Glicina Gly, Gli


Alanina Ala
Leucina Leu
Valina Val
Aminoácidos
Isoleucina Ile
essenciais
Prolina Pro
Fenilalanina Phe ou Fen
Serina Ser Aminoácidos não
Treonina Thr, The
essenciais ou
naturais
Cisteina Cys, Cis
Tirosina Tyr, Tir
Asparagina Asn
Glutamina Gln

Aspartato ou Ácido aspártico Asp

Glutamato ou Ácido
Glu
glutâmico
Arginina Arg
Lisina Lys, Lis
Histidina His
Triptofano Trp, Tri
Metionina Met

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Ligação peptídica
Ligação feita entre aminoácidos (aa) para formar peptídeos
(2 a 5 aa), polipeptídeos (+5 aa) e proteínas (+50 aa).
Aminoácido 1 Aminoácido 2

peptídica, em 12 de agosto de 2007 / Public Domain


Imagem: YassineMrabet / Formação da ligação
Ligação Péptica

Água
Duplo Peptídeo

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Estruturas das proteínas


Estrutura Primária
Dada pela sequência de aminoácidos e ligações peptídicas
da molécula. Forma um arranjo linear, semelhante a um
“colar de contas”.

Imagem: National Human Genome Research Institute / A estrutura primária da proteína é uma cadeia de aminoácidos / Source:
http://www.genome.gov/Pages/Hyperion//DIR/VIP/Glossary/Illustration/amino_acid.shtml / Public Domain

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Estruturas das proteínas


Estrutura Secundária
É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos
entre si na sequência primária da proteína. Ocorre graças à
possibilidade de rotação das ligações entre os carbonos
alfa dos aminoácidos e os seus grupos amina e carboxila.
Imagem: Vossman / Tripla Hélice do Colágeno / GNU Free
Imagem: National Institutes of Health / Proteína Alfa-
hélice / Disponibilizado por: G3pro / Public Domain

Documentation License

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Estruturas das proteínas


Estrutura Terciária
Resulta do enrolamento da hélice, sendo estabilizada por
pontes de hidrogênio e pontes dissulfeto. É literalmente um
dobramento da proteína, adquirindo uma estrutura
tridimensional.

Imagem: Rockpocket / Estrutura terciária de uma


proteína, em 26 de setembro de 2009 / Public
Domain
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Estruturas das proteínas


Estrutura Quaternária
Algumas proteínas podem ter duas ou mais cadeias
polipeptídicas em estrutura tridimensional.
estrutura quaternária de uma proteína, em 3 de fevereiro
de 2007 / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5
Imagem: Parutakupiu / Desenhando representando a

Generic

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Imagem: Parutakupiu / Desenhando representando a estrutura quaternária de uma proteína, em 3 de fevereiro de 2019 / Creative
Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic

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Desnaturação proteica
 A forma espacial das proteínas
pode ser afetada pela
temperatura, pH, polaridade,
salinidade, solventes, radiações,
etc.
 As proteínas perdem o arranjo
[desenrolam-se, perdem as
ligações].

 Ovo;
 Leite, coalhada, queijos;
Imagem: Ovo frito, em 22 de julho de 2009 /
 Sangue. Fotografia: cyclonebill / Source Vagtel-spejlæg /
Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic

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Desnaturação proteica

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Funções das proteínas


 Sem as proteínas, a vida na Terra não brotaria. Elas
desempenham diversas funções nos mais variados
ambientes vivos.

Catalítica: acelera as reações.


Ex.: amilase (hidrolisa o amido).

Transportadora: transporta diversos componentes.


Ex.: Lipoproteínas (transportam colesterol) e
hemoglobina (transporta O2) pelo sangue.

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Funções das proteínas


Reserva: guardam e contêm aminoácidos essenciais
para o desenvolvimento dos animais.
Ex.: caseína (leite de vaca) e albumina (ovos de aves).

Contração: promovem os movimentos de estruturas


celulares, músculos.
Ex.: actina e miosina.

Reguladora/ hormonal: atuam como mensageiras


químicas.
Ex.: insulina (“guarda a glicose”), adrenalina.

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Funções das proteínas


Estrutural: participam na composição de várias
estruturas do organismo, sustentando e promovendo
rigidez.
Ex.: colágeno, elastina.

Defesa e proteção: promovem a defesa do organismo


contra microrganismos e substâncias estranhas.
Ex.: imunoglobulinas (anticorpos).

Genética: atuam se envolvendo com os ácidos nucleicos


para dar conformação.
Ex.: nucleoproteínas.

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Enzimas

 São proteínas catalisadoras, ou seja, proteínas que


aumentam a velocidade das reações, sem sofrerem
alterações no processo global.

 Função:
Viabilizar a atividade das células, quebrando moléculas
ou juntando-as para formar novos compostos. (4)

Obs.: Nem todas as enzimas têm natureza proteica. Existe um


grupo de enzimas formado por RNA, chamadas de ribozimas.

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Componentes da reação enzimática


Enzima: proteína catalisadora;
Substrato: objeto que irá ser modificado;
Produto

E + S  [ES]  E + P

Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de


ilustração de autor Desconhecido.
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Enzimas
As enzimas possuem um sítio ativo que corresponde,
geralmente, a uma cavidade na molécula de enzima, com
um ambiente químico muito próprio. O substrato entra no
sítio ativo e liga-se à enzima.
Imagem: [Haynathart / Um sítio ativo em uma enzima
dependente de NAPD+ / Public Domain

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Enzimas
• Co-fatores e co-enzimas são moléculas não proteicas,
respectivamente, inorgânicas [íons metálicos] e orgânicas
[vitaminas], que são indispensáveis para o funcionamento
de várias enzimas.
Ex.: hemoglobina (Fe)

Imagem: Benjah-bmm27 / Hemoglobina / Public Domain


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Enzimas
Para operar, as enzimas necessitam de um ambiente
favorável [pH, temperatura, quantidade de substrato],
considerado ótimo. Caso contrário, ela é inibida.

Inibidor é qualquer fator que possa reduzir ou cessar (pela


desnaturação) a reação enzimática.

A inibição pode ser:

Reversível (presença de substâncias);


Irreversível (aquecimento excessivo).

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atividade
%

temperatura, em 16 de outubro de 2007 / GNU Free Documentation


Imagem: Gal m / Gráfico de atividade enzimática relativa a

License
temperatura

Gráfico da atividade enzimática. Neste caso, a inibição é


causada pelo aumento da temperatura.

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Hormônios protéicos
• Hormônios que são proteínas
– Prolactina
– Hormônio de crescimento (GH, HGH)
– Hormônio adenocorticotrófico (ACTH)
– Vasopressina
– Oxitocina
– Insulina
– Somatostatina, etc.

• Todos esses hormônios viajam no sangue e precisam ser reconhecidos e


incorporados em células específicas que são identificadas e reconhecidas
através de receptores protéicos ligados às membranas celular

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Cascatas de regulação
• Proteínas viajam no sangue
até encontrar receptor de
membrana

• Interações proteína-
proteína e proteína-ligante
regulam o metabolismo
celular
• Acionadas por proteínas de
membrana
• Reconhecem modificações
no meio externo e
modificam o ambiente
intracelular em resposta

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A estrutura dinâmica das proteínas


• Ligação reversível a outras
moléculas: ligantes
– Permite resposta rápida a
modificações ambientais e
condições metabólicas

• Sítio de ligação: interage com o


ligante
– Complementar em tamanho,
forma, carga e afinidade à água

• A estrutura definida da proteína


é como uma foto, na realidade a
proteína opera de forma
dinâmica

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O Ligante e o encaixe induzido


• O sítio de ligação discrimina entre
diferentes moléculas, ou seja, a
interação é específica
• Uma proteína pode ter sítio de ligação
para diversas moléculas
• Proteínas são flexíveis, vibram,
“respiram”

• Mudanças conformacionais (alostéricas)


são essenciais para a função protéica

• Encaixe induzido: adaptação estrutural


da proteína que se liga firmemente a ele

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Proteínas de ligação ao O2
• A mioglobina e a hemoglobina
são provavelmente as proteínas
mais estudadas do mundo
– Primeiras a terem estrutura 3D
conhecida
– Reação reversível de ligação ao O2

• Por que uma proteína?


– O2 é pouco solúvel em solução
aquosa (sangue)

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Como ligar e transportar O2


• O problema: nenhuma cadeia lateral de
aminoácido é adaptada a ligar uma
molécula de oxigênio
– Sabe-se que metais de transição (Ferro e
cobre) ligam-se bem ao O2, mas...
– Ferro livre gera espécies reativas de
oxigênio

• Grupo prostético: composto associado


permanentemente a uma proteína e que
contribui para sua função
• O grupo heme: anel de protoporfirina,
seis ligações

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>gi|44955888|ref|NP_976312.1|
myoglobin [Homo sapiens]
MGLSDGEWQLVLNVWGKVEADIPGHGQEVLIR

A mioglobina LFKGHPETLEKFDKFKHLKSEDEMKASEDLKK
HGATVLTALGGILKKKGHHEAEIKPLAQSHAT
KHKIPVKYLEFISECIIQVLQSKHPGDFGADA
QGAMNKALELFR KDMASNYKELGFQG

• 154 aa;
• Encontrada no tecido
muscular de mamíferos
– Em focas e baleias guarda
O2 para mergulhos longos

• Globina (prot. globular)


– 8 α-hélices – 78% dos resíduos

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Hemoglobina
• Proteína tetramérica
quase esférica com 4
grupos heme
– 2 cadeias alfa
– 2 cadeias beta

• <50% de similaridade
na cadeia primária!!
– Estrutura 3D muito
similar

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Eritrócitos
• Eritrócitos são células altamente
especializadas em transportar
O2

– Vivem 120 dias


– 34% de seu peso total é de
hemoglobina
• Hemoglobina está 96% saturada
no sangue arterial e 64% no
sangue venoso
• o CO tem mais afinidade à
hemoglobina do que o O2

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A hemoglobina também carrega o CO2


• Liga CO2 de forma inversamente
proporcional quando
relacionado à ligação com o
oxigênio
• CO2 liga-se como grupo
carbamato ao grupo amino do
aminoácido que está no N-
terminal
• Os carbamatos formam pontes
salinas adicionais que auxiliam
na estabilização do estado T e
provem liberação do O2

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A ligação do O2 à hmg é regulada por BPG


• 2,3 bisfosfoglicerato
• Presente em alta concentração nos
eritrócitos
• Uma molécula ligada para cada
hemoglobina – estabiliza o estado T
– Dificulta a ligação do O2 à hmg
• Quantidade de O2 liberada nos tecidos é
~40% da quantidade máxima transportada
no sangue – regulado com altitude
• Excesso de BPG => hipoxia
Funcionamento inadequado do pulmão
• Feto tem hemoblogina que é mais afim de
O2 do que a da mãe

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Anemia falciforme
• A mutação homozigota (aa) de um
único nucleotídeo que codifica para a
cadeia B da hemoglobina faz com que
a forma da hemácea seja modificada
– Não há cura, transporte ineficiente de
O2

• Por outro lado, o heterozigoto (Aa)


possui maior resistência à malária já
que o Plasmodium não consegue
infectar tão bem as hemáceas
falciformes
– Qual o tipo de tratamento que se dá à
doenças genéticas?

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Interações protéicas moduladas


por energia química (ATP)

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Citoesqueleto
• Rede de filamentos protéicos que
se prolongam no citoplasma
• Rede estrutural da célula
– Define formato e organização geral
do citoplasma
• Responsável pelos movimentos
celulares
– Transporte interno de organelas
– Transporte de cromossomos na
mitose

• Estrutura dinâmica
– Organizado e desorganizado
(divisão celular)

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Composição do
citoesqueleto
• Formados por três tipos principais
de filamentos arranjados em
conjunto e associados a organelas e
à membrana por proteínas
acessórias
– Filamentos de Actina
– Filamentos intermediários
– Microtúbulos

• Funções
– Motilidade celular, transporte de
organelas, divisão celular e outros
tipos de transporte celular

FA FI MT

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Filamentos do citoesqueleto
• Cada tipo de filamento do
citoesqueleto é um polímero
construído a partir de subunidades
menores (monômeros)
• Podem difundir-se rapidamente
pelo citoplasma
• Proteínas acessórias associam-se
ao citoesqueleto

• Os polímeros do citoesqueleto são


mantidos por ligações fracas (não
covalentes)

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Actina
• Proteína globular, principal proteína do
citoesqueleto
– 20% das proteínas totais de uma célula
– Leveduras: um gene; Mamíferos: 6 genes

• Uma das proteínas mais conservadas sendo


90% idêntica desde os fungos até os
mamíferos
• Usada frequentemente como controle negativo

• Quando polimerizada forma filamentos do


citoesqueleto
• Participa da contração muscular, mobilidade
celular, divisão celular, citocinese,
movimentação de vesículas e organelas,
sinalização celular, estabilização e
manutenção das junções celulares, formato
celular
• Interage com as membranas celulares

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Filamentos de Actina
• Microfilamentos formam feixes ou
redes tridimensionais com
propriedades de géis semi-sólidos
• O arranjo e a organização dos
filamentos, as ligações entre feixes e
redes e estruturas celulares são
regulados pela ligação com uma
variedade de proteínas de associação
com a actina
• Os filamentos são particularmente
abundantes junto à membrana
plasmática
– Suporte mecânico e forma celular
– Movimento da superfície celular

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Microfilamentos de actina
• Cada monômero de actina faz
uma rotação no filamento, que
apresenta estrutura de hélice de
dupla cadeia
• Possui uma polaridade que será
importante para a definição do
movimento da miosina
• Polimeriza espontaneamente em
condições fisiológicas
– Polimerização reversível
(dinâmica)
• Extremidade positiva cresce de 5
a 10 vezes mais rápido do que a
negativa

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Organização dos filamentos


• Feixes de actina
– Filamentos ligados em agrupamentos paralelos
– Proteínas empacotadoras de actina
• Redes de actina
– Arranjo ortogonal

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Feixes paralelos
• Responsáveis pelas
microvilosidades das
membranas

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Redes de actina
• Filamentos de actina
ligados por proteínas
filaminas
• Ligações ortogonais
– Malha tridimensional
frouxa

• Sustentação da superfície
da célula

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Adesão celular
• Responsáveis pelo contato com células adjacentes
• Fibras de estresse
– Fibras de actina que promovem adesão celular
• Fibras de alfa-actinina ligam cateninas e caderinas
• Contato célula-célula
– Junções de adesão

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Projeções de membrana
• Microvilosidades intestinais
• Estruturas de resposta a estímulo
– Formadas por formação e retração de feixes de actina
• Pseudópodos
• Microespículas

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Resumo: filamentos de actina

• A: Microvilosidades
• B: feixes contráteis citoplasmáticos
• C: Protrusões em forma de lâmina e em forma de dedo
• D: Anel contrátil durante a divisão celular

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Actina, miosina e o movimento celular

• Filamentos de actina estão


associados a proteínas miosinas,
responsável por movimentos
celulares

• A miosina é motor molecular


– Converte ATP em energia mecânica
– Gera força e movimento

• Responsável pela contração


muscular, divisão celular,
movimentações celulares

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Miosinas
• Reconhecidas originalmente como
ATPases presentes em músculos lisos e
estriados
• Conservadas na cabeça (liga actina e
hidrolisa ATP), mas variáveis na cauda
(interação com moléculas)
• Genoma humano possui
aproximadamente 40 genes diferentes
para miosinas
• Forma define a velocidade
com a qual se deslocam
nos feixes de actina

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Contração muscular
• Especialização das células musculares
• Músculo como modelo para o estudo
do movimento em nível celular e
molecular

• Músculos
– Estriado esquelético: movimentos
voluntários
– Estriado cardíaco: bombeia sangue do
coração
– Liso: movimentos involuntários do
estômago, intestino, útero e vasos
sanguíneos

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Músculo esquelético
• São feixes de fibras musculares
• Citoplasma composto de miofibrilas
– Filamento espessos de miosina
– Filamentos finos de actina
• Sarcômeros
– Cadeia de unidades contráteis

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Sarcômeros Linha M

• Proteínas titinas
– Ligam miosina da linha M
até o disco Z

• Modelo do filamento
deslizante (1954)
– Contração do sarcômero
– Aproximação dos discos Z
– Banda A não sofre alteração
– Bandas I e H desaparecem
– Deslizamento dos filamentos de
actina

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O modelo do filamento deslizante


• As cabeças globulares da
miosina ligam-se à actina
– Ligação entre filamentos finos e
espessos

• A miosina movimenta seus


domínios globulares sobre os
filamentos de actina em direção
ao terminal positivo

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Modelo da ponte pênsil


• Além de ligar-se à actina, as
regiões globulares da miosina
ligam-se e hidrolisam o ATP, que
fornece a energia para a
realização do deslizamento

• Deslizamento dos feixes de


miosina sob os feixes de actina

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Miosinas não-convencionais
• Não formam filamentos
• Envolvidas em outros tipos de movimentos celulares
– Transporte de vesículas e organelas
– Fagocitose, emissão de pseudópodos
• Caudas se ligam a organelas
• Movimentação sob o
esqueleto de actina

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Microtúbulos
• Cilindros ocos de 25nm de
diâmetro
• Estruturas dinâmicas em
constante processo de
organização e desorganização
• Definem a forma da célula
• Promovem locomoção,
transporte intracelular de
organelas e separação dos
cromossomos durante a mitose

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Tubulina
• Proteína globular
• Arranjos das formas
alfa e beta formam os
microtúbulos

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Estrutura dos microtúbulos


• Formado por dímeros de tubulinas
alfa e beta
• Formados por 13 filamentos
lineares organizados em volta do
centro do túbulo
• Assim como os filamentos de actina são estruturas polares
– Extremidade positiva: crescimento rápido
– Extremidade negativa: crescimento lento
• A polaridade interfere na direção do movimento ao longo do
microtúbulo

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Instabilidade dinâmica
• Tubulina ligada a GTP é incorporada ao microtúbulo
• A adição de tubulina-GTP ocorre mais rápido do que a
hidrólise do GTP -> formação de cap GTP
• Na falta de moléculas de GTP ligadas a tubulina, a
hidrólise ocorre de forma
mais rápida e o
complexo é despoli-
merizado
• Remodelamento dos
microtúbulos é impor-
tante na mitose

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Microtúbulos, drogas e câncer


• Drogas que se ligam à
tubulina, como a colchicina e
a colcemida inibem a
polimerização de
microtúbulos

• Inibem assim a divisão


celular (mitose)

• Outras drogas que se ligam


aos microtúbulos são
também utilizadas no
tratamento de câncer, como
vincristina e vimblastina

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Centríolo, centrossomo e
organização dos microtúbulos
• Microtúbulos se estendem a
partir de um centro
organizador de microtúbulos
– O centrossomo se localiza
junto ao núcleo

• Durante a mitose os
centrossomos formam os
fusos mitóticos, responsáveis
pela separação dos
cromossomos nas células
filhas

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Centrossomos
• Formados por um par de centríolos organizados
perpendicularmente, circundados pelo material peri-
centriolar
• Centríolo: estrutura cilíndrica formada por 9 tripletes
de microtúbulos
• Funções de organização
dos microtúbulos pelo
centrossomo

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Organização dos
microtúbulos na mitose

• Organização do fuso mitótico: responsável


pela separação dos cromossomos homólogos

• Centríolo e componentes do centrossomo


são inicialmente duplicados

• Os dois centrossomos são então localizados


em cada um dos lados do núcleo

• Na mitose ocorre despolimerização e


retração geral dos microtúbulos

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Microtúbulos motores e movimentos


• Responsáveis por movimentos celulares, transporte
intracelular, posicionamento de vesículas e organelas,
separação dos cromossomos, batimento de cílios e flagelos
• Assim como no caso da actina a movimentação é realizada
por proteínas motoras que usam a energia do ATP
• Cinesinas e dineínas fazem aqui o papel da miosina

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Cinesinas e dineínas
• Movem-se em direções opostas ao longo dos
microtúbulos
– Cinesina: move-se para a extremidade positiva
– Dineína: extremidade negativa
• Cerca de 100 diferentes cinesinas em humanos

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Transporte de organelas
• Neurônios com metros de comprimento precisam ter
moléculas transportadas para o axônio
• Vesículas secretoras vindas do Golgi são
transportadas ao longo dos microtúbulos aos axônios

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Separação dos cromossomos mitóticos

• Ocorre durante a anáfase


• Anáfase A
– Movimento dos cromossomos em
direção ao polo do fuso

• Anáfase B

Separação dos
polos do fuso

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Cílios e Flagelos
• Projeções de membrana
formadas por microtúbulos e
responsáveis pelo movimento de
células eucarióticas
• Flagelos de bactérias são
protéicos (não tubulina)
• Estrutura em
axonema
(9+2)

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Sistema imunológico

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Proteínas e imunologia
• A maioria das interações proteína-ligante não envolve
grupo prostético
• Discriminação efetiva do ligante é na forma de sítio de
ligação proteína-proteína
• Resposta imunológica
– A distinção molecular entre “próprio” e “não-próprio”
– Teoria de rede
– O sistema homeostático bioquímica é altamente sensível
e desenvolvido através das reações entre ligantes e
proteínas

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Sistemas imunológicos
• Imunidade celular
– Células hospedeiras infectadas por vírus,
parasitas e tecidos estranhos
– Linfócitos T
• Parasitas possuem receptores de células Tc
• Células T auxiliares produzem proteínas
sinalizadoras (citocinas)

• Imunidade humoral
– Infecções bacterianas e virais, proteínas
estranhas
– Anticorpos ou imunoglobulinas (Ig)
– 20% das proteínas do sangue são Igs
produzidas pelos linfócitos B

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Proteínas imunológicas
• Proteínas de reconhecimento
altamente específicas (humanos
teem 108 anticorpos com
especificidades diferentes)
– Receptor de célula T
– Anticorpo produzido por célula B

• Antígeno: molécula que induz


resposta imunológica
– Epitopo: determinante antigênico,
região da molécula reconhecida

• Imunoglobulinas (ig’s): formadas por


4 cadeias polipeptídicas, sendo 2
pesadas e 2 leves

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Imunoglobulinas
• Ligação específica entre
antígeno e anticorpo
• Imunoglobulinas podem ser
encontradas em monômeros,
dímeros, trímeros, multímeros
• Marcação do patógeno para
engolfamento por macrófagos

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Ligação antígeno-anticorpo
• Firme e específica
• É a base para procedimen-tos
analíticos importantes
• Anticorpo
– policlonal: reconhecido por várias
células B diferentes
– Monoclonal: reconhecidos pela
mesma população de células B
• Anticorpo pode ser ligado a uma
resina cromatográfica para
separação de uma proteína
específica
• Exames sorológicos: detecta
presença e quantidade do antígeno
• Immunoblot

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Conclusões
• As proteínas teem inúmeras funções celulares
• A estrutura da proteína é altamente relevante para que ela tenha uma função
celular
• O contato proteína-proteína regula muitas funções intra e intercelulares
(receptores de membrana)
• As proteínas mudam de conformação quando encaixadas a um ligante
– A ligação reversível da proteína ao ligante é importante na regulação do metabolismo
– Sítios de ligação podem ligar diferentes moléculas, algumas com mais afinidade do que o
ligante desejado
• Proteínas interagem para a formação do citoesqueleto e contração muscular,
gastando energia química
• Polimeração e despolimerização de complexos poliméricos acontecem em todo o
instante nas células
• Proteínas podem ligar moléculas indiretamente -- através de grupos prostéticos
• Há um controle dos ligantes mais comuns dentro de um organismo e a presença
de novas moléculas desconhecidas aciona o sistema imune

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