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A VOZ DO AGRONEGÓCIO
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A Sulphurtec Fertilizantes, empresa líder no segmento agrícola, possui uma linha de produtos específica para o cultivo da Cana-de-açúcar.
Nosso programa nutricional abrange desde o tratamento das mudas até a colheita. Os produtos são potencializados quando aplicados em conjunto
e sua utilização garante o aumento da produtividade, estimula enraizamento, proporciona maior ATR e impulsiona o crescimento vegetativo.
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EDITORIAL
Sobrevivendo às turbulências
Q
uase ao mesmo tempo, tivemos duas notícias, uma que impacta
mais o agronegócio e outra, o País como um todo. A primeira é
boa. A segunda, péssima. O otimismo veio com o faturamento da
Agrishow, realizada de 1º a 5 de maio em Ribeirão Preto-SP. Após dois
anos de resultados bastante ruins, os negócios agora em 2017 tiveram
um leve salto e fecharam o evento em R$ 2,2 bilhões, contra R$ 1,9 bi e
R$ 1,95 bi em 2015 e 2016, respectivamente. Um dos principais objetivos
para este ano era passar, novamente, a marca dos R$ 2 bilhões, o que foi
alcançado, sinalizando novos ventos para o setor.
Claro que aquela que é considerada a maior feira de tecnologia
agrícola da América Latina e uma das três maiores do mundo tem muito
a melhorar, principalmente no que diz respeito a garantir o conforto da
imprensa, dos expositores e dos mais de 150 mil visitantes que, todos
Plínio César
os anos, percorrem seus corredores. Pelo Brasil, há eventos que ainda
Diretor do Grupo Agrobrasil
oferecem maior comodidade, desde a recepção, passando pelo acesso
aos produtos e serviços, até o fechamento dos negócios. A julgar pela
pujança da Agrishow, que, em 2018, completa 25 anos, pelo aumento do
interesse por ela a cada ano, tanto aqui dentro como no exterior, e pela
evolução experimentada sobretudo na última década, há boas perspecti-
vas para novos incrementos na estrutura.
Na contrapartida desse princípio de retomada, a situação política
no Brasil vai de mal a pior. Novas denúncias, dessa vez envolvendo o
Presidente Michel Temer, trazem outra série de incertezas sob como fica
o comando do Planalto e, consequentemente, para a nossa economia.
Crises éticas como essas têm efeito devastador, reduzindo o ímpeto dos
empresários e freando investimentos. Mais uma vez, os setores produti-
vos nacionais são castigados pelos desmandos de quem compromete os
bens públicos com seus próprios interesses.
Euclides da Cunha escreveu, em Os Sertões, uma frase que ficou
no nosso imaginário popular como sinônimo de resistência: “O sertanejo
é, antes de tudo, um forte”. A afirmação, feita em 1902, ano do lançamen-
to da obra, continua sendo uma expressão da obstinação do povo brasi-
leiro, mesmo após 115 anos. A gente que trabalha duro, que sofre para
pagar impostos, que não mede esforços para garantir seu pão de cada
dia, não tem merecido a classe política que a representa.
A realidade que estamos vivenciando demonstra que a hora de
passar o Brasil a limpo chegou mais uma vez. Não dá para perder mais
uma oportunidade e continuar lamentando nossa falta de ação. Se a agro-
pecuária é a fiel da balança, tendo sobrevivido às mais diversas turbulên-
cias, que tal começarmos por ela?
6 Boa leitura!
SUMÁRIO
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08 CAPA
ENTREVISTA:
MÔNIKA BERGAMASCHI
INSTITUCIONAL
TERRA&CIA NA TV
20
54 PISCICULTURA
O MERCADO ESTÁ
PARA PEIXE
AGRISHOW
PARA O ALTO E AVANTE
27 INFORME PUBLICITÁRIO
Sicoob 60 TECNOLOGIA
Agricultura digital 70 AGRONEGÓCIO E SAÚDE
Contra queimaduras
28 AGROBRASILIA
Uma década em grande estilo 62 TECNOLOGIA
Inovar é preciso 76 EVENTOS
ExpoZebu: Para comemorar
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GIRO PELO AGRO
Boas safras e otimismos na
economia marcam o mês de maio
66 SUSTENTABILIDADE
Plástico de resíduos 78 GIRO DA TERRA
As principais notícias do Portal CanaMix
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INFORME PUBLICITÁRIO MARKETING
58 AGROENERGIA
Embrapa em Ribeirão? 69 Guto Figueiredo representa
Ribeirão Pretono motociclismo
Gestão com novo design
Marcelo Dias
CADERNO CANAMIX
40 PRAGAS
Controle eficaz
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INFORME PUBLICITÁRIO
VIII Simpósio Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar
46 OPINIÃO
Arnaldo Jardim EVENTOS
ISO DATAGRO NOVA YORK
50 INFORME PUBLICITÁRIO
Nacional Inn 7
Fotos: Divulgação
E NETNRTERVEI V
S ITSAT A
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Igor Savenhago alimentos e energia no País. de pessoas e em novas tecnologias
A nossa entrevista é duran- como estratégias de gestão.
Completando, neste ano de te um desses eventos, um encontro Com a propriedade de quem
2017, 25 anos de uma carreira to- sobre cana-de-açúcar no hotel em está à frente da Abag Ribeirão desde
talmente dedicada ao agronegócio Ribeirão Preto. Generosa, ela acha 2001, foi a única mulher a ocupar a ca-
– somado o período da faculdade, uma brecha nos compromissos para deira de secretária da Agricultura do
são 30 –, Mônika Bergamaschi é atender a reportagem da Terra&Cia Estado de São Paulo, de meados de
bastante requisitada. Lideranças com exclusividade, num confortável 2011 ao final de 2014, e também pre-
do agronegócio nacional e interna- sofá, onde, durante quase uma hora, side o Instituto Brasileiro para Inovação
cional querem ouvir o que ela tem projeta rumos para o agronegócio e Sustentabilidade no Agronegócio
a dizer. E fazem questão de tê-la nacional e avalia o momento do setor. (IBISA), Mônika também falou um pou-
como convidada em eventos que Para ela, o Brasil não pode desperdi- co sobre construção de imagem, refor-
discutem os rumos da produção de çar a chance de investir na formação mas e sua relação com a política.
Quais são suas expectativas para o agronegó- estabilizar. A boa notícia é que o horizonte parece muito
cio neste ano de 2017? mais claro que os últimos anos que a gente vivenciou.
Mônika Bergamaschi: Sobre a safra de grãos, Em outros produtos, como proteína, estamos vivendo
maravilhosa, não precisa nem falar. É muito fácil ser também um momento muito ruim de preços, em vis-
engenheiro de obra pronta. Uma safra muito boa, mas ta do que tínhamos até um pouquinho tempo atrás. A
que, por outro lado, evidentemente, vai acarretar pro- Carne Fraca, que já foi explorada em reportagem de
blemas, tanto de armazenamento quanto de escoamen- capa da Terra&Cia, também trouxe algum impacto.
“
to. A gente não tinha tido isso em grau Evidentemente que isso é recupe-
tão elevado como agora. Apesar das rável, mas, sempre que você tem
expectativas das safras anteriores te- um problema de imagem, isso aca-
Essa mudança nos
rem sido boas, elas vinham frustran- ba atrapalhando a rentabilidade do
do em alguma medida. E agora não. rumos econômicos do setor. Por isso, é importante sem-
Acho que a segunda safra de milho Brasil, com a volta da pre ter em mente, trabalhar com
pode sofrer alguns problemas de ar- a necessidade de manter a nossa
economia nos trilhos,
mazenamento e, com isso, depreciar imagem o mais intocada possível
ainda mais o preço em relação ao que os juros baixando, traz ou até melhorando cada vez mais,
a gente tem hoje. Em cana-de-açúcar, de novo uma sensação uma vez que a gente tem hoje um
o que a gente vê é que parece que as consumidor cada vez mais exigen-
de confiança, que
coisas deram uma retomada, a partir te, cada vez mais educado e cada
do ano passado. Porém, o tempo que
atrairá certamente vez mais interessado em saber a
vamos levar para recuperar todos es- mais investimentos no origem dos produtos que consome.
”
ses anos de perda de produtividade, próprio setor. De uma maneira geral, diria que
de canaviais desestabilizados e uma outros aspectos não relacionados
série de outras coisas, em virtude de diretamente ao agronegócio, mas
políticas econômicas desastrosas, de problemas am- que nos influenciam bastante, trazem pra mim uma ex-
bientais, de crise de oferta, será bastante longo. Temos pectativa bastante positiva. Essa mudança nos rumos
um setor que é maravilhoso, espetacular, tecnificado, econômicos do Brasil, com a volta da economia nos tri-
mas que vem patinando do ponto de vista da produti- lhos, os juros baixando, traz de novo uma sensação de
vidade, por razões muitas vezes alheias a sua própria confiança, que atrairá certamente mais investimentos
vontade. Então, todo o potencial futuro ainda demora a no próprio setor. E precisamos fazer as reformas, que
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estão aí na agulha, como a trabalhista, que é um dos em armazéns. Por isso que uma visão holística é fun-
maiores problemas que existem do ponto de vista do damental. As pessoas pensam que, porque ninguém
empresariado, daquele que produz, daquele que gera deixou de receber a aposentadoria, não tem déficit
empregos. E outras que estão no conjunto. Enfim, para na Previdência. Tem. É um cofre único e, infelizmente,
o Brasil e também para o agronegócio, o que vejo para não tem dinheiro pra tudo. Pensar nas reformas é, en-
este ano é o início de uma grande retomada para os tão, muito importante. Achei que tivesse tocado até em
próximos anos. mais pontos nevrálgicos, porque a questão trabalhista
é nevrálgica, a questão de sustentabilidade é nevrálgi-
Terra&Cia: Você tocou em três pontos nevrálgi- ca, uma série de outros pontos. Agora, quando a gente
cos: armazenamento, escoamento e imagem. Já faz trata dessas questões relacionadas a Custo Brasil há
tempo que a gente vem falando sobre isso. Quando tanto tempo e não chega num denominador comum, é
o Brasil vai resolver essas questões? que chama muito a atenção. Mais até do que isso, a
Mônika: No pé em que nós estamos, aparente- gente tem gasto um tempo enorme e energia discutindo
mente nunca. Principalmente quando temos, por exem- questões muitas vezes de fundamento ideológico que,
plo, um problema muito sério, como a Previdência de- seguramente, não vamos vencer. Estamos deixando de
fasada. Aí, alguém poderá dizer: “Mas o que tem a ver pensar em outras coisas que já nos afetam de maneira
a Previdência com a minha estrada?” Tem tudo a ver. significativa e substancial. Um exemplo disso é o pró-
Quando a gente fala na Previdência, não ficou ninguém prio futuro da tecnologia digital, do 4G, quer dizer, esta-
sem receber sua aposentadoria. Então, o rombo dela mos preocupados com a pulga do elefante, e o elefante
tá sendo pago com outro dinheiro. Que outro dinheiro, tá passando pela porta.
já que não existe uma fabriqueta de cédulas na mão
do governo? O outro dinheiro é justamente o que não Terra&Cia: Fala-se muito da entrada da agri-
foi investido em estradas, em portos, em aeroportos, cultura na era tecnológica, mas, para os agriculto-
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res mesmo, essa tecnologia tem chegado de forma pronta para acontecer, e a gente às vezes perde tanto
devagar. O agricultor ainda não domina a tecnologia tempo discutindo temas antigos e não se abre pra esse
como deveria. Você concorda com isso? Como en- mundo novo. É por isso que repito: estamos preocupa-
xerga essa questão? dos com a pulga do elefante e o elefante tá passando
Mônika: Temos muita tecnologia disponível, de- a nossa porta.
senvolvida e em constante evolução. A questão da
adoção dessa tecnologia é que é uma coisa muito dife- Terra&Cia: Ou seja, o caminho é investir em
rente. Uma coisa é a tecnologia existir e estar na prate- pessoas?
leira, outra é o agricultor chegar lá e adotar. Pra gente Mônika: Sempre isso. Em pessoas e entidades
conseguir fazer chegar a ele, depende de uma série associativas. Os pequenos não conseguirão sobreviver
de fatores. Primeiro que não temos uma agricultura só caso se considerem ilhas, tentem fazer tudo sozinhos.
no Brasil. Esses diversos níveis, a de pequeno porte, a Não há como. Há uma complexidade enorme do pon-
grande, a de médio, a da cooperativa, o que não está to de vista tributário, legal, fiscal, em que ele precisa
em cooperativa... Isso implica num acesso diferente. trabalhar com grupos que possam orientá-lo melhor. E
Não existe um modelo de extensão rural que permita do ponto de vista tecnológico e de gestão, então, nem
levar até o agricultor as soluções para todos os seus se fala. A gente precisa formar pessoas e dar acesso a
“
problemas. Nem todos, prin- esses agricultores ou gru-
cipalmente aqueles que estão pos de agricultores para
sozinhos, não organizados Até fico feliz que tem uma que entendam que não
em cooperativas, conseguem juventude bacana chegando, existe mais a possibilida-
ter acesso a tudo aquilo que trabalhando com a internet das de de estar fora de uma
existe. Isso até para as coisas agricultura que não seja
mais básicas. Por exemplo, a
coisas, com satélite, dados, em bases sustentáveis,
tecnologia de uma calagem de tecnologia aplicada em taxas que exige o cumprimento
solo, que é o básico do básico variáveis, e isso tudo bem feito vai de todos os requisitos e
do básico, nem isso é adotado pela qual se esteja rigo-
ser um avanço extraordinário pra
por uma faixa de agricultores rosamente dentro da lei.
em alguns rincões do país. nossa agricultura convencional. Do contrário, ou ele perde
”
Mas existe outra questão tam- Vamos mudar de patamar. mercado por questão de
bém. A tecnologia em si não é imagem ou porque não
garantia de retorno e rentabili- atende minimamente as
dade do investimento. A tecnologia depende de gestão. questões sociais e ambientais.
Então, tem aí outro aspecto que precisa ser trabalhado,
que é a melhoria da gestão das propriedades. Estamos Terra&Cia: Quando se fala em sustentabilida-
falando, nesse caso, de outro ponto, que algumas pes- de, se pensa muito em questões ambientais. É não
soas nem notaram que já existe, que é aquilo que a é só isso...
gente chama de futuro, mas é um futuro que também já Mônika: Em absoluto. A sustentabilidade é um
está presente no nosso dia a dia, e que a gente precisa equilíbrio e, portanto, algo dinâmico, entre aspectos
abrir o olho pra isso. Precisa prestar atenção e tentar econômicos, sociais e ambientais. Qual o mais impor-
entender. Até fico feliz que tem uma juventude bacana tante? Nenhum deles. É um tripé. Se tirar um, não fica
chegando, trabalhando com a internet das coisas, com de pé.
satélite, dados, tecnologia aplicada em taxas variáveis,
e isso tudo bem feito vai ser um avanço extraordinário Terra&Cia: Falando um pouquinho de imagem, a
pra nossa agricultura convencional. Vamos mudar de Abag Ribeirão Preto fez, durante muito tempo, um tra-
patamar. Vai ser uma nova revolução agrícola, que está balho de mostrar, principalmente pela TV, um pouco do
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setor. Pensando num futuro próximo, como a entidade levar pelas críticas sem conhecer. Se você conhece e
pretende continuar contribuindo nesse processo? tem críticas, ótimo. Temos ouvidos para recebê-las e
Mônika: Esse trabalho nunca parou. A Abag Ri- discutir maneiras de melhorar. Tudo sempre tem uma
beirão foi criada com esse objetivo primeiro: integrar, maneira de melhorar. As campanhas em televisão foram
reunir todos os segmentos do agronegócio regional, uma das nossas ações e que hoje ganharam até um
para que pudessem trabalhar mais diretamente, inclu- âmbito maior. Tem uma campanha nacional, nos mes-
sive em projetos sociais, de comunicação, visando des- mos modelos, e que também traz à população a dimen-
vendar, explicar melhor o que é o agronegócio e que as são, a importância, o envolvimento e o orgulho daquilo
pessoas tomassem conhecimento. Num país democrá- que é produzido no nosso agronegócio. Temos também,
tico como o nosso, todos nós sabemos, está mais do desde a criação da Abag, em 2001, um programa edu-
que provado, que, se você quer mudança, você luta, cacional, o Agronegócio na Escola. Ao longo desses
seja lá o ideal que você tenha. Quanto mais popular for 17 anos, já passaram por ele 195 mil alunos, 2500 pro-
o seu pleito, quanto mais conhecido for, maior a chance fessores, com milhares de visitas em nossas empresas
dele ser aprovado. Então, temos que trabalhar isso. E associadas, para que possam entender, compreender
nunca deixamos de fazer. É abrir, dar transparência, co- e, inclusive, almejar um posto de trabalho. Não neces-
nhecimento. Só valoriza quem conhece. A gente queria, sariamente na área do agronegócio ou ligado às ciên-
então, que as pessoas conhecessem, valorizassem a cias agrárias. O que quero dizer com isso? Que uma
importância do setor, de forma que não se deixassem cooperativa agrícola, uma associação de produtores ru-
rais ou usina emprega médicos, advogados, dentistas,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais. Existe uma
gama enorme de colocações no mercado de trabalho
local, sem ser necessariamente um agrônomo, um téc-
nico agrícola ou um engenheiro industrial. Agora, para
trabalhar nesses lugares, o que você precisa? Estudar,
ter uma boa formação, pessoal e profissional. Para isso
é que a gente criou o programa. Este ano, estamos com
22 mil alunos inscritos, de 174 escolas, de 63 cidades de
toda a região. Se a gente tivesse um trabalho de educa-
ção desses feito há algumas décadas, talvez não fosse
preciso ter colocado na televisão aquilo que é pra nós
óbvio, mas que ainda precisa ser mostrado, reiterado e
re-reiterado. Quando a gente viaja, por exemplo, para
países de primeiro mundo, principalmente aqueles que
tiveram guerra, vê a importância que a sociedade dá ao
agricultor. O Brasil tem a sorte de nunca ter tido guerra,
de nunca ter passado fome por falta de alimento. Temos
fome por falta de renda, não por falta de alimento. Es-
ses países valorizam seus agricultores, primeiro, pela
ocupação territorial. Eles acabam defendendo o terri-
tório. Depois, pela produção de alimentos, de energia.
Porque onde não tem comida não há paz. Não há meios
de ter paz. Então, o agronegócio é um setor pujante,
enorme, que tem grandes possibilidades, mas nunca
soube se comunicar bem. E, em decorrência disso, no-
vas tecnologias ou as próprias necessidades, que são
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legítimas e vitais, não ganham o apego da população Mônika: A vaidade é inerente ao ser humano.
e, portanto, a gente não consegue o desenvolvimento Tem no agronegócio e imagino ter em todos os outros
de políticas públicas que sejam voltadas para isso. setores. Acredito que uma das razões pelas quais a
Abag conseguiu fazer esse trabalho diferenciado é
Terra&Cia: Por que ocorrem essas falhas de porque ela não defende um setor em si. Eu não tô fa-
comunicação? E onde elas estão, principalmente? lando de grãos, de borracha, de cana, de leite, de café
Mônika: Podemos partir de problemas estrutu- especificamente. Eu tô falando daquilo que pode ser
rantes. Por exemplo, o nosso setor sucroenergético, estendido a todos. O que a gente quer dizer é o se-
altamente desenvolvido, foi tocado, na colonização, guinte: “O nosso setor representa tanto do PIB, tanto na
às custas de trabalho escravo. Tem muita gente que balança comercial, gera tantos empregos, é bom para
ainda acha que essa ainda é a realidade do setor, que o Brasil por causa de A, B, C e D e não de um setor es-
são grandes engenhos, com feitores chicoteando os pecífico”. É diferente. E, nesse nosso meio, essa parte
negros pra que façam o trabalho. E não é nada disso de vaidade não interfere. Mas que a vaidade é do ser
mais. Mas isso fica no imaginário. E tem uma série de humano, isso a gente sabe que é.
outras questões que foram sendo imputadas ao pro-
dutor rural sem que ele se incomodasse em tentar ex-
“
plicar ou resolver. Temos a própria figura do Jeca Tatu.
Você pode ir hoje a qualquer propriedade do agrone-
gócio que você não vai encontrar o Jeca Tatu. A pes-
Os pequenos não conseguirão
soa está com GPS, com agricultura de precisão, um sobreviver caso se considerem
bom gerenciamento, celular, o que mostra que houve ilhas, tentem fazer tudo
desenvolvimento. Para isso, você precisa ter pessoas
sozinhos. Não há como. Há uma
bem treinadas, formadas, muito ligadas, para desen-
volver um agronegócio de ponta mesmo, e não mais complexidade enorme do ponto
aquela questão de jogar uma sementinha e ver no que de vista tributário, legal, fiscal,
dá, uma enxadinha nas costas, um dente estragado,
em que ele precisa trabalhar
uma roupa rasgada e um “paieiro” na cabeça. Hoje, é
muito diferente disso. Mas acabou ficando, talvez, pela com grupos que possam
”
própria distribuição geográfica. E nunca se organizou orientá-lo melhor.
muito bem, isso é outro detalhe. Estamos atrasados
nesse ponto de vista. Talvez uma fazenda aqui, outra
lá, mas nunca se preocupou em fazer um bom traba-
lho junto, para mostrar o que de fato é o setor. É uma Terra&Cia: Ao falarmos de agricultura do futu-
culpa que o próprio setor carrega. E está começando ro, tem um fenômeno importante acontecendo, que
a entender, cada vez mais, a necessidade de se unir, é a inserção, cada vez maior, da mulher no agro. O
de mostrar, de abrir suas porteiras. Não é um trabalho que isso agrega para o setor?
de convencimento mais. Hoje em dia, é um trabalho Mônika: Eu escolhi essa profissão já faz bas-
das pessoas irem lá e ver o que acontece. É isso que tante tempo. Tô fazendo este ano 25 anos de formada.
a gente prega aqui e tem tentado difundir Brasil afora. Se contar do ano que entrei, lá se vão 30 anos que
me dedico a este setor. Sempre, evidentemente, com
Terra&Cia: Na entrevista que fizemos há duas muito mais homens que mulheres em qualquer lugar
edições, com o Maurílio Biagi, ele disse que um ou- onde eu vá. Agora, de certa maneira, isso tá mudan-
tro fator que impediu a união, especialmente no se- do. Por exemplo, dei aulas na Unesp por muito tempo,
tor sucroenergético, foi a vaidade de alguns. Tem um e estudei lá também, no final dos anos 80. Na minha
pouco disso também? turma, as mulheres eram apenas 10%. Hoje, a porcen-
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tagem já passa dos 50%. O que eu vejo é o seguinte: ária-Floresta], buscamos recursos de fundo perdido
a mulher viu que pode trabalhar no agronegócio. Ela se para controlar a voçoroca, porque parece que não, mas
interessou e, mais do que isso, está se formando, se São Paulo, com todo o desenvolvimento que tem, ainda
especializando, para que possa ocupar mais áreas. Te- tem um número grande de voçorocas e áreas de ero-
mos, hoje, mulheres em outras entidades, presidentes são. Não é porque o Estado é o que é que não tem nada
de outras associações, inclusive as que vêm de outro a fazer. A gente precisa, sim, parar, olhar e atuar naquilo
setor, de pulso muito firme e liderando grupos grandes que precisa ser feito. Isso inclui questões sociais. Tínha-
de homens. Então, se você me perguntar se senti algum mos um corpo de mais de cinco mil funcionários, e isso
tipo de discriminação pelo fato de ser mulher, a respos- tem uma força. São Paulo é um dos poucos Estados que
ta é não. Assumi a Abag há 17 anos praticamente. Eu ainda mantêm extensão rural, nas suas 594 casas de
tinha pouco mais de 30. Nunca tive nenhum problema. agricultura. Tem também a questão da sanidade, impor-
Pra mim, é normal, natural, não sinto preconceito. Acho tantíssima, imprescindível, pra que a gente possa ofe-
que a mulher tem tanta capacidade quanto o homem. recer aos consumidores, às indústrias, aos agricultores,
Essa questão de gênero, pra mim, é indiferente. E fico produtos de qualidade e garantia. Fizemos um traba-
feliz que tenha bastante mulher ingressando no setor. lho grande para manter aspectos econômicos, sociais
Agora, dizer o que é melhor ou pior depende. A gente e ambientais. Pensei que nada mais natural do que a
continua gostando de um dengo, de ser mulher na hora gente tentar quantificar, o que é também um desafio,
em que tem um homem para cuidar de coisas compli- porque é muito difícil o trabalho em governo. As coisas
cadas. Não é ruim não. não funcionam num ritmo que eu já vinha acostumada,
que é o ritmo do setor privado. O que eu quis foi o se-
Terra&Cia: Essa representatividade da mulher guinte: “Vamos ter coragem e comparar o nosso traba-
no agronegócio teve um auge quando você assumiu lho ano a ano”. Então, eu comparei o meu trabalho com
a Secretaria da Agricultura de SP. E, no dia em que
você saiu, entregou, durante a cerimônia de trans-
missão de posse, um relatório de sustentabilidade.
Qual foi a importância desse documento para a sua
gestão à frente da secretaria?
Mônika: A sustentabilidade sempre foi um con-
ceito que esteve nas nossas cabeças e nas nossas
ações aqui na Abag Ribeirão Preto. A primeira vez que
alguém discutiu o Código Florestal, que se colocou
esse assunto na mesa, foi aqui em Ribeirão em 2001.
E o projeto foi aprovado no ano de 2012. Doze anos a
gente trabalhou nisso, o que ficou muito presente em
mim. Assim que assumi a secretaria, e acho que isso in-
depende do fato de ter sido a primeira mulher e a única
até agora a ocupar o cargo de secretária da Agricultura
do Estado, pensei: “Escuta, esta é uma tendência da
qual não temos como escapar”. Eu não via como uma
secretaria de Agricultura, de um Estado como São Pau-
lo, num país como o Brasil, fugir disso. Então, desde o
começo, procurei nortear essas ações. E, quando foi no
final, falei: “O esforço que nós empreendemos foi muito
grande”. Fizemos, por exemplo, o Programa Integra São
Paulo, para fomentar a ILPF [Integração Lavoura-Pecu- Com Mario Gandini, da Usina São Martinho, em
frente a um pau-brasil; no local, há uma área onde as
14 pessoas consideradas ilustres deixam suas marcas
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o meu próprio trabalho, ano a ano. Fiz um comparativo ros que eu tinha, num período que achei que seria sufi-
de 2011, já que peguei no meio do ano, até dezembro ciente para contribuir. Mais do que aquilo não era meu
de 2014, que foi quando deixei o governo. E foi muito desejo pessoal, nem profissional. Não vou dizer que a
interessante, porque fizemos dentro do padrão do GRI política não é importante. A política está presente nas
(Global Reporting Initiative). Seguimos este selo holan- diversas secretarias, mas ainda acho que nós precisa-
dês e fomos a primeira secretaria de governo do Estado mos, de fato, de perfis técnicos. Precisamos ter técni-
de São Paulo a apresentar um relatório de sustentabi- cos da saúde na área da saúde, técnico de transporte
lidade. Isso, pra mim, e quando eu digo pra mim não no transporte, técnico de agricultura na área agrícola.
entenda como coisa pessoal, mas da nossa gestão, foi Mas a política no Brasil tem uma força enorme. Nada
até uma forma que encontrei de agradecer e retribuir o contra. O Arnaldo [Jardim, sucessor e atual secretário]
trabalho maravilhoso que as quatro coordenadorias se é uma pessoa que transita muito bem, um grande de-
dispuseram a fazer com suas equipes, de gente muito fensor do [setor] sucroenergético, da parte ambiental
determinada, de gente que veste a camisa e que faz a e faz uma parte política extraordinariamente bem, uma
diferença. Não dá pra generalizar e dizer que é 100%, coisa que eu sequer me dispus, porque não tá em mim,
mas aqueles que vestem fazem pra valer. Achei que não tenho nada a ver com essa área.
eles mereciam deixar um trabalho desse porte lá. E, cla-
ro, aquilo serve como guia para qualquer outro gestor Terra&Cia: Você sempre foi entusiasta do agro-
“
que assuma a pasta. negócio e uma coisa
que a gente sempre
Te rra & C i a : O agronegócio é um setor comenta é que o Bra-
Você esbarrou em pujante, enorme, que tem grandes sil pode ser o fiel da
questões políticas? possibilidades, mas nunca soube se balança na produção
Encontrou conflitos? de alimentos mun-
Questões que preci-
comunicar bem. E, em decorrência dial. Com todos esses
sariam ir pra frente disso, novas tecnologias ou as próprias gargalos que a gente
por serem técnicas, necessidades, que são legítimas citou, o País vai dar
mas não foram por conta? O mundo pode
entraves políticos?
e vitais, não ganham o apego da esperar que a gente
Isso teria influencia- população e, portanto, a gente não cumpra esse papel?
do na sua saída? consegue o desenvolvimento de Mônika: Se fo-
Mônika: De rem mantidas as con-
políticas públicas que sejam voltadas
”
maneira alguma. O dições que temos
meu compromisso para isso. hoje, a resposta é não.
com o governador foi Por que eu digo isso?
para uma gestão. Particularmente, não defendo a re- Porque, por mais que o agricultor, dentro da sua pro-
eleição, não gosto da ideia da reeleição. Acho que a priedade, tenha feito o possível – e o que o Brasil tem
gente perde, seja em nível municipal, estadual ou fede- feito é extraordinário, como o aumento de produtivida-
ral. O meu compromisso com ele era ficar até o final do de, invejado em todo o mundo, a bioenergia, invejada
primeiro mandato. Agora, nunca fui política. O que eu em todo o mundo, o desenvolvimento tecnológico tam-
poderia contribuir com as minhas ideias para o gover- bém –, quando você tem falta de estradas, de arma-
nador ou para o Estado de São Paulo, para a agricul- zéns, dificuldades pra embarque, ausência de acordos
tura paulista, foi aquilo que coube nesse período. Não comerciais, a coisa fica complicada. Some-se a isso a
conseguiria nada além daquilo, pelo tempo que fiquei grande questão trabalhista. Hoje, uma única ação tra-
lá. Coloquei, nas várias áreas, o que era possível de balhista pode quebrar uma empresa de maneira arreba-
ser feito, com as condições e com os recursos financei- tadora, porque se tem um passivo oculto que é imensu-
15
E N T R E V I S TA
rável. Por isso que a gente precisa fazer essas reformas
que estão sendo postas aí. As pessoas não têm ideia
do impacto que isso pode trazer. É preciso que elas
abram suas cabeças para aquilo que nunca lhes foi
muito agradável. Que procurem entender, minimamen-
te, o que está sendo explicado, para que possam, de
fato, se não querem ajudar as reformas, não atrapalhar.
E não se deixar ser massa de manobra, que é isso o
que tem acontecido. A reforma trabalhista é importan-
te. Ninguém está tirando direitos de trabalhador. Mas
garantindo que mais pessoas que estão à margem do
emprego possam ser empregadas. E não estou falando
apenas de 13 milhões de desempregados. Falo de su-
bemprego, de 35 milhões que sequer estão procurando
emprego. Falo de pessoas que hoje não têm a menor
garantia, porque trabalham em casa, com aplicativos,
com coisas que nem se considerava na época de Ge-
túlio Vargas, quando foi feita a primeira CLT [Consolida- gente dê ao Judiciário a liberdade para que ele julgue,
ção das Leis do Trabalho]. As pessoas precisam parar e que a gente cobre do Executivo que ele execute, que
tentar desenvolver um senso crítico no sentido de com- cobre do Legislativo que ele legisle. O que temos é uma
preender o que está sendo proposto. Com a reforma da sobreposição. O Executivo legisla, o Judiciário executa.
Previdência é igual. Como todos os brasileiros, também As instituições estão totalmente embaçadas no papel
pago a Previdência. E também vou ser impactada pela de cada uma. Além disso, a gente precisa participar
reforma. Mas é melhor que a gente trabalhe, pague um mais, e evitar reações de quebradeira, de destruição.
pouco a mais e receba alguma coisa do que ninguém Você quebra um ônibus hoje e amanhã não tem para ir
receber mais nada, porque esse é o futuro. Precisamos trabalhar. O dinheiro tá escasso, a questão econômica
dessas reformas para que o Brasil caiba, de novo, den- tá difícil. O Brasil não precisa de inimigo. Estamos com
tro do seu orçamento de despesas e receitas, como é todos aqui dentro. Nós mesmos estamos arrebentan-
na minha casa, como é na sua casa, como deve ser do com as possibilidades de desenvolvimento. A gente
na casa de todos os brasileiros. Ninguém consegue precisa vestir um pouco o chapeuzinho de nação. Onde
gastar mais do que ganha. Que o Brasil possa fazer as você não está contente, vai lá e conversa. Talvez você
reformas daquilo que foi popularmente difundido, uma não tenha entendido ou tenha uma visão que nunca nin-
ideia errada de que poderia haver uma distribuição de guém teve. Você pode ter a solução para um grande
bondades sem que essa conta chegasse. A conta che- problema. O que está faltando pra gente é um projeto
gou. Diante disso, é preciso maturidade. E que sobre de nação, para que a gente tenha políticas públicas de
recursos para fazermos estradas, portos, aeroportos, longo prazo, planos de safra plurianuais, que a gente
negociar com outros países. Isso vai significar melhoria saiba pra onde vai nossa agroenergia, que abra mer-
de renda aos brasileiros e, consequentemente, de vida. cados, tenha mais empregos, segurança jurídica pra
Por mais que as pessoas achem que não. A gente quer empregar pessoas, investir no Brasil. O que a gente
mostrar que quem ganha o Brasil. Ninguém está fazen- tá vendo é uma coisa medonha, todo mundo acuado
do isso defendendo pequenos quinhões de empresá- dentro de casa, criminalidade gigante. Isso é falta de
rios de um lado ou de outro. Outra questão é trabalhar oportunidade. Não tenho dúvida disso. E quando não
para fortalecer nossas instituições. Enquanto você é existe oportunidade, outras possibilidades aparecem.
sócio de um clube, que você atue no clube. Se você é Enfim, temos que trabalhar juntos, por um bem maior:
sócio de uma associação, que você atue nela. Que a um Brasil melhor, um mundo melhor para todos.
16
17
Banco de imagens
Institucional
Terra&Cia na TV
Da redação voltadas ao setor. Tudo isso mesclado parceiros, buscando atingir o maior
com uma boa dose da cultura do cam- número possível de telespectado-
É no mês que vem! Falta pouco po e de entretenimento, por meio de res. O Terra&Cia será veiculado em
para o Grupo AgroBrasil estrear mais entrevistas, cobertura de feiras e ou- rede nacional, sempre aos domin-
um veículo de comunicação com o tros eventos, lançamento de produtos gos pela manhã, a princípio com
público interessado nas novidades do e serviços, música, culinária e humor. meia hora de duração, por meio de
agronegócio brasileiro e internacional. Segundo o diretor do Grupo canais vinculados ao Governo Fe-
A Terra&Cia vai para a telinha, para AgroBrasil, Plínio César, a propos- deral, como as TVs Câmara e Se-
mostrar a pujança da agropecuária ta do programa é contribuir para nado, além de ser disponibilizado
brasileira e as inovações tecnológicas aumentar a visibilidade do agrone- também nas redes sociais: Youtube,
agrícolas e industriais das empresas gócio e a divulgação de clientes e Facebook, LinkedIn, entre outros.
18
Rafael Barreto
Maurílio Biagi, entre Plínio César e Nianara Bighetti, foi um dos primeiros entrevistados para o novo programa
Rafael Barreto
Segundo Plínio, proposta é contribuir para aumentar a visibilidade do agronegócio e a divulgação de clientes e parceiros
“A ideia surgiu por causa das debatendo a alta produtividade na- o responsável pelo quadro musical.
muitos pedidos de empresas e enti- cional desse que é um dos principais O programa terá, ainda, a participa-
dades por um programa que tenha pilares da economia do País”. ção de Roberto Edson, intérprete do
informações relevantes para o pe- O Terra&Cia será gravado em personagem caipira Chico Lorota.
queno, médio e o grande produtor estúdio próprio e nas empresas par- Para interessados em firmar
rural e que traga informações que ceiras, nas propriedades rurais de parcerias com o programa, basta
possam dar subsídios aos empresá- todo o Brasil, além de estar presen- entrar em contato com Plínio César,
rios na hora de uma tomada de deci- te nos principais eventos agroindus- pelos fones:
são”, afirma Plínio. “De forma muito triais no Brasil e no exterior. A apre- (16) 3234-6210 / 98242-1177
profissional, o programa irá tratar de sentação será de Nianara Bighetti e ou pelo e-mail:
assuntos relevantes ao agronegócio, Plínio César. Cristiano Matiles será plinio@canamix.com.br.
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Eventos
Para o alto
e avante!
Depois de dois anos faturando abaixo de R$ 2 bilhões,
Agrishow tem leve melhora, vira o jogo, fecha R$ 2,2 bi em
negócios e projeta bodas de prata com otimismo
20
Fotos: Arquivo
Novo presidente
Durante a feira, o nome do novo presiden-
te da Agrishow foi conhecido. Francisco Matturro,
vice-presidente da Associação Brasileira do Agro-
negócio (Abag), foi escolhido para substituir Fábio
Meirelles, que estava no comando desde 2015. Ele
ocupará o cargo no biênio 2018/19.
A troca de comando foi anunciada pelas enti-
dades organizadoras da Agrishow. Além da própria
Abag, a Associação Brasileira da Indústria de Má-
quinas e Equipamentos (Abimaq), a Associação Na-
cional para Difusão de Adubos (Anda), a Federação
da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo
(Faesp), da qual Meirelles é presidente, e a Socieda-
de Rural Brasileira (SRB).
Ao assumir, Matturro agradeceu a confiança e
prometeu esforço para que a feira continue crescen-
do e represente “o desenvolvimento, a tecnologia e
a pujança do agronegócio brasileiro”.
A seguir, você confere as novidades apresen-
tadas por alguns dos principais expositores (com in-
formações das assessorias de imprensa).
21
Baldan DMB
22
GTS do Brasil LS Tractor
A empresa teve o intuito de mostrar como a alta A empresa apresentou quatro novas séries de
tecnologia faz a diferença para os produtores rurais. tratores. Os lançamentos MF 6700 Cabinado, MF 7200,
A companhia destacou suas Soluções Integradas MF 7700 Dyna-6 e MF 8700 Dyna-VT integram a estra-
para Agricultura de Precisão e Pós-Vendas, que visam tégia da marca de oferecer pioneirismo e modernidade
atender todas as etapas produtivas e conectar a inte- aos produtores. Todos os tratores são equipados com
ligência das máquinas e das pessoas para executar o motor eletrônico AGCO Power, que atende à nova le-
trabalho no campo. O estande trouxe melhorias: além gislação ambiental MAR-1 de redução de emissão de
de estar estrategicamente localizado, com 90% de sua gases e tem alta performance. “Os lançamentos che-
área coberta, esteve dividido entre agricultura de alta gam com a proposta de aumentar o desempenho e a
produtividade, agricultura familiar, mercado canavieiro, produtividade no campo, além de proporcionar econo-
pecuária, algodão, soluções para campos e grama- mia de combustível”, afirmou Everton Pezzi, supervisor
dos, além de equipamentos de construção e florestais. de Marketing de Tratores.
23
Michelin Tatu Marchesan
24
Revista Terra&Cia/CanaMix e Chope Klaro
apoiam ação social da entidade Amor
com Amor durante a Agrishow
Fotos: Arquivo
Carvalho Neto (de paletó) entrega a Fábio Meirelles convite para a FIN 2017,
acompanhado do diretor do Grupo AgroBrasil, Plínio César (dir.)
Antes de deixar o cargo de presidente da países de Língua Portuguesa e Espanhola estão confir-
Agrishow, Fábio Meirelles recebeu, em sua sala, mon- mados. A organização está a cargo da Associação de
tada no estande do sistema Faesp/Senar, o presidente Jovens Empresários Luso-Chinesa (AJEPC), presidida
da FIN – Feira & Fórum Internacional de Negócios, Al- por Carvalho, em parceria com a Associação de Em-
berto de Carvalho Neto. presários dos Países de Língua Portuguesa e Espanho-
Carvalho, que é português, entregou a Meirelles la (Federação Sino PLPE).
um convite para a feira lusitana, que será realizada de O evento discutirá, além do agronegócio, os se-
21 a 23 de junho, no Porto. O Grupo AgroBrasil será tores de startups e tecnologia da informação, turismo
mídia oficial do evento, com a Revista Terra&Cia sendo de negócios, varejo e consultoria de investimentos.
o único veículo brasileiro a marcar presença, Além dos estandes e fóruns de negócios, dos quais
São esperados cerca de 800 participantes e participarão câmaras e confederações comerciais, au-
mais de 2 mil visitantes. Representantes da China, Ma- toridades governamentais e empresários, a programa-
cau, Hong Kong, além de Portugal e Espanha e outros ção prevê palestras e debates sobre diversos temas.
26
Negócios do Sicoob
na Agrishow superam
as expectativas
O QUE É O SICOOB?
O ESTANDE E OS
Financiamentos
É uma instituição financeira cooperativa que
oferece uma linha completa de produtos e
serviços de natureza bancária a condições
competitivas e compartilha seus resultados A Agrishow 2017 – 24ª Feira Internacio-
financeiros com os cooperados, que são nal de Tecnologia Agrícola, aconteceu
donos do negócio. nos dias 01 a 5 de maio na cidade de
Ribeirão Preto e obteve um resultado
QUEM PODE ABRIR UMA CONTA? positivo, com mais de 800 marcas
Verifique em sua cidade. Atualmente, algu- expositoras e 159 mil visitantes, a feira
mas cooperativas do Sicoob possuem aber- contou com a realização de negócios
tura para todas as pessoas (física e jurídica). de aproximadamente R$ 2,204 bilhões,
QUAIS PRODUTOS E SERVIÇOS sendo que o Sicoob atingiu a média de
SÃO OFERECIDOS? 97 milhões de cotas de Consórcios, e
ainda mais de 8 milhões em BNDES e 37
Conta corrente, empréstimos, investimen-
tos, cartões, previdência, poupança, consór-
milhões em financiamentos diversos.
cios, seguros, cobrança, adquirência (maqui-
ninha de pagamento), dentre outras solu- Os visitantes da feira puderam aprovei-
ções financeiras. tar o conforto e as facilidades do estan-
de Sicoob: tomar um café, tirar fotos,
ONDE ENCONTRO? ganhar brindes e ainda financiar seus
O Sicoob está presente em todos os estados
planos rapidamente com taxas compe-
brasileiros. titivas e sem complicações.
SAC Sicoob – 0800 724 4420 | Ouvidoria – 0800 646 4001 | Deficientes auditivos /fala – 0800 940 0458 | sicoobsp.coop.br
27
Eventos
Uma década em
AgroBrasília completa 10 anos de atividades recebendo
público recorde e com movimentação financeira
20% superior a do ano passado
Com informações das Parque Tecnológico Ivaldo Cenci. alguns deles aumentaram em 50%
assessorias de imprensa Realizada pela Cooperativa os resultados em relação à edição
Agropecuária da Região do Dis- 2016 da feira. Outro destaque
A AgroBrasília comemorou trito Federal (Coopa-DF), a Agro- deste ano foi a diversificação do
10 anos com um saldo positivo que Brasília contou com a presença portfólio de produtos e serviços
superou as expectativas dos organi- de 430 expositores de diversos oferecidos por essas instituições,
zadores. A feira, realizada entre 16 segmentos do agronegócio e mo- como seguros e consórcios.
e 20 de maio, contabilizou números vimentou um montante de R$ 710 Segundo Leomar Cenci,
expressivos. O público, por exemplo, milhões, 20% a mais do que na presidente da Coopa-DF, a Agro-
foi recorde: 99 mil visitantes circula- edição passada. Brasília fortalece o agronegócio
ram por aquela que é conhecida a Levantamento prévio reali- da região: “Nesses dez anos, o
Feira Internacional dos Cerrados, no zado junto aos bancos aponta que salto de produtividade que obser-
28
Fotos: Divulgação
grande estilo
430 expositores movimentaram R$
710 milhões em negócios, volume
20% maior que na edição anterior
vamos no campo foi muito grande. teve como tema "Transmitir Conheci- as nossas expectativas. Foi um
Houve incremento de 30% na re- mento Garante Inovação". Todas as sucesso, com satisfação total dos
gião. Isso se deve à AgroBrasília. entidades participantes desenvolve- expositores e do público. Para nós,
O produtor que tem interesse em ram atividades ligadas à educação da organização, é uma grande
buscar tecnologias irá encontrá- ambiental para todas as idades. A alegria ter finalizado essa décima
-las na feira. A AgroBrasília tem abordagem contribuiu para o fortale- edição, que é um marco para nós
como missão apresentar as inova- cimento da imagem do agronegócio e para a região como um todo. Es-
ções disponíveis para o produtor como gerador de oportunidades e tamos realmente com sentimento
rural, seja ele de pequeno, médio multiplicador de ideias construtivistas. de dever cumprido e com números
ou grande porte”. De acordo com Ronaldo muito satisfatórios”.
Atenta às questões de respon- Triacca, coordenador-geral da fei- A seguir, as novidades apre-
sabilidade social e ambiental, a feira ra, “a AgroBrasília superou todas sentadas por algumas empresas.
29
Eventos
Basf Bayer
30
Dow Jacto
Os visitantes que passaram pelo estande puderam Pensando nos agricultores familiares e pequenos agri-
conhecer soluções completas e integradas de sementes a cultores, a Jacto lançou o DJB, uma máquina portátil que alia
defensivos, com o intuito de auxiliar o agricultor na melhor dosagem e pulverização. O lançamento faz parte da Small
recomendação de manejo no cultivo. As mais recentes e Farm Solutions, unidade da Jacto voltada a soluções em horti-
modernas tecnologias desenvolvidas pela empresa, que cultura e fruticultura de pequeno porte. O DJB tem como dife-
possibilitam o aumento da produtividade no campo de for- rencial o sistema temporizado que aplica dosagens precisas
ma sustentável, foram apresentadas aos profissionais do de 5 a 300 ml com rapidez. Com bateria recarregável, possui
campo, para que possam aproveitar, ao máximo, todo o até 10 horas de autonomia. São 10 mil doses com apenas
potencial da lavoura. Na edição deste ano, a ideia da em- uma carga. Para os médios e grandes produtores, a aduba-
presa foi promover discussões sobre as melhores práticas dora Uniport 5030 é uma automotriz com reservatório de 5 mil
de manejo, tanto em resistência de plantas daninhas como kg e faixa de aplicação de até 50 metros. O equipamento pos-
também na solução de pragas, trazendo uma abordagem sibilita maior precisão na dosagem e uniformidade na aplica-
inovadora para o controle, caracterizando cada uma delas ção de fertilizantes, e aplicação de produtos em pó.
em termos agronômicos e biológicos, além de fazer uma
análise do impacto que trazem ao cultivo.
O MELHOR CAMINHO
Proteger o seu patrimônio com o Sistema SEIVE, constitui uma das
principais medidas preventivas para se evitar que um pequeno foco de
incêndio fique fora de controle.
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Koppert Syngenta
Valagro
34
35
GIRO PELO AGRO
e 8,7% em relação a 2016, respecti- milhão de toneladas (crescimento de Federal. Segundo o presidente da
vamente. 15% se comparado a 2015/2016). associação, “produtores agiram com
Dados divulgados pelo IBGE mais cautela, comprando menos
Laranja em abril apontam que a produção gado, suspendendo abates e embar-
O Fundecitrus divulgou os de milho no Brasil será de 93,457 cando quantidades menores de car-
resultados da estimativa da safra milhões de toneladas. Esse volume ne bovina”. Ele ainda afirmou que os
2017/2018 que realizou em coopera- é 1,2% maior que o de março. Isso valores deveriam se recuperar nova-
ção com a Markestrat, Unesp e FEA/ porque a área cultivada de milho sa- mente em maio e voltar a apresentar
RP – USP. A pesquisa englobou 349 frinha aumentou em 2,4% e a revisão registros semelhantes aos de março,
municípios e estipulou uma produ- do rendimento médio do milho 1ª sa- quando a indústria de carne bovina
ção equivalente a 364,47 milhões de fra deve ser de 5.446 kg/ha (+0,9%). registou aumentos de mais de 20%
caixas de 40,8 kg. O pegamento das O instituto também realizou uma alte- em volume e faturamento.
floradas da safra 2017/18, que ocor- ração em suas previsões para a sa- A carne suína exportou o equi-
reu entre os meses de agosto e de- fra 2016/2017 de soja acrescentado valente a US$ 130,2 milhões e 50,2 mil
zembro de 2016, foi favorecido pela 1,7% ao volume esperado. Agora a toneladas (crescimento de 19,5% no
baixa produção da safra anterior, o produção deve ser equivalente a im- valor e queda de 17% no volume em
que proporcionou um descanso do pressionantes 112,858 milhões de relação ao ano passado). Uma mu-
ciclo reprodutivo e resultou no au- toneladas. Essa expectativa positiva dança importante no setor é que, se-
mento das reservas energéticas das se deve ao excelente desempenho gundo a ABPA [Associação Brasileira
árvores do parque citrícola em geral. que as lavouras de soja vêm apre- de Proteína Animal], a Rússia, que é
A Nielsen divulgou no início de sentando. O rendimento passa ser, a maior importadora de carne suína
maio um relatório apontando o com- em média, de 3.327 kg/ha (+1,8%). do Brasil, expandiu sua participação
portamento dos consumidores de suco entre os principais mercados para o
de laranja nos Estados Unidos. Os re- Carnes setor e agora é destino de 40,5% dos
sultados não são muito animadores. A carne bovina exportou US$ embarques realizados em 2017.
Segundo a consultoria, o consumo 362 milhões em abril, sendo este va- Para completar o total de ex-
continua em queda. Em quatro sema- lor muito abaixo do apresentado no portado pelo setor de carnes em abril,
nas, encerradas no dia 15 de abril, as mês de março (-25,4%). Por outro as vendas internacionais de carne de
vendas totais recuaram 7,6% e ficaram lado, os preços foram melhores. De frango somaram US$ 543,1 milhões e
em 126,1 milhões de litros, ante 136,4 acordo com informações da Abiec 317,7 mil toneladas, queda de 11,2%
milhões de litros no mesmo período da [Associação Brasileira das Indústrias e 23% respectivamente, se compara-
safra 2015/2016. O relatório também Exportadoras de Carne], divulgadas das ao mesmo período em 2016.
aponta alta de 3,9% nos preços. na revista Globo Rural, o mal resul- Foram razoáveis os últimos
tado ainda é resposta aos impactos 30 dias ao agro. Mas o otimismo
Grãos da Operação Carne Fraca da Polícia está maior.
A Conab voltou a atualizar sua
previsão a respeito da safra nacional
de grãos 2016/2017. O órgão estima
que o país produzirá 232,023 milhões
de toneladas. O valor é otimista devi-
do ao crescimento de área e às boas
produtividades médias. A produção
de algodão deve aumentar, sendo *Marcos Fava Neves é **Rafael Bordonal Kalaki é ***Giulia Machado Agostini é
professor titular da FEA-RP/ engenheiro agrônomo, sócio graduanda em Administração
a oferta de caroço de 2,23 milhões
USP na área de estratégia e do Markestrat e doutorando em na FEA-RP/ USP.
de toneladas e a de pluma, de 1,48 professor Visitante da Purdue administração pela FEA-RP/USP.
University - EUA.
36
Banco de imagens
Patrocinador:
Canavial Sadio
Uso do controle biológico de pragas e doenças ganha espaço,
reduz prejuízos e agrega qualidade e produtividade
Divulgação/Embrapa
40
Divulgação/CIDASC
VIII Simpósio
Tecnologia de Produção
de Cana-de-Açúcar
Com o tema “A importância do setor nutenção de canaviais produtivos.
sucroenergético na economia brasileira”, se Buscando reunir profissionais, estu-
iniciará a oitava edição do Simpósio Tec- dantes e pesquisadores do setor sucroener-
nologia de Produção de Cana-de-Açúcar, gético para discussão das tecnologias que
iniciativa do Grupo de Apoio à Pesquisa e envolvem a produção da cana-de-açúcar,
Extensão (GAPE), vinculado ao Departa- de modo a promover a evolução do setor
mento de Ciência do Solo da Escola Superior a partir da difusão de informações e tec-
de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/ nologias, bem como gerar necessidades de
USP), programado para os dias 12 a 14 de pesquisas sobre o assunto, o simpósio al-
julho de 2017, em Piracicaba (SP). cança mais uma edição sob a coordenação
O evento, que surgiu em 2003, vem dos Professores Doutores Godofredo Cesar
inserido em cenário positivo para o setor Vitti, Pedro Henrique de Cerqueira Luz e
sucroenergético nacional, uma vez que o Rafael Otto.
Brasil é o maior produtor mundial de cana- Ocorrendo a cada dois anos, o even-
-de-açúcar, destacando-se como responsá- to, que conta com 700 vagas, possui progra-
vel por mais da metade do açúcar comer- mação diferenciada, totalmente voltada à
cializado no mercado internacional, além área técnica e especialmente idealizada pe-
de também possuir o título de segundo los professores envolvidos na organização
maior produtor mundial de etanol. do evento, os quais são importantes figuras
Atualmente, a cogeração de energia do setor sucroenergético. A programação é
tem crescido de forma expressiva, além da extensa e inclui painéis sobre Cenário eco-
perspectiva de produção em larga escala de nômico, Fertilidade do solo e adubação,
etanol de segunda geração. Isto demons- Manejo do solo e do canavial, Inovações
tra a importância da cana-de-açúcar para tecnológicas e Experiências no setor.
o setor agrícola brasileiro e, para manter
a competitividade da atividade, especial- As inscrições para o VIII Simpósio
mente em anos de crise, é imprescindível Tecnologia de Produção de Cana-de-Açú-
aumentar a produtividade e diminuir os car podem ser realizadas através do site
custos de produção. O manejo eficiente da www.simposiocana.com. Maiores infor-
fertilidade do solo e adubação da cultura, mações poderão ser obtidas pela página ou
assim como dos demais fatores de produ- ainda pelo e-mail gape@usp.br e pelo fone
ção, é uma estratégia interessante para ma- (19) 3417-2138.
44
45
OPINIÃO
46
iniciativas que provam ser totalmen- isso tem ganhado cada vez mais nos- sos hídricos ao estudar a topografia
te possível unir cuidado com o meio sa atenção. Em 2016, nossa Compa- do local. A água não corre pela es-
ambiente e aumento de produtivida- nhia de Desenvolvimento Agrícola trada rumo ao rio para causar asso-
de. São ações para auxiliar o homem de São Paulo (Codasp) plantou 61 reamento. Ela fica armazenada em
do campo a preservar um bem sem mil mudas: 54 mil no reservatório de bolsões e garante riqueza ao solo.
preço como a água. Paraitinga, em Salesópolis, distribuí- Não há uma única solução
No Programa de Moderniza- das em um raio de 30 metros na área para manter a segurança alimentar
ção da Irrigação do Fundo de Expan- de preservação permanente (APP). quando a água é escassa. Todas as
são do Agronegócio Paulista (Feap), Outras 7 mil mudas em Holambra fontes de água – chuva, canais de ir-
o produtor pode buscar o financia- por meio de parceria entre a Secreta- rigação, águas subterrâneas e águas
mento de até R$ 250 mil, com o pra- ria de Agricultura e a Fundação Ban- servidas – são importantes.
zo de pagamento de até 84 meses – e co do Brasil.
carência de até 24 meses – com taxa Pelo Programa Melhor Cami-
de juros de 5,5% ao ano para o pe- nho/Pontos Críticos, readequamos *Arnaldo Jardim é
deputado federal
queno produtor e 7,5% ao ano para no ano passado 270 quilômetros de
licenciado (PPS-SP) e
os médios e grandes produtores. estradas rurais em 29 municípios. secretário de Agricultura
e Abastecimento do
Cuidar bem da água é também Obras que, além de tornar o tráfego
Estado de São Paulo
evitar o assoreamento e a erosão, e melhor, também cuidam dos recur-
O resultadO desta
qualidade
aparece na sua
prOdutividade.
Calcário Itaú. Mais fino, mais puro,
mais eficiente e mais econômico.
No mundo do açúcar
Posicionamento do produto nas relações comerciais entre países e como fonte de energia
marcou a 11ª edição da ISO DATAGRO, em Nova York
48
49
PROMOÇÃO
SAC 0800 642 0000 | Ouvidoria: 0800 725 0996 | Atendimento: seg. a sex. - 8h às 20h | www.ouvidoriasicoob.com.br
Deficientes auditivos ou de fala: 0800 940 0458 | Demais serviços de atendimento: www.sicoob.com.br/fale-conosco
52
LOGGIA
POUPANÇA SICOOB
Seu dinheiro não para de render e
seu porquinho fica livre para viver.
#liberteseuporquinho
53
Divulgação/Embrapa
Piscicultura
54
procura, a oferta ainda está aquém. O Divulgação/Rio Doce Piscicultura
55
Divulgação/Embrapa Divulgação Rio Doce Piscicultura
Piscicultura
tor de alevinos, a tecnologia permite retorno do investimento, diz que de- maiores produtores mundiais no
selecionar as matrizes com melhor pende do sistema a ser implantado. setor de aquicultura, é preciso se
desempenho e, para o de engorda, "É preciso considerar o tamanho do concentrar em outros nichos desse
um aumento nos lotes homogêneos investimento, a espécie cultivada, o mercado também. “Existe uma ex-
que, consequentemente, aumenta- mercado a que se destina a produ- celente perspectiva para agregar
rão a eficiência produtiva. ção. Em linhas gerais, um bom retor- valor a co-produtos do processa-
no se consegue a médio prazo". mento de pescado que são descar-
Preservação Gregório também destaca a tados, como pele, bexiga natatória,
Segundo o presidente da em- importância de um plano de negó- escamas, cabeça de camarão, a
presa Rio Doce Piscicultura, Thiago cios para desenvolver, em conjunto partir dos quais podem ser extra-
Gregório, a questão da preserva- com o cliente, características de re- ídas substâncias químicas como
ção ambiental se faz muito latente torno de acordo com os investimen- colágeno, ácidos graxos, como o
no setor produtivo de qualquer em- to iniciais. Para o produtor que está ômega 3, quitosana, que possuem
presa. Os fatores que mais contri- começando, a dica é bem simples. alto valor de mercado no exterior,
buem para a conscientização, na "Busquei a maior quantidade de in- atendendo a indústrias de alimen-
visão dele, são "orientações através formação possível antes de qualquer tos, farmacêuticas e cosméticos”,
de treinamentos ou visita técnica in decisão. Assim, é possível minimizar afirma. “O salto que veremos daqui
loco, despertando nossos clientes os riscos inerentes à atividade”. pra frente será inúmeras vezes su-
e parceiros para a preservação e perior ao que vimos nos últimos dez
manutenção da qualidade da água, Próximos anos anos. Quando comparamos com
tornando a atividade menos impac- Para o futuro, o pesquisador outras proteínas, é mais favorável
tante possível". Anderson Luis Alves, da Embrapa, investir em peixe no momento”,
Economicamente falando, acredita que, como o Brasil conta completa o presidente da Associa-
quando questionado sobre a média com uma rica biodiversidade e tem ção Brasileira de Piscicultura, Fran-
de tempo para que o produtor tenha área suficiente para ser um dos cisco Medeiros.
Os tipos de piscicultura
Para investir nesse setor, é necessário que o produtor tenha consultoria de mão de obra especializada, para que
conheça a fundo como deseja aliar suas necessidades e limitações ao que se espera hoje no mercado. Abaixo,
confira a lista com todos os tipos de piscicultura:
- Piscicultura Extensiva: praticada, principalmente, em represas, lagos e açudes de tamanho delimitado, com
uma produção também limitada. Indicada, principalmente, para quem deseja estabelecer um negócio local.
- Piscicultura Semi-intensiva: realizada em criadouros artificiais, que são desenvolvidos de acordo com a neces-
sidade do produtor. Neste caso, alimenta-se o peixe com adubo, seres naturais da água e milho.
- Piscicultura Intensiva: voltada principalmente para comércio. Os viveiros construídos comportam muitos peixes,
visando otimizar os lucros através do uso de rações balanceadas para engorda.
Piscicultura Superintensiva: acontece em tanques de rede, permitindo uma alta produtividade, ganho de peso rápido
dos peixes e facilitando o manejo diário.
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Firmino Piton
Eventos
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Divulgação/ABAG/RP
Divulgação/ABAG/RP
Caso seja autorizada, nova unidade da Embrapa ficaria instalada
no SUPERA Parque Tecnológico
Biocombustíveis] e o IAC [Instituto Agronômico], enfim, uma unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Em-
todo um ecossistema produtivo de inovação na área de brapa Agroenergia, que ficaria no Parque Tecnológico,
agronegócios que vai ao encontro do espirito da Embra- local de referência em pesquisas e que possui o selo
pa”, disse Papa. de acreditação do INMETRO. “Quando empresas como
Para ele, a vinda da empresa fomentará novas a Embrapa vão ao ambiente de inovação, não apenas
pesquisas que atendam o segmento sucroenergético, absorvem, como também proporcionam sustentabilida-
com mão de obra de alta qualidade e estruturas locais de, fazendo a ligação entre conhecimento e indústria.
já disponíveis. “A cidade atingirá novos patamares sem Além disso, a própria Embrapa é um selo de qualidade
negar a essência, que é o agronegócio, mas avançando inquestionável”, declarou Antonio Adilton Oliveira Car-
cada vez mais na área de pesquisa, para desenvolver neiro, diretor presidente do SUPERA Parque.
tecnologias de produção que descarbonizem nossa A entrega do documento é um avanço nas nego-
produção agrícola e pecuária, um dos desafios da agri- ciações, que acontecem desde 2011 e envolvem, além
cultura brasileira. Sendo assim, podemos promover a do vereador Marcos Papa, o CEISE Br, o IAC e o SU-
ideia da economia de baixo carbono a partir daqui”. PERA Parque. Ainda não foram marcadas as próximas
A ideia debatida em documento é a instalação de reuniões para discutir o assunto com a Embrapa.
Divulgação
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Fotos: Divulgação/ABAG/RP
Tecnologia
Agricultura digital
Este foi o principal tema de evento realizado em Ribeirão Preto
e que contou com a participação do presidente da Embrapa,
Maurício Antônio Lopes
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a intensificação da sustentabilidade. Resultados com- isso, mais do que nunca, Pesquisa & Desenvolvimento
provados e quantificáveis promovem novos padrões de precisam estar nas pautas política e econômica do país.
produção, como a carne carbono neutro. Esse primeiro evento do “AGRO: Caminhos do
Mas, segundo o presidente da Embrapa, o futuro Futuro” ilustrou bem a proposta da ABAG/RP e do IBI-
vai exigir muito mais, pois o mundo está no limite do SA, de trazer para Ribeirão Preto, junto daqueles que
modelo de desenvolvimento dependente de recursos “fazem” o agronegócio, especialistas em diversas áreas
não renováveis. para discutir as novas oportunidades e os desafios que
As mudanças virão no ritmo do crescimento de- deverão ser superados pelo agronegócio nos próximos
mográfico mundial, atendendo aos anseios da socieda- anos.
de e com foco nas questões relacionadas ao clima. Em Segundo Mônika Bergamaschi, presidente do
1900, o mundo tinha apenas duas de cada dez pessoas IBISA e do Conselho da ABAG/RP, “a ideia é elevar a
morando na cidade e, em 2030, terá seis. A população conversa a um novo patamar, sobre o qual muitos ainda
será mais urbana, mais idosa, mais educada e mais não se deram conta. As questões são instigantes, pois
exigente. A maior porção da classe média habitará a contrariam a lógica do cotidiano. O interessante é notar
região Ásia/Pacifico, exercendo elevada pressão no pa- que, apesar de desafiadoras, as questões apresenta-
drão demandante por alimentos e energia. das trazem otimismo, pois descortinam um mundo de
Lopes, para exemplificar o momento das mu- novas possibilidades. Temos perdido um tempo precio-
danças nessa era digital, citou o presidente do World so com burocracia e ineficiências. Temos gasto energia
Economic Forum, Klaus Schwab, que acredita estarmos demais postergando a solução de problemas antigos
em plena 4ª Revolução Industrial, representada pelos por diferenças ideológicas. O futuro está aí, ao alcance
sistemas ciber-físicos: era do Big Data, da internet das de quem estiver aberto para recebê-lo. É esse colosso
coisas, da revolução genômica. de oportunidades que o ‘AGRO: Caminhos do Futuro’
Os novos padrões de consumo, continuou ele, abordará”.
pedem novos padrões de produção. É preciso atender Outros eventos da série estão previstos para o de-
e entender o novo consumidor. O mundo está pronto correr de 2017, em datas a ser agendadas, sempre com
para isso e o Brasil precisa acompanhar a onda. Por temas de interesse do agronegócio e da sociedade.
61
Tecnologia
Inovar é preciso
Técnicas de agricultura de precisão ganham cada vez mais
espaço no campo, o que permite ganho de produtividade e evita
desperdício nas lavouras
Bruna Bortoloti muns nas lavouras de soja e milho, propriedades rurais traz ganho de
somando cerca de 83%. E quando o produtividade.
Qualidade demanda inova- assunto são lucros, a porcentagem Um dos lançamentos da em-
ção, e disso o setor agrícola entende é maior ainda: 93,8% dos produto- presa, o FarmLink, é recomendado
bem. Para mais de 53% de agricul- res afirmaram ter tido ganhos em para o produtor que deseja fazer
tores no Brasil, segundo pesquisa produtividade. um acompanhamento em tempo
da Empresa Brasileira de Pesquisa Pensando nisso, não é mais real, do computador ou do celular,
Agropecuária (Embrapa) e do Servi- estranho ver por aí tratores sem pi- da umidade do solo, pois faz um
ço Nacional de Aprendizagem Rural loto e drones sobrevoando lavouras: monitoramento contínuo das áre-
(Senar) realizada em 2014, a agri- essa realidade já se tornou mais do as irrigadas. Inovações como essa
cultura de precisão tem parecido que comum em fazendas espalha- permitem “unir as demandas de
se encaixar perfeitamente quando o das pelo país. “A boa base de todo clientes com os avanços das tec-
assunto é o melhor cuidado com o crescimento é o conhecimento”, nologias e as tendências interna-
solo, insumos e culturas por meio do afirma Marcio Albuquerque, diretor cionais”, afirma.
uso das tecnologias de ponta. da Falker, empresa voltada a pro- Para quem deseja implantar
Ainda segundo a pesquisa, dutos para este setor. Para ele, a esse tipo de gestão, Albuquerque
essas novas técnicas são mais co- profissionalização na condução das dá alguns conselhos, mas lembra
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que é sempre bom ter em mente que a agricultura
de precisão não faz milagre, pois os bons resulta-
dos só vêm de uma boa plantação. “Busque estar
bem assessorado, com bom conhecimento. Bus-
que sempre desafiar os limites de produtividade”.
Histórico da fazenda
Do ponto de vista do produtor da Fazenda
Seis Irmãos, em Balsas (MA), Joel Carlos Hendge,
com o uso da agricultura de precisão houve melho-
ras do negócio como um todo, pois a informação
gerada pelos dados coletados permite a criação de
um grande histórico da propriedade, fazendo com
que “as decisões se tornem cada vez mais asserti-
vas com o tempo”.
A fazenda, que já vem adotando sistemas de
agricultura de precisão há 16 anos, está vendo todo
o investimento inicial sendo ressarcido, uma parte
em prazos curtos, outra com mais tempo. A melhor
organização das informações da lavoura por par-
tes e a redução de desperdícios de insumos foram
as primeiras mudanças observadas por Hendge.
Sistema de irrigação lançado
“Resolvemos iniciar com estas tecnologias pois seu pela Falker permite, em tempo
custo inicial e mudanças iminentes se ajustaram as real, acompanhamento da
umidade do solo
nossas condições de trabalho na época, devendo
cada um decidir por conta própria por onde come-
çar de acordo com sua própria realidade”.
Graças ao uso desse tipo de gestão, foi
possível juntar todos os dados colhidos em cam-
po, como análises em grade de solo, aplicações
de fertilizantes, corretivos em taxa variada de
P (fósforo), K (potássio), gesso e calcário, bem
como o monitoramento da colheita em 80% das
colhedoras de grãos da propriedade, em apenas
um software, o Inceres Web. “Ele [o software] nos
permite acessar dados de solo, produtividade e
baixar arquivos de aplicação pela web de onde
estivermos”, explica Hendge.
Quando o assunto são melhorias, ele diz
que gostaria de ver mais tecnologias robóticas e
autônomas, pois elas proporcionam o acúmulo de
conhecimento e reduzem a quantidade de pesso- Esquema mostra funcionamento do FarmLink:
as envolvidas no processo de produção, fazendo equipamentos de irrigação são ligados a uma central de
rede e podem ser acessados de qualquer lugar
com que haja diminuição nos gastos. “Gerir solos,
63
Tecnologia
plantas, insumos e processos só é possível com muita software. Esses dados geram mapas de superfície, que
informação. Informação esta que a agricultura de preci- indicam a um consultor especializado qual a recomen-
são possibilita através de suas diversas ferramentas e dação de fertilidade correta para a área e quanto aquele
métodos. O importante é começar”. solo deve ser corrigido. É elaborado, então, um plano es-
tratégico, a ser implantado com a anuência do produtor.
Gestão Por fim, há a aplicação no sistema de controle das má-
Para o engenheiro agrônomo e CEO da APagri quinas. “Hoje, temos máquinas que distribuem a informa-
Consultoria Agronômica SA, Sergio Luis Goes, a agricul- ção e o insumo, em taxas variadas”, lembra Goes.
tura de precisão possibilita ao profissional do campo uma Quanto ao futuro da atividade no Brasil, o enge-
melhor gestão do negócio, fazendo com que a produção nheiro acredita que “o solo continua sendo o alicerce
seja potencializada com o mínimo de perdas possível. para produção”, mas que o melhor uso dos sistemas
Segundo ele, a semente, hoje, é um dos insumos mais de coleta de dados e o bom gerenciamento das in-
importantes para essa produção, porque dentro dela “já formações obtidas em cada área serão os próximos
há todo um pacote tecnológico, de forma que seu valor passos. Para quem deseja implantar o sistema, Goes
agregado seja cada vez mais alto”. recomenda uma boa administração dos custos, com
Quando ela cai numa terra fértil, então, as chances foco em margem de lucro e nos retornos para cada
de sucesso aumentam. Para fazer a avaliação do solo, investimento, em curto ou longo prazo. A consultoria
primeiro é feito um diagnóstico georreferencial da área, de alguém experiente na área, como um agrônomo ou
já com prévias das posições de coleta através de GPS. empresa especializada, também é importante, para
As amostras obtidas vão para um laboratório. Com o re- que “as tecnologias sejam usadas de maneira mais
sultado, é feito o processamento de dados através de um harmônica e saudável”.
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Sustentabilidade
Plástico de resíduos
Thaís Silvério A proposta surgiu nos
laboratórios do Departamen- Pesquisadoras da USP-
Pesquisadoras da USP de to de Química da Faculdade Ribeirão desenvolvem um
Ribeirão Preto buscam uma al- de Filosofia, Ciências e Letras
produto biodegradável,
ternativa ao plástico comum. O (FFCLRP). Sob orientação da
projeto avança para um produ- professora Delia Rita Tapia Blá- feito com restos da
to totalmente biodegradável. O cido, a química Bianca Chie- agroindústria e que permite
objetivo é usar resíduos do pro- regato Maniglia, outras duas melhorar a qualidade dos
cessamento de alimentos pela alunas de mestrado e uma em produtos embalados
agroindústria e que ofereçam, iniciação científica foram as
portanto, polímeros naturais, con- responsáveis pelo resultado do
tribuindo para o meio ambiente. trabalho até o momento. Elas desenvolveram um plástico filme para
aplicação no setor de materiais. A novida-
Fotos: Divulgação
de é à base de amido e proteína.
O plástico comum vem das resinas,
um composto orgânico derivado do pe-
tróleo. É mais usado em razão do custo
acessível para as empresas que o fabri-
cam, o que não abre espaço para uma
concorrência com o biodegradável. Mas
o impacto das refinarias começa já a par-
tir da extração, etapa na qual algumas
práticas são altamente poluentes. Diante
disso, surgiu a ideia de trabalhar com ma-
térias-primas de fontes renováveis, con-
seguidas com maior facilidade. “O apro-
veitamento dos subprodutos da indústria
de alimentos tem grande potencial para a
oferta dos polímeros de que precisamos”,
explica Delia.
Bianca afirma que a dificuldade
está em tornar o resíduo apto a formar os
filmes plásticos, pois o subproduto pode
vir danificado. “`Isso deixa os processos
para torná-lo com capacidade filmogêni-
ca bem mais complexos”. Com isso, só
Plástico produzido com resíduo da extração do pigmento de cúrcuma
devem chegar com rapidez ao mercado
as blendas, uma mistura de polímeros
66
À esq., professora Delia Rita Tapia Blácido, acompanhada
de Bianca Chieregato Maniglia
Plástico proveniente
da extração do óleo de
babaçu
67
Sustentabilidade
que resulta no polímero PLA (ácido poliláctico), bio- formado em matéria orgânica, diferente de outros, que
degradável apenas em boas condições de composta- só se degradam em usinas de compostagem. O proce-
gem: presença da luz, umidade, temperatura adequa- dimento dessas usinas é manipular o material através
da e quantidade correta de microorganismos. de processos químicos que resultem em adubo, mas o
processo é demorado.
Reaproveitar Os estudos levaram pouco mais de seis anos.
De acordo com as pesquisadoras, diante da fal- As pesquisadoras pretendem ainda aprimorar o pro-
ta de conscientização das pessoas para com o plane- duto, reduzindo possíveis falhas praticamente a zero.
ta, é necessário que, além dessa iniciativa, outros gru- Bianca conclui dizendo que, devido à alta ca-
pos de pesquisa descubram maneiras sustentáveis, a pacidade de absorção de água, o plástico biode-
partir da utilização de produtos descartados. Mesmo gradável ainda não é considerado adequado para
que a maioria dos resíduos seja constituída por não embalar alimentos que apresentem intensa ativida-
recicláveis, muitos itens podem ser reaproveitados. de hídrica, como morangos. Em contrapartida, jus-
Os primeiros experimentos do plástico desen- tamente por essa propriedade, é capaz de melhorar
volvido na USP mostram que ele demora cerca de um a qualidade de diversos produtos que dependem de
mês para se decompor. Ao final do processo, é trans- boa umidade.
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Informe Publicitário
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Agronegócio e saúde Divulgação/Ozmedix
Contra
queimaduras
Pesquisa da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto (FMRP), da USP,
desenvolve técnica que permite
usar colágeno de boi e porco na
recuperação das vítimas
70
lhante a um andaime] de fibras colágenas
para a adesão e migração celular pelos
Divulgação HC
seus poros, entre as fibras”, explica Farina.
Em outras palavras, devido ao fato
de o colágeno dar firmeza aos tecidos hu-
manos, é ele que, após a cirurgia, susten-
ta e faz a adequação das células ao novo
tecido aplicado na derme ou na epiderme.
O médico garante que não há riscos de re-
jeição. “Não rejeita porque o colágeno não
contém células, mas fibras colágenas”.
As cirurgias no HC são feitas com três
tipos de matrizes dérmicas: a Integra® (bo-
vina), a Matriderm® (bovina) e a Pelnac®
(suína). No caso da Integra e da Pelnac, o
processo é realizado em duas etapas. Pri- Peles artificiais, de boi e porco, são aplicadas na derme, para
melhorar a aparência de cicatrizes e a qualidade dos movimentos
meiro, é feita uma remoção das cicatrizes
causadas por sequelas de queimaduras
e, em seguida, é realizada a aplicação da Divulgação HC
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Agronegócio e saúde
Arte Luciano Dias
cobrir a área operada, é menor.
Devido às peles artificiais não serem uma
tecnologia nacional – são fabricadas em labora-
tórios dos Estados Unidos e da Europa –, elas
não são baratas. Para as redes de saúde cre-
denciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS),
consegue-se uma redução do valor. Nesse caso,
o custo médio é de R$ 50,00 o cm².
O Brasil tem grande deficiência na fabri-
cação de produtos cirúrgicos, até mesmo de
matrizes dérmicas de pele humana, que, apesar
de serem mais baratas que as de origem animal,
dependem de bancos de pele, escassos no País.
Recuperação
Esquema simplificado mostra o posicionamento
Com o uso das peles artificiais, a recupe-
das camadas da pele humana
ração dos pacientes tem sido melhor, com redu-
ção das sequelas e da aparência das cicatrizes.
O tempo de internação de quem passa
pela cirurgia com as matrizes Integra e Pelnac praticamente o mesmo do enxerto convencional.
é maior em comparação com o enxerto comum, Depois da cicatrização, os pacientes são acompanha-
por conta do intervalo entre as duas etapas do dos por fisioterapeutas, que irão reeducar e reestabelecer os
processo. Outro fator é que, após os procedi- movimentos. As peles artificiais deixam as cicatrizes mais ma-
mentos cirúrgicos, existem cuidados a serem cias, o que representa um avanço no restabelecimento dos
reforçados. “Mantemos os pacientes mais tempo pacientes. Mesmo assim, a fisioterapia não deve ser descar-
internados porque o processo exige curativos e tada, principalmente para queimaduras em grandes áreas do
cuidados até a integração completa do enxerto”, corpo, que envolvem articulações, como o caso de Ivonete.
explica Fernanda. Para a Matriderm, o tempo é A costureira, que passou pelo procedimento há um ano
Divulgação HC
74
Divulgação HC
Estudo
O coordenador do projeto, Jayme
Farina, diz que a técnica é resultado de 20
anos de pesquisa. O HC vem aumentando
a quantidade de cirurgias realizadas devido
aos estudos, que passaram a envolver estu-
dantes de pós-graduação da USP.
A própria Fernanda é um deles. Ela
é mestranda na Divisão de Cirurgia Plástica retrai junto ao enxerto de pele humana feito após a aplicação da pele
do hospital e, além da evolução de Ivonete, artificial.
acompanha a aplicação em outros pacien- Cerca de 50 vítimas de queimaduras, de Ribeirão Preto e re-
tes com queimaduras de 2º e 3º graus. gião, já foram tratadas com a técnica da matriz dérmica. As cirurgias
O professor Pedro Soler Coltro, orien- são todas custeadas pelo SUS. Para participar do estudo, as vítimas
tador de Fernanda, afirma que a pesquisa precisam, primeiro, passar pela Unidade de Emergência do HC. Se for
da aluna tem como objetivo principal des- constatado que as fissuras comprometem os movimentos, os pacien-
cobrir qual das matrizes melhor regenera e tes são direcionados para que façam o tratamento mais adequado.
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Divulgação
Eventos
Parque Fernando Costa, onde é
realizada a ExpoZebu, em Uberaba:
expectativa é que negócios tenham
atingido R$ 150 milhões
Para comemorar
Comerciantes destacam bons resultados comerciais da ExpoZebu
e planejam manter negócios o ano todo no Parque Fernando Costa,
onde a feira é realizada
Com informações da assessoria Entre os estabelecimentos que nal boutique de carne, a movimenta-
de imprensa participaram, está a Fox Fotografias ção surpreendeu não só pelo número
do Sul, empresa especializada em fo- de pessoas, mas também pelos horá-
Sucesso de público com 220 tografias infantis, com sede em Porto rios em que os clientes frequentavam
mil visitantes, a ExpoZebu também co- Alegre (RS). O estúdio roda o país fo- o estabelecimento. O sucesso foi tanto
memora os bons resultados com mo- tografando crianças de dois a 14 anos que os empresários decidiram conti-
vimentação financeira. Nesta edição de idade em feiras agropecuárias nuar o ano todo no parque. “Tivemos
da feira, 100% da área comercial foi espalhadas pelo Brasil. É o segundo uma rotatividade muito grande e uma
ocupada. Representantes de diferen- ano que a empresa investe na feira. média de faturamento de R$ 200 mil",
tes segmentos, como setores de veí- “No ano passado, consegui vender contou o empresário Guilherme Boa-
culos, vestuário, insumos, máquinas e 100 álbuns. Este ano, vendi mais de ventura.
equipamentos levaram seus produtos 500”, comemorou a vendedora Letícia A vaca PAZ da Estiva foi a gran-
para o Parque Fernando Costa, em Barazzutti, que acredita que os shows de atração durante a Expozebu 2017,
Uberaba-MG, de 29 de abril a 7 de foram um dos responsáveis pelo resul- com 1.350 dias produzindo leite inter-
maio, e não se decepcionaram. Ani- tado positivo. ruptamente, com 4 partos emendados
mados, muitos deles já manifestaram O faturamento também foi posi- sem secar. Além de produzir muito lei-
o interesse na renovação do contrato tivo no setor de bares e alimentação. te, possui uma carcaça diferenciada.
para 2018. No Kiosk do Armazém do Boi, tradicio- A vaca BELGA - AJCF, por sua vez, foi
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Fotos Divulgação
Os empresários Adaldio
e Renata Castilho com
o Grande Campeão Nacional,
o Touro XILON da Estiva
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GIRO DA TERRA Imagens: Divulgação
ABAG/RP recebe professores CNPC apoia a redução do volume externas do agronegócio brasileiro
para abertura do “Agronegócio da dose da vacina antiaftosa atingiram US$ 29 bilhões. Esse valor
na Escola” equivale a 42,6% do total das expor-
tações do País no período.
O destaque ficou para as ex-
portações do setor sucroenergético,
com crescimento de US$ 857,5 mi-
lhões nos açúcares bruto e refinado. A
soja em grãos também teve bom de-
sempenho com adicional de US$ 1,9
bilhão nos primeiros quatro meses de
O Conselho Nacional da Pecuária 2017 na comparação com igual perío-
de Corte está apoiando a decisão do do ano passado. (Fonte: CNA)
do Ministério da Agricultura para
Foi dada a largada para que se reduza de 5 ml para 2 ml o FAPESP e Shell selecionam
as atividades de capacitação do volume da dose da vacina antiaftosa projeto para criação de centro
Programa Educacional “Agrone- em futuro próximo no País. de novas energias
gócio na Escola”, desenvolvido O apoio inclui a retirada do
pela ABAG/RP desde 2001. No vírus “C”, considerado atualmente
primeiro evento, os professores desnecessário dentro da epidemio-
das redes municipais de ensi- logia da doença. Este vírus não á
no das 63 cidades participan- mais identificado no mundo desde
tes tiveram a oportunidade de 2005, quando ocorreu pela última
“aprender” sobre agronegócio vez no Quênia, na África. Países
e sustentabilidade, com pales- como Colômbia, Equador, Venezuela
tra do ex-ministro da Agricultura e Uruguai já tomaram estas medidas. A FAPESP e a Shell realizaram,
Roberto Rodrigues, coordenador (Fonte: Mecânica de Comunicação) em 16 de maio, na sede da FAPESP,
do GVagro e Embaixador da FAO/ um workshop para discussão dos
ONU para o cooperativismo, que CNA afirma que produtos temas de investigação científica e
buscou mostrar a importância do agro sustentam recorde tecnológica do futuro Centro de Pes-
deste setor para o Brasil e para da balança comercial quisa em Novas Energias, que será
o mundo. cofinanciado pela fundação e pela
Depois dessa etapa, os empresa. A chamada de propostas
educadores saem a campo para para apresentação de projetos de
visitas monitoradas. Os roteiros constituição do Centro foi lançada
priorizam importantes cadeias em abril e o prazo para apresenta-
produtivas da região, além das Os produtos do agronegócio ção de projetos se encerra neste 9
instituições de ensino e pesquisa foram responsáveis pelo recorde de junho. A divulgação dos resulta-
voltadas para o setor. A intenção no superávit da balança comercial dos será em 1º de setembro de 2017.
é que compreendam a dimensão brasileira, de US$ 21,4 bilhões, no O Centro poderá ter financia-
do agro, tanto econômica, quanto primeiro quadrimestre de 2017, um mento por até dez anos no âmbito
social e ambiental. resultado 61% superior ao mesmo do Programa Centros de Pesquisa
Em 2017, o programa terá período do ano passado. em Engenharia, da FAPESP. Para os
a participação de 171 escolas Um estudo feito pela Superin- primeiros cinco anos de atividade,
e mais de 21 mil alunos. (Fonte: tendência de Relações Internacio- está previsto um aporte de recursos
ABAG/RP) nais (SRI), da CNA, mostra que, de da ordem de R$ 16,7 milhões com-
janeiro a abril deste ano, as vendas partilhados pela FAPESP e a Shell.
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As matérias na íntegra estão no Portal CanaMix: www.canamix.com.br
A instituição-sede do projeto sele- do garante isenção da taxa de en- Pesquisadores do CNPEM criam
cionado na chamada de propos- trada – que este ano terá o valor de sensor que avalia qualidade
tas participará com contrapartida R$ 100,00 –, além de mais praticida- do etanol
econômica na forma de salários de de, agilidade de acesso ao evento e
pesquisadores e pessoal de apoio, informações completas sobre a feira
infraestrutura e instalações. antes dos demais visitantes. (Fonte:
Os temas em foco no workshop Phábrica de Ideias - Assessoria de
seguiram foram os mesmos das qua- imprensa da Fenasucro)
tro divisões do Centro: transportado-
res de alta densidade de energia; ar- Pesquisa cria primeiro
mazenamento avançado de energia; inseticida à base de vírus contra
conversão de metano em produtos; e lagarta-do-cartucho Pensando em uma maneira
Marina Torres
ciência computacional de materiais. mais eficiente de controlar a quali-
(Fonte: FAPESP) dade do etanol que é produzido e
comercializado, pesquisadores do
Visitantes já podem se credenciar Centro Nacional de Pesquisa em
para a 25ª Fenasucro Energia e Materiais (CNPEM) de-
senvolveram um sensor que conta
com nanotecnologia para avaliar a
qualidade do combustível de manei-
ra simples, rápida e prática.
Agricultores passam a con- A Agência Nacional do Petró-
tar com um inseticida biológico que leo (ANP) determina que o teor míni-
A organização da Fenasucro tem como princípio ativo um vírus mo de etanol para sua utilização dire-
anunciou a abertura do credencia- de grande eficácia para controle da ta como combustível seja de 94,5%
mento online para quem pretende lagarta-do-cartucho, principal pra- vol. O dispositivo desenvolvido no
visitar o evento, que será realizado ga do milho, que acomete também Laboratório Nacional de Nanotec-
de 22 a 25 de agosto. Esta será a outras culturas, como soja, sorgo, nologia (LNNano), que pertence ao
25ª edição da feira, consolidada algodão e hortaliças. O primeiro in- CNPEM, tem a capacidade de ates-
como a maior e mais importante do seticida à base de Baculovirus spo- tar, em segundos, se o etanol avalia-
mundo exclusivamente voltada ao doptera, o CartuchoVIT, foi lançado do está dentro desta especificação.
setor sucroenergético. no último dia 12 de maio em Ubera- (Fonte: Medialink Comunicação)
O evento reunirá toda a ca- ba (MG), como resultado da parce-
deia produtiva da cana-de-açúcar, ria entre a Embrapa Milho e Sorgo Geração de energia a partir
apresentando as principais so- (MG) e o Grupo Vitae Rural. da casca do arroz tem cases
luções e inovações tecnológicas Uma vantagem do Cartucho- de sucesso
do mercado. Além de importantes VIT é o pequeno número de aplica-
marcas, está confirmada uma in- ções necessárias, em geral duas, o
tensa programação com palestras, que gera menor custo com máqui-
workshops, debates, encontros e nas agrícolas e mão de obra. As
seminários, com o objetivo de fo- avaliações de campo demonstram
mentar o aperfeiçoamento técnico e que o bioinseticida apresenta taxa
profissional do setor canavieiro. de mortalidade de 75% a 95% das
Para efetuar o pré-creden- lagartas-do-cartucho com até cinco Antes abandonada no pátio e
ciamento, o visitante deve acessar dias de idade (até quase 1 cm de sem função garantida, a casca de
a aba “credenciamento” no site do comprimento). (Fonte: Embrapa Mi- arroz passou a gerar energia atra-
evento. O cadastramento antecipa- lho e Sorgo) vés de sua queima. Apesar de não
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GIRO DA TERRA
ser uma tecnologia nova, os produ- manual 12x12 com reversão mecânica herbicidas utilizará cerca de R$ 12
tores de arroz, por vários motivos, ou eletro-hidráulica aumenta a agilida- milhões do financiamento. (Fonte:
estão vislumbrando os seus benefí- de nas manobras. ComTexto Comunicação Corporativa)
cios e investindo na cogeração de Já o modelo MF 4275 Com-
energia elétrica. pacto Cabinado foi vencedor na EUA ameaçam retaliar caso o
O engenheiro da Sílica Verde categoria de Tratores Especiais. A Brasil volte a taxar importações
do Arroz (Pilecco) Lucas Mattei des- série, líder de vendas no segmento de etanol
taca que, além do diferencial am- de tratores há mais de 56 anos, foi
biental agregado na marca do pro- renovada e agora possui cabine,
duto final, o processo de cogeração garantindo o conforto e segurança
reduz os custos da cadeia de pro- necessários durante a jornada de
cessamento do arroz. “Redução de trabalho. O modelo alia ergonomia,
custos com energia elétrica, receita design, funcionalidade e rendimen-
extra com venda dos excedentes de to. O tanque, produzido em plásti-
energia e, principalmente, destino co, com capacidade para 60 litros, Os Estados Unidos ameaçam
e uso adequado de resíduos indus- também é destaque por diminuir os retaliar o Brasil caso seja aprovada
triais foram outras características riscos de contaminação com o com- qualquer taxação sobre a importação
que nos fizeram investir na cogera- bustível. (Fonte: CDN Comunicação) de etanol. Washington definiu essa po-
ção de energia”. (Fonte: TMG) sição num momento em que, por um
lado, as indústrias americanas bus-
Massey Ferguson vence em duas cam ampliar mercados e, por outro, o
categorias do prêmio Trator setor produtivo brasileiro tenta se pro-
do Ano 2017 teger contra a disparada recente das
importações.
Segundo uma fonte a par do
assunto, o governo americano enviou
uma carta à Câmara de Comércio Ex-
Ourofino Agrociência e Finep terior (Camex) após a União das In-
firmam parceria de R$ 60 milhões dústrias de Cana-de-Açúcar (UNICA)
Na última semana de abril, a pedir, em março, um imposto de 16%
A Massey Ferguson venceu Ourofino Agrociência e a Finep assi- sobre o produto importado. Procurada,
em duas categorias do prêmio Tra- naram contrato para financiamento contudo, a Camex informou que "não
tor do Ano com os modelos MF 4275 de R$ 60 milhões. O montante será tem conhecimento" sobre a ameaça
Compacto Cabinado e MF 6713. investido em desenvolvimento de americana. Praticamente todo o etanol
Anunciada durante a Agrishow 2017, novos produtos para a agricultura importado pelo país vem dos Estados
a decisão aconteceu por meio de nacional, melhoria das formulações Unidos. (Fonte: Valor Econômico)
uma comissão técnica. já existentes e também na imple-
O MF 6713, da série MF 6700, mentação da planta industrial de Maioria das usinas brasileiras
venceu no grupo dos tratores de 100 a WDG (Grânulos Dispersíveis). de cana ainda enfrenta
200 cv. Máquina de alto desempenho, Norival Bonamichi e Jardel dificuldades financeiras
contribui para aumentar a produtividade Massari, presidente e vice-presiden-
e proporciona economia de combustí- te da Ourofino Agrociência, e Victor
vel. Lançado na versão plataformada, Odorcyk, diretor de Inovação da Fi-
o trator possui a maior capacidade de nep, firmaram parceria para o biênio
levante da categoria com até 4.950 kg, 2017/2018, com 70% do valor cus-
para a realização de trabalhos com im- teado pela financiadora. Com inau-
plementos mais pesados, com exce- guração prevista para julho, a planta Enquanto grandes grupos
lente vazão hidráulica. A transmissão de Grânulos Dispersíveis (WDG) para como Raízen, Biosev e São Marti-
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As matérias na íntegra estão no Portal CanaMix: www.canamix.com.br
nho podem buscar formas alternati- a produção sul-mato-grossense de dos, a cargo de um único fornece-
vas de financiamento, a maioria das cana deverá ter queda de 0,9% e dor (entre vários consultados), com
empresas de médio porte assumiu ficar em 49,829 milhões de tonela- reconhecida capacidade técnica e
mais dívidas ao longo dos últimos das. (Fonte: Correio do Estado) preço mais vantajoso. (Fonte: Coo-
anos e estão tendo dificuldades percitrus)
para processar mais cana, disseram Sicoob Credicitrus
especialistas durante o seminário in- e Coopercitrus investem R$ 1,2 Agricultores defendem a
ternacional de açúcar da F.O. Licht milhão em projetos sociais criação de um estatuto da
em São Paulo agricultura familiar
O recente declínio nos preços
do açúcar bruto em Nova York foi ci-
tado como um novo obstáculo para as
usinas brasileiras à medida que a nova
safra começa. O açúcar estava sendo
negociado, até o fechamento desta
edição, a cerca de US$ 0,16 por libra-
-peso em Nova York, após bater cerca A Sicoob Credicitrus e a Co-
de US$ 0,23 no fim do ano passado. opercitrus aprovaram, em março, a
(Fonte: UDOP por Reuters) destinação de aproximadamente R$ A Confederação Nacional da
1,2 milhão para projetos de 75 ins- Agricultura (CNA) defendeu a cria-
Mato Grosso do Sul produz 50,2 tituições sociais instaladas em 35 ção de um estatuto da agricultura
milhões de toneladas de cana municípios de sua área de atuação. familiar portuguesa, considerando
Os investimentos serão feitos com que é necessário criar mecanismos
recursos dos Fundos de Investimen- que apoiem e promovam este tipo
to Social (FIS) das duas cooperati- de produção.
vas, criados em 2005 e que atuam Segundo Alfredo Campos,
em conjunto sob a denominação membro da direção da CNA, é es-
única de Ação Social Cooperada. sencial o reconhecimento jurídico
Esses recursos são oriundos de da agricultura familiar, bem como a
uma pequena parcela (0,5% a 1%) criação de vários mecanismos de
Mato Grosso do Sul fechou a das sobras anuais a que têm direito apoio a esta produção, sendo a de-
safra 2016/2017 de cana-de-açúcar todos os cooperados, significando finição de um estatuto seria um pri-
com uma produção de 50,292 mi- que os investimentos serão feitos, meiro passo para se criarem medi-
lhões de toneladas, volume 3,3% na verdade, pelos 75 mil associa- das direcionadas para a agricultura
superior ao do ciclo anterior, e incre- dos da Sicoob Credicitrus e 26 mil familiar, seja na criação “de linhas
mento de 3,7% na área plantada, de da Coopercitrus. específicas de apoio à agricultura
596,8 mil para 619 mil hectares. Os projetos aprovados estão familiar”, seja na diferenciação des-
Os números, divulgados pela divididos em cinco categorias: as- te tipo de negócio em matéria fiscal
Companhia Nacional de Abasteci- sistenciais; produção e geração de ou de Segurança Social.
mento (Conab), apontam ainda que renda; educativos; socioeducativos; A conferência nacional, que
os ganhos em produção e área cul- e culturais. Aguardam aprovação será realizada em Coimbra, Portu-
tivada no Estado, favorecidas princi- final outros dez projetos, de enti- gal, neste mês de junho, vai contar
palmente pela estabilidade do clima dades de seis municípios, que pre- com a participação de especialistas
na maioria das regiões produtoras, tendem instalar sistemas de placas e académicos de diversas áreas,
foram registrados mesmo sem ocor- fotovoltaicas visando reduzir suas como a fiscalidade, economia, saú-
rer avanço na produtividade. Já para contas de energia. A Ação Social de pública, biologia, cultura, susten-
a próxima safra, segundo primeira Cooperada busca definir uma solu- tabilidade de territórios ou climatolo-
estimativa apresentada pela Conab, ção padronizada para esses pedi- gia. (Fonte: Observador)
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Opinião
Gestão com
novo design
Marcelo Dias*
Victor Cabral
O pensamento convencional nas empresas no diz para ver
do macro para o micro. O pensamento do designer no diz para
ver do micro para o macro. Os líderes querem receber feedback
de seus colaboradores, mas, em muitos casos, desconhecem a
Janela de Johari (ferramenta que cria condições para que equipes
deem e recebam feedbacks), não estudam as metodologias ade-
quadas, não se atualizam em técnicas para melhorar seu compor-
tamento ou, pelo menos, para motivar seus pares subordinados.
Então, como podemos desenvolver o pensamento do de-
sign nos líderes do agronegócio? Observar diariamente o que
existe no campo. A beleza de uma folha, a simetria dos talhões,
o desenho das máquinas. O campo é um manancial de formas e
conteúdos. Desenvolver o hábito de olhar como um designer pode
ajudar a fazer a diferença.
Com grandes e rápidas transformações a cada safra, ve-
mos um campo sendo gerido cada vez mais com tecnologia, tanto
em equipamentos quanto na revisão de conceitos antigos, ainda
utilizados.
Nos próximos dez a 20 anos, teremos uma busca por me-
lhores práticas na oferta de alimentos no mundo. Acredito que,
para todos os produtores, do Vale do Paraíba ao Ceará, do Rio
Grande do Sul à Região Norte, passando pela energia verde no
Sudeste, muitos fatores serão fundamentais para contribuir com
*Marcelo Dias é diretor de
as demandas do planeta. marketing do Grupo AgroBrasil.
São necessárias gestão participativa, novas técnicas de
manejo do solo e do plantio, ferramentas mais inteligentes e co-
nectadas, fornecendo, simultaneamente, dados e análises no
instante em que acontecem, para que o gestor do agronegócio
possa tomar decisões mais acertadas sobre sua fazenda. Tam-
bém trocar informações, saber o que está dando certo e como
ser mais eficiente no campo. E, claro, tudo isso junto com polí-
ticas de financiamento e incentivos.
Nesse cenário, o agrodesign é uma realidade e, se bem tra-
balhado com grandes profissionais, pode alavancar uma safra de
gestores antenados com o valor, e não só com o preço. Acredito que,
assim, nasce uma cultura com aspecto saudável e mais produtivo.
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