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Antigas

1975 | 1990 | 1993 | 1994 |1995 | 1996 | 1997 | 1998 | 1999


“A Destruição do escudo de ozônio que protege a terra”

Artigo do jornal “Folha de São Paulo” “Caderno Folha Ilustrada” de


São Paulo, 21 de dezembro de 1975

J. REIS

Lá nas alturas da estratosfera um escudo de ozona, relativamente tênue porém eficaz,


protege a terra contra o excesso de radiações ultravioletas oriundas do sol. Sem ele,
outro seria possivelmente o equilíbrio térmico da atmosfera, assim como o crescimento de
animais e plantas, para nada falar dos riscos que nossa saúde poderia correr. Pois bem,
vários produtos da atividade humana nos ameaçam agora com a destruição parcial
dessa camada. Entre eles figuram os óxidos de nitrogênio de várias providências e
certos tipos de propelentes empregados em aerosóis de largo uso.

UM CICLO FORMA A CAMADA


O ozona é uma espécie de oxigênio reforçado, cuja molécula encerra três, em lugar
de dois átomos de oxigênio. Gás irritante e nocivo a saúde quando excede certos limites
na baixa atmosfera, é altamente benéfico na estratosfera, porque absorve parte da
radiação ultravioleta.
Um dos desenhos mostra as várias camadas da atmosfera terrestre e a densidade do
ozona relativamente à de toda a atmosfera nas altitudes correspondentes às várias
camadas. Por ele se percebe que o ozona forma camada de máxima densidade entre 20
e 30 quilômetros de altura. Mas essa camada não é regular, pois a distribuição do ozona
varia com a latitude e as estações. Se concentrássemos esse ozona a pressão da
atmosfera na superfície da terra, teríamos uma camada de apenas 3 milímetros de
espessura.
De onde vem esse ozona estratosférico? Segundo indicou Chapman há 45 anos, é a
própria energia solar que dissocia as moléculas de oxigênio, numa reação de capital
importância que mantém sob forma de átomos, e não moléculas, a maior parte do oxigênio
existente a 100 km ou mais da superfície terrestre. Numa segunda reação os átomos
livres combinam-se com as moléculas de oxigênio, com auxílio de um terceiro corpo e
formam ozona que, por sua vez, se decompõe sob ação de certas radiações, refazendo o
oxigênio molecular e os átomos livres. Estes sã o a s egu ir reciclado s forman do
novamente ozona.
Existe, como vemos, um ciclo permanente, em que o ozona esta sempre a formar-se
e desfazer-se. Do equilíbrio das várias reações desse ciclo resulta a presença constante
de uma certa quantidade de ozona que forma a tênue camada protetora.
Podemos olhar esse ciclo dois modos diferentes. Tal como o relatamos, ele parece
uma série de reações em que as radiações do sol atacam as moléculas de ozona. Mas
também podemos encara-lo como uma série de reações que consomem parte da
energia ultravioleta do sol subtraindo-a assim a energia que chega à terra.
É evidente, pelo que dissemos, que todas as substâncias ou forças que se mostrarem
capazes de perturbar o ciclo do ozona na estratosfera. Estudos recentes mostram que
realmente a presença de traços de determinadas substâncias "comedoras de ozona"
podem afetar decisivamente aquela camada. Ai de nos!

O MAL QUE PODE VIR


O primeiro alarma foi soado em 1971, quando James Macdonald calculou que a água
no escapamento de uma flotilha de aviões supersônicos poderia atacar a camada de
ozona, rompendo-a, e afirmou haver correlação entre a diminuição de ozona naquela
camada e a incidência de câncer da pele nas pessoas. Essa correlação foi confirmada
em outros estudos bem documentados, que chegaram à conclusão de que uma baixa
de 5 por cento na camada de ozona resultaria em aumento de 10 por cento de câncer
cutâneo.
O câncer cutâneo e o mais bem demonstrado efeito da diminuição do ozona, porém
não é a única conseqüência previsível do aumento de certas radiações ultravioletas na
terra. Devemos esperar outros efeitos na saúde, na produção das lavouras, nos
microorganismos da água e do solo, no desgaste de materiais. É terreno ainda cheio
de especulações esse, no qual as pesquisas, relativamente poucas, reclamam
confirmação e ampliação.
Alguns especialistas, levando em conta essas pesquisas, chegam a afirmar que não
podemos esquecer a possibilidade de a diminuição do ozona na estratosfera acarretar
alterações climáticas globais.
O quadro não é dos mais animadores, especialmente quando se considera que a água
do escapamento dos supersônicos é coisa pouca em face de outros contaminantes que
podem chegar à estratosfera, por um mecanismo de difusão a partir da superfície da
terra.
A estratosfera é seca e geralmente se encontra a temperatura inferior à do ponto de
congelação da água. Apesar disso a ela sempre chega o vapor d'água direto da terra ou
produzido na própria atmosfera inferior por algumas reações químicas naturais. Em
certas condições ele pode reagir com os átomos de oxigênio e iniciar um ciclo de reações
que acabam destruindo o ozona. Como os aviões supersônicos lançam vapor d'água pelo
escapamento, a teoria indica a possibilidade de assim perturbarem eles o equilíbrio da
camada de ozona. Diversas pesquisas revelaram, porém, ser relativamente pequena,
na pratica, a alteração que essa água poderá produzir.
Estariam absolvidos, então, os supersônicos e outros aviões estratosféricos? Não, dizem
os especialistas, porque no seu escapamento há muita coisa além da água, em
particular os oxidos de nitrogenio. E estes são, ao que tudo indica, séria ameaça a
camada de ozona.
Os óxidos de nitrogênio podem, por uma série de reações, que se acham
esquematizadas num dos desenhos, destruir boa parte do ozona que nos protege na
estratosfera. Seria ingênuo, porém, imaginar que esses óxidos só cheguem a estratosfera
pelo escapamento dos aviões estratosféricos. É bem verdade que a maior parte dos
óxidos de nitrogênio produzidos na parte inferior da atmosfera não chega à estratosfera
porque desce com as precipitações atmosféricas. Não menos certo parece entretanto
que na própria estratosfera se produzem esses óxidos, por meio de reações que ali
normalmente se passam. E estudos muito recentes mostram que as atividades
agrícolas e industriais poderão em breve aumentar de muito a quantidade desses
produtos que penetram a atmosfera.
Ajuntem-se a essas fontes as explosões de bombas nucleares, que enchem de óxidos de
nitrogênio as camadas atmosféricas. A pertubação da camada de ozona seria uma das
mais graves conseqüências possíveis de qualquer conflito nuclear. Além dos males
oriundas da poeira radioatlva teríamos os decorrentes do excesso de radiações
ultravioleta

OS JATOS QUE VIRARAM MANIA


Os aerossóis vieram para ficar. Úteis sem duvida para muitos fins, essa utilidade, que a
propaganda sem dúvida exagera, aumentando desnecessariamente o consumo, pode
repercutir negativamente na camada de ozona. É que os aerossóis contêm,
naturalmente, além da substância específica, como por exemplo o inseticida, uma
substância chamada propelente, que serve para dispersar a primeira no jato.
Ora, alguns propelentes, dentro da grande família dos fluorcarbonados, podem atingir a
estratosfera, pelos mecanismos comuns de difusão, e lá sofrerem decomposição pela
energia solar, libertando cloro. Este se intromete no ciclo do ozona e acaba comendo
boa parte dele.
Os compostos acima referidos, que formam os propelentes, também se usam, como
"freon", nos sistemas de refrigeração e condicionamento de ar. Cabe a M.J. Molina e
R.S. Rowland o mérito de haver chamado a atenção para o perigo que o freon
representa para a camada de ozona. O assunto foi logo tornado muito a sério pelas
autoridades norte-americanas, que constituíram grupos de trabalho para analisar a
fundo o problema.
Além dos óxidos de nitrogênio e do cloro, existem, ao que tudo indica, outras
substâncias devoradoras de ozona, como os óxidos de enxofre, o bromo e o iodo. Em
particular o bromo tem sido ultimamente colocado no banco dos réus; com ação
semelhante à do cloro, ele e um dos poluentes comuns da atmosfera, pois serve de base
a vários aditivos da gasolina.
Resumindo, parece indiscutível a extrema vulnerabilidade do escudo de ozona que nos
protege contra o excesso de ultravioleta. E o homem, com sua atividade agrícola,
industrial e bélica, esta contribuindo para aumentar essa vulnerabilidade. Fazer buracos
na camada de ozona poderá ser um dos feitos gloriosos nas próximas guerras. Quem
sabe os esburacadores receberão medalhas, as que em geral se negam aos
pacientes estudiosos que advertem a tempo contra os desmandos da humanidade em
sua louca e desenfreada corrida a que se dá o generalizado e frouxo título de
progresso.
As repercussões que na camada de ozona podem ter certas substâncias produzidas
na terra são parte do capítulo bem mais amplo das modificações que o comportamento
humano introduz em seu ambiente. O transporte de radiação, a composição química e o
movimento fluido são três elementos cuja interação influi no clima. A introdução, na
atmosfera, de produtos residuais da indústria e da agricultura pode afetar qualquer um
desses fatores e, por esse meio, desequilibrar os padrões climáticos.
Sabemos muito bem que o aumento de gás carbônico, proveniente das combustões, cria
condições desfavoráveis a devolução, pela terra, do calor recebido de fora,
estabelecendo assim o conhecido ''efeito estufa''.
Sabemos também que a matéria particulada que lançamos ao ar pelas chaminés ou nas
práticas agrícolas mal orientadas, pode dispersar o calor solar que chega, fazendo-o
voltar e assim esfriando a terra, o que talvez contrabalance o efeito estufa, embora não
possamos afirma-lo. Mas certamente sabemos que nenhum desses dois fatores
interfere apreciavelmente num outro, resultante das atividades humanas e capaz de
alterar globalmente o clima: o calor residual que se lança na atmosfera e que em alguns
centros já chega a 5 por cento do total da energia solar depositada na mesma região.
A esses fatores veio juntar-se agora o problema da fragilidade da camada de ozona e da
possibilidade de a rompermos como efeito de nossas artes na superfície da terra.
Em cima o que acontece quando um óxido de nitrogênio Perfil temperatura-altura típico da atmosfera. Nele se Há 45 anos Chapman explicou como se forma e destrói o
encontra na estratosfera uma molécula de ozona (três átomos compara também a densidade do ozona com a da atmosfera ozona na estratosfera. A radiação solar dissocia os átomos
de oxigênio ligados entre si): há decomposição do ozona, que da total. Vê-se que o ozona forma pequena camada a uns 20-30 da molécula de oxigênio. Numa segunda etapa os átomos
origem a molécula de oxigênio (dois átomos de oxigênio ligados km da superfície da terra, camada essa que varia com a latitude livres e as moléculas de oxigênio reagem entre si,
entre si). Embaixo, o que acontece quando o cloro libertado do e as estações. O gráfico mostra as várias camadas atmosféricas e formando ozona (três átomos de oxigênio ligados entre si).
freon e compostos semelhantes encontra o ozona Iá nas sua variação de temperatura, que cai à medida que subimos Numa terceira reação a energia solar dissocia o ozona
alturas: nasce oxigênio, pela decomposição do ozona. na troposfera, eleva-se na estratosfera, cai na mesosfera e formado e tudo recomeça. A energia que provoca essa reação
(Imitado de C.E. Kolb) novamente sobe na termosfera, mais próxima do sol. As é ultravioleta, o que explica que este, gasto na reacao, deixe
temperaturas são em graus absolutos, ou Kelvin. (Imitado de de atingir a terra. Assim a camada de ozona funciona como
C.E. Kolb) escudo protetor da terra. (Imitado de Kolb)
As sete pragas do ozônio abril|1990

Relação dos efeitos que a destruição da camada de ozônio pode ter sobre a superfície
terrestre.

É sabido há alguns anos que a camada de ozônio que protege a Terra da radiação solar
ultravioleta (UV) está ameaçada. Mas só há pouco as Nações Unidas divulgaram uma lista
consolidada dos possíveis efeitos do estrago no escudo do planeta:

1. Aumento de enfermidades: 1 por cento a menos na camada de ozônio pode significar 100 mil
novos casos a mais de catarata e 10 mil de câncer de pele;

2. Aceleração do efeito estufa: os raios ultravioleta afetam o plâncton marinho, responsável


pela absorção de parte do dióxido de carbono; livre, o gás sobe para aprisionar o calor;

3. Quebra na cadeia alimentar: o plâncton alimenta crustáceos e moluscos de que se nutrem os


peixes;

4. Empobrecimento das plantações: as bactérias que absorvem o nitrogênio do solo são


sensíveis ao U V; para compensar, as plantas retiram mais nutrientes do solo, o que exigirá o
uso de mais fertilizantes;

5. Desequilíbrio do sistema imunológico: a exposição prolongada à radiação enfraquece o


organismo; aumentam os riscos de doenças infecciosas e as vacinas perdem eficiência;

6. Aumento da poluição: a radiação adicional estimula a concentração de poluentes na baixa


atmosfera;

7. Degradação de materiais: plásticos, borrachas, madeiras, têxteis e tintas duram menos.

Fonte: Revista Superinteressante


Abril de 1990
Edição 31

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Países já têm alternativas 06|dezembro|1993

A substituição do CFC por outros gases para refrigeração já é realidade em vários países. O
Brasil – que produz mais de 10 mil toneladas de CFC e onde 100% dos aparelhos de
refrigeração usam o gás, também pode entrar para a lista de amigos do ozônio.
Um dos caminhos é a reciclagem dos CFCs até que eles sejam desativados, depois de 110 anos
de vida.
Na Alemanha e na Inglaterra já existem geladeiras do tipo ozone-friendly em que o CFC é
substituído pelo butano e propano e pelos HCFCs.
Porém, existe uma polêmica sobre os gases alternativos: o butano e propano são criticados por
serem altamente combustíveis e contribuírem com o aquecimento global, e o HCFC como
apenas um paliativo, já que também agride a camada de ozônio, em escala mínima.
O debate está impulsionando a pesquisa em busca de resultados melhores e mais ecológicos.
Contribuição – Uma das obrigações do Protocolo de Montreal estabelece um Fundo Multilateral
que conta com o dinheiro dos países de maior consumo do CFC que deverá ser aplicado nos
países d baixo consumo, entre eles o Brasil. Para este ano, foi calculada contribuição de US$
113 milhões dos países ricos dos pobres.
O governo brasileiro tem um Grupo de Trabalho do Ozônio, equipe interministerial que
administra os fundos do Protocolo de Montreal, dando assessoria a projetos alternativos.
O boicote ao CFC já chegou até nas pequenas empresas e grandes multinacionais. Em Porto
Alegra, o Hotel Plaza São Rafael está investindo US$ 400 mil na adaptação da refrigeração para
uso de gás alternativo.
Já a Coca-Cola está elaborando campanhas de reciclagem do gás e anunciou que, a partir de
dezembro de 1994, não comprará equipamentos contendo ou fabricados a partir de CFC,
antecipando-se ao Protocolo de Montreal em escala mundial.

Gás é usado em geladeira

O CFC – clorofluorcarbono – é uma substância química feita de carbono, flúor e cloro, e pode
ser encontrado na forma gasosa ou líquida. A primeira frente de ataque do CFC foram os
aerossóis: hoje, 100% dos desodorantes, cremes de barbear e outros produtos, cujo propelente
era o CFC, têm o butano e o propano como alternativas.
Porém, ele ainda existe como gás nos sistemas de refrigeração – ar condicionado e geladeira –
e em solventes e espumas. Como solvente, é usado para limpeza de circuitos impressores
(computadores). É também empregado como agente expansor entre os polímeros na fabricação
de espumas.
Quando liberado, o CF permanece por longo tempo na atmosfera, e quando chega à
estratosfera, destrói a camada de ozônio. É por causa deste fenômeno que as pessoas só
devem se expor ao sol com protetores: o CFC acabou com parte natural do guarda-sol natural
da capa de ozônio, que filtra a radiação ultravioleta.

Fonte: Folha de São Paulo


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Válvula captura CFC e impede
que buraco de ozônio aumente 06|dezembro|1993
Dispositivo reaproveita gás de geladeira e ar-condicionado
Anna Muggiati

Neste exato momento, o clorofluorcarbono (CFC) de sua geladeira ou do ar-condicionado do seu


quarto pode estar sendo liberado. Em poucos dias, esta gás fatalmente atingirá a estratosfera e
vai furar a camada de ozônio. Ele pode, porém, ser impedido de cometer este crime. Acaba de
ser inventada e registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), a válvula para
recuperação de CFCs. O gás é capturado e preso, para depois ser reciclado.
A válvula – que mede menos que 10 centímetros – tem um mecanismo que permite que tanto
os CFCs da geladeira como os do ar condicionado sejam filtrados e purificados.
“Nossa meta é banir o uso do CFC, com sua substituição por outros gases que não agridem o
ambiente”, explica o criador do pequeno dispositivo, Lúcio Flávio Campos, engenheiro mecânico
e consultor da ONG Defensores da Terra, que trabalhou com a colaboração da engenheira
química e analista ambiental Kátia Medeiros, da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente). “Mas quando um substituto ambientalmente correto não é empregado,
decidimos partir para uma alternativa economicamente viável”.
Custo – Segundo Kátia, somente no Rio de Janeiro, mais de US$ 12 milhões são gastos com a
compra de CFC. “Todo este dinheiro poderia ser economizado”, diz Kátia. O preço do custo da
válvula é de apenas US$ 80.
O escape do CFC se dá tipicamente em três situações. Na primeira – mais comum – ele escapa
dos sistemas de refrigeração por algum defeito. “Uma geladeira que pinga ou um ar
condicionado com serpentinas congeladas podem ser sinais de um vazamento”, explica Lúcio.
Se o aparelho precisa ser consertado, o CFC é retirado. “O mais comum é o técnico abrir a
válvula e deixar o gás escapar. Depois ele compra uma recarga”, explica o engenheiro.
O escapamento pode ocorrer, também, quando uma geladeira é abandonada em ferro-velho, e
no processo de desmonte tem o gás liberado. O ideal é a recuperação e reciclagem do gás:
“Estaremos evitando que o gás seja liberado para a estratosfera”, diz Kátia.
A vida do CFC é de 110 anos (enquanto uma geladeira vive apenas 20 a 25 anos) e a meta dos
pesquisadores é bani-lo do mapa estelar controlando sua produção na Terra.
Protótipos – já existe uma pequena firma em Resende produzindo protótipos da válvula, mas
Lúcio garante que não venderá a patente.
“Queremos prestar um serviço e não comercializar. Alugaremos a patente para firmas
interessadas, para que o aparelho seja efetivamente utilizado”, explica. Os fundos serão
aplicados em projetos de educação ambiental dos Defensores da Terra.
O recuperados do CFC, porém, não vem sozinho no kit anti-destruição da camada de ozônio.
Para garantir uma operação completa, um projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa
do Rio de Janeiro poderá regulamentar as manutenções de refrigeradores para que o CFC seja
reciclado.

Fonte: Folha de São Paulo


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Antártida pode ter maior buraco
de ozônio este ano 31|agosto|1993
Nível do gás começou a cair três semanas mais cedo neste inverno
Das agências internacionais

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida este ano poderá ser o maior já verificado. A
previsão foi feita ontem por Rumen Bojkov, especialista da Organização Meteorológica Mundial.
Segundo ele, o nível do ozônio já caiu em mais de 50% em certas regiões.
A formação do buraco sobre a Antártida durante o inverno é um fenômeno que vem ser
repetindo desde que se constatou a diminuição da camada de ozônio nas regiões. As condições
atmosféricas durante o inverno são mais favoráveis à ação dos agentes que eliminam o ozônio.
Esse gás, formado por moléculas com três átomos de oxigênio, absorve grande parte da
radiação ultravioleta que chega à Terra. O aumento desse tipo de radiação na superfície do
planeta pode ter vários efeito negativos. Entre eles, elevaria a incidência de certos tipos de
câncer de pele. Os pesquisadores suspeitam ainda que os raios podem ameaçar plantações e
formas de vida marinha.
Segundo Bojkov, a diminuição na camada de ozônio começou três semanas mais cedo este ano.
O nível do ozônio já caiu em média 35% em apenas quatro semanas. Se esse ritmo continuar, o
buraco poderá superar facilmente o recorde de 25 milhões de quilômetros quadrados, registrado
em 1992. Essas medições começaram no final dos anos 70.
O sistema de medição usa dados enviados por estações de estudos climáticos mantidas na
Antártida. Foi a estação alemã Neumayer que constatou a perda de até 50% do ozônio a uma
altitude de 16 km a 19 km.
O alerta de Bojkov, que é assessor especial do secretário-geral da ONU para questões
ambientais, coincide com uma reunião que a ONU está promovendo em Genebra sobre os
acordos internacionais de proteção ao ozônio. Especialistas de vários países estão reunidos para
acertar detalhes legais e técnicos das convenções mundiais que determinaram, para a partir de
1995, um drástico corte nas emissões dos gases que afetam a camada de ozônio como os CFCs
(clorofluocarbonetos).
Segundo dados divulgados recentemente nos EUA, a emissão mundial desses gases já está
diminuindo. Bojkov lembra, porém, que esses gases permanecem na atmosfera entre 70 e 100
anos. Nesse período, eles continuam a atacar o ozônio.

Fonte: Folha de São Paulo


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Preservação da Camada de Ozônio 19|dezembro|1994

Ecologistas e dermatologistas decidiram se unir para defender a saúde do carioca e a camada


de ozônio da Terra, que protege o planeta dos raios ultravioleta. Ontem, eles iniciaram, na praia
de Ipanema, uma campanha pelo fim do uso do clorofluorcarbono (CFC) – um dos principais
fatores da diminuição da camada de ozônio – e de preservação do câncer de pele. Além de
incentivar a população, a campanha vai incentivar um “boicote civil” contra o uso do isopor
comum, fabricado com CFC.

Segundo dados da ONU, a redução da camada de ozônio já é de 4% no estado do Rio, 13% no


Rio Grande do Sul, 11% em Santa Catarina e 7% no Paraná. De acordo com o médico Jarbas
Porto, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que a diminuição de 1% de
ozônio resulte no aumento de 5% nos casos de câncer de pele. A previsão da dermatologista
Marcia Ramos e Silva, presidente da seção Rio da SBD, é de que em 95 surgirão 60 mil novos
câncer de pele no Brasil (95% por excesso de exposição solar) – dez mil a mais que esse ano.

Jornal do Brasil

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QU e DE
I E DA
C
SO Michelle L. Costa Aluna de graduação do
Departamento de Química da Universidade de
Brasília, Brasília - DF
Roberto Ribeiro da Silva Bacharel em
Química, doutor em ciências pela Universidade
de São Paulo. Docente do Departamento de
Química da Universidade de Brasília, Brasília -
DF

A ciência e a tecnologia têm sido ao mesmo tempo solução e causa camada de ozônio. Daí, a preocu-
de problemas sociais. A seção “Química e sociedade” apresenta pação com a possível destruição da
artigos que focalizam aspectos importantes da interface ciência/ camada de ozônio pela ação das
sociedade, procurando sempre que possível analisar o potencial e substâncias emitidas pelas turbinas de
as limitações da ciência na solução de problemas sociais. aviões supersônicos, aviões militares e
Este texto inicia a série falando sobre os efeitos da luz solar sobre a jatos comerciais e dos aerossóis que
pele humana. Paralelamente ao efeito mais visível, o bronzeamento, expelem clorofluorocarbonetos.
a exposição excessiva ao sol pode causar eritemas e até mesmo A radiação eletromagnética pode
alguns tipos de câncer, efeitos que podem ser minimizados pelo ser descrita como sendo constituída
uso de loções que contenham substâncias que atuem como filtros por ondas eletromagnéticas. As dife-
solares. rentes ondas que compõem a radia-
ção solar podem ser diferenciadas
filtros solares, bronzeamento, radiação ultravioleta através de seus comprimentos de
onda. A distância entre dois pontos
simétricos e consecutivos de uma

U
ma investigação histórica do zeado. onda (ou de dois mínimos) é o que se 3
banho solar entre os seres Hoje em dia, o sentido do bronzea- denomina comprimento de onda
humanos traz conclusões do está intimamente ligado a tempo de (Figura 1).
bastante curiosas. Mesmo em uma lazer ou a férias. Nessas ocasiões, as Da parte do espectro eletromagné-
rápida retrospectiva, verifica-se que a pessoas gastam mais tempo preocu- tico que atinge a superfície da Terra
pele branca muitas vezes indicou pando-se com a estética. Tanto na praia (ultravioleta, visível e infravermelho), a
posição de destaque na sociedade. como na piscina, as queixas são sem- faixa que está diretamente envolvida
Enquanto trabalhadores, servos e pre as mesmas: com o bronzeamento da pele é a do
escravos passavam a maior parte do • Por que é que todo mundo con- ultravioleta, a mais energética das três.
seu tempo ao sol, os aristocratas pro- segue pegar um bronzeado melhor do Essa faixa possui um comprimento de
curavam a sombra, carregando guar- que o meu? onda que varia, aproximadamente, de
da-sóis, usando chapéus ou viseiras e • Será que possuem um tipo dife- 200 a 400 nanometros. De acordo com
ficando em lugares cobertos. Para rente de pele?
Comprimento de
muitos, entretanto, a Revolução Indus- • Será que estão usando um bron- Tipo de radiação
onda / nm
trial levou embora a busca da palidez. zeador com algum tipo de fórmula
Os trabalhadores, agregados em mágica? raios cósmicos e
0,01 a 0,1
fábricas, passavam longos períodos em • Por que minha pele quase sem- raios gama
lugares fechados. A industrialização pre fica vermelha e descasca?
barateou o custo da sombra e aumen- Acabe com as chateações contro- raios-X 0,1 a 200
tou o preço da luz solar. Quem tinha um lando seu bronzeado. É fácil: basta sa-
bronzeado mostrava que tinha tempo ber como o sol afeta a pele e como raios ultravioleta 200 a 400
livre e saúde para viajar aos locais onde derterminadas substâncias atuam
pudessse tomar muito sol. Esta é uma numa loção. Vamos começar pelas
versão da história. Uma outra é que na noções básicas. luz visível 400 a 700
alta sociedade européia, na década de
20, o chique era ter a tez branco-leite. O beabá dos raios solares luz infravermelha 700 a 50 000
Somente pessoas simples, que traba- O sol emite um amplo espectro de
lhavam nos campos, eram bronzeadas. radiação eletromagnética, e a maior
microondas 50 000 a
Então, a estilista Coco Chanel, depois parte dela é muito nociva para os se- 10 000 000
de um cruzeiro pelo Mediterrâneo, res vivos. No entanto, grande parte
apareceu com um bronzeado dourado. da radiação nociva – raios cósmicos, ondas de rádio 10 000 000 a
Sempre ditando tendências, Chanel fez raios X, ultravioleta (Tabela 1) – é 10 x 1012 m
de sua cor a coqueluche do momento. absorvida pelas camadas superiores Tabela 1: O espectro eletromagnético. Um
Foi aí que começou a nova era do bron- da atmosfera, principalmente pela nanometro (nm) corresponde a 10-9 m.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995


Uma é a célula basal. As células basais células responsáveis pela produção
reproduzem células para a epiderme de melanina possuírem uma baixa
chamadas queratinócitos. Os querati- atividade, então é possível que a pes-
nócitos, ao longo de sua vida, vão se soa nunca fique bronzeada.
aproximando cada vez mais da super- Entretanto, o efeito final da radiação
fície externa devido ao surgimento ultravioleta é a danificação das proteí-
constante de novos queratinócitos, pro- nas que constituem o tecido elástico e
venientes da camada basal, que em- conectivo da pele. Isso produz um
Figura 1: Uma onda e o seu comprimento de purram os mais antigos. Durante esse irreversível envelhecimento da pele,
onda.
trajeto, essas células tornam-se acha- que se tornará enrugada, dura e maci-
tadas e alongadas e morrem. As célu- lenta.
suas propriedades físicas e com seus las mortas, que agora formam o estrato
efeitos biológicos, a faixa ultravioleta é córneo, são pressionadas para cima até Vermelho rubro
normalmente dividida em sub-regiões. serem desprendidas por um processo Um sinal comum da exposição
São elas: UV-C, UV-B, UV-A. conhecido como descamação. Na pele excessiva é a vermelhidão – ou erite-
Os raios UV-C variam de 200 a 290 não bronzeada, os queratinócitos me- ma – associada a queimaduras sola-
nm, sendo os de maior energia e me- dianos levam de três a quatro semanas res. Em geral, os pesquisadores con-
nor comprimento de onda. Essa radia- para migrar à camada basal da super- cordam que essa reação inflamatória,
ção é nociva aos tecidos vivos. Pode fície da epiderme. que pode persistir por muitos dias, é
matar organismos unicelulares e preju- um resultado ou da ação direta dos
dicar a córnea dos olhos. Felizmente, o Injeção de bronzeado fótons ultravioletas sobre pequenos
UV-C é absorvido pela camada de A outra célula especializada produ- vasos sanguíneos ou da liberação de
ozônio da atmosfera. O comprimento zida ao longo da membrana que une a compostos tóxicos de células epidér-
de onda dos raios UV-B varia de 290 a epiderme à derme é o melanócito. micas danificadas. As toxinas espa-
320 nm, e atinge a superfície da Terra Essas células, embora em pequena lham-se pela derme, danificando os
em quantidades muito pequenas. O UV- quantidade, têm um importante papel capilares e causando a vermelhidão,
B provoca a vermelhidão associada às na proteção do corpo. Quando os raios o calor, o inchaço e a dor. Mais sangue
4 queimaduras do sol, sendo também um UV-A ou UV-B atingem os melanócitos, circula pelas áreas afetadas pelo UV,
dos grandes causadores de alguns eles emitem uma resposta, produzindo auxiliando no processo de recupe-
tipos de câncer de pele. Os raios UV-A um pigmento da pele chamado mela- ração. O grande volume de sangue
variam de 320 a 400 nm e são a menos nina (um polímero complexo), capaz de faz a pele parecer avermelhada. A
energética das três sub-regiões. ‘Luzes absorver radiação ultravioleta. Nasce- circulação de sangue, que aumentou,
negras’, usadas para iluminar boates, mos com diferentes quantidades desse também dissipa uma grande quanti-
estão incluídas nesse comprimento de polímero. Pessoas de compleição clara dade de calor do corpo, e este é o
onda. Assim como o UV-B, o UV-A é têm pouca melanina; as de pele more- motivo pelo qual a área da pele que
capaz de acionar os mecanismos do na têm mais e as de pele escura têm foi queimada parece quente ao to-
bronzeamento, sendo chamado algu- muita. que. Essa reação normalmente atin-
mas vezes de ‘raio bronzeador do sol’. A melanina interage com a radia- ge o auge entre 12 e 24 horas.
Embora o UV-B seja o principal res- ção solar em dois estágios. No primei-
ponsável pelos efeitos nocivos à pele, ro, grânulos pálidos (desoxigenados) Autodefesa
alguns especialistas acreditam que o de melanina próximos à superfície da A pele possui diversos mecanismos
UV-A também contribua na produção pele são transformados, pela luz de autoproteção. Sua defesa mais
de queimaduras. ultravioleta, em cor escura (oxidada). simples é aumentar a distância que a
Isso produz um bronzeado imediato radiação deve percorrer antes de cau-
A profundidade da pele — normalmente no prazo de uma sar danos. A pele acelera a produção
A pele humana possui diversas hora — que desaparece dentro de um de queratinócitos, o que torna a epid-
camadas de tecido. A camada mais dia. Um bronzeado mais duradouro erme e o estrato córneo mais espessos.
externa é conhecida como epiderme. é proporcionado pelo segundo está- Essa conduta aumenta a taxa da
Na parte superior da epiderme, o estrato gio. Nesse processo, novas quanti- descamação, até diversos dias após a
córneo, células mortas estão comprimi- dades de melanina são produzidas a queimadura.
das de forma compacta em uma cama- partir da tirosina, um aminoácido O bronzeado não é uma proteção
da de aproximadamente 20 células de abundante na proteína da pele. Esse absoluta contra os danos que os raios
profundidade. A segunda camada é a segundo estágio de bronzeamento UV causam à pele. Sendo uma rea-
derme. Essa camada importante pos- resiste por vários dias sem a neces- ção retardada, uma grande quanti-
sui o tecido conjuntivo, os capilares, os sidade de exposições posteriores ao dade de dano pode ocorrer antes de
nervos, as glândulas sudoríparas e os sol. Novos banhos de sol não só um bronzeamento protetor se desen-
folículos capilares. produzem mais melanina como tam- volver. A melanina também não
Ao longo da membrana que liga a bém aumentam as cadeias de polí- absorve todos os raios UV. Pessoas
epiderme à derme se encontram dois mero e realçam a cor. Contudo, se que têm baixa densidade de mela-
tipos de células especializadas que são mesmo depois de terem sido estimu- nina, isto é, as de pele mais clara, têm
de particular interesse dos banhistas. ladas pela radiação ultravioleta as muito pouca proteção natural.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995


Ao longo dos anos, uma exposição PABA, benzofenonas e outros com- exposição mínima para produção de
ao UV pode danificar a pele. Pesqui- postos (vide Figura 2). Esses agentes eritema em pele desprotegida.
sas recentes indicam que mudanças podem ser usados individualmente Um protetor com fator de proteção
na função do sistema imunológico da ou misturados. 10 significa que ele permite que se
pele podem acontecer depois de uma A preparação do protetor solar fique ao sol dez vezes mais tempo do
única queimadura. O câncer de pele ideal deve ser esteticamente favorá- que sem sua utilização, com o mesmo
tem sido associado à exposição ao vel, de modo que as pessoas que resultado. O fator de proteção deve ser
UV-B. Além disso, o excesso de ficam muito tempo ao sol sintam-se proporcional à quantidade de luz UV
radiação UV causa envelhecimento bem usando a proteção proporcio- transmitida através da camada de
precoce – a pele torna-se coriácea e nada por esses produtos químicos protetor sobre a pele. Assim, se o pro-
enrugada. Esse dano, que pode industrializados. tetor tem uma transmitância de 50%,
começar enquanto você está ainda isto é, deixa passar 50% da luz inci-
com seus 20 anos, é cumulativo e FPS: fator de proteção solar dente, ele deve proporcionar um FPS
irreversível. Felizmente, muitos des- Após 20 minutos de exposição ao 2. Em contrapartida, um FPS 10 deve
tes efeitos podem ser evitados. Uma sol do meio-dia, um tipo normal de corresponder à transmitância de 10%.
forma de prevenção é ficar fora do sol pele branca não bronzeada será Os valores de FPS são obtidos em
ou se cobrir. Para a maioria das afetado pela queimadura do sol, dan- laboratórios, mas por razões de or-
pessoas, entretanto, um método mais do origem a uma vermelhidão Essa dem técnica (dificuldade de se fa-
prático é usar protetores solares vermelhidão só se tornará visível 24 bricar uma pele articial que simule
industrializados. horas depois. A exposição necessária uma pele natural) optou-se pela ado-
para produzir esse efeito é chamada ção do teste real, sendo as loções
Sombra engarrafada de dose eritemal mínima, que de- aplicadas na pele das pessoas (in
Agentes protetores solares (ou pende da intensidade da radiação e vivo) para determinar o fator de pro-
filtros solares) ajudam a bloquear a do tempo de exposição. Ao se com- teção. As fontes preferidas de radia-
radiação UV antes que ela cause parar o tempo necessário para pro- ção solar são artificiais (lâmpadas de
danos. Para serem eficazes, os pro- duzir esse efeito eritemal mínimo so- vapor de mércurio ou de gás xenô-
tetores devem ser à prova de água, bre a pele desprotegida com o tem- nio). O tipo de pele da cobaia é ex-
mas mesmo assim eles acabam sen- po necessário para produzi-la sobre posta à radiação de uma lâmpada 5
do removidos. Além disso, deve ser a pele protegida com uma quantida- UV que simula o sol, mas que age
observado que a água doce dissolve de padrão de protetor solar, é possí- mais rapidamente que ele. Uma re-
os protetores com mais eficácia que vel definir o fator de proteção (FP) gião do corpo (geralmente as costas)
a água salgada. para um dado protetor. é exposta a uma série de feixes de
Alguns produtos são opacos e re- Assim, o fator de proteção solar FPS luz UV. Cada feixe de luz incide por
fletem a radiação UV, como as pastas é definido como: um determinado tempo. Vinte e qua-
brancas que os salva-vidas costu- tro horas depois, a pele é examinada
mam usar no rosto. Elas contêm pig- para verificar o eritema, a vermelhi-
mentos brancos refletores como o dão da queimadura. O tempo mínimo
dióxido de titânio (TiO2) e o óxido de Em que Tpp é o tempo de exposi- de exposição que produz eritema é
zinco (ZnO). ção mínimo para produção de eritema observado (25 segundos, por exem-
Os agentes de proteção solar mais em pele protegida, e Tpd o tempo de plo). Outra seção das costas é tratada
conhecidos são componentes orgâ-
nicos sintéticos que bloqueiam seleti-
vamente a radiação UV mais prejudi-
cial. Suas estruturas químicas usual-
mente incluem um anel benzênico
substituído.
O benzeno puro absorve a radia-
ção UV-C, mas, adicionando-se ou-
tros átomos ao anel benzênico, a
absorção se estende à região UV-B.
Esses compostos benzênicos ‘subs-
tituídos’ foram sintetizados para
absorver o UV-B prejudicial e deixar
o UV-A passar. Isso permite um bron-
zeamento sem queimaduras, apesar
de algum dano ainda ocorrer.
Um dos agentes de proteção so-
lar mais antigos e ainda amplamente
usado é o ácido p-aminobenzóico,
comumente conhecido como PABA.
São também usados derivados do Figura 2: Substâncias comumente usadas em protetores solares.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995


com uma quantidade precisa de pro- lação que se expõe diariamente ao sol, Devido ao fato de efeitos da luz so-
tetor solar, e exposta a uma nova série seja por lazer ou por necessidade de lar sobre a pele serem cumulativos e
de feixes por diferentes períodos de trabalho. Aos químicos compete o normalmente exigirem anos de exposi-
tempo. Vinte e quatro horas depois, desafio de desenvolver novos produtos ção até que o câncer se manifeste, os
os locais onde a luz incidiu são exa- mais baratos e de qualidade equiva- resultados só aparecem muito tempo
minados e, novamente, o tempo míni- lente. mais tarde.
mo que produz o eritema é anotado Alguns cientistas acreditam que a
(200 segundos, por exemplo). O FPS O câncer de pele destruição da camada de ozônio, que
é a razão destes tempos. Existem três tipos de câncer de bloqueia a maior parte da radiação
pele: o carcinoma da célula basal, o ultravioleta do sol, está contribuindo
para o aumento do câncer de pele. Por
carcinoma da célula escamosa e o
enquanto, não existem muitas evidên-
melanoma, que é o menos comum,
cias para sustentar essa noção. Toda-
porém o mais perigoso. Se a luz do
via, os pesquisadores concordam que,
Para fins práticos, isto significa que sol é a causa, ainda não se sabe. A
com o passar do tempo, a diminuição
a pele leva oito vezes mais tempo para morte provocada por melanoma co- da camada de ozônio trará problemas.
se queimar com o protetor solar do que meçou a aumentar a partir de 1920, e A camada mais externa e dinâmica
sem ele. Se você normalmente se quei- suas vítimas mais freqüentes são da pele, a epiderme, serve de primeiro
ma depois de uma hora de sol, você profissionais ou administradores e estágio para a manifestação da maioria
poderia, de acordo com este exemplo, não trabalhadores que passam seus dos tipos de câncer de pele. Tanto o
ficar oito horas no sol usando esse dias ao sol. Trabalhos recentes sobre carcinoma da célula basal quanto o da
protetor solar. epidermologia demonstraram que escamosa se desenvolvem a partir das
Infelizmente, em nosso país, o alto eventuais superexposições ao sol e células mais comuns da pele, os quera-
custo das loções contendo filtros so- queimaduras podem ser mais signifi- tinócitos, que se formam na base da
lares tem dificultado o acesso dessa cativas do que a exposição contínua epiderme e rumam para a superfície da
tecnologia à grande massa da popu- e o bronzeamento. pele. Próximos à base, os queratinó-

6
Curiosidades do bronzeado Recentemente, pesquisadores da Austrália, o país com maiores índices de
câncer de pele do planeta, anunciaram a descoberta de novos materiais que
quando incorporados ao tecido de roupas leves transformam-nas em
poderosos escudos contra os raios ultravioleta, aumentando de cinco a nove
vezes a proteção da roupa e permitindo que ela seja usada por períodos mais
longos ao sol. Uma camisa de algodão comum tem um fator de proteção solar
da ordem de 10. Após a incorporação dessas substâncias, é possível aumentar
o fator de proteção dessa roupa para 50, mantendo seu peso e conforto.
Muitas vezes, quando estamos ao sol, numa praia, por exemplo, cos-
tumamos achar que ficar debaixo de um guarda-sol, dentro da água ou
usar camiseta são proteções adequadas. Entretanto, não se pode esperar
muito dessas estratégias. Sabe-se que a areia da praia reflete 50% dos
raios UV que nela incidem, o que faz com que estes nos atinjam mesmo
quando estamos à sombra. A neve reflete 83% da luz incidente, e é capaz
de promover um bronzeado equivalente ao de estar na praia. A água conduz
os raios UV até uma profundidade de 91,5 cm e reflete 5% da luz. Uma
camiseta molhada permite que 20 a 30% dos raios UV atinjam a pele.
Uma outra curiosidade é que o vidro não transmite
muita luz com comprimento de onda abaixo de 350
nm. Se recebermos luz por detrás de uma janela,
a principal conseqüência será a verme-
lhidão da pele por causa do calor
(luz infravermelha). O mesmo
não ocorre com o acrílico,
que transmite luz de
comprimentos de
onda me-
nores.

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ataque à Pele N° 1, MAIO 1995


Planeje seu bronzeado negros provavelmente tenha origem
genética.
Cor da pele Sensibilidade ao sol Fator de proteção solar
recomendado A geografia também tem um
papel importante no câncer de pele.
muito clara sempre se queima máximo (PFS 8-14) ou ultra Regiões equatoriais, onde o sol do
com facilidade (FPS > 15) meio-dia bate diretamente sobre a
cabeça, recebem a radiação ultra-
clara sempre se queima extra (PFS 6-7) violeta mais intensa. Ao norte ou ao
com facilidade sul, os raios solares incidem na terra
num ângulo mais oblíquo, fazendo um
clara/média queima-se moderadamente moderado (PFS 4-5) caminho maior pela atmosfera, de
forma que a camada de ozônio absor-
ve mais a luz ultravioleta antes de
média queima-se muito pouco mínimo (PFS 2-3) atingirem a superfície.

castanho-escura ou negra raramente ou nunca mínimo (PFS 2-3) ou


se queima nenhum Este artigo é uma versão adap-
tada e ampliada do texto “The
Sunworshippers”, de autoria de D.K.
citos são ‘rechonchudos’, mas quan- sido a luz ultravioleta produzida pelo
Robbins, ChemMatters (vol. 2, n° 2),
do se direcionam para fora tornam- sol.
pp. 4-7, 1984, com permissão da
se achatados no processo de transfor- Em geral, as pessoas mais vulne-
American Chemical Society. Copy-
mação em células escamosas que ráveis ao câncer de pele são as de
right 1984. Os autores agradecem a
formam a resistência da pele, a pele clara. Negros raramente têm car-
superfície protetora. Os melanomas cinomas ou melanomas. A razão de Ana Cláudia Monteiro Silva pelo
saem dos melanócitos, as células negros com melanoma em relação a auxílio na supervisão da adaptação
produtoras de pigmentos. brancos com esse mal é de 1/15. do texto.
7
As células epidérmicas tornam-se A pigmentação escura é obvia- Para saber mais
malignas quando o DNA de seus mente protetora. Os casos raros de
MAES, D. MARENUS, K. e SMITH, W.
núcleos é alterado, levando estes a melanoma encontrados entre os
P. Novos avanços na fotoproteção. Cos-
se dividirem descontroladamente e negros acontecem quase exclusiva-
metics & Toiletries (Edição em Português)
a formarem tumores. A transformação mente em regiões mais claras da vol. 4, set/out, pp. 40-45, 1992.
do DNA pode ser causada por repeti- pele que geralmente não estão ex- TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R.
das exposições a raios X , a queima- postas ao sol: palmas das mãos, C. e SILVA, R. R. O azul do planeta: um
duras solares, doenças infecciosas ou solas dos pés, a parte de baixo das retrato da atmosfera terrestre. São Paulo,
contato freqüente com certas subs- unhas e até a boca. Este fato tem Editora Moderna. Coleção Polêmica. No
tâncias. Dentre esses agentes causa- levado os especialistas à conclusão prelo.
dores de câncer, o mais comum tem de que a ocorrência de câncer em

EVENTOS

XV EDEQ - ENCONTRO DE DEBA TES SOBRE


DEBATES XVII ECODEQC - ENCONTRO CENTO -OESTE
CENTO-OESTE
O ENSINO DE QUÍMICA DE DEBA TES
DEBATES SOBRE ENSINO DE QUÍMICA

Ocorrerá nos dias 13 e 14 de outubro de 1995 o XV EDEQ, Ocorrerá de 18 a 20 de outubro de 1985 o VII Encontro
promovido este ano pelo Departamento de Química da Centro-Oeste de Debates sobre Ensino de Química.
Universidade do Rio Grande, sob a coordenação do prof. Promovido pela Escola Técnica Federal de Goiás, pela
Moacir Langoni Souza. Universidade Católica de Goiás, pela Universidade Federal
Tema: de Goiás e pela Regional Goiás da SBQ, o evento terá como
“A Qualidade no Ensino de Química”. coordenadora a profa. Agustina Echeverria.
Local:
Departamento de Química - URG, rua Alfredo Maiores informações:
Huch, 474, 96201 Rio Grande - RS. Rua 75, n 46, 74055-110 Goiânia - GO; fone (062)
223 1232, ramais 167/ 164/ 148/ 140; fax (062)
Maiores informações: 223 1544.
Fone (0532) 32 9900, ramal 170.

QUÍMICA NOVA
QUÍMICA NA ESCOLA
NOVA Ataque
NA ESCOLA à Pele
Eventos N° 1,N°MAIO
1, MAIO
19951995
As ameaças à camada de ozônio 6|setembro|1995
Falta de recursos pode comprometer a eliminação de substâncias nocivas

Por Neuza Serra


de São Paulo

A camada de ozônio, agredida pelo uso de gases como o clorofluorcarbono (CFC), causador do
“buraco de ozônio”, ainda está sob risco. Os níveis de redução das substâncias agressoras ainda
são insuficientes e os recursos para que os países eliminem ou substituam gases com o CFC
estão cada vez mais escassos. Nesse cenário, o Brasil é um dos afetados. Do pacote de projetos
de empresas do setor privado apresentado na última reunião do Comitê Executivo do Fundo
Multilateral do protocolo de Montreal, em julho, que totalizava cerca de US$ 10 milhões, foram
aprovados menos de US$ 3 milhões. No entanto, os prazos estipulados pelo Protocolo de
Montreal, que estabeleceu as regras para a redução e controle das substâncias responsáveis
pelos danos à camada de ozônio, estão mantidos. O protocolo determina que até dezembro
deste ano os países desenvolvidos devem cessar a produção de CFC. Para os em
desenvolvimento o prazo final é 2010.
Para tornar possível a eliminação do CFC, foi criado em Londres, em 1990, o Fundo Multilateral,
ou Fundo do Ozônio, pelos países-membros do Protocolo de Montreal com o objetivo de
descartar recursos dos países desenvolvidos para financiar projetos em países em
desenvolvimento. Para o triênio 1994/95/96 a dotação (teórica) do fundo é de US$ 510 milhões
e, neste ano, de US$ 120 milhões. No entanto, há mais projetos do que recursos.

Muitos países doadores estão inadimplentes. Em 31 de julho, o valor em contribuições


atrasadas ao Fundo era de US$ 65 milhões dos anos anteriores e US$ 120 milhões deste ano.
Segundo Suely Machado Carvalho, presidente do painel de tecnologia e economia do Protocolo
de Montreal, esses dados deixam claro o que acontece na última reunião do Comitê Executivo
do Fundo, em julho, onde havia projetos de cerca de US$ 87 milhões e o Fundo só tinha US$ 30
milhões. Em julho do ano passado foi aprovado o programa brasileiro de redução de emissões
de CFC, que estima serem necessários US$ 900 milhões para a implementação de projetos dos
setores de refrigeração industrial, comercial e de ar-condicionado e fabricantes de máquinas.

Existem hoje no Brasil cerca de 30 milhões de refrigeradores domésticos em uso e um milhão


de unidades de equipamento de refrigeração comercial.

Apenas 10% dos equipamentos de ar-condicionado central usam CFC, pois os aparelhos novos
utilizam o gás HCFC.

Com a escassez de recursos e prazos que correm o risco de não serem cumpridos, os perigos
para a camada de ozônio são cada vez maiores. Em vista do crescimento econômico de alguns
países em desenvolvimento, o Fundo Multilateral contatou que o consumo de substâncias
controladas pelo protocolo cresceu até 50%. Segundo Suely, cerca de 25% da população
mundial estará abolindo o uso total dessas substâncias no final deste ano.

No entanto, os 75% dos países em desenvolvimento e países com economia em transição ainda
estão começando a redução. Dos 149 países signatários do protocolo, 110 são em
desenvolvimento.

Cientistas estimam que se os CFC continuassem a ser emitidos tão sem controle como eram em
1980, a camada de ozônio se reduziria cerca de 4% a 5% por década. Cada 1% de redução
pode causar aumentos de 2% na incidência de câncer de pele.
PRAZOS A CUMPRIR

Segundo Suely, países com economia em transição que são parte do protocolo, como Rússia,
Bulgária, Ucrânia e Belarus (antiga Bielorrússia), não cumprirão os prazos. O Comitê de
Implementação, grupo de países que monitoram a adoção das regras do protocolo, solicitará ao
Grupo Aberto das Partes, na reunião de dezembro, em Viena, cinco anos de “período de graça”
e ajuda do Global Environmental Facility (GEF). Segundo Suely, isso os deixa livres até o ano de
2000, sem exceder os níveis de consumo de CFC
de 1994.

Na 12ª reunião do Grupo Aberto das Parte, que aconteceu em Viena de 28 de agosto a 1 de
setembro, a grande discussão foram as necessidades básicas domésticas. Os países da
Organização e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) submeteram uma emenda que visava
limitar o uso de substâncias nocivas à camada de ozônio só para países desenvolvidos. De
acordo com o protocolo, foi permitido aos países desenvolvidos produzirem até 15% do nível de
produção de CFC em 1986 para garantir o suprimento durante o “período de graça” e o
“phaseout” em países em desenvolvimento.

O G-77 (grupo dos países em desenvolvimento) e a China não concordaram que só ficasse para
os países desenvolvidos o suprimento do mercado mundial. Eles querem que os países em
desenvolvimento também tenham esse direito de fornecimento. Após o encerramento da
produção do CFC será necessária uma quantidade desse gás durante o período de sua
substituição.

Essa é uma das questões pendentes que serão discutidas na reunião de dezembro, em Viena.

Atualmente, constam do protocolo todas a substâncias com reconhecido potencial de destruição


da camada de ozônio. Entre elas estão o CFC, tetracloreto de carbono, metil clorofórmio e
brometo de metila.

Os efeitos para a saúde

O ozônio é um gás encontrado junto com outros gases em toda a atmosfera. Mas é na
estratosfera, precisamente na altitude de 25 a 40 quilômetros, que ele se encontra em maior
quantidade, formando a camada de ozônio que funciona como um filtro de raios solares. A
diminuição dessa camada pode afetar a vida na Terra porque, com a sua redução, uma maior
quantidade de raios ultravioleta atinge a superfície terrestre. Os efeitos que isso pode causar à
vegetação, aos sistemas aquáticos e aos animais não são ainda totalmente conhecidos. O mais
difundido é o aumento dos casos de câncer de pele, que resulta da exposição do homem aos
raios ultravioleta, mesmo em pequenas doses.

Por sua grande estabilidade química, os clorofluorcarbonos (CFC) conseguem chegar intactos à
estratosfera, sem modificar sua molécula. Nessa altura, a forte radiação solar quebra a
molécula de CFC e o átomo de cloro se desprende e permite que ele reaja com o ozônio. Cada
átomo de cloro poderia destruir cerca de 100 mil moléculas de ozônio antes de ficar inativo.

Segundo essa teoria, os CFC permanecem na atmosfera por longo período de 40 a 150 anos.
(N.S.)
Gazeta Mercantil
Fonte: http://infoener.iee.usp.br

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Dobra ‘tráfico” de destruidor
outubro|1995
do ozônio, diz ONG
O mercado negro de substâncias que destroem ozônio, os gases clorofluorcarbonos (CFCs),
pode ser duas vezes maior que o estimado, diz a organização não-governamental (ONG) Action
Ozone.
Segundo a entidade, entre 10 mil e 20 mil toneladas de produtos químicos são contrabandeados
nos EUA. Usados em sistemas de refrigeração ou solventes industriais, eles vazam e atingem a
camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol. (FSP)

Ano 1 nº4 / outubro de 1995


http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/outubro95.htm

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Câncer de pele e os filtros solares agosto|1996

Há muito se conhece a relação entre o câncer cutâneo e os raios solares. Os fatos que levaram
a esta evidência sempre foram obtidos por meio de estudos epidemiológicos dos tumores de
pele.

Observações clínicas demonstram que indivíduos expostos ocupacionalmente ao sol aumentam


sensivelmente sua incidência de câncer cutâneo.
Os locais de maior acometimento das lesões tumorais são os de máxima exposição solar
(principalmente a face).

A incidência maior é nos indivíduos de pele clara que vivem em áreas onde a intensidade solar é
maior por períodos mais prolongados. Celtas das ilhas britânicas que migraram para a Austrália
em estudo de uma geração, comparado com os que não migraram, tiveram um aumento brutal
de câncer cutâneo.

A incidência de tumores é maior em homens que mulheres pois aqueles se expõem mais ao sol.

As doenças genéticas, que resultam em maior sensibilidade da pele aos efeitos da luz solar,
estão associadas ao desenvolvimento maior
do câncer cutâneo.

O sol emite radiação eletromagnética, porém, a fração deste espectro que concerne os efeitos
biológicos mais importantes na pele é a radiação ultravioleta. Ela está subdividida em
ultravioleta C que não chega à terra porque é filtrada pela camada de ozônio e é letal às células
humanas; ultravioleta B que provoca as queimaduras solares e está relacionada com câncer de
pele, pigmentação e, finalmente, ultravioleta A que provoca escurecimento da pele, alterações
do envelhecimento e também
câncer cutâneo.

Sabido isto, podemos concluir que para prevenirmos os tumores cutâneos necessitamos do
reconhecimento precoce destes tumores e prevenindo-se contra os raios solares.

O reconhecimento precoce dos tumores poderá ser realizado por profissionais habilitados ou
mediante campanhas públicas bem conduzidas.

Quanto à prevenção contra os raios solares será realizada através dos filtros solares. Estes
filtros são substâncias químicas que têm a função de absorver ou refletir a radiação solar
(exemplos: PABA, benzofenonas,
cinamatos e outros).

Os filtros possuem fatores de proteção solar (FPS) que se traduzem por um número indicativo
de quanto a mais de proteção ao sol o indivíduo terá após aplicá-los do que a pele sem o filtro.

A escolha dos filtros de maneira geral é determinada pelo dermatologista


e depende do tipo de pele do indivíduo (quanto mais claro, maior o fator de proteção), da
quantidade e tempo de exposição solar que o indivíduo vai ter, da intensidade dos raios nas
determinadas áreas geográficas e o tipo de formulação que se adapte a cada localização da pele
(por exemplo: para os lábios as apresentações são diferentes das do corpo).

Finalmente, não se deve esquecer que o filtro solar, embora proteja, não evita totalmente o
desenvolvimento do câncer cutâneo. Cuidados como se expor à luz até às 10 horas da manhã e
após às 15 horas, uso de viseiras, roupas e guarda-sol são coadjuvantes necessários. n (JSF)

Dr. Cyro Festa Neto


Assistente Doutor do Departamento de Dermatologia FMUSP - Vice-Presidente da
Soc.Bras.Dermatologia - Regional São Paulo

Ano 2 nº 9 / agosto de 1996


http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/agosto96.htm
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Buraco de ozônio cresce mais cedo este ano setembro|1996

O buraco na camada de ozônio que envolve o planeta atingiu seu tamanho máximo um mês
antes do que em 1995, segundo a Organização Meteorológica Mundial.

O ozônio é um gás presente na estratosfera (camada atmosférica acima de 12.000m de


altitude). Ele protege os seres vivos de radiações nocivas do Sol, as quais podem causar câncer,
por exemplo.

O buraco na camada de ozônio, observado pela primeira vez sobre a Antártida nos anos 80, tem
reaparecido desde então nos meses de setembro e outubro. No ano passado, o ozônio sobre a
Antártida chegou a seu menor nível em outubro.

Até agora, o buraco ainda vinha duplicando o tamanho a cada ano, apesar de acordos para
reduzir a emissão de CFCs.

Os CFCs eram usados — e ainda são, em alguns países — em refrigeradores e em aparelhos de


ar condicionado.

Estudo publicado em maio deste ano pela Administração de Oceanos e Atmosfera (Noaa) dos
EUA na revista científica "Science" afirmava que o pico da emissão de substâncias destruidoras
do ozônio ocorreu em 1994.
Segundo a Noaa, a recuperação do ozônio começaria em 1997, com exceção da Antártida, onde
o gás foi quase totalmente destruído. Nesse caso, a recuperação ocorreria dentro de dez anos. ?
(FSP)

Ano 2 nº 10 / setembro de 1996


http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/setembro96.htm

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ONU cria Dia Internacional do Ozônio 20|setembro|1996

Brasília, 20 (Agência Brasil - ABr) - O Dia Internacional do Ozônio foi instituído no ano passado
pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de estimular ações de preservação
da camada de ozônio, que funciona como filtro das radiações solares, além de prevenir sua
destruição.

O prêmio Nobel de química, Mário Molina foi um dos precursores no estudo das reações
químicas na camada de ozônio da estratosfera e ainda de sua relação com os efeitos à saúde.
Foi com seu trabalho que os gases clorofluorcarbonos (CFC) ficaram conhecidos como um dos
responsáveis pela redução da camada.

Sem o ozônio, responsável pela filtragem dos raios solares, a quantidade de raios ultravioleta B
que chega à superfície é tão grande que pode causar sérios prejuízos ao equilíbrio dos
ecossistemas. Os raios ultravioleta são conhecidos ainda como causadores de câncer de pele,
catarata e debilidade do sistema imunológico.

Usados como propelentes em aerossóis, refrigeradores, aparelhos de ar condicionado, espumas


plásticas e desodorantes spray, os gases CFC são produzidos até hoje em alguns países. O
Brasil é um deles. Apesar disso, algumas empresas brasileiras já trabalham em sentido
contrário e produzem tecnologias para a substituição das chamadas SDO's, que, traduzindo, são
"substâncias destruidoras da camada de ozônio".

A Poly-Urethane é uma delas. Na segunda-feira, dia oficial contra a destruição da camada, a


empresa mineira recebeu o prêmio Mário Molina, criado este ano pelo Programa Estadual de
Prevenção à Destruição da Camada de Ozônio (Prozonesp) da Secretaria do Meio Ambiente de
São Paulo, por ter alcançado o status "livre do CFC". A empresa desenvolveu um substituto do
CFC à base de óleo de mamona, girassol e amendoim. No ano passado, a Poly-Urethane
produziu o poliol, um composto específico para se obter espumação, produzido a partir de 360
mil toneladas de óleo de mamona.

O Shopping Center Ibirapuera, a Kibon, a Trivona do Brasil S/A (divisão Vickers e a Spal) e a
Indústria Brasileira de Bebidas S/A já converteram grande parte de seus equipamentos de
refrigeração, câmaras e freezers. A Atenas Indústria e Exportação foi uma das primeiras a
recolher e recuperar gás refrigerante e a Sete Comércio e Assistência Técnica em Refrigeração e
Condicionador de Ar utiliza gases alternativos desde 1994.

A Servi Continental 2001 converteu seus bebedouros e está trocando os aparelhos de ar


condicionado por outros que não usam o CFC. A Spuma-Pac eliminou o uso de mais de uma
tonelada por ano de CFC e de HCFC. Todas essas empresas receberam menção honrosa por
substituírem os clorofluorcarbonetos por fluídos que não afetam a camada de ozônio. (Lana
Cristina)

Fonte: http://www.radiobras.gov.br/ct/1996/materia_200996_5.htm

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Camada de ozônio deve diminuir este ano outubro|1996

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida deve ser maior em 1996 do que no ano
passado.

A previsão é do pesquisador David Hofmann, da Administração Nacional de Oceanos e


Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa).

O ozônio é um gás presente na estratosfera (camada atmosférica acima de 12.000m de


altitude). Ele protege os seres vivos de radiações nocivas do Sol, as quais podem causar câncer,
por exemplo.

Segundo Hofmann, a profundidade do buraco alcançou 129 DU (unidades Dobson) em 95,


contra 109 DU em 93, e 119 DU em 94.

Este ano ela pode alcançar até 140 DU, provavelmente por causa de algumas mudanças nas
condições atmosféricas", diz Hofmann.

O gás é destruído, entre outras causas, pelos CFCs, que eram usados — e ainda são, em alguns
países — em refrigeradores e em aparelhos de ar condicionados. (FSP)

Ano 2 nº 11 / outubro de 1996


http://newton.dfi.ufms.br/gaecim/outubro96.htm

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O hemisfério Norte e a camada de ozônio abril|1997

A redução da camada de ozônio é um fenômeno geralmente associado ao Hemisfério Sul, onde


ela se mostra mais intensa. Não obstante, a redução também já ocorre no Hemisfério Norte e
está se agravando.

Em março do corrente ano, a camada sobre o Ártico reduziu-se a níveis jamais antes
alcançados, segundo constatou a NASA, mostrando-se 40% mais tênue do que a média entre
1979 e 1982 e uma considerável redução em relação a março de 1996, quando a rarefação foi
de apenas 24%. O aumento da radiação ultravioleta que incide sobre a superfície da Terra
devido à redução da camada, segundo se avalia, pode afetar a produção agrícola, o plancto, os
animais e o homem, embora ainda não seja possível quantificar o grau do dano previsto.

Em novembro do ano passado, um painel de cientistas chegou à conclusão de que as crianças


de hoje, no decorrer de suas vidas, enfrentarão um risco de adquirir câncer de pele entre 4 a
10% maior do que no passado.
A redução da camada de ozônio é uma das várias alterações globais do meio ambiente,
provocadas pelas atividades humanas.
Fonte: The Independent, Londres, abr.97
www.sna.agr.br/meioamb03.htm

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O Buraco na Camada de Ozônio 23|maio|1997

A camada de ozônio é uma capa desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de
radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer
de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser utilizados
produtos que emitem clorofluorcarbono (CFC), um gás que ao atingir a camada de ozônio
destrói as moléculas que a formam (O3), causando assim a destruição dessa camada da
atmosfera. Sem essa camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica
sensivelmente maior,
aumentando as chances de contração de câncer.

Nos últimos anos tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo assim, o buraco na
camada de ozônio continua aumentando, preocupando cada vez mais a população mundial. As
ineficientes tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir
esse gás, principalmente nos refrigeradores, provavelmente vêm fazendo com que o buraco
continue aumentando,
prejudicando cada vez mais a humanidade. Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar
a produção de CFC foi a dos EUA, o maior produtor desse gás em todo planeta. Em 1978 os EUA
produziam, em aerosóis, 470 mil toneladas de CFC, aumentando para 235 mil em 1988.

Em compensação, a produção de CFC em outros produtos, que era de 350 mil toneladas em
1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse gás em nossa
vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma solução para o problema.

O buraco

A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a Antártida. Nessa região,
principalmente no mês de setembro, quase a metade da concentração de ozônio é
misteriosamente sugada da atmosfera. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas
uma área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a América do Sul, ou 15%
da
superfície do planeta. Nas demais áreas do planeta, a diminuição da camada de ozônio também
é sensível; de 3 a 7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. Mesmo menores
que na Antártida, esses números representam um enorme alerta ao que nos poderá acontecer,
se
continuarmos a fechar os olhos para esse problema.

O que são os raios ultravioleta

Raios ultravioletas são ondas semelhantes a ondas luminosas, as quais se encontram


exatamente acima do extremo violeta do espectro da luz visível. O comprimento de onda dos
raios ultravioletas varia de 4,1 x 10-4 até 4,1 x 10-2 mm, sendo que suas ondas mais curtas
são as mais prejudiciais.

A reação

As moléculas de clorofluorcarbono, ou Freon, passam intactas pela troposfera, que é a parte da


atmosfera que vai da superfície até uma altitude média de 10.000 metros. Em seguida essas
moléculas atingem a estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior
quantidade. Esses raios quebram as partículas de CFC (ClFC) liberando o átomo de cloro. Este
átomo, então, rompe a molécula de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio
(O2).

A reação tem continuidade e logo o átomo de cloro libera o de oxigênio que se liga a um átomo
de oxigênio de outra molécula de ozônio, e o átomo de cloro passa a destruir outra molécula de
ozônio, criando uma reação em cadeia.

Por outro lado, existe a reação que beneficia a camada de ozônio: Quando a luz solar atua sobre
óxidos de nitrogênio, estes podem reagir liberando os átomos de oxigênio, que se combinam e
produzem ozônio. Estes óxidos de nitrogênio são produzidos continuamente pelos veículos
automotores, resultado da queima de combustíveis fósseis. Infelizmente, a produção de CFC,
mesmo sendo menor que a de óxidos de nitrogênio, consegue, devido à reação em cadeia já
explicada, destruir um número bem maior de moléculas de ozônio que as produzidas pelos
automóveis.

Porque na Antártida

Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente lançado no Brasil pode
atingir a Europa devido a correntes de convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso
inverno de seis meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de
convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o verão permanecem na
Antártida até a época de subirem para a estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de
sol quebram as moléculas de CFC encontradas nessa área, iniciando a reação. Em 1988, foi
constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração de monóxido de cloro é cem vezes
maior que em qualquer outra parte do mundo.

No Brasil ainda há pouco com que se preocupar

No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, de acordo com os
instrumentos medidores do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a
movimentação do gás na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação
significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no Brasil em comparação com os
países de primeiro mundo. No Brasil apenas 5% dos aerosóis utilizam CFC, já que uma mistura
de butano e propano é significativamente mais barata, funcionando perfeitamente em
substituição ao clorofluorcarbono.

Os males

A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da


incidência de câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso,
existe a hipótese segundo a qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no
clima, resultando no "efeito estufa", o que causaria o descongelamento das geleiras polares e
conseqüente inundação de muitos territórios que atualmente se encontram em condições de
habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de
pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais aconselha-se a
evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares,
únicas
maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

Autores: IF da UFRJ - Curt Roloff e Núbio Tupinambá

Fonte: http://www.geocities.com/ResearchTriangle/Lab/6116/ozonio.html

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Geladeira Ecológica julho|1997

Há muito tempo, mas ainda nesse século, colocava-se em prática a refrigeração, que já era
sentida como essencial à conservação dos alimentos, através de grandes máquinas "fazedoras
de frio" à base da compressão e descompressão de gases, tais como a amônia, o dióxido de
enxofre e o cloreto de metil. Os processos de refrigeração eram extremamente perigosos, visto
que o equipamento de compressão, volta e meia, entrava em colapso e causava explosões e
incêndios, além do que os gases eram tóxicos. Impensável era ter, à essa época, em casa, um
aparelho de refrigeração para conservar os alimentos; o costume era comprar gelo, levá-lo para
casa e resfriar os alimentos por contato
com esse gelo.

Em 1931, um cientista, Thomas Midgely Jr., inventou o gás Freon-12 que, pouco tempo depois,
demonstrou pelas suas incríveis propriedades criogênicas ser a alternativa ideal para substituir
todos os outros gases fazedores de frio. Tal gás era não inflamável, não explosivo e não tóxico,
além de também não ser corrosivo dos metais com que fazia contato. A pressão necessária para
fazer valer suas características criogênicas era também menor que a exigida pelos outros gases.
Foi uma verdadeira revolução industrial que passou a permitir que se produzisse frio
caseiramente. Em 1950, os alimentos congelados invadiram o mercado norte-americano e daí, a
idéia começou a percorrer o mundo e logo a seguir, começou-se a refrigerar, além de alimentos,
o ar ambiente.

Fantástica foi também a descoberta de outras propriedades deste gás, particularmente de seus
sucedâneos, quais fossem, servir como matéria-prima para a produção de espumas de
poliestireno, para enchimento dos famosos frascos de "sprays" de todas as naturezas e ainda
servir como excelente material de limpeza de delicados circuitos eletrônicos.

Mas a própria ciência, que inventa maravilhas, acabou descobrindo neste produto, que todos
julgavam inerte, uma propriedade terrível que só foi possível perceber a partir de outros
avanços científicos.

A seqüência da história foi, mais ou menos, a seguinte: descobriu-se que nossa estratosfera era
rica de um gás chamado Ozônio; descobriu-se que, da gama de radiações solares, uma delas, a
ultravioleta, era filtrada por esse ozônio nas altas camadas da atmosfera; descobriu-se que a
radiação ultravioleta tinha sobre o ser humano e outros seres vivos efeitos perniciosos;
descobriu-se que o Freon-12 e seus parentes (todos CFC’s), que foram desenvolvidos com a
mesma concepção, possuíam a propriedade de aniquilar o ozônio nas altas camadas da
atmosfera (entre 20 e 50 quilômetros de altitude).

A cadeia de descobertas levou à conclusão lógica de que, apesar das maravilhosas propriedades
desses gases, que se denominam em conjunto por clorofluorcarbonos (CFC’s), se estava
pagando um preço alto pelo seu uso, visto que, a destruição do ozônio, via os CFC’s, se fazia
muito rapidamente, porque cada átomo de cloro dessa substância, que se libera devido à
própria radiação ultravioleta, vai "roubando" um átomo de oxigênio do ozônio, transformando-
se novamente em cloro ativo, e daí, sucessivamente buscando outro ozônio; dessa forma, um
só "cloro" era capaz de promove a destruição de muitos "ozônios". Tal constatação alertou o
mundo para as graves conseqüências da destruição do ozônio estratosférico.

A coisa toda, que era só pesquisa, assustou, devido a dois fatos; o primeiro, porque confirmou-
se, em 1980 que os CFC’s são também gases estufa, contribuindo em cerca de 25% do total
para esse efeito. O segundo, baseou-se na descoberta de um grande "buraco" na camada de
ozônio sobre a Antártida, o que levou à assinatura do Tratado de Montreal, onde os produtores
de CFC’s se comprometeram a diminuir a produção e buscar similares, esperando-se, assim, a
diminuição do consumo pela metade até o final desse século.

Vale assinalar que a família dos CFC’s tem como seus principais produtos os seguintes:
CFC-11 – utilizado na fabricação de espumas de poliestireno.
CFC-12 – utilizado em refrigeração.
CFC-13 – utilizado na limpeza de componentes eletrônicos.
As vidas médias estimadas: do CFC-11 é de 75 anos e a do CFC-12 entre 110 e 140 anos, o que
indica que a ação maléfica desses produtos é bastante duradoura.

O Bromo, elemento químico muito usado na fumigação das lavouras e em alguns tipos de
extintores de incêndio, produz efeito análogo ao cloro presente nos CFC,s.

Como conseqüência da destruição da camada de ozônio estratosférica, a Terra fica exposta


diretamente às radiações ultravioletas oriundas do Sol e foram detectados vários males
oriundos da incidência dessas radiações, entre os quais:

O câncer de pele, preferencialmente nas pessoas de peles mais claras.


A catarata (doença dos olhos).

Na agricultura, a soja, o feijão, a abóbora, o melão e o repolho têm o tamanho de suas folhas
diminuído, acarretando menor crescimento. A qualidade das sementes fica piorada. Há um
aumento de pragas, doenças e pestes nas vegetações.

No mar, alguns fitoplânctons não resistem à radiação.


A meta para a proteção da camada de ozônio não pode ser outra a não ser buscar-se
sucedâneos para os CFC’s. Muitos frascos de sprays já não usam esse produto, bem como
muitas geladeiras (apelidadas ecológicas), também aparelhos de refrigeração do ar já estão
usando como gases refrigeradores o isobutano ou o HCFC (hidroclorofluorcarbono), que não
agridem o ozônio.

Gil Portugal

Fonte: http://www.gpca.com.br/gil/art56.html

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Discovery parte para missão de 11 dias 08|agosto|1997

das agências internacionais

O ônibus espacial norte-americano Discovery decolou ontem às 10h41 da Flórida (11h41 em


Brasília) para uma missão de 11 dias.

Os seis astronautas vão desenvolver cerca de 40 atividades científicas durante a missão. A


principal será pôr em órbita um satélite que vai monitorar a camada de ozônio. Eles também
vão apontar um telescópio para analisar o cometa Hale-Bopp e desenvolver pesquisas sobre
câncer.

Meteorologistas previam chuvas e céu fechado para a manhã de ontem, o que poderia impedir a
decolagem. Não foi o que aconteceu. Minutos antes do lançamento, os técnicos da Nasa (a
agência espacial dos EUA) aproveitaram para desejar feliz aniversário ao co-piloto Kent
Rominger, que completava
41 anos.

O lançamento do satélite estava previsto para a noite de ontem. O equipamento pesa 3.200 kg,
foi construído na Alemanha e vai ficar durante nove dias vagando no espaço para coletar dados
sobre a camada de ozônio, que protege a Terra dos efeitos dos raios ultravioleta do Sol.

Nas últimas décadas, a ação de poluentes (como o gás CFC) vem diminuindo a camada de
ozônio, o que causa preocupação entre os ambientalistas.

Origem do texto: Das Agências Internacionais


Editoria: MUNDO Página: 1-17 8/3855
Edição: Nacional Aug 8, 1997

fonte: http://www.launchpad9.hpg.ig.com.br/noticias/folhashuttle97.htm

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Substituição do CFC surgiu em Santa Catarina 19|setembro|1997

Brasília, 19 (Agência Brasil - ABr) - A substituição do gás Clorofluorcarbono (CFC) na fabricação


de compressores de ar para refrigeração por outro que não agride a camada de ozônio surgiu de
pesquisas desenvolvidas nos laboratórios dos cursos de Engenharia da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). As pesquisas são resultados da parceria entre a instituição e a
EMBRACO, maior fabricante de compressores de ar do País. Em quinze anos de trabalhos
conjuntos, a EMBRACO e a UFSC conseguiram desenvolver compressores que, hoje, são 40 por
cento mais econômicos do que os utilizados no início da década de 80. (Ubirajara Jr)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1997/coluna_190997.htm

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A sombra salva 25|agosto|1998

O filtro solar não previne o pior câncer de


pele mas continua imprescindível
Karina Pastore

Pele, cabelos e olhos claros: chances seis vezes maiores de desenvolver melanoma

Foi preciso uma década para que o brasileiro se convencesse dos efeitos deletérios do excesso
de sol. Ninguém mais ousa se estirar à beira do mar ou da piscina sem antes lambuzar o corpo
com filtro solar. O ritual melado tinha um bom motivo. Acreditava-se que pudesse evitar todos
os males resultantes da perigosa exposição da pele ao sol por mais tempo do que o
recomendado, como envelhecimento precoce e câncer de pele, entre os mais importantes. Na
semana passada, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da
Ciência, cientistas do Centro de Câncer Sloan-Kettering, em Nova York, jogaram dúvida nessa
crença, ao revelar que os protetores solares podem muito pouco contra o mais letal dos
cânceres de pele, o melanoma. Cuidado, portanto.
A epidemiologista Marianne Berwick, chefe da equipe de pesquisadores, analisou dez pesquisas
sobre a relação entre o uso das loções e a incidência do câncer. Em oito delas, notou a cientista,
não há prova alguma do benefício dos filtros na prevenção de melanoma. A conclusão da
doutora Berwick não equivale à condenação do uso do filtro solar. O produto continua a ser
considerado muito útil contra as queimaduras de sol e contra dois outros tipos de câncer de
pele. Mas o melanoma tem peculiaridades que fazem sua prevenção mais complicada.
Pintas Sabe-se, por exemplo, que o melanoma pode acometer até pessoas que nunca tomem
sol. "Ele se manifesta não apenas em regiões constantemente expostas ao sol, mas também em
áreas do corpo protegidas da radiação ultravioleta, como as plantas dos pés e as nádegas", diz
o dermatologista Sérgio Fonseca Tarlé, professor da PUC do Paraná. Depois, os médicos têm
certeza de que esse tipo de neoplasia depende de fortes componentes genéticos. Famílias com
um caso entre seus membros têm mais chances de apresentar a doença. Homens e mulheres
de pele e cabelos claros, notou a médica Berwick, correm risco seis vezes maior de desenvolver
o câncer. Outro dado é que a existência de pintas escuras na pele (não confundir com sardas)
também aumenta a probabilidade de o melanoma aparecer. Um trabalho desenvolvido pela
Universidade de Harvard, publicado no ano passado no Journal of the American Medical
Association, a reputada revista científica da Associação Médica Americana, revela: uma pinta e
basta apenas uma aumenta o perigo em doze vezes. "Noventa por cento dos casos de
melanoma se desenvolvem a partir de pintas já existentes", reforça a dermatologista Clarisse
Zaitz, professora da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e presidente da
Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Mesmo com tantos fatores independentes da exposição ou não ao sol, os médicos ainda
acreditavam que o filtro solar ajudasse na prevenção dos melanomas. Isso se devia ao fato de
se ter constatado que as pessoas mais suscetíveis ao câncer tinham outro ponto em comum.
Em algum momento de sua vida tinham sofrido queimaduras de sol profundas. Foi o bastante
para que se desenvolvesse a crença de que os filtros solares, já que protegem a pele contra
essas agressões, pudessem também proteger contra o melanoma. Aí estava o problema.
Bronzeado seguro Usar filtro solar é um hábito recente, do final da década de 80, que graças às
campanhas de esclarecimento ganhou força rapidamente. Apesar disso, o número de casos de
câncer de pele vem crescendo a cada ano. Em 1960, havia uma vítima de melanoma para cada
600 pessoas. Trinta anos depois, a proporção era de um para 105. No ano 2000, de acordo com
estatísticas do Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, a relação no Brasil será de
um para 75. "Só porque passam o protetor, muitos acham que estão seguros e se expõem ao
sol indiscriminadamente", diz o dermatologista Fernando Augusto de Almeida, presidente do
Grupo Brasileiro Multidisciplinar de Melanoma e professor adjunto da Universidade Federal de
São Paulo.
O nó da questão está no fato de a luz do sol não ser homogênea. Ela se compõe de radiações
diferentes, que, combinadas, provocam uma série de efeitos no organismo. O raio ultravioleta
de tipo A, por exemplo, acelera o envelhecimento das células, enquanto o ultravioleta de tipo B
responde pelas queimaduras e pelo bronzeamento. Acreditava-se que os melanomas estivessem
relacionados à exposição ao tipo B, e isso dava alento à idéia de que, em se barrando essa
radiação, por tabela se estivesse prevenindo o câncer. Um trabalho do Laboratório Nacional de
Brookhaven, nos Estados Unidos, lançou por terra essa idéia. Os pesquisadores mostraram que
em 90% dos casos de melanoma, a radiação responsável é a de tipo A, que os filtros solares
mais modernos só conseguem barrar em 50%. Está aí o motivo para que, mesmo se evitando
as queimaduras, não se evite a tragédia do melanoma.
Apesar dos estudos sobre melanoma, os protetores solares são imprescindíveis. Sobretudo no
Brasil, que, por se situar em região equatorial, está entre os países do mundo mais atingidos
pela radiação solar. E mais. O brasileiro adora ficar estatelado na areia enquanto os raios de sol
lhe douram a pele. Antes da chegada dos filtros, o verão era a época de pernas, barriga,
ombros e rosto vermelhos para a maioria o corpo dolorido, inchado, coberto por bolhas. Não era
raro ver rapazes e moças tomando banho de mar de camiseta, depois de se ter queimado
excessivamente no dia anterior. Era a única proteção possível contra o sol. Hoje não mais.
Existe o filtro solar para defender a pele, e todos o utilizam. Os fotoprotetores são armas
poderosíssimas contra a nocividade do sol. Alguns chegam a absorver mais de 97% dos raios
solares do tipo B. Preservam assim as células da pele das rugas precoces e da maioria dos
cânceres de pele. A grande boa notícia trazida pelos protetores solares foi que os banhistas
puderam prolongar sua estada na praia, reduzindo os riscos. O bronzeado ficou mais seguro. É
só não abusar.

Texto extraído da Veja, 25/08/98

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Governo não compra produto
19|setembro|1998
que afeta camada de ozônio
Brasília - O governo federal vai dar o exemplo e deixar de comprar produtos ou equipamentos
contendo substâncias responsáveis pela destruição da camada de ozônio. O presidente
Fernando Henrique Cardoso assinou decreto proibindo a administração federal direta, autarquias
e fundações de fazer novas compras de equipamentos como de geladeiras ou bebedouros que
utilizem os gases prejudiciais.

O decreto dá prazo de 180 dias para a administração federal cumprir a determinação, de forma
a não atrapalhar as aquisições já em andamento. Entre as substâncias prejudiciais à camada de
ozônio estão alguns gases de refrigeração, como os clorofluorcarbonos (CFC). Além de
geladeiras e bebedouros, esses gases estão presentes em aparelhos ou sistemas de ar
condicionado.

Mas há no mercado produtos que usam outros gases, muito menos agressivos, segundo Rodney
Ritter, coordenador da área de assuntos urbanos e recursos abióticos do Comitê Executivo
Interministerial do Ozônio. Ritter explicou que o governo federal não vai trocar aparelhos
existentes. A determinação vale apenas para as futuras compras.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/set/19/0pai.htm

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Indústria nacional elimina uso do CFC 25|setembro|1998

Brasília, 25 (Agência Brasil - ABr) - O gás clorofluorcarbono (CFC) já foi abolido da produção de
aerossóis. Essa informação foi divulgada por especialistas no Seminário Atualização do
Programa Brasileiro para Eliminação das Substâncias que Destrõem a Camada de Ozônio,
realizado à semana passada, em Brasília.

Promoção conjunta da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Ministério do Meio


Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e do Conselho Consultivo Superior das
Entidades Empresariais (CCSEE), o evento revelou os avanços que o País tem registrado na
redução do uso de substâncias nocivas à camada de ozônio, sobretudo o CFC, por diversos
segmentos industriais.

O protocolo de Montreal fixou o ano de 2010 como prazo limite para a utilização do CFC. O
Decreto nº 99.280, de 1990, determinou a aplicação do Protocolo no País. A previsão do
governo brasileiro é acabar, até 2001, com o emprego de substâncias que agridem a camada de
ozônio na produção industrial. Depois da China e da Índia, o Brasil é o país que mais utiliza
essas substâncias.

Lourival Novaes Dantas, presidente interino da CNI, disse na abertura do seminário que
antecipar a substituição de substâncias nocivas à camada de ozônio na produção foi um passo
importante. Mas ele considera preocupante a persistência até hoje de alguns segmentos da
indústria em trabalhar com tecnologias ultrapassadas. Os setores de espuma, solventes, ar
condicionado, refrigeração e extintores de incêndio, ainda usam substâncias nocivas à camada
de ozônio.

O Instituto Nacional do Plástico (INP), está cedendo recursos para o desenvolvimento de


projetos com empresas do setor de espuma de poliuretano usuárias de CFC"s. Até o final de
1997 foram aprovados 48 projetos, no valor de US$ 11 milhões, para eliminar cerca de 1.303
toneladas de substâncias nocivas. Essa quantidade representa 50% de todo CFC utilizado nesse
segmento, excluídas as indústrias de refrigeração doméstica, que vêm elaborando projetos
individuais. (Hebert França)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1998/materia_250998_8.htm
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Novas tecnologias nas oficinas mecânicas
Equipamentos eletrônicos de última geração facilitam a vida e agilizam 25|setembro|1998
trabalho de profissionais brasileiros

Roberto Dutra
Especial para o AN Veículos

Termômetros com raio infravermelho, detectores de vazamento de gás com ultra-violeta e


regulagem computadorizada de injeção eletrônica. Atualmente, os profissionais do setor de
serviços automotivos já não procuram mais os problemas dos carros por barulhos estranhos ou
pelo velho método de tentativa e erro.
Uma série de equipamentos eletrônicos já permite diagnósticos precisos e rápidos e,
consequentemente, serviços mais bem-feitos. Por um lado, as oficinas agilizam os serviços e,
com isso, aumentam o volume de trabalho e se capitalizam. Por outro, os clientes podem
acompanhar os diagnósticos e os carros ficam parados por menos tempo.
As oficinas informatizadas sinalizam com o fim dos mecânicos de esquina. "Acabou a cultura do
achômetro e os casos em que o mecânico tem de andar na mala do carro ou pendurado na
janela para diagnosticar um problema", decreta Jorge Colaço, proprietário da Top Air, oficina do
Rio especializada em sistemas de ar condicionado.
A empresa possui, por exemplo, aparelhos de detecção de vazamento de gás de ar condicionado
por ultra-violeta, detectores de ruído com sensores eletrônicos e até um aparelho que, passado
sobre o chicote elétrico do veículo, informa se há curto ou excesso de carga em um
determinado circuito.
A utilização desses equipamentos, na verdade, está virando uma necessidade dos tempos
atuais. Afinal os sistemas devem ser compatíveis com a tecnologia dos veículos. "Equipamentos
de 20 anos atrás não têm a precisão que um técnico necessita para um diagnóstico", explica o
instrutor técnico de treinamento de serviços da Ford, Paulo Modelli. Isso, claro, além permitirem
diagnósticos mais rápidos e exatos de problemas. A essas vantagens, soma-se a chance de se
poder mostrar ao cliente onde está a peça defeituosa.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/set/26/0vei.htm

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O buraco é maior 14|outubro|1998

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártica cresceu excepcionalmente este ano – atingiu
um tamanho equivalente à América do Norte. "Este é o maior buraco que já observamos desde
que descobrimos esse fenômeno em 1985", anunciou semana passada Paul Newman, físico da
Nasa, a agência espacial americana. Os cientistas ainda não têm certeza, mas acreditam que o
crescimento pode ser conseqüência de uma queda incomum na temperatura dos estratos mais
altos da atmosfera na região. Mas também não sabem a razão desse esfriamento. O certo,
porém, é que a escalada na destruição do ozônio elevou perigosamente a radiação ultravioleta
que atinge países como o Chile e a Argentina. Por isso, podem crescer as incidências de doenças
como câncer de pele e catarata, além de afetar certas culturas agrícolas e a vida marinha na
região.

Fonte: www.terra.com.br/istoe/ciencia/151503.htm

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Um ano cheio de manifestações
31|dezembro|1998
em toda a cidade
Em novembro o Greenpeace, movimento preservacionista de âmbito mundial, através de sua
representação no Brasil, realizou na Praça da Bandeira uma exibição de produtos que não
agridem nem à camada de ozônio nem ao clima do planeta. Entre os produtos estava uma
geladeira que utiliza gases naturais derivados do petróleo no circuito de refrigeração e no
isolamento térmico, chamada de greenfreeze, ou "geladeira verde". Esses gases substituem os
atualmente usados no Brasil, o CFC (CloroFlúorCarbono) e o HFC (HidrogênioFlúorCarbono), o
primeiro com ação destrutiva sobre a camada de ozônio, e o segundo um gás estufa.

Fonte: http://an.uol.com.br/1998/dez/31/0cid.htm

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Observações do buraco de ozônio em Punta Arenas, Chile
março|1999

Claudio Angel Rigoberto Casiccia Salgado

Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial, orientada pelo Dr. Volker Walter Johann
Heinrich Kirchhoff, aprovada em 19 de março de 1996 (INPE/MCT).

0 "Buraco" na camada de ozônio é uma realidade para as localidades próximas ao Polo Sul.
Durante episódios do fenômeno do buraco da camada de ozônio, na primavera local, a coluna
de ozônio pode diminuir em mais de 50%, durante vários dias, e nestas ocasiões, a radiação UV-
B, danosa aos seres vivos, aumenta. A região habitada fisicamente mais próxima, da região do
buraco, é a cidade de Punta Arenas, Chile, com 100.000 habitantes. Neste trabalho faz-se um
levantamento quantitativo da coluna de ozônio em Punta Arenas, resultado de uma colaboração
especial entre o INPE e a Universidade de Magallanes, UMAG, desta cidade. O período deste
trabalho inclui os anos de 1992, 1993, e 1994. Para obter dados nesta localidade o INPE
instalou na UMAG um espectrofotômetro Brewer. A grande vantagem do instrumento Brewer,
além de ser um instrumento todo moderno e automatizado, é a sua capacidade de medir
radiação UV-B simultaneamente ao ozônio. A partir de dados disponíveis obtidos pelo
instrumento TOMS a bordo do satélite Nimbus 7, obteve-se uma climatologia para Punta
Arenas. Os dados obtidos em Punta Arenas são comparados com esta climatologia de ozônio de
15 anos. A climatologia obtida dos dados da NASA mostra, globalmente, uma queda na coluna
de ozônio entre 1978 e 1992, de -0,4% por ano. Para a latitude de Punta Arenas, a média anual
aumenta para 1,3% ao ano, considerando as médias do mês de outubro, e de -0,82% ao ano,
se considerarmos as médias anuais. Isto demonstra claramente que Punta Arenas tem
influências fortes relacionadas com o buraco de ozônio da Antártica. Como exemplo de casos
extremos de coluna de ozônio muito reduzidas, citamos os dias 27 de setembro de 1993, com
205,9 UD (Unidades Dobson); 5 de outubro de 1992, com 209,3 UD; 17 de outubro de 1994,
com 145, 8 UD; e 10 de novembro de 1994, com 204,6 UD. Comprova-se grandes aumentos de
radiação UV-B por ocasião das reduções de ozônio. No entanto, os valores excepcionais
observados nestas ocasiões ainda não são maiores do que os valores normais medidos no
período do verão, e são menores também do que níveis normalmente observados na estação de
baixa latitude Natal (6° S), no Brasil.

Fonte: www.scielo.br

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Observações da radiação UV-B em Punta Arenas
- Chile e efeitos do buraco na camada de ozônio março|1999

Félix de la Cruz Zamorano Banda

Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial, orientada pelo Dr. Volker Walter Johann
Heinrich Kirchhoff, aprovada em 26 de março de 1997 (INPE/MCT).

Medições da coluna total de ozônio e da radiação UV-B (280 - 320 nm) estão sendo realizadas
desde julho de 1992 em Punta Arenas, Chile, num esforço conjunto entre a Universidade de
Magallanes - UMAG, Chile e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, Brasil. Punta
Arenas é uma cidade de aproximadamente 100.000 habitantes, que se encontra em uma região
perto da Antártica (53,2°S, 70,9°W), onde o buraco na camada de ozônio aparece já há vários
anos com o início da primavera austral. A partir de outubro de 1992 tem-se observado em
alguns dias a passagem do buraco de ozônio sobre esta região, registrando-se níveis muito
baixos de ozônio de até 145,8 UD (Unidades Dobson) em outubro de 1994. Cada vez que o
buraco apareceu na região de Magallanes, os níveis da radiação UV-B aumentaram de modo
considerável. Neste trabalho faz-se um estudo quantitativo da radiação UV-B a fim de avaliar
estes incrementos e compara-se com medições feitas em outras localidades. As medições foram
obtidas utilizando principalmente o espectrofotômetro Brewer, instrumento que tem a
capacidade de medir a coluna total de ozônio e a radiação UV-B que atinge a superfície. Os
dados de UV-B de Punta Arenas mostram um incremento desta radiação de até 109% no dia 04
de outubro de 1992, ocasião na qual o ozônio total diminuiu 33% em relação à média móvel
(n=17). Em 1993, a radiação UV-B aumentou 70% no dia 27 de setembro quando a quantidade
total de ozônio diminuiu 26%, enquanto no ano 1995 o incremento da radiação UV-B foi de
94% no dia 12 de outubro quando, por ocasião da passagem do buraco sobre a região, a
quantidade total de ozônio diminuiu 30%. A análise espectral das intensidades de radiação UV-B
nos dias antes assinalados mostram um maior aumento na faixa de comprimentos de onda
entre 295 e 297 nm, sendo de até 35 vezes maior do que em dias do mesmo mês nos quais as
condições de ozônio são "normais". Na faixa de comprimentos de onda entre 295 e 300 nm
produz-se maior incremento das intensidades ponderadas pelos espectros de ação do Eritema,
DNA e dano em Plantas, sendo na média de 4 até 7 vezes maior que na faixa de 300 até 315
nm No entanto, os valores aumentados de LTV-B observados, não são ainda maiores aos
registrados nos meses de verão em Punta Arenas, e são também menores que os observados
em Natal (5,8°S, 35,2°W), Brasil.

Fonte: www.scielo.br

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Pesquisadores desenvolvem tecnologia eficiente e
econômica para combater 24|setembro|1999
doenças do solo
Brasília, 24 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisadores da unidade Meio Ambiente da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) adaptaram uma técnica simples, de baixo custo
e bastante eficiente, para controlar doenças típicas do solo e que já é aplicada em cidades
paulistas como São José do Rio Pardo, Biritiba Mirim e Botucatu.

Desenvolvida pelo professor e agrônomo israelense Jakov Katan em 1976, a técnica consiste em
cobrir a terra arada para o plantio, úmida da chuva ou irrigada, com um plástico que, ao
receber os raios solares, promove a morte de diversos patógenos (organismos causadores das
doenças). No Brasil, o procedimento leva o nome de solarização e já tem uma variante, o
coletor solar, uma espécie de caixa onde são tratados os substratos, que são as porções de
terra onde serão, posteriormente, inseridas as sementes para plantio.

O resultado que se consegue hoje no controle de doenças do solo é perto de 100% e faz parte
do projeto liderado pelos agrônomos Raquel Ghini e Wagner Bettiol, ambos fitopatologistas,
especialistas em doenças de plantas, que foram acompanhados em momentos distintos por
alunos da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que desenvolveram estudos de
mestrado ou doutorado na Embrapa Meio Ambiente.

Raquel Ghini conta que o primeiro trabalho começou em 88, em conjunto com um professor da
Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Pretendia-se, então, controlar o fungo de nome
científico Verticillium dahliae em plantações de beringela. O controle atingiu bons níveis e, além
disso, o vigor da planta depois da solarização aumentou consideravelmente, o que fez os
pesquisadores acreditarem que a tecnologia merecia estudos mais aprofundados.

Na mesma época, em Biritiba Mirim, um produtor de alface se espantou com o resultado da


técnica em sua horta. O município está inserido numa região de solo extremamente fértil,
bastante preto e orgânico, por si só rico em nutrientes. Com a solarização, além de controlar as
ervas daninhas, o ciclo da alface adiantou-se em dez dias. "Ele gostou é claro, afinal passou a
produzir mais, outro efeito positivo da técnica", disse Raquel.

A produtividade que se alcança é outro trunfo da solarização. Quando os pesquisadores notaram


que as culturas produziam mais, resolveram investigar o motivo e estenderam os estudos para
outras culturas, como quiabo, feijão, tomate e crisântemo, entre outros. "A pesquisa passou a
ser interdisciplinar, estudou-se a dinâmica das plantas daninhas, e não só o controle de
doenças, bem como a produção, a produtividade, a biodiversidade depois da solarização,
diversas abordagens", conta a pesquisadora.

Constatou-se que os patógenos são extremamente sensíveis à temperatura e, por isso, morrem
logo. A maioria não suporta mais de 60° C. No entanto, e felizmente, os microorganismos
benéficos ao solo e que se alimentam de restos e vestígios presentes no solo - chamados de
saprófitas - apresentaram boa tolerância à altas temperaturas. Em geral, resistem a até 90° C.

O estudo da biodiversidade depois da solarização apontou para o mesmo caminho. Os


pesquisadores calcularam o índice de Shanon-Weaver, que indica quantas espécies e a
distribuição do indivíduo por espécie num ecossistema, e perceberam que não houve alteração
da biodiversidade. Com o uso do brometo de metila, produto químico largamente utilizado no
solo para controle de patógenos na agricultura, o índice de Shanon chegou a zero.
Outro método usado é o aquecimento artificial a vapor, que além de dispendioso, resulta no que
os pesquisadores chamam de vácuo biológico, que são espaços estéreis, sem vida. Isso porque
o processo submete o solo a temperaturas muito altas. A solarização, em contraponto, atinge
temperaturas menores que as do aquecimento artificial, por permitir a sobrevivência de vários
grupos de microorganismos. Isso ficou comprovado no estudo da sobrevivência de
microartrópodos, que são os insetos, ácaros, aranhas e outros. "São bons indicadores da biota
(conjunto de seres vivos de um ecossistema) do solo", explicou Raquel.

A fitopatologista aponta outra vantagem da solarização perante os outros procedimentos, que é


o de induzir o solo a uma supressividade a patógenos. Ou seja, o solo fica menos receptivo aos
organismos que causam doenças e se torna supressivo a ser reinfestado. É como criar um
ambiente
não-favorável para o desenvolvimento do patógeno.

O Brasil, por ser um país tropical e, portanto, privilegiado na quantidade de luz solar que recebe
em quase todo o território, durante a maior parte do ano, é um dos que mais pode se beneficiar
com a solarização. A técnica já foi usada no Japão, Itália, Espanha, Estados Unidos e, claro, em
Israel. Jakov Katan mantém contato com todos os pesquisadores que adaptaram a tecnologia
desenvolvida por ele, no sentido de promover seu aprimoramento. Ele esteve inclusive na
Embrapa Meio Ambiente, onde colaborou com palestras e visitas a campos solarizados.

De acordo com Raquel Ghini, a época mais favorável para a aplicação da técnica é entre os
meses de setembro e março. O teste, no entanto, foi feito somente em Jaguariúna (SP), onde
fica a unidade da Embrapa. Por não ter instrumentos para indicar a melhor época de usar a
solarização em outras regiões, ela aconselha o produtor a observar o período no qual o sol
é mais intenso.

O plástico tem que ser transparente para permitir a passagem dos raios solares e provocar com
eficiência um efeito estufa, o que não ocorre com os filmes pretos porque não são eficientes na
elevação da temperatura do solo. A espessura não é determinante, embora os mais espessos
obviamente durem mais. A colocação é manual. Basta estirar o pedaço de plástico, que deve ser
preferencialmente contínuo para ocupar todos os espaços, e fixá-lo nas pontas, enterrando-as
em sulcos.

É obrigatório que o solo esteja úmido, ou seja, a aplicação do plástico só pode ser feita depois
da chuva ou deve-se irrigar o solo antes. "A umidade é importante para a germinação de
estruturas de resistência a patógenos", explica Raquel. O terreno deve ser preparado antes da
aplicação, por meio de aração e gradagem para a retirada de galhos e outros materiais
pontiagudos que venham a perfurar o plástico.

O tempo necessário para o tratamento no campo varia entre 30 e 60 dias, conforme a


fitopatologista. Para saber se houve sucesso na desinfestação, um bom indicador é o mato. "Se
foi controlado é porque os patógenos também foram", afirma. Raquel recomenda o uso
associado de outros métodos no controle de doenças do solo, como utilizar fonte de matéria
orgânica e variedades resistentes. "Sozinha, a técnica não é milagrosa", observa.

É preciso se atentar também para a qualidade da água usada na irrigação. "Não pode estar
contaminada", diz. Se o produtor proceder com o plantio, sem adotar qualquer método
preventivo, e houver doença no solo ela atacará as raízes, causará podridão na semente e na
muda e a conseqüência no próximo ciclo será ainda pior, com redução drástica na produção.
O controle de patógenos de solo sempre foi problemático e, justamente por isso, Raquel Ghini e
Wagner Bettiol resolveram centrar seus estudos numa alternativa viável aos métodos
existentes. O brometo de metila, utilizado em culturas de fumo e plantas ornamentais, entre
outras, está com os dias contados. Ele é um gás biocida, ou seja, um químico usado no controle
de organismos indesejáveis, extremamente tóxico. Em altas dosagens, pode matar. O aplicador
é que mais sofre, pois as dosagens menores causam alergia, mal-estar, enjôo. Mulheres
grávidas podem abortar ao ter contato com o produto.

Devido a esses riscos, o brometo de metila entrou no Protocolo de Montreal, um documento


internacional assinado pelo Brasil há cerca de cinco anos, como nocivo ao meio ambiente. "Ele
colabora para a destruição da camada de ozônio", conta Raquel. O protocolo versa sobre as
substâncias nocivas à camada de ozônio e, com a inclusão do brometo de metila, o biocida
certamente terá seu registro cancelado pelo Ministério da Agricultura, assim que o documento
internacional estiver em vigor.

Já se sente no meio produtivo os efeitos desta medida. Segundo a pesquisadora, o preço do


brometo de metila subiu e, com isso, acredita, a tendência é que ele desapareça do mercado.
Ela diz que em Holambra, no interior paulista, vários produtores já usam outros métodos para
controlar as doenças de solo. A proposta contida no protocolo é a da redução gradativa do
produto. (Lana Cristina)

Fonte: www.radiobras.gov.br/ct/1999/materia_240999_3.htm
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Dirigentes do Fundo para o Protocolo de Montreal conhecem projetos do
Brasil 26|abril|1999

Uma missão do Comitê Executivo do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de


Montreal (FMPM) inicia hoje uma visita de dois dias ao Brasil.
O Protocolo de Montreal, de 1987, fixa prazos e condições para a eliminação gradual e definitiva
das substâncias que destroem a Camada de Ozônio (SDO). O Presidente do Fundo, Paul Howitz,
e o Secretário-Executivo, Omar El Arini, visitam em São Paulo dois projetos brasileiros já
concluídos, nos setores de refrigeração e espumas.

Amanhã, dia 27, a missão será recebida no Ministério do Meio Ambiente pelo Secretário de
Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, Eduardo Novaes. De tarde, participam no
Itamaraty da reunião extraordinária do Comitê Executivo Interministerial do Ozônio (Prozon),
quando será feita uma ampla análise da implementação pelo Brasil do Protocolo. Desde 1992, o
país conseguiu a aprovação pelo FMPM de 92 projetos, com 22 já concluídos. Em 1º de julho
deste ano, o Brasil deverá cumprir o primeiro compromisso oficial, nos termos do Protocolo de
Montreal, congelando o consumo das SDO clorofluorcarbonos.

Fonte: www.mma.gov.br

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Diminui a camada de ozônio, aumentam os raios ultra-violeta
13|setembro|1999

Nova Iorque, Sep 09 - Banhistas na Nova Zelândia podem estar recebendo mais do que
desejam quando se expõe ao sol do verão, sugere uma nova pesquisa.

Durante as últimas duas décadas, níveis de radiação ultravioleta (UV) capazes de queimar a
pele aumentaram dramaticamente na Nova Zelândia. Ao mesmo tempo, o ozônio protetor
diminuiu, relatam pesquisadores no número de 10 de setembro da revista Science.

Acredita-se que o ozônio nos proteja dos perigos da radiação UV, que inclui risco aumentado de
câncer de pele, catarata (opacificação da lente natural dos olhos), e talvez problemas dos
sistemas imunes. Além disso, os raios UV podem matar os peixes e outras formas de vida
marinha.

A depleção de ozônio é causada pela formação de substâncias químicas artificiais e


contaminantes no ambiente. Embora o uso de substâncias químicas que prejudiquem o ozônio
foi restringido, tais poluentes podem persistir no meio ambiente durante anos.

Os níveis de raios de UV que produzem queimaduras na região de Lauder, Nova Zelândia,


aumentaram no último verão em 12% acima de níveis encontrados no começo dos anos
noventa, informa o principal investigador, Richard McKenzie, do National Institute of Water and
Atmospheric Research da Nova Zelândia.

" Até mesmo aumentos relativamente pequenos na radiação UV podem ter impactos sérios na
saúde humana, na biosfera e em outros materiais, " escreve McKenzie. De fato, ele observa,
que uma redução em 1% no ozônio conduz a aumento de 3% em alguns tipos de câncer de
pele.

O efeito dos raios UV no ozônio são difíceis de se avaliar por que a presença de nuvens,
poluição, e outros fatores ambientais podem complicar as medidas. A cidade de Lauder, na
Nova Zelândia, porém, provou-se ideal para tais medidas, pois é relativamente sem nuvens e lá
os raios UV já se encontram em um nível mais alto.

O estudo " demonstra que a depleção de ozônio induzida pelo homem ao longo do tempo
conduziu a aumentos significativos na radiação UV em uma região povoada, onde os raios UV já
eram relativamente altos, " McKenzie informou a Reuters Health.

"Embora o UV tenha aumentado significativamente, não há nenhum motivo para pânico. Porém,
como as lesões de pele por UV já são altas na Nova Zelândia, são aconselhadas precauções
contra os danos do UV, " ele observa.

Estas incluem bonés, roupas adequadas, e uso de cremes bloqueadores solares se a exposição
ao sol é inevitável, além de procurar permanecer na sombra, McKenzie sugere.

Em um artigo relacionado na mesma revista, William J. Randel do National Center for


Atmospheric Research em Boulder, Colorado relata que várias medidas independentes do ozônio
durante as últimas duas décadas mostraram " clara evidência " de uma diminuição no nível de
ozônio ao redor do mundo.

FONTE: Science 1999;285:1709-1711, 1689-1692.

Publicado em Bibliomed Saúde em 13-09-1999


Fonte:www.boasaude.uol.com.br

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Queda do consumo das SDOs depende do setor industrial 16|setembro|1999

Hoje, 16 de setembro, as Nações Unidas comemoram o Dia Internacional para a Proteção da


Camada de Ozônio. O Protocolo de Montreal, de 1987, foi o programa que se antecipou à
interferência humana no meio ambiente, unindo mobilização e saber científico para livrar todas
as formas de vida da destruição iminente.

Os dados deste ano, fornecidos pela Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos
Humanos (SQA), do MMA, apontam para um horizonte de 768 empresas a ser contemplado com
novos projetos de conversão para tecnologias limpas, envolvendo recursos da ordem de US$
26,4 milhões. Dessa contagem fica de fora o setor de serviços. Segundo previsão da SQA, caso
esses projetos sejam concluídos, o total de substâncias destruidoras do ozônio estratosférico
(SDOs) que não seriam emitidas atingiria 2235 toneladas ao ano.

O Fundo Multilateral para a implementação do Protocolo de Montreal é a instância onde esses


recursos são pleiteados. O programa brasileiro de eliminação das substâncias que destroem a
camada de ozônio (PBCO) – que tem suas ações levadas adiante pelo comitê executivo Prozon,
coordenado pelo MMA – clama atualmente por um engajamento efetivo do setor industrial,
necessitando de mais divulgação e apoio.

Atualmente, o MMA está envolvendo o Ibama e o Sebrae para atingir também o universo das
pequenas e médias empresas, usuárias das SDOs, contabilizadas em cerca de 8 mil, e que são
responsáveis pela maior parte do consumo no país (na Região Sudeste, 27,5% e na Região Sul,
10%). Ainda segundo a SQA, o consumo anual das SDOs vem caindo desde 1997, quando
atingiu 9.920 toneladas. A estimativa para este ano é de 6.967 toneladas, e em 2001, 3.897
toneladas.

Fonte: www.mma.gov.br

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Homenagem Ao Dia Internacional Do Ozônio 19|setembro|1999

O dia 16 de setembro foi designado como "Dia Internacional do Ozônio", um dia que deveria
servir de meditação para todos porque representa uma enorme conquista recente da
Humanidade civilizada. Trata-se de um acontecimento que poderia (e poderá ainda) trazer
consequências desastrosas para os seres vivos, que é o aumento da radiação ultravioleta pela
destruição da camada de ozônio. O Homem moderno criou substâncias artificiais que destroem
a camada de ozônio, mas uma vez identificado o problema, soubemos sentar à mesa de
negociação e dar início ao saneamento do problema. A conquista foi conseguida a duras penas
através de um tratado internacional chamado Protocolo de Montreal, assinado em 1987, e
através do qual houve um comprometimento das nações mais desenvolvidas de não mais usar
substâncias que destroem a camada de ozônio da Terra. O problema foi assim resolvido em
parte, e acredita-se na comunidade científica, o pior já passou.
O Ozônio é uma substância química natural da atmosfera terrestre. É um gás que se forma de 3
átomos de oxigênio atômico. Seu símbolo é O3. A camada de ozônio é uma região da atmosfera
terrestre, em torno de 25 a 30 km de altura, onde a concentração do gás ozônio é maior. A
camada de ozônio tem importância fundamental para a vida no planeta Terra. É ela que absorve
a radiação UV-B do Sol, e assim não permite que esta radiação, prejudicial à vida, chegue até a
superfície da Terra. Radiação solar, em geral, é a energia que vem do Sol. Esta energia é
distribuída em vários comprimentos de onda: desde o infra-vermelho até o ultra-violeta (UV),
passando pelo visível, onde a energia é máxima. Na parte do UV, existe o UV-C, que é
totalmente absorvido na atmosfera terrestre; o UV-A, que não é absorvido pela atmosfera; e o
UV-B, que é absorvido pela camada de ozônio. A radiação UV-B é responsável por inúmeras
sequelas nos seres vivos. O câncer de pele é a doença mais citada pelos médicos. Mas tem
efeitos indesejáveis também na visão, onde pode produzir catarata, e tem influência negativa
no DNA das células, diminuindo as defesas naturais do organismo. A camada de ozônio está
sendo atacada por substâncias químicas produzidas pelo Homem moderno. Estas substâncias,
sintetizadas em laboratório, são conhecidas pelo nome coletivo de CFC (cloro-fluor-carbonetos).
Uma das componentes destas substâncias é o cloro, que ataca e destrói o ozônio na
estratosfera. O Buraco na Camada de ozônio é um fenômeno que só acontece na Antártica, isto
é, na região do Polo Sul. É um fenômeno cíclico. É uma destruição violenta de ozônio na
atmosfera, durante a primavera de cada ano, quando mais da metade da camada é destruída.
Nestas ocasiões, a radiação UV-B aumenta muito. Por estar distante do Brasil, não nos afeta
diretamente, embora tenha influências indiretas de interesse científico. É um fato, registrado
por medidas em vários locais do mundo, que a camada de ozônio está diminuindo, numa taxa
média anual de 4% por década. Como a camada é o único filtro natural protetor contra a
radiação UV-B, esta radiação deve aumentar nos próximos anos. A radiação UV-B está sendo
monitorada em todo o mundo, inclusive no Brasil pelo INPE. Ainda não há evidências concretas
mostrando um aumento do UV-B nos últimos anos. Mas tudo leva a crer, teoricamente, de que
a radiação UV-B deverá aumentar nos próximos anos. Não é perigoso ficar no sol, a não ser
quando a exposição é exagerada. Existem hoje meios de se determinar para cada paciente, o
tempo que pode ficar exposto ao sol sem se queimar, e sem o risco de ter câncer de pele no
futuro.
É perfeitamente possível ficar mais tempo no Sol, com alguns cuidados que protegerão
adequadamente, como o uso do guarda-sol, de chapéu, camiseta, óculos, etc. No entanto, a
maneira tecnologicamente mais correta de se proteger do Sol nos nossos dias, é através do uso
de protetores solares químicos, disponíveis no mercado, e produzidas por empresas
competentes. Deve-se passar estes filtros solares mais de uma vez durante o banho de sol. Os
filtros solares normalmente vêm com uma indicação numérica, bem visível, estampada no
frasco, por exemplo, 15. Este é o chamado fator de proteção. Ele indica quantas vezes mais, em
minutos, o paciente pode ficar ao Sol, com total proteção. Assim, se a Tabela de exposição
indica, para um certo índice de UV-B, que o tempo de exposição é de 5 minutos, com o protetor
de fator 15, o paciente poderá ficar 15X5=75 minutos ao Sol. Finalmente, cabe um pergunta
final: Nossos pais não se preocupavam tanto com o Sol, porque nós precisamos? Por que o meio
ambiente em que vivemos está mudando. A camada de ozônio está mudando. Nas próximas
décadas mais ozônio vai ser destruído, e tudo leva a crer que o UV-B vai aumentar. Por isto é
importante que todos tomem mais cuidado. É uma questão de saúde. Quem abusar vai sofrer
as conseqüências.

Publicado no "O VALEPARAIBANO", S. José dos Campos, S. Paulo, 19-09-99

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Proteção ao meio ambiente 17|novembro|1999
Brasil deixará de usar CFC em eletrodomésticos em 2000
O uso de um dos produtos mais perigosos para a vida na Terra - o CFC - pode ser erradicado no
Brasil antes do que prevê a lei.

A DuPont anunciou que acaba de encerrar as atividades da única fábrica de Clorofluorcarbono


no país.

A eliminação da produção e uso do CFC em todo o mundo foi ratificada pelo Protocolo de
Montreal, depois que cientistas identificaram em 1985 que o produto era um dos principais
responsáveis pelo buraco na camada de ozônio, que protege a Terra dos raios ultravioletas (UV-
B). O Brasil assinou o Protocolo em 1993.

A radiação excessiva provoca câncer de pele, catarata e perda de imunidade nos seres
humanos. Reduz a produtividade das plantas e deteriora produtos plásticos.

Com o fechamento da fábrica, os fabricantes de linha branca instalados no Brasil deixarão de


utilizar CFC (clorofluorcarbonos) nos produtos de refrigeração no primeiro semestre do próximo
ano. Por lei, o setor está proibido de usar o CFC a partir de 1º de janeiro de 2001.

A informação foi dada nesta quarta-feira (17/11) por John Jansen, gerente de vendas e
marketing de flúor químicos da DuPont do Brasil, que participou de reunião do Comitê de Meio
Ambiente da Câmara Americana de Comércio em São Paulo.

A fábrica da DuPont localizava-se entre as cidades de Resende e Barra Mansa (RJ) e começou a
ser desativada em 28 de agosto deste ano. Desde 1995, a fábrica do Rio era a única da DuPont
no mundo que continuava a produzir CFC. Foi também desativada a exploração da mina de
fluorita que a empresa mantinha em Serro Azul, no Paraná.

O local está sendo recuperado e deve ser transformado em parque ecológico. Segundo Jansen,
a empresa manteve um pequeno estoque de CFC para abastecer o mercado nos próximos
meses.

Nos Estados Unidos o CFC só entra por meio de contrabando. No mercado secundário, o preço
do quilo do produto chega a US$ 60 o quilo. No Brasil, a mesma quantidade custa o equivalente
a US$ 2.

Segundo o gerente, além do CFC outros produtos prejudicam a camada de ozônio: halons
(usados para combater incêndios), brometo de metila (matéria-prima para pesticidas) e
metilcloroformio (base de solventes industriais).

Jansen informou que o fundo multilateral criado para ajudar os países em desenvolvimento a
eliminar o uso do CFC investiu US$ 1 bilhão entre 1991 e 1998 no financiamento de projetos
com esta finalidade.

A eliminação de cada quilo de CFC custa cerca de US$ 10. Nesse período, deixaram de ser
usadas 100 mil toneladas do produto. A produção mundial de CFC e Halons caiu 86% nos
últimos dez anos e os países desenvolvidos não utilizam CFC desde 1995.

O Brasil tem prazo até 2010 para eliminar o uso do CFC. O consumo atual do mercado brasileiro
é de seis mil toneladas por ano - abaixo das 10 mil estabelecidas como teto para o ano de
1999. "Nos últimos dois anos o consumo brasileiro caiu cerca de 50%", disse Jansen.
Segundo o executivo da DuPont, cientistas calculam que o pico do problema causado pelo
buraco na camada de ozônio ocorrerá nos próximos anos. As regiões mais atingidas do planeta
são a Antártica, o Ártico e as latitudes médias. A camada de ozônio estará recuperada em 2050,
caso o Protocolo de Montreal continue a ser cumprido.

Notícia distribuída pelo serviço de divulgação da AmCham-SP.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 17 de novembro de 1999.


http://conjur.uol.com.br/textos/1986/
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Nova tecnologia evita
25|novembro|1999
danos à camada de ozônio
A Electrolux do Brasil saiu na frente. Apesar da legislação brasileira só obrigar as empresas a
abandonar o uso de gás cfc (clorofluorcarbono) como componente de refrigeração em 2001, a
empresa antecipou em quatro anos a novidade e lançou a primeira geladeira do Brasil sem o
gás em 1997. Deixou de consumir 350 toneladas de cfc por ano de lá para cá, considerando-se
apenas o lançamento de cinco modelos. "Uma molécula do gás pode existir por 120 anos na
atmosfera terrestre", diz Renato Ricco Medeiros, engenheiro de desenvolvimento de produtos da
Electrolux. "Contribuímos para a criação de uma linha ecológica de refrigeradores, já que boa
parte dos fornecedores atende também os concorrentes".

Um dos casos notórios de grande fornecedor para a fabricação de refrigeradores que produz
sem cfc é a Embraco, de Joinville. Pertencente ao Grupo Whirlpool, concorrente e ao mesmo
tempo um dos fornecedores da Electrolux, a empresa produtora de compressores lançou em
1993 o seu produto sem clorofluorcarbono, destinado principalmente às exportações. O apelo
da Electrolux ao consumidor preocupado com o impacto ambiental tem uma razão: o
investimento para acertar a linha de produção foi de US$ 5 milhões; o custo de produção dos
refrigeradores aumentou significativamente.

As fábricas foram equipadas com novas máquinas, exclusivas para a utilização do novo gás.
Além disso, toda a rede de assistência técnica - com cerca de 600 pontos em todo o País - foi
abastecida com novos equipamentos e os dois mil técnicos e engenheiros receberam
treinamento sobre a nova tecnologia. A Electrolux antecipou, ainda, o uso de novos
equipamentos para oficinas e procedimentos de trabalho e treinamento para mecânicos do setor
de refrigeração. O esforço, pelo visto, está sendo muito bem recebido. A partir de janeiro, os
planos da empresa são de completar a linha: 100% dos refrigeradores que sairão de fábrica -
cerca de 20 modelos básicos, ou dois milhões de unidades - não terão o gás.

Efeitos no planeta
A controvérsia do cfc começou no final da década de 70, quando dois pesquisadores da
Universidade da Califórnia, F.S.Rowland e M.J.Molina, publicaram um artigo descrevendo os
estragos feitos pelo gás na camada de ozônio, que protege o planeta dos raios ultravioleta do
Sol. Na verdade, os dois cientistas indicavam a emissão de compostos de cloro com grande
estabilidade molecular (de difícil dissipação na atmosfera), como a principal causa do hoje
popular buraco na camada de ozônio.

O que ocorre é simples: as moléculas dos compostos de cloro reagem com as moléculas de
ozônio, que são altamente oxidantes e reativas. Então, a camada de ozônio, que fica na
estratosfera do globo terrestre se rompe, deixando de filtrar os raios ultravioleta emitidos pelo
Sol. A exposição a eles por tempo prolongado pode causar problemas na pele, como câncer, e
também danos a visão e ao sistema imunológico, afirmam as pesquisas.

Os raios (UV-B) têm efeitos adversos sobre todos os organismos vivos, incluindo a vida
aquática, as matas, as plantações, os animais e pássaros e, principalmente, sobre os seres
humanos. Diante dos indícios de que o vilão seria mesmo o cfc, alguns países começaram uma
campanha contra o uso do gás nos aparelhos domésticos. Em 1987, várias nações assinaram o
Protocolo de Montreal, que estabeleceu um cronograma para redução e total eliminação do uso
das substâncias. Para os países em desenvolvimento, o prazo final seria 2006, mas a legislação
brasileira antecipou para 2001.
Para adequação do novo refrigerador da Electrolux, sem cfc, foi necessário reprojetar os
principais componentes do sistema de refrigeração. O compressor recebeu um pistão para
deslocamentos maiores, o motor elétrico foi modificado, o óleo mineral utilizado para
lubrificação dos sistema foi substituído por um óleo sintético, o filtro secador e os tubos
capilares também sofreram modificações. Além disso foi necessário rebalancear e testar
exaustivamente todo o sistema.

Fonte: www.an.com.br/ecologia/ecologia1.htm
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