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Superintendência de Aeronavegabilidade

Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB)


Resolução nº 293/2013
Resolução nº 309/2014
O Registro Aeronáutico Brasileiro possui 88 anos
e a primeira legislação que trata sobre o registro
de aeronaves data de 1925?
Decreto nº 16.983 de 22/07/1925.
Primeira Aeronave Registrada em 1927
Fundamentação Legal
• CBA (Lei nº 7.565/86)
• Lei dos Registros Públicos (Lei nº 6.015/73)
• Código Civil – Lei nº 10.406/02
• Lei nº 11.182/05 – Lei de Criação da ANAC
• Convenções de Chicago, de Genebra e da Cidade do
Cabo
• Resolução nº 293/2013 (regula o Registro
Aeronáutico Brasileiro) e Resolução nº 309/2014
(aplica a Convenção da Cidade do Cabo)
Registro Aeronáutico Brasileiro
• As funções do RAB estão definidas no art. 72 do CBA
I - emitir certificados de matrícula, de aeronavegabilidade e de nacionalidade
de aeronaves sujeitas à legislação brasileira;
II - reconhecer a aquisição do domínio na transferência por ato entre vivos e
dos direitos reais, de gozo e garantia, quando se tratar de matéria regulada
por este Código;
III - assegurar a autenticidade, inalterabilidade e conservação de documentos
inscritos e arquivados;
IV - promover o cadastramento geral.

O Registro Aeronáutico Brasileiro será público, único


e centralizado.
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Reserva de Marcas
• Instituto infra-legal definido pela Resolução nº
293

 A Reserva de Marcas, como medida inicial, tem


como único objetivo possibilitar sua pintura na
aeronave, facilitando a vistoria técnica, não
gerando direitos ou prerrogativas.

• A Reserva de Marcas é feita online e a


declaração emitida tem validade de 1 ano.
Reserva de Marcas
Reserva de Marcas
Matrícula
• A aeronave é considerada da nacionalidade do
Estado em que esteja matriculada;

• O Registro Aeronáutico Brasileiro, no ato da


inscrição, após vistoria técnica, atribuirá as
marcas de nacionalidade e matrícula,
identificadoras da aeronave.

Fundamentação Legal: arts. 108 e 109 – CBA e arts. 77 e 78 – Res. 293


VISTORIA TÉCNICA
INICIAL

Conformidade jurídica Emissão dos


com o normativo legal Certificados de
Solicitação de Reserva de Marcas e após Vistoria Inicial Matrícula e
(análise do laudo) Aeronavegabilidade
Propriedade da Aeronave
• Os artigos 115 e 116 do CBA dão especial atenção
em como adquire-se a propriedade e quem a Lei
considera proprietário da aeronave.

É importante o parágrafo 2º que determina que os


títulos translativos da propriedade de aeronave,
por ato entre vivos, não transferem o seu domínio,
senão da data que se inscreverem no Registro
Aeronáutico Brasileiro.
Registro e Certificados
Para efeito de titularidade, o art. 74, I, do CBA
esclarece que compete ao Registro
Aeronáutico Brasileiro a inscrição da aeronave
em livro próprio, correspondendo tal ato ao
registro de matrícula, quando por ocasião de
primeiro registro no país.

Art. 74. No Registro Aeronáutico Brasileiro


serão feitas:
I – a matrícula de aeronave, em livro próprio,
por ocasião de primeiro registro no País,
mediante os elementos constantes do título
apresentado e da matrícula anterior, se
houver;
Registro e Certificados
A emissão da certidão jurídica de inteiro teor das anotações constantes no livro
próprio da aeronave é o documento que comprova a titularidade do bem perante
terceiros, sendo a emissão do Certificado de Matrícula, documento acessório que
serve para permanecer a bordo da aeronave, conforme preceitua os arts. 20 e 114 do
CBA.

Art. 20. Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no espaço aéreo brasileiro,
aterrissar no território subjacente ou dele decolar, a não ser que tenha:
I – marcas de nacionalidade e matrícula, e esteja munida dos respectivos certificados de
matrícula e aeronavegabilidade (artigos 109 a 114);

Art. 114. Nenhuma aeronave poderá ser autorizada para o voo sem a prévia expedição do
correspondente certificado de aeronavegabilidade que só será válido durante o prazo estipulado
e enquanto observadas as condições obrigatórias nele mencionadas (artigos 20 e 68, § 2°).
Modalidade de Contratos
• CONSTRUÇÃO DE AERONAVE
• ARRENDAMENTOS (OPERACIONAL E MERCANTIL)
• FRETAMENTO (Registro Opcional – art. 134 CBA)
• HIPOTECA CONVENCIONAL E LEGAL
• ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
• DIVERSOS (COMODATO, CESSÃO DE USO, DAÇÃO EM
PAGAMENTO, INTERCÂMBIO)

Fundamentação: art. 125 a 152 do CBA (Capítulo IV)

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Constrição Judicial
• Tipos de constrições registradas:
SEQUESTRO
PENHORA
APREENSÃO
INDISPONIBILIDADE

ARROLAMENTO (Receita Federal)


Fundamentação Legal: art. 153 a 155 CBA
Penalidades
Certificados Digitais

Desde 01 de junho de 2017, os Certificados de Matrícula (CM) e de


Aeronavegabilidade padrão (CA), para aeronaves certificadas, e os Certificados de
Matrícula Experimental (CME) e de Autorização de Voo (CAV), para aeronaves
experimentais, começaram a ser emitidos de forma eletrônica.

Desse modo, os novos certificados são documentos nato-digitais, com assinatura por
certificação digital.

A utilização da assinatura por certificação digital emitida no âmbito da Infraestrutura


de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil garante a autoria, a autenticidade e a
integridade dos documentos e da assinatura, conforme previsão do Decreto
8.539/2015.
Portaria
SUPERINTENDÊNCIA DE AERONAVEGABILIDADE
PORTARIA Nº 2.042, DE 16 DE JUNHO DE 2017 A ANAC já realizou a comunicação
formal às autoridades:
O SUPERINTENDENTE DE AERONAVEGABILIDADE, no uso das atribuições
que lhe conferem os art. 31, inciso VIII, e art. 35, incisos XI e XX, do Regimento
Interno, aprovado pela Resolução nº 381, de 14 de junho de 2016, e
considerando o que consta do processo nº 00058.514693/2017-12, resolve:  ICAO
Art. 1º Instituir os novos modelos digitais para os Certificados de Matrícula e de
Aeronavegabilidade e os Certificados de Marca Experimental e de Autorização
 EASA
de Voo a serem emitidos pelo Registro Aeronáutico Brasileiro a partir de 1º de
junho de 2017.
 FAA
Parágrafo único. Os certificados serão documentos nato-digitais com assinatura
por certificação digital emitida no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas
 Membros CESAIR
Brasileiras - ICP-Brasil, o que garante a autoria, a autenticidade e a integridade
dos documentos, conforme previsto no Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de
2015.

Art. 2º Estabelecer como válida, para o cumprimento do parágrafo (a)(1) da


seção 91.203 do Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica 91
(RBHA 91), a apresentação dos certificados na forma impressa ou por meio de
dispositivo eletrônico a bordo de toda aeronave civil brasileira.

Art. 3º Ficam convalidados os certificados emitidos a partir de 1º de junho de


2017.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ROBERTO JOSÉ SILVEIRA HONORATO


Certificados Digitais
Reutilização de Marcas
É permitida a reutilização de marcas para as aeronaves que
tiveram suas matrículas canceladas por motivo de exportação e
retornam ao país.

A base de dados do Sistema Integrado de Informações de


Aviação Civil (SACI) vincula-se por chave primária às marcas das
aeronaves.

Com isso, cada marca individualiza uma aeronave através da


tríade de informações: fabricante, modelo e nº de série.
Mudanças de Marcas
A mudança de marcas só é permitida nas hipóteses previstas no
art. 85, da Resolução nº 293/2013.
Art. 85 Admite-se, excepcionalmente, a critério da Administração, a mudança
de marcas de nacionalidade e matrícula das aeronaves nos seguintes casos:

I – aeronaves públicas da Administração Direta (ADF, ADE, ADM e ADD), de


transporte aéreo público regular (TPR) e de transporte aéreo público não
regular – táxi aéreo (TPX) quando, havendo alteração comprovada de
proprietário ou operador, a mudança de marcas for conveniente para seus
negócios ou ao atendimento de interesse público relevante; e

II – aeronaves adquiridas da União, quando for decretado o perdimento, na


hipótese de sua utilização para tráfico de entorpecentes.
REGISTRO INTERNACIONAL
Convenção da Cidade do Cabo –
Registro Internacional

Objetivos
• Facilitar as operações de crédito para o financiamento de
aeronaves, helicópteros e equipamento aeronáutico em geral,
dando maior segurança aos credores e permitindo, assim, a
diminuição do custo das taxas de risco aplicadas.
• Assegurar que os direitos reais e de garantia relativos a esse
tipo de equipamento sejam reconhecidos e protegidos de
forma universal.
• Estabelecer um arcabouço jurídico para direitos internacionais
relativos a esses equipamentos e para tanto criar um sistema
de registro internacional para sua proteção.
Convenção da Cidade do Cabo sobre Garantias Internacionais Incidentes
sobre Equipamentos Móveis e Protocolo relativo a Questões Específicas
ao Equipamento Aeronáutico
Avanços frente à Convenção de Genebra

• Maior publicidade às garantias internacionais registradas com


a criação do Registro Internacional.
• Possibilidade de registro não só de garantias internacionais
vigentes, bem como de garantias internacionais futuras.
• Maior facilidade na recuperação do bem pelo credor com o
cancelamento do registro da aeronave e sua exportação.

Atualmente são 52 países signatários da Convenção da Cidade do


Cabo e seu Protocolo.
Registro Internacional x RAB

Qual tipo de Ponto de Entrada, AEP ou DEP?


Decreto Legislativo nº 135
“... o controle do Registro Aeronáutico Brasileiro sobre todas as informações que
deverão ser fornecidas ao Registro Internacional.”

Vantagem Authorizing Entring Point (AEP)

• Controle de quais bens estão registrados junto ao RI


• Rapidez na resposta para registro no RI – fornecimento do código
• Responsabilidade pelo teor das informações registradas é do interessado

Vantagem Direct Entry Point (DEP)

• Controle total sobre todo o teor dos contratos registrados junto ao RI

Nenhum país signatário da Convenção adotou a modalidade DEP!


Convenção da Cidade do Cabo –
Registro Internacional

• Campo de Aplicação: bens aeronáuticos matriculados no Brasil ou em


processo de obtenção de matrícula, aeronaves com reserva de marcas,
dentro das especificações do Protocolo.

• Procedimento:
1º) Cadastro prévio – SIGADPD e Procurações;
2º) Preenchimento do Formulário de Obtenção junto à ANAC de Código de
Autorização para Transmissão de Informações ao RI;
3º) Envio eletrônico do Formulário;
4º) Obtenção do Código de Autorização.
Convenção da Cidade do Cabo –
Registro Internacional

IDERA
Autorização Irrevogável de Cancelamento de Matrícula e de Solicitação de
Exportação

Total IDERA registrado no RAB:


286.

Dificuldade enfrentada:
Modelo previsto na Convenção e também no Decreto nº 8008 prevê a
assinatura da IDERA por parte do RAB.

Solução encontrada:
O aceite do RAB será manifestado pela inscrição da IDERA no livro da
aeronave.
Convenção da Cidade do Cabo –
Registro Internacional

Cancelamentos de Matrícula com fundamento na IDERA

Prevê o Art. 18, da Resolução nº 309, que o RAB dispensará o


credor detentor de garantia real a apresentação dos seguintes
documentos:
 Os Certificados de Matrícula e de Aeronavegabilidade originais;
 O Certificado de Aeronavegabilidade para Exportação emitido pela
ANAC, desde que dispensável no país de destino, conforme declaração
do solicitante;
 Prova de inexistência de débitos referentes a tarifas aeroportuárias e
multas por infração ao CBA.
Resolução nº 309 –
Registro Internacional

PRAZOS

• O prazo para a obtenção do código de transmissão é de 24 h


(prazo não definido na resolução).

• Nos casos de solicitação de cancelamento de matrícula para


exportação, o RAB procederá seu cancelamento em até 5
(cinco) dias úteis. (art. 17, § 3º).

• A Resolução aplica-se a garantias internacionais constituídas a


partir de 15 de maio de 2013.
Resolução nº 309 –
Registro Internacional

PENALIDADES

• O requerente possui prazo de 20 (vinte) dias úteis para


justificar por escrito a não utilização do código fornecido pelo
RAB, presumindo sua utilização quando da ausência de
justificativa. (art. 11, § 1º)

• O repasse do código é vedado e o requerente ficará


impossibilitado de obter novos códigos por 6 (seis) meses, em
caso de repasse oneroso ou não. (art. 8º e art. 13)
Registro Internacional - Conclusão
A adesão pelo Brasil à Convenção da Cidade do Cabo não
provocou nenhuma redução em sua soberania que
prejudicasse a regulação das atividades registrais do
Registro Aeronáutico Brasileiro.

Entende-se que a Convenção e seu Protocolo vieram


fortalecer o desenvolvimento da Aviação Civil num momento
em que globalização é a palavra de ordem no atual cenário
mundial.

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