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Curso Regras Gerais de Operação (RBHA 91) e Instrumentos Básicos de Voo

AULA 4: EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS INOPERANTES

Ao final desta aula, você será capaz de:

 Identificar com base no RBHA 91, as regras para operação com equipamentos e
instrumentos inoperantes.

1. Equipamentos e Instrumentos Inoperantes

As condições para que se decole com uma aeronave civil com equipamentos ou instrumentos
inoperantes, estão descritas na seção 91.213 (a), da Subparte C do RBHA91. Também neste
documento está descrito que a decolagem é vedada a menos que as condições relacionadas
abaixo sejam atendidas:

(1) exista uma lista de equipamentos mínimos (MEL) desenvolvida pelo operador da aeronave.

(2) Exista a bordo da aeronave uma autorização emitida pela ANAC para sua operação segundo
a MEL. Essa autorização pode ser obtida por um requerimento do detentor do certificado de
aeronavegabilidade da aeronave à ANAC. Para efeitos legais, uma MEL desenvolvida pelo
operador e a autorização de operação de acordo com ela constituem um certificado de
homologação suplementar de tipo da aeronave.

(3) a MEL deve: (i) ser preparada de acordo com as limitações especificadas no parágrafo (b) da
seção 91.213 do RBHA 91 e (ii) prover procedimentos e métodos para a operação da aeronave
com equipamentos e instrumentos inoperantes.

(4) os registros do livro de manutenção de bordo devem conter informações ao piloto sobre
equipamentos e instrumentos inoperantes. Isso quer dizer que deve estar registrado para o
piloto quais equipamentos e instrumentos da aeronave estão fora de operação; e

(5) a aeronave seja operada segundo todas as aplicáveis condições e limitações contidas na MEL
e na autorização para seu uso.

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 Ainda, segundo a seção 91.213 (b) do RBHA 91, não podem ser incluídos na MEL os
seguintes equipamentos e instrumentos:

(1) instrumentos e equipamentos que sejam especificamente requeridos pelos requisitos de


homologação segundo os quais a aeronave foi homologada ou que sejam essenciais para
operação segura sob todas as condições de operação.

(2) instrumentos e equipamentos que uma diretriz de Aeronavegabilidade (DA), boletim de


serviço (BS) mandatório ou documento equivalente requeira estar em condições operativas, a
menos que o citado documento tenha provisões diferentes.

(3) para operações específicas, os instrumentos e equipamentos requeridos por este


regulamento para tais operações.

 A seção 91.213 (c) do RBHA 91 diz que uma MEL aprovada pela ANAC, emitida segundo
os RBAC 121 e 135 para uma específica aeronave, pode ser utilizada para operações
segundo o RBHA 91 sem necessidade de aprovação adicional.

 A seção 91.213 (d) do RBHA 91 estabelece as condições para que se decole com uma
aeronave, em operações conduzidas segundo este regulamento, com equipamentos ou
instrumentos inoperantes e sem uma MEL aprovada, com exceção às operações
conduzidas segundo os parágrafos (a) ou (c) desta seção.

Importante:

SAIBA MAIS! A MMEL (Master Minimum Equipment List – Lista Mestre de


Equipamentos Mínimos) é o documento criado pelo fabricante da
Caso queira se
aprofundar, clique no aeronave que estabelece quais os componentes de um determinado
link tipo de aeronave podem estar inoperantes, por um determinado
https://sistemas.anac.g
ov.br/certificacao/MM tempo obedecendo uma determinada condição e/ou limitação.
EL/MMEL.asp Também é a MMEL que dá origem a MEL do operador.

A MEL é um documento apresentado em forma de manual e é elaborado com base na MMEL.


Seu desenvolvimento é de responsabilidade do Operador e deve ser aprovada pela Autoridade
Aeronáutica do país de registro da aeronave. Deve ser desenvolvida levando-se em conta
basicamente as características da rota e a legislação do país. A MEL é específica para cada
Operador, de modo que uma mesma MMEL pode dar origem a MELs para dois operadores
distintos, para o mesmo “modelo” de aeronave. Por isso a MMEL não pode ser usada como MEL,

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pois não contempla as variáveis descritas acima, nem foi aprovada pela autoridade do país do
Operador.1
A IAC 3507 da ANAC descreve meios aceitáveis para o desenvolvimento, a aprovação e a
utilização de uma MEL, baseada em sua apropriada MMEL.

Cabe a Superintendência de Padrões Operacionais (SPO), com a colaboração da


Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR), a responsabilidade por avaliar e aprovar as MEL
de operadores aéreos submetidos às regras do RBHA 91 e dos RBACs 135 e 121.

Uma vez aprovada uma MEL ela deve fazer parte do conjunto de manuais de um operador aéreo
e a verificação quanto a seu cumprimento e atualização faz parte das atividades de fiscalização
da ANAC.

Na próxima aula, vamos estudar sobre Transponder e Transmissor automático de altitude.


Equipamentos e utilização.

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http://opilotoprofissional.blogspot.com.br/2011/01/o-mel-e-o-master-mel-o-que-devo-saber.html

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