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TÉCNICAS DE RESGATE
VEICULAR
2ª edição
PERTENCE A:
__________________________
BRASÍLIA
0
2016
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
ST QBMG-1 RENATO AUGUSTO SILVA
1º SGT QBMG-2 PAULO DO NASCIMENTO BENIGNO
3º SGT QBMG-1 RUBENS BEZERRA LIMA DE MONTALVÃO
2ª edição
BRASÍLIA
2016
2
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
© 2016 by Renato Augusto Silva / Paulo do Nascimento Benigno / Rubens
Bezerra Lima de Montalvão
CDD: 363.3
CDU: 614.8(072)
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
NOTA DOS AUTORES
Nós, que enxergamos o ensino como a base do resultado final, vamos nos
empenhar sempre para oferecer aos alunos a melhor ferramenta para que
estes, por sua vez, alcancem os objetivos de nossa sagrada missão.
Parabéns a todos que ajudaram para que esse trabalho se tornasse realidade!
A busca pelo conhecimento é algo que deve ser incessante em nossas vidas,
ainda mais quando os principais bens com os quais lidamos em nossa
profissão são a vida e a integridade física de pessoas que venham a estar em
situações que possam causar a morte ou um dano irreversível em suas
funções motoras, entre outras, inclusive nos casos decorrentes de acidente
automobilístico.
A mim foi concedida a honra de poder fazer parte da autoria desta obra, algo
que agradeço.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
NOTA DOS AUTORES
Assim, espero que essa singela produção possa contribuir com o fomento de
discussões que resultem no aperfeiçoamento técnico de colegas da
Corporação e, por conseguinte, em melhorias no atendimento às vítimas de
acidentes automobilísticos.
Ó Deus!
Olhai pelo teu bombeiro de salvamento.
Que nas missões mais difíceis,
Atua como a extensão de tuas mãos.
Dá-lhe coragem e sabedoria
Para ajudar seus irmãos em perigo.
Mas, se quiseres tê-lo ao teu lado
Que seja no cumprimento de sua nobre
missão.
Vida por vidas!
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
INTRODUÇÃO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
LISTA DE ABREVIATURAS
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
SUMÁRIO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
4 FASES DO SOCORRO................................................................................. 69
4.1 AVISO E ACIONAMENTO DA PRONTIDÃO ............................................. 70
4.2 PARTIDA .................................................................................................... 70
4.3 DESLOCAMENTO ..................................................................................... 71
4.4 CHEGADA.................................................................................................. 72
4.5 RECONHECIMENTO ................................................................................. 75
4.6 PLANEJAMENTO ...................................................................................... 77
4.6.1 Objetivos gerais no resgate veicular ................................................... 78
4.6.2 Planejamento estratégico, tático e operacional em resgate veicular 79
4.7 ESTABELECIMENTO ................................................................................ 88
4.8 OPERAÇÃO ............................................................................................... 89
4.9 CONTROLE OU AVALIAÇÃO DE PROGRESSO ...................................... 90
4.10 INSPEÇÃO FINAL .................................................................................... 91
4.11 DESMOBILIZAÇÃO.................................................................................. 92
4.12 REGRESSO ............................................................................................. 93
4.13 PÓS-EVENTO .......................................................................................... 93
5 TERMINOLOGIAS ........................................................................................ 95
5.1 CONCEITOS EMPREGADOS NO RESGATE VEICULAR ........................ 95
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10.5 SUBMERSÃO ........................................................................................ 172
10.6 INCÊNDIO .............................................................................................. 173
10.7 INCÊNDIO NA BATERIA DE ALTA TENSÃO ........................................ 174
10.8 INCÊNDIO EM VE OU VEH LIGADOS A UMA ESTAÇÃO DE
CARREGAMENTO......................................................................................... 176
10.9 VEÍCULO ELÉTRICO HÍBRIDO COM PAINEL SOLAR ......................... 176
10.10 VE E VEH DE PORTE PESADO .......................................................... 178
10.10.1 Procedimentos a serem adotados no caso de acidente envolvendo
um VE ou VEH de porte pesado .................................................................. 178
10.10.2 Componentes do sistema de alta tensão do ônibus elétrico híbrido
da Volvo ........................................................................................................ 185
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.3.3.2 Técnica básica de estabilização de um veículo capotado e com o
bagageiro encostado no solo ......................................................................... 212
11.3.3.3 Técnica básica de estabilização de um veículo capotado e com o
bagageiro e o capô suspensos....................................................................... 213
11.3.4 Um veículo sobre outro .................................................................... 213
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13.1.4.1 Obtenção do ponto de apoio para as ferramentas ........................... 234
13.1.4.2 Retirada pelas dobradiças ................................................................ 235
13.1.4.3 Retirada pela fechadura ................................................................... 236
13.1.4.4 Terceira porta em veículos de 2 portas ............................................ 237
13.1.4.5 Retirada das portas de um mesmo lado ........................................... 238
13.1.4.5.1 Procedimento alternativo para a retirada das portas de um mesmo
lado ................................................................................................................ 240
13.1.4.6 Retirada de porta de veículo capotado sobre o seu teto .................. 242
13.1.4.6.1 Procedimento alternativo de extração de porta de veículo capotado
sobre seu teto................................................................................................. 242
13.1.4.7 Retirada das portas de um mesmo lado de um veículo capotado sobre
o seu teto........................................................................................................ 243
13.1.5 Rebatimento do teto .......................................................................... 244
13.1.5.1 Rebatimento convencional do teto para trás .................................... 244
13.1.5.2 Rebatimento convencional do teto para frente ................................. 245
13.1.5.3 Rebatimento lateral do teto .............................................................. 246
13.1.6 Retirada do teto ................................................................................. 248
13.1.7 Rebatimento do tipo ostra traseira .................................................. 249
13.1.8 Rebatimento do tipo ostra lateral..................................................... 250
13.1.9 Rebatimento do painel ...................................................................... 251
13.1.9.1 Manobra de rebatimento do painel com correntes ........................... 254
13.1.10 Levantamento do painel ................................................................. 257
13.1.11 Técnica de acesso aos pedais ....................................................... 258
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
1 HISTÓRICO DOS AUTOMÓVEIS
Esse capítulo tem como escopo expor um breve histórico dos veículos
automotores e da evolução da segurança veicular
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
propulsão a vapor, para o Imperador Chinês Kang-Hi. Verbiest descreveu as
características do protótipo em seu livro de título “Defesa da astronomia
Europeia”. No entanto, devido à impossibilidade de transportar pessoas, por
causa do seu tamanho reduzido, o engenho de Verbiest não é considerado
como um veículo propriamente dito. Ademais, não há constatação de que ele
efetivamente tenha construído tal veículo, ficando apenas na teoria.
Ele colocou esse motor em uma carruagem e conseguiu deslocá-la por alguns
metros, em São Gingolph, Valais, Suíça (que à época estava sob o domínio
francês de Napoleão). Isaac de Rivaz, após realizar aperfeiçoamentos em seu
veículo, apresentou a versão definitiva em 1813, o qual pesava quase uma
tonelada.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Primeiro veículo sobre rodas com motor combustão interna (1807)
Dentre os testes relativos aos seus experimentos, consta que Samuel Brown
montou o seu motor em uma carruagem e, para a surpresa de muitos
espectadores, subiu um aclive muito íngreme na colina de Shooter Hill, em
Londres, na Inglaterra. No entanto, o custo de sua invenção ultrapassava o de
um veículo a vapor o que formou uma barreira para a sua comercialização.
Mas foi o belga Jean Joseph Étienne Lenoir quem conseguiu retirar da fase
experimental a tecnologia do motor de combustão a gás. Sua invenção é
considerada como o primeiro motor de combustão interna construído em escala
industrial, de 300 a 400 unidades. Ele criou o engenho em 1858, sendo lhe
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
entregue a patente em 1860. Não tardou e em 1862 após algumas melhorias,
Lenoir instalou o seu motor em um veículo e no ano seguinte apresentou uma
versão do automóvel. Porém, a sua autonomia era pouca devido ao pequeno
tamanho do reservatório de gás.
Durante suas experiências Otto percebeu que a mistura de gás e ar deveria ser
comprimida no interior da câmara de combustão e sofrer a ignição somente no
momento de máxima pressão. Diante desta constatação, construiu um motor
de quatro tempos, com combustão interna a gasolina, que era menor, mais
eficiente e mais potente do que o de Lenoir e requereu a sua patente em 1861,
a qual lhe foi negada sob a alegação de semelhança com o motor de Lenoir.
Destaca-se que Otto teve como base de seus trabalhos não apenas os estudos
de Lenoir mas também os do francês Sadi Carnot, que propôs os princípios
básicos do motor de combustão interna em 1824, por meio da publicação de
um livro de título “Reflexões sobre a potência motriz do calor”, no qual trata do
rendimento dos motores térmicos. As pesquisas dos italianos Eugenio Barsanti
e Felice Matteucci também influenciaram Otto, esses já tinham construído um
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
motor de combustão interna a gás em 1853 e obtido a patente do mesmo em
1854.
No ano de 1875 Otto retomou seu trabalho com motores de quatro tempos com
combustão a gasolina e no ano seguinte apresentou seu protótipo. Ele recebeu
a patente deste motor em 1876. Tal motor, apesar de não estar completamente
pronto para uso comercial em automóveis de pequeno porte mas sim em
máquinas estacionárias, pois, entre outros, pesava aproximadamente 1.500 Kg,
era tão eficiente para a época que sua idéia foi adotada pela maioria dos
projetistas de motores pelo mundo. A criação de Otto foi fundamental no
desenvolvimento dos carros com motor a combustão pois, até então, os
veículos eram puxados por cavalo ou movimentados por meio de vapor ou gás.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Com isso, em 1884, criaram um motor de
combustão com arrefecimento a ar e no
ano seguinte realizaram testes em um
veículo de duas rodas, que também fora
projetado por eles. Após obterem êxito
nestes testes voltaram suas atenções para
Veículo construído por Gottlieb
sua adaptação em veículos de quatro Daimler e Wilhelm Maybach (1887)
rodas e apresentaram seu primeiro
protótipo em 1887.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
que os veículos elétricos ganharam popularidade principalmente na Europa e
nos EUA.
No registro nacional de veículos dos EUA consta que no ano de 1900 houve
uma produção total de 4.192 carros, sendo: 1.681 a vapor, 1.575 elétricos e
936 a gasolina. Algumas empresas dedicavam-se exclusivamente à fabricação
de carros elétricos. Antes do final de 1910 existiam, pelo menos, 25 empresas
nos EUA fazendo carros elétricos. Havia, inclusive, frotas de táxis compostas
exclusivamente por automóveis elétricos.
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estruturadas. As estradas passaram a ser ampliadas, conectavam cidades
cada vez mais distantes, e a autonomia dos automóveis elétricos era pouca,
não suportando percorrer grandes distâncias com também necessitavam de
longo período para recarregar as baterias. Estas ainda aumentavam o peso do
carro, se um veículo pesava 1.000 Kg, seria necessário aproximadamente 350
Kg de baterias de chumbo para percorrer 50 Km. Outra circunstância que
corroborou para o domínio dos veículos com motor de combustão interna foi a
expansão da infra-estrutura do setor petrolífero.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Passou a existir apoio de governos, de ambientalistas e de fabricantes nos
estudos sobre etanol, gás natural, hidrogênio, energia solar, veículos elétricos e
elétricos híbridos.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Os primeiros veículos elétricos híbridos começaram a ser comercializados no
Brasil no ano de 2010, sendo eles: o Mercedes-Benz S400, em abril, e o Ford
Fusion Hybrid, em novembro. Apesar da venda comercial de automóveis
elétricos e elétricos híbridos ser algo recente no Brasil observa-se que ela
possui sólido crescimento, conforme pode ser verificado no gráfico a seguir:
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
interno e ao seu design. Logo, acidentes fatais não tardaram a ocorrer, sendo
um dos primeiros registros datado de 1869.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Um outro acidente fatal é relatado em 1899. Noticia-se que em fevereiro de
1899, em Harrow, Londres, o Sr. Edwin Sewell, estava demonstrando um carro
para o Sr. Richer. O automóvel, um Daimler, descia uma ladeira íngreme e,
após uma frenagem, os raios de madeira das duas rodas da traseira
quebraram e os dois ocupantes foram lançados para fora do veículo. Sewell
faleceu no local e Richer poucos dias depois.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
visibilidade à noite; a instalação de vidros laminados para reduzir lacerações
faciais; e a adoção de uma estrutura de aço na carroceria para melhor proteção
dos ocupantes. Além destes, conclui-se ainda que, para que os ocupantes não
sofram ferimentos ou sejam mortos, a estrutura do veículo dever ser concebida
de tal forma que possa absorver a energia envolvida em um acidente.
Os testes iniciais são tidos como rudimentares para os padrões de hoje. Neste
sentido, cita-se, por exemplo, que os manequins empregados nos testes de
colisão não eram dotados de sensores eletrônicos e que a avaliação do
desempenho estrutural relativo à proteção foi calcada basicamente em
observações do esmagamento do veículo.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Ocidental e Japão começaram a editar normativos sobre segurança veicular,
sobretudo sobre cintos de segurança1.
1
O cinto de segurança subabdominal de dois pontos foi desenvolvido pelo engenheiro
aeronáutico inglês George Cayley (1773-1857), em meados do século 1800, e visava a
proteção de pilotos de aviões. No que se refere aos veículos, a primeira patente deste tipo de
cinto foi concedida americano Edward J. Claghorn, em 1885. Quanto à sua implantação em
automóveis tem-se que, os primeiros veículos a serem produzidos com cinto de segurança
foram da fabricante americana Nasch Motors que, em 1949, disponibilizou alguns de seus
modelos com a opção de cintos subabdominais de dois pontos.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
janeiro de 1969 e, a partir de 1º de janeiro de 1970, todos os veículos novos
produzidos no Brasil. Tal Resolução teve o texto original corrigido pelas
Resoluções de nº 430/70 e 444/71, sendo que a Resolução de nº 453/72
ratificou a obrigatoriedade da instalação e do uso do cinto de segurança.
2
Sobre a questão da competência ou não do CONTRAN insta informar que: O CONTRAN
subsidiou a edição de Resoluções concernentes à instalação e uso de cintos de segurança
conforme as atribuições que lhe conferiam o Art. 37, § 2º, da Lei nº 5.018, de 21 de setembro
de 1966 (Código Nacional de Trânsito), alterada pelo Decreto-lei nº 237, de 28 de fevereiro de
1967. Nesta estava consignado o seguinte: “Art. 37. Nenhum veículo poderá ser licenciado ou
registrado, nem poderá transitar em via terrestre, sem que ofereça completa segurança e
esteja devidamente equipado, nos têrmos dêste Código e do seu Regulamento. § 1º [...]. § 2º
Os equipamentos obrigatórios dos veículos serão determinados pelo Conselho Nacional de
Trânsito”.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Entretanto, no dia 13 de setembro de 1985, entrou em vigor nova Resolução do
CONTRAN, a de nº 658, que passou a exigir tão somente a instalação do cinto
de três pontos como equipamento obrigatório, sendo omissa quanto à questão
da obrigatoriedade do uso do cinto. Nesta, também era autorizada a existência
do cinto do tipo subabdominal nos assentos traseiros laterais de automóveis,
em qualquer assento de veículos conversíveis ou do tipo buggy, em
camionetas e caminhões, nos bancos traseiros de automóveis escolares bem
como nos veículos nacionais ou importados, fabricados até 31 de dezembro de
1983.
Três anos mais tarde, o CONTRAN, por meio da Resolução nº 720/88, voltou a
tornar obrigatório o uso do cinto, a partir de 1º de janeiro de 1989, mas apenas
nas estradas e rodovias3. Somente a partir de 1º de janeiro de 1998, com a
entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997, é que o uso do cinto de segurança tornou-se obrigatório em
todas as vias públicas nacionais. Neste consta:
[...]
Art. 65.É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e
passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em
situações regulamentadas pelo CONTRAN
Art. 105.São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a
serem estabelecidos pelo CONTRAN:
I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do
CONTRAN, com exceção dos veículos destinados ao transporte de
passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé;
II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de
transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga
com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis
quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo;
[...]
3
Por oportuno, comunica-se que em 1999, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do
Recurso Especial de nº 164.161 MG 1998/00010092-0, acórdão publicado em 07 de junho de
1999, considerou como ilegal a edição da Resolução nº 720/88, por parte do CONTRAN.
Segundo o colendo tribunal: “I - No regime do antigo Código Nacional do Trânsito (Lei
5.108/66), inexistia disposição inserida neste diploma legal, ou em qualquer outra lei federal,
determinando a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança para condutor e passageiros de
veículos em todas as vias do território nacional. Tal obrigatoriedade somente surgiu com o
advento do novo Código Nacional de Trânsito (Lei 9.503/97, que entrou em vigor em 20.01.98).
II - Sem lei determinante da obrigação do uso do cinto de segurança pelos ocupantes de
veículos automotores, afigura-se ilegal o estabelecimento desta exigência, via resolução do
CONTRAN (Resolução 720/88), e nulos os respectivos autos de infração lavrados com base no
descumprimento de tais normas, bem como a aplicação das multas correspondentes. III - [...]”.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Os avanços dos estudos sobre lesões traumáticas em decorrências de
acidentes automobilísticos bem como da tecnologia propiciaram o surgimento
de novos mecanismos de proteção e de prevenção como o pisca alerta, os
limpadores duplos para o párabrisa, o ABS, o sistema de controle de tração, a
barra de proteção lateral, o encosto para cabeça, o pré-tensor, o air bag4 e
melhorias nos faróis bem como na estrutura de absorção de impacto dos
automóveis. Mas o dispositivo de segurança mais significativo implantado foi o
cinto diagonal de segurança, no começo como uma opção para os carros da
Volvo, em 1959. Quanto a este, em 1962 fabricantes de automóveis nos EUA
passaram a oferecer cintos de segurança dianteiros como item de série.
4
No ano de 1951 o engenheiro alemão Walter Linderer criou uma bolsa de ar que era inflada
por um compressor ativado através do párachoque ou pelo motorista, após testes se
comprovou que este mecanismo não era capaz eficaz pois o seu enchimento era lento. A
patente do air bag com sistema de ar comprimido é de 1953, sendo creditada ao engenheiro da
marinha americana John W. Hetrick. Ele utilizou conhecimentos com disparadores de ar
comprimido para torpedos para desenvolver um sistema de enchimento rápido e automático de
almofadas. Contudo, somente em 1967 é que o engenheiro mecânico americano de nome
Allen K. Breend criou um tipo de sensor eletromecânico de colisão confiável, o qual consiste
em um pequeno cilindro com uma bola metálica em seu interior, presa por um campo
magnético, a qual se locomove em caso de colisão e provoca o acionamento de uma carga
explosiva de azida sódica que infla uma bolsa. A implantação dos air bag’s frontais provocou
uma mudança no designe do volante e do painel dos veículos. Em 1971 a Ford construiu uma
frota experimental equipada com air bag’s. Em 1973 a GM lançou diversos modelos da marca
com air bag opcional destinados aos consumidores. No mesmo ano a Chevrolet também
fabricou modelos de Caprice e de Impala com air bag’s. Até o ano de 1981 os air bag’s eram
uma alternativa para substituição do cinto de segurança, quando, no ano em comento, a
Mercedes-Benz, lançou um automóvel (Classe S W126) cujos air bag’s eram opcionalmente
um sistema de restrição suplementar. No ano de 1988 a Chrysler foi a primeira montadora a
fornecer veículos dotados de air bag’s como itens de série. Ademais, a National Highway
Traffic Safety Administration dos EUA estipulou a gradual implantação para todos os veículos,
de 1987 a 1990, dos air bag’s frontais para condutor e passageiro nos automóveis de passeio.
A mesma entidade realizou procedimento idêntico para caminhões leves e vans entre os anos
de 1995 a 1998.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
de sistemas de segurança dos veículos haja vista que as ações de resgate de
vítimas presas nas ferragens são complexas e exigem soluções rápidas para
anular a tendência de evolução do sinistro e resgatar as vítimas, garantindo-
lhes qualidade de vida e/ou sobrevida.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
2 ESTRUTURA E SEGURANÇA VEICULAR
Chevrolet Bel Air (1959) vs. Chevrolet Malibu (2009). Chash test
Chevrolet:
feito pelo Insurace crash
Institute test 1959 Safety
for Highway x 2009 no ano de 2010
para demonstrar a evolução da segurança automotiva
Parte traseira
Teto
Lado do
passageiro
Lado do motorista
Parte da frente
ou dianteira
Parte alta
Parte média
Parte baixa
Parte alta
Parte média
Parte baixa
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Parte alta
Parte média
Parte baixa
Parte alta
Parte média
Parte baixa
Coluna C
Assoalho
Caixa de ar
Painel dianteiro
Caixa de rodas
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
a) Longarinas
b) Tubular
A parte essencial de um chassi também pode ser feita de tubos ligados entre
si. Como exemplos de automóveis feitos com tal estrutura encontram-se alguns
carros de competição.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
c) Monobloco
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
São utilizados materiais mais resistentes para reforçar a sua estrutura tais
como aço de alta ou ultrarresistência. As células de sobrevivência praticamente
não deformam em um impacto moderado, o que facilita a extração das vítimas.
Porém, se houver colisão de grandes
proporções envolvendo automóvel
dotado de tais elementos, os seus
ocupantes podem ficar presos às
ferragens e haver dificuldades para
movimentá-las durante a execução dos
procedimentos de criação das vias de
acesso às vítimas, dos espaços para a Uso de dois cilindros de resgate no
rebatimento em veículo da Mercedes-
prestação dos primeiros socorros e das Benz com reforço estrutural no painel
vias de extração.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Os testes de impacto lateral são realizados com velocidades que, geralmente,
não excedem os 64 km/h, velocidade na qual as barras de proteção atuam com
boa proteção aos ocupantes. Todavia, em velocidade alta pode ocorrer dos
passageiros ficarem presos nas ferragens haja visto que em impactos frontais,
quando ocorre o recuo do painel para dentro do automóvel, ou traseiros as
barras de proteção serão comprimidas, podendo adentrar nas colunas e
impedir a abertura das portas. Nesta hipótese, há que se atentar ainda para o
fato de que um material comprimido pode ser projetado se forem eliminadas as
forças que prendem as suas extremidades.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Exemplos de tipos de aço empregados no reforço estrutural veicular
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Distribuição do aço estrutural utilizado nos modelos S40 e S80 da Volvo
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
no desencarceramento e na extração adotem medidas de gerenciamento para
anular os sistemas não ativados.
a) Air bag’s
Os air bag’s são bolsas de ar contra impactos, que são infladas no momento de
uma colisão para minimizar os efeitos do 2º impacto5. Conforme a Lei nº
5
Consta no Manual de atendimento pré-hospitalar do CBMDF que em uma colisão deve-se
distinguir e levar em consideração a ocorrência de três impactos: a) Primeiro impacto, do
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.910, de 18 de março de 2009, os air bag’s do condutor e do passageiro
dianteiro tornaram-se itens obrigatórios para automóveis fabricados,
importados ou montados no Brasil desde o ano de 2014.
Há também air bag’s com acionamento mecânico, são menos comuns. Nestes,
em caso de desaceleração brusca uma esfera se locomove dentro do conjunto
do próprio air bag e aciona o detonador. Nele não existe central de controle,
não necessita de alimentação de energia e nem de circuitos elétricos externos.
a) Frontais
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Exemplos de inscrições e símbolos que indicam a existência de air bag’s frontais
b) Laterais
Volvo V40, estrutura reforçada e air bag’s para a proteção dos ocupantes e do pedestre
c) Traseiros
Além do grupo de air bag’s frontais e laterais existem ainda os que ficam na
traseira do habitáculo, geralmente do tipo cortina ou no encosto de bancos.
Para a sua localização deve-se procurar pela inscrição: AIR BAG, RIPS (Rear
Impact Protection System), HPS (Head Protection System), IC (Infatable
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Curtain); SRP (Supplemental Restraint Passenger); ou SRS (Supplemental
Restraint System).
Destaca-se que não há padrão quanto à localização dos itens que compõe um
sistema de air bag, inclusive das ampolas de gás. Portanto, para um
determinado modelo de veículo as ampolas de gás podem estar nas suas
colunas e em outro tipo no perfil do teto.
Pré-tensor de cinto
instalado na ancoragem
- No retrator do cinto.
Pré-tensores instalados nos retratores dos cintos traseiros (Volvo S80 e S60)
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
A sua ativação acidental durante os trabalhos de resgate pode causar sérios
danos aos pacientes. Assim, o resgatista deve estar atento aos possíveis
indicativos de existência tanto de air bag’s quanto de pré-tensores, sendo uma
das características que dificultam tal procedimento o fato destes serem ocultos
bem como podem estar em diversos pontos do veículo.
c) Sistema ROPS
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
alguns destes veículos possuem barras de proteção escamoteáveis, que são
acionadas automaticamente caso a inclinação do veículo ultrapasse valores
pré-estabelecidos.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Mercedes-Bez E-Class Coupé C207. Distribuição de energia cinética proveniente
de colisão frontal e lateral
Carro sem espuma estrutural vs. automóvel com estrutura reforçada com espuma
de poliuretano em pontos específicos. Simulação de crash test com veículos a uma
velocidade de 48 Km/h. Deformações após 90 milissegundos do impacto.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
As espumas estruturais de poliuretano e as metálicas podem ser aplicadas
individualmente ou de forma simultânea nas cavidades, nos pontos de conexão
ou ao longo, das colunas, da parte inferior do veículo, do painel, das portas,
das travessas e das longarinas de um chassi, do párachoques etc.
2.3.5 Vidros
Identificação do vidro
laminado: AS-1 e/ou
Exemplo de composição palavra laminated
de um vidro laminado
Identificação do vidro
Vidro temperado quebrado temperado: AS-2 e/ou palavra
tempered
56
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
- Policarbonato: é mais leve e resistente que
o vidro. Pode ser encontrado nas laterais e
traseira de veículos.
Policarbonato
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
3 FASE PRÉ-SOCORRO
Diante disto, fica claro que o Comandante de um incidente, para garantir que o
desfecho de um atendimento seja o melhor possível, não deve se valer de
improvisos, mas dos quatro fundamentos básicos da administração, quais
sejam: o planejamento, a organização, a direção e o controle.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No que diz respeito à importância do planejamento nos atendimentos à
emergências, De Oliveira (2005, p. 86) assevera que o “o planejamento é a
base do comando e controle de uma operação [...]”. Fica clara a relevância do
planejamento pois é por meio dele que todos os envolvidos saberão quem é o
gestor do incidente, evitando-se ações “por conta própria” e comandos
múltiplos, bem como torna possível a avaliação e correção procedimentos que
podem conduzir ao fracasso da operação.
Por sua vez, organizar implica em dispor os recursos existentes de uma forma
lógica em uma estrutura, sendo imperioso agrupar tarefas e dividi-las de forma
integrativa (sistêmica e ordenada) bem como indicar os seus responsáveis.
Neste aspecto, o Sistema de Comando de Incidentes se apresenta como uma
importante ferramenta pois prevê estruturas complexas, com possibilidade de
integração de órgãos de resposta a emergências, e também básicas,
geralmente comuns, a diversos tipos de ocorrências. Outra mecanismo que se
destaca no que tange à organização é a elaboração de Procedimentos
Operacionais Padrões pois elencam as ações básicas e seqüenciais a serem
executadas nos tipos de incidentes mais comuns.
O controle visa assegurar o resultado daquilo que fora planejado. Para tanto é
necessário estabelecer padrões e acompanhar o que está sendo feito para,
posteriormente, realizar uma avaliação comparativa e, se for o caso, realizar
adaptações.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Ante ao exposto, insta ressaltar que o sucesso em um atendimento
emergencial está diretamente relacionado à fase de pré-socorro, na qual se
realizam ações que visam à preparação para a etapa de socorro. Portanto, o
planejamento de um resgate veicular inicia-se antes mesmo que as fases do
socorro sejam desencadeadas, isto é, os trabalhos devem ser iniciados em
período anterior ao do acionamento.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Levantar as rotas de acesso às principais vias bem como as rotas
alternativas que conduzem a elas;
Confeccionar mapas e croquis da área de atuação;
Verificar fatores favoráveis e adversos à ação de socorro;
Elaborar lista de contatos de órgãos que eventualmente possam ser
acionados;
Confeccionar lista de materiais operacionais a serem adquiridos;
Verificar eventuais restrições de atendimento nos hospitais da área de
atuação;
Desenvolver planos operacionais padrão;
Criar programa de treinamento; e
Elaborar plano de renovação e manutenção de materiais operacionais.
Segundo o CBMDF (2009, Mód. IV, p. 21) o levantamento de área deve atingir
pontos de interesse da Corporação, seja pelo risco ou pela importância, tais
como: locais de grande concentração de público, locais que utilizam ou
armazenam produtos perigosos etc.
São exemplos de medidas que devem ser adotadas durante a fase de rotina
operacional pré-socorro:
Conferência de recursos humanos e sua distribuição por guarnições;
Distribuição das funções dentro das guarnições e respectivas
recomendações;
Avaliação das condições externas dos materiais, teste de funcionalidade e
manutenção destes;
Acondicionamento dos recursos materiais;
Teste de prontidão;
Treinamento operacional (instrução, simulacro e simulado); e
Recomendações ao telegrafista.
62
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
remanejamento de pessoal ou, em último caso, adaptar os procedimentos de
socorro de acordo com poder operacional disponível.
Durante tal conferência deve-se aproveitar para fazer uma inspeção visual nos
materiais bem como o teste e manutenção dos mesmos, para que estejam em
condições de uso durante eventual necessidade.
Quanto à divisão das funções dentro de cada guarnição esta pode ficar à cargo
do seu respectivo chefe ou do Comandante de Socorro. O importante é que
exista uma divisão prévia de cada função para que, com isto, no atendimento
emergencial cada integrante sabia quais as suas responsabilidades.
3.2.1.2 Treinamento
Segundo o CBMDF (2009, Mód. IV, p. 22) a “eficiência na cena [...] está
diretamente ligada à eficiência nos treinamentos. Por melhor que tenham sido
formadas, as guarnições necessitam de treinamento constante, com a correção
dos procedimentos que tenham sido executados erroneamente ou modificados
tecnicamente ao longo do tempo”.
Por meio das análises e debates realizados sobre a ações executadas nos
exercícios criar-se-á um ambiente que possibilitará o aperfeiçoamento
profissional.
No que concerne aos simulacros Lisboa Neto (2013, p. 12) sugere que sejam
criadas diversas situações, inclusive externas ao quartel, que possibilitem: o
manuseio de vários equipamentos e viaturas, o desenvolvimento do espírito de
liderança dos chefes de guarnições e do espírito de corpo, a correção de
falhas, a apresentação de técnicas atualizadas, a manutenção das habilidades,
a adaptação e condicionamento ao uso de EPI’s.
3.2.1.2.2 Instruções
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
4 FASES DO SOCORRO
Aviso e
Partida Deslocamento Chegada Reconhecimento Planejamento
Acionamento
Operação
Estabelecimento Controle Inspeção final Desmobilização Regresso
(ações de SOS)
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
reconhecimento da cena do evento para, somente após este, começar o
planejamento.
Cada uma destas informações colabora para que o trem de socorro chegue,
com o menor tempo e segurança, no local do evento. Ademais, permitem
também ao Comandante do Socorro tentar prever antecipadamente a cena do
acidente e, com isto, iniciar o respectivo planejamento.
4.2 PARTIDA
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Viatura de emergência médica: para primeiros socorros e transporte da
vítima; e
Viatura de combate a incêndio: para auxílio no gerenciamento dos riscos.
4.3 DESLOCAMENTO
Segundo o CBMDF (2009, Mód. IV, p. 27) é a fase que abrange a saída do
socorro da unidade ou do local onde este se encontre até a chegada ao local
do incidente. Este deslocamento das viaturas, se viável, deve ser feito em
comboio. Nesta etapa, é primordial a atuação de dois componentes da
guarnição, o Condutor e o Comandante do Socorro.
6
O CBMDF (2012) estipula que “O(s) chefe(s) de guarnição(ões) determina(m) para que os
bombeiros embarquem às viaturas devidamente trajados com o(s) EPI específico(s) para o tipo
de ocorrência”.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
do Incidente gerenciar o deslocamento da viatura ou do trem de socorro,
verificando, inclusive, se está sendo realizado de forma segura. Caso ele
conheça os endereços da sua área de atuação poderá decidir pela rota a ser
seguida, devendo o Condutor obedecê-lo.
4.4 CHEGADA
Este, assim que possível, deve comunicar à CIADE sobre qual é a viatura onde
foi estabelecido o Posto de Comando, o endereço correto do evento e suas
características. Ao escolher o local para o Posto de Comando, o Comandante
do Incidente deve levar em consideração:
Segurança;
Visibilidade;
Facilidade de acesso e circulação;
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Disponibilidade de comunicação;
Afastamento da cena e do ruído; e
Caso necessário, capacidade de expansão física.
a) Tráfego de veículos
Quando ocorrem acidentes de trânsito há a possibilidade de ocorrer a
diminuição da velocidade dos veículos que se locomovem pela respectiva via,
isto se deve ao fato de que os automóveis envolvidos em um acidente
obstruírem, total ou parcialmente, a via.
7
CBMDF. Comando Operacional. Determinação para utilização das canaletas 14 ou 16
quando de socorro em ocorrências de médias e grandes complexidades. Boletim Geral nº
239. Brasília, 26 dez. 2012. Nesta hipótese apenas o PC fará contato com a CIADE.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Caso haja dificuldades para acessar o local do evento, há também a alternativa
de solicitar apoio do helicóptero ou do motorresgate. Nesta hipótese, os
tripulantes da aeronave ou os motociclistas de resgate poderiam adotar o
procedimento acima citado ou transportar integrantes da guarnição e alguns
dos recursos materiais.
Por fim, a pista deve ser sinalizada, afim de orientar o fluxo do trânsito. Neste
primeiro momento, o da chegada, esta sinalização é provisória e pode ser
mudada de posição após a realização do reconhecimento da cena.
c) Barreiras físicas
No deslocamento para o evento, a equipe pode se deparar com obstáculos,
tais como deslizamentos de encostas, quedas de árvores, cargas espalhadas
na pista, postes de energia elétrica e torres caídas, pontes e passarelas
colapsadas e outras adversidades que dificultem o alcance ao local do
atendimento bem como compliquem o estabelecimento inicial das viaturas.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No caso de existência de barreiras físicas há a opção de realizar a sua retirada.
Contudo, o Comandante de Socorro deve examinar com cuidado a situação
pois o obstáculo encontrado pode estar instável.
4.5 RECONHECIMENTO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
aproxima-se com cuidado do(s) veículo(s) e verifica a existência de produtos
perigosos, vazamento de combustível, instabilidade do(s) veículo(s), princípio
de incêndio, rede elétrica, número e estado aparente das vítimas, entre outros
e, após, se reporta ao Comandante do Socorro.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Quando possível o Comandante do Incidente deve dar parte do
reconhecimento à CIADE.
4.6 PLANEJAMENTO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Em relação aos objetivos a serem traçados, o CBMDF (2011, p. 27) deixa claro
que eles devem ser: base para todas as atividades, atingíveis, precisos,
mensuráveis e flexíveis. Os objetivos específicos da respectiva ocorrência
serão determinados segundo os objetivos gerais.
ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
CRIAÇÃO DE ACESSOS
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
DESENCARCERAMENTO
EXTRAÇÃO
TRANSPORTE
8
Um dos recursos que o Comandante do Incidente pode solicitar está relacionado ao
transporte aéreo. Neste aspecto, segue no Anexo E, que traz informações sobre os requisitos
de acionamento aeronaves do Grupamento de Aviação Operacional do CBMDF.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Das características expostas, conclui-se que, no planejamento estratégico o
Comandante do Incidente fixa o rumo a ser seguido para a solução do
problema. O planejamento estratégico é sintético, genérico e amplo,
abrangendo todos os recursos envolvidos no socorro, de forma a possibilitar a
escolha de um conjunto de ações integradas para viabilizar o alcance dos
objetivos específicos.
De Oliveira (2005, p. 86) assenta que estratégia é “um plano básico para
resolver a situação da forma mais objetiva possível [...] as decisões
estratégicas devem basear-se no dimensionamento (avaliação) da ocorrência,
na necessidade do gerenciamento de riscos e na disponibilidade de recursos
para o controle da situação”. Portanto, na definição do planejamento
estratégico o Comandante do Socorro deve estudar as alternativas presentes
no evento, inclusive os recursos disponíveis, e escolher os caminhos que
possibilitem a solução do incidente mediante a execução de tarefas integradas
e unificadas.
Além deste plano macro, há também que se efetivar o planejamento tático, isto
é, o Comandante do Incidente e/ou Chefes de cada viatura (salvamento,
combate a incêndio e atendimento pré-hospitalar) e/ou, conforme a dimensão
da estrutura de resposta implantada, os staffs de comando (segurança,
informações públicas e ligação) e/ou chefes de seções (operações, logística,
planejamento, administração e finanças) devem, de acordo com o
planejamento estratégico estipulado, identificar os subojetivos e elaborar os
planos de ações para utilizar as equipes especializadas.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Ao lecionar sobre planejamento tático, De Oliveira (2005, p. 86) ensina que as
“táticas são na verdade os métodos selecionados [...] para implementar” o
plano estratégico “[...] se traduzem na determinação de tarefas técnicas a cada
uma das guarnições”. Trata-se do planejamento relativo ao emprego integrado
dos recursos em ações específicas (busca, salvamento, preservação do local
etc). Nesta etapa, se define quem irá fazer o quê, onde e quando. Por
oportuno, comunica-se que a forma de como realizar cada tarefa técnica, ou
seja, o detalhamento minucioso das atividades especializadas, é escolhida em
um terceiro momento, no planejamento operacional.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
respectiva ação necessária para atingir os objetivos fixados. Está relacionado à
descrição lógica e seqüencial dos procedimentos que geram resultados
imediatos em cada área técnica.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Esta dinâmica, presente no socorro prático, dificulta a compressão dos três
tipos de planejamento existentes na fase do socorro, pois torna difícil a
associação de exemplos. Assim, com o intento de auxiliar no entendimento das
espécies de planejamento, apresenta-se um quadro demonstrativo para um
incidente de baixa complexidade.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Socorro e o Operações; b) ASE, contendo 6 integrantes; e c) UR, com 3
membros;
Já no local do acidente e após, realizar a abordagem e a efetiva
avaliação da cena e dos recursos presentes, estabelece os objetivos
específicos e conclui o seu plano estratégico levando em conta as
perguntas: Como resolver o problema? E se a alternativa “A” não
funcionar?
> No caso apresentado, os objetivos específicos para solucionar o
incidente compreendem todos os objetivos gerais;
> Como o acidente é em via pública o Comandante do Incidente analisa:
Como garantir a segurança de todos os envolvidos? Como retirar a
vítima do veículo e transportá-la? Como desencarcerar o condutor
com os equipamentos que estão no local? Etc;
> Após, se necessário solicita reforço como, por exemplo, o órgão de
trânsito responsável pela via, a perícia etc, e estabelecer a seqüencia
de execução dos trabalhos.
O Comandante do Socorro, juntamente com o Segurança, estabelece,
de forma definitiva, as táticas de segurança como: a) a criação de
perímetros operacionais e seus limites; b) a forma de sinalização,
decidindo optar pelo bloqueio da via a uma distância de 60 metros do
limite da zona morna; c) a técnica de imobilização do veículo,
escolhendo a de calçamento de 4 pontos; d) a escolha do Chefe de
viatura que irá designar os responsáveis por realizar tais procedimentos;
e etc;
Com o staff de Operações define a tática das operações, existirá um
planejamento tático para cada guarnição, sendo escolhido: a) as
técnicas de desencarceramento, retirada das 2 portas do lado do
condutor e o levantamento do volante; b) optam por extrair o condutor
em uma angulação de 30º graus (lateral traseira do lado do condutor); c)
como não há ABT no local, designam o Chefe do ASE para que
providencie a montagem de uma linha de ataque ofensivo com espuma
para combate a incêndio; e etc;
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Por sua vez o staff de Operações se reúne com os chefes das
guarnições e repassa o planejamento tático estipulado e, com base nele,
os chefes montam os respectivos planos operacionais;
> Assim, o Chefe do ASE, designa o responsável da sua guarnição por
isolar e bloquear a via, os meios e a forma como estes devem ser
feitos, como com a instalação de uma fita zebrada no final da zona
morna, a colocação de cones dispostos na vertical de forma a impedir
a passagem de veículos na área do acidente;
> O Chefe do ASE, seleciona dos membros da sua guarnição que irão
executar o desencarceramento e, segundo o plano estratégico, monta
o plano de operações. Com isto, determina: a) a colocação de steps
sob as colunas “A” e “C” de ambos os lados; b) a abertura quebra dos
vidros das duas portas laterais do lado do condutor; c) esclarece aos
executantes a forma com a qual a retirada das portas do lado do
condutor deve ocorrer e quais equipamentos utilizar; d) detalha o
procedimento de levantamento do volante; e etc;
> Seguindo o planejamento staff de Segurança, o Chefe do ASE designa
o membro da equipe responsável por montar uma linha de mangueira
conectada na saída de espuma da viatura, especificando o passo a
passo de como realizar isto, determinando o uso de equipamento de
respiração autônoma de pressão positiva e que, após a montagem do
sistema, o integrante fique em posição de ataque ofensivo e como tal
procedimento deverá ser feito;
> Quanto ao Chefe da UR, o staff de Operações repassa o planejamento
estratégico e o tático para que seja possível a elaboração do plano
operacional do APH. Com isto, o Chefe da UR designa o seu auxiliar
para que, devidamente equipamento com a roupa de proteção a
incêndio, adentre o veículo por uma das janelas e apóie a cabeça da
vítima, de forma a imobilizá-la. Com auxílio de elementos do ASE
ajusta a medida do colar cervical e o coloca na vítima como também
orienta a colocação do KED (reclinamento do encosto dorsal do
banco, inserção do KED, conexão dos tirantes do KED, o apoio nas
alças do KED de forma a possibilitar o inclinamento total do banco e a
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
inserção de uma prancha rígida pelo espaço porta traseira). Na
seqüência, conduz o posicionamento da vítima sobre a prancha rígida
e sua retirada do automóvel de forma a repousar a prancha sobre
uma maca e, após, o afrouxamento dos tirantes do KED. Segue-se
ainda a colocação da maca com a vítima no interior de uma
ambulância e o seu transporte ao hospital de referência.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
executar. Logo, via de regra, saberão o que fazer e quais meios materiais
utilizar, mesmo antes de chegarem ao local do acidente, algo que reduz a
possibilidades de erros e reveste de eficiência eventual atendimento.
Assevera-se isto porque a eficiência volta-se para a melhor maneira pela qual
os procedimentos devem ser executados, para que os recursos sejam
empregados de forma racional. Portanto, a eficiência foca o método, o
processo de realização das ações de uma operação. Ser eficiente é ter a
capacidade de fazer as coisas com presteza, com qualidade, com o mínimo de
esforço, sem erros e com o máximo aproveitamento dos recursos disponíveis.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
ESTABELECER OS OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
ESTABELECER AS ESTRATÉGIAS
ESTABELECER AS TÁTICAS E OS
PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO
ESTABELECER AS PRIORIDADES
4.7 ESTABELECIMENTO
O CBMDF (2009, Mód. IV p. 43) dispõe que esta é a etapa na qual “há a
distribuição das tarefas e a montagem do sistema de resposta”. Ou seja, esta é
a fase na qual o Comandante do Incidente, de posse de todos os dados
reportados pela equipe como também os oriundos de sua respectiva avaliação,
de acordo com o planejamento estipulado, determina a disposição dos meios
para o desenvolvimento da operação bem como distribui as tarefas.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No que tange às viaturas estas devem estar dentro da zona morna,
estacionadas de forma defensiva afim de proteger o local. Devem ser
estabelecidas em local estável e com rota de fuga definida, paradas em
diagonal, em um ângulo de 45º, fechando a faixa do acidente, bem como, se
viável, a faixa ao lado, protegendo desta forma as vítimas e as guarnições que
trabalham no acidente. As rodas devem estar voltadas para fora da área do
acidente e os sinais luminosos deverão estar ligados para uma maior
sinalização e proteção do local de ocorrência. Ademais, há que se atentar para
que quaisquer viaturas não bloqueiem o acesso dos demais recursos.
Uma viatura pode ter aplicações diversas no socorro, dentre elas podem ser
citadas: auxílio na sinalização, auxílio no isolamento, auxílio na iluminação,
ponto de ancoragem, Posto de Comando, fácil acesso a materiais adicionais,
ponto elevado de observação e eventual acesso, proteção da guarnição etc.
4.8 OPERAÇÃO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Trata-se da fase na qual são realizadas as ações que visam a resolução da
ocorrência, tais como as de salvamento, atendimento pré-hospitalar e combate
a incêndio.
Segundo o CBMDF (2009, Mód. IV, p. 46) o combate a incêndio pode ser
conceituado como “a utilização dos equipamentos e técnicas necessárias à
proteção, ao confinamento e à extinção do incêndio”, sendo que a proteção
visa a evitar que o fogo se alastre e o confinamento a restringir a ação do fogo
apenas à área já queimada.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
para aperfeiçoá-lo. É o controle que garante a implementação efetiva do plano
de ação.
O CBMDF (2009, Mód. IV, p. 47) lista as seguintes características desta fase:
Verificar as condições de segurança;
Observar o desenvolvimento das ações de socorro;
Gerenciar os recursos;
Se necessário, realizar a adaptação do plano de ação no incidente; e
Verificar a necessidade de reforço.
Assim, a inspeção final no resgate veicular tem como escopo, entre outros:
Eliminar a possibilidade de existência de vítimas que não sejam atendidas;
Adotar medidas de preservação dos vestígios para a perícia, sobretudo
quando houver indícios de crime;
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Verificar as condições de segurança da cena;
No caso de incêndio em veículo, a necessidade de rescaldo; e
Localizar objetos de valor que devam ser preservados.
4.11 DESMOBILIZAÇÃO
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Informação da conclusão dos trabalhos no local da ocorrência à CIADE e
da respectiva retirada do socorro do local do evento.
4.12 REGRESSO
4.13 PÓS-EVENTO
No que tange ao pós-evento, o CBMDF (2009, Mód. IV, p. 54) disciplina que:
Como exposto acima, após cada atuação de socorro deve ser realizado um
debriefing. O objetivo é expor as adversidades ocorridas durante o atendimento
para possibilitar o aperfeiçoamento do serviço nas próximas ocorrências. Ou
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
seja, toda equipe deverá se valer de dificuldades e falhas já ocorridas e adotar
medidas que impeçam a repetição destas nos próximos atendimentos.
Neste sentido, são exemplos que situações que podem ser discutidas durantes
um debriefing: informações incorretas por parte da CIADE, a perda de tempo
no deslocamento ou na organização da cena, o emprego de um maior ou
menor número de recursos, adequada realização da estratégia e da tática, a
dificuldade de comunicação, a dificuldade em integrar a atuação dos
integrantes da equipe de socorro, eventual quebra do comando unificado,
dificuldade no uso de algum equipamento etc.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
5 TERMINOLOGIAS
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Posto de Comando: local onde o Comandante do Incidente pode ser
encontrado e de onde se pode controlar os recursos e coordenar as
operações.
Resgate leve: desencarceramento da vítima com a adoção de medidas
simples, sem atuar na estrutura do veículo, como, por exemplo, afastar
um banco, descer ou quebrar um vidro etc.
Resgate pesado: desencarceramento da vítima com a adoção de
manobras sobre a estrutura do veículo como, por exemplo, retirar sua
porta, cortar uma coluna etc.
Resgate veicular: seqüência de procedimentos utilizados para localizar,
acessar, estabilizar, desencarcerar, extrair e transportar vítimas que
estejam presas nas ferragens de um veículo acidentado.
Risco: é o perigo adicionado da probabilidade, da vulnerabilidade e de
outros fatores que podem contribuir para a ocorrência de danos físicos ou
materiais.
Risco aceitável: risco compatível com a atividade que se deseja
desenvolver.
Vulnerabilidade: fator que determina o grau de exposição de pessoas ou
bens em relação aos perigos.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
6 GERENCIAMENTO DE RISCOS
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
O processo de estabilização da cena compreende dois momentos distintos,
quais sejam, a estabilização da área do incidente e a estabilização dos veículos
acidentados. A estabilização da área do incidente consiste em criar condições
para que a guarnição possa atuar nos veículos acidentados. Ela compreende,
por exemplo, o isolamento, a sinalização, a gestão de árvores, muros, postes
ou outras estruturas que por ventura estiverem sobre os veículos acidentados
ou oferecendo risco de queda.
Recorda-se que, uma vez que os riscos foram anulados, os mesmos poderão
sair do controle novamente. Assim sendo, a atenção não deverá ser diminuída
em relação a eles no decorrer do atendimento a ocorrência.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Por oportuno informa-se que, no que é atinente ao gerenciamento de riscos,
não serão abordados nesse capítulo, mas em capítulos próprios e posteriores,
os temas alusivos a acidentes envolvendo veículo movido a GNV, elétrico e
elétrico híbrido, como também sobre a estabilização veicular.
Uma das primeiras ações de gerenciamento de risco deve ser o uso dos
equipamentos de proteção individual, sendo de responsabilidade do
Comandante do Socorro a observação do seu uso por parte de todos os
envolvidos no salvamento.
6.2.1 Sinalização
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
sinalização, tais como: pista reta, pista sinuosa, aclive e/ou declive, influência
do clima, óleo na pista etc.
a) Pista reta
O final da sinalização em uma pista reta deve coincidir com o final da zona
morna após o acidente, ou seja, a sinalização deve ultrapassar o acidente. Já o
início da sinalização deve estar, no mínimo, a uma distância igual à velocidade
da via acrescida de 50% deste valor, isto contado do início da zona morna. Por
exemplo, se a velocidade da via é igual a 80 Km/h, os primeiros cones serão
colocados, via de regra, após o início da zona morna, a uma distância de 120
metros (80 + 40 = 120) e os últimos cones deverão ultrapassar o acidente em,
pelo menos, 10 metros. Assim, a sinalização do exemplo terá, no mínimo, o
cumprimento de 140 metros (destes um total de 20 metros é relativo ao espaço
da circunferência que abrange as zonas quente e morna) e mais o tamanho do
cumprimento dos veículos envolvidos no acidente. Em pista única a sinalização
deve ser feita nos dois sentidos.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
b) Pista sinuosa
c) Aclive ou declive
6.2.2 Isolamento
b) Zona morna: delimitada a partir da zona quente, esta área tem por
finalidade oferecer maiores condições de segurança. Destina-se à
montagem do Posto de Comando, do palco de materiais, área de
concentração de vítimas e do estabelecimento das viaturas operacionais
(salvamento, combate a incêndio e unidade tática de emergência). Esta
possui raio mínimo de 5 (cinco) metros e é isolada com o uso de materiais
(fitas, cordas, cones etc) para delimitar o perímetro interno de segurança. É
nesta zona que o Comandante gerenciará todo o socorro. A presença nesta
área é restrita aos Bombeiros atuantes na operação ou àqueles que o
Comandante do Socorro permitir. Quando se optar pela criação de uma área
de descarte de materiais, esta deverá ser providenciada na zona morna.
105
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
c) Zona fria: local onde devem ficar estabelecidas as viaturas de apoio e
recursos não emergenciais como CEB, CAESB, DETRAN, Policias Militar e
Civil, PRF etc. Ressalta-se que viaturas de apoio pertencentes ao CBMDF e
suas guarnições, desde que não sejam classificadas como atuantes deverão
aguardar nesta área. É um espaço permitido somente para as pessoas
envolvidas no socorro, sendo proibida para curiosos. Abrange também um
raio mínimo de 5 (cinco) metros. Para delimitar o perímetro externo de
segurança esta área é isolada preferencialmente o uso de materiais, tais
como corda, fita zebrada etc e é de responsabilidade do policiamento local.
Zonas operacionais
6.3 BATERIAS
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
6.4 VIDROS
Vidros quebrados ou até mesmo intactos oferecem perigo para a vítima e para
o Bombeiro. Podem provocar cortes, entrar nos olhos, gerar quedas etc. Os
vidros intactos oferecem risco em decorrência de eventualmente precisarem
ser rompidos.
Jamais utilizar as mãos, mesmo que protegidas por luvas, para remover os
pedaços de vidro que eventualmente ficarem presos a alguma janela. Se
precisar retirá-los, utilizar uma ferramenta como, por exemplo, o halligan ou o
pé-de-cabra.
6.5 FERRAGENS
108
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
6.6 VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEL
Deve-se atentar para não atingir a vítima com o agente extintor, principalmente
se for pó-químico seco, que irrita as vias aéreas e pode contaminar ferimentos
abertos.
As rodas do veículo devem ser calçadas, logo que possível. O combate inicial
ao fogo que envolve um veículo deve ser com um ataque rápido e agressivo,
grandes quantidades de água e/ou espuma podem ser usadas. Uma linha será
para combate e a outra para proteção. Estas devem estar, sempre que
possível, a favor do vento. Há de se observar o uso obrigatório de roupa de
proteção completa, inclusive botas e luvas.
111
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Um incêndio em automóvel produzirá gases tóxicos, logo EPR’s devem ser
utilizadas durante o combate ao incêndio bem como durante a inspeção final e
o eventual rescaldo.
112
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
a) Compartimento fechado: empregar a técnica de passagem de porta
utilizada no combate a incêndio em edificações. Assim, conseguir-se-á
diminuir primeiramente a temperatura dentro do compartimento e, na
seqüência, realizar o combate ao fogo;
b) Compartimento aberto: fazer ataque direto, sempre atentando para o tipo
de combustível.
113
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Entretanto pode ocorrer dos air bag’s dianteiros inflarem mesmo que não haja
dano visível. Nesta situação, uma desaceleração súbita ou um forte impacto na
estrutura do veículo ou na suspensão pode causar a ativação de um ou mais
air bag’s. Como exemplos citam-se: bater no meio-fio, na borda de um buraco,
em outro objeto fixo baixo etc.
No que tange ao não acionamento dos air bag’s laterais, embora o dano visível
pareça severo, estes podem não inflar quando o impacto ocorrer na dianteira
ou na traseira ou quando as peças deformáveis da carroceria do carro
absorverem a maior parte da energia da colisão. Nestes casos, os air bag’s
laterais não seriam necessários ou não ofereceriam proteção.
Todavia, um air bag lateral pode inflar mesmo que não exista dano aparente.
Como um sistema de air bag detecta desacelerações súbitas, um impacto na
lateral da estrutura do veículo, mesmo que não cause dano aparente, pode
causar a ativação de um air bag lateral.
114
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
O proprietário do veículo substituir as capas dos bancos, do estofamento
ou do volante e, como isto, bloqueia a passagem da bolsa do air bag;
A velocidade, o ângulo do impacto, a direção do movimento, a
deformação do veículo e o obstáculo atingido determinam a severidade
do acidente e o acionamento ou não do(s) air bag(s).
E um dos riscos de air bag’s que não foram inflados durante uma colisão é o
fato de serem acionados durante o resgate como, por exemplo, por ocasião da
movimentação de ferragens para o desencarceramento e extração da vítima. A
bolsa, durante o acionamento, pode atingir membros da equipe que se
encontram próximos ou interpostos entre a vítima e a área de expansão
daquela. O impacto pode causar lesões graves em decorrência da velocidade
com que a mesma se projeta.
Por fim, há que se deixar claro que alguns modelos de air bag’s possuem duas
cargas de explosivo, uma para pequenos impactos e outra para colisões
significativas. Estes também são conhecidos como air bag’s de dois estágios.
116
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Logo, o fato de um air bag estar acionado não significa que o mesmo não
constitua mais risco.
117
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
7 PRODUTOS PERIGOSOS
9
Os códigos de identificação de perigos dos produtos são os números vistos na parte superior
do painel de segurança dos veículos de transporte de produtos perigosos. Cada código é
formado por dois ou três algarismos. Quando produtos reagem de forma perigosa com a água
são precedidos da letra X. Estes códigos são denominados de Números de Risco e estão
associados às propriedades perigosas dos produtos.
118
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
perigosos e acerca da forma geométrica dos tanques e contêineres de
transporte.
119
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Também inclui produtos que originalmente podem não apresentar tais
propriedades mas que, ao reagirem com a água, liberam gases ou vapores
tóxicos. Nesta seção são encontradas: a) Orientações de como utilizar a tabela
de isolamento inicial e de ação protetora; b) Tabela com as distâncias de
isolamento inicial e de ação protetora; e c) Relação de produtos perigosos que
reagem com a água.
120
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Cita-se como exemplo o produto cujo número da ONU é 1955, gás tóxico,
comprimido. Para este a distância de isolamento inicial para pequenos
derramamentos é de 100 metros, isto é, um círculo de 200 metros de diâmetro.
Já a sua distância de proteção para a mesma situação é de 500 metros para
um acidente durante o dia, sendo uma área, no sentido do vento a partir do
ponto do derramamento, dentro da qual podem ser realizadas ações de
proteção.
121
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
a) Chegada
b) Isolamento
Nome da classe
XXXX Número
da ONU Número da classe
122
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Os painéis de segurança e rótulos de risco são afixados nos compartimentos
de cargas (granel e embalado) e na parte traseira e dianteira dos veículos que
transportam produtos perigosos.
124
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Há ainda a possibilidade de conseguir informações na documentação de
transporte da carga como, por exemplo, na sua nota fiscal e na sua ficha de
emergência. Ambos poderão ser obtidos junto ao condutor do veículo.
e) Ações de proteção
126
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
8 ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS ENVOLVENDO ENERGIA
ELÉTRICA
10
A energia elétrica é definida como o resultado do movimento de cargas elétricas no interior
de um condutor. É um tipo especial de energia através da qual se pode obter calor, luz,
radiação etc. Ela é usada para transmitir e transformar a energia primária da fonte produtora,
que aciona os geradores, em outros tipos de energia, como a usada nas residências.
127
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No Brasil, as tensões mais usuais em corrente alternada11 nas linhas de
transmissão vão de 69 kV a 765 kV. Nos centros consumidores, existem
subestações que reduzem as tensões de transmissão para valores de
distribuição.
11
Há dois tipos básicos de corrente ou tensão elétrica: a contínua e a alternada. A contínua é
aquela cujo o valor e direção não se alteram ao longo do tempo e, como exemplos, citam-se as
pilhas e baterias. Já a corrente alternada é uma corrente oscilatória, cuja tensão varia de
acordo com o tempo. Nesta, cada ciclo é constituída por valores positivo e negativo (exemplo
de +220 Volts a -220 Volts), sendo que a corrente que chega nas residências possui 60 ciclos
por segundo, ou seja, uma freqüência de 60 Hertz.
128
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
PRIMÁRIA
GERAÇÃO SUBESTAÇÃO TRANSMISSÃO SUBESTAÇÃO DE
DE ELEVAÇÃO ABAIXAMENTO
DISTRIBUIÇÃO
SECUNDÁRIA
12
Por sua vez a Agência Nacional de Energia Elétrica estipula outra classificação, qual seja: a)
Alta tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou superior a 69 kV e inferior a 230 kV,
ou instalações em tensão igual ou superior a 230 kV quando especificamente definidas pela
ANEEL; b) Média tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e inferior a 69
kV; e c) Baixa tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou inferior a 1 kV.
129
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
O choque elétrico é a passagem da corrente elétrica13 pelo corpo de uma
pessoa ou de um animal. Ele acontece quando o corpo entra em contato com
um material energizado. A corrente atravessa o corpo humano no sentido da
terra. O choque elétrico pode causar diversas perturbações sendo que os
efeitos destas variam e dependem, entre outros, de:
Percurso da corrente elétrica pelo corpo;
Tempo de duração do choque elétrico;
Espécie da corrente elétrica;
Freqüência da corrente elétrica;
Intensidade da corrente elétrica;
Tensão elétrica;
Estado de umidade da pele; e
Condições orgânicas do indivíduo.
13
Corrente elétrica é o deslocamento de cargas elétricas dentro de um condutor quando existe
uma diferença de potencial elétrico (ou tensão elétrica) entre as suas extremidades. A tensão é
medida em Volts. Por sua vez, a unidade da intensidade da corrente elétrica (ou fluxo elétrico)
no condutor é o ampère.
130
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Efeitos do choque elétrico em pessoas adulta, jovens e sadias
Intensidade da corrente
alternada que percorre o Perturbações possíveis durante o choque
corpo (60 Hz)
1 miliampère Nenhuma
1 a 9 miliampéres Contrações musculares
Sensações dolorosas. Contrações violentas. Asfixia. Anoxia.
9 a 20 miliampéres
Anoxemia. Pertubações circulatórias.
Sensação insuportável. Contrações violentas. Anoxia. Anoxemia.
20 a 100 miliampères Asfixia. Perturbações circulatórias graves, inclusive, às vezes,
fibrilação ventricular
Asfixia imediata. Fibrilação ventricular. Alterações musculares.
Acima de 100 miliampères
Queimaduras.
Fonte: NISKIER, Julio; MACINTYRE, A. J. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC - Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 2000.
Nota:
(1)
Ressalta-se que a tabela apresenta uma estimativa dos efeitos da corrente elétrica no corpo
humano pois, para cada situação, há uma série de fatores que influenciam nas conseqüências
daquela sobre este.
(2)
A título exemplificativo, que a corrente que passa por uma lâmpada incandescente de 60W em
120 Volts é de 500mA.
131
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
8.2.3 Tensão de passo
132
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
8.3 REGULAMENTAÇÃO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS
EM ELETRICIDADE (NR-10)
14
Existem serviços que, por características técnicas, não é possível realizar a desenergização
da instalação, devendo-se empregar, então, a tensão de segurança como segunda alternativa
de proteção coletiva. Isto implica em trabalhar com o uso da extra baixa tensão, ou seja, com
tensão não superior a 50 Volts em corrente alternada ou 120 Vots em corrente contínua na
execução do respectivo serviço. Contudo, segundo Cunha (2010, p. 20), esta medida só é
aplicável quando as instalações que estiverem sofrendo a intervenção forem alimentadas com
tensão de segurança.
133
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
a) Seccionamento
É a ação que visa eliminar a alimentação de uma instalação elétrica ou de sua
parte, separando-a de uma fonte de energia elétrica. É realizado por meio da
abertura de um dispositivo mecânico (chave seccionadora, interruptor, disjuntor
etc). Tal abertura pode ser feita por meios manuais ou automáticos.
b) Impedimento de reenergização
Tem como objetivo impedir a reversão indesejada do seccionamento
anteriormente efetuado. Tal procedimento deve ser realizado por meio do
bloqueio do dispositivo de seccionamento através da aplicação de travas como,
por exemplo, com o uso de cadeado, de fechadura, com a interposição
elemento isolante entre os contatos etc.
134
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
quando houver. Na seqüência, deverão ser conectadas as garras de
aterramento aos condutores fase, previamente desligados.
Ressalta-se que todos os itens elencados (de “a” até “f”) devem,
obrigatoriamente, ser observados para se considerar que não há energia no
local no qual se pretende atuar.
135
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança
originalmente preconizado. Ou seja, os procedimentos dispostos nos dois
parágrafos anteriores podem ser modificados, entretanto, a alternativa deverá
está previamente regulamentada e a execução da tarefa ser feita apenas por
profissional habilitado.
137
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa
e na ausência desses, anualmente.
Deve-se tentar localizar todas as extremidades do fio. Elas podem estar no solo
ou em suspensão no ar. Se um fio energizado toca um carro, caminhão, cerca
de metal ou qualquer outro objeto condutor, este objeto também será capaz de
matar pessoas. Uma piscina com água também será mortal se um fio
energizado cair nela.
138
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Procurar as extremidades dos fios
Recorda-se também que, se um fio energizado cair sobre uma cerca de metal
ou outro objeto condutor, a eletricidade pode ser transportada a pontos
distantes. Deve-se assegurar de que todos os objetos potencialmente
eletrificados não são acessíveis. Deve-se informar outras equipes de
emergência dos perigos e riscos.
4) Isolar a área
139
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
automático da rede. Contudo, o Comandante do Socorro deve, por meio da
CIADE, obter a confirmação de que o lugar está sem energia ou solicitar o
desligamento da energia na área do incidente bem como requerer a presença
de uma equipe da companhia energética para o local do incidente.
Qualquer movimentação com fios de energia deve ser feita somente pelos
técnicos da companhia de energia local.
A intervenção em acidente automobilístico que envolva energia elétrica somente pode ser
realizada mediante a desenergização da rede elétrica local, procedimento a ser feito por
técnicos da companhia energética local. No caso do surgimento de eventual risco, a operação
deve ser imediatamente interrompida. Ademais, quando se suspeita da presença de
eletricidade no local não se admite dúvida, exige-se conhecimento técnico especializado e
materiais específicos, qualquer erro pode ser fatal.
140
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Frases Destinatários
Dita para pessoas que estejam no interior de
Fique no veículo e com as mãos e pés junto
veículo em contato com linhas de energia,
ao corpo, estamos efetuando contato com a
pois podem ficar em risco se deixarem o
concessionária de energia elétrica.
automóvel.
Dita para ocupantes de veículos em conato
O chão está energizado e você pode tomar com linhas de energia e pessoas próximas da
um choque. área de segurança. Transeuntes devem ficar
longe de linhas de energia derrubadas.
Situação Ações
Um fio caído sobre ou sob um 1. Avaliar a situação a, pelo menos, 10 metros de
veículo com uma ou mais distância. Realizar a verificação de dentro do veículo
pessoas dentro. de resgate aumenta a margem de segurança. Se o fio
estiver energizado há possibilidade de eletrocussão.
2. Determinar a área de segurança e isolar o local.
3. Manter-se longe dos pneus, no caso de fogo podem
explodir.
4. Ligar para a concessionária de energia elétrica local.
141
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
O condutor não é capaz de 1. Instruir o motorista para ficar no interior do veículo até
mover o veículo ou o veículo não o pessoal da concessionária de energia elétrica
se move. chegar.
2. Monitorar a zona de segurança, protegendo a área de
riscos adicionais e mantendo curiosos longe da cena.
3. Os pneus de um veículo podem pegar fogo ou
explodir se aquecidos. Contudo, não é aconselhável
deixar o veículo, exceto em caso de incêndio.
As vítimas estão inconscientes e 1. Determinar a área de segurança e monitorá-la
há fios caídos sob ou sobre o continuamente, protegendo-a de riscos adicionais e
veículo ou estes estão suspensos mantendo curiosos longe da cena.
e perto do veículo. 2. Ligar para a concessionária de energia elétrica local.
3. Monitorar qualquer mudança na situação.
4. Instruir qualquer vítima, que eventualmente recupere
a consciência, para que fique no interior do veículo até
que o fio esteja sem energia.
5. Não adotar medidas que coloquem em risco sua
própria vida ou a dos outros.
O ocupante não está ferido e o 1. Explicar ao ocupante que entrar em contato com o
veículo não pode ser movido e veículo e solo ao mesmo tempo poderá matá-lo.
possui um foco de incêndio. 2. Instruir o ocupante a dar um salto para fora do veículo
(ver ilustração abaixo) e se afastar do mesmo.
Diga-lhe: "Mantenha os dois pés juntos e salte para
fora do veículo. Não toque o carro quando os pés
entrarem em contato com o solo. Após, efetue pulos
curtos, mantendo ambos os pés juntos. Mova-se desta
forma para longe do carro, para, pelo menos, 10
metros”.
Caso haja mais de um ocupante, estes não devem
entrar em contato físico um com o outro.
3. Instruir o ocupante ao longo da execução dos
procedimentos.
Efetuar um salto para fora de um veículo energizado é muito perigoso e só deve ser
tentado quando não houver outra alternativa como, por exemplo, no caso de um incêndio
no veículo. O estado do automóvel e as condições do ocupante também devem ser
considerados.
142
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
8.6 Observações especiais
Com isto, se, por exemplo, o condutor for oco as cargas serão distribuídas pela
superfície externa, concentrando-se na sua periferia, e os efeitos de campo
elétrico criados no interior deste condutor acabarão se anulando. Para provar
isto, Faraday construiu uma gaiola de metal que foi energizada com alta
voltagem, sendo que o próprio Faraday entrou na gaiola para provar que seu
interior era seguro.
143
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
poderá saltar, por meio de arcos elétricos, da lataria do veículo ou das partes
metálicas das rodas diretamente para o solo.
Pneus de veículos em contato com alta tensão podem sofrer danos internos. A
energia elétrica que flui através do pneu provoca decomposição química e
ocasiona a pirólise. Isto pode resultar em explosão repentina do pneu e na
conseqüente projeção de estilhaços ou em incêndio. Quanto maior for o pneu,
maior será a sua explosão. Em virtude disto, a aproximação do automóvel deve
ser feita com um ângulo que permita uma abordagem segura.
144
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
9 VEÍCULO MOVIDO A GÁS NATURAL VEICULAR (GNV)
145
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Em comparação aos combustíveis líquidos tradicionais, o GNV gera economia
nas despesas com abastecimento. Afirma-se isto ante ao fato de que rende em
torno de 30% a mais que a gasolina e 50% a mais que o álcool. Destaca-se
também por possuir preço menor quando comparado aos demais combustíveis.
Legenda
Quanto um carro faz em quilômetros por litro de gasolina ou álcool.
Tamanho dos cilindros de GNV.
Autonomia média em quilômetros rodados.
Quanto um carro faz em quilômetros por metro cúbico de GNV.
Tais benefícios fazem com que o mercado de GNV cresça de forma contínua,
sobretudo de empresas especializadas na instalação do kit de conversão para
GNV. Por oportuno, informa-se que a comercialização, instalação, manutenção
ou remoção dos dispositivos de uma sistema de GNV são feitos por oficinas
registras no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial). Mas, além da alternativa de converter um automóvel para
146
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
GNV, outra forma para possuir um carro movido a GNV é comprá-lo
diretamente da fábrica, quando esta oferecer tal opção.
Por ser o gás metano o principal componente do GNV tem-se que, no interior
de um cilindro existente em um automóvel, este combustível se encontra no
estado gasoso. Explica-se isto ante ao fato de que o gás metano não se
liquefaz à pressão de 220 bar. E, no que diz respeito, à sua forma de transporte
para os postos de abastecimento, ele se dá de duas maneiras: no estado
gasoso quando em baixa pressão, por meio de gás odulto ou em caminhões
tanque, ou no estado líquido, por meio de caminhões tanque. Para atingir o
estado líquido, o gás passa por um processo de resfriamento, cuja temperatura
atinge -162 ºC, momento a partir do qual se liquefaz, tendo, então, seu volume
reduzido em 600 vezes.
15
Possui inflamabilidade reduzida quando comparado a outros combustíveis. Neste sentido,
cita-se, como exemplo, que o ponto de ignição do GNV é 620ºC, enquanto o da gasolina a 257
ºC.
147
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
incolor dificulta a identificação visual de eventual vazamento, o que pode
resultar em irritação nas vias aéreas, tosse, dor de cabeça, náusea, vômito,
sonolência, vertigem, confusão mental, alteração na capacidade de julgamento,
cianose, sensação de desmaio, perda de consciência e, em elevadas
concentrações, asfixia e/ou morte.
Noutro giro, o fato de ser mais leve que o ar facilita a execução das ações em
um incidente haja vista a facilidade de sua dispersão.
Por último, informa-se que, o gás natural, no seu estado original, é inodoro. Tal
substância, ao passar por processo industrial para formar o GNV recebe o
acréscimo, entre outros, de gás odorante. A adição deste visa tornar eventual
vazamento de GNV detectável por meio do odor.
Principais componentes da
instalação de um sistema de GNV
148
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
9.1.1.1 Cilindro de armazenamento de GNV
16
Conforme descrito pelo INMETRO, na Portaria n.º 298, de 21 de agosto de 2008, o liner é um
reservatório utilizado como casco interno, impermeável ao gás, onde são enrolados filamentos
de reforço de fibra para que o conjunto alcance a necessária resistência. Dois tipos de liners
são descritos no mencionado regulamento técnico: os liners metálicos, que são projetados para
dividir a carga com o reforço, e os liners não metálicos, que não suportam carga em nenhuma
parte.
17
Quanto às resinas tem-se que o material para impregnação pode ser termofixo ou resina
termoplástica. Exemplos de materiais-matrizes adequados são epoxi, epoxi modificado,
plásticos termofixos (poliéster e viniléster) e materiais termoplásticos (polietileno e poliamida).
No que tange às fibras, o tipo de material dos filamentos para o reforço estrutural deve ser de
fibra-de-vidro, fibra de aramida ou fibra de carbono.
149
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
polimérica. Ruptura do cilindro: se feito de fibra de vidro, a
partir de 730 bar, se feito de aramida, a partir de 620 bar, ou
carbono, a partir de 470 bar.
Pressão de serviço, independentemente do tipo de cilindro: 200 bar e
temperatura de 15º;
Vida útil do cilindro: a vida útil em serviço admitida é de, no máximo, 20
(vinte) anos;
Requalificação: processo de inspeção periódica do cilindro para
armazenamento de gás natural veicular, a cada 05 (cinco) anos a partir
da data de sua fabricação, que compreende as seguintes verificações:
inspeção visual interna, inspeção visual externa, avaliação da massa
(pesagem), inspeção da rosca e ensaio hidrostático.
A capacidade de armazenamento varia conforme o tamanho do cilindro,
a temperatura e a pressão de abastecimento:
200 15 7,5 30
200 15 15 60
200 15 20 80
200 15 25 100
200 15 30 120
150
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
a) Registro de fechamento rápido, o qual permite, manualmente ou
manualmente e eletricamente18, o fechamento total ou a abertura da saída
do gás;
b) Na parte interna há uma válvula que em caso de excesso de fluxo, o qual
pode ocorrer com o rompimento de um componente da linha de alta pressão,
restringe automaticamente a saída de gás a menos de 10% da vazão
volumétrica, sem interrompê-lo totalmente.
c) Mecanismo de segurança com a finalidade de, automaticamente, em caso
de aumento de temperatura e/ou de pressão do gás, liberar o conteúdo do
cilindro para a atmosfera.
18
O fechamento elétrico ocorre através de uma válvula solenóide. Esta possui uma bobina que,
quando energizada, gera uma força magnética no seu centro, fazendo com que o êmbolo da
válvula seja acionado, criando assim o sistema de abertura e fechamento.
19
Pressão de ajuste: pressão na qual a válvula de alívio de pressão deve ser regulada para
início de abertura. Pressão de regime: pressão na qual a válvula de alívio de pressão deve
estar totalmente aberta. Pressão de fechamento: pressão na qual a válvula de alívio de
pressão deve estar totalmente fechada.
151
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
b) Dispositivo estático de alívio de pressão (DAP)
Composto de uma combinação de um tampão fusível20, de liga fundível, e disco
de ruptura21. Estes atuam quando o cilindro é submetido a temperaturas entre
100ºC a 120ºC e a sua pressão interna ultrapassar a 300 bar (30MPa). Podem
operar de forma independente ou combinada. Neste caso, a liga se funde,
desobstruindo o canal de alívio, sendo o disco rompido pela pressão do gás, o
que possibilita a sua saída. O orifício de descarga deve possuir diâmetro
mínimo de 2 mm.
20
Componente constituído de uma liga fundível a temperaturas entre 100º C e 120º C para
permitir a desobstrução do canal de alívio da válvula do cilindro.
21
Disco metálico que bloqueia o canal de alívio da válvula do cilindro. Atua através de seu
rompimento, quando submetido à determinada faixa de pressão.
152
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
componente que envolva a válvula do cilindro e a sua conexão com a
tubulação de alta pressão.
153
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
A válvula de abastecimento liga a tubulação que sai do cilindro de GNV ao
redutor de pressão. A peça em comento possui também um registro de
fechamento rápido, de acionamento manual, geralmente pintado na cor
vermelha ou verde, que permite interromper o fluxo de GNV para o motor.
Peça que possui a função de reduzir a alta pressão do GNV armazenado no(s)
cilindro(s) para a adequada à alimentação do motor.
9.1.1.6 Manômetro
9.1.1.7 Tubulação
154
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
possível, seguindo o mesmo percurso dos tubos de fluído do freio e de
combustível líquido, não sendo permitido o seu contato com metal.
155
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Selo de identificação de um veículo movido a GNV
156
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Aproximar-se, quando viável, pelo lado oposto ao compartimento de
carga do veículo (local onde normalmente é instalado o cilindro do
GNV), se possível, com o vento pelas costas. Assim, utiliza-se parte da
estrutura do próprio veículo como meio de proteção no caso de eventual
explosão do cilindro;
Calçar o veículo para evitar a sua movimentação;
Se possível, desligar o veículo;
Eliminar possíveis fontes de ignição;
Tentar parar o vazamento (válvula do cilindro e válvula de
abastecimento) e continuar a ventilar a área;
Não jogar água diretamente no ponto de vazamento ou em dispositivos
de segurança, pois pode ocorrer congelamento22 dos mesmos;
Evacuar o local em caso de aumento do som do dispositivo de
segurança do cilindro ou na hipótese de sua deformação; e
Remover eventual vítima para um local arejado.
22
Quando há vazamento de um gás armazenado sob alta pressão há a possibilidade de
ocorrer um fenômeno denominado de resfriamento por descompressão. Isto se dá pelo fato de
ocorrer troca de temperatura no ponto onde há a rápida passagem de uma pressão elevada
para outra inferior, no caso, para a pressão ambiente.
157
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Montar duas linhas de mangueiras de 1 ½” com esguichos reguláveis
para combate ao fogo, sendo que uma também atuará, em caso de
necessidade, como proteção da que estará mais próxima do veículo;
Aproximar-se, quando viável, pelo lado oposto ao compartimento de
carga do veículo (local onde normalmente é instalado o cilindro do
GNV), se possível, com o vento pelas costas. Assim, utiliza-se parte da
estrutura do próprio veículo como meio de proteção no caso de eventual
explosão do cilindro;
Calçar o veículo para evitar a sua movimentação;
Se possível, desligar o veículo;
Eliminar possíveis fontes de ignição;
Tentar interromper o fluxo de gás (se isto puder ser feito sem risco) e
continuar a resfriar o cilindro. Todavia, um cilindro de GNV envolvido
pelo fogo ou aquecido por irradiação nunca deverá ser fechado pelo seu
registro, pois sua pressão interna aumentará rapidamente, o que poderá
resultar em uma insuficiente vazão da pressão na hipótese de atuar
apenas o mecanismo de alívio de pressão, conseqüentemente isso irá
colaborar para provocar a explosão do mesmo. Portanto, quando o
cilindro de GNV de um veículo estiver aquecido seu registro não deverá
ser fechado, sendo feito junto à válvula de abastecimento, que se
localiza, via de regra, no compartimento do motor;
Combater o incêndio a uma distância de, pelo menos, 5 metros, três ou
quatro pontos, deitado ou protegido contra eventual projeção de chamas
ou explosão e, se possível, a favor do vento. Poderá ser utilizada uma
maior distância desde que o combate ao fogo seja efetivo;
Para tentar evitar possibilidade de explosão: usar o jato d’água
neblinado para resfriar o veículo e/ou o cilindro. NUNCA usar o jato do
tipo compacto no cilindro de GNV. Um jato do tipo compacto sobre o
cilindro aquecido poderia resultar na perda de sua resistência mecânica
e, por conseguinte, ocasionar sua ruptura;
Não jogar água diretamente no ponto de vazamento ou em dispositivos
de segurança, pois pode ocorrer congelamento dos mesmos;
158
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Se durante o combate ao incêndio não houver possibilidade de parar o
vazamento de GNV com segurança, não extinguir as chamas que saem
do cilindro ou da tubulação haja vista a possibilidade de ocorrer uma re-
ignição explosiva;
Resfriar o cilindro mesmo após a extinção do fogo no veículo;
Evacuar o local em caso de aumento do som do dispositivo de
segurança do cilindro ou na hipótese de mudança de cor ou deformação
do mesmo;
Se não for possível realizar as ações acima descritas, abandonar a área
e deixar o veículo e o seu cilindro de GNV queimar. Nesta situação,
utilizar o esguicho do tipo canhão ou, se exeqüível e não houver riscos,
o esguicho canhão da viatura;
Remover eventual vítima para um local arejado; e
Além d’água e da espuma, os outros agentes extintores são o CO2 e o
pó químico seco.
159
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
10 VEÍCULO ELÉTRICO (VE) E ELÉTRICO HÍBRIDO (VEH)
Quanto aos veículos elétricos híbridos, destaca-se que a propulsão pode ser
feita: exclusivamente pelo motor a combustão interna; exclusivamente pelo
motor elétrico; ou pela ação simultânea dos dois motores. O momento no qual
o motor elétrico passa a funcionar depende da configuração adotada pelo
fabricante, isto é, ele pode atuar em diversos momentos e não apenas em
baixa velocidade. É justamente esta característica que repercute na
classificação dos veículos elétricos híbridos.
a) Híbrido em série
161
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
pelo motor elétrico, ou seja, o motor a combustão nunca movimenta
diretamente o veículo.
O sistema híbrido em série teve sua produção iniciada no ano 1997, com o
Toyota Coaster.
b) Híbrido em paralelo
162
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Destaca-se que no híbrido em paralelo a bateria é carregada pelo motor
elétrico, que passa a atuar como um gerador. Quando o motor elétrico estiver
carregando as baterias, não pode ser utilizado simultaneamente para acionar
as rodas do veículo. O motor elétrico pode funcionar ainda como gerador nas
fases de desaceleração e de frenagem do veículo.
163
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No veículo elétrico híbrido combinado/misto o sistema permite a geração de
energia necessária para movimentar as rodas bem como simultaneamente a
geração de eletricidade para carregar as baterias, utilizando um gerador, ao
contrário do que ocorre no sistema híbrido em paralelo.
164
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
10.2.2 Classificação dos VEH conforme o grau em que o motor elétrico
atua no sistema
165
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Classificação dos veículos elétricos híbridos pelo nível de hibridização
Notas:
* Via de regra, os manuais dos veículos elétricos e dos elétricos híbridos orientam, como forma
alternativa ao desligamento da bateria de 12 Volts, a retirada de um fusível específico da
caixa de fusíveis. O desencaixe do mesmo corta a passagem da corrente de 12 Volts.
Todavia, como a localização de tal dispositivo varia de veículo para veículo, tal procedimento
não será objeto de comento. Ademais, se as circunstâncias do incidente impossibilitarem o
166
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
acesso do Bombeiro à bateria de 12 Volts, como medida variante, poder-se-á, se viável a
aproximação da caixa de fusíveis, proceder a RETIRADA DE TODOS OS SEUS FUSÍVEIS.
** Retirar o tampão de serviço entenda-se: efetivamente desencaixá-lo ou, conforme o padrão
adotado pelo fabricante do automóvel, passar o interruptor de serviço para a posição OFF.
167
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Outra forma de se identificar veículos elétricos ou veículos elétricos híbridos
está relacionada aos cabos de alta voltagem pois estes possuem sua capa na
cor laranja. Com a finalidade de estarem protegidos, via de regra, estes cabos
encontram-se situados na parte inferior do carro e dentro de um reforço do
assoalho, num sítio que geralmente não é acessível ao pessoal de salvamento.
Porém, isto não é regra, podendo tais cabos estar, por exemplo, entre o
assoalho e o estofamento próximos da caixa de ar.
10.3.2 Imobilização
168
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
10.3.3 Desarmar o sistema elétrico
A
LUVAS COM
ISOLAMENTO
DE 1.000V
C
Aguardar, pelo
TAMPÃO menos, 10 minutos
DE para a total descarga
SERVIÇO dos capacitores
Do mesmo modo que ocorre com a bateria de 12 Volts, não há padrão quanto
ao local de instalação do tampão ou, conforme a hipótese, do interruptor de
serviço, cada fabricante o instala segundo seus próprios critérios técnicos.
170
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Verifica-se que, segundo a tabela acima e levando-se em consideração os
modelos de automóveis mais vendidos, é possível se estabelecer uma
seqüência de locais em VE e VEH onde a equipe de salvamento pode procurar
o local onde está instalado o tampão ou interruptor de serviço, sendo:
1º - Portamalas;
2º - Por traz do encosto dorsal do banco de passageiros traseiro;
3º - No assoalho, entre os bancos;
4º - Sob o banco de passageiros traseiro;
5º - Sob o banco do condutor.
171
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Estes relés quando energizados por baixa tensão são movidos para a posição
fechada, o que possibilita o fluxo da corrente de alta tensão. Isto é o que ocorre
no Toyota Prius, no qual a interrupção da fonte de energia elétrica de baixa
tensão desliga eficazmente o fluxo de eletricidade de alta tensão.
10.5 SUBMERSÃO
172
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
No caso de submersão recomenda-se executar os procedimentos normais de
resgate e, após retirar o veículo da água, desconectar a bateria de 12 Volts e o
tampão de serviço ou, se for a hipótese, colocar o interruptor de serviço na
posição OFF.
10.6 INCÊNDIO
173
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Para evitar choques o profissional de resgate não deve utilizar anéis, relógios,
jóias ou qualquer outro objeto metálico junto ao corpo quando trabalhar em
torno de um veículo elétrico ou um veículo elétrico híbrido.
174
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
VE e VEH cuja composição da bateria foi verificada
Uma vez que a bateria de alta tensão é selada, torna-se quase impossível a
aplicação direta de água sobre os módulos que queimam. Logo, permitir que a
bateria de alta tensão seja consumida pelo fogo tem se mostrado o meio eficaz
para lhe dar com a situação. Se for feita a opção por tal técnica, os Bombeiros
devem continuar a controlar o fogo ao redor da bateria bem como se proteger
de eventuais exposições.
No Toyota Prius, uma vez a que tensão é gerada quando o painel é exposto à
luz solar, o fio de transmissão pode se manter energizado, mesmo após o
veículo ter sido desligado
e a bateria auxiliar de 12
Volts ter sido
desconectada. O fio de
transmissão do painel
solar não está
eletricamente conectado à
bateria auxiliar de 12
Volts ou à bateria HV. A
energia do painel solar
176
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
não alimenta esses circuitos.
Logo, caso o air bag cortina do lado do motorista não tenha sido acionado,
evitar cortar a área sombreada, mostrada na ilustração.
177
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
10.10 VE E VEH DE PORTE PESADO
178
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Para diminuir os riscos que existem em um resgate veicular envolvendo um VE
ou VEH de porte pesado, a guarnição deverá observar os seguintes passos:
● Sempre presumir que o veículo está ligado;
● Sempre usar calços nas rodas;
● Se possível, acionar o freio de estacionamento;
● Desligar o veículo e remover a chave da ignição;
● Desconectar a bateria de 24 Volts;
● Nunca tocar, cortar ou abrir qualquer cabo laranja ou componentes
protegidos por escudos na cor laranja;
● Permanecer a uma distância segura quando o veículo estiver em chamas;
e
● Desarmar o sistema de alta voltagem e aguardar, pelo menos, 10 minutos.
179
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Cabos de alta tensão na cor laranja em um ônibus elétrico híbrido da Volvo
181
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Um dos indicativos de que o veículo
está ligado é o fato de o painel de
instrumentos estar com as suas luzes
acesas.
Painel de instrumentos
Interruptor de corte da
bateria de 24 Volts de
ônibus elétrico híbrido da
Volvo
Insta frisar que nos VE e VEH de porte pesado não há padrão quanto ao local
de instalação da bateria de baixa tensão e, caso existente, do seu respectivo
interruptor de corte de energia, cada fabricante os instala conforme sua
conveniência técnica.
Tampão de serviço
Interruptor alternativo de
acionamento do sistema de alta
voltagem de ônibus elétrico híbrido
da Enova
Interruptor alternativo de acionamento do sistema
de alta voltagem de caminhão elétrico da Smith
184
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
10.10.2 Componentes do sistema de alta tensão do ônibus elétrico híbrido
da Volvo
Para evitar danos a mecanismos do híbrido como também para prevenir lesões
a pessoas, o sistema de alta tensão foi construído com diferentes mecanismos
de segurança, como sensores de resistência, de temperatura e de curto
circuito. Cada um deles possibilitará o desligamento automático da alta tensão.
185
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Quanto às formas manuais de se desligar o sistema de alta tensão do ônibus
elétrico híbrido da Volvo, além do acionamento do interruptor de serviço, o
resgatista poderá:
> Se exeqüível, desconectar os cabos da bateria de alta tensão;
ATENÇÃO: a Volvo deixa claro que os cabos de alta tensão não podem ser desconectados
com o ônibus elétrico híbrido ligado. Removê-los com um sistema ativo pode causar arcos
elétricos.
a) Motor elétrico
b) Conversor eletrônico
186
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
A bateria de alta tensão fornece energia para o conversor, que por sua vez,
converte a corrente direta em alternada e vice-versa e também transforma
600V para 600V trifásico.
187
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
d) Unidade de controle do híbrido
e) Interruptor de emergência
188
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
> Desliga o motor a combustão;
> Corta o fornecimento de energia para alguns componentes elétricos;
> Interrompe o fornecimento de combustível para o motor;
> Ativa as luzes de emergência;
> Liga as luzes acima das portas.
189
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11 A ESTABILIZAÇÃO DO VEÍCULO
190
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.1 CALÇOS E CUNHAS PARA ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
191
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
d) Calço nº 4: quatro calços em degraus de cinco lances com 15cm, 26cm,
37cm, 48 cm e 59 cm de comprimento, sendo os cinco pedaços sobrepostos
formando uma escada que se chama de step;
192
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
6 - Durante o tracionamento do volante, servirá de base para a corrente, não a
deixando adentrar na lataria do veículo.
193
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.2 CAIXA DE FULCROS DE MADEIRA
23
A NFPA nº 1006 é uma norma que estabelece requisitos gerais de desempenho para um
técnico de resgate bem como para trabalhos específicos em operações de resgate como, por
exemplo, com o uso de corda, em superfície de água, em veículos, em espaço confinado e em
estruturas colapsadas.
194
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Para escolher o tipo de caixa de fulcros a ser empregada o Comandante do
Incidente deverá examinar a estrutura do veículo e buscar identificar o tipo de
estrutura do automóvel e os seus respectivos pontos rígidos (os quais serão
apoiados pelas caixas de madeiras).
195
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
- As medidas mais utilizadas em resgate veicular são: 4”x4”x12” (10x10x30cm),
4”x4”x18” (10x10x45cm), 4”x4”x24” (10x10x60cm), 4”x4”x30” (10x10x76cm)
ou 4”x4”x36” (10x10x91cm).
Já no que tange às caixas de fulcros com duas ou três peças por camada
esclarece se que:
- A caixa é construída com uma linha de dois ou, conforme o caso, de três
fulcros paralelos seguida de outra linha com a mesma quantidade de fulcros
paralelos entre si, porém perpendiculares em relação à primeira linha;
196
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
- Com exceção do triângulo e dos fulcros diagonais, os
outros tipos devem ser iniciados com uma base sólida, isto
é, totalmente preenchida por fulcros ao nível do chão.
Visa-se, com isto, dar maior segurança ao sistema na
medida em que se aumenta a área de contato;
- Se na confecção de uma caixa de fulcros de madeira for utilizada madeira de
pinheiro amarelo do sul dos EUA e esta for constituída com peças com
espessura de 4”x4” e feita com 4 unidades (2x2) terá 4 pontos de apoio e
suportará ao todo 24.000 libras (12 toneladas). Cada ponto de apoio sustenta
até 6.000 libras (3 toneladas);
- Se na confecção de uma caixa de fulcros de madeira for utilizada madeira de
pinheiro amarelo do sul dos EUA e esta for constituída com peças com
espessura de 4”x4” e feita com 6 unidades (3x3) terá 9 pontos de apoio
suportará ao todo 55.000 libras (27,5 toneladas). Cada ponto de apoio
sustenta até 6.000 libras (3 toneladas);
- Se na confecção de uma caixa de fulcros de madeira for utilizada madeira de
pinheiro amarelo do sul dos EUA e esta for constituída com peças com
espessura de 6”x6” e feita com 4 unidades (2x2) terá 4 pontos de apoio e
suportará ao todo 60.000 libras (30 toneladas). Cada ponto de apoio sustenta
até 15.000 libras (7,5 toneladas);
- Se na confecção de uma caixa de fulcros de madeira for utilizada madeira de
pinheiro amarelo do sul dos EUA e esta for constituída com peças com
espessura de 6”x6” e feita com 6 unidades (3x3) terá 9 pontos de apoio
suportará ao todo 136.000 libras (68 toneladas). Cada ponto de apoio
sustenta até 15.000 libras (7,5 toneladas);
199
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Há cinco movimentos direcionais que profissional de resgate deve considerar
durante o processo de estabilização do veículo:
200
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
O especialista em resgate veicular deve pensar várias etapas à frente e antever
riscos e procedimentos operacionais. Neste aspecto, é primordial, entre outros,
evitar colar materiais de estabilização de forma a bloquear o processo de
desencarceramento e extração da vítima.
201
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Ao decidir pelo uso da técnica de elevação manual deve-se considerar a
posição do veículo, o peso aproximado do automóvel, e, obviamente, a
condição física do integrante da equipe que realizará a elevação.
202
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Estabilização veicular em 4 pontos
203
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.3.2 Veículo lateralizado
Um automóvel que está sobre uma das suas laterais tem um centro de
gravidade elevado e uma faixa relativamente estreita como base (relação
superfície área), o que vai fazer com que o mesmo seja movimentado com
muita facilidade. Diante disto, deve-se aumentar a área de contato com o solo
para aumentar a segurança.
204
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
A forma básica de realizar a estabilização de um
veículo lateralizado, a ser tratada neste capítulo, é
somente com o uso de calços estrategicamente
colocados. A técnica base consiste em posicionar
suportes, para formar uma configuração segura, que
não permita a movimentação do veículo. Na maioria
das situações em que os veículos se encontram Ampliação da área de apoio
lateralizados a simples ação de aumentar a área com uso apenas de calços
Haja visto que a técnica a ser empregada varia conforme a posição na qual o
automóvel se encontra, o primeiro passo que a equipe de salvamento vai tomar
é o de verificar se o veículo está inclinado em uma direção particular. Ele
poderá estar em duas posições principais:
Sobre as laterais das rodas e a lateral do veículo, com as colunas no ar;
ou
Sobre as colunas e com as laterais das rodas no ar.
Em veículo tombado sobre uma das laterais a sua estabilização deve ser
executada com no mínimo quatro pontos de apoio, sendo dois do lado do teto e
dois do lado do assoalho. Dependendo da situação que o veículo se encontrar,
poderá ser utilizado um ponto à frente e outro na sua traseira. Quando houver a
possibilidade do veículo tombar sobre o teto ou sobre as rodas, deve-se
acrescentar mais calços de forma a garantir que o carro não sofra
movimentações bruscas.
Se o veículo está com a lateral das rodas e a lataria de um dos lados apoiados
no solo, com as colunas suspensas, então a tendência é de que o veículo se
movimente para o lado do teto. Nesta hipótese, o lado do teto é considerado o
mais instável e terá de ser o primeiro lado a ser estabilizado, observando-se os
seguintes passos:
1 - Utilizar os EPI’s recomendados, inclusive EPR se a situação assim exigir;
2 - Entrar na área de trabalho quando esta estiver segura;
3 - Avaliar o círculo interno e o externo;
4 - Definir um local para instalação do palco de materiais;
5 - Posicionar um membro da equipe na parte da frente ou de trás do
veículo. Sugere-se que este coloque uma mão no veículo para sentir
qualquer deslocamento ou movimento do veículo;
6 - Estabilizar primeiro o lado do teto. Para tanto utilizar o calço número 4
(step) para preencher o espaço vazio entre o solo e a lateral da coluna
“A”, fazendo o mesmo com a coluna “C”. O calço pode ser posicionado
com os degraus para cima ou para baixo, o importante é que coincida
com a posição anatômica da o veículo. Uma ou duas cunhas podem ser
206
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
inseridas na parte superior ou inferior dos calços para preencher os
espaços vazios;
7 - Para estabilizar do lado do assoalho, colocar cunhas ou calços número 2
para preencher o espaço entre o solo e a caixa de ar; e
8 - Notificar o pronto da estabilização.
207
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Os procedimentos básicos para estabilizar um veículo nesta situação são:
1 - Utilizar os EPI’s recomendados, inclusive EPR se a situação assim exigir;
2 - Entrar na área de trabalho quando esta estiver segura;
3 - Avaliar o círculo interno e o externo;
4 - Definir um local para instalação do palco de materiais;
5 - Posicionar um membro da equipe na parte da frente ou de trás do
veículo. Sugere-se que este coloque uma mão no veículo para sentir
qualquer deslocamento ou movimento do veículo;
6 - Estabilizar primeiro o lado do assoalho. Utilizar o calço número 4 (step)
para preencher o espaço vazio entre o solo e a caixa de ar, um sob a
lateral da coluna “A” e outro sob a lateral da coluna “C”. O calço pode ser
posicionado com os degraus para cima ou para baixo, de forma a coincidir
com a posição anatômica do veículo. Uma cunha ou duas podem ser
inseridas na parte superior ou inferior do calço para preencher os espaços
vazios. Cunhas e calços também podem ser colocadas sob as laterais
das rodas.
7 - Para estabilizar do lado do teto, colocar cunhas ou calços número 2 para
preencher eventual espaço existente entre o solo e o perfil do teto.
Escoras de madeira ou equipamentos industrializados feitos para
estabilização de veículo lateralizado também podem ser utilizados do lado
do teto para aumentar a segurança;
8 - Se houver a possibilidade, para garantir melhor a estabilização, realizar
uma amarração e tracionar para o lado do assoalho; e
9 - Notificar o pronto da estabilização.
208
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
5 - Posicionar um membro da equipe na parte da frente ou de trás do
veículo. Sugere-se que este coloque uma mão no veículo para sentir
qualquer deslocamento ou movimento do veículo;
6 - Colocar os calços primeiramente do lado do teto, apenas encostando os
calços entre o solo e as laterais das colunas “A” e “C”;
7 - Para estabilizar do lado do assoalho, combine o calço número 3 sobre o
calço número 4 (step), isto possibilita o alcance de uma boa altura.
Posicionar estas combinações, preferencialmente, na mesma linha dos
calços que foram inseridos do lado do teto. Procurar fixar o calço 3 em um
ponto firme da estrutura do veículo. O ângulo de colocação do calço 3 não
poderá ser inferior a 45 graus. Sugere-se fixar, com uso de cordas, os
calços no veículo; e
8 - Notificar o pronto da estabilização.
209
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
As posições básicas, nas quais um veículo que está sobre o seu teto, são:
Horizontal, com o teto amassado, achatado contra o veículo, com o capô
e o bagageiro em contato com o solo;
Horizontal, repousando inteiramente sobre o teto, com espaço entre o
capô e o solo e entre o bagageiro e o solo;
A frente para baixo, com o capô em contato com o solo e a retaguarda
do veículo suspensa, sendo o peso aplicado sobretudo na coluna “A”; e
A traseira para baixo, com o bagageiro traseiro em contato com o solo e
a maioria do peso do veículo na coluna “C”.
210
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
A colocação dos calços iniciais deve focar a área mais instável. Neste cenário
particular, a área de maior instabilidade é a parte do veículo que se encontra
suspensa.
211
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Estabilização de veículo capotado com capô apoiado no solo
212
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
11.3.3.3 Técnica básica de estabilização de um veículo capotado e com o
bagageiro e o capô suspensos
Vários fatores vão determinar como a operação será conduzida, entre eles:
Quais são as posições de ambos os veículos?
214
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Qual a capacidade da estrutura inferior suportar o peso da estrutura
superior?
Se alguma parte da estrutura superior apóia no solo?
Onde estão as vítimas em ambas as estruturas?
Onde estão os pontos de entrada ou acesso a ambos veículos?
Se a utilização de cordas, fitas ou correias não vão bloquear as vias de
acesso e extração?
215
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
12 A GUARNIÇÃO DE RESGATE VEICULAR
216
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
● Gerenciar a ocorrência, da saída do quartel ao fim do respectivo
atendimento;
● Gerenciar o deslocamento para a ocorrência;
● Manter contato com a CIADE e/ou a sua OBM durante o deslocamento,
colhendo informações sobre o evento;
● Informar à Central Integrada de Atendimento e Despacho (CIADE) da
chegada ao local da ocorrência;
● Toda comunicação de informação à CIADE deve ser feita pelo
Comandante de Socorro;
● Assumir e estabelecer o PC (Posto de Comando), assegurando:
segurança, visibilidade, facilidade de acesso e circulação, disponibilidade
de comunicação, afastamento da cena e do ruído, e, caso necessário,
capacidade de expansão física;
● Avaliar a situação;
● Dar parte do reconhecimento à CIADE;
● Solicitar à CIADE, em caso de ocorrências de vulto, uso exclusivo e
prioritário do canal utilizado para as comunicações durante o socorro24;
● Desenvolver e implantar o plano de ação do incidente (objetivos,
estratégias e distribuição das tarefas);
● Estabelecer os recursos (posicionamento das viaturas, da motobomba,
palco de materiais, área de descarte, área de espera, ACV, ZPH etc);
● Solicitar recursos adicionais, se necessário;
● Desenvolver uma estrutura organizacional adequada;
● Estabelecer um perímetro de segurança e determinar as zonas
operacionais;
● Observar os EPI’s da guarnição25;
● Gerenciar a sinalização da(s) via(s);
● Gerenciar o isolamento da cena;
24
Conforme determinação expedida pelo Comando Operacional do CBMDF, no Boletim Geral
nº 239, de 26 de dezembro de 2012, todas as viaturas de socorro em eventos de médias e
grandes complexidades, devem fazer o uso das canaletas 14 ou 16, visando a um melhor
desenvolvimento das atividades operacionais, deixando apenas o Posto de Comando em
contato direto com a CIADE.
25
Conforme a Ordem de Serviço nº 9, do Comando Operacional do CBMDF, o(s) chefe(s) de
guarnição(ões) determina(m) para que os bombeiros embarquem nas viaturas devidamente
trajados com o(s) EPI específico(s) para o tipo de ocorrência.
217
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
● Solicitar ao organismo de segurança a retirada de todas as pessoas que
se encontrem na área de risco, exceto o pessoal de resposta autorizado;
● Gerenciar riscos e perigos presentes na cena;
● Gerenciar a estabilização do veículo;
● Tornar a cena segura e zelar pela segurança;
● Manter o alcance de controle;
● Coordenar as ações das instituições que se incorporem ao sistema;
● Autorizar a divulgação das informações relativas ao acidente pelos meios
de comunicação pública;
● Definir local de acesso à(s) vítima(s);
● Definir técnica(s) de desencarceramento;
● Definir, juntamente com o 01, os locais de corte;
● Coordenar a estabilização da vítima juntamente com o 04;
● Definir a técnica de retirada da vítima juntamente com o 04;
● Coordenar a retirada da vítima do interior do veículo juntamente com o 04;
● Avaliar o desenvolvimento do evento, adaptando o planejamento e
solicitando ou desmobilizando recursos;
● Realizar, após a conclusão dos trabalhos e ainda no local, a conferência
da guarnição;
● Coordenar, após a conclusão dos trabalhos e ainda no local, a conferência
do material;
● Coordenar a desmobilização da ocorrência; e
● Comunicar à CIADE o término do atendimento e repassar demais
informações.
218
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Para o CBMDF (2011, p. 57) o Comandante do Incidente deve possuir as
seguintes qualidades: “[...] ser decidido, seguro, objetivo, calmo, adaptável ao
meio físico, mentalmente ágil e flexível. Deve ser realista acerca de suas
limitações e ter a capacidade de delegar funções de forma apropriada e
oportuna para manter o alcance de controle”.
12.2.3 Número 01
220
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Opera, em qualquer dos lados do veículo, as ferramentas juntamente com
o número 02;
Faz a segurança do número 02 quando este estiver operando as
ferramentas;
Quando da estabilização da vítima, da colocação do KED e da extração,
auxiliará, do exterior do veículo, o 04 e o 02;
Coloca a vítima na prancha rígida juntamente com os números 02 e 04;
Auxilia no transporte da vítima até a UR ou local designado;
Auxilia, após o término dos trabalhos no local da ocorrência, na
conferência e na acomodação dos materiais na viatura; e
Auxilia na desmobilização.
12.2.4 Número 02
12.2.5 Número 03
12.2.6 Número 04
223
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Comanda toda a manipulação e movimentação relacionada à vítima;
Na ausência de um Socorrista, após a extração realiza os demais
procedimentos de APH que se fizerem necessários;
Auxilia, após o término dos trabalhos no local da ocorrência, na
conferência e na acomodação dos materiais na viatura;
Auxilia na desmobilização; e
Quando necessário, faz a retirada rápida da vítima.
224
CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
13 DESENCARCERAMENTO
226
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1 - Portas por meios não destrutivos;
2 - Vidros por meios não destrutivos;
3 - Vidros por meios destrutivos;
4 - Portas por meios destrutivos; e
5 - Teto por meios destrutivos.
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13.1.1 Portas por meios não destrutivos
O primeiro critério de acesso é o das portas por meios não destrutivos. Ou seja,
trata-se da tentativa de abrir manualmente as portas.
Caso não haja viabilidade de utilizar uma lona no chão, os pedaços de vidro
que caírem sobre este devem ser jogados para baixo do veículo.
A retirada do vidro laminado se faz pelo seu corte utilizando-se uma das
técnicas abaixo:
Após se obter sucesso no acesso à vítima, pode-se, ainda, para facilitar a sua
extração, realizar a retração de bancos, o afastamento de pedais, afastamento
e/ou a remoção do volante etc.
13.1.2.3 Policarbonato
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Estando os trilhos do banco intactos é possível soltar a sua trava e deslocá-lo
manualmente para trás. Outro procedimento útil, em alguns casos, é o simples
reclinamento manual do encosto das costas para trás.
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13.1.3.3.2 Elevação do volante e da barra de direção com o uso de correntes
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A retirada de portas pode ser feita com vários objetivos, entre eles:
Desencarceramento de uma vítima;
Permitir acesso à vítima; e
Obter acesso a coluna “A” para rebater o painel ou expor os pedais.
Esta técnica possui duas etapas bem definidas: a obtenção do ponto de apoio
e a retirada propriamente dita.
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“Beliscando” a porta, em pontos próximos da fechadura, com a
ferramenta de expansão e tração;
Pressionando, com a ferramenta de expansão, o perfil do teto contra a
porta; e
Pressionando, com a ferramenta de expansão, a borda da janela junto
da coluna, da que estiver próxima de onde se deseja criar o ponto de
apoio, do lado da fechadura ou das dobradiças.
Gerenciar os riscos;
Estabilizar o veículo;
Proteger as vítimas e os socorristas no interior do veículo;
Retirar os vidros que tendem a atrapalhar a operação;
Obter um ponto de apoio para a ferramenta próximo às dobradiças;
Começar pela dobradiça superior;
Encaixar a ferramenta de expansão na parte de cima da dobradiça
superior;
Com a ferramenta de expansão apoiada na coluna “A” e na porta
executar o seu acionamento até a visualização da dobradiça superior;
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Romper a parte alta da dobradiça superior;
Se necessário, romper a dobradiça superior na sua porção inferior;
Romper a parte alta da dobradiça inferior;
Se necessário, também romper a dobradiça inferior na sua porção baixa;
Desencaixar a porta da moldura;
Desencaixar a porta da fechadura ou, se necessário, rompê-la com a
ferramenta de expansão;
Retirar a porta e a levar para a área de descarte; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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Abrir o expansor até a visualização da fechadura;
Desencaixar a fechadura do pino que a prende;
Executar a expansão máxima da porta;
Voltar a porta à sua posição fechada, porém sem encaixá-la, ou abri-la;
Utilizar a ferramenta de expansão para romper as dobradiças;
Retirar a porta e a levar para a área de descarte; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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corte. Como alternativa, pode-se utilizar a serra sabre (com lâmina de 12
polegadas) para produzir o corte;
Utilizar a ferramenta de expansão apoiada na base do banco e rebater a
lateral do veículo. Como alternativa, pode-se utilizar o cilindro de resgate
com uma extremidade apoiada na base do banco ou no túnel do
assoalho e a outra apoiada na parte média da coluna B para rebater a
lateral do veículo. Ou ainda, prender as ponteiras da ferramenta
hidráulica de expansão na moldura da janela, na parte próxima à
fechadura, e utilizá-la como alavanca pra dobrar a lataria; e
Aplicar proteção nas bordas cortantes.
Gerenciar os riscos;
Estabilizar o veículo;
Proteger as vítimas e os socorristas no interior do veículo;
Retirar os vidros que tendem a atrapalhar a operação;
Obter um ponto de apoio para a ferramenta próximo às dobradiças da
porta dianteira;
Começar pela dobradiça superior da porta dianteira;
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Encaixar a ferramenta de expansão na parte de cima da dobradiça
superior;
Com a ferramenta de expansão apoiada na coluna “A” e na porta
executar o seu acionamento até a visualização da dobradiça superior;
Romper a parte alta da dobradiça superior da porta dianteira;
Se necessário, também romper a dobradiça superior na sua porção
inferior;
Romper a parte superior da dobradiça inferior da porta dianteira;
Se necessário, também romper a dobradiça inferior na sua porção baixa;
Desencaixar a porta dianteira da moldura;
Desencaixar a porta dianteira da fechadura ou, se necessário, rompê-la
com a ferramenta de expansão;
Retirar a porta dianteira e a levar para a área de descarte;
Obter um ponto de apoio para a ferramenta próximo às dobradiças da
porta lateral traseira;
Começar pela dobradiça superior da porta lateral traseira;
Encaixar a ferramenta de expansão na parte de cima da dobradiça
superior;
Com a ferramenta de expansão apoiada na coluna “B” e na porta
executar o seu acionamento até romper a dobradiça superior da porta
lateral traseira;
Se necessário, romper a dobradiça superior na sua porção inferior;
Romper a parte superior da dobradiça inferior da porta lateral traseira;
Se necessário, romper a dobradiça inferior na sua porção inferior;
Desencaixar a porta lateral traseira da moldura;
Desencaixar a porta lateral traseira da fechadura ou, se necessário,
rompê-la com a ferramenta de expansão;
Retirar a porta lateral traseira e a levar para a área de descarte;
Corta o cinto de segurança;
Cortar a coluna “B” na sua parte alta e também na baixa;
Levar a coluna para a área de descarte; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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13.1.4.5.1 Procedimento alternativo para a retirada das portas de um mesmo
lado
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começar a expansão, a lataria da coluna seja “rasga” pela ferramenta de
expansão;
Cortar a coluna “B” na parte alta e, após soltar toda a coluna “B”, abrir
toda a lateral do carro como se fosse uma só porta;
Se necessário, romper as dobradiças da porta lateral dianteira, retirando
por completo as portas da lateral e levando-as para a área de descarte;
e
Aplicar proteção nas bordas cortantes.
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13.1.4.6 Retirada de porta de veículo capotado sobre o seu teto
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13.1.4.7 Retirada das portas de um mesmo lado de um veículo capotado sobre
o seu teto
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zero, caso esta esteja em posição convencional, e a realização de manobras
sem necessidade de extrair o párabrisas.
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Gerenciar os vidros. Retirar o vidro traseiro e o párabrisas (ou cortá-lo de
forma diagonal). Quanto aos vidros da lateral se encontra voltada para
cima, pode-se, conforme o caso, optar por:
> Passar uma lona ou lençol entre a moldura da janela traseira e a
moldura do párabrisas de forma que dois resgatistas segurem a
proteção para que os pedaços dos vidros caiam nesta;
> Aplicar uma fita adesiva nos vidros antes rompê-los;
> Se viável, abrir a(s) porta(s) e amarrá-las ou apoiá-las com calços ou
cunhas de forma a impedir o seu fechamento;
> Preencher com cobertores, lençóis ou lonas o espaço entre o piso e os
vidros das portas da lateral que está apoiada no solo;
Proteger as vítimas e os socorristas que estão no interior do veículo;
Verificar detalhadamente os pontos onde serão realizados os cortes,
checando inclusive a existência de dispositivos de segurança;
Cortar as colunas “A”, “B” e “C” do lado que se encontra para cima,
iniciando a secção pela coluna mais distante da vítima;
Na porção inferior do teto fazer um corte de alívio nas travessas de
reforço estrutural dianteira e traseira; e
Rebater o teto e aplicar proteção nas ferragens das colunas expostas.
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Em veículos que possuem a tampa do portamalas não se faz necessário o
corte dos seus amortecedores, para tanto, basta utilizar uma chave de fenda
para desencaixar os clips que prendem suas expremidades.
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Em veículos conversíveis dotados de capota pode-se utilizar o expansor ou o
cilindro de resgate para promover o desencaixe desta do perfil do teto que une
as colunas “A”, executando-se, na seqüência o corte da base da capota que
estiver presa ao veículo.
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Estabilizar o veículo, inclusive, para evitar colapso, realizar a inserção de
calço na moldura da última janela traseira, próximo à coluna “C” ou, na
sua impossibilidade, à coluna “B”, e em ambos os lados;
Proteger as vítimas e os socorristas que estão no interior do veículo;
Retirar os vidros e as portas da lateral que será levantada;
Observar detalhadamente os pontos onde serão realizados os cortes,
examinando sobretudo a existência de dispositivos de segurança;
Posicionar um cilindro de resgate entre o perfil do teto e a caixa de ar. O
cilindro deve ser colocado preferencialmente rente à coluna “B” a ser
extraída;
Desenvolver os êmbolos do cilindro, de forma a aplicar uma leve tensão;
Do lado que será levantado, cortar a coluna “B” em cima e em baixo
retirando-a, reavaliando a estabilidade e a integridade do veículo;
Cortar as colunas “A” e “C” do lado a ser levantado, reavaliando a
estabilidade e integridade do veículo. Se viável, realizar os cortes junto
ao teto;
Desenvolver vagarosamente os êmbolos do cilindro de resgate,
levantando o veículo lateralmente até se obter uma via de acesso à
vítima;
Reposicionar os calços à medida que o carro for sendo movimentado;
Aplicar, na parte lateral levanta calços, número 02, 03 e/ou conjugá-los
com steps; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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Em acidentes automobilísticos, sobretudo os de colisão dianteira, é comum que
as vítimas fiquem presas nas ferragens em decorrência do deslocamento do
painel de instrumentos para o interior do habitáculo. Nestes casos há a
necessidade do emprego da técnica de afastamento deste.
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Acionar o cilindro de resgate, de forma lenta para permitir total controle
sobre a movimentação das ferragens e, com isto, garantir a segurança
do procedimento. Após os êmbolos do cilindro de resgate atingirem a
posição desejada, os mesmos não deverão ser recolhidos como também
o cilindro não poderá retirado antes da extração da vítima;
Realizar a estabilização progressiva durante a realização da técnica; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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deve ser realizado entre a coluna "A" e a suspensão, os cortes feitos na caixa
de ar ou na coluna do lado oposto ao qual se realiza o procedimento etc.
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Há autores que asseveram que a existência de zonas colapsáveis nos automóveis prejudica
a efetividade do uso da técnica de rebatimento do painel com a utilização de correntes. Isto
ocorre quando se utiliza o eixo dianteiro do automóvel como ponto de ancoragem de uma das
correntes pois a pressão exercida pela corrente posta na dianteira provoca o amassamento da
zona colapsável dianteira ao invés de tracionar a coluna de direção. Assim, sugerem que esta
técnica seja executada com o uso de um ponto fixo externo ao veículo como meio de
ancoragem de uma das correntes e não o eixo dianteiro do mesmo. E para evitar o
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
Com a ferramenta de expansão na máxima abertura ancorar as duas
correntes nas ponteiras da mesma;
Acionar a ferramenta de expansão, fechando-a de forma lenta para
permitir total controle sobre a movimentação das ferragens e, com isto,
garantir a segurança do procedimento;
Inserir cunha(s) no corte feito na parte baixa da coluna “A” ou, com
forme o caso, no que fora na caixa de ar;
Realizar a estabilização progressiva durante a realização da técnica,
inclusive dos calços do painel;
Avaliar o resultado da tração, se necessário fechar os braços da
ferramenta, reposicionar as correntes e fazer nova tração; e
Aplicar proteção sobre as bordas cortantes das ferragens expostas.
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13.1.11 Técnica de acesso aos pedais
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APÊNCIE A - O GNV NO MANUAL DA ABIQUIM
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ANEXO A - ORDEM DE SERVIÇO N° 9/2012-COMOP
261
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ANEXO B - POP DE RESGATE VEICULAR PARA VEÍCULOS DE
PORTE LEVE
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ANEXO C - POP DE COMBATE A INCÊNDIO EM VEÍCULOS
270
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ANEXO D - POP DE EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS
PERIGOSOS
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ANEXO E - CRITÉRIOS PARA ACIONAMENTO DAS
AERONAVES DO CBMDF
281
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CURSO DE RESGATE VEICULAR - 2ª EDIÇÃO
ANEXO F - PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO DO SCI E ESTUDO
DE CASO COM ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO
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ANEXO G - PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIAS
ENVOLVENDO VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE GNV
CONFORME GUIA 115 DO MANUAL DA ABIQUIM
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ANEXO H - FORMULÁRIO EXEMPLIFICATIVO EXISTENTE NO
MANUAL DA ABIQUIM QUE VISA AUXILIAR NO
LEVANTAMENTO DE DADOS
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