Você está na página 1de 84

A nova tecnologia para melhorar o desempenho de colhedoras agrícolas

Ribeirão Preto SP • Junho 2017 • Ano 18 • nº 220

1
2
3
EXPEDIENTE

A VOZ DO AGRONEGÓCIO
Parceria de Sucesso

DIRETOR CONSULTORIA
Plínio César (16) 98242 1177 Luiz Zanon (16) 3620 0555
plinio@canamix.com.br
CONTATO COMERCIAL E PUBLICIDADE
DIRETOR DE MARKETING Plínio César e Marcelo Dias
Marcelo Dias (16) 99111 0291
marcelo@canamix.com.br CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS
plinio@canamix.com.br
EDITOR CHEFE redacao@canamix.com.br
Igor Savenhago MTB 40.618/SP
(16) 99177-1961 EVENTOS
igor@canamix.com.br redacao@canamix.com.br

REDAÇÃO PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Marcela Falsarella MTB 71.067/SP Creativo Publicidade (16) 99203 6450
(16) 99454 5840 creativopublicidade@email.com
redacao@canamix.com.br
OUTRAS PUBLICAÇÕES: Guia de Compras SA

PARCEIROS DE MÍDIA

433 AG - larissa@433.ag (41) 3016 0433

ARTÉRIA - mídia@arteria.ag (11) 5185 4587

CALIA - bruna@calia.com.br (11) 2122 8600

DOMÍNIO - marcus.lula@dpbr.com.br (31) 3360 0000

E21 - taila.loureiro@e21.com.br (51) 3092 7400

FILADÉLFIA - pedro@filadelfiacom.com.br (31) 3516 0159

GUERREIRO - glaucia@guerreiro.agr.br (44) 3026 4457

LABCOM - labcom.rp@labcomtotal.com.br (16) 3512 9735

MCGARRY BOWEN - juliana.berro@mcgarrybowen.com.br (11) 2173 0354

OXI henrique.miura@oxicomunicacao.com.br (19) 3305 9040

PUBLICIS cristina.maria@salleschemistri.com.br (11) 4560 9000 Envie seus comentários sobre esta edição
para redacao@canamix.com.br.
TUGARE simone.rosa@tugare.com.br (11) 3594 3124

Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua assinatura ou adquirir números


atrasados ( SAC 16 3620 0555 e 3234 6210)
Grupo AgroBrasil
2º a 6º feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h.
R. Genoveva Onofre Barban, 495 - 14056-340
Planalto Verde - Ribeirão Preto - SP
Artigos assinados e mensagens publicitárias refletem ponto de vista dos autores 16 3620 0555 / 3234 6210
e não expressam a opnião da revista. É permitida a reprodução total ou parcial
dos textos, desde que citada a fonte. www.canamix.com.br

4
• Toneladas de Cana por HeCTare • açúCar ToTal reCuperável

A Sulphurtec Fertilizantes, empresa líder no segmento agrícola, possui uma linha de produtos específica para o cultivo da Cana-de-açúcar.
Nosso programa nutricional abrange desde o tratamento das mudas até a colheita. Os produtos são potencializados quando aplicados em conjunto
e sua utilização garante o aumento da produtividade, estimula enraizamento, proporciona maior ATR e impulsiona o crescimento vegetativo.

(16) 2132.2000 www.sulphurtec.com.br

5
EDITORIAL

Sobrevivendo às turbulências

Q
uase ao mesmo tempo, tivemos duas notícias, uma que impacta
mais o agronegócio e outra, o País como um todo. A primeira é
boa. A segunda, péssima. O otimismo veio com o faturamento da
Agrishow, realizada de 1º a 5 de maio em Ribeirão Preto-SP. Após dois
anos de resultados bastante ruins, os negócios agora em 2017 tiveram
um leve salto e fecharam o evento em R$ 2,2 bilhões, contra R$ 1,9 bi e
R$ 1,95 bi em 2015 e 2016, respectivamente. Um dos principais objetivos
para este ano era passar, novamente, a marca dos R$ 2 bilhões, o que foi
alcançado, sinalizando novos ventos para o setor.
Claro que aquela que é considerada a maior feira de tecnologia
agrícola da América Latina e uma das três maiores do mundo tem muito
a melhorar, principalmente no que diz respeito a garantir o conforto da
imprensa, dos expositores e dos mais de 150 mil visitantes que, todos
Plínio César
os anos, percorrem seus corredores. Pelo Brasil, há eventos que ainda
Diretor do Grupo Agrobrasil
oferecem maior comodidade, desde a recepção, passando pelo acesso
aos produtos e serviços, até o fechamento dos negócios. A julgar pela
pujança da Agrishow, que, em 2018, completa 25 anos, pelo aumento do
interesse por ela a cada ano, tanto aqui dentro como no exterior, e pela
evolução experimentada sobretudo na última década, há boas perspecti-
vas para novos incrementos na estrutura.
Na contrapartida desse princípio de retomada, a situação política
no Brasil vai de mal a pior. Novas denúncias, dessa vez envolvendo o
Presidente Michel Temer, trazem outra série de incertezas sob como fica
o comando do Planalto e, consequentemente, para a nossa economia.
Crises éticas como essas têm efeito devastador, reduzindo o ímpeto dos
empresários e freando investimentos. Mais uma vez, os setores produti-
vos nacionais são castigados pelos desmandos de quem compromete os
bens públicos com seus próprios interesses.
Euclides da Cunha escreveu, em Os Sertões, uma frase que ficou
no nosso imaginário popular como sinônimo de resistência: “O sertanejo
é, antes de tudo, um forte”. A afirmação, feita em 1902, ano do lançamen-
to da obra, continua sendo uma expressão da obstinação do povo brasi-
leiro, mesmo após 115 anos. A gente que trabalha duro, que sofre para
pagar impostos, que não mede esforços para garantir seu pão de cada
dia, não tem merecido a classe política que a representa.
A realidade que estamos vivenciando demonstra que a hora de
passar o Brasil a limpo chegou mais uma vez. Não dá para perder mais
uma oportunidade e continuar lamentando nossa falta de ação. Se a agro-
pecuária é a fiel da balança, tendo sobrevivido às mais diversas turbulên-
cias, que tal começarmos por ela?

6 Boa leitura!
SUMÁRIO

18
08 CAPA
ENTREVISTA:
MÔNIKA BERGAMASCHI
INSTITUCIONAL
TERRA&CIA NA TV

20
54 PISCICULTURA
O MERCADO ESTÁ
PARA PEIXE
AGRISHOW
PARA O ALTO E AVANTE

27 INFORME PUBLICITÁRIO
Sicoob 60 TECNOLOGIA
Agricultura digital 70 AGRONEGÓCIO E SAÚDE
Contra queimaduras

28 AGROBRASILIA
Uma década em grande estilo 62 TECNOLOGIA
Inovar é preciso 76 EVENTOS
ExpoZebu: Para comemorar

34
GIRO PELO AGRO
Boas safras e otimismos na
economia marcam o mês de maio
66 SUSTENTABILIDADE
Plástico de resíduos 78 GIRO DA TERRA
As principais notícias do Portal CanaMix

82
INFORME PUBLICITÁRIO MARKETING

58 AGROENERGIA
Embrapa em Ribeirão? 69 Guto Figueiredo representa
Ribeirão Pretono motociclismo
Gestão com novo design
Marcelo Dias
CADERNO CANAMIX

40 PRAGAS
Controle eficaz

44
48
INFORME PUBLICITÁRIO
VIII Simpósio Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar

46 OPINIÃO
Arnaldo Jardim EVENTOS
ISO DATAGRO NOVA YORK

50 INFORME PUBLICITÁRIO
Nacional Inn 7
Fotos: Divulgação

E NETNRTERVEI V
S ITSAT A

“Estamos preocupados com


a pulga do elefante, e o elefante
tá passando pela porta”
A presidente do Conselho Diretor da Abag Ribeirão, Mônika Bergamaschi, acredita
que uma nova revolução agrícola está prestes a acontecer. Desde que o Brasil deixe
de discutir temas antigos e saiba trabalhar bem a gestão.

8
E N T R E V I S TA
Igor Savenhago alimentos e energia no País. de pessoas e em novas tecnologias
A nossa entrevista é duran- como estratégias de gestão.
Completando, neste ano de te um desses eventos, um encontro Com a propriedade de quem
2017, 25 anos de uma carreira to- sobre cana-de-açúcar no hotel em está à frente da Abag Ribeirão desde
talmente dedicada ao agronegócio Ribeirão Preto. Generosa, ela acha 2001, foi a única mulher a ocupar a ca-
– somado o período da faculdade, uma brecha nos compromissos para deira de secretária da Agricultura do
são 30 –, Mônika Bergamaschi é atender a reportagem da Terra&Cia Estado de São Paulo, de meados de
bastante requisitada. Lideranças com exclusividade, num confortável 2011 ao final de 2014, e também pre-
do agronegócio nacional e interna- sofá, onde, durante quase uma hora, side o Instituto Brasileiro para Inovação
cional querem ouvir o que ela tem projeta rumos para o agronegócio e Sustentabilidade no Agronegócio
a dizer. E fazem questão de tê-la nacional e avalia o momento do setor. (IBISA), Mônika também falou um pou-
como convidada em eventos que Para ela, o Brasil não pode desperdi- co sobre construção de imagem, refor-
discutem os rumos da produção de çar a chance de investir na formação mas e sua relação com a política.

Quais são suas expectativas para o agronegó- estabilizar. A boa notícia é que o horizonte parece muito
cio neste ano de 2017? mais claro que os últimos anos que a gente vivenciou.
Mônika Bergamaschi: Sobre a safra de grãos, Em outros produtos, como proteína, estamos vivendo
maravilhosa, não precisa nem falar. É muito fácil ser também um momento muito ruim de preços, em vis-
engenheiro de obra pronta. Uma safra muito boa, mas ta do que tínhamos até um pouquinho tempo atrás. A
que, por outro lado, evidentemente, vai acarretar pro- Carne Fraca, que já foi explorada em reportagem de
blemas, tanto de armazenamento quanto de escoamen- capa da Terra&Cia, também trouxe algum impacto.


to. A gente não tinha tido isso em grau Evidentemente que isso é recupe-
tão elevado como agora. Apesar das rável, mas, sempre que você tem
expectativas das safras anteriores te- um problema de imagem, isso aca-
Essa mudança nos
rem sido boas, elas vinham frustran- ba atrapalhando a rentabilidade do
do em alguma medida. E agora não. rumos econômicos do setor. Por isso, é importante sem-
Acho que a segunda safra de milho Brasil, com a volta da pre ter em mente, trabalhar com
pode sofrer alguns problemas de ar- a necessidade de manter a nossa
economia nos trilhos,
mazenamento e, com isso, depreciar imagem o mais intocada possível
ainda mais o preço em relação ao que os juros baixando, traz ou até melhorando cada vez mais,
a gente tem hoje. Em cana-de-açúcar, de novo uma sensação uma vez que a gente tem hoje um
o que a gente vê é que parece que as consumidor cada vez mais exigen-
de confiança, que
coisas deram uma retomada, a partir te, cada vez mais educado e cada
do ano passado. Porém, o tempo que
atrairá certamente vez mais interessado em saber a
vamos levar para recuperar todos es- mais investimentos no origem dos produtos que consome.


ses anos de perda de produtividade, próprio setor. De uma maneira geral, diria que
de canaviais desestabilizados e uma outros aspectos não relacionados
série de outras coisas, em virtude de diretamente ao agronegócio, mas
políticas econômicas desastrosas, de problemas am- que nos influenciam bastante, trazem pra mim uma ex-
bientais, de crise de oferta, será bastante longo. Temos pectativa bastante positiva. Essa mudança nos rumos
um setor que é maravilhoso, espetacular, tecnificado, econômicos do Brasil, com a volta da economia nos tri-
mas que vem patinando do ponto de vista da produti- lhos, os juros baixando, traz de novo uma sensação de
vidade, por razões muitas vezes alheias a sua própria confiança, que atrairá certamente mais investimentos
vontade. Então, todo o potencial futuro ainda demora a no próprio setor. E precisamos fazer as reformas, que

9
E N T R E V I S TA

Com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi,


na Agrishow deste ano

estão aí na agulha, como a trabalhista, que é um dos em armazéns. Por isso que uma visão holística é fun-
maiores problemas que existem do ponto de vista do damental. As pessoas pensam que, porque ninguém
empresariado, daquele que produz, daquele que gera deixou de receber a aposentadoria, não tem déficit
empregos. E outras que estão no conjunto. Enfim, para na Previdência. Tem. É um cofre único e, infelizmente,
o Brasil e também para o agronegócio, o que vejo para não tem dinheiro pra tudo. Pensar nas reformas é, en-
este ano é o início de uma grande retomada para os tão, muito importante. Achei que tivesse tocado até em
próximos anos. mais pontos nevrálgicos, porque a questão trabalhista
é nevrálgica, a questão de sustentabilidade é nevrálgi-
Terra&Cia: Você tocou em três pontos nevrálgi- ca, uma série de outros pontos. Agora, quando a gente
cos: armazenamento, escoamento e imagem. Já faz trata dessas questões relacionadas a Custo Brasil há
tempo que a gente vem falando sobre isso. Quando tanto tempo e não chega num denominador comum, é
o Brasil vai resolver essas questões? que chama muito a atenção. Mais até do que isso, a
Mônika: No pé em que nós estamos, aparente- gente tem gasto um tempo enorme e energia discutindo
mente nunca. Principalmente quando temos, por exem- questões muitas vezes de fundamento ideológico que,
plo, um problema muito sério, como a Previdência de- seguramente, não vamos vencer. Estamos deixando de
fasada. Aí, alguém poderá dizer: “Mas o que tem a ver pensar em outras coisas que já nos afetam de maneira
a Previdência com a minha estrada?” Tem tudo a ver. significativa e substancial. Um exemplo disso é o pró-
Quando a gente fala na Previdência, não ficou ninguém prio futuro da tecnologia digital, do 4G, quer dizer, esta-
sem receber sua aposentadoria. Então, o rombo dela mos preocupados com a pulga do elefante, e o elefante
tá sendo pago com outro dinheiro. Que outro dinheiro, tá passando pela porta.
já que não existe uma fabriqueta de cédulas na mão
do governo? O outro dinheiro é justamente o que não Terra&Cia: Fala-se muito da entrada da agri-
foi investido em estradas, em portos, em aeroportos, cultura na era tecnológica, mas, para os agriculto-

10
E N T R E V I S TA
res mesmo, essa tecnologia tem chegado de forma pronta para acontecer, e a gente às vezes perde tanto
devagar. O agricultor ainda não domina a tecnologia tempo discutindo temas antigos e não se abre pra esse
como deveria. Você concorda com isso? Como en- mundo novo. É por isso que repito: estamos preocupa-
xerga essa questão? dos com a pulga do elefante e o elefante tá passando
Mônika: Temos muita tecnologia disponível, de- a nossa porta.
senvolvida e em constante evolução. A questão da
adoção dessa tecnologia é que é uma coisa muito dife- Terra&Cia: Ou seja, o caminho é investir em
rente. Uma coisa é a tecnologia existir e estar na prate- pessoas?
leira, outra é o agricultor chegar lá e adotar. Pra gente Mônika: Sempre isso. Em pessoas e entidades
conseguir fazer chegar a ele, depende de uma série associativas. Os pequenos não conseguirão sobreviver
de fatores. Primeiro que não temos uma agricultura só caso se considerem ilhas, tentem fazer tudo sozinhos.
no Brasil. Esses diversos níveis, a de pequeno porte, a Não há como. Há uma complexidade enorme do pon-
grande, a de médio, a da cooperativa, o que não está to de vista tributário, legal, fiscal, em que ele precisa
em cooperativa... Isso implica num acesso diferente. trabalhar com grupos que possam orientá-lo melhor. E
Não existe um modelo de extensão rural que permita do ponto de vista tecnológico e de gestão, então, nem
levar até o agricultor as soluções para todos os seus se fala. A gente precisa formar pessoas e dar acesso a


problemas. Nem todos, prin- esses agricultores ou gru-
cipalmente aqueles que estão pos de agricultores para
sozinhos, não organizados Até fico feliz que tem uma que entendam que não
em cooperativas, conseguem juventude bacana chegando, existe mais a possibilida-
ter acesso a tudo aquilo que trabalhando com a internet das de de estar fora de uma
existe. Isso até para as coisas agricultura que não seja
mais básicas. Por exemplo, a
coisas, com satélite, dados, em bases sustentáveis,
tecnologia de uma calagem de tecnologia aplicada em taxas que exige o cumprimento
solo, que é o básico do básico variáveis, e isso tudo bem feito vai de todos os requisitos e
do básico, nem isso é adotado pela qual se esteja rigo-
ser um avanço extraordinário pra
por uma faixa de agricultores rosamente dentro da lei.
em alguns rincões do país. nossa agricultura convencional. Do contrário, ou ele perde


Mas existe outra questão tam- Vamos mudar de patamar. mercado por questão de
bém. A tecnologia em si não é imagem ou porque não
garantia de retorno e rentabili- atende minimamente as
dade do investimento. A tecnologia depende de gestão. questões sociais e ambientais.
Então, tem aí outro aspecto que precisa ser trabalhado,
que é a melhoria da gestão das propriedades. Estamos Terra&Cia: Quando se fala em sustentabilida-
falando, nesse caso, de outro ponto, que algumas pes- de, se pensa muito em questões ambientais. É não
soas nem notaram que já existe, que é aquilo que a é só isso...
gente chama de futuro, mas é um futuro que também já Mônika: Em absoluto. A sustentabilidade é um
está presente no nosso dia a dia, e que a gente precisa equilíbrio e, portanto, algo dinâmico, entre aspectos
abrir o olho pra isso. Precisa prestar atenção e tentar econômicos, sociais e ambientais. Qual o mais impor-
entender. Até fico feliz que tem uma juventude bacana tante? Nenhum deles. É um tripé. Se tirar um, não fica
chegando, trabalhando com a internet das coisas, com de pé.
satélite, dados, tecnologia aplicada em taxas variáveis,
e isso tudo bem feito vai ser um avanço extraordinário Terra&Cia: Falando um pouquinho de imagem, a
pra nossa agricultura convencional. Vamos mudar de Abag Ribeirão Preto fez, durante muito tempo, um tra-
patamar. Vai ser uma nova revolução agrícola, que está balho de mostrar, principalmente pela TV, um pouco do

11
E N T R E V I S TA
setor. Pensando num futuro próximo, como a entidade levar pelas críticas sem conhecer. Se você conhece e
pretende continuar contribuindo nesse processo? tem críticas, ótimo. Temos ouvidos para recebê-las e
Mônika: Esse trabalho nunca parou. A Abag Ri- discutir maneiras de melhorar. Tudo sempre tem uma
beirão foi criada com esse objetivo primeiro: integrar, maneira de melhorar. As campanhas em televisão foram
reunir todos os segmentos do agronegócio regional, uma das nossas ações e que hoje ganharam até um
para que pudessem trabalhar mais diretamente, inclu- âmbito maior. Tem uma campanha nacional, nos mes-
sive em projetos sociais, de comunicação, visando des- mos modelos, e que também traz à população a dimen-
vendar, explicar melhor o que é o agronegócio e que as são, a importância, o envolvimento e o orgulho daquilo
pessoas tomassem conhecimento. Num país democrá- que é produzido no nosso agronegócio. Temos também,
tico como o nosso, todos nós sabemos, está mais do desde a criação da Abag, em 2001, um programa edu-
que provado, que, se você quer mudança, você luta, cacional, o Agronegócio na Escola. Ao longo desses
seja lá o ideal que você tenha. Quanto mais popular for 17 anos, já passaram por ele 195 mil alunos, 2500 pro-
o seu pleito, quanto mais conhecido for, maior a chance fessores, com milhares de visitas em nossas empresas
dele ser aprovado. Então, temos que trabalhar isso. E associadas, para que possam entender, compreender
nunca deixamos de fazer. É abrir, dar transparência, co- e, inclusive, almejar um posto de trabalho. Não neces-
nhecimento. Só valoriza quem conhece. A gente queria, sariamente na área do agronegócio ou ligado às ciên-
então, que as pessoas conhecessem, valorizassem a cias agrárias. O que quero dizer com isso? Que uma
importância do setor, de forma que não se deixassem cooperativa agrícola, uma associação de produtores ru-
rais ou usina emprega médicos, advogados, dentistas,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais. Existe uma
gama enorme de colocações no mercado de trabalho
local, sem ser necessariamente um agrônomo, um téc-
nico agrícola ou um engenheiro industrial. Agora, para
trabalhar nesses lugares, o que você precisa? Estudar,
ter uma boa formação, pessoal e profissional. Para isso
é que a gente criou o programa. Este ano, estamos com
22 mil alunos inscritos, de 174 escolas, de 63 cidades de
toda a região. Se a gente tivesse um trabalho de educa-
ção desses feito há algumas décadas, talvez não fosse
preciso ter colocado na televisão aquilo que é pra nós
óbvio, mas que ainda precisa ser mostrado, reiterado e
re-reiterado. Quando a gente viaja, por exemplo, para
países de primeiro mundo, principalmente aqueles que
tiveram guerra, vê a importância que a sociedade dá ao
agricultor. O Brasil tem a sorte de nunca ter tido guerra,
de nunca ter passado fome por falta de alimento. Temos
fome por falta de renda, não por falta de alimento. Es-
ses países valorizam seus agricultores, primeiro, pela
ocupação territorial. Eles acabam defendendo o terri-
tório. Depois, pela produção de alimentos, de energia.
Porque onde não tem comida não há paz. Não há meios
de ter paz. Então, o agronegócio é um setor pujante,
enorme, que tem grandes possibilidades, mas nunca
soube se comunicar bem. E, em decorrência disso, no-
vas tecnologias ou as próprias necessidades, que são

12
E N T R E V I S TA
legítimas e vitais, não ganham o apego da população Mônika: A vaidade é inerente ao ser humano.
e, portanto, a gente não consegue o desenvolvimento Tem no agronegócio e imagino ter em todos os outros
de políticas públicas que sejam voltadas para isso. setores. Acredito que uma das razões pelas quais a
Abag conseguiu fazer esse trabalho diferenciado é
Terra&Cia: Por que ocorrem essas falhas de porque ela não defende um setor em si. Eu não tô fa-
comunicação? E onde elas estão, principalmente? lando de grãos, de borracha, de cana, de leite, de café
Mônika: Podemos partir de problemas estrutu- especificamente. Eu tô falando daquilo que pode ser
rantes. Por exemplo, o nosso setor sucroenergético, estendido a todos. O que a gente quer dizer é o se-
altamente desenvolvido, foi tocado, na colonização, guinte: “O nosso setor representa tanto do PIB, tanto na
às custas de trabalho escravo. Tem muita gente que balança comercial, gera tantos empregos, é bom para
ainda acha que essa ainda é a realidade do setor, que o Brasil por causa de A, B, C e D e não de um setor es-
são grandes engenhos, com feitores chicoteando os pecífico”. É diferente. E, nesse nosso meio, essa parte
negros pra que façam o trabalho. E não é nada disso de vaidade não interfere. Mas que a vaidade é do ser
mais. Mas isso fica no imaginário. E tem uma série de humano, isso a gente sabe que é.
outras questões que foram sendo imputadas ao pro-
dutor rural sem que ele se incomodasse em tentar ex-


plicar ou resolver. Temos a própria figura do Jeca Tatu.
Você pode ir hoje a qualquer propriedade do agrone-
gócio que você não vai encontrar o Jeca Tatu. A pes-
Os pequenos não conseguirão
soa está com GPS, com agricultura de precisão, um sobreviver caso se considerem
bom gerenciamento, celular, o que mostra que houve ilhas, tentem fazer tudo
desenvolvimento. Para isso, você precisa ter pessoas
sozinhos. Não há como. Há uma
bem treinadas, formadas, muito ligadas, para desen-
volver um agronegócio de ponta mesmo, e não mais complexidade enorme do ponto
aquela questão de jogar uma sementinha e ver no que de vista tributário, legal, fiscal,
dá, uma enxadinha nas costas, um dente estragado,
em que ele precisa trabalhar
uma roupa rasgada e um “paieiro” na cabeça. Hoje, é
muito diferente disso. Mas acabou ficando, talvez, pela com grupos que possam


própria distribuição geográfica. E nunca se organizou orientá-lo melhor.
muito bem, isso é outro detalhe. Estamos atrasados
nesse ponto de vista. Talvez uma fazenda aqui, outra
lá, mas nunca se preocupou em fazer um bom traba-
lho junto, para mostrar o que de fato é o setor. É uma Terra&Cia: Ao falarmos de agricultura do futu-
culpa que o próprio setor carrega. E está começando ro, tem um fenômeno importante acontecendo, que
a entender, cada vez mais, a necessidade de se unir, é a inserção, cada vez maior, da mulher no agro. O
de mostrar, de abrir suas porteiras. Não é um trabalho que isso agrega para o setor?
de convencimento mais. Hoje em dia, é um trabalho Mônika: Eu escolhi essa profissão já faz bas-
das pessoas irem lá e ver o que acontece. É isso que tante tempo. Tô fazendo este ano 25 anos de formada.
a gente prega aqui e tem tentado difundir Brasil afora. Se contar do ano que entrei, lá se vão 30 anos que
me dedico a este setor. Sempre, evidentemente, com
Terra&Cia: Na entrevista que fizemos há duas muito mais homens que mulheres em qualquer lugar
edições, com o Maurílio Biagi, ele disse que um ou- onde eu vá. Agora, de certa maneira, isso tá mudan-
tro fator que impediu a união, especialmente no se- do. Por exemplo, dei aulas na Unesp por muito tempo,
tor sucroenergético, foi a vaidade de alguns. Tem um e estudei lá também, no final dos anos 80. Na minha
pouco disso também? turma, as mulheres eram apenas 10%. Hoje, a porcen-

13
E N T R E V I S TA
tagem já passa dos 50%. O que eu vejo é o seguinte: ária-Floresta], buscamos recursos de fundo perdido
a mulher viu que pode trabalhar no agronegócio. Ela se para controlar a voçoroca, porque parece que não, mas
interessou e, mais do que isso, está se formando, se São Paulo, com todo o desenvolvimento que tem, ainda
especializando, para que possa ocupar mais áreas. Te- tem um número grande de voçorocas e áreas de ero-
mos, hoje, mulheres em outras entidades, presidentes são. Não é porque o Estado é o que é que não tem nada
de outras associações, inclusive as que vêm de outro a fazer. A gente precisa, sim, parar, olhar e atuar naquilo
setor, de pulso muito firme e liderando grupos grandes que precisa ser feito. Isso inclui questões sociais. Tínha-
de homens. Então, se você me perguntar se senti algum mos um corpo de mais de cinco mil funcionários, e isso
tipo de discriminação pelo fato de ser mulher, a respos- tem uma força. São Paulo é um dos poucos Estados que
ta é não. Assumi a Abag há 17 anos praticamente. Eu ainda mantêm extensão rural, nas suas 594 casas de
tinha pouco mais de 30. Nunca tive nenhum problema. agricultura. Tem também a questão da sanidade, impor-
Pra mim, é normal, natural, não sinto preconceito. Acho tantíssima, imprescindível, pra que a gente possa ofe-
que a mulher tem tanta capacidade quanto o homem. recer aos consumidores, às indústrias, aos agricultores,
Essa questão de gênero, pra mim, é indiferente. E fico produtos de qualidade e garantia. Fizemos um traba-
feliz que tenha bastante mulher ingressando no setor. lho grande para manter aspectos econômicos, sociais
Agora, dizer o que é melhor ou pior depende. A gente e ambientais. Pensei que nada mais natural do que a
continua gostando de um dengo, de ser mulher na hora gente tentar quantificar, o que é também um desafio,
em que tem um homem para cuidar de coisas compli- porque é muito difícil o trabalho em governo. As coisas
cadas. Não é ruim não. não funcionam num ritmo que eu já vinha acostumada,
que é o ritmo do setor privado. O que eu quis foi o se-
Terra&Cia: Essa representatividade da mulher guinte: “Vamos ter coragem e comparar o nosso traba-
no agronegócio teve um auge quando você assumiu lho ano a ano”. Então, eu comparei o meu trabalho com
a Secretaria da Agricultura de SP. E, no dia em que
você saiu, entregou, durante a cerimônia de trans-
missão de posse, um relatório de sustentabilidade.
Qual foi a importância desse documento para a sua
gestão à frente da secretaria?
Mônika: A sustentabilidade sempre foi um con-
ceito que esteve nas nossas cabeças e nas nossas
ações aqui na Abag Ribeirão Preto. A primeira vez que
alguém discutiu o Código Florestal, que se colocou
esse assunto na mesa, foi aqui em Ribeirão em 2001.
E o projeto foi aprovado no ano de 2012. Doze anos a
gente trabalhou nisso, o que ficou muito presente em
mim. Assim que assumi a secretaria, e acho que isso in-
depende do fato de ter sido a primeira mulher e a única
até agora a ocupar o cargo de secretária da Agricultura
do Estado, pensei: “Escuta, esta é uma tendência da
qual não temos como escapar”. Eu não via como uma
secretaria de Agricultura, de um Estado como São Pau-
lo, num país como o Brasil, fugir disso. Então, desde o
começo, procurei nortear essas ações. E, quando foi no
final, falei: “O esforço que nós empreendemos foi muito
grande”. Fizemos, por exemplo, o Programa Integra São
Paulo, para fomentar a ILPF [Integração Lavoura-Pecu- Com Mario Gandini, da Usina São Martinho, em
frente a um pau-brasil; no local, há uma área onde as
14 pessoas consideradas ilustres deixam suas marcas
E N T R E V I S TA
o meu próprio trabalho, ano a ano. Fiz um comparativo ros que eu tinha, num período que achei que seria sufi-
de 2011, já que peguei no meio do ano, até dezembro ciente para contribuir. Mais do que aquilo não era meu
de 2014, que foi quando deixei o governo. E foi muito desejo pessoal, nem profissional. Não vou dizer que a
interessante, porque fizemos dentro do padrão do GRI política não é importante. A política está presente nas
(Global Reporting Initiative). Seguimos este selo holan- diversas secretarias, mas ainda acho que nós precisa-
dês e fomos a primeira secretaria de governo do Estado mos, de fato, de perfis técnicos. Precisamos ter técni-
de São Paulo a apresentar um relatório de sustentabi- cos da saúde na área da saúde, técnico de transporte
lidade. Isso, pra mim, e quando eu digo pra mim não no transporte, técnico de agricultura na área agrícola.
entenda como coisa pessoal, mas da nossa gestão, foi Mas a política no Brasil tem uma força enorme. Nada
até uma forma que encontrei de agradecer e retribuir o contra. O Arnaldo [Jardim, sucessor e atual secretário]
trabalho maravilhoso que as quatro coordenadorias se é uma pessoa que transita muito bem, um grande de-
dispuseram a fazer com suas equipes, de gente muito fensor do [setor] sucroenergético, da parte ambiental
determinada, de gente que veste a camisa e que faz a e faz uma parte política extraordinariamente bem, uma
diferença. Não dá pra generalizar e dizer que é 100%, coisa que eu sequer me dispus, porque não tá em mim,
mas aqueles que vestem fazem pra valer. Achei que não tenho nada a ver com essa área.
eles mereciam deixar um trabalho desse porte lá. E, cla-
ro, aquilo serve como guia para qualquer outro gestor Terra&Cia: Você sempre foi entusiasta do agro-


que assuma a pasta. negócio e uma coisa
que a gente sempre
Te rra & C i a : O agronegócio é um setor comenta é que o Bra-
Você esbarrou em pujante, enorme, que tem grandes sil pode ser o fiel da
questões políticas? possibilidades, mas nunca soube se balança na produção
Encontrou conflitos? de alimentos mun-
Questões que preci-
comunicar bem. E, em decorrência dial. Com todos esses
sariam ir pra frente disso, novas tecnologias ou as próprias gargalos que a gente
por serem técnicas, necessidades, que são legítimas citou, o País vai dar
mas não foram por conta? O mundo pode
entraves políticos?
e vitais, não ganham o apego da esperar que a gente
Isso teria influencia- população e, portanto, a gente não cumpra esse papel?
do na sua saída? consegue o desenvolvimento de Mônika: Se fo-
Mônika: De rem mantidas as con-
políticas públicas que sejam voltadas


maneira alguma. O dições que temos
meu compromisso para isso. hoje, a resposta é não.
com o governador foi Por que eu digo isso?
para uma gestão. Particularmente, não defendo a re- Porque, por mais que o agricultor, dentro da sua pro-
eleição, não gosto da ideia da reeleição. Acho que a priedade, tenha feito o possível – e o que o Brasil tem
gente perde, seja em nível municipal, estadual ou fede- feito é extraordinário, como o aumento de produtivida-
ral. O meu compromisso com ele era ficar até o final do de, invejado em todo o mundo, a bioenergia, invejada
primeiro mandato. Agora, nunca fui política. O que eu em todo o mundo, o desenvolvimento tecnológico tam-
poderia contribuir com as minhas ideias para o gover- bém –, quando você tem falta de estradas, de arma-
nador ou para o Estado de São Paulo, para a agricul- zéns, dificuldades pra embarque, ausência de acordos
tura paulista, foi aquilo que coube nesse período. Não comerciais, a coisa fica complicada. Some-se a isso a
conseguiria nada além daquilo, pelo tempo que fiquei grande questão trabalhista. Hoje, uma única ação tra-
lá. Coloquei, nas várias áreas, o que era possível de balhista pode quebrar uma empresa de maneira arreba-
ser feito, com as condições e com os recursos financei- tadora, porque se tem um passivo oculto que é imensu-

15
E N T R E V I S TA
rável. Por isso que a gente precisa fazer essas reformas
que estão sendo postas aí. As pessoas não têm ideia
do impacto que isso pode trazer. É preciso que elas
abram suas cabeças para aquilo que nunca lhes foi
muito agradável. Que procurem entender, minimamen-
te, o que está sendo explicado, para que possam, de
fato, se não querem ajudar as reformas, não atrapalhar.
E não se deixar ser massa de manobra, que é isso o
que tem acontecido. A reforma trabalhista é importan-
te. Ninguém está tirando direitos de trabalhador. Mas
garantindo que mais pessoas que estão à margem do
emprego possam ser empregadas. E não estou falando
apenas de 13 milhões de desempregados. Falo de su-
bemprego, de 35 milhões que sequer estão procurando
emprego. Falo de pessoas que hoje não têm a menor
garantia, porque trabalham em casa, com aplicativos,
com coisas que nem se considerava na época de Ge-
túlio Vargas, quando foi feita a primeira CLT [Consolida- gente dê ao Judiciário a liberdade para que ele julgue,
ção das Leis do Trabalho]. As pessoas precisam parar e que a gente cobre do Executivo que ele execute, que
tentar desenvolver um senso crítico no sentido de com- cobre do Legislativo que ele legisle. O que temos é uma
preender o que está sendo proposto. Com a reforma da sobreposição. O Executivo legisla, o Judiciário executa.
Previdência é igual. Como todos os brasileiros, também As instituições estão totalmente embaçadas no papel
pago a Previdência. E também vou ser impactada pela de cada uma. Além disso, a gente precisa participar
reforma. Mas é melhor que a gente trabalhe, pague um mais, e evitar reações de quebradeira, de destruição.
pouco a mais e receba alguma coisa do que ninguém Você quebra um ônibus hoje e amanhã não tem para ir
receber mais nada, porque esse é o futuro. Precisamos trabalhar. O dinheiro tá escasso, a questão econômica
dessas reformas para que o Brasil caiba, de novo, den- tá difícil. O Brasil não precisa de inimigo. Estamos com
tro do seu orçamento de despesas e receitas, como é todos aqui dentro. Nós mesmos estamos arrebentan-
na minha casa, como é na sua casa, como deve ser do com as possibilidades de desenvolvimento. A gente
na casa de todos os brasileiros. Ninguém consegue precisa vestir um pouco o chapeuzinho de nação. Onde
gastar mais do que ganha. Que o Brasil possa fazer as você não está contente, vai lá e conversa. Talvez você
reformas daquilo que foi popularmente difundido, uma não tenha entendido ou tenha uma visão que nunca nin-
ideia errada de que poderia haver uma distribuição de guém teve. Você pode ter a solução para um grande
bondades sem que essa conta chegasse. A conta che- problema. O que está faltando pra gente é um projeto
gou. Diante disso, é preciso maturidade. E que sobre de nação, para que a gente tenha políticas públicas de
recursos para fazermos estradas, portos, aeroportos, longo prazo, planos de safra plurianuais, que a gente
negociar com outros países. Isso vai significar melhoria saiba pra onde vai nossa agroenergia, que abra mer-
de renda aos brasileiros e, consequentemente, de vida. cados, tenha mais empregos, segurança jurídica pra
Por mais que as pessoas achem que não. A gente quer empregar pessoas, investir no Brasil. O que a gente
mostrar que quem ganha o Brasil. Ninguém está fazen- tá vendo é uma coisa medonha, todo mundo acuado
do isso defendendo pequenos quinhões de empresá- dentro de casa, criminalidade gigante. Isso é falta de
rios de um lado ou de outro. Outra questão é trabalhar oportunidade. Não tenho dúvida disso. E quando não
para fortalecer nossas instituições. Enquanto você é existe oportunidade, outras possibilidades aparecem.
sócio de um clube, que você atue no clube. Se você é Enfim, temos que trabalhar juntos, por um bem maior:
sócio de uma associação, que você atue nela. Que a um Brasil melhor, um mundo melhor para todos.

16
17
Banco de imagens

Institucional

Terra&Cia na TV

Paisagens rurais vão marcar o programa


Terra&Cia na TV, que estreia em julho e
poderá ser visto aos domingos pela manhã

Em parceria com o Governo Federal, Grupo AgroBrasil lança, em julho,


o programa de televisão em rede nacional que vai mostrar a força do
agronegócio e as inovações tecnológicas agrícolas e industriais

Da redação voltadas ao setor. Tudo isso mesclado parceiros, buscando atingir o maior
com uma boa dose da cultura do cam- número possível de telespectado-
É no mês que vem! Falta pouco po e de entretenimento, por meio de res. O Terra&Cia será veiculado em
para o Grupo AgroBrasil estrear mais entrevistas, cobertura de feiras e ou- rede nacional, sempre aos domin-
um veículo de comunicação com o tros eventos, lançamento de produtos gos pela manhã, a princípio com
público interessado nas novidades do e serviços, música, culinária e humor. meia hora de duração, por meio de
agronegócio brasileiro e internacional. Segundo o diretor do Grupo canais vinculados ao Governo Fe-
A Terra&Cia vai para a telinha, para AgroBrasil, Plínio César, a propos- deral, como as TVs Câmara e Se-
mostrar a pujança da agropecuária ta do programa é contribuir para nado, além de ser disponibilizado
brasileira e as inovações tecnológicas aumentar a visibilidade do agrone- também nas redes sociais: Youtube,
agrícolas e industriais das empresas gócio e a divulgação de clientes e Facebook, LinkedIn, entre outros.

18
Rafael Barreto

Maurílio Biagi, entre Plínio César e Nianara Bighetti, foi um dos primeiros entrevistados para o novo programa

Rafael Barreto

Segundo Plínio, proposta é contribuir para aumentar a visibilidade do agronegócio e a divulgação de clientes e parceiros

“A ideia surgiu por causa das debatendo a alta produtividade na- o responsável pelo quadro musical.
muitos pedidos de empresas e enti- cional desse que é um dos principais O programa terá, ainda, a participa-
dades por um programa que tenha pilares da economia do País”. ção de Roberto Edson, intérprete do
informações relevantes para o pe- O Terra&Cia será gravado em personagem caipira Chico Lorota.
queno, médio e o grande produtor estúdio próprio e nas empresas par- Para interessados em firmar
rural e que traga informações que ceiras, nas propriedades rurais de parcerias com o programa, basta
possam dar subsídios aos empresá- todo o Brasil, além de estar presen- entrar em contato com Plínio César,
rios na hora de uma tomada de deci- te nos principais eventos agroindus- pelos fones:
são”, afirma Plínio. “De forma muito triais no Brasil e no exterior. A apre- (16) 3234-6210 / 98242-1177
profissional, o programa irá tratar de sentação será de Nianara Bighetti e ou pelo e-mail:
assuntos relevantes ao agronegócio, Plínio César. Cristiano Matiles será plinio@canamix.com.br.

19
Eventos

Para o alto
e avante!
Depois de dois anos faturando abaixo de R$ 2 bilhões,
Agrishow tem leve melhora, vira o jogo, fecha R$ 2,2 bi em
negócios e projeta bodas de prata com otimismo

Da redação sil e de mais 70 países, passaram que, com os negócios iniciados em


pelos corredores da Estação Ex- Ribeirão, mas que serão finalizados
A Agrishow respirou. A 24ª perimental do Instituto Agronômico nos próximos meses, o faturamento
edição da maior feira de tecnologia (IAC), em Ribeirão Preto-SP, onde a total cresça.
agrícola da América Latina e uma feira é realizada. A 18ª Rodada Internacional
das três maiores do mundo terminou O resultado, que representa de Negócios, realizada paralela-
com uma sensação de alívio nos or- um incremento de 13% em relação mente à oferta de máquinas, imple-
ganizadores. Depois de dois anos a 2016, traz otimismo para 2018, mentos e serviços nos 800 estandes
amargando resultados ruins, com quando a feira completará 25 anos de empresas, espalhados por 440
faturamento abaixo dos R$ 2 bilhões de existência. Considerando cada mil metros quadrados, teve cerca
– R$ 1,9 bi em 2015 e R$ 1,95 bi no segmento, o aumento de compra de de 300 reuniões, que movimenta-
ano seguinte –, este ano, pelo me- máquinas e equipamentos foi maior ram US$ 17 milhões, entre negócios
nos, a meta foi batida. Passar a mar- no setor de irrigação (20%), seguido concretizados e aqueles que serão
ca dos R$ 2 bilhões. Neste jogo dos de grãos (12%), pecuária e armaze- fechados nos próximos 12 meses. O
números, o placar final de R$ 2,2 bi. nagem (11% cada). Outros itens so- valor é bem parecido, mas um pou-
Cerca de 150 mil visitantes, do Bra- maram 19%. Espera-se, no entanto, co inferior ao apurado no ano pas-

20
Fotos: Arquivo

sado – US$ 18 milhões.


A edição do ano que vem já tem data marca-
da: 30 de abril a 4 de maio.

Novo presidente
Durante a feira, o nome do novo presiden-
te da Agrishow foi conhecido. Francisco Matturro,
vice-presidente da Associação Brasileira do Agro-
negócio (Abag), foi escolhido para substituir Fábio
Meirelles, que estava no comando desde 2015. Ele
ocupará o cargo no biênio 2018/19.
A troca de comando foi anunciada pelas enti-
dades organizadoras da Agrishow. Além da própria
Abag, a Associação Brasileira da Indústria de Má-
quinas e Equipamentos (Abimaq), a Associação Na-
cional para Difusão de Adubos (Anda), a Federação
da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo
(Faesp), da qual Meirelles é presidente, e a Socieda-
de Rural Brasileira (SRB).
Ao assumir, Matturro agradeceu a confiança e
prometeu esforço para que a feira continue crescen-
do e represente “o desenvolvimento, a tecnologia e
a pujança do agronegócio brasileiro”.
A seguir, você confere as novidades apresen-
tadas por alguns dos principais expositores (com in-
formações das assessorias de imprensa).

Representantes da Feira & Fórum


Internacional de Negócios de
Portugal visitam Agrishow

21
Baldan DMB

A empresa, que tem representação em 75 países


dos cinco continentes, expôs cerca de 60 máquinas de A DMB Máquinas e Implementos Agrícolas apre-
seu portfólio na feira. Entre os destaques, a Giga Max sentou, na feira, sua linha de implementos canavieiros,
com caixa única de semente, com pressão positiva e como subsoladores, sulcadores, cobridores, cultiva-
sistema de transmissão elétrica (V Drive), que permite dores “quebra-lombo”, cultivadores para cana crua e
corte linha a linha em conjunto com sistema de dosa- queimada, carretas para distribuição de torta de filtro,
dora a vácuo (V Set) e garante distribuição precisa e adubadoras de superfície, adubadores para cana crua
uniforme, gerando economia de semente e aumento com aplicação em profundidade, aplicadores de inseti-
da produtividade. A máquina possui, ainda, sistema de cidas em soqueiras e desenleiradores para cana crua.
telemetria, que permite ao produtor o monitoramento O principal destaque foi sua linha de plantadoras de
remoto e em tempo real da operação no campo. cana, inclusive para os espaçamentos especiais, como
o duplo alternado.
Case IH
Green Has

Seguindo a tendência global de veículos que funcio-


nam sem motorista ou operador, comandados à distância, a
Com o intuito de passar a ser cada vez mais co-
Case IH apresentou, pela primeira vez à América Latina, na
nhecida do consumidor brasileiro, a empresa italiana
Agrishow 2017, seu trator autônomo, que representa a visão
levou sua linha de compostos com macro e micronu-
do futuro da agricultura mundial. Baseado num Magnum,
trientes, complexados por extratos de algas marinhas,
mas sem cabine e com visual marcante, o trator-conceito
ácidos húmicos e fúlvicos, extratos vegetais e aminoá-
autônomo usa como referência a tecnologia da agricultura
cidos. A aplicação, voltada para cana-de-açúcar, soja
de precisão (AFS) para se movimentar, sendo capaz de exe-
e milho, atende tanto o solo como a aplicação foliar. Os
cutar as mesmas tarefas no campo em relação a um modelo
compostos são formulados na Itália, na forma líquida
comum, mas sem operador, sendo controlado por tablet ou
ou de sais solúveis, apresentando boa compatibilidade
computador de onde o produtor rural estiver.
com a maioria dos outros produtos.

22
GTS do Brasil LS Tractor

O público da Agrishow pôde ver vários lança-


mentos no estande da GTS do Brasil. O Terrus Ferttium, Pela segunda vez, a empresa foi reconhecida pelo
que foi novidade na Expodireto, no Rio Grande do Sul, Prêmio Trator do Ano. O U60 cabinado venceu na categoria
continuou fazendo sucesso, e a semeadora Exattus, a até 100 cavalos. Antes, em 2015, havia levado a condeco-
grande aposta da GTS para a feira em Ribeirão Preto, foi ração na categoria Especiais, com o R60 roops. James Yoo,
outro destaque. A Exattus Eletric oferece uma solução presidente da LS Tractor no Brasil, destacou a importância
aos agricultores: a concretização da 3ª safra, específica da conquista de 2017, argumentando que os tratores de até
para a nutrição do solo. A semeadora chega ao mer- 100 cavalos correspondem a cerca de 60% do mercado
cado com a tecnologia necessária para essa novidade. nacional. A empresa também apresentou um lançamento: o
Tem grande capacidade de plantar em larga escala e LS Tech, ferramenta que permite a telemetria das operações
está pronta para receber tecnologia via satélite. dos tratores e promove a conservação dos motores.

John Deere Massey Ferguson

A empresa teve o intuito de mostrar como a alta A empresa apresentou quatro novas séries de
tecnologia faz a diferença para os produtores rurais. tratores. Os lançamentos MF 6700 Cabinado, MF 7200,
A companhia destacou suas Soluções Integradas MF 7700 Dyna-6 e MF 8700 Dyna-VT integram a estra-
para Agricultura de Precisão e Pós-Vendas, que visam tégia da marca de oferecer pioneirismo e modernidade
atender todas as etapas produtivas e conectar a inte- aos produtores. Todos os tratores são equipados com
ligência das máquinas e das pessoas para executar o motor eletrônico AGCO Power, que atende à nova le-
trabalho no campo. O estande trouxe melhorias: além gislação ambiental MAR-1 de redução de emissão de
de estar estrategicamente localizado, com 90% de sua gases e tem alta performance. “Os lançamentos che-
área coberta, esteve dividido entre agricultura de alta gam com a proposta de aumentar o desempenho e a
produtividade, agricultura familiar, mercado canavieiro, produtividade no campo, além de proporcionar econo-
pecuária, algodão, soluções para campos e grama- mia de combustível”, afirmou Everton Pezzi, supervisor
dos, além de equipamentos de construção e florestais. de Marketing de Tratores.

23
Michelin Tatu Marchesan

A empresa levou os primeiros pneus produzidos


Uma das novidades apresentadas pela empresa na
no Brasil, na unidade fabril de Campo Grande-RJ, com a
Agrishow foi a reformulação de sua identidade visual. Ela veio
tecnologia radial de última geração MICHELIN Ultraflex,
acompanhada de uma linha completa de equipamentos vol-
que proporciona significativa economia de combustível
tados a diversas etapas da produção, desde o preparo de
enquanto gera maior produtividade. Desenvolvidos para
solo, passando pelo plantio, até a colheita. Entre as principais
a realidade brasileira, em solo nacional, os novos pneus
atrações, estava o preparador de sólidos DCA Maxx, com ca-
MICHELIN MachXbib e MICHELIN Axiobib vêm para in-
pacidade para 12 toneladas. Com ele, o agricultor pode tra-
crementar a oferta de produtos e serviços da empresa,
balhar com aplicação em taxa fixa ou variável. Nesta segunda
capazes de atender aos desafios do agricultor em todos
opção, o equipamento é capaz de distribuir a quantidade cer-
os ciclos da safra. Com as tecnologias MICHELIN radial
ta de acordo com a necessidade de cada ponto.
e MICHELIN Ultraflex respectivamente, os lançamentos
destinam-se a tratores de alta potência.
Valtra
New Holland

A empresa levou a série de tratores T CVT, com


O público da Agrishow pôde conferir, pela primeira exclusivo sistema de transmissão CVT e vencedora de
vez, um novo conceito em colheitadeira de alto desem- prêmios internacionais. Outro destaque da marca é a
penho. A nova linha CR EVO, totalmente fabricada no Série A Geração 4, solução para o trabalho de média
Brasil, na planta da New Holland em Sorocaba-SP, é uma potência e com opção de modelos plataformados, ca-
evolução dos atuais modelos, com aumento de potência binados e os automáticos HiTech. Somadas à Série BH,
e tecnologia, o que fortalece o trabalho do agricultor bra- lançada no início do ano, as famílias T CVT, A4 e A4
sileiro. Na nova linha, a CR5.85 foi a precursora, lançada HiTech integram a solução completa e totalmente reno-
em 2015. Agora, a família fica completa, com as irmãs vada de tratores da Valtra ao produtor brasileiro, ofere-
CR6.80 (Classe 6), CR7.80 (Classe 7), CR7.90 (Classe 7 cendo versatilidade e tecnologia de ponta em diferentes
alta, um novo segmento) e a CR8.90 (Classe 8). potências de motorização e capacidade de levante.

24
Revista Terra&Cia/CanaMix e Chope Klaro
apoiam ação social da entidade Amor
com Amor durante a Agrishow
Fotos: Arquivo

Durante a 24ª edição da Agrishow, o


Instituto Amor com Amor esteve presente
com o seu estande, arrecadando doações
para crianças com câncer e doenças ra-
ras, e teve o apoio do Grupo AgroBrasil
juntamente com o distribuidor do Chope
Klaro, de Ribeirão Preto.
A parceria proporcionou a enti-
dade arrecadar o dobro das doações
prevista para a semana da feira.
“Acreditamos e apoiamos projetos
sociais que são sérios e, por isso, nos
mobilizamos em prol da Amor com Amor.
Nós, do setor empresarial, precisamos
cada vez mais nos envolver com ações camentos, exames e tratamentos em centros especializados que
sociais, para dar uma contribuição a tan- cuidam desse tipo de doença e também para auxiliar em viagens
tas pessoas que precisam de uma mão dos pacientes e seus familiares para a realização de consultas ou
amiga”, afirma Plínio César, diretor do internações.
Grupo AgroBrasil.
Formada inicialmente para ofere-
cer apoio para famílias de crianças que CHOPE KLARO - Placetino
sofrem de retinoblastoma, um câncer que Av: Cavalheiro Paschoal Innecchi, 1455 - Jdm. Independência,
atinge a retina e afeta crianças com idade Ribeirão Preto - SP, Telefone: (16) 99131-3999
até 4 anos, a ONG Amor com Amor tam-
bém auxilia pacientes de outros tipos de ENTIDADE AMOR COM AMOR
câncer. O trabalho consiste em coordenar Fernando Inácio - (16) 99154 4943
campanhas de arrecadação de recursos institutoamorcomamor@gmail.com
utilizados para custear compra de medi- 25
Meirelles recebe convite para
a FIN 2017, em Portugal
Divulgação

Carvalho Neto (de paletó) entrega a Fábio Meirelles convite para a FIN 2017,
acompanhado do diretor do Grupo AgroBrasil, Plínio César (dir.)

Antes de deixar o cargo de presidente da países de Língua Portuguesa e Espanhola estão confir-
Agrishow, Fábio Meirelles recebeu, em sua sala, mon- mados. A organização está a cargo da Associação de
tada no estande do sistema Faesp/Senar, o presidente Jovens Empresários Luso-Chinesa (AJEPC), presidida
da FIN – Feira & Fórum Internacional de Negócios, Al- por Carvalho, em parceria com a Associação de Em-
berto de Carvalho Neto. presários dos Países de Língua Portuguesa e Espanho-
Carvalho, que é português, entregou a Meirelles la (Federação Sino PLPE).
um convite para a feira lusitana, que será realizada de O evento discutirá, além do agronegócio, os se-
21 a 23 de junho, no Porto. O Grupo AgroBrasil será tores de startups e tecnologia da informação, turismo
mídia oficial do evento, com a Revista Terra&Cia sendo de negócios, varejo e consultoria de investimentos.
o único veículo brasileiro a marcar presença, Além dos estandes e fóruns de negócios, dos quais
São esperados cerca de 800 participantes e participarão câmaras e confederações comerciais, au-
mais de 2 mil visitantes. Representantes da China, Ma- toridades governamentais e empresários, a programa-
cau, Hong Kong, além de Portugal e Espanha e outros ção prevê palestras e debates sobre diversos temas.

26
Negócios do Sicoob
na Agrishow superam
as expectativas

O QUE É O SICOOB?
O ESTANDE E OS
Financiamentos
É uma instituição financeira cooperativa que
oferece uma linha completa de produtos e
serviços de natureza bancária a condições
competitivas e compartilha seus resultados A Agrishow 2017 – 24ª Feira Internacio-
financeiros com os cooperados, que são nal de Tecnologia Agrícola, aconteceu
donos do negócio. nos dias 01 a 5 de maio na cidade de
Ribeirão Preto e obteve um resultado
QUEM PODE ABRIR UMA CONTA? positivo, com mais de 800 marcas
Verifique em sua cidade. Atualmente, algu- expositoras e 159 mil visitantes, a feira
mas cooperativas do Sicoob possuem aber- contou com a realização de negócios
tura para todas as pessoas (física e jurídica). de aproximadamente R$ 2,204 bilhões,
QUAIS PRODUTOS E SERVIÇOS sendo que o Sicoob atingiu a média de
SÃO OFERECIDOS? 97 milhões de cotas de Consórcios, e
ainda mais de 8 milhões em BNDES e 37
Conta corrente, empréstimos, investimen-
tos, cartões, previdência, poupança, consór-
milhões em financiamentos diversos.
cios, seguros, cobrança, adquirência (maqui-
ninha de pagamento), dentre outras solu- Os visitantes da feira puderam aprovei-
ções financeiras. tar o conforto e as facilidades do estan-
de Sicoob: tomar um café, tirar fotos,
ONDE ENCONTRO? ganhar brindes e ainda financiar seus
O Sicoob está presente em todos os estados
planos rapidamente com taxas compe-
brasileiros. titivas e sem complicações.

SAC Sicoob – 0800 724 4420 | Ouvidoria – 0800 646 4001 | Deficientes auditivos /fala – 0800 940 0458 | sicoobsp.coop.br

27
Eventos

Uma década em
AgroBrasília completa 10 anos de atividades recebendo
público recorde e com movimentação financeira
20% superior a do ano passado

Com informações das Parque Tecnológico Ivaldo Cenci. alguns deles aumentaram em 50%
assessorias de imprensa Realizada pela Cooperativa os resultados em relação à edição
Agropecuária da Região do Dis- 2016 da feira. Outro destaque
A AgroBrasília comemorou trito Federal (Coopa-DF), a Agro- deste ano foi a diversificação do
10 anos com um saldo positivo que Brasília contou com a presença portfólio de produtos e serviços
superou as expectativas dos organi- de 430 expositores de diversos oferecidos por essas instituições,
zadores. A feira, realizada entre 16 segmentos do agronegócio e mo- como seguros e consórcios.
e 20 de maio, contabilizou números vimentou um montante de R$ 710 Segundo Leomar Cenci,
expressivos. O público, por exemplo, milhões, 20% a mais do que na presidente da Coopa-DF, a Agro-
foi recorde: 99 mil visitantes circula- edição passada. Brasília fortalece o agronegócio
ram por aquela que é conhecida a Levantamento prévio reali- da região: “Nesses dez anos, o
Feira Internacional dos Cerrados, no zado junto aos bancos aponta que salto de produtividade que obser-

28
Fotos: Divulgação

grande estilo
430 expositores movimentaram R$
710 milhões em negócios, volume
20% maior que na edição anterior

vamos no campo foi muito grande. teve como tema "Transmitir Conheci- as nossas expectativas. Foi um
Houve incremento de 30% na re- mento Garante Inovação". Todas as sucesso, com satisfação total dos
gião. Isso se deve à AgroBrasília. entidades participantes desenvolve- expositores e do público. Para nós,
O produtor que tem interesse em ram atividades ligadas à educação da organização, é uma grande
buscar tecnologias irá encontrá- ambiental para todas as idades. A alegria ter finalizado essa décima
-las na feira. A AgroBrasília tem abordagem contribuiu para o fortale- edição, que é um marco para nós
como missão apresentar as inova- cimento da imagem do agronegócio e para a região como um todo. Es-
ções disponíveis para o produtor como gerador de oportunidades e tamos realmente com sentimento
rural, seja ele de pequeno, médio multiplicador de ideias construtivistas. de dever cumprido e com números
ou grande porte”. De acordo com Ronaldo muito satisfatórios”.
Atenta às questões de respon- Triacca, coordenador-geral da fei- A seguir, as novidades apre-
sabilidade social e ambiental, a feira ra, “a AgroBrasília superou todas sentadas por algumas empresas.

29
Eventos

Basf Bayer

O destaque da empresa foi o fungicida Ativum®, A empresa apresentou os benefícios do Programa de


produto de alta eficiência no controle da ferrugem asi- Pontos. Os serviços de fidelização são uma realidade global
ática e de outras importantes doenças da soja. “Os e a Bayer tem apresentado essa tendência a agricultores de
produtores que utilizaram o portfólio da BASF na safra todo o País. De acordo com a Associação Brasileira das Em-
2016/2017 alcançaram excelentes resultados. Em áreas presas do Mercado de Fidelização (ABEMF), o percentual
monitoradas, a utilização do fungicida Ativum®, combi- de consumidores que aderiram ao mercado de fidelidade
nada com outros produtos BASF, resultou em uma pro- que cresceu de 8% a 10% em 2015. Na região de Brasília,
dutividade superior a três sacas por hectare, em relação o Programa de Pontos tem mostrado aderência positiva, to-
às áreas que fizeram outro manejo. O fungicida é o úni- talizando mais de 130 cadastrados e 11 milhões de pontos
co no mercado com triplo mecanismo de ação, o que resgatados. Os produtores acumulam pontos na compra de
auxilia no amplo espectro de ação e manejo de resistên- insumos agropecuários e os trocam por serviços técnicos,
cia dos fungos”, destaca Marcos Campos, gerente de consultorias, treinamentos, produtos voltados às lavouras,
Marketing Território da BASF. entre outros.

30
Dow Jacto

Os visitantes que passaram pelo estande puderam Pensando nos agricultores familiares e pequenos agri-
conhecer soluções completas e integradas de sementes a cultores, a Jacto lançou o DJB, uma máquina portátil que alia
defensivos, com o intuito de auxiliar o agricultor na melhor dosagem e pulverização. O lançamento faz parte da Small
recomendação de manejo no cultivo. As mais recentes e Farm Solutions, unidade da Jacto voltada a soluções em horti-
modernas tecnologias desenvolvidas pela empresa, que cultura e fruticultura de pequeno porte. O DJB tem como dife-
possibilitam o aumento da produtividade no campo de for- rencial o sistema temporizado que aplica dosagens precisas
ma sustentável, foram apresentadas aos profissionais do de 5 a 300 ml com rapidez. Com bateria recarregável, possui
campo, para que possam aproveitar, ao máximo, todo o até 10 horas de autonomia. São 10 mil doses com apenas
potencial da lavoura. Na edição deste ano, a ideia da em- uma carga. Para os médios e grandes produtores, a aduba-
presa foi promover discussões sobre as melhores práticas dora Uniport 5030 é uma automotriz com reservatório de 5 mil
de manejo, tanto em resistência de plantas daninhas como kg e faixa de aplicação de até 50 metros. O equipamento pos-
também na solução de pragas, trazendo uma abordagem sibilita maior precisão na dosagem e uniformidade na aplica-
inovadora para o controle, caracterizando cada uma delas ção de fertilizantes, e aplicação de produtos em pó.
em termos agronômicos e biológicos, além de fazer uma
análise do impacto que trazem ao cultivo.

O MELHOR CAMINHO
Proteger o seu patrimônio com o Sistema SEIVE, constitui uma das
principais medidas preventivas para se evitar que um pequeno foco de
incêndio fique fora de controle.

SEIVE - SISTEMA DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO VEICULAR


A SEIVE por ser uma empresa especializada oferece solução completa para seus
clientes, na fabricação, comercialização de peças e sistemas, instalação, recargas,
manutenção, locação, suporte técnico, pós-venda em todo o Brasil.

CERTIFICAÇÕES E NORMAS

ABNT Nº ISO
270.001/17 9001:2008 PE-223.04 NFPA 17 UL 1254

Rua dos Industriários, 33 – Bairro das Indústrias - CEP: 30.610-280 – Belo Horizonte, MG.
Fone: (31) 3282-7317 ou 98495-7784 www.seive.com.br – seive@seive.com.br 31
Koppert Syngenta

Ao longo dos últimos 50 anos, a Koppert cres-


ceu e se tornou a líder mundial em proteção biológica
de culturas protegidas. Desde que o seu fundador, Jan Um dos destaques da Syngenta ficou por conta
Koppert, começou a usar o ácaro predador Phytoseiu- do fungicida Elatus™, solução que contabiliza resultados
lus persimilis, em 1967, a empresa foi se tornando uma superiores em produtividade e de controle da ferrugem
multinacional com um faturamento anual de 190 milhões asiática da soja. Por meio de um recurso de realidade
de euros. Hoje, conta com 1.200 funcionários distribuí- aumentada, um painel em terceira dimensão e outro de
dos em 26 países, como China, Brasil, Estados Unidos LED, os visitantes do estande puderam conferir todos os
e Rússia. A empresa também exporta para mais de 90 resultados entregues pelo fungicida quando o assunto é
países. Com este intuito, toda a comunicação da empre- proteção da produtividade. O público também teve aces-
sa e os estandes nas participações das feiras em 2017 so a números importantes, como o incremento médio de
leva a foto de seu fundador e o selo comemorativo de 50
3,3 sacas de soja por hectare – em áreas tratadas com o
anos, o que não foi diferente na AgroBrasília.
produto –, identificado no acompanhamento de mais de

Morgan 200 áreas demonstrativas na última safra, em um projeto


de monitoramento liderado pela Syngenta e mais de 80
renomados pesquisadores e consultores brasileiros.

Valagro

A Morgan Sementes e Biotecnologia apresentou


seu mais recente lançamento em milho híbrido para siste- A Valagro, líder na produção e comercialização de nu-
mas de produção de alto investimento, o MG 711. Indicado trição especial, apresentou o YieldON, que representa o em-
para safra de verão e abertura de plantio na safrinha, o penho da empresa à necessidade de aumentar, de maneira
novo material é ideal para integração com híbridos de ciclo sustentável, a produtividade de grandes culturas, como soja,
mais precoce, propiciando escalonamento da colheita. A milho, arroz, algodão, trigo e girassol. O YieldON é capaz de
novidade é oferecida também com a tecnologia Powercore melhorar o transporte de açúcares e outros nutrientes, es-
que, com múltiplos modos de ação, permite o controle de timular a divisão celular, aumentar a síntese e o transporte
algumas das principais pragas da cultura, além de ofere- de lipídios. Estas características técnicas permitem obter um
cer tolerância aos herbicidas glufosinato e glifosato. Junto aumento significativo da produtividade, garantindo grãos de
com o MG 711, a empresa apresentou parcelas demons- maior peso e maior quantidade de óleo. O produto possui
trativas de outros cinco diferentes híbridos de milho, como eficácia comprovada através de análises fenômicas e testes
o MG 580, precoce para lavouras de alto investimentos. de campo que atestam um aumento médio de produtividade
de 13-15% em relação aos padrões normais.
32
33
GIRO PELO AGRO

Boas safras e otimismos na


economia marcam o mês de maio
Marcos Fava Neves* gundo o ministro, com a aprovação o saldo da balança no mês atingiu
Rafael Bordonal Kalaki** da reforma da Previdência, a volta do US$ 7,577 bilhões (crescimento de
Giulia Machado Agostini*** crescimento econômico e o controle 6,3%) e, no acumulado do ano, o sal-
de despesas públicas, o governo do da balança ficou em US$ 24,342
Economia e Política terá condições de fazer a dívida se bilhões – redução de 10%.
Em maio, algumas incertezas estabilizar e em seguida começar a
no campo da economia mundial cair. O Índice Nacional de Preços ao Cana-de-Açúcar
começaram a ser esclarecidas. Na Consumidor Amplo (IPCA) abaixou A Companhia Nacional de
França, vence Emmanuel Macron, sua previsão da inflação do ano para Abastecimento (Conab) divulgou
derrotando a candidata de extrema 4,04%. Essa foi a sétima redução se- seu primeiro levantamento a respeito
direita Marine Le Pen. Esta vitória traz guida que o indicador realizou. Para da safra 2017/2018, na qual traz uma
mais estabilidade para economia no o mês de abril, o índice divulgou que estimativa de produção de 647,63
bloco. Dessa forma, reduz a possibi- o avanço foi de 0,21%. Devemos ter toneladas. Esse valor é 1,5% menor
lidade de que a França acompanhe boa queda na taxa de juros, o que do que o da safra 2016/2017, devi-
o Brexit. ajudará muito a agricultura. do à redução no número de hectares
Em relação ao crescimento de área colhida nesse ciclo, de 9,05
da economia mundial, o FMI (Fundo Agronegócio milhões para 8,84 milhões. Mesmo
Monetário Internacional) aumentou O Índice de Preços de Alimen- assim, a instituição afirma que a
em um décimo percentual sua pre- tos da FAO apontou uma queda de retração da produção não traz um
visão para o crescimento de 2017, 1,8% em abril, fechando com 168 impacto significativo, pois houve in-
que passou a ser de 3,5%. Essa re- pontos. Isso se deve ao recuo nos cremento de produtividade. A produ-
visão é consequência das melhora preços de quase todas as commo- ção de açúcar deverá atingir 38,70
nas expectativas para a economia dities que o índice abrange, com ex- milhões de toneladas e o etanol pro-
da China (previsão de crescimen- ceção da carne. O produto que pu- duzido é estimado em 26,45 bilhões
to de 6,6%) e dos Estados Unidos xou a redução foi o açúcar, que teve de litros, 4,9% menos que a safra an-
(crescimento de 2,3%). Segundo o queda de 9,1% em comparação a terior. A preferência na produção de
órgão, “a atividade econômica mun- março. Os óleos vegetais foram os açúcar deve acontecer nesta safra.
dial está subindo, e o investimento, a segundos com maior redução de A conjuntura internacional está fa-
manufatura e o comércio internacio- preços, 3,9% em relação a março. vorável para a commodity, uma vez
nal experimentam uma recuperação Em relação às exportações que a Índia terá redução em sua sa-
cíclica largamente esperada”. brasileiras, tivemos uma receita de fra e novos mercados serão abertos
No Brasil, o ministro da Fazen- US$ 8,664 bilhões, um crescimento na Europa.
da, Henrique Meirelles, voltou a afir- de 7,3% em relação a abril de 2016. O setor sucroenergético termi-
mar a melhora da economia brasilei- Já no acumulado do ano, a expor- nou abril com exportações no valor
ra em 2017 e reforça o crescimento tações atingiram US$ 29,186 bilhões de US$ 800,7 milhões e 1,72 milhões
esperado do PIB para esse ano. Se- (crescimento de 3,8%). Desta forma, de toneladas, crescimento de 52,1%

34
35
GIRO PELO AGRO
e 8,7% em relação a 2016, respecti- milhão de toneladas (crescimento de Federal. Segundo o presidente da
vamente. 15% se comparado a 2015/2016). associação, “produtores agiram com
Dados divulgados pelo IBGE mais cautela, comprando menos
Laranja em abril apontam que a produção gado, suspendendo abates e embar-
O Fundecitrus divulgou os de milho no Brasil será de 93,457 cando quantidades menores de car-
resultados da estimativa da safra milhões de toneladas. Esse volume ne bovina”. Ele ainda afirmou que os
2017/2018 que realizou em coopera- é 1,2% maior que o de março. Isso valores deveriam se recuperar nova-
ção com a Markestrat, Unesp e FEA/ porque a área cultivada de milho sa- mente em maio e voltar a apresentar
RP – USP. A pesquisa englobou 349 frinha aumentou em 2,4% e a revisão registros semelhantes aos de março,
municípios e estipulou uma produ- do rendimento médio do milho 1ª sa- quando a indústria de carne bovina
ção equivalente a 364,47 milhões de fra deve ser de 5.446 kg/ha (+0,9%). registou aumentos de mais de 20%
caixas de 40,8 kg. O pegamento das O instituto também realizou uma alte- em volume e faturamento.
floradas da safra 2017/18, que ocor- ração em suas previsões para a sa- A carne suína exportou o equi-
reu entre os meses de agosto e de- fra 2016/2017 de soja acrescentado valente a US$ 130,2 milhões e 50,2 mil
zembro de 2016, foi favorecido pela 1,7% ao volume esperado. Agora a toneladas (crescimento de 19,5% no
baixa produção da safra anterior, o produção deve ser equivalente a im- valor e queda de 17% no volume em
que proporcionou um descanso do pressionantes 112,858 milhões de relação ao ano passado). Uma mu-
ciclo reprodutivo e resultou no au- toneladas. Essa expectativa positiva dança importante no setor é que, se-
mento das reservas energéticas das se deve ao excelente desempenho gundo a ABPA [Associação Brasileira
árvores do parque citrícola em geral. que as lavouras de soja vêm apre- de Proteína Animal], a Rússia, que é
A Nielsen divulgou no início de sentando. O rendimento passa ser, a maior importadora de carne suína
maio um relatório apontando o com- em média, de 3.327 kg/ha (+1,8%). do Brasil, expandiu sua participação
portamento dos consumidores de suco entre os principais mercados para o
de laranja nos Estados Unidos. Os re- Carnes setor e agora é destino de 40,5% dos
sultados não são muito animadores. A carne bovina exportou US$ embarques realizados em 2017.
Segundo a consultoria, o consumo 362 milhões em abril, sendo este va- Para completar o total de ex-
continua em queda. Em quatro sema- lor muito abaixo do apresentado no portado pelo setor de carnes em abril,
nas, encerradas no dia 15 de abril, as mês de março (-25,4%). Por outro as vendas internacionais de carne de
vendas totais recuaram 7,6% e ficaram lado, os preços foram melhores. De frango somaram US$ 543,1 milhões e
em 126,1 milhões de litros, ante 136,4 acordo com informações da Abiec 317,7 mil toneladas, queda de 11,2%
milhões de litros no mesmo período da [Associação Brasileira das Indústrias e 23% respectivamente, se compara-
safra 2015/2016. O relatório também Exportadoras de Carne], divulgadas das ao mesmo período em 2016.
aponta alta de 3,9% nos preços. na revista Globo Rural, o mal resul- Foram razoáveis os últimos
tado ainda é resposta aos impactos 30 dias ao agro. Mas o otimismo
Grãos da Operação Carne Fraca da Polícia está maior.
A Conab voltou a atualizar sua
previsão a respeito da safra nacional
de grãos 2016/2017. O órgão estima
que o país produzirá 232,023 milhões
de toneladas. O valor é otimista devi-
do ao crescimento de área e às boas
produtividades médias. A produção
de algodão deve aumentar, sendo *Marcos Fava Neves é **Rafael Bordonal Kalaki é ***Giulia Machado Agostini é
professor titular da FEA-RP/ engenheiro agrônomo, sócio graduanda em Administração
a oferta de caroço de 2,23 milhões
USP na área de estratégia e do Markestrat e doutorando em na FEA-RP/ USP.
de toneladas e a de pluma, de 1,48 professor Visitante da Purdue administração pela FEA-RP/USP.
University - EUA.

36
Banco de imagens

Patrocinador:

(16) 3605-1979 www.controlrisc.com.br

Canavial Sadio
Uso do controle biológico de pragas e doenças ganha espaço,
reduz prejuízos e agrega qualidade e produtividade

Eventos Arnaldo Jardim Açúcar


Simpósio discute Os cuidados com ISO Datagro discute
a importância do a água na produção o mercado mundial
setor na economia de alimentos do37
produto
38
39
PRAGAS

Controle eficaz Brasil ainda responde por 1/5 do consumo mundial


de agrotóxicos, mas o controle biológico ganha espaço,
beneficiando a qualidade e o aumento da produtividade

Marcela Falsarella o controle biológico consiste no uso de orga-


nismos que ocorrem naturalmente no meio
Cada vez mais, a população se preocu- ambiente, visando prevenir, reduzir ou erra-
pa com o que consome, buscando qualidade e dicar a infestação por pragas e doenças nas
procedência. De acordo com a Agência Na- plantações, de forma a não causar danos eco-
cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Bra- nômicos à cultura.
sil é responsável por um quinto do consumo O trato com o controle biológico per-
mundial dos agrotóxicos produzidos no mun- mite, conforme a associação, o acréscimo de
do. Uma luz vermelha que chama a atenção benefícios, como melhora da qualidade da
não só de ambientalistas, mas da sociedade matéria-prima e aumento da produtividade,
como um todo. Visto como um agente redu- enquanto os defensivos químicos focam na
tor do uso de pesticidas químicos, o controle proteção da planta.
biológico ganha espaço, como sinônimo de Outra aplicação bem vista é Manejo
sustentabilidade. Integrado de Pragas (MIP), sistema que com-
Na cana-de-açúcar, controle Segundo a Associação Brasileira das bina práticas naturais e químicas. "Acredita-
biológico tem se mostrando
bastante eficaz, reduzindo Empresas de Controle Biológico, a ABC Bio, mos que os defensivos biológicos chegaram
prejuízos

Divulgação/Embrapa

40
Divulgação/CIDASC

para compor um pacote de ferramentas de


manejo que resultem em soluções para pro-
blemas fitossanitários, no qual os químicos
também estão inseridos. Os biodefensivos
acabam tendo uma convivência harmoniosa
com os defensivos químicos, com uma natu- Uso de agrotóxicos no Brasil acende
sinal de alerta de ambientalistas e
ral substituição de moléculas superadas. Há de consumidores preocupados com
um entendimento de que os biológicos são qualidade e procedência
uma importante ferramenta para a preserva-
ção da eficiência das moléculas químicas", nicas de seleção. O fato de a nossa agricultura ser de característica tro-
explica Amália Pizentim Borsari, consultora pical favorece a atividade biológica e, portanto, contamos com maiores
executiva da ABC Bio. problemas fitossanitários durante o ano todo, o que estimula o desenvol-
A aplicação é eficaz em diversos está- vimento de novos produtos”, afirma Amália. “Em relação aos produtos,
gios da plantação. O controle biológico pode especificamente, novas formulações possibilitam a aplicação do defen-
ser feito no plantio, nos períodos vegetativo sivo biológico concomitantemente com outros defensivos, facilitando o
e reprodutivo e de forma preventiva. O ideal, manejo. Além disso, há novidades com o advento de equipamentos para
porém, é aplicar na medida em que for de- aplicação, como os drones ou os de liberação de produto [cartelas/cáp-
tectada a presença de pragas ou doenças. Na sulas] acoplados em motocicletas".
cultura canavieira, por exemplo, o resultado
tem se mostrado bastante satisfatório. Paulo
Donadoni, gerente de marketing estratégico
cana da Bayer, afirma ser possível usar mais
Organismos Organismos
de um organismo na mesma cultura. “No microbiológicos: macrobiológicos:
caso da cana-de-açúcar, a área pode receber
o controle para broca-da-cana, cigarrinhas e Alguns exemplos Alguns exemplos
nematoides”. são os vírus, são vespas
Os organismos envolvidos no controle fungos, bactérias parasitoides de ovos,
biológico se dividem em dois grupos: micro-
entomopatogênicas e ácaros predadores
biológicos e macrobiológicos. Para serem co-
bactérias antagonistas. e nematoides
mercializados, eles passam por processos de
formulação para que se mantenham em for- entomopatogênicos.
mas físicas específicas, considerando a ativi-
dade biológica, a estocagem e a aplicação de
cada um. Após esses processos, são disponibi-
lizados em grânulos, suspensão concentrada,
Divulgação/Asplan
pó molhável WP, em cartela contendo ovos
parasitados ou em cápsulas de microvespas.
No caso dos macrobiológicos, são oferecidos
ovos, pupas, larvas ou insetos vivos.
"Temos tido uma evolução importante
em formulações e desenvolvimento de novos
organismos, assim como em formas de apli-
cação e melhor proteção deles. Acreditamos
que, num futuro próximo, haverá o melhora-
Uso do parasitoide Cotesia flavipes
mento de micro-organismos alterando as téc-
reduziu em 80% de uma década para
outra as perdas nos canaviais
41
42
43
INFORME PUBLICITÁRIO

VIII Simpósio
Tecnologia de Produção
de Cana-de-Açúcar
Com o tema “A importância do setor nutenção de canaviais produtivos.
sucroenergético na economia brasileira”, se Buscando reunir profissionais, estu-
iniciará a oitava edição do Simpósio Tec- dantes e pesquisadores do setor sucroener-
nologia de Produção de Cana-de-Açúcar, gético para discussão das tecnologias que
iniciativa do Grupo de Apoio à Pesquisa e envolvem a produção da cana-de-açúcar,
Extensão (GAPE), vinculado ao Departa- de modo a promover a evolução do setor
mento de Ciência do Solo da Escola Superior a partir da difusão de informações e tec-
de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/ nologias, bem como gerar necessidades de
USP), programado para os dias 12 a 14 de pesquisas sobre o assunto, o simpósio al-
julho de 2017, em Piracicaba (SP). cança mais uma edição sob a coordenação
O evento, que surgiu em 2003, vem dos Professores Doutores Godofredo Cesar
inserido em cenário positivo para o setor Vitti, Pedro Henrique de Cerqueira Luz e
sucroenergético nacional, uma vez que o Rafael Otto.
Brasil é o maior produtor mundial de cana- Ocorrendo a cada dois anos, o even-
-de-açúcar, destacando-se como responsá- to, que conta com 700 vagas, possui progra-
vel por mais da metade do açúcar comer- mação diferenciada, totalmente voltada à
cializado no mercado internacional, além área técnica e especialmente idealizada pe-
de também possuir o título de segundo los professores envolvidos na organização
maior produtor mundial de etanol. do evento, os quais são importantes figuras
Atualmente, a cogeração de energia do setor sucroenergético. A programação é
tem crescido de forma expressiva, além da extensa e inclui painéis sobre Cenário eco-
perspectiva de produção em larga escala de nômico, Fertilidade do solo e adubação,
etanol de segunda geração. Isto demons- Manejo do solo e do canavial, Inovações
tra a importância da cana-de-açúcar para tecnológicas e Experiências no setor.
o setor agrícola brasileiro e, para manter
a competitividade da atividade, especial- As inscrições para o VIII Simpósio
mente em anos de crise, é imprescindível Tecnologia de Produção de Cana-de-Açú-
aumentar a produtividade e diminuir os car podem ser realizadas através do site
custos de produção. O manejo eficiente da www.simposiocana.com. Maiores infor-
fertilidade do solo e adubação da cultura, mações poderão ser obtidas pela página ou
assim como dos demais fatores de produ- ainda pelo e-mail gape@usp.br e pelo fone
ção, é uma estratégia interessante para ma- (19) 3417-2138.

44
45
OPINIÃO

Cuidar da água para


não faltar alimento
Arnaldo Jardim* quase 86 estádios do Maracanã, conseguem produzir variedades mais
onde haverá cercamento e ma- resistentes à seca em importantes cul-
Acompanhei, na cidade de nutenção para consolidação da turas como a soja e o café, com testes
Holambra, a execução das obras vegetação, com o objetivo de pre- em milho, trigo, cana-de-açúcar, arroz e
do programa Nascentes, da Se- servar as áreas de contribuição algodão.
cretaria de Agricultura e Abaste- dos mananciais de água no mu- Ou ainda no desenvolvimento de
cimento do Estado de São Paulo. nicípio, recuperação de estradas técnicas de irrigação por gotejamento,
Um encontro para falar da im- rurais, terraceamento agrícola e onde há economia de até 50% de água
portância da água, para nos lem- instalação de fossas biodigesto- para irrigar a lavoura. Sem esquecermos
brar que ela é fundamental para ras. ainda da microaspersão – a instalação de
a nossa vida, que sem ela não há A Federação das Indústrias pequenos aspersores responsáveis pela
alimento, não há vida. do Estado de São Paulo (Fiesp) distribuição da água. Nesse caso, como
Em Holambra, o Programa realiza eventos para avaliar os eles se encontram mais próximos do solo
Nascentes já é realidade com sua reflexos e impactos das mudan- do que o normal utilizado na agricultu-
visão integrada, recuperando es- ças climáticas sobre a economia ra, a perda pela evaporação é menor.
tradas rurais e áreas degradadas, brasileira e os setores produtivos. A Organização das Nações Uni-
implantando fossas biodigestoras O destaque é discutir os eventos das (ONU) diz que as áreas irrigadas,
e realizando o terraceamento, climáticos extremos e a seguran- nos países em desenvolvimento, devem
além do plantio de mudas nativas ça hídrica para atendimentos dos aumentar dos atuais 202 para 242 mi-
em centenas de propriedades. Já múltiplos usos dos recursos hí- lhões de hectares. Só na África, o po-
foram plantadas mais de 10 mil dricos – como o abastecimento tencial é de 40 milhões de hectares, dos
mudas em 6,4 hectares para recu- público, a geração de energia e a quais apenas 12 estão sendo aproveita-
perar 171 nascentes e 12 hectares produção de alimentos e indus- dos.
de vegetação nativa. trial. Nos países desenvolvidos, o total
O Programa Nascentes do A maior parte da água doce irrigado fica em torno dos 50 milhões de
Governo do Estado está sendo disponível no planeta é utilizada hectares, mas o potencial de expansão é
desenvolvido nas bacias hidro- na agricultura — cerca de 70%. menor, porque a agricultura já é intensi-
gráficas do Alto Tietê, Paraíba Já as empresas utilizam 20% da ficada. Por isso, a escolha da tecnologia
do Sul e Piracicaba-Capivari- reserva do planeta. Os 10% res- mais adequada e, sobretudo, a promo-
-Jundiaí, regiões que concentram tantes são de uso da população ção de métodos de irrigação que evitam
mais de 30 milhões de habitan- mundial para realizar tarefas di- o desperdício são fundamentais para
tes. O objetivo final é promover árias, como higiene pessoal, lim- atender à demanda por alimentos, com
a restauração de 20 mil hectares peza e para consumo próprio. o mínimo de impactos ambientais, como
de matas ciliares e proteger 6 mil Por isso é extremamente a degradação dos solos, dos aquíferos ou
quilômetros de cursos d’água. importante preservar, e a tecno- os processos de salinização.
Em Botucatu, o Programa logia é essencial para essa pre- Na Secretaria, orientados pelo
Nascentes recuperará, até o final servação. Por meio de desenvol- governador Geraldo Alckmin, desenvol-
de 2017, uma área equivalente a vimento genético, pesquisadores vemos o Programa Nascentes e outras

46
iniciativas que provam ser totalmen- isso tem ganhado cada vez mais nos- sos hídricos ao estudar a topografia
te possível unir cuidado com o meio sa atenção. Em 2016, nossa Compa- do local. A água não corre pela es-
ambiente e aumento de produtivida- nhia de Desenvolvimento Agrícola trada rumo ao rio para causar asso-
de. São ações para auxiliar o homem de São Paulo (Codasp) plantou 61 reamento. Ela fica armazenada em
do campo a preservar um bem sem mil mudas: 54 mil no reservatório de bolsões e garante riqueza ao solo.
preço como a água. Paraitinga, em Salesópolis, distribuí- Não há uma única solução
No Programa de Moderniza- das em um raio de 30 metros na área para manter a segurança alimentar
ção da Irrigação do Fundo de Expan- de preservação permanente (APP). quando a água é escassa. Todas as
são do Agronegócio Paulista (Feap), Outras 7 mil mudas em Holambra fontes de água – chuva, canais de ir-
o produtor pode buscar o financia- por meio de parceria entre a Secreta- rigação, águas subterrâneas e águas
mento de até R$ 250 mil, com o pra- ria de Agricultura e a Fundação Ban- servidas – são importantes.
zo de pagamento de até 84 meses – e co do Brasil.
carência de até 24 meses – com taxa Pelo Programa Melhor Cami-
de juros de 5,5% ao ano para o pe- nho/Pontos Críticos, readequamos *Arnaldo Jardim é
deputado federal
queno produtor e 7,5% ao ano para no ano passado 270 quilômetros de
licenciado (PPS-SP) e
os médios e grandes produtores. estradas rurais em 29 municípios. secretário de Agricultura
e Abastecimento do
Cuidar bem da água é também Obras que, além de tornar o tráfego
Estado de São Paulo
evitar o assoreamento e a erosão, e melhor, também cuidam dos recur-

O resultadO desta
qualidade
aparece na sua
prOdutividade.
Calcário Itaú. Mais fino, mais puro,
mais eficiente e mais econômico.

www.vcimentos.com.br | F: (16) 3019 8110 | vendas@calcarioitau.com.br 47


EVENTOS

No mundo do açúcar
Posicionamento do produto nas relações comerciais entre países e como fonte de energia
marcou a 11ª edição da ISO DATAGRO, em Nova York

Fotos: Divulgação DATAGRO

Com informações da assessoria de imprensa

A ISO DATAGRO New York Sugar & Etha-


nol Conference chegou à 11ª edição em 2017. A
conferência, realizada pela International Sugar Or-
ganization (ISO) em parceria com a DATAGRO,
no dia 10 de maio, no New York Hilton Midtown
Hotel, em Nova York, se destaca como um dos im-
portantes encontros do setor sucroenergético, sen-
do um marco e uma referência técnica para o setor
de açúcar e etanol a nível mundial.
Com o tema “O Mundo do Açúcar em
Transformação”, o evento teve, como um dos ob-
jetivos, posicionar o açúcar como alimento e fonte
de energia para as pessoas, destacando sua impor-
tância em uma dieta equilibrada, além de mostrar Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, durante abertura do evento, que
as vantagens do etanol como biocombustível avan- traça perspectivas para o setor sucroenergético mundial

çado, ambientalmente correto, que gera emprego e


poupa divisas. As palestras colocaram em pauta a
guerra do açúcar, as discussões sobre os mercados
europeu e brasileiro, as relações comerciais com o
mercado asiático e os desafios da energia renovável
Pós-Trump.
A conferência reuniu líderes empresariais,
traders e autoridades para um dia de palestras com
renomados especialistas dos setores sucroenergéti-
co, financeiro e logístico. Entre os palestrantes, es-
tiveram Jeff Dobrydney, Vice Presidente da Jenkins
Sugar Group; Michael McDougall, Vice-Presiden-
te da Newedge; Prasert Tapaneeyangkul, Presiden-
te da Environmental Engineering Association of
Thailand; Helder Gosling, Diretor Comercial da
São Martinho; José Orive, Diretor Executivo da
ISSO – Internacional Sugar Organization; e Ro-
berta Re, Diretora Geral da World Sugar Research
Executivos de vários países acompanharam as palestras, proferidas por
Organization –WSRO. diversos líderes empresariais

48
49
PROMOÇÃO

Quem ganha é você


Grupo AgroBrasil fecha parceria com a rede de hotéis Nacional Inn para
que parceiros e leitores tenham descontos especiais em hospedagens
Sempre pensando em seus História cidade: Castelo Nacional Inn, Pou-
parceiros e leitores, o Grupo Agro- Fundada em 1970 em Poços sada Nacional Inn e os Hotéis Na-
Brasil inova mais uma vez, ao fe- de Caldas, a Nacional Inn Hotéis é cional Inn e Golden Park. Ao todo,
char uma parceria com a maior fruto do trabalho e persistência de são 267 acomodações entre aparta-
empresa brasileira do setor de ho- três irmãos. Na sequência, expandiu mentos e suítes, em unidades que
telaria com hotéis próprios: a rede suas atividades para Ribeirão Preto oferecem ampla estrutura para lazer
Nacional Inn. O grande beneficia- e por todo estado de São Paulo, con- e eventos em diversos pontos da ci-
do é você, que acompanha nossos centrando o maior número de unida- dade. Campos do Jordão é um dos
veículos de comunicação, tanto des no estado paulista. principais destinos turísticos procu-
impressos quanto digitais e, em rados no Brasil, por seu clima e ar-
breve, pela TV. Expansão quitetura europeia.
Ao final desta reportagem, um Campos do Jordão ganha,
anúncio da Nacional Inn traz um QR em junho, uma nova unidade Nacio- Referência
Code. É só aproximar o seu celular, nal Inn: o Hotel Dan Inn Campos do O processo de expansão é
com o uso do aplicativo de leitura do Jordão. São 98 acomodações entre fruto de estratégia que contem-
código, para receber mais informa- apartamentos e suítes. Os aparta- pla atuação em diferentes seg-
ções sobre a promoção, que permite mentos oferecem ar-condicionado mentos, como lazer, corporativo
a quem acompanha a nossa revista com aquecimento, lareira, TV LCD, e eventos. Essas características
e outros produtos fazer reservas com cofre e fechadura digitais, telefone, fri- aliadas à alta capilaridade confe-
descontos Especiais e Exclusivos. gobar, secador de cabelo e banheira rem à empresa maior penetração
de imersão. A área de lazer inclui um no mercado.
A rede Nacional Inn complexo de piscina aquecida, hidro- A Nacional Inn Hotéis, atenta
Há mais de 45 anos no mer- massagem e academia. O lobby, com às mudanças do setor, investe na
cado, a Nacional Inn Hotéis é refe- American Bar, completa a área co- frente digital com site e aplicativo e
rência no setor de hotelaria. Presente mum do empreendimento. Todos os mantém seu foco na experiência do
em sete estados e 23 destinos das ambientes têm sinal de internet Wi-Fi. hóspede, oferecendo em todas as
regiões Sudeste, Sul e Nordeste, a unidades, como cortesia, café da
empresa está em expansão no mer- Localização manhã e internet Wi-Fi.
cado nacional e abre em junho nova O Hotel Dan Inn Campos do
unidade em Campos do Jordão – São Jordão está situado na Rua Joaquim Destinos
Paulo, o hotel Dan Inn. Pinto Seabra, 177, na Vila Everest. A Araraquara, Araxá, Barretos,
A Nacional Inn marca presença unidade está a 800 metros da Esta- Belo Horizonte, Campinas, Campos
em importantes capitais como São Pau- ção Rodoviária, a alguns minutos do do Jordão, Curitiba, Foz do Iguaçu,
lo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curi- Centro de Convenções João Dória e Franca, Limeira, Piracicaba, Poços
tiba, Salvador, Porto Alegre e Recife. As do Centro Turístico Vila Capivari. de Caldas, Porto Alegre, Recife,
unidades se destacam por oferecer a Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Sal-
melhor relação custo x benefício, locali- Outros hotéis vador, Santa Rita do Passa Quatro,
zação estratégica e estrutura completa Além do Dan Inn, a empresa São Carlos, São José dos Campos,
para lazer, negócios e eventos. possui outras quatro unidades na São Paulo, Sorocaba, Uberaba.
50
51
En co ntre uma co o p e rat i va S i co o b p e r to d e você: Sicoob Cecres : (11) 2192- 9111
Sicoob Cocre: (19) 3401-2207 / Sicoob Cocrealpa: (18) 3502-2050 / Sicoob Cocred: (16) 3946-3355
Sicoob Coocrelivre: (16) 3820-6500 / Sicoob Coopcred: (18) 3401-1909 / Sicoob Coopecredi: (16) 3251-9700
Sicoob Credicap: (19) 3491-3339 / Sicoob Crediceripa: (14) 3761-3255 / Sicoob Credicitrus: (17) 3345-9000
Sicoob Credicocapec: (16) 3712-6600 / Sicoob Credicoonai: (16) 3636-3240 / Sicoob Crediguaçu: (19) 3593-9898
Sicoob Credimota: (18) 3341-9190 / Sicoob Credivale: (18) 3902-3800/ Sicoob Credlíder: (17) 3426-5510

SAC 0800 642 0000 | Ouvidoria: 0800 725 0996 | Atendimento: seg. a sex. - 8h às 20h | www.ouvidoriasicoob.com.br
Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458 | Demais serviços de atendimento: www.sicoob.com.br/fale-conosco

52
LOGGIA
POUPANÇA SICOOB
Seu dinheiro não para de render e
seu porquinho fica livre para viver.

Deposite seu dinheiro na Poupança Sicoob e dê um descanso


para o seu porquinho. A Poupança Sicoob é o lugar certo
para seu dinheiro ficar seguro e sempre rendendo para você.

#liberteseuporquinho

53
Divulgação/Embrapa

Piscicultura

O mercado está para peixe


Atividade apresenta bons índices e surge como alternativa
na área de proteínas animais do agronegócio

Bruna Bortoloti novos investidores. os pequenos produtores. Alves diz


O principal fator que contri- que enxerga uma realidade promis-
Quando o assunto é pei- bui para esse crescimento é a alta sora. “Certamente, a piscicultura é
xe vivo dentro – ou fora – da água demanda do consumidor brasileiro uma excelente alternativa de renda
fria, não se pode deixar de lado o por proteínas saudáveis. De acordo para pequenos produtores, gerando
mercado da aquicultura. Com uma com Anderson Luis Alves, pesqui- empregos diretos ou indiretos. Prin-
produção nacional que cresceu sador de Produtos e Mercado da cipalmente se os pequenos se orga-
mais de 120% nos últimos dez anos, Embrapa, um maior investimento do nizarem em associações ou atuarem
segundo a Empresa Brasileira de setor produtivo e pesquisas de no- como integrados de frigoríficos ou
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vas tecnologias para melhoramento cooperativas agrícolas, pois, assim,
o setor tem provado seu valor no genético também incrementam os têm maior competitividade com me-
plano geral do agronegócio, atrain- números. nor risco para escoar a produção”.
do olhares do comércio exterior e de Olhando especialmente para Isso porque, apesar da alta

54
procura, a oferta ainda está aquém. O Divulgação/Rio Doce Piscicultura

Brasil continua importando – e exportan-


do – boa parte de seus pescados. A tilá-
pia comanda como espécie mais cultiva-
da, correspondendo a 50% da atividade
e com crescimento de 15% ao ano, de
acordo com uma pesquisa divulgada em
2015 pela Embrapa. “Não podemos de-
pender apenas desta espécie para aten-
der o mercado cada vez mais exigente
por qualidade e preço. O Brasil precisa
ser mais eficiente nos sistemas de pro-
dução para baixar custos e tornar o nos-
so produto mais competitivo em relação
ao produto importado”, observa Alves.
Como alternativa, o presidente da
Associação Brasileira de Piscicultura,
Francisco Medeiros, coloca em pauta O principal fator que contribui para o crescimento da piscicultura é a alta demanda
outra espécie, que tem ganhado des- do consumidor brasileiro por proteínas saudáveis

taque. “O pintado é um peixe que tem


crescido muito na produção nos últimos um plano de negócios, assim precisaria ser trocada depois de
cinco anos, principalmente por não ter como em qualquer outro setor do três anos.
espinha no filé. Então, há uma perspec- também chamado agribusiness, é Além dessa, duas outras
tiva de que, nos próximos anos, vamos essencial, pois, se você não fizer tecnologias que têm chamado a
ter uma redução na curva de cresci- isso, suas chances de sucesso atenção são a identificação ele-
mento de peixes redondos, como bacu, estarão muito próximas de zero”. trônica dos peixes e a biometria.
tambaqui e pirapitinga, e um incremento Considerado o setor do “As duas são complementares,
significativo na do pintado”. Mesmo com agronegócio com o menor risco porém são destinadas a diferen-
essa perspectiva, a tilápia continua sen- de impacto ambiental, a pisci- tes áreas da produção. A chipa-
do o peixe com melhor valor no merca- cultura apresenta sempre novas gem é indicada para matrizes
do para investir no momento, pois “é um técnicas que permitem ajudar o em pisciculturas produtoras de
produto considerado commodity e con- produtor, evitando o desperdí- alevinos [formas jovens], com
sumido em mais de 140 países”. cio. A tecnologia com bioflocos, o objetivo de auxiliar no contro-
por exemplo, utilizada pela Bahia le do plantel de matrizes a par-
Atenção ao consumo Pesca, promete reduzir custos e tir da identificação individual do
Ainda segundo Medeiros, na dis- trazer maior facilidade na hora animal, vinculada a informações
cussão entre criar peixes nativos ou exó- de lidar com o sistema, pois utili- de origem, sexo, dados de ma-
ticos, deve-se levar em conta a prefe- za microalgas, bactérias e outras nejo reprodutivo, e pedigree”.
rência do consumidor. “Quem vai entrar substâncias, como fezes e peda- Já a biometria é destinada justa-
nessa atividade, antes de colocar o pei- ços de ração, para que a água do mente ao acompanhamento dos
xe na água, tem que saber para quem local de criação possa ser reutili- lotes de alevinos em engorda
vai vender, como vai vender, como vai zada. Uma inovação como essas para determinar o desempenho
entregar e quanto vai custar a produção, seria ideal para locais com baixo produtivo dos lotes produzidos a
diferente da tilápia, que já tem um mer- índice de chuvas, como o semi- partir dos cruzamentos dirigidos,
cado comprador”. E acrescenta: “Fazer árido brasileiro, pois a água só explica Anderson. Para o produ-

55
Divulgação/Embrapa Divulgação Rio Doce Piscicultura

Piscicultura

Considerado o setor do agronegócio com o menor risco de impacto ambiental,


a piscicultura apresenta sempre novas técnicas que permitem ajudar o produtor

tor de alevinos, a tecnologia permite retorno do investimento, diz que de- maiores produtores mundiais no
selecionar as matrizes com melhor pende do sistema a ser implantado. setor de aquicultura, é preciso se
desempenho e, para o de engorda, "É preciso considerar o tamanho do concentrar em outros nichos desse
um aumento nos lotes homogêneos investimento, a espécie cultivada, o mercado também. “Existe uma ex-
que, consequentemente, aumenta- mercado a que se destina a produ- celente perspectiva para agregar
rão a eficiência produtiva. ção. Em linhas gerais, um bom retor- valor a co-produtos do processa-
no se consegue a médio prazo". mento de pescado que são descar-
Preservação Gregório também destaca a tados, como pele, bexiga natatória,
Segundo o presidente da em- importância de um plano de negó- escamas, cabeça de camarão, a
presa Rio Doce Piscicultura, Thiago cios para desenvolver, em conjunto partir dos quais podem ser extra-
Gregório, a questão da preserva- com o cliente, características de re- ídas substâncias químicas como
ção ambiental se faz muito latente torno de acordo com os investimen- colágeno, ácidos graxos, como o
no setor produtivo de qualquer em- to iniciais. Para o produtor que está ômega 3, quitosana, que possuem
presa. Os fatores que mais contri- começando, a dica é bem simples. alto valor de mercado no exterior,
buem para a conscientização, na "Busquei a maior quantidade de in- atendendo a indústrias de alimen-
visão dele, são "orientações através formação possível antes de qualquer tos, farmacêuticas e cosméticos”,
de treinamentos ou visita técnica in decisão. Assim, é possível minimizar afirma. “O salto que veremos daqui
loco, despertando nossos clientes os riscos inerentes à atividade”. pra frente será inúmeras vezes su-
e parceiros para a preservação e perior ao que vimos nos últimos dez
manutenção da qualidade da água, Próximos anos anos. Quando comparamos com
tornando a atividade menos impac- Para o futuro, o pesquisador outras proteínas, é mais favorável
tante possível". Anderson Luis Alves, da Embrapa, investir em peixe no momento”,
Economicamente falando, acredita que, como o Brasil conta completa o presidente da Associa-
quando questionado sobre a média com uma rica biodiversidade e tem ção Brasileira de Piscicultura, Fran-
de tempo para que o produtor tenha área suficiente para ser um dos cisco Medeiros.

Os tipos de piscicultura
Para investir nesse setor, é necessário que o produtor tenha consultoria de mão de obra especializada, para que
conheça a fundo como deseja aliar suas necessidades e limitações ao que se espera hoje no mercado. Abaixo,
confira a lista com todos os tipos de piscicultura:
- Piscicultura Extensiva: praticada, principalmente, em represas, lagos e açudes de tamanho delimitado, com
uma produção também limitada. Indicada, principalmente, para quem deseja estabelecer um negócio local.
- Piscicultura Semi-intensiva: realizada em criadouros artificiais, que são desenvolvidos de acordo com a neces-
sidade do produtor. Neste caso, alimenta-se o peixe com adubo, seres naturais da água e milho.
- Piscicultura Intensiva: voltada principalmente para comércio. Os viveiros construídos comportam muitos peixes,
visando otimizar os lucros através do uso de rações balanceadas para engorda.
Piscicultura Superintensiva: acontece em tanques de rede, permitindo uma alta produtividade, ganho de peso rápido
dos peixes e facilitando o manejo diário.

56
57
Firmino Piton

Eventos

Com conversa iniciada em

Embrapa 2011, autoridades de centros


de pesquisas da região
aguardam novas reuniões para

em Ribeirão? trazer unidade da instituição à


capital do agronegócio

Conhecida como a Capital Brasileira do Agronegócio, Ribeirão Preto tem


pedido analisado para receber Embrapa Agroenergia

Marcela Falsarella gócio (ABAG/RP), juntamente com a Brasileira de Pesquisa Agropecuá-


prefeitura, a Associação Comercial ria (Embrapa).
Localizada a 300 quilômetros (ACIRP) e o Pensa/USP (Centro de No último dia 18 de abril,
da capital paulista, Ribeirão Preto é Conhecimento em Agronegócios). Marcos Papa, vereador em Ribei-
vista no País como um polo agrícola, Eventos de grande relevân- rão e atual presidente da comissão
educacional e tecnológico. Antiga- cia para o setor também são reali- permanente do Meio Ambiente,
mente palco de importantes capí- zados na região. É o caso da maior Agricultura, Comércio e Serviços,
tulos da história cafeeira, acompa- feira sucroenergética do mundo, a entregou a Maurício Antônio Lopes,
nhou o desenvolvimento do plantio Fenasucro, em Sertãozinho, e da presidente da Embrapa, o pedido
e, atualmente, é referência em uma Agrishow, considerada a maior fei- de instalação da instituição pública
das mais importantes regiões do ra de tecnologia agrícola em ação na cidade. “A iniciativa vem a ma-
planeta em produção sucroenergé- da América Latina. Importantes durecendo há anos e, pela primeira
tica, atraindo indústrias, comércio e centros e instituições de pesqui- vez, tivemos contato com o presi-
serviços. Não à toa recebeu o título sas já operam na região, mas uma dente da Embrapa. Temos a USP,
de Capital Brasileira do Agronegó- conversa que começou em 2011, e o SUPERA Parque Tecnológico, o
cio, um reconhecimento da regional está sendo retomada agora, preten- CEISE Br [Centro Nacional das In-
da Associação Brasileira do Agrone- de trazer uma unidade da Empresa dústrias do Setor Sucroenergético e

58
Divulgação/ABAG/RP
Divulgação/ABAG/RP
Caso seja autorizada, nova unidade da Embrapa ficaria instalada
no SUPERA Parque Tecnológico

Biocombustíveis] e o IAC [Instituto Agronômico], enfim, uma unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Em-
todo um ecossistema produtivo de inovação na área de brapa Agroenergia, que ficaria no Parque Tecnológico,
agronegócios que vai ao encontro do espirito da Embra- local de referência em pesquisas e que possui o selo
pa”, disse Papa. de acreditação do INMETRO. “Quando empresas como
Para ele, a vinda da empresa fomentará novas a Embrapa vão ao ambiente de inovação, não apenas
pesquisas que atendam o segmento sucroenergético, absorvem, como também proporcionam sustentabilida-
com mão de obra de alta qualidade e estruturas locais de, fazendo a ligação entre conhecimento e indústria.
já disponíveis. “A cidade atingirá novos patamares sem Além disso, a própria Embrapa é um selo de qualidade
negar a essência, que é o agronegócio, mas avançando inquestionável”, declarou Antonio Adilton Oliveira Car-
cada vez mais na área de pesquisa, para desenvolver neiro, diretor presidente do SUPERA Parque.
tecnologias de produção que descarbonizem nossa A entrega do documento é um avanço nas nego-
produção agrícola e pecuária, um dos desafios da agri- ciações, que acontecem desde 2011 e envolvem, além
cultura brasileira. Sendo assim, podemos promover a do vereador Marcos Papa, o CEISE Br, o IAC e o SU-
ideia da economia de baixo carbono a partir daqui”. PERA Parque. Ainda não foram marcadas as próximas
A ideia debatida em documento é a instalação de reuniões para discutir o assunto com a Embrapa.

Divulgação

Entrega do documento foi


feita pelo vereador Marcos
Papa (esq.) ao presidente
da Embrapa, Maurício
Antônio Lopes

59
Fotos: Divulgação/ABAG/RP

Tecnologia

Lopes falou sobre a evolução do agronegócio do


País, que, em 40 anos, passou de importador a
exportador de alimentos

Agricultura digital
Este foi o principal tema de evento realizado em Ribeirão Preto
e que contou com a participação do presidente da Embrapa,
Maurício Antônio Lopes

Com informações da ABAG/RP Agronegócio (IBISA). exportador de alimentos e ainda se


Cerca de 300 pessoas parti- tornou um dos principais players do
Maurício Antônio Lopes, pre- ciparam. Entre elas, pesquisadores, agronegócio mundial. O agro bra-
sidente da Embrapa, inaugurou, no industriais, professores, universitá- sileiro fez isso incorporando tecno-
dia 19 de abril, no Centro de Cana rios, políticos e produtores rurais. logias muito particulares, voltadas
do IAC em Ribeirão Preto, a série Lopes escolheu como tema “O Fu- para as características tropicais do
de eventos “AGRO: Caminhos do turo da Agricultura - Cultivando com País. No pacote, a fixação biológica
Futuro”, uma realização da Asso- Inteligência”. de nitrogênio, o plantio direto, a in-
ciação Brasileira do Agronegócio – Para projetar o futuro, recor- tegração lavoura-pecuária-floresta,
Regional de Ribeirão Preto (ABAG/ reu ao passado. Falou sobre o ex- entre outras. O desenvolvimento tec-
RP) e do Instituto Brasileiro para traordinário feito do Brasil, que, em nológico, em constante evolução,
Inovação e Sustentabilidade do 40 anos, passou de importador a carrega uma característica comum:

60
a intensificação da sustentabilidade. Resultados com- isso, mais do que nunca, Pesquisa & Desenvolvimento
provados e quantificáveis promovem novos padrões de precisam estar nas pautas política e econômica do país.
produção, como a carne carbono neutro. Esse primeiro evento do “AGRO: Caminhos do
Mas, segundo o presidente da Embrapa, o futuro Futuro” ilustrou bem a proposta da ABAG/RP e do IBI-
vai exigir muito mais, pois o mundo está no limite do SA, de trazer para Ribeirão Preto, junto daqueles que
modelo de desenvolvimento dependente de recursos “fazem” o agronegócio, especialistas em diversas áreas
não renováveis. para discutir as novas oportunidades e os desafios que
As mudanças virão no ritmo do crescimento de- deverão ser superados pelo agronegócio nos próximos
mográfico mundial, atendendo aos anseios da socieda- anos.
de e com foco nas questões relacionadas ao clima. Em Segundo Mônika Bergamaschi, presidente do
1900, o mundo tinha apenas duas de cada dez pessoas IBISA e do Conselho da ABAG/RP, “a ideia é elevar a
morando na cidade e, em 2030, terá seis. A população conversa a um novo patamar, sobre o qual muitos ainda
será mais urbana, mais idosa, mais educada e mais não se deram conta. As questões são instigantes, pois
exigente. A maior porção da classe média habitará a contrariam a lógica do cotidiano. O interessante é notar
região Ásia/Pacifico, exercendo elevada pressão no pa- que, apesar de desafiadoras, as questões apresenta-
drão demandante por alimentos e energia. das trazem otimismo, pois descortinam um mundo de
Lopes, para exemplificar o momento das mu- novas possibilidades. Temos perdido um tempo precio-
danças nessa era digital, citou o presidente do World so com burocracia e ineficiências. Temos gasto energia
Economic Forum, Klaus Schwab, que acredita estarmos demais postergando a solução de problemas antigos
em plena 4ª Revolução Industrial, representada pelos por diferenças ideológicas. O futuro está aí, ao alcance
sistemas ciber-físicos: era do Big Data, da internet das de quem estiver aberto para recebê-lo. É esse colosso
coisas, da revolução genômica. de oportunidades que o ‘AGRO: Caminhos do Futuro’
Os novos padrões de consumo, continuou ele, abordará”.
pedem novos padrões de produção. É preciso atender Outros eventos da série estão previstos para o de-
e entender o novo consumidor. O mundo está pronto correr de 2017, em datas a ser agendadas, sempre com
para isso e o Brasil precisa acompanhar a onda. Por temas de interesse do agronegócio e da sociedade.

Cerca de 300 pessoas participaram, entre


pesquisadores, industriais, professores,
universitários, políticos e produtores rurais

61
Tecnologia

Tratores sem piloto, controlados


à distância, já são mais comuns
do que se imagina em fazendas
brasileiras

Inovar é preciso
Técnicas de agricultura de precisão ganham cada vez mais
espaço no campo, o que permite ganho de produtividade e evita
desperdício nas lavouras

Bruna Bortoloti muns nas lavouras de soja e milho, propriedades rurais traz ganho de
somando cerca de 83%. E quando o produtividade.
Qualidade demanda inova- assunto são lucros, a porcentagem Um dos lançamentos da em-
ção, e disso o setor agrícola entende é maior ainda: 93,8% dos produto- presa, o FarmLink, é recomendado
bem. Para mais de 53% de agricul- res afirmaram ter tido ganhos em para o produtor que deseja fazer
tores no Brasil, segundo pesquisa produtividade. um acompanhamento em tempo
da Empresa Brasileira de Pesquisa Pensando nisso, não é mais real, do computador ou do celular,
Agropecuária (Embrapa) e do Servi- estranho ver por aí tratores sem pi- da umidade do solo, pois faz um
ço Nacional de Aprendizagem Rural loto e drones sobrevoando lavouras: monitoramento contínuo das áre-
(Senar) realizada em 2014, a agri- essa realidade já se tornou mais do as irrigadas. Inovações como essa
cultura de precisão tem parecido que comum em fazendas espalha- permitem “unir as demandas de
se encaixar perfeitamente quando o das pelo país. “A boa base de todo clientes com os avanços das tec-
assunto é o melhor cuidado com o crescimento é o conhecimento”, nologias e as tendências interna-
solo, insumos e culturas por meio do afirma Marcio Albuquerque, diretor cionais”, afirma.
uso das tecnologias de ponta. da Falker, empresa voltada a pro- Para quem deseja implantar
Ainda segundo a pesquisa, dutos para este setor. Para ele, a esse tipo de gestão, Albuquerque
essas novas técnicas são mais co- profissionalização na condução das dá alguns conselhos, mas lembra

62
que é sempre bom ter em mente que a agricultura
de precisão não faz milagre, pois os bons resulta-
dos só vêm de uma boa plantação. “Busque estar
bem assessorado, com bom conhecimento. Bus-
que sempre desafiar os limites de produtividade”.

Histórico da fazenda
Do ponto de vista do produtor da Fazenda
Seis Irmãos, em Balsas (MA), Joel Carlos Hendge,
com o uso da agricultura de precisão houve melho-
ras do negócio como um todo, pois a informação
gerada pelos dados coletados permite a criação de
um grande histórico da propriedade, fazendo com
que “as decisões se tornem cada vez mais asserti-
vas com o tempo”.
A fazenda, que já vem adotando sistemas de
agricultura de precisão há 16 anos, está vendo todo
o investimento inicial sendo ressarcido, uma parte
em prazos curtos, outra com mais tempo. A melhor
organização das informações da lavoura por par-
tes e a redução de desperdícios de insumos foram
as primeiras mudanças observadas por Hendge.
Sistema de irrigação lançado
“Resolvemos iniciar com estas tecnologias pois seu pela Falker permite, em tempo
custo inicial e mudanças iminentes se ajustaram as real, acompanhamento da
umidade do solo
nossas condições de trabalho na época, devendo
cada um decidir por conta própria por onde come-
çar de acordo com sua própria realidade”.
Graças ao uso desse tipo de gestão, foi
possível juntar todos os dados colhidos em cam-
po, como análises em grade de solo, aplicações
de fertilizantes, corretivos em taxa variada de
P (fósforo), K (potássio), gesso e calcário, bem
como o monitoramento da colheita em 80% das
colhedoras de grãos da propriedade, em apenas
um software, o Inceres Web. “Ele [o software] nos
permite acessar dados de solo, produtividade e
baixar arquivos de aplicação pela web de onde
estivermos”, explica Hendge.
Quando o assunto são melhorias, ele diz
que gostaria de ver mais tecnologias robóticas e
autônomas, pois elas proporcionam o acúmulo de
conhecimento e reduzem a quantidade de pesso- Esquema mostra funcionamento do FarmLink:
as envolvidas no processo de produção, fazendo equipamentos de irrigação são ligados a uma central de
rede e podem ser acessados de qualquer lugar
com que haja diminuição nos gastos. “Gerir solos,

63
Tecnologia

plantas, insumos e processos só é possível com muita software. Esses dados geram mapas de superfície, que
informação. Informação esta que a agricultura de preci- indicam a um consultor especializado qual a recomen-
são possibilita através de suas diversas ferramentas e dação de fertilidade correta para a área e quanto aquele
métodos. O importante é começar”. solo deve ser corrigido. É elaborado, então, um plano es-
tratégico, a ser implantado com a anuência do produtor.
Gestão Por fim, há a aplicação no sistema de controle das má-
Para o engenheiro agrônomo e CEO da APagri quinas. “Hoje, temos máquinas que distribuem a informa-
Consultoria Agronômica SA, Sergio Luis Goes, a agricul- ção e o insumo, em taxas variadas”, lembra Goes.
tura de precisão possibilita ao profissional do campo uma Quanto ao futuro da atividade no Brasil, o enge-
melhor gestão do negócio, fazendo com que a produção nheiro acredita que “o solo continua sendo o alicerce
seja potencializada com o mínimo de perdas possível. para produção”, mas que o melhor uso dos sistemas
Segundo ele, a semente, hoje, é um dos insumos mais de coleta de dados e o bom gerenciamento das in-
importantes para essa produção, porque dentro dela “já formações obtidas em cada área serão os próximos
há todo um pacote tecnológico, de forma que seu valor passos. Para quem deseja implantar o sistema, Goes
agregado seja cada vez mais alto”. recomenda uma boa administração dos custos, com
Quando ela cai numa terra fértil, então, as chances foco em margem de lucro e nos retornos para cada
de sucesso aumentam. Para fazer a avaliação do solo, investimento, em curto ou longo prazo. A consultoria
primeiro é feito um diagnóstico georreferencial da área, de alguém experiente na área, como um agrônomo ou
já com prévias das posições de coleta através de GPS. empresa especializada, também é importante, para
As amostras obtidas vão para um laboratório. Com o re- que “as tecnologias sejam usadas de maneira mais
sultado, é feito o processamento de dados através de um harmônica e saudável”.

Drones ganham espaço: além de


monitorar as propriedades, eles
coletam imagens que ajudam no
diagnóstico da área

64
65
Sustentabilidade

Plástico de resíduos
Thaís Silvério A proposta surgiu nos
laboratórios do Departamen- Pesquisadoras da USP-
Pesquisadoras da USP de to de Química da Faculdade Ribeirão desenvolvem um
Ribeirão Preto buscam uma al- de Filosofia, Ciências e Letras
produto biodegradável,
ternativa ao plástico comum. O (FFCLRP). Sob orientação da
projeto avança para um produ- professora Delia Rita Tapia Blá- feito com restos da
to totalmente biodegradável. O cido, a química Bianca Chie- agroindústria e que permite
objetivo é usar resíduos do pro- regato Maniglia, outras duas melhorar a qualidade dos
cessamento de alimentos pela alunas de mestrado e uma em produtos embalados
agroindústria e que ofereçam, iniciação científica foram as
portanto, polímeros naturais, con- responsáveis pelo resultado do
tribuindo para o meio ambiente. trabalho até o momento. Elas desenvolveram um plástico filme para
aplicação no setor de materiais. A novida-
Fotos: Divulgação
de é à base de amido e proteína.
O plástico comum vem das resinas,
um composto orgânico derivado do pe-
tróleo. É mais usado em razão do custo
acessível para as empresas que o fabri-
cam, o que não abre espaço para uma
concorrência com o biodegradável. Mas
o impacto das refinarias começa já a par-
tir da extração, etapa na qual algumas
práticas são altamente poluentes. Diante
disso, surgiu a ideia de trabalhar com ma-
térias-primas de fontes renováveis, con-
seguidas com maior facilidade. “O apro-
veitamento dos subprodutos da indústria
de alimentos tem grande potencial para a
oferta dos polímeros de que precisamos”,
explica Delia.
Bianca afirma que a dificuldade
está em tornar o resíduo apto a formar os
filmes plásticos, pois o subproduto pode
vir danificado. “`Isso deixa os processos
para torná-lo com capacidade filmogêni-
ca bem mais complexos”. Com isso, só
Plástico produzido com resíduo da extração do pigmento de cúrcuma
devem chegar com rapidez ao mercado
as blendas, uma mistura de polímeros

66
À esq., professora Delia Rita Tapia Blácido, acompanhada
de Bianca Chieregato Maniglia

biodegradáveis com não biodegradáveis (de petróleo).


“Dessa forma, teremos o aproveitamento de resíduos
agroindustriais como fonte de energia renovável, redu-
ziremos a porcentagem de fontes sintéticas e agregare-
mos a biodegradabilidade, podendo ainda contar com
as excelentes propriedades dos plásticos comuns”.
Delia acrescenta que a conversão da matéria-prima
em plástico biodegradável não é fácil porque, nesse caso,
os polímeros contêm uma estrutura complexa, resultado
do processo agroindustrial ou de características do pró-
prio vegetal, como o alto teor de material lignocelulósico
na estrutura de resistência da planta (constituído apenas
de carbono, hidrogênio e oxigênio).
Há no mercado outros plásticos que, apesar de se-
rem produzidos a partir de fontes renováveis, são consi-
derados nocivos à natureza. Essas fontes são, na verda-
de, matérias-primas para a produção de outro composto,

Plástico proveniente
da extração do óleo de
babaçu

67
Sustentabilidade

Grupo de pesquisa da USP-Ribeirão da qual fazem parte as pesquisadoras


que desenvolveram o plástico biodegradável

que resulta no polímero PLA (ácido poliláctico), bio- formado em matéria orgânica, diferente de outros, que
degradável apenas em boas condições de composta- só se degradam em usinas de compostagem. O proce-
gem: presença da luz, umidade, temperatura adequa- dimento dessas usinas é manipular o material através
da e quantidade correta de microorganismos. de processos químicos que resultem em adubo, mas o
processo é demorado.
Reaproveitar Os estudos levaram pouco mais de seis anos.
De acordo com as pesquisadoras, diante da fal- As pesquisadoras pretendem ainda aprimorar o pro-
ta de conscientização das pessoas para com o plane- duto, reduzindo possíveis falhas praticamente a zero.
ta, é necessário que, além dessa iniciativa, outros gru- Bianca conclui dizendo que, devido à alta ca-
pos de pesquisa descubram maneiras sustentáveis, a pacidade de absorção de água, o plástico biode-
partir da utilização de produtos descartados. Mesmo gradável ainda não é considerado adequado para
que a maioria dos resíduos seja constituída por não embalar alimentos que apresentem intensa ativida-
recicláveis, muitos itens podem ser reaproveitados. de hídrica, como morangos. Em contrapartida, jus-
Os primeiros experimentos do plástico desen- tamente por essa propriedade, é capaz de melhorar
volvido na USP mostram que ele demora cerca de um a qualidade de diversos produtos que dependem de
mês para se decompor. Ao final do processo, é trans- boa umidade.

68
Informe Publicitário

Guto Figueiredo representa Ribeirão Preto no


motociclismo e tem a Revista Terra&Cia / CanaMix
como um de seus patrocinadores
Empresário de 46 anos é o atual vice-campeão da SuperBike Brasil
Divulgação

Ribeirão Preto é lar de um dos objetivo é estar mais competitivo


grandes nomes do motociclismo na- neste ano e buscar sempre a vitória
cional: Guto Figueiredo. O empresá- de igual para igual. A expectativa é
rio de 46 anos é o representante da chegar entre os cinco primeiros no-
cidade na SuperBike Brasil, a maior vamente”, comenta Guto.
competição da modalidade na Amé- O próximo desafio de Guto foi
rica Latina. Guto disputa a categoria no dia 28 de maio, na 2ª Etapa da
“Light” e busca o primeiro título na SuperBike Light 2017, disputada no
competição, após dois vice-cam- circuito de Interlagos, em São Paulo.
peonatos consecutivos, em 2015 e
2016. Carreira
Para atingir o objetivo, ele Guto iniciou sua carreira no
promoveu mudanças técnicas em motociclismo em 2013 após partici-
sua motocicleta, além de ter se par de alguns Tracking Days, dispu-
preparado melhor fisicamente, per- tando duas etapas do Campeonato
mitindo um melhor desempenho na Brasileiro de SuperBike. Com os
competição. “Estou confiante que bons resultados, Guto decidiu inves-
Seja você também nosso
serei mais rápido neste ano”. Guto tir na carreira e em 2014 conquis-
patrocinador - (16) 98181 4884
lembra que os patrocinadores foram tou o primeiro título: o Campeonato
muito importantes para as dispu- Goiano de motovelocidade. Desde
tas anteriores e a preparação para 2015, Guto Figueiredo disputa a Su- no cenário nacional, ele projeta os
2017. “Graças ao apoio que recebi, perBike Brasil, principal competição Campeões Nacionais de diversas
pude fazer as viagens e toda a lo- da modalidade no país, tendo con- Categorias.
gística que envolve o transporte da quistado dois vice-campeonatos, Hoje, a motovelocidade está
moto, peças e da equipe. Também em 2015 e 2016. na 4ª posição entre os esportes que
pude me tornar mais competitivo”. geram mais interesse no brasileiro
A temporada 2017 da Super- SuperBike Brasil e possui grande investimento por
Bike Brasil Light começou no dia 23 O SuperBike é um campeona- parte da mídia nacional, com trans-
de abril, em São Paulo. Até o final to de motovelocidade, assim como missões diretas em canais abertos e
do ano, serão disputadas mais sete o MotoGP e o Mundial de SuperBi- fechados.
etapas, cada uma somando pontos kes WSBK, possuindo mais de oito Guto Figueiredo é patrocina-
para a classificação final. A última categorias só de motos. É o maior do pela A2 Soluções em informática,
será no dia 3 de dezembro, em In- e mais disputado Campeonato das Passaredo, Revista Terra&Cia /Ca-
terlagos, quando o grande campeão Américas e figura hoje entre os cin- naMix, Elgin, Epson, KT5 Kawasaki,
da temporada será coroado. “Meu co maiores do mundo. Referência NCR Colibri e Porto Açaí.

69
Agronegócio e saúde Divulgação/Ozmedix

Contra
queimaduras
Pesquisa da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto (FMRP), da USP,
desenvolve técnica que permite
usar colágeno de boi e porco na
recuperação das vítimas

Leonardo Vieira De acordo com o professor Colágeno humano


Jayme Adriano Farina Júnior, chefe Além de ser uma proteína fun-
Com queimaduras de terceiro da Divisão de Cirurgia Plástica da damental na cicatrização, o colágeno
grau em 70% do corpo, incluindo tó- Unidade de Queimados do HC, as dá mais firmeza e elasticidade à pele
rax, pescoço e rosto, a costureira Ivo- peles derivadas dos colágenos de humana. Sua produção é natural do
nete Manfre, de 49 anos, que sofreu boi e porco são consideradas ma- organismo. Até os 25 anos de idade,
um acidente doméstico com álcool, trizes dérmicas por causa da capa- é denominado “colágeno de cresci-
está conseguindo ter movimentos de cidade de substituir a derme. Uma mento”. “Nosso organismo produz
volta graças a uma cirurgia desen- matriz recupera o tecido danificado colágeno por meio da pele, estrutura
volvida na Unidade de Queimados pelas queimaduras de maneira mais óssea, cartilagens e intestino”, afirma
do Hospital das Clínicas da USP de eficiente que os enxertos convencio- a nutricionista Gabriela Cury.
Ribeirão Preto. nais, que usam apenas pele humana. Mas, conforme as pessoas
No procedimento, são usadas Ele explica, no entanto, que vão envelhecendo, a produção muda
matrizes dérmicas (peles artificiais) uma pele artificial pode, em alguns para “colágeno de reparo”, importan-
de colágeno bovino e suíno. Elas são casos, incluir também a epiderme, te como repositor do organismo. Por
aplicadas sobre a derme – segunda camada mais fina, que fica na super- isso, a partir dos 25 anos, é funda-
camada da pele – para estimular sua fície da pele humana. mental cuidar da alimentação. Tal re-
regeneração, melhorar a aparência E por que usar o colágeno posição pode ser feita com a própria
das cicatrizes e corrigir a retração, desses animais? O motivo é a faci- carne bovina, rica em proteínas e vi-
que acontece com as cicatrizes de lidade na retirada da substância das taminas B6 e B12, o que explica seu
queimaduras em locais de articula- cartilagens durante o abate. O co- uso como fonte do material cirúrgico.
ção, como joelhos, pescoço, mãos e lágeno se encontra entre o osso e a
axilas, comprometendo os movimen- carne. As patas, suínas e bovinas, e Cirurgias
tos, como aconteceu com Ivonete. os tendões bovinos também ofere- A importância da troca da pele
cem muita cartilagem e colágeno. queimada pela artificial é que o colá-
Matrizes dérmicas geno cria “uma sustentação [seme-

70
lhante a um andaime] de fibras colágenas
para a adesão e migração celular pelos
Divulgação HC
seus poros, entre as fibras”, explica Farina.
Em outras palavras, devido ao fato
de o colágeno dar firmeza aos tecidos hu-
manos, é ele que, após a cirurgia, susten-
ta e faz a adequação das células ao novo
tecido aplicado na derme ou na epiderme.
O médico garante que não há riscos de re-
jeição. “Não rejeita porque o colágeno não
contém células, mas fibras colágenas”.
As cirurgias no HC são feitas com três
tipos de matrizes dérmicas: a Integra® (bo-
vina), a Matriderm® (bovina) e a Pelnac®
(suína). No caso da Integra e da Pelnac, o
processo é realizado em duas etapas. Pri- Peles artificiais, de boi e porco, são aplicadas na derme, para
melhorar a aparência de cicatrizes e a qualidade dos movimentos
meiro, é feita uma remoção das cicatrizes
causadas por sequelas de queimaduras
e, em seguida, é realizada a aplicação da Divulgação HC

pele artificial no leito das feridas criadas.


A segunda etapa é realizada depois
de cerca de três semanas, quando o pa-
ciente volta ao centro cirúrgico para rece-
ber um enxerto fino de sua própria pele, em
geral retirado da cabeça ou da coxa e que
é colocado sobre a pele artificial aplicada
antes. Já no caso da Matriderm, que foi a
usada em Ivonete, num mesmo procedi-
mento já é possível aplicar a matriz e o en-
xerto com a pele do próprio paciente.
A médica Fernanda Bianco Corrêa,
que participou da cirurgia da costureira e
vem estudando o caso, conta que, primeiro
foi aplicada a matriz bovina no pescoço da
paciente e, depois, o enxerto de pele foi fei-
to com tecido retirado do couro cabeludo.
Farina pontua que o uso de peles ar-
tificiais melhora a qualidade dos enxertos
de pele humana, causando um dano menor
na área de onde a pele tem que ser tirada.
Usando a matriz dérmica bovina ou suína,
Matriz dérmica Pelnac, de origem suína, exige duas etapas
o enxerto de pele humana é mais fino, ou
cirúrgicas, que são seguidas por sessões de fisioterapia
seja, a quantidade que terá de ser usada
de outra parte do corpo do paciente, para

71
72
73
Agronegócio e saúde
Arte Luciano Dias
cobrir a área operada, é menor.
Devido às peles artificiais não serem uma
tecnologia nacional – são fabricadas em labora-
tórios dos Estados Unidos e da Europa –, elas
não são baratas. Para as redes de saúde cre-
denciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS),
consegue-se uma redução do valor. Nesse caso,
o custo médio é de R$ 50,00 o cm².
O Brasil tem grande deficiência na fabri-
cação de produtos cirúrgicos, até mesmo de
matrizes dérmicas de pele humana, que, apesar
de serem mais baratas que as de origem animal,
dependem de bancos de pele, escassos no País.

Recuperação
Esquema simplificado mostra o posicionamento
Com o uso das peles artificiais, a recupe-
das camadas da pele humana
ração dos pacientes tem sido melhor, com redu-
ção das sequelas e da aparência das cicatrizes.
O tempo de internação de quem passa
pela cirurgia com as matrizes Integra e Pelnac praticamente o mesmo do enxerto convencional.
é maior em comparação com o enxerto comum, Depois da cicatrização, os pacientes são acompanha-
por conta do intervalo entre as duas etapas do dos por fisioterapeutas, que irão reeducar e reestabelecer os
processo. Outro fator é que, após os procedi- movimentos. As peles artificiais deixam as cicatrizes mais ma-
mentos cirúrgicos, existem cuidados a serem cias, o que representa um avanço no restabelecimento dos
reforçados. “Mantemos os pacientes mais tempo pacientes. Mesmo assim, a fisioterapia não deve ser descar-
internados porque o processo exige curativos e tada, principalmente para queimaduras em grandes áreas do
cuidados até a integração completa do enxerto”, corpo, que envolvem articulações, como o caso de Ivonete.
explica Fernanda. Para a Matriderm, o tempo é A costureira, que passou pelo procedimento há um ano

Divulgação HC

A médica Fernanda Bianco


Corrêa e seu orientador,
Pedro Soler Coltro: ela busca
descobrir quais matrizes se
adaptam melhor ao enxerto
de pele humana

74
Divulgação HC

O médico Jayme Farina (esq.)


é quem coordena a Divisão de
Cirurgia Plástica da Unidade de
e sete meses, ainda faz tratamento no hos- Queimados do HC
pital, mas percebe melhora significativa na
mobilidade do pescoço, uma das partes
mais atingidas no acidente. “Melhorou bas-
tante. Ele tava mais retraído”.

Estudo
O coordenador do projeto, Jayme
Farina, diz que a técnica é resultado de 20
anos de pesquisa. O HC vem aumentando
a quantidade de cirurgias realizadas devido
aos estudos, que passaram a envolver estu-
dantes de pós-graduação da USP.
A própria Fernanda é um deles. Ela
é mestranda na Divisão de Cirurgia Plástica retrai junto ao enxerto de pele humana feito após a aplicação da pele
do hospital e, além da evolução de Ivonete, artificial.
acompanha a aplicação em outros pacien- Cerca de 50 vítimas de queimaduras, de Ribeirão Preto e re-
tes com queimaduras de 2º e 3º graus. gião, já foram tratadas com a técnica da matriz dérmica. As cirurgias
O professor Pedro Soler Coltro, orien- são todas custeadas pelo SUS. Para participar do estudo, as vítimas
tador de Fernanda, afirma que a pesquisa precisam, primeiro, passar pela Unidade de Emergência do HC. Se for
da aluna tem como objetivo principal des- constatado que as fissuras comprometem os movimentos, os pacien-
cobrir qual das matrizes melhor regenera e tes são direcionados para que façam o tratamento mais adequado.

75
Divulgação

Eventos
Parque Fernando Costa, onde é
realizada a ExpoZebu, em Uberaba:
expectativa é que negócios tenham
atingido R$ 150 milhões

Para comemorar
Comerciantes destacam bons resultados comerciais da ExpoZebu
e planejam manter negócios o ano todo no Parque Fernando Costa,
onde a feira é realizada

Com informações da assessoria Entre os estabelecimentos que nal boutique de carne, a movimenta-
de imprensa participaram, está a Fox Fotografias ção surpreendeu não só pelo número
do Sul, empresa especializada em fo- de pessoas, mas também pelos horá-
Sucesso de público com 220 tografias infantis, com sede em Porto rios em que os clientes frequentavam
mil visitantes, a ExpoZebu também co- Alegre (RS). O estúdio roda o país fo- o estabelecimento. O sucesso foi tanto
memora os bons resultados com mo- tografando crianças de dois a 14 anos que os empresários decidiram conti-
vimentação financeira. Nesta edição de idade em feiras agropecuárias nuar o ano todo no parque. “Tivemos
da feira, 100% da área comercial foi espalhadas pelo Brasil. É o segundo uma rotatividade muito grande e uma
ocupada. Representantes de diferen- ano que a empresa investe na feira. média de faturamento de R$ 200 mil",
tes segmentos, como setores de veí- “No ano passado, consegui vender contou o empresário Guilherme Boa-
culos, vestuário, insumos, máquinas e 100 álbuns. Este ano, vendi mais de ventura.
equipamentos levaram seus produtos 500”, comemorou a vendedora Letícia A vaca PAZ da Estiva foi a gran-
para o Parque Fernando Costa, em Barazzutti, que acredita que os shows de atração durante a Expozebu 2017,
Uberaba-MG, de 29 de abril a 7 de foram um dos responsáveis pelo resul- com 1.350 dias produzindo leite inter-
maio, e não se decepcionaram. Ani- tado positivo. ruptamente, com 4 partos emendados
mados, muitos deles já manifestaram O faturamento também foi posi- sem secar. Além de produzir muito lei-
o interesse na renovação do contrato tivo no setor de bares e alimentação. te, possui uma carcaça diferenciada.
para 2018. No Kiosk do Armazém do Boi, tradicio- A vaca BELGA - AJCF, por sua vez, foi

76
Fotos Divulgação

a Grande Campeã e recordista da raça SIN-


DI no torneio de leite, com 42,64 kg. Ambas
as vacas campeãs pertencem ao empresário
Adaldio Castilho, da Fazenda Reunidas Cas-
tilho. Além das vacas PAZ e BELGA, o Touro
XILON foi o Grande Campeão Nacional e per-
tence ao condomínio: Adaldio Castilho, Cice-
ro de Souza e José Humberto Vilela Martins.
O setor automotivo também saiu satis- BELGA - AJCF, Grande Campeã e recordista
da raça SINDI no torneio de leite.
feito. No estande da concessionária Ubervel,
foram vendidas 15 caminhonetes (cada uma Uma mudança fenomenal. A tendência é que nos próximos anos seja me-
avaliada em mais de cem mil reais) e quase lhor ainda. Todos nós ganhamos com isso”.
cinquenta unidades foram negociadas na re- O faturamento também superou as expectativas da empresa Taura,
vendedora. Esse número ainda pode aumen- que atua no segmento de arames de aço. A empresa, que surgiu há nove
tar já que, segundo o gerente geral Marcelo anos, possui matriz em São Leopoldo-RS e tem filiais em Santa Catarina,
Jardim, muitos negócios começam na Expo- Mato Grosso e Minas Gerais. Expôs na feira pela primeira vez. O sucesso
Zebu e são concretizados depois. foi tão grande que os gestores planejam abrir uma loja fixa dentro do Par-
Outra comerciante feliz com a movi- que Fernando Costa. “De 100% das pessoas que entraram no estande,
mentação no parque foi Adriana Nascimento, 85% vieram direcionadas para compra e fechamento de negócio. Nossas
que há 26 anos comanda a lanchonete Lean- expectativas foram totalmente superadas. Parabenizo a Expozebu. Foi fan-
drini, localizada no interior do parque. Ela não tástico!”, festeja Alexandre Mariano Nogueira, gerente regional.
revela o faturamento, mas afirma que criado- A expectativa da organização da ExpoZebu é que tenham sido
res, comerciantes e visitantes estavam satisfei- movimentados, direta e indiretamente, R$ 150 milhões. “Essa ExpoZebu
tos. “Coisa que não se via há mais de cinco vai ficar na história porque mostramos nossa força para a economia bra-
anos”. Para ela, o fato do gado só ser liberado sileira. Trabalhamos e, por onde andamos no parque, recebemos retorno
na segunda feira (08/05) foi muito importante positivo”, comemora Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, presi-
para a feira e para a cidade. No último dia, vá- dente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebus), organi-
rias famílias visitaram o parque. “Foi excelente! zadora do evento.

Os empresários Adaldio
e Renata Castilho com
o Grande Campeão Nacional,
o Touro XILON da Estiva

77
GIRO DA TERRA Imagens: Divulgação

ABAG/RP recebe professores CNPC apoia a redução do volume externas do agronegócio brasileiro
para abertura do “Agronegócio da dose da vacina antiaftosa atingiram US$ 29 bilhões. Esse valor
na Escola” equivale a 42,6% do total das expor-
tações do País no período.
O destaque ficou para as ex-
portações do setor sucroenergético,
com crescimento de US$ 857,5 mi-
lhões nos açúcares bruto e refinado. A
soja em grãos também teve bom de-
sempenho com adicional de US$ 1,9
bilhão nos primeiros quatro meses de
O Conselho Nacional da Pecuária 2017 na comparação com igual perío-
de Corte está apoiando a decisão do do ano passado. (Fonte: CNA)
do Ministério da Agricultura para
Foi dada a largada para que se reduza de 5 ml para 2 ml o FAPESP e Shell selecionam
as atividades de capacitação do volume da dose da vacina antiaftosa projeto para criação de centro
Programa Educacional “Agrone- em futuro próximo no País. de novas energias
gócio na Escola”, desenvolvido O apoio inclui a retirada do
pela ABAG/RP desde 2001. No vírus “C”, considerado atualmente
primeiro evento, os professores desnecessário dentro da epidemio-
das redes municipais de ensi- logia da doença. Este vírus não á
no das 63 cidades participan- mais identificado no mundo desde
tes tiveram a oportunidade de 2005, quando ocorreu pela última
“aprender” sobre agronegócio vez no Quênia, na África. Países
e sustentabilidade, com pales- como Colômbia, Equador, Venezuela
tra do ex-ministro da Agricultura e Uruguai já tomaram estas medidas. A FAPESP e a Shell realizaram,
Roberto Rodrigues, coordenador (Fonte: Mecânica de Comunicação) em 16 de maio, na sede da FAPESP,
do GVagro e Embaixador da FAO/ um workshop para discussão dos
ONU para o cooperativismo, que CNA afirma que produtos temas de investigação científica e
buscou mostrar a importância do agro sustentam recorde tecnológica do futuro Centro de Pes-
deste setor para o Brasil e para da balança comercial quisa em Novas Energias, que será
o mundo. cofinanciado pela fundação e pela
Depois dessa etapa, os empresa. A chamada de propostas
educadores saem a campo para para apresentação de projetos de
visitas monitoradas. Os roteiros constituição do Centro foi lançada
priorizam importantes cadeias em abril e o prazo para apresenta-
produtivas da região, além das Os produtos do agronegócio ção de projetos se encerra neste 9
instituições de ensino e pesquisa foram responsáveis pelo recorde de junho. A divulgação dos resulta-
voltadas para o setor. A intenção no superávit da balança comercial dos será em 1º de setembro de 2017.
é que compreendam a dimensão brasileira, de US$ 21,4 bilhões, no O Centro poderá ter financia-
do agro, tanto econômica, quanto primeiro quadrimestre de 2017, um mento por até dez anos no âmbito
social e ambiental. resultado 61% superior ao mesmo do Programa Centros de Pesquisa
Em 2017, o programa terá período do ano passado. em Engenharia, da FAPESP. Para os
a participação de 171 escolas Um estudo feito pela Superin- primeiros cinco anos de atividade,
e mais de 21 mil alunos. (Fonte: tendência de Relações Internacio- está previsto um aporte de recursos
ABAG/RP) nais (SRI), da CNA, mostra que, de da ordem de R$ 16,7 milhões com-
janeiro a abril deste ano, as vendas partilhados pela FAPESP e a Shell.

78
As matérias na íntegra estão no Portal CanaMix: www.canamix.com.br

A instituição-sede do projeto sele- do garante isenção da taxa de en- Pesquisadores do CNPEM criam
cionado na chamada de propos- trada – que este ano terá o valor de sensor que avalia qualidade
tas participará com contrapartida R$ 100,00 –, além de mais praticida- do etanol
econômica na forma de salários de de, agilidade de acesso ao evento e
pesquisadores e pessoal de apoio, informações completas sobre a feira
infraestrutura e instalações. antes dos demais visitantes. (Fonte:
Os temas em foco no workshop Phábrica de Ideias - Assessoria de
seguiram foram os mesmos das qua- imprensa da Fenasucro)
tro divisões do Centro: transportado-
res de alta densidade de energia; ar- Pesquisa cria primeiro
mazenamento avançado de energia; inseticida à base de vírus contra
conversão de metano em produtos; e lagarta-do-cartucho Pensando em uma maneira
Marina Torres
ciência computacional de materiais. mais eficiente de controlar a quali-
(Fonte: FAPESP) dade do etanol que é produzido e
comercializado, pesquisadores do
Visitantes já podem se credenciar Centro Nacional de Pesquisa em
para a 25ª Fenasucro Energia e Materiais (CNPEM) de-
senvolveram um sensor que conta
com nanotecnologia para avaliar a
qualidade do combustível de manei-
ra simples, rápida e prática.
Agricultores passam a con- A Agência Nacional do Petró-
tar com um inseticida biológico que leo (ANP) determina que o teor míni-
A organização da Fenasucro tem como princípio ativo um vírus mo de etanol para sua utilização dire-
anunciou a abertura do credencia- de grande eficácia para controle da ta como combustível seja de 94,5%
mento online para quem pretende lagarta-do-cartucho, principal pra- vol. O dispositivo desenvolvido no
visitar o evento, que será realizado ga do milho, que acomete também Laboratório Nacional de Nanotec-
de 22 a 25 de agosto. Esta será a outras culturas, como soja, sorgo, nologia (LNNano), que pertence ao
25ª edição da feira, consolidada algodão e hortaliças. O primeiro in- CNPEM, tem a capacidade de ates-
como a maior e mais importante do seticida à base de Baculovirus spo- tar, em segundos, se o etanol avalia-
mundo exclusivamente voltada ao doptera, o CartuchoVIT, foi lançado do está dentro desta especificação.
setor sucroenergético. no último dia 12 de maio em Ubera- (Fonte: Medialink Comunicação)
O evento reunirá toda a ca- ba (MG), como resultado da parce-
deia produtiva da cana-de-açúcar, ria entre a Embrapa Milho e Sorgo Geração de energia a partir
apresentando as principais so- (MG) e o Grupo Vitae Rural. da casca do arroz tem cases
luções e inovações tecnológicas Uma vantagem do Cartucho- de sucesso
do mercado. Além de importantes VIT é o pequeno número de aplica-
marcas, está confirmada uma in- ções necessárias, em geral duas, o
tensa programação com palestras, que gera menor custo com máqui-
workshops, debates, encontros e nas agrícolas e mão de obra. As
seminários, com o objetivo de fo- avaliações de campo demonstram
mentar o aperfeiçoamento técnico e que o bioinseticida apresenta taxa
profissional do setor canavieiro. de mortalidade de 75% a 95% das
Para efetuar o pré-creden- lagartas-do-cartucho com até cinco Antes abandonada no pátio e
ciamento, o visitante deve acessar dias de idade (até quase 1 cm de sem função garantida, a casca de
a aba “credenciamento” no site do comprimento). (Fonte: Embrapa Mi- arroz passou a gerar energia atra-
evento. O cadastramento antecipa- lho e Sorgo) vés de sua queima. Apesar de não

79
GIRO DA TERRA
ser uma tecnologia nova, os produ- manual 12x12 com reversão mecânica herbicidas utilizará cerca de R$ 12
tores de arroz, por vários motivos, ou eletro-hidráulica aumenta a agilida- milhões do financiamento. (Fonte:
estão vislumbrando os seus benefí- de nas manobras. ComTexto Comunicação Corporativa)
cios e investindo na cogeração de Já o modelo MF 4275 Com-
energia elétrica. pacto Cabinado foi vencedor na EUA ameaçam retaliar caso o
O engenheiro da Sílica Verde categoria de Tratores Especiais. A Brasil volte a taxar importações
do Arroz (Pilecco) Lucas Mattei des- série, líder de vendas no segmento de etanol
taca que, além do diferencial am- de tratores há mais de 56 anos, foi
biental agregado na marca do pro- renovada e agora possui cabine,
duto final, o processo de cogeração garantindo o conforto e segurança
reduz os custos da cadeia de pro- necessários durante a jornada de
cessamento do arroz. “Redução de trabalho. O modelo alia ergonomia,
custos com energia elétrica, receita design, funcionalidade e rendimen-
extra com venda dos excedentes de to. O tanque, produzido em plásti-
energia e, principalmente, destino co, com capacidade para 60 litros, Os Estados Unidos ameaçam
e uso adequado de resíduos indus- também é destaque por diminuir os retaliar o Brasil caso seja aprovada
triais foram outras características riscos de contaminação com o com- qualquer taxação sobre a importação
que nos fizeram investir na cogera- bustível. (Fonte: CDN Comunicação) de etanol. Washington definiu essa po-
ção de energia”. (Fonte: TMG) sição num momento em que, por um
lado, as indústrias americanas bus-
Massey Ferguson vence em duas cam ampliar mercados e, por outro, o
categorias do prêmio Trator setor produtivo brasileiro tenta se pro-
do Ano 2017 teger contra a disparada recente das
importações.
Segundo uma fonte a par do
assunto, o governo americano enviou
uma carta à Câmara de Comércio Ex-
Ourofino Agrociência e Finep terior (Camex) após a União das In-
firmam parceria de R$ 60 milhões dústrias de Cana-de-Açúcar (UNICA)
Na última semana de abril, a pedir, em março, um imposto de 16%
A Massey Ferguson venceu Ourofino Agrociência e a Finep assi- sobre o produto importado. Procurada,
em duas categorias do prêmio Tra- naram contrato para financiamento contudo, a Camex informou que "não
tor do Ano com os modelos MF 4275 de R$ 60 milhões. O montante será tem conhecimento" sobre a ameaça
Compacto Cabinado e MF 6713. investido em desenvolvimento de americana. Praticamente todo o etanol
Anunciada durante a Agrishow 2017, novos produtos para a agricultura importado pelo país vem dos Estados
a decisão aconteceu por meio de nacional, melhoria das formulações Unidos. (Fonte: Valor Econômico)
uma comissão técnica. já existentes e também na imple-
O MF 6713, da série MF 6700, mentação da planta industrial de Maioria das usinas brasileiras
venceu no grupo dos tratores de 100 a WDG (Grânulos Dispersíveis). de cana ainda enfrenta
200 cv. Máquina de alto desempenho, Norival Bonamichi e Jardel dificuldades financeiras
contribui para aumentar a produtividade Massari, presidente e vice-presiden-
e proporciona economia de combustí- te da Ourofino Agrociência, e Victor
vel. Lançado na versão plataformada, Odorcyk, diretor de Inovação da Fi-
o trator possui a maior capacidade de nep, firmaram parceria para o biênio
levante da categoria com até 4.950 kg, 2017/2018, com 70% do valor cus-
para a realização de trabalhos com im- teado pela financiadora. Com inau-
plementos mais pesados, com exce- guração prevista para julho, a planta Enquanto grandes grupos
lente vazão hidráulica. A transmissão de Grânulos Dispersíveis (WDG) para como Raízen, Biosev e São Marti-

80
As matérias na íntegra estão no Portal CanaMix: www.canamix.com.br

nho podem buscar formas alternati- a produção sul-mato-grossense de dos, a cargo de um único fornece-
vas de financiamento, a maioria das cana deverá ter queda de 0,9% e dor (entre vários consultados), com
empresas de médio porte assumiu ficar em 49,829 milhões de tonela- reconhecida capacidade técnica e
mais dívidas ao longo dos últimos das. (Fonte: Correio do Estado) preço mais vantajoso. (Fonte: Coo-
anos e estão tendo dificuldades percitrus)
para processar mais cana, disseram Sicoob Credicitrus
especialistas durante o seminário in- e Coopercitrus investem R$ 1,2 Agricultores defendem a
ternacional de açúcar da F.O. Licht milhão em projetos sociais criação de um estatuto da
em São Paulo agricultura familiar
O recente declínio nos preços
do açúcar bruto em Nova York foi ci-
tado como um novo obstáculo para as
usinas brasileiras à medida que a nova
safra começa. O açúcar estava sendo
negociado, até o fechamento desta
edição, a cerca de US$ 0,16 por libra-
-peso em Nova York, após bater cerca A Sicoob Credicitrus e a Co-
de US$ 0,23 no fim do ano passado. opercitrus aprovaram, em março, a
(Fonte: UDOP por Reuters) destinação de aproximadamente R$ A Confederação Nacional da
1,2 milhão para projetos de 75 ins- Agricultura (CNA) defendeu a cria-
Mato Grosso do Sul produz 50,2 tituições sociais instaladas em 35 ção de um estatuto da agricultura
milhões de toneladas de cana municípios de sua área de atuação. familiar portuguesa, considerando
Os investimentos serão feitos com que é necessário criar mecanismos
recursos dos Fundos de Investimen- que apoiem e promovam este tipo
to Social (FIS) das duas cooperati- de produção.
vas, criados em 2005 e que atuam Segundo Alfredo Campos,
em conjunto sob a denominação membro da direção da CNA, é es-
única de Ação Social Cooperada. sencial o reconhecimento jurídico
Esses recursos são oriundos de da agricultura familiar, bem como a
uma pequena parcela (0,5% a 1%) criação de vários mecanismos de
Mato Grosso do Sul fechou a das sobras anuais a que têm direito apoio a esta produção, sendo a de-
safra 2016/2017 de cana-de-açúcar todos os cooperados, significando finição de um estatuto seria um pri-
com uma produção de 50,292 mi- que os investimentos serão feitos, meiro passo para se criarem medi-
lhões de toneladas, volume 3,3% na verdade, pelos 75 mil associa- das direcionadas para a agricultura
superior ao do ciclo anterior, e incre- dos da Sicoob Credicitrus e 26 mil familiar, seja na criação “de linhas
mento de 3,7% na área plantada, de da Coopercitrus. específicas de apoio à agricultura
596,8 mil para 619 mil hectares. Os projetos aprovados estão familiar”, seja na diferenciação des-
Os números, divulgados pela divididos em cinco categorias: as- te tipo de negócio em matéria fiscal
Companhia Nacional de Abasteci- sistenciais; produção e geração de ou de Segurança Social.
mento (Conab), apontam ainda que renda; educativos; socioeducativos; A conferência nacional, que
os ganhos em produção e área cul- e culturais. Aguardam aprovação será realizada em Coimbra, Portu-
tivada no Estado, favorecidas princi- final outros dez projetos, de enti- gal, neste mês de junho, vai contar
palmente pela estabilidade do clima dades de seis municípios, que pre- com a participação de especialistas
na maioria das regiões produtoras, tendem instalar sistemas de placas e académicos de diversas áreas,
foram registrados mesmo sem ocor- fotovoltaicas visando reduzir suas como a fiscalidade, economia, saú-
rer avanço na produtividade. Já para contas de energia. A Ação Social de pública, biologia, cultura, susten-
a próxima safra, segundo primeira Cooperada busca definir uma solu- tabilidade de territórios ou climatolo-
estimativa apresentada pela Conab, ção padronizada para esses pedi- gia. (Fonte: Observador)

81
Opinião

Gestão com
novo design
Marcelo Dias*

Victor Cabral
O pensamento convencional nas empresas no diz para ver
do macro para o micro. O pensamento do designer no diz para
ver do micro para o macro. Os líderes querem receber feedback
de seus colaboradores, mas, em muitos casos, desconhecem a
Janela de Johari (ferramenta que cria condições para que equipes
deem e recebam feedbacks), não estudam as metodologias ade-
quadas, não se atualizam em técnicas para melhorar seu compor-
tamento ou, pelo menos, para motivar seus pares subordinados.
Então, como podemos desenvolver o pensamento do de-
sign nos líderes do agronegócio? Observar diariamente o que
existe no campo. A beleza de uma folha, a simetria dos talhões,
o desenho das máquinas. O campo é um manancial de formas e
conteúdos. Desenvolver o hábito de olhar como um designer pode
ajudar a fazer a diferença.
Com grandes e rápidas transformações a cada safra, ve-
mos um campo sendo gerido cada vez mais com tecnologia, tanto
em equipamentos quanto na revisão de conceitos antigos, ainda
utilizados.
Nos próximos dez a 20 anos, teremos uma busca por me-
lhores práticas na oferta de alimentos no mundo. Acredito que,
para todos os produtores, do Vale do Paraíba ao Ceará, do Rio
Grande do Sul à Região Norte, passando pela energia verde no
Sudeste, muitos fatores serão fundamentais para contribuir com
*Marcelo Dias é diretor de
as demandas do planeta. marketing do Grupo AgroBrasil.
São necessárias gestão participativa, novas técnicas de
manejo do solo e do plantio, ferramentas mais inteligentes e co-
nectadas, fornecendo, simultaneamente, dados e análises no
instante em que acontecem, para que o gestor do agronegócio
possa tomar decisões mais acertadas sobre sua fazenda. Tam-
bém trocar informações, saber o que está dando certo e como
ser mais eficiente no campo. E, claro, tudo isso junto com polí-
ticas de financiamento e incentivos.
Nesse cenário, o agrodesign é uma realidade e, se bem tra-
balhado com grandes profissionais, pode alavancar uma safra de
gestores antenados com o valor, e não só com o preço. Acredito que,
assim, nasce uma cultura com aspecto saudável e mais produtivo.

82
83
84

Você também pode gostar