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RCCTE “Light”
(versão provisória)
Daniel Aelenei
Outubro de 2009
Ficha Técnica
Titulo: RCCTE Light
Autor: Daniel Aelenei
_________________________________________________________________
Nota: A publicação do “RCCTE Light” sob forma de um livro (novo formato, novo
grafismo e edição revisada) está prevista para o início de Janeiro de 2010.
Reservados todos os direitos. O conteúdo desta obra pode ser objecto de direitos
exclusivos, de propriedade intelectual, pertencentes à FCT/UNL, ou a outras entidades.
É expressamente proibido copiar, reproduzir, modificar, exibir, transmitir ou divulgar,
por qualquer forma ou para qualquer fim, os conteúdos desta obra sem o consentimento
escrito do Autor.
Índice
1 Introdução 1
1.1 Objecto 1
1.2 Âmbito de aplicação do RCCTE 1
1.3 Índices e parâmetros de caracterização 2
1.4 Limitação das necessidades nominais globais de energia primária 3
1.5 Requisitos mínimos de qualidade térmica dos edifícios 3
1.5.1 Zonamento Climático - Portugal Continental 4
1.5.2 Zonamento Climático - Região Autónoma dos Açores 5
1.5.3 Zonamento Climático – Região Autónoma da Madeira 5
1.6 Espaços sem requisitos de conforto térmico 6
2 Cálculo das Necessidades de Energia 6
2.1 Método de Cálculo das Necessidades de Aquecimento 6
2.1.1 Perdas de calor por condução através da envolvente 7
2.1.2 Perdas de calor resultantes da renovação do ar 10
2.1.3 Ganhos térmicos úteis na estação de aquecimento 11
2.2 Método de Cálculo das Necessidades de Arrefecimento 13
2.2.1 As cargas através da envolvente opaca exterior (ganhos e perdas) 13
2.2.2 Os ganhos solares através dos vãos envidraçados 14
2.2.3 As perdas devido à renovação do ar 15
2.2.4 As cargas internas 15
2.3 Método de Cálculo das Necessidades de Energia para preparação da AQS 16
2.3.1 Necessidades de energia para preparação das Águas Quentes Sanitárias Nac 16
2.4 Necessidades globais de energia primária 18
3 Limitação das necessidades nominais globais de energia primária 18
3.1 Valores limites das necessidades nominais de energia útil para aquecimento, Ni 19
3.2 Valores limites das necessidades nominais de energia útil para arrefecimento, Nv 19
3.3 Valores limites das necessidades de energia para preparação das AQS, Na 20
3.4 Valor máximo admissível de necessidades nominais globais de energia primária, Nt 20
4 Parâmetros utilizados no calculo dos índices N( ) 21
4.1 Determinação da Taxa de Renovação Horária Nominal 21
4.2 Factor de utilização dos ganhos η 23
4.2.1 Situação de Inverno 23
4.2.2 Situação de Verão 24
4.3 Factores solares 25
4.3.1 Factor solar do vão envidraçado 25
4.3.2 Factores solares F( ) 26
4.4 Quantificação da inércia térmica interior – It 29
Referências bibliográficas 31
i
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Anexo B - Exemplo de aplicação do RCCTE
B.1 Introdução B1
B.2 Caracterização do edifício B1
B.2.1 Dados gerais B1
B.2.2 Caracterização térmica das soluções construtivas B3
B.3 Verificação dos requisitos mínimos de qualidade térmica B6
B.3.1 Dados climáticos B7
B.3.2 Identificação dos tipos de envolvente B7
B.3.3 Levantamento dimensional B7
B.3.4 Locais não-úteis; coeficiente τ B11
B.3.5 Verificação dos requisitos mínimos em termos de valores de U B11
B.3.6 Verificação dos requisitos mínimos em termos de valores de g`⊥ B12
B.4 Parâmetros utilizados no calculo dos indices N( ) B13
B.4.1 Factor de forma FF B13
B.4.2 Inércia térmica B13
B.4.3 Coeficientes de transmissão térmica linear ψ B14
B.4.4 Ventilação – taxa de renovação horária nominal Rph B17
B.4.5 Factores solares F( ) e g⊥ B17
B.5 Limitação das necessidades globais de energia primária B18
B.5.1 Limitação das necessidades de energia primária para preparação de AQS B18
B.5.2 Limitação das necessidades de energia primária B19
B.6 Considerações finais B20
ii
Índice de Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro III.1 Distribuição dos concelhos de Portugal Continental A1
Quadro III.2 Zonamento climático de Inverno (Portugal Continental) A6
Quadro III.3 Zonamento climático de Verão (Portugal Continental) A6
Quadro III.4 Região Autónoma dos Açores A7
Quadro III.6 Região Autónoma da Madeira A7
Quadro III.8 Energia solar média mensal na estação de aquecimento A7
Quadro III.9 Valores de θm e Ir (kWh/m2) para a estação convencional de arref. A7
Quadro IV.1 Valores convencionais de Rph (h-1) para edifícios de habitação A8
Quadro IV.2 Classes de exposição ao vento das fachadas do edifício A8
Quadro IV.3 Ganhos térmicos internos médios por unidade de área útil A8
Quadro IV.4 Factor de orientação A9
Quadro IV.5 Fracção envidraçada para diferentes tipos de caixilharia A9
Quadro V.1 Valores do factor de sombreamento, Fo - Situação de Verão A9
Quadro V.2 Valores do factor de sombreamento, Ff - Situação de Verão A10
Quadro V.3 Valores do factor de correcção, Fw - Situação de Verão A10
Quadro V.4 Valores do factor solar de vãos com protecção solar activada a 100% A11
Quadro V.5 Cor da superfície exterior da protecção solar A12
Quadro VI.1 Número convencional de ocupantes A12
Quadro VI.2 Número anual de dias de consumo de AQS A12
Quadro VI.3 Eficiência de conversão para os sist. convencionais de AQS A12
Quadro VI. 4 Eficiência nominal dos sistemas de aquecimento e arrefecimento A13
Quadro VII.7 O factor de redução ri A13
Quadro IX.1 Coeficientes U máximos admissíveis de elementos opacos A13
Quadro IX.2 Factores solares máximos admissíveis A14
Quadro IX.3 Coeficientes de transmissão térmica superficiais de referência A14
Quadro IX.4 Factores solares de referência A14
Tabela IV.1 Valores do coeficiente τ A15
Tabelas IV.2.1 Valores de ψ de pav. em contacto com o terreno, s/isol. térmico A17
Tabela IV.2.2 Valores de ψ de pav. em contacto com o terreno, c/isol. térmico A17
Tabela IV.2.3 Valores de ψ de paredes em contacto com o terreno A17
Tabelas IV.3 Coeficientes de transmissão térmica linear A18
Tabela IV.4.1 Factor solar de alguns tipos de vidro (g⊥v) A28
Tabela IV.4.2 Factor solar de alguns tipos de envidraçados plásticos A29
Tabela IV.5 Valores do factor (Fh) – Situação de Inverno A30
Tabela IV.6 Valores do factor (Fo) - Situação de Inverno A31
Tabela IV.7 Valores do factor (Ff) – Situação de Inverno A32
iii
RCCTE “Light”
1 Introdução
O presente trabalho visa colocar à disposição de todos os interessados um documento de
consulta rápida que aborda a metodologia de cálculo das necessidades energéticas dos
edifícios de habitação para efeitos regulamentares, tal como estipulada no Decreto-Lei
nº. 80/2006 (RCCTE), de um ponto de vista pragmático.
O documento, elaborado com base no Decreto-Lei nº. 80/2006, não pretende substituir
de alguma forma o RCCTE. Avisam-se os leitores acerca da obrigatoriedade da consulta
atenta de toda a legislação em vigor.
1.1 Objecto
O RCCTE tem como principal objectivo promover as regras a observar no projecto de
edifícios de habitação e serviços de modo a que:
a) as exigências de conforto térmico possam vir a ser satisfeitas sem dispêndio
excessivo de energia;
b) seja minimizado o risco de ocorrência de situações patológicas nos elementos de
construção provocadas pela ocorrência de condensações superficiais.
1
RCCTE Light
Estes índices devem ser calculados com base nas seguintes condições de referência2:
• as condições ambientes de conforto de referência são uma temperatura do ar de 20º C
para a estação de aquecimento e uma temperatura do ar de 25º C e 50% de humidade
relativa para a estação de arrefecimento;
• a taxa de referência para a renovação do ar, para garantia da qualidade do ar interior,
é de 0,6 renovações por hora, devendo as soluções construtivas adoptadas para o
edifício ou fracção autónoma, dotados ou não de sistemas mecânicos de ventilação,
garantir a satisfação desse valor sob condições médias de funcionamento;
• o consumo de referência de água quente sanitária para utilização em edifícios de
habitação é de 40 litros de água quente a 60º C por pessoa e por dia.
2
As condições de referência podem fazer objecto de actualizações por portaria conjunta dos ministros
responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e
habitação.
2
RCCTE Light
Nota: Uma vez que os edifícios novos dificilmente irão satisfazer a condição imposta em termos
de área útil, terão todos que ser objecto de verificação detalhada dos requisitos do
RCCTE. Todavia, uma vez que os valores limites de referência Nv e Ni impostos no
3
Todos os quadros e tabelas referenciados no presente documento foram remetidos para o Anexo A. Para
simplicidade de uso, as legendas dos quadros e tabelas em anexo preservam as legendas do DL nº
80/2006.
3
RCCTE Light
Nos quadros III.2 e III.3 indicam-se as alterações, em função da altitude dos locais, a
introduzir relativamente ao zonamento e aos dados climáticos de referência indicados
no quadro III.1.
4
RCCTE Light
- Nos concelhos de Pombal, Leiria e Alcobaça, os locais situados numa faixa litoral
com 10 km de largura são incluídos na zona climática de Inverno I1 e adoptam-se os
seguintes dados climáticos de referência:
- número de graus-dias (GD) →1500º C.dias;
- duração da estação de aquecimento → 6 meses.
Para cada local, o número médio de graus-dias de aquecimento, GD, (na base de 20º C)
da estação convencional de aquecimento pode ser calculado, em função da respectiva
altitude, z, pela expressão:
GD = 1,5 z + 650
5
RCCTE Light
6
RCCTE Light
• Ganhos de calor úteis, Qgu, resultantes dos ganhos internos e dos ganhos solares
através dos envidraçados.
Qt + Qv − Qgu
N ic = (kWh/m2. ano) (1)
Ap
em que:
Qext perdas de calor instantâneas pelas zonas correntes das paredes, envidraçados,
coberturas e pavimentos em contacto com o exterior;
Qlna perdas de calor instantâneas pelas zonas correntes das paredes, envidraçados e
pavimentos em contacto com locais não-aquecidos;
Qpe perdas de calor instantâneas pelos pavimentos e paredes em contacto com o
solo;
Qpt perdas de calor instantâneas pelas pontes térmicas lineares existentes no
edifício.
em que:
7
RCCTE Light
em que:
em que:
θi − θ a
τ= (8)
θ i − θ atm
8
RCCTE Light
em que:
parede
pavimento
Z<0
9
RCCTE Light
As perdas de calor através das pontes térmicas lineares são calculadas pela seguinte
expressão:
em que:
Figura 3: Ponte térmica linear na zona de ligação entre duas paredes verticais, com indicação do
campo de temperaturas estabelecido no interior dos elementos e da zona de ponte térmica
em que:
10
RCCTE Light
em que:
Os ganhos térmicos brutos, Qg, são calculados com base na equação seguinte:
Q g = Qi + Qs (kWh) (17)
4
No caso de um ventilador comum a várias fracções autónomas, a energia total correspondente ao seu
funcionamento deve ser dividida entre cada uma dessas fracções autónomas, numa base directamente
proporcional aos caudais de ar nominais correspondentes a cada uma delas.
11
RCCTE Light
em que:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
Qs = G sul ∑ ⎢ X j ∑ (A Fh Fo F f Fg Fw g ⊥ ) ⎥ M = G sul ∑ ⎢ X j ∑ Asnj ⎥ M (kWh) (19)
j ⎢
⎣ n nj ⎥
⎦ j ⎢
⎣ n nj ⎥
⎦
em que:
Gsul valor médio mensal da energia solar média incidente numa superfície vertical
orientada a sul de área unitária durante a estação de aquecimento, (kWh/m2.
mês) (quadro III.8);
Xj factor de orientação, para as diferentes exposições (quadro IV.4);
A área total do vão envidraçado (m2);
Asnj área efectiva colectora da radiação solar da superfície n que tem a orientação j,
(m2);
g⊥ factor solar do vão envidraçado; representa a relação entre a energia solar
transmitida para o interior através do vão envidraçado em relação à radiação
solar incidente na direcção normal ao envidraçado (vd. Secção 4.3.1);
F( ) factores solares que tomam conta de existência de eventuais “obstáculos”
associados a transmissão da radiação solar para o interior do espaço útil através
do vão envidraçado. Devido ao facto de o sol descrever uma trajectória distinta
em cada estação, os factores solares devem ser substituídos por valores
calculados em separado para cada estação (vd. Secção 4.3.2);
M duração média da estação convencional de aquecimento (meses) (quadro III.1).
12
RCCTE Light
Por fim, os ganhos solares úteis resultam do aproveitamento de parte dos ganhos brutos
apenas. Os “ganhos térmicos” úteis obtêm-se pela expressão:
Q gu = η Q g (kWh) (20)
Qg (1 − η )
N vc = (kWh/m2. ano) (21)
Ap
em que:
em que:
Qar-Sol ganhos solares pela envolvente opaca devidos à incidência da radiação solar
(vd. equação 24);
Qs ganhos solares através dos vãos envidraçados;
Qi cargas internas, devidas aos ocupantes, aos equipamentos e à iluminação
artificial.
13
RCCTE Light
⎛α G ⎞
Qopaco = UA(θ ar − Sol − θ i ) = UA(θ atm − θ i ) + UA⎜⎜ ⎟⎟ (W) (23)
⎝ he ⎠
em que:
⎛α I ⎞
Qopaco = 2,928 UA(θ m − θ i ) + UA⎜⎜ r ⎟⎟ = Qext + Qar − Sol (kWh) (24)
⎝ he ⎠
em que:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
Qs = ∑ ⎢ Ir j ∑ (A Fh Fo F f Fg Fw g ⊥ ) ⎥ = ∑ ⎢ Ir j ∑ Asnj ⎥ (kWh) (25)
⎢
j ⎣ n ⎥
nj ⎦ j ⎣ n ⎦
5
A temperatura fictícia que induz o mesmo efeito da radiação solar incidente e temperatura do ar
ambiente combinados: θar-Sol = θatm + αG/he
14
RCCTE Light
em que:
Asnj área efectiva colectora da radiação solar da superfície n que tem a orientação j,
(m2);
Irj intensidade da radiação solar incidente no vão envidraçado com a orientação j,
na estação de arrefecimento (kWh/m2) (quadro III.9);
F( ) e g⊥ factores solares conforme o definido na Secção 2.1.3.
em que:
Nota: Dado que a temperatura média exterior durante toda a estação de arrefecimento θm é
sempre inferior à temperatura interior de referência, θi, as cargas térmicas ao longo da
estação de arrefecimento resultam de um balanço de perdas e ganhos térmicos. As
perdas térmicas são associadas aos elementos da envolvente exterior Qext (eq.24) e a
renovação do ar Qv (eq.27), enquanto que os ganhos térmicos são associados às cargas
internas Qi (eq.29), aos ganhos solares pela envolvente opaca devidos à incidência da
radiação solar Qar-Sol (eq.24) e aos ganhos solares através dos vãos envidraçados Qs
(eq.25).
15
RCCTE Light
Qa / η a − E solar − E ren
N ac = (kWh/m2. ano) (30)
Ap
em que:
Nota: O recurso a sistemas de colectores solares térmicos para aquecimento de água sanitária
nos edifícios abrangidos pelo RCCTE é obrigatório sempre que haja uma exposição
6
solar adequada , na base de 1 m2 de colector por ocupante convencional previsto7,
podendo este valor ser reduzido por forma a não ultrapassar 50% da área de cobertura
total disponível, em terraço ou nas vertentes orientadas no quadrante sul, entre sudeste e
sudoeste. Em alternativa à utilização de colectores solares térmicos, podem ser utilizadas
quaisquer outras formas renováveis de energia que captem, numa base anual, energia
equivalente à dos colectores solares, podendo ser esta utilizada para outros fins que não
a do aquecimento de água se tal for mais eficiente ou conveniente.
6
Entende-se como exposição solar adequada a existência de cobertura orientada no quadrante Sul, que
não seja sombreada por obstáculos significativos no período que se inicia diariamente duas horas depois
do nascer do Sol e termina duas horas antes do ocaso.
7
À luz das actuais recomendações, desde que os sistemas de colectores solares propostos captem numa
base anual a energia equivalente a um sistema solar térmico que utilize colector(es) com características
idênticas à do colector solar de referência [5], são aceites valores inferiores a 1 m2 de colector por
ocupante.
16
RCCTE Light
M AQS 4187 ΔT nd
Qa = (kWh/ano) (31)
3600000
em que:
MAQS consumo médio diário de referência de AQS. Nos edifícios residenciais, MAQS
= 40 × nº de ocupantes (o número convencional de ocupantes de cada fracção
autónoma está definido no quadro VI.1);
ΔT aumento de temperatura necessário para preparar as AQS (ΔT = 45º C)8;
nd número anual de dias de consumo de AQS. nd depende do período
convencional de utilização dos edifícios e é indicado no quadro VI.2.
Caso o sistema de preparação das AQS não esteja definido em projecto, considera-se
que a fracção autónoma vai dispor de um termoacumulador eléctrico com 5 cm de
isolamento térmico (ηa = 0,90) em edifícios sem alimentação de gás, ou um esquentador
a gás natural ou GPL (ηa = 0,50) quando estiver previsto o respectivo abastecimento.
17
RCCTE Light
⎛N ⎞ ⎛N ⎞
N tc = 0,1 ⎜⎜ ic ⎟⎟ Fpui + 0,1 ⎜⎜ vc ⎟⎟ Fpuv + N ac Fpua (kgep/m2. ano) (32)
⎝ ηi ⎠ ⎝ ηv ⎠
em que:
Os factores de conversão Fpu entre energia útil e energia primária adoptados pelo
RCCTE são9:
a) Fpu = 0,290 kgep/kWh no caso da electricidade;
b) Fpu = 0,086 kgep/kWh no caso dos combustíveis sólidos, líquidos e gasosos.
18
RCCTE Light
anuais globais Ntc, de cada uma das fracções autónomas de um edifício não podem
exceder um valor máximo admissível de energia primária Nt.
O factor de forma de um edifício, FF, define-se como o quociente entre o somatório das
áreas da envolvente exterior, Aext, e as áreas da envolvente interior, Aint, através dos
quais se verificam trocas de calor, afectadas do coeficiente τ (eq. 8), e o respectivo
volume interior V correspondente:
(∑ A ) + ∑ (τ A )
ext int i
FF = i
(m 2 / m 3 ) (34)
V
O factor de forma traduz a compacidade do edifício/FA, sendo que quanto menor for o
FF, menor o valor do Ni.
10
Os valores limites de Ni (eq. 33) foram estabelecidos com base em simulações efectuadas para as
diferentes zonas climáticas de Inverno em edifícios genéricos.
19
RCCTE Light
0,081⋅ M AQS ⋅ nd
Na = (kWh/m2. ano) (35)
Ap
Aquecimento Nic ≤ Ni
Arrefecimento Nvc ≤ Nv
AQS Nac ≤ Na
Global Ntc=f(Nic;Nvc; Nac) ≤ Nt=f(Ni;Nv; Na)
20
RCCTE Light
V& f V&x -1
R ph = + (h ) (37)
V V
em que:
11
Excepção os exaustores de cozinha e as ventaxias de casa de banho ligadas a luz, dado que estes
funcionam durante períodos curtos.
21
RCCTE Light
[
⎧⎪sistemas mecânicos de caudal constante → max V&ins ,V&ev
V& f → ⎨
] (38)
[
⎪⎩sistemas mecânicos de caudal variável → max V&ins −med ,V&ev−med ]
em que:
Figura 4: Taxa de renovação de ar horária devida a ventilação natural no caso dos sistemas em
que a ventilação recorre a sistemas mecânicos
Como se pode observar na figura 4, para que o efeito da ventilação natural possa ser
desprezado, os sistemas de ventilação mecânica devem estar dimensionados de acordo
com o seguinte critério:
⎧0 ,1 h −1 → Exp1 ⎫
V&ins − V&ev ⎪ ⎪
> ⎨0 ,25 h −1 → Exp2 ⎬ (39)
V ⎪0 ,5 h −1 → Exp3, Exp4 ⎪
⎩ ⎭
22
RCCTE Light
⎧ 1− γ a
⎪⎪ η = se γ ≠ 1
1 − γ a +1
⎨ (40)
⎪η = a se γ = 1
⎪⎩ a +1
em que γ representa a relação entre os ganhos totais brutos e as perdas térmicas totais:
23
RCCTE Light
em que:
24
RCCTE Light
Situação de Inverno
Na tabela IV.4 são apresentados os valores do factor solar de vários tipos de vidros sem
dispositivos de protecção solar.
Para maximizar o aproveitamento da radiação solar, os dispositivos de protecção solar
móveis (estores, portadas, cortinas, etc.) admitem-se estar totalmente abertos, nessas
circunstâncias sendo considerado apenas o valor do factor solar do vidro g ⊥ v . Todavia,
sempre que seja previsível a utilização de cortinas ou de outros dispositivos de
protecção solar que normalmente permanecem fechados, estes devem ser considerados
no factor solar do vão envidraçado. Portanto, no cálculo do factor solar de vãos
envidraçados do sector residencial, salvo justificação em contrário, deve ser considerada
a existência, pelo menos, de cortinas interiores muito transparentes de cor clara (quadro
V.4):
- vidro simples incolor c/cortinas interiores muito transparentes → g ⊥′ = 0,70;
- vidro duplo incolor c/cortinas interiores muito transparentes → g ⊥′ = 0,63.
No valor de g ⊥ do vão envidraçado não se considera a obstrução criada pelos perfis,
porque esta é considerada através da fracção envidraçada Fg.
Situação de Verão
O factor solar do envidraçado deve ser tomado com dispositivos de sombreamento
móveis activados a 70%. Neste caso o factor solar do vão envidraçado é igual à soma de
30% do factor solar do vidro g ⊥v mais 70% do factor solar do vão envidraçado com a
protecção solar móvel actuada, g ⊥′ , ou seja:
g ⊥ = 0 ,3 g ⊥v + 0,7 g ′⊥ (43)
O quadro V.4 lista os valores de factor solar do vão envidraçado com a protecção solar
móvel activada a 100% ( g ⊥′ ) mais habituais nos quais são utilizados vidros incolores
correntes. Caso sejam aplicados vidros especiais diferentes dos incolores correntes13, o
factor solar dos vãos envidraçados com dispositivos de protecção solar interiores ou
com protecção exterior não opaca é obtido pelas equações 44 ou 45, consoante se trate
de vãos com vidro simples ou vidro duplo:
g ′⊥ × g ⊥v
g⊥ = (44)
0,85
g ′⊥ × g ⊥v
g⊥ = (45)
0,75
Caso exista uma protecção solar exterior opaca (tipo persiana) o valor do factor solar do
vão com vidros especiais é obtido directamente do quadro V.4.
13
Os vidros que apresentam um factor solar de 0,85 ou 0,75, conforme se trate de um vidro simples ou de
um vidro duplo.
25
RCCTE Light
Nos vãos protegidos por mais do que uma protecção solar, deve ser utilizada a equação
46 ou 47, consoante se trate de vãos com vidro simples ou vidro duplo, considerando
apenas as protecções solares existentes do lado exterior até ao interior até à primeira
protecção solar opaca:
g ⊥′
g ⊥ = g ⊥v ∏ (46)
i 0 ,85
g ′⊥
g ⊥ = g ⊥v ∏ (47)
i 0 ,75
Nota: O valor final do factor solar do envidraçado para os casos particulares descritos pelas
equações 44 - 47 deverá ainda ser calculado aplicando ao valor obtido a regra definida
pela equação 43.
Método detalhado
No método detalhado, os ganhos solares são calculados pela equação 19, em que os
respectivos factores F( ) são:
26
RCCTE Light
Fo Ff = 0,90
Xj Fh Fo Ff ≥ 0,27
Fg fracção envidraçada.
Traduz a redução da transmissão da energia solar associada a existência da
caixilharia, sendo dada pela relação entre a área envidraçada e a área total do
vão envidraçado (quadro IV.5).
Fw = 0,9 (50)
Para outros tipos de envidraçados, devem ser utilizados os valores fornecidos pelos
fabricantes com base na EN 410.
Método simplificado
Para dispensar um cálculo exaustivo dos coeficientes F( ) para cada orientação, pode
adoptar-se por defeito:
Fh F0 Ff Fg Fw = 0,46 (51)
27
RCCTE Light
• Os envidraçados não devem ser sombreados por elementos do edifício, como palas
por exemplo, sendo esta aproximação satisfatória quando os elementos horizontais
que se projectam sobre a janela têm um comprimento inferior a 1/5 da altura da
janela e que os elementos verticais adjacentes às janelas não se projectam mais de
1/4 da largura da janela.
Nestas condições os ganhos solares brutos através dos vãos envidraçados podem ser
calculados, para cada fachada, pela equação:
Situação de Verão
Tal como no caso da situação de Inverno, o cálculo dos ganhos solares brutos na estação
de Verão pode ser realizado recorrendo a um método detalhado ou a um método
simplificado.
Método detalhado
No método detalhado, os ganhos solares são calculados pela equação 25, em que os
respectivos factores F( ) são:
Fh = 1 (53)
Fg fracção envidraçada.
O valor do Fg permanece o mesmo, e portanto, pode ser obtido por consulta
directa do quadro IV.5.
28
RCCTE Light
Para vidros correntes simples e duplos pode ser obtido por consulta directa do
quadro V.3.
Método simplificado
Para dispensar um cálculo exaustivo dos coeficientes F( ) para cada orientação, pode
adoptar-se por defeito:
Fh F0 Ff Fg Fw = 0,51 (54)
desde que seja satisfeita a seguinte condição: Os envidraçados não devem ser
sombreados por elementos do edifício, como palas por exemplo, sendo esta
aproximação satisfatória quando os elementos horizontais que se projectam sobre a
janela têm um comprimento inferior a 1/5 da altura da janela e que os elementos
verticais adjacentes às janelas não se projectam mais de 1/4 da largura da janela.
Nestas condições os ganhos solares brutos através dos vãos envidraçados podem ser
calculados, para cada fachada, pela equação:
⎡ ⎤
Qs = ∑ ⎢ Irj ∑ (A j 0,51 g ⊥ )nj ⎥ (55)
j ⎣ n ⎦
A massa superficial útil por metro quadrado de área útil de pavimento é calculada pela
expressão:
It =
∑M si S i ri
(kg/m2 pavimento) (56)
Ap
em que:
29
RCCTE Light
A massa superficial útil Msi dos elementos de construção depende da massa total por
unidade de área do elemento mt14 e, ainda, da sua localização no edifício, da sua
constituição e da qualidade térmica dos revestimentos superficiais.
Valores de massa superficial Msi em função da localização para alguns casos genéricos
Msi
Tipo de parede Localização Com Sem
isolamento isolamento
Parede simples; isolamento mt /2
em contacto com o solo
0
Paredes exteriores ou
(≤150kg/m2) (≤150kg/m2)
ext.
Isolamento mt mt /2
intermédio (≤150kg/m2) (≤150kg/m2)
Em contacto com o solo
mt
(isolamento sob o 150kg/m2
(≤150kg/m2)
pavimento)
No caso das paredes de separação entre fracções autónomas e dos elementos interiores a
fracção autónoma, os valores de Msi são:
• elementos de separação entre duas fracções autónomas → Msi = mpi/2; Msi ≤ 150
kg/m2;
• elementos interiores a fracção (paredes e pavimentos) → Msi = mt ; Msi ≤ 300 kg/m2.
14
As massas dos diferentes elementos de construção não-homogéneos podem ser obtidas em tabelas
técnicas ou nas publicações ITE 11 e ITE 12 [6,7].
30
RCCTE Light
Referências Bibliográficas
1. Regulamento das Características do Comportamento Térmico dos Edifícios
(RCCTE) – DL n.º 80/2006.
2. Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE) – DL
n.º 79/2006.
3. Susana Camelo, Carlos A. Pina dos Santos, Álvaro Ramalho, Cristina Horta, Hélder
Gonçalves, Eduardo Maldonado – Manual de Apoio à aplicação do RCCTE. Hélder
Gonçalves & Eduardo Maldonado (editores). ADENE, LNEC, INETI, IPQ, versão
1.0 Outubro 2006.
4. Carlos A. Pina dos Santos, Luís Cordeiro Matias – Coeficientes de Transmissão
Térmica de Elementos da Envolvente dos Edifícios – ITE 50, LNEC, Lisboa, 2006.
5. Manuel Lopes Prates, Jorge Cruz Costa, João Farinha Mendes, Maria João Carvalho
“On the Sustainable Development of Solar Thermal Obligations in Buildings in the
Framework of the Portuguese Case”, EUROSUN 2008, Lisbon, October 2008.
6. Carlos A. Pina dos Santos, J. A. Vasconcelos de Paiva – Caracterização térmica de
pavimentos pré-fabricados – ITE 11, LNEC, Lisboa, 1990.
7. Carlos A. Pina dos Santos, J. A. Vasconcelos de Paiva – Caracterização Térmica de
Paredes de Alvenaria – ITE 12, LNEC, Lisboa, 2004.
31
Anexo A
Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro III.1 - Distribuição dos concelhos de Portugal Continental segundo as zonas climáticas e
correspondentes dados climáticos de referência
A1
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A2
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A3
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A4
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A5
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro III.2 - Zonamento climático de Inverno (Portugal Continental). Alterações em função da altitude
dos locais
Altitude, z, do local (m)
Zona
climática de 400 < z ≤ 600 600 < z ≤ 1000 z > 1000
Inverno do Zona GD Zona GD Zona GD
concelho climática a (°C.dias) climática a (°C.dias) climática a (°C.dias)
(segundo o considerar na considerar na considerar na
quadro altitude z altitude z altitude z
III.1) indicada M indicada M indicada M
acima (meses) acima (meses) acima (meses)
z + 1500 z + 1700 z + 1900
I1 I2 I3 I3
6,7 7,3 8
z + 1700 z + 1900
I2 I2 quadro III.1 I3 I3
7,3 8
z + 1900
I3 I3 quadro III.1 I3 quadro III.1 I3
8
Quadro III.3 - Zonamento climático de Verão (Portugal Continental). Alterações em função da altitude
dos locais
Zona climática Altitude (z) do local [m]
de Verão
do concelho 600 < z ≤ 800 800 < z ≤ 1000 1000 < z ≤ 1200 z > 1200
V1 V1 V1 V1 V1
V2 V2 V1 V1 V1
V3 V2 V1 V1 V1
A6
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro III.4 - Região Autónoma dos Açores. Duração média da estação convencional de aquecimento
Altitude, z (m) Duração média (meses)
z ≤ 100 4
100 < z ≤ 500 3+0,01 z
z > 500 8
Quadro III.6 - Região Autónoma da Madeira. Duração média da estação convencional de aquecimento
Altitude, z (m) Duração média (meses)
z ≤ 100 0,3
100 < z ≤ 700 8-7,7 (700- z) /600
z > 700 8
Quadro III.8 - Energia solar média mensal incidente numa superfície vertical orientada a Sul na estação
de aquecimento
Energia solar média incidente numa superfície vertical orientada a Sul na
estação de aquecimento
⎯
Zona de Inverno
GSul (kWh/m2.mês)
I1
Continente 108
Açores 70
Madeira 100
I2
Continente 93
Açores 50
Madeira 80
I3
Continente 90
Açores 50
Madeira 80
A7
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Notas: Quando as aberturas de ventilação para admissão de ar praticadas nas fachadas não forem
dimensionadas de forma a garantir que, para diferenças de pressão entre 20 Pa e 100 Pa o caudal
não varie mais do que 1,5 vezes (ou seja, se não forem auto-reguláveis), os valores do quadro IV.1
devem ser agravados de 0,10.
Quando a área de vãos envidraçados for superior a 15% da área útil de pavimento, os valores do
quadro IV.1 devem ser agravados de 0,10.
Se todas as portas do edifício ou fracção autónoma forem bem vedadas por aplicação de
borrachas ou equivalente em todo o seu perímetro, os valores indicados no quadro IV.1 para
edifícios não conformes com a NP 1037-1 podem ser diminuídos de 0,05.
Quadro IV.2 - Classes de exposição ao vento das fachadas do edifício ou da fracção autónoma
Altura acima do Região A Região B
solo I II III I II III
< 10 m Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3
10 m a 18 m Exp. 1 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4
18 m a 28 m Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 2 Exp. 3 Exp. 4
>28 m Exp. 3 Exp. 4 Exp. 4 Exp. 3 Exp. 4 Exp. 4
Quadro IV.3 – Ganhos térmicos internos médios por unidade de área útil de pavimento
Tipo de edifício qi (W/m2)
Residencial 4
Serviços, do tipo escritórios, comércio, restauração, consultórios,
7
serviços de saúde com internamento, etc.
Hotéis 4
Outros edifícios com pequena carga de ocupação 2
Nota: Podem ser adoptados valores de qi diferentes dos indicados no quadro IV.3 desde que
devidamente justificados e comprovados, e aceites pela entidade licenciadora.
A8
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro V.1 – Valores do factor de sombreamento dos elementos horizontais, Fo - Situação de Verão
A9
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A10
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro V.4 – Valores do factor solar de vãos com protecção solar activada a 100% e vidro incolor
corrente g´⊥
Vidro simples Vidro duplo
Tipo de protecção Cor da protecção Cor da protecção
Clara Média Escura Clara Média Escura
Protecções exteriores
Portada de madeira 0,04 0,07 0,09 0,03 0,05 0,06
Persiana:
- réguas de madeira 0,05 0,08 0,10 0,04 0,05 0,07
- réguas metálicas ou plásticas 0,07 0,10 0,13 0,04 0,07 0,09
Estore veneziano:
- lâminas de madeira - 0,11 - - 0,08 -
- lâminas metálicas - 0,14 - - 0,09 -
Estore:
- lona opaco 0,07 0,09 0,12 0,04 0,06 0,08
- lona pouco transparente 0,14 0,17 0,19 0,10 0,12 0,14
- lona muito transparente 0,21 0,23 0,25 0,16 0,18 0,20
Protecções interiores
Estores de lâminas 0,45 0,56 0,65 0,47 0,59 0,69
Cortinas:
- opacas 0,33 0,44 0,54 0,37 0,46 0,55
- ligeiramente transparentes 0,36 0,46 0,56 0,38 0,47 0,56
- transparentes 0,38 0,48 0,58 0,39 0,48 0,58
- muito transparentes 0,70 - - 0,63 - -
A11
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Nota: Admite-se que os edifícios de serviços sujeitos ao RCCTE são pequenos consumidores de AQS,
sendo o respectivo consumo total diário, MAQS, de 100 litros. Todavia são aceites outros valores
(incluindo um valor nulo) devidamente justificados pelo projectista e aceites pela entidade
licenciadora.
Notas: Os valores do quadro VI.3 são normalmente penalizadores relativamente aos valores
nominais dos equipamentos disponíveis no mercado.
Se as redes de distribuição de água quente internas à fracção autónoma não forem isoladas com
pelo menos 10 mm de isolamento térmico (ou resistência térmica equivalente da tubagem
respectiva), os valores de ηa tabelados no quadro VI.3 deverão ser diminuídos de 0,10.
A12
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro VII.7 – O factor de redução ri em função da qualidade térmica dos revestimentos superficiais
interiores
Factor de
Elemento construtivo Resistência térmica (m2 ºC/W)
correcção r
R ≤ 0,14 1
Elemento da envolvente exterior 0,5
ou “interior” 0,14 < R ≤ 0,30
R > 0,30 0
Elemento de compartimentação R ≤ 0,14 1
interior (parede ou pavimento) R > 0,14 numa das faces de elemento 0,75
R > 0,14 em ambas das faces de elemento 0,50
Quadro IX.1 - Coeficientes de transmissão térmica superficiais máximos admissíveis de elementos opacos
(U- W/m2. ºC)
Zona climática (*)
Elemento da envolvente
I1 I2 I3
Elementos exteriores em zona corrente (**):
Nota Nenhuma zona de qualquer elemento opaco da envolvente, incluindo zonas de ponte térmica
plana, nomeadamente pilares, vigas, caixas de estore, pode ter um valor de U, calculado de forma
unidimensional na direcção normal à envolvente, superior ao dobro do dos elementos homólogos
(verticais ou horizontais) em zona corrente, respeitando sempre, no entanto, os valores máximos
indicados no quadro IX.1.
A13
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Quadro IX.2 - Factores solares máximos admissíveis de vãos envidraçados com mais de 5% da área útil
do espaço que servem (g´⊥)
Zona climatica (*)
V1 V2 V3
Classe de inércia térmica (**)
Nota: Os requisitos do quadro IX.2 são relativos aos vãos envidraçados não orientados a Norte (entre
Noroeste e Nordeste).
Nota: Estes valores do factor solar são correspondentes ao vão envidraçado com o(s) respectivo(s)
dispositivo(s) de protecção 100% activo(s).
A14
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Ai/Au*
Tipo de espaço não-útil
0 ≤ Ai/Au <1 1 ≤ Ai/Au ≤10 Ai/Au > 10
1. Circulação comum
1.1 sem abertura directa para o exterior 0,6 0,3 0
a) Área de aberturas
1.2 com abertura
permanentes /volume total < 0,8 0,5 0,1
permanente para o
0,05 m2/m3
exterior (p.ex., para
b) Área de aberturas
ventilação/
permanentes /volume total ≥ 0,9 0,7 0,3
desenfumagem)
0,05 m2/m3
2. Espaços comerciais 0,8 0,6 0,2
3. Edifícios adjacentes 0,6 0,6 0,6
4. Armazéns 0,95 0,7 0,3
5. Garagens
5.1 Privada 0,8 0,5 0,3
(*) Ai - área do elemento que separa o espaço útil interior do espaço não-útil;
Au - área do elemento que separa o espaço não-útil do ambiente exterior;
(**) Corresponde aos espaços do tipo varandas e marquises fechadas, ou equivalentes, em que a
envolvente de separação com os espaços aquecidos deve satisfazer, obrigatoriamente, os
requisitos mínimos de coeficiente de transmissão térmica (U) fixados no quadro IX.1.
(***) Os valores de τ indicados neste ponto aplicam-se aos desvãos não-habitados (não-úteis) de
coberturas inclinadas, acessíveis ou não. No caso dos desvãos acessíveis, estes podem não ter
qualquer uso ou ser utilizados, nomeadamente, como zona de arrecadações ou espaços técnicos. A
caracterização da ventilação baseia-se nas definições que constam do Anexo II do Regulamento.
Nota: Sempre que τ > 0,7, ao elemento que separa o espaço útil interior do espaço não-útil aplicam-se os
requisitos mínimos fixados nos quadros IX.1 e IX.2 para os elementos exteriores da envolvente
(vd. nº 2 do art. 18.º do texto regulamentar).
A15
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Figura IV.3: Pavimentos em contacto com o terreno com isolante térmico perímetral
A16
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Tabela IV.2.1 – Valores de ψ de pavimentos em contacto com o terreno, sem isolante térmico
< -6,00 0
-6,00 a –1,25 0,50
-1,20 a 0 1,50
0,05 a 1,50 2,50
Tabela IV.2.2 – Valores de ψ de pavimentos em contacto com o terreno, com isolante térmico (W/m ºC)
ψ (W/m ºC)
A17
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Indicam-se nos quadros seguintes os valores de ψ para as situações mais correntes de pontes
térmicas lineares, nomeadamente:
¾ Ligação da Fachada com os Pavimentos térreos (tipo - A);
¾ Ligação da Fachada com Pavimentos sobre LNA´s ou exteriores (tipo - B);
¾ Ligação da Fachada com Pavimentos intermédios (tipo - C);
¾ Ligação da Fachada com Cobertura inclinada ou Terraço (tipo - D);
¾ Ligação da Fachada com Varanda (tipo - E);
¾ Ligação entre duas Paredes verticais (tipo - F);
¾ Ligação da Fachada com Caixa de estore (tipo - G);
¾ Ligação da Fachada com Padieira, Ombreira ou Peitoril (tipo - H).
Para outras situações muito distintas das indicadas, podem ser adoptados valores de ψ
calculados por metodologia adequada, segundo a norma EN ISO 10211-1 (devidamente
justificados pelo responsável pela aplicação do RCCTE), ou utilizar-se um valor convencional
de ψ = 0,5 W/m.ºC.
Nota: Algumas das situações de ponte térmica apresentadas foram corrigidas em relação a versão do
regulamento por forma a que o isolamento térmico surge colado ao pano interior como é
conceptualmente correcto.
A18
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Nota: Quando o pavimento térreo não tem isolante térmico, os valores de ψ para Ai, Ae e Ar agravam-se
em 50%!
A19
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A20
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A21
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Tabela Ce
A22
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A23
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
* Se não for em betão, a parede deve ter uma espessura superior a 0,22 m.
A24
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
A25
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
Nota: A resistência térmica do isolante da caixa-de-estore, R, deve ser maior ou igual a 0,5 m2.ºC/W.
No caso da caixa-de-estore apresentar uma configuração diferente da apresentada considerar ψ
= 1 W/m.ºC.
A26
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
ψ = 0 W/m.ºC
Nota: Se não houver contacto do isolante térmico com a caixilharia considerar o valor de ψ = 0,2
W/m.ºC.
Em paredes duplas considera-se que há continuidade do isolante térmico quando este for
complanar com a caixilharia.
A27
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
incolor
4 mm 0,88
5 mm 0,87
6 mm 0,85
8 mm 0,82
4 mm 0,70
5 mm 0,65
6 mm 0,60
8 mm 0,55
reflectante incolor
4 a 8 mm 0,60
4 e 5 mm 0,50
6 e 8 mm 0,45
Vidro duplo
incolor + incolor
(4 a 8) mm + 4 mm 0,78
(4 a 8) mm + 5 mm 0,75
4 mm + (4 a 8) mm 0,60
5 mm + (4 a 8) mm 0,55
6 mm + (4 a 8) mm 0,50
8 mm + (4 a 8) mm 0,45
(4 a 8) mm + (4 a 8) mm 0,52
(4 e 5) mm + (4 a 8) mm 0,40
(6 e 8) mm + (4 a 8) mm 0,35
A28
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
4 a 6 mm 0,85
8 a 10 mm 0,80
12 mm 0,78
incolor translúcido
4 a 6 mm 0,50
1 alvéolo
6 a 8 mm 0,86
10 a 16 mm 0,84
2 alvéolos
6 a 16 mm 0,82
4 a 6 mm 0,85
8 a 10 mm 0,80
12 mm 0,78
Nota: Alem dos valores indicados nas tabelas IV.4.1 e IV.4.2, será possível adoptar valores do factor
solar dos vidros das seguintes formas:
-Normas EN 410, ISSO 9050;
-Propriedades declaradas pelos fabricantes no âmbito da marcação CE dos vidros, de
homologações ou de aprovações técnicas europeias;
-Na fase de projecto será admissível recorrer a base de dados reconhecidas e idóneas (ex. wis,
optics), cujas propriedades serão confirmadas após a construção com a declaração do fabricante
do vidro.
A29
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Nota: O ângulo de horizonte α, é definido como o ângulo entre o plano horizontal e a recta que passa
pelo centro do envidraçado e pelo ponto mais alto da maior obstrução existente entre dois planos
verticais que fazem 60º para cada um dos lados da normal ao envidraçado. As obstruções
situadas fora do ângulo diedro definido pelos dois planos que fazem 60º para cada um dos lados
da normal ao envidraçado não se consideram.
O ângulo do horizonte α, deve ser calculado, em cada edifício ou fracção autónoma, para cada
vão (ou para grupos de vãos semelhantes) de cada fachada. Caso não exista informação
disponível que permita o cálculo do ângulo de horizonte, Fh deve ser calculado por defeito
adoptando um ângulo de horizonte de 45º em ambiente urbano ou 20º para edifícios isolados fora
das zonas urbanas.
Por uma questão de simplificação, para α > 45º adoptam-se os valores de Fh correspondentes a
um ângulo α de 45º.
A30
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Tabela IV.6 - Valores do factor de Sombreamento por elementos horizontais (Fo) - Situação de Inverno
Nota: Por uma questão de simplificação, para ângulos do elemento de sombreamento superiores a 60º
adoptam-se os valores de F0 correspondentes a um ângulo de 60º.
A31
Anexo A - Quadros e Tabelas Técnicas
Tabela IV.7- Valores do factor de Sombreamento por elementos verticais (Ff) – Situação de Inverno
Ângulo
Posição da pala vertical
da pala N NE E SE S SW W NW
(corte horizontal)
vertical
0º 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Nota: O ângulo da pala verticalβ, deve ser medido a partir do ponto médio do vão envidraçado.
Por uma questão de simplificação, para ângulos do elemento de sombreamento superiores a 60º
adoptam-se os valores de Ff correspondentes a um ângulo de 60º.
A32
Anexo B
Exemplo de aplicação do RCCTE
B.1 Introdução
Com o objectivo de auxiliar o processo de assimilação dos conceitos apresentados na
primeira parte, apresenta-se de seguida um exemplo prático de aplicação do RCCTE a um
edifício de habitação unifamiliar. O exemplo, que tem como objectivo principal a
demonstração da verificação do RCCTE, consiste no seguinte conjunto de elementos:
• Caracterização do edifício;
• Verificação dos requisitos mínimos de qualidade térmica;
• Caracterização dos principais parâmetros utilizados no calculo dos índices N( );
• Limitação das necessidades globais de energia primária;
• Considerações finais;
• Folhas de cálculo.
B1
Anexo B - Exemplo de Aplicação
B2
Anexo B - Exemplo de Aplicação
1
U = (W/m 2 .º C)
Rsi + ∑ R j + Rse
j
em que:
ej
R= (m 2 º C/W)
λj
em que:
Os valores convencionais das resistências térmicas superficiais Rsi e Rse, bem como os
valores convencionais da condutibilidade térmica dos materiais correntes de
construção, constam da publicação ITE 50 [4].
B3
Anexo B - Exemplo de Aplicação
revestimentos interior e exterior são conferidos por camadas de reboco com 1,5 cm de
espessura (argamassa1800-2000; λ = 1,3 W/m.ºC – ITE 50).
1
U= = 0,50 W/m 2 .º C
0,04 + 0,015 / 1,3 + 0,27 + 0 ,05 / 0 ,040 + 0,27 + 0 ,015 / 1,3 + 0 ,13
1
U= = 0 ,94 W/m 2 .º C
0 ,04 + 0 ,015 / 1,3 + 0 ,25 / 2 ,0 + 0 ,03 / 0 ,040 + 0 ,005 / 1,3 + 0 ,13
CE – Cobertura exterior
Localização: Cobertura.
Descrição: Cobertura “invertida” com uma laje de betão armado de 15 cm de espessura,
revestida exteriormente por betonilha de regularização com 10 cm de espessura (betão1400-
1600; λ = 0,85 W/m.ºC – ITE 50), impermeabilização, placas de poliestireno extrudido
com 6 cm de espessura (XPS25-40; λ = 0,037 W/m.ºC – ITE 50) e lajetas pré-fabricadas, e
interiormente por uma camada de reboco com 3 cm de espessura.
1
U= = 0 ,48 W/m 2 .º C
1 / 0 ,50 + 0 ,09
Nota: Neste caso a parede é considerada como envolvente interior, pelo que, de acordo com o
Decreto-Lei nº. 80/2006, Rse = Rsi. Este raciocínio está na base do cálculo de todos os
valores de U correspondentes a elementos de envolvente interior apresentados.
B4
Anexo B - Exemplo de Aplicação
1
U= = 0 ,87 W/m 2 .º C
1 / 0 ,94 + 0 ,09
1
U= = 1,80 W/m 2 .º C
0 ,13 + 0 ,015 / 1,3 + 0 ,27 + 0 ,015 / 1,3 + 0 ,13
1
U= = 2,10 W/m 2 .º C
0 ,17 + 0 ,005 / 0 ,5 + 0 ,04 / 0 ,85 + 0 ,15 / 2 ,0 + 0,03 / 1,3 + 0,17
1
U= = 2 ,33 W/m 2 .º C
0 ,17 + 0 ,005 / 0 ,5 + 0 ,02 / 0 ,85 + 0 ,15 / 2 ,0 + 0 ,03 / 1,3 + 0 ,17
B5
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Outros elementos
Apresenta-se neste parágrafo a descrição dos elementos que, apesar de não estarem
sujeitos aos critérios mínimos de qualidade térmica para efeitos regulamentares,
contribuem para o desempenho térmico do edifício, e devem ser caracterizados.
PavT – Pavimento térreo
Localização: pavimento do Piso 0.
Descrição: Laje de betão com 20 cm de espessura sobre seixo rolado com 20 cm de
espessura, revestida por ladrilhos hidráulicos (material cerâmico1200-1400; λ = 0,5 W/m.ºC
– ITE 50) sobre betonilha de regularização com 10 cm de espessura (betão1400-1600).
Porta – Portas
Localização: Porta exterior e porta de acesso garagem.
Descrição: Porta de acesso em madeira densa com 3,5 cm de espessura (λ = 0,23 W/m.ºC
– ITE 50).
1
U= = 3,10 W/m 2 .º C
0 ,04 + 0 ,035 / 0 ,23 + 0 ,13
1
U= = 2,42 W/m 2 .º C
1 / 3,10 + 0 ,09
B6
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Ap = 163,12 m2
B7
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Uma vez que o pé-direito do edifício é variável, um valor médio foi calculado com base
na ponderação das áreas de acordo com as respectivas alturas úteis:
∑A ×Pi di
(8,04 + 51,20 + 14,22 + 2,67)× 2,70 +
Pd médio = i
=
Ap 163,12
+
(6,42 + 12,53 + 16,29 + 15,80 + 18,72 + 4,90 + 5,85)× 2,70 + 6,48 × 4,33 = 2,76 m
163,12
B8
Anexo B - Exemplo de Aplicação
B9
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Com base nos valores apresentados conclui-se que a percentagem de área de envidraçados
Aenv, relativamente à área útil de pavimento da fracção autónoma, Ap, é de 26%.
B10
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Nota: Os valores necessários para o cálculo de Ai são os indicados na tabela B4 enquanto que os
valores necessários para o cálculo de Au foram obtidos com base em medições efectuadas
em ficheiro AutoCad.
Figura B5: Identificação dos vários elementos utilizados no calculo do τ da garagem e do desvão
sob escadas - representação esquemática
B11
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Tabela B6: Verificação dos requisitos mínimos em termos de valores de U - zona climática I1
Elemento da envolvente Solução Valor máx.
Obs.
adoptada (quadro IX.1)
Elementos exteriores em zona corrente:
1
Pav.1* → U = = 0 ,80 W/m 2 .º C
1 / 2 ,10 + 0 ,03 / 0 ,040 + 0 ,03
1
Pav.2* → U = = 1,18 W/m 2 .º C
1 / 2 ,33 + 0 ,03 / 0 ,040
B12
Anexo B - Exemplo de Aplicação
(∑ A ) + ∑ (τ A )
ext int i
242 ,18 + 0,6 × (9 ,59 + 4,67 + 9,87 + 15,39 + 7 ,20 )
FF = i
= +
V 163,12 × 2,77
Nota: No cálculo do valor de FF foram utilizados os valores de áreas das tabelas B3 e B4.
Tabela B7: Síntese dos valores de mt e Msi dos elementos utilizados no calculo da inércia térmica
Elemento mt Msi Valor Si r Msi.Si.r
(kg/m2) (kg/m2) máximo (m2) quadro (kg)
regulamentar VII.7
PEzc1 240 mpi = 1122 150 141,65 1 15864,8
PEptp 632 mt/2 = 316 150 39,86 03 0
CE 562 mt/2 = 281 150 87,00 1 13050
PavT 626 mt = 626 150 76,13 1 11419,5
PI.24 140 mt = 140 300 177,00 1 24780
5
PI.2 140 mt/2 = 70 150 2,22 1 155,4
Pav.16 472,5 mt = 472,5 300 76,13 1 22839
Pav.1*7 488 mi = 472,58 150 11,89 1 1783,5
Pav.2* 383,5 mt/2 = 191,8 150 6,48 1 972
Total 90864,2
1
Paredes exteriores e interiores (garagem e edifícios adjacentes).
2
Valor correspondente a massa superficial do pano interior (ITE 12).
3
r = 0 em virtude do facto do somatório das resistência térmicas das camadas de revestimento
situadas entre o betão armado e o interior (isolamento e reboco) ser superior a 0,30 m2. ºC/W.
4
Paredes interiores da fracção autónoma.
5
Parede que separa a cozinha do desvão não-ventilado.
6
Pavimentos interiores da fracção autónoma.
B13
Anexo B - Exemplo de Aplicação
7
Pavimento que separa o Quarto 2 da garagem.
8
Massa superficial situada do lado interior do isolamento.
It =
∑M si Si ri
=
90864,2
= 557 kg/m 2 > 400 kg/m2 (eq. 57) ⇒ Classe forte
Ap 163,12
Nota: Apresenta-se, a título de exemplo, o cálculo do mt, para o caso do pavimento interior a
fracção autónoma, Pav.1:
= 1900 ⋅ 0,03 + 2300 ⋅ 0,15 + 1600 ⋅ 0,04 + 1300 ⋅ 0,005 = 472,5 kg/m2
Notas:Para efeitos de contabilização das perdas por elementos em contacto com o solo, o valor
de ψ associado considera-se igual a 1,5 W/mº.C (tabela IV.2.1, Z = 0 m), sendo o
desenvolvimento linear B neste caso idêntico ao valor correspondente da ligação fachada
com pavimento térreo.
Nos casos em que os valores de espessura da laje ou parede necessários para a definição
dos valores de ψ foram diferentes dos indicados nas tabelas IV.3, o valor do coeficiente de
transmissão térmica linear adoptado foi o correspondente à situação mais conservadora.
Como o caso da ligação entre o vão envidraçado de sacada com a varanda corresponde a
um tipo de ponte térmica linear não referenciada nas tabelas IV.3, o valor do coeficiente
de transmissão térmica linear adoptado foi de 0,5 W/mº.C (valor convencional). Deste
B14
Anexo B - Exemplo de Aplicação
B15
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Figura B7: Identificação dos desenvolvimentos lineares das diversas situações de ponte térmica
linear visíveis na planta do Piso 0
Figura B8: Identificação dos desenvolvimentos lineares das diversas situações de ponte térmica
linear visíveis na planta do Piso 1
B16
Anexo B - Exemplo de Aplicação
⇓
Classe de exposição ao vento 3 (Exp 3) (quadro IV.2)
⇓
Rph = 0,95 h-1 (quadro IV.1)
Nota: As caixas de estore montadas pelo exterior, como é o exemplo de alguns tipos de estores
venezianos, não afectam o grau de estanquidade da envolvente, e como tal, o seu efeito foi
considerado nulo.
Fo = 0,50 Fo = 0,53
(α =54º; (α =54º;
por interpolação, por interpolação,
tabela IV.6) quadro V.1)
Ff = 0,83×0,89 Ff = 0,84×0,89
(pala esq. α > 60º, (pala esq. α > 60º,
pala dir. α = 39º; pala dir. α = 39º;
tabela IV.7) quadro V.2)
B17
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Fg = 0,70
(janela de alumínio; quadro IV.5)
Fw = 0,90 Fw = 0,75
(vidro corrente (vidro duplo;
duplo; eq. 50) quadro V.3)
g⊥ = 0,288
(eq. 43)
( g ⊥′ = 0,09
g⊥ = 0,63
(quadro V.4;
g ⊥v = 0,75
(tabela IV.4)
B18
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Como o limite máximo para os valores das necessidades de energia para preparação de
AQS, Na, calculado pela equação 35:
B19
Anexo B - Exemplo de Aplicação
Dado que o RCCTE obriga no caso de um edifício que não tenha previsto
especificamente um sistema de aquecimento e arrefecimento ambiente de aquecimento e
de água quente sanitária, à consideração dos seguintes pressupostos: (a) o sistema de
aquecimento é obtido por resistência eléctrica; (b) o sistema de arrefecimento é uma
máquina frigorífica com eficiência (COP) de 3; (c) o sistema de produção de AQS é um
esquentador a gás natural, as necessidades globais de energia primária no presente caso
serão:
⎛N ⎞ ⎛N ⎞ ⎛ 52,32 ⎞
N tc = 0,1 ⎜⎜ ic ⎟⎟ Fpui + 0,1 ⎜⎜ vc ⎟⎟ Fpuv + N ac Fpua = 0,1 ⎜ ⎟ 0,29 +
⎝ ηi ⎠ ⎝ ηv ⎠ ⎝ 1 ⎠
⎛ 4 ,36 ⎞
0 ,1 ⎜ ⎟ 0 ,29 + 31,78 ⋅ 0 ,086 = 4 ,29 kgep/m .ano
2
⎝ 3 ⎠
Nota: É de referir que no caso dos factores de conversão Fpui e Fpuv se considerou um valor de Fpu
= 0,290 kgep/kWh e que o factor Fpua corresponde a utilização de combustível gasoso (Fpu
= 0,086 kgep/kWh). Para as eficiências nominais ηi e ηv, foram utilizados os valores de
referência indicados no quadro VI.4.
Uma vez que o valor máximo admissível das necessidades nominais globais de energia
primaria, Nt, calculado pela equação 36 é:
1. Como o valor das necessidades nominais anuais de energia útil para aquecimento, Nic,
apresenta um valor muito próximo do máximo admissível, as eventuais
soluções/medidas possíveis de melhoria do comportamento térmico do edifício
deverão passar pela redução das perdas de calor pela envolvente e a maximização dos
ganhos solares pelos vãos envidraçados. Como medidas possíveis, identificam-se as
seguintes: (a) diminuição da taxa de renovação horária nominal, Rph; (b) colocação de
uma camada de isolamento térmico na laje do pavimento térreo; (c) substituição dos
envidraçados por outros em caixilharia de material plástico (PVC) com vidros de baixa
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
Folhas de Cálculo
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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Anexo B - Exemplo de Aplicação
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