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OBJETIVO DA DISCIPLINA:
Aprofundar a leitura de estudos interessados em analisar como os princípios de gênero
constituem e são constituídos por diversas práticas, agências e políticas vivenciadas pelas
mulheres e homens do campo. Apreender como esses estudos elaboram chaves analíticas,
destacam experiências, apreendem e correlacionam sentidos e significados aos acontecimentos
observados em diversos contextos.
EMENTA:
A atenção aos fenômenos relacionados ao gênero no mundo rural consagrou uma agenda de
pesquisa importante nas ciências sociais realizada em diferentes contextos (com particular
destaque para a produção em terras brasileiras). Essas perspectivas apresentam a família como
núcleo organizador dos processos produtivos e ao mesmo tempo como lugar de referência para a
vida coletiva. Para além dos cruzamentos entre terra, família e parentesco, abordaremos
questões atentas às intersecções do gênero com a política e o Estado, principalmente no que
compete às mobilizações dos movimentos sociais do campo e apropriação de políticas públicas
direcionadas ao trabalho de homens e mulheres (visto em suas diversas práticas produtivas),
bem como às políticas mais específicas da gestão e redistribuição da propriedade da terra.
A proposta da disciplina está atenta a essa tradição de estudos ao se interessar por temas
fundamentais presentes nessas pesquisas.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Introdução
.Conceitos de gênero, feminismos e interseccionalidades (I)
Família:
. Organização social e econômica
. Familia: Casa-cozinha, corpo e socialidade
. Conjugalidade
. Herança e acesso à terra
Relações de trabalho
. Ajuda/ Visibilidade e Invisibilidade do trabalho feminino
. Quintal, agroecologia e práticas de conhecimento
. Trabalho e renda para além da roça
. Territorialidades e conflitos
As aulas terão uma parte expositiva, quando a professora responsável pelo tópico apresentará a
síntese das questões que mobilizam o debate; e uma parte de apresentação, pelos alunos, das
principais contribuições dos autores dos textos selecionados na bibliografia.
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FORMA DE AVALIAÇÃO:
Produção de um texto refletindo sobre o debate bibliográfico de cada eixo temático que deverá ser
entregue ao final de cada um dos eixos.
BIBLIOGRAFIA:
Aula 1 (23/08) - Conceitos de gênero, feminismos e interseccionalidades (I)
(Profas: Elisa, Rodica, Grazi)
SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica.” Revista Educação e
Realidade, n. 2, vol. 20, Porto Alegre: UFRGS, 1995.
STOLCKE, Verena. Es él sexo para el género como la raza para la etnicidad? Cuadernos
para el debate, n. 6, 1999.
HILL COLLINS, Patricia. “Em direção a uma nova visão: classe, raça e gênero como
categorias de análise e conexão”. In: MORENO, Renata. Reflexões e práticas de
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Para Todo Mundo. R.J. Ed. Rosa dos Tempos, 2019. (caps. 9 e 10)
DEERE, Carmen Diana. What difference does gender make? Rethinking Peasant Studies. Feminist
Economics 1(1), 1995, 53-72
MOHANTY, Chandra. “De vuelta a ‘Bajo los ojos de Occidente’: la solidaridad feminista a
través de las luchas anticapitalistas”, en Liliana Suárez Navas y Rosalía Aída Hernandez
(eds.). Descolonizando el feminismo. Teorías y prácticas desde los márgenes. Madrid:
Ediciones Cátedra. 2008.
3
University Press. 1998.
CARBY, Hazel V. “White woman, listen! Black feminism and the boundaries of sisterhood”. In:
MIRZA, Heido Safia. Black British Feminism: A reader. Routledge: London and New
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CARRASCO, Cristina. “La economia feminista: una apuesta por otra economia.” En: VARA,
María Jesús, Escritos sobre género y economía. Madrid: Akal, 2006.
Família
Aula 3 (06/09) - Organização social e econômica
(Profas. Grazi e Ana Carneiro)
NASCIMENTO, Silvana. Homem com homem, mulher com mulher: paródias sertanejas no
interior de Goiás. Em: Cadernos Pagu, 39, jul-dez, pp. 367-402; 2012.
ALVES, Yara C. A cozinha como lugar político: aquecendo corpos e relações. Em:
________________. Família, movimento e casa entre os moradores de Pinheiro-MG.
Dissertação de Mestrado. São Paulo: USP. 2016
4
CARNEIRO, Ana.. "Mulher é trem ruim": a "cozinha" e o "sistema" em um povoado norte-
mineiro. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, 25 (2): 562, mai-ago, pp. 707-731.
2017
SEGALEN, Martine. Mari et femme dans la société paysanne. Paris: Flamarion. 1990.
WOORTMANN, Ellen; WOORTMANN, Klaas. Fuga à três vozes. Anuário Antropológico. Brasília:
Ed. UnB. 1991.
CASTRO, Elisa Guaraná. 2013. Liberdade Vigiada, mecanismos de controle, autoridade paterna,
submissão e transgressão. Em ____________. Entre Ficar e Sair : uma etnografia da construção
social da categoria jovem rural. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2013. (cap. 7 pp. 283 - 328.
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Relações de trabalho
CARNEIRO, Maria José. Trabalho, "ajuda" e disputas: uma etnografia das confecções de lingerie em
domicílios rurais. Revista de Estudos de Sociologia, São Paulo, v. 20, 2006
MORAES, Maria Aparecida de. Camponesas, fiandeiras, tecelãs, oleiras. Em: NEVES, Delma,
MEDEIROS, Leonilde (orgs.). Mulheres camponesas: trabalho produtivo e engajamentos
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DAINESE, Graziele. Trabalhos, ajudas e gênero: as experiências das mulheres da Terceira Margem-
Minas Gerais/Brasil. Em: PALERMO, Hernán; CAPOGROSSI, Lorena (orgs.). Tratado
latinomamericano de antropología del trabajo. No prelo.
MAGALHÃES, R.S. A Masculinização da Produção do Leite. RESR. Piracicaba, SP, vol. 47, nº 01, p.
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PACHECO, Maria Emilia. “Sistemas de Produção: Uma perspectiva de gênero.” Revista Proposta,
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BAHIA, Joana D'Arc do Valle. 2006. O tiro da bruxa: o olhar mágico das pomeranas sobre o seu
cotidiano camponês. Em: WOORTMANN, E.; HEREDIA, B.; MENASCHE, Renata. (orgs). Coletânea
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Aula 9 (18/10) - Trabalho e renda para além da roça
(Rodica, Dibe e Maria José)
FREIRE, Samara. “Aleeegreeem-se!!: sabores negros, paladares brancos”. In: RANGEL, Everton,
FERNANDES, Camila, LIMA, Fátima (Orgs). (Des)Prazer da norma. Rio de Janeiro: Papéis
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Territorialidades e conflitos
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WOORTMANN, Ellen et alli (orgs). Margarida Alves: Coletânea sobre estudos rurais e de gênero.
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PAULILO, Maria Ignez. 2009. Movimentos das mulheres agricultoras e os muitos sentidos da 'igualdade
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7
contemporâneas: condições, dilemas e conquistas: a diversidade das formas das lutas no
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AGUIAR, Vilenia Venancio Porto. Somos todas Margaridas: um estudo sobre o processo de
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CAPPELIN, Paola Giulani. “Trabalhadoras rurais e aspirações feministas: um diálogo em curso.” In:
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SALVARO, Giovana; Lago, Mara; Wolf, Cristina. "Mulheres Agricultoras"e "Mulheres Camponesas":
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CASTRO, Elisa Guarana, MARTINS, Maíra, ALMEIDA, Salomé L.F., RODRIGUES, Maria Emília B.,
CARVALHO, Joyce Gomes. O Peso das Subalternidades. Antigas e novas questões: gênero e
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Godoi, Emilia; Aguiar, Vilênia. Mulheres e territórios vividos em contextos rurais: um olhar sobre a
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Scott, Russell Parry & Marion Quadros. ”Desenvolvimento, Poder, gênero e feminismo.” Cadernos
PAGU (52), 2018.
Paulilo, Maria Ignez. “FAO, fome e mulheres rurais” in “Mulheres Rurais: Quatro décadas de diálogo.”
Editora UFSC, 2016. (Este texto foi publicado pela DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de
Janeiro, vol. 56, no 2, 2013, pp. 285 a 310).
Aula 14 (29/11) - Construção de política pública x papel da mulher; Gestão da política (“politica
vivida”)
(Profas. Rodica e Maria José)
PERUTTI, Daniela. Em cada casa, uma carta: políticas públicas e modos de habitar no quilombo
Família Magalhães (GO). Em: CARNEIRO, Ana; DAINESE, Graziele; MENASCHE, Renata. (orgs.)
Dossiê Casa, Corporalidade e Gênero. Revista Tessituras, Pelotas: UFPEL, 2018.
FILIPAK, Alexandra. Políticas públicas para mulheres rurais no Brasil (2003-2015): análise a
partir da percepção de mulheres rurais e de movimentos sociais mistos, Doutorado em Ciências
Sociais, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2017.
Weitzman, Rodica. “Mulheres na Assistência Técnica e Extensão Rural.” In: Políticas de organização
produtiva para as mulheres no meio rural. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Agrário, 2011.