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A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PROFESSOR

VISANDO A LUDICIDADE COMO INSTRUMENTO


DE APRENDIZAGEM
Acadêmicos¹
Tutora²

RESUMO
Por muito tempo os jogos e as brincadeiras eram considerados um passatempo sem outros
objetivos. Era a forma que as crianças utilizavam o tempo livre. As brincadeiras eram feitas sem
ter qualquer significado pedagógico. Os brinquedos que existiam eram somente para distrair,
enquanto seus pais trabalhavam, faziam suas obrigações ou conversavam. Atualmente sabe-se que
as brincadeiras e jogos infantis são representações da vida real da criança e que ajudam a
desenvolver sua capacidade de imaginar, pensar e agir por si própria sem depender de um adulto
para ensinar. Essas atividades são essenciais na formação integral da criança, principalmente
quando ela está na fase de desenvolvimento escolar. No entanto, para que tenha efeito na
educação, elas precisam ser trabalhadas de forma pedagógica. O presente estudo teve como
objetivo verificar a formação profissional do professor visando a ludicidade como instrumento de
aprendizagem, buscando embasamento na bibliografia disponível, para entender como a criança
aprende através da ludicidade no processo de ensino/aprendizagem pautado na formação do
professor, bem como no desenvolvimento global da criança partindo da necessidade de formação
do profissional da educação. Por meio desta pesquisa foi possível entender o quanto o lúdico pode
ser um instrumento importante e imprescindível na aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo,
afetivo e social das crianças. O propósito desse artigo é, porquanto, mostrar a importância dos
jogos, brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. O domínio
de novos saberes no campo do lúdico poderá se tornar uma importante contribuição para o
aperfeiçoamento das práticas pedagógica especialmente dos professores das séries iniciais do
ensino fundamental.

Palavras-chave: Ludicidade – Aprendizagem - Séries Iniciais.

1. INTRODUÇÃO

Diante da observação feita e considerando o processo de atuação da gestão escolar


desenvolvido na escola onde realizei o estágio de gestão escolar, por esta razão foi escolhido como
área de concentração formação e profissionalização docente, sendo assim vamos discutir como o
professor é o importante profissional desenvolve o processo de aprendizagem dos alunos fazendo
que aconteça de maneira eficaz, bem como, para que se concretize a tão almejada educação de
qualidade para todos.
1. Giselle Louise Rocha Reis Santos e Marise Luciano Silva de Sousa.
2. Dilcinea
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura em Pedagogia (PED 12977) – Prática
do Módulo VII - 04/10/18
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Em grande parte das sociedades contemporânea, a infância é marcada pelo brincar, que faz
parte de práticas culturais típicas, mesmo percebendo que sua prática esteja reduzida no meio
educacional e social.
É pautando-se, sobretudo em Vigotsky, que este trabalho se estrutura diante de suas teorias e
afirmações que possibilitam um melhor entendimento sobre o mundo do brincar, em suas raízes
mais profundas enquanto fator necessário para o desenvolvimento da criança.

Esse anseio se deu por perceber que o cotidiano escolar, exige cada vez mais que o gestor
escolar, dê respostas às demandas que permeiam o espaço educativo, entendendo que, isoladamente,
o professor não conseguirá dar conta de todos os acontecimentos que perpassam o ambiente escolar,
por isso o gestor escolar, juntamente com o coordenador pedagógico tem uma importante missão
de reunir, discutir e articular com o conjunto dos professores possíveis alternativas para o
aprimoramento das ações pedagógicas voltadas para o lúdico na sala de aula, levando em
consideração a experiência dos docentes, como também contribuindo através do exercício da
reflexão dos mesmos, no acompanhamento das ações didáticas em coerência com o projeto
pedagógico da escola. Sendo assim, entendemos que o gestor escolar é o responsável por articular
as orientações necessárias para consolidar as mudanças que se fazem necessárias na educação,
promovendo encontros com todos os membros que compõem o corpo da escola, em especial
coordenadores pedagógicos e professores.

Assim, estaremos expondo reflexões sobre o tema e alguns teóricos irão embasar a nossa
discussão, Santos (2007), Vygotsky (1998), Kishimoto (2011) entre outros, bem como a prática do
estágio realizado. Os referentes teóricos contribuíram nos aspectos relevantes a acerca da temática
apresentada, pois compreender e conhecer o jeito particular de cada criança é o grande desafio da
educação e de seus profissionais.

Observa-se que o lúdico é uma ferramenta importante tanto na Educação Infantil quanto nas
séries iniciais do Ensino Fundamental, ele é um recurso didático dinâmico que garante resultados
eficazes na educação pois facilita a assimilação dos conteúdos propostos em sala aula, mas, requer
um planejamento e cuidado na execução da atividade elaborada. É através do lúdico que o educador
pode desenvolver atividades que sejam divertidas e que, sobretudo ensine os alunos a discernir
valores éticos e morais, formando cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas
responsabilidades, além de proporcionar situações que haja uma interação maior entre professores e
alunos, em uma aula diferente e criativa, sem ser rotineira.
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB ao tratar da composição dos níveis


escolares, inseriu a educação infantil como primeira etapa da Educação Básica seguindo assim para
as modalidades de Ensino Fundamental. Desse modo verifica-se um grande avanço no diz respeito
aos direitos das crianças, uma vez que a educação é um direito da criança e tem o objetivo de
proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento e bem-estar, assim como o
desenvolvimento físico, motor, emocional, social, intelectual e a ampliação de suas experiências.
Assim, podemos dizer que o lúdico é como se fosse uma parte inerente do ser humano, utilizado
como recurso pedagógico em várias áreas de estudos oportunizando a aprendizagem do indivíduo.

2 OS JOGOS EDUCATIVOS, SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES E IMPORTÂNCIA


NO PROCESSO DE ENSINO/ APRENDIZAGEM

Segundo Kishimoto (1999), o jogo educativo utilizado em sala de aula na maioria das vezes
vai além das brincadeiras e se torna uma ferramenta para o aprendizado. Para que o jogo seja um
aprendizado e não uma obrigação para a criança, é interessante deixar que o aluno escolha com qual
jogo queira brincar e que ele mesmo controle o desenvolvimento do jogo sem ser coagido pelas
normas do professor. Para que o jogo tenha a função educativa não pode ser colocado como
obrigação para a criança.
É possível utilizar os jogos e as brincadeiras também nas séries iniciais do Ensino
Fundamental para desenvolver o cognitivo, a motricidade, a imaginação, a criatividade, a
interpretação, as habilidades de pensamento, tomada de decisão, organização, regras, conflitos
pessoais e com outros, as dúvidas entre outras. A afetividade, o companheirismo, a disciplina, a
organização dos brinquedos após o uso, podem ser adquiridas através das brincadeiras conjuntas
entre as crianças.
Segundo Adamus, Batista e Zamberlan (apud Costa 2006), os jogos, brinquedos e
brincadeiras na infância são atividades essenciais para instigar a curiosidade, a auto-estima e a
iniciativa da criança, com isso desenvolver a linguagem, o aprendizado, o pensamento, além da
atenção e concentração.
Por outro lado, é preciso considerar o que propõe Negrine (apud Costa, 2006 p.104): “a
concepção de que o brincar está reservado às crianças nada mais é que a perda da naturalidade
humana, imposta pelo homem ao próprio homem, já que a história nos diz - o adulto costumava
dedicar muitas horas ao lazer”.
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É necessário lembrar que qualquer criação do homem até mesmo as brincadeiras e jogos
estão relacionados ao contexto social, histórico e cultural do momento, dessa forma assume as
características da época sendo assim é necessário que o professor desperte no aluno a criatividade
para criação de novas atividades que despertem o prazer e a satisfação pela aprendizagem.
Na atualidade, tem se atribuído atenção especial ao brincar como elemento fundamental para
aprendizagem. Contudo percebe-se que nas instituições escolares há significativa distância, quando
se toma por base a presença de referenciais teóricos e diretrizes que disseminam privilégio ao
brincar e a presença deste na rotina diária, sobretudo em seguimento iniciais.
Assim o lúdico quando trabalhado numa perspectiva pedagógica pode ser um instrumento de suma
importância na aprendizagem, no desenvolvimento, cognitivo, afetivo e social na vida da criança.
Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo, adquire noções
espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com suas
cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de
relevância para desenvolvê-la. (KISHIMOTO, 1999, p. 36).

Acredito que todos os professores e futuros professores devem adquirir conhecimentos para
trabalhar com a ludicidade no ensino/aprendizagem.
No entanto em conversas que tive com alguns professores que trabalham na rede pública, me
foi relatado que não trabalham com a ludicidade por ser muito complicado conter as crianças, elas
se desentendem e começam brigar ficando difícil controlá-las, por isso preferem não trabalhar com
os jogos e brinquedos. Já outros destacaram que é muito importante, pois faz com que o aluno
aprenda mais. O professor precisa ter criatividade para poder trabalhar com brincadeiras, as quais
precisam ser planejadas, viabilizar os materiais necessários para a brincadeira, criar regras, para que
tudo se encaminhe de forma pedagógica e produtiva para que os alunos possam brincar e adquirir
conhecimento de forma mais prazerosa.
Para Szymanski (2006), ao trabalhar com o lúdico partindo de ações pedagógicas que
valorizam jogos, brinquedos, histórias infantis, música e poesia, para que as crianças desenvolvam a
representação simbólica, são fundamentais no processo de aprendizagem. As histórias, músicas e
poesias infantis trazem um grande leque de possibilidades para utilizar o lúdico em sala de aula,
onde as crianças poderão interpretar, dançar, declamar, mostrando suas habilidades que ainda não
foram detectadas pelo professor em uma aula “normal”, criando novas possibilidades de
conhecimentos pertinentes para o aprendizado da criança.
Quando o conhecimento é construído através do lúdico a criança aprende de maneira mais
fácil e divertida, estimulando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a curiosidade, pois faz
parte do seu contexto naquele momento o brincar e jogar, garantindo uma maturação na aquisição
de novos conhecimentos.
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É importante que as crianças se expressem ludicamente deixando aflorar sua criatividade,


frustrações, sonhos e fantasias, para aprender agir e lidar com seus pensamentos e sentimentos de
forma espontânea. No entanto, a ludicidade não é apenas entretenimento, ou um brincar por brincar
é algo que deve ser trabalhado pelo educador.
Consideramos relevante o papel do professor cuja ação pedagógica tenha compromisso em
esclarecer para as crianças quais objetivos que querem alcançar naquela atividade, quais são as
regras, porque as crianças precisam compreender que o brincar é um instrumento de aprendizagem
por meio de um momento de diversão. Deste modo é válido que o professor repense a sua prática
pedagógica para um maior domínio na sua área de conhecimento, apresentando, assim, uma postura
consciente para criar alternativas de enfrentamento que propiciem às suas crianças, ambientes de
aprendizagem que elas se identifiquem.
De acordo com Perrenoud (1995, p.28): “ensinar é organizar as interações e atividades de modo
que cada aluno se defronte constantemente com situações didáticas que lhe sejam as mais
fecundas.” Na formação acadêmica dos professores tem-se pouco contato com disciplinas voltadas
para como o professor deve repassar o seu conhecimento ao aluno, e muitos acadêmicos se formam
sem saber como trabalhar diretamente com os alunos e repassar os conhecimentos adquiridos dentro
da sala de aula.
Dentro desta perspectiva, é relevante rever quais caminhos seguir para assegurar práticas
concretas comprometidas em questões didático-metodológicas, que estabeleçam uma relação
estreita entre o processo de aprendizagem da criança e a comunidade da qual faz parte. Assim, o
fazer pedagógico tornar-se-á um ideal que vai além do domínio dos conteúdos. Freire (1996, p.106)
diz: “Como professor não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se não supero
permanentemente a minha. Não posso ensinar o que não sei.”
Deste modo, o papel do professor é incentivar a criança para que ela assume uma postura e
possa desenvolver seu senso crítico formando os seus conceitos. Assim, o desenvolvimento da
prática do professor precisa considerar a meta que pretende alcançar, para que as crianças
desenvolvam seus aspectos cognitivos e afetivo, envolvendo-se com as temáticas propostas
garantindo aprendizagens que façam sentido em relação a sociedade. O papel principal do educador
nesse processo é estimular os alunos à construção dos conhecimentos através das atividades lúdicas,
fazendo com que eles sejam desafiados a produzir e oferecer situações problema que serão impostas
pelo educador, a fim de motivar a percepção e construção de esquemas de raciocínio, além de ser
uma forma de aprendizagem diferenciada e significativa. O professor, como principal responsável
pela organização das situações de aprendizagem, deve saber o valor da brincadeira para o
desenvolvimento do aluno. Cabe a ele oferecer um espaço que mescle brincadeira com as aulas
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cotidianas, um ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer,


movimento e solidariedade no ato de brincar.
O educador não precisa ensinar a criança a brincar, pois este é um ato que acontece
espontaneamente, mas sim planejar e organizar situações para que as brincadeiras ocorram de
maneira diversificada, propiciando às crianças a possibilidade de escolher os temas, papéis, objetos
e companheiros com quem brincar. Dessa maneira, poderão elaborar de forma pessoal e
independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais (RCNEI, 1998, p. 29).
O professor, como mediador da aprendizagem, deve fazer uso de novas metodologias,
procurando sempre incluir na sua prática as brincadeiras, pois seu objetivo é formar educandos
atuantes, reflexivos, participativos, autônomos, críticos, dinâmicos e capazes de enfrentar desafios.

2.1 A ATUAÇÃO DO COORDENADOR JUNTO AO DOCENTE

Os processos educativos tendem a passar por mudanças ao longo do tempo. Tais mudanças são
necessárias e estão sempre buscando a melhoria da qualidade da educação. Em meio a isso, a
Educação Infantil, como etapa inicial da Educação Básica, também modificou sua metodologia para
atender às necessidades do educando. Nesse sentido, a participação do coordenador pedagógico
como parceiro do professor tem conduzido os processos de ensino e aprendizagem de forma
inovadora. Assim, para Moyles (2002) as crianças as crianças sentem grande prazer em repetir
jogos que conhecem bem, sentem-se seguros quando percebem que contam cada vez mais
habilidades em responder ou executar o que é esperado pelos outros.
Na construção de um ambiente favorável ao aprendizado tanto na Educação Infantil, o
coordenador pedagógico tem um papel fundamental para a construção de saberes. Libâneo (2004,
p.221) afirma:
As funções da coordenação pedagógica podem ser sintetizadas nesta formulação: planejar,
coordenar, gerir e acompanhar e avaliar todas as atividades pedagógicas-didáticas e
curriculares da escola e da sala de aula, visando atingir níveis satisfatórios de qualidade
cognitiva e operativa das aprendizagens dos alunos (LIBÂNEO, 2004, P.221).

Assim, o trabalho do coordenador pedagógico deve estar bem definido e claro, para que todos os
envolvidos no processo tenham tranquilidade em executar suas tarefas. Nesse sentido, o gestor
pedagógico poderá operar na Educação Infantil, auxiliando aos professores no desenvolvimento de
sequências didáticas que envolvam jogos e brincadeiras, já que, conforme destaca o Referencial
Curricular Nacional da Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998, p.58), é importante valorizar
lúdicas na Educação Infantil, pois um dos benefícios trazidos por este tipo de metodologia é a
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facilidade com que as crianças incorporam os conhecimentos, diferentes de quando o trabalho é


feito de maneira mais tradicional.
Embora muitos professores, presos a metodologias antigas, não estejam interessados em
dinamizar suas aulas com a presença dos jogos e brincadeiras, o coordenador pedagógico deve atuar
como incentivador desse tipo de atividade, propondo sequências didáticas dinâmicas, nas quais o
professor possa encontrar meios para que seu aluno interaja e aprenda. Nesse sentido, o
coordenador pedagógico deve estar munido de conhecimento teórico sobre esta prática, contudo não
deve pensar em fazer isto sozinho, mas sim em parceria com toda a equipe de professores envolvida
no processo.
Ainda hoje, mesmo depois de tantos estudos que comprovam a eficácia da inserção de atividades
lúdicas nas classes de Educação Infantil, muitos professores ainda não se sentem seguros para
implementar essa proposta em suas aulas. Isso se deve, sobretudo, ao fato de que é um tema novo,
que requer da gestão pedagógica uma atenção maior para a formação continuada dos professores, a
fim de que desmistifique a ideia que os mesmos têm sobre o assunto.
Diante dos impasses que podem surgir, o coordenador pedagógico pode atuar como parceiro do
professor, contribuindo para que os mesmos possam trabalhar de forma lúdica e deixar que seus
alunos se sintam à vontade para aprender brincando. Isso deve acontecer de forma natural,
conforme afirma Velasco (1996, p.78):

Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou intelectuais. Quando a


criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver as capacidades
inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando brinca a
vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e
afetuoso.

Por esta razão o gestor deve criar parceria com os professores e mostrar para os mesmos,
principalmente para que os que ainda não acreditam na construção do conhecimento por meio da
ludicidade, que, como afirma Velasco (1996), a brincadeira é uma atividade completa para o
educando na fase inicial da sua jornada de estudos. Diante disso, Oliveira (2002) destaca algumas
competências desenvolvidas pela criança por meio da brincadeira, dentre elas a compreensão das
características dos objetos e os elementos da natureza e os acontecimentos sociais.

2.1.1 A importância do brincar no processo de aprendizagem

            O ato de brincar é fundamental na formação do indivíduo principalmente na fase da infância


tanto para o seu desenvolvimento motor como psicológico, tanto os pais como os professores
devem deixar um tempo livre para a criança brincar dando limites de horário e tendo a hora da
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diversão e a hora da obrigação, sendo essas, prazerosas onde a criança se divirta mesmo na hora da
realização de obrigações rotineiras. Esse limite faz com que a criança tenha disciplina, tanto em
casa quanto na sala de aula.
Conforme MELLO e RAMO,2007 p72:
 “Através de atividades lúdicas a criança cria situações imaginária em que se
comporta como se estivesse agindo no mundo dos adultos e quando brinca seu
conhecimento desse mundo se amplia, porque, nesta atividade, ela pode fazer de conta que
age como adulto age imaginado realizar coisas que são necessárias para operar com objetos
os quais os adultos operam e ela não”.

Esse pensamento mostra o quanto é importante a atividade lúdica, trazendo a criança a


imaginação do real introduzindo-se na realidade do mundo de maneira que ele perceba o concreto
com “o concreto” em mãos. A criança brinca sem saber o que realmente está aprendendo, e essas
brincadeiras acabam formando sua própria personalidade, construindo nela atitudes de como ser que
está inserida na sociedade mesmo que por enquanto seja só na imaginação.
            O brincar enxerido no cotidiano escolar do educando além de ser uma atividade que traz o
enterrasse do mesmo para a realização das atividades, torna-se também necessário de acordo com
Santana (2007), a brincadeira não é apenas uma dinâmica interna da criança, mas uma atividade
dotada de um significado social que necessita de aprendizagem. Tudo girara em torno da cultura
lúdica, pois a brincadeira que se torna possível quando apodera elementos da cultura para
internalizá-los e criar uma situação imaginaria de reprodução da realidade. É através da brincadeira
que a criança consegue adquirir conhecimento, superar limitações e desenvolver-se como
indivíduo.” 
O aprender através de jogos e brincadeiras permitem saber o que já é conhecido, quando
uma atividade difícil é recebida por meio de jogos e brincadeiras essa se torna fácil de ser
compreendida. 
Segundo BORBA (2006, p. 40);
 “A liberdade do brincar se configura no inverter a ordem, virar o mundo de ponta-cabeça,
fazer o que parece impossível, transmitir em diferentes tempos-passados, presente e
futuro...uma excelente fonte de conhecimento sobre o brincar e sobre as crianças é observa-
los brincando.”

Desta maneira as pessoas iram entender o porquê de tanto movimento no período inicial da
vida escolar da criança, pois nesse tempo eles não param e estão em sua melhor fase de
aprendizagem e precisam gastar toda esta energia por meio de brincadeiras.
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2.1.2 O lúdico na formação da criança.

O lúdico é de grande importância para a formação da criança, pois desde cedo a sua
aprendizagem adquirida, é através de brinquedos e brincadeiras introduzidas pela participação dos
pais na sua formação inicial. E assim juntamente com a ajuda participativa de todos que o cercam o
discente vai se desenvolvendo. Conforme diz (FERREIRO, 2000 p. 25):
“As crianças não aprendem simplesmente porque veem o outro ler e escrever e sim porque
tentam compreender que classe de atividade é essa as crianças não aprendem simplesmente
porque veem letras escritas e sim porque essas marcas gráficas são diferentes de outras. As
crianças não aprendem apenas por terem lápis e papel a disposição, e sim porque buscam
compreender o que se pode obter com esses instrumentos. Em resumo não aprendem
simplesmente porque elaboram o que recebem por que trabalham, cognitivamente como o
que o meio lhe oferece”.

Portanto o ato de aprender a ler se dá de acordo com as necessidades do indivíduo, assim como
para saborear uma fruta pela primeira vez tem que se gostar para experimentá-la novamente. É o
mesmo caso dos alfabetizando se eles não tiverem interesse em saber a aula, ou se a aula não der
esse interesse ao educando, ela não será prazerosa, trazendo apenas o conteúdo sem nenhuma
atividade interessante ao olhar do aluno será desprezada pelo mesmo, mas se transformar esse
conteúdo em brincadeira ou um jogo que esteja inserido no cotidiano do educando ai sim se tornará
valorosa e prazerosa. (ROSA e NISIO 1999, pg.77) dizem que.
“Com as atividades lúdicas espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a
atenção o movimento ritmado, conhecimento quanto a posição do corpo, direção a seguir e
outras”.

Só através dessas capacidades citadas acima o alfabetizando terá um bom desenvolvimento na


escola, pois é através da brincadeira lúdica como o simples “pular corda” que as crianças formam
sua coordenação motora, que as vezes os discentes na aula de educação física não sabem a proposta
real dessa atividade essencial para o desenvolvimento motor da criança.

3. MATERIAL E MÉTODO

O processo de investigação e construção que se deu este trabalho tem enfoque qualitativo e
foi realizado em uma escola da rede pública do município de Teodoro Sampaio – Ba, conforme a
ideia de Bogdan e Bikem (1982), citados por André e Ludke (1986) possui como características
principais a utilização do ambiente natural como fonte direta dos dados, o pesquisador como
principal instrumento da pesquisa alvo, a obtenção de dados predominantemente descritivos a
partir do contato do pesquisador com situação estudada e também a preocupação de trazer e
abordar a perspectiva dos participantes observados.
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É possível afirmar que a pesquisa qualitativa tem caráter exploratório, uma vez que é tida por
aquilo que não se pode mensurar e estimula o entrevistado a refletir e explicitar-se livremente
sobre o assunto exposto. Assim sendo é fundamental que se leve em conta o sujeito em si e suas
peculiaridades considerando a sua relação dinâmica como mundo, tais pormenores inviabilizam
uma quantificação da pesquisa, ou seja, os dados coletados não podem ser traduzidos em números
quantificáveis.

No que diz respeito ao nível de investigação se caracteriza como descritivo que segundo
(Costa, 2006, p.65),” está interessada em descobrir e observar os fenômenos, procurando
descrevê-los, classificá-los e interpretá-los”.

Neste projeto de pesquisa foi utilizado o questionário como instrumento de coleta dos dados a
professores desta unidade de maneira a compreender o que os mesmos têm a respeito da
ludicidade e de sua importância no processo de ensino e aprendizagem. A coleta de dados através
desse tipo de instrumento exige um Chizzotti (1991, p.44) define o questionário como:

Um conjunto de questões sobre o problema, previamente elaboradas, para serem


respondidas por um interlocutor, por escrito ou oralmente. Neste último caso, o pesquisador
se encarrega de preencher as questões respondidas [...] A elaboração de um questionário
pressupõe a apropriação de algumas técnicas para chegar aos problemas centrais da
pesquisa.

O objetivo da presente pesquisa é tomar conhecimento da opinião dos professores a respeito do


tema desse estágio, que é a formação profissional do professor visando a ludicidade como
instrumento de aprendizagem, buscando analisá-los a luz do referencial teórico e das compreensões
enunciadas anteriormente.

Considero que a realização deste trabalho pensado a partir das vivências proporcionadas pela
realização do Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental I, que simbolicamente representa
toda uma trajetória de formação inicial, possibilitou a reflexão sobre importantes aspectos
relacionados ao lúdico nas séries iniciais. Neste sentido, de acordo com Marques (1992, p. 97), o
estágio assume “prevalente caráter de pesquisa, isto é, caráter processual de investigação das
condições do exercício da profissão”.

Ensinar e aprender envolve aspectos que permitem contribuir para a criação de oportunidades de
aprendizagem. Cabe ao professor ser o mediador desse processo e proporcionar aos alunos melhores
possibilidades de ensino e aprendizagem, definindo metas, estratégias e objetivos que poderão ser
elaborados com os educandos, partindo do seu contexto, do seu interesse, para assim enriquecer
ainda mais o processo de ensino aprendizagem. Destaco aqui que os alunos tiveram a curiosidade de
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descobrir, explorar, conhecer, vivenciar bem como experimentar o novo. Buscamos, nesse sentido
durante o estágio, superar a ideia de que todos devem estar ocupados com as mesmas tarefas ao
mesmo tempo e que também existem condições para o avanço significativo do aluno.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Observamos que a partir dessa entrevista que a diretora e os professores da unidade


onde o trabalho de pesquisa foi realizado têm o devido conhecimento da importância da ludicidade
em sala de aula. Porém, pudemos perceber que alguns deles precisam de orientação, de modo que
possam levar a ludicidade de maneira mais eficaz. A realização da pesquisa nos possibilita a
oportunidade de refletir acerca do processo da construção do conhecimento da mesma forma que
este momento para se fazer um confronto com a realidade e os saberes já construídos.
A presente pesquisa é descritiva e de cunho qualitativo, com coleta de dados através de
um questionário estruturado e observação. O questionário, disponível logo em seguida, tem como
objetivo levantar o processo da utilização do lúdico na formação do educador e quais as ações e
estratégias do professor em sala de aula que envolve a aplicação do lúdico com forma de ensino
para avanço nas aprendizagens dos alunos, identificar os fatores limitadores, os pontos fortes e
fracos da aplicação podendo assim, ter uma visão ampla da situação da aprendizagem lúdica das
crianças.
É importante enfatizar que nos deparamos com professores, que mantiveram a princípio
uma resistência para aplicação do questionário e a realização das pesquisas. Porém conseguir
cumprir esta etapa.
Para melhor compreensão apresento o quadro a seguir com o questionário feito com alguns
professores.
ANEXO - A
QUESTIONÁRIO
1. O lúdico esteve presente na sua formação acadêmica?
Professor 1: Sim, durante os estudos do magistério tínhamos aulas de recreação
e brincávamos muito durante os estágios e as aulas.
Professor 2: Na verdade digamos que sim, eu sou estudante do curso de
Pedagogia e é um assunto bastante abordado.
2. O que você entende por lúdico?
Professor 1: Pra mim é a arte de brincar.
Professor 2: Eu entendo como que fosse estratégias e metodologias de
dinamizar o trabalho de sala de aula.
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3. Você aplica o lúdico em sala de aula? De que forma?


Professor 1: Às vezes. Quando acontece eu brincar faço por meio de dinâmicas
e brincadeiras de roda.
Professor 2: Sim. Minhas atividades são previamente planejadas e eu articulo
de maneira com que os meus alunos possam opinar, não uso apenas durante o recreio e
sim sempre que pretendo iniciar um conteúdo.
4. Você acha que o lúdico interfere na aprendizagem das crianças? Por quê?
Professor 1: Sem dúvidas acredito que sim, por causa das brincadeiras.
Professor 2: Sim com certeza. Porque quando estamos realizando atividades
com estratégias lúdicas as crianças ficam mais atentas e desejosas a aprenderem e dessa
forma possibilita melhor aquisição dos conteúdos.
5. Quais as limitações encontradas na aplicabilidade do lúdico em sala de aula?
Professor 1: O comportamento dos alunos as vezes me deixa nervosa e ai logo
desisto.
Professor: Pra mim as limitações se dão mais por conta da falta de recursos e
ou espaço da escola no mais eu sempre me viro com o que posso e acaba dando certo.

Diante dos depoimentos e respostas da entrevista constata-se que as brincadeiras são


inseridas nas práticas de sala de aula embora sem intervenções e alguns sem nenhuma
intencionalidade e possível se observar também que por conta da formação dos professores o fator e
a visão sofrem algumas mudanças a se dar como exemplo a Professora 1 tem 22 anos de regência e
tem apenas a formação do antigo Magistério e a Professora 2 tem 12 anos de experiência e está
cursando Pedagogia. É notório que os docentes das escolas da rede observada possuem o
conhecimento acerca da temática abordada, mas precisam de melhor capacitação e orientações
pedagógicas bem como da realização de intervenções e estratégias que possibilitem aos educandos
melhores resultados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

  A presente pesquisa tem como desígnio demonstrar a grande necessidade do uso do


método lúdico no processo de alfabetização em uma turma da Escola Municipal Deputado Jaime
Vieira Lima – Lustosa - Teodoro Sampaio - Bahia.
Observou-se que na escola há uma grande necessidade do método lúdico para atender
a demanda de alunos com dificuldade de aprendizagem embora alguns professores já desenvolvesse
algumas práticas utilizando recursos lúdicos.
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O Objetivo principal é apresentar os benefícios que os professores e seus alunos terão


quando souber a real proposta lúdica no Processo Ensino aprendizagem, desta forma, deparou-se
com dois objetivos específicos sendo: O primeiro é identificar as principais dificuldades dos
professores quanto a pratica de uma aula lúdica. Procurando de modo facilitador uma forma
harmoniosa e produtiva de se administrar a aula. No segundo permitir que através de pesquisa com
professores, coordenadores e gestores questionarem essa forma de aprendizagem.
Sendo abordada a contextualização do lúdico no processo de ensino aprendizagem na
alfabetização da escola acima referenciada bem como a importância lúdica no processo evolutivo da
criança. A temática aqui discutida demonstra que muitos têm sido os saberes atribuídos aos jogos,
na busca de caracterização das práticas pedagógicas bem como as concepções que envolvem o
processo educativo. Brincar, jogar, divertir-se na sala de aula constituem atividades estimulantes
tanto para o aluno quanto para o professor. Estar aberto para mudar seus paradigmas a respeito de
sua forma de trabalho é um exercício que o professor precisa fazer.
Não basta dominar as teorias e decidir-se por trabalhar com jogos. É necessário deixar-se ir
junto com a brincadeira, aprender e perceber as diferentes nuances do aprendizado de uma turma.
Tudo isso implica libertar o seu fazer profissional das amarras que constrói durante a sua
escolarização e sua formação, o que implica um conhecimento pessoal e profissional profundo e
muita vontade de mudar, ou seja, de ver algo ser feito diferentemente.
São relevantes as atividades lúdicas no desenvolvimento infantil, bem como sua função no
processo educativo; para que esse processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma prazerosa, os
professores devem estar cientes de seu papel nessa fase de construção de conhecimento das
crianças. Os educadores, por sua vez, devem se preparar para trabalhar com o criar, pois a
criatividade deve ser vista como um elo dinâmico e contínuo. Nessa perspectiva, o docente não
deve ver a criança como receptora passiva de estímulos, mas como uma pessoa capaz de ação, que
interaja, crie e recrie possibilidades e novas aprendizagens.
Um desenvolvimento harmônico, lúdico, que inclui aprender a ouvir opiniões diferentes e a
contra-argumentar, estabelecendo comparações objetivas entre várias maneiras de se compreender
um mesmo fato, pouco a pouco vai contribuir para tornar a criança apta a um intercambio, real com
os outros, favorecendo a troca de experiências, por estar baseada na cooperação e na reciprocidade.
       Rompendo com a aceitação passiva de ideias ou sugestões mal compreendidas, a criança
que desenvolve a ludicidade entra em contato com uma forma mais ampla de linguagem, passa a ser
sujeito ativo de suas ações e as defende nas conversas com os adultos. Assim, o seu “mundo lógico”
passa a ser transformado de acordo com suas vivências.
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         O “fazer” é um dos critérios essenciais para orientar as condutas do professor frente às
crianças. Sendo assim, o que realmente importa é criar o maior número de situações que promovam
o desenvolvimento de habilidades variadas com o objetivo de alcançar um maior aprendizado.
          As crianças devem sentir-se sempre capazes de exercitar o que foi proposto. O
progresso dos movimentos e das habilidades deve ser de qualidade crescente, superando obstáculos
e aspirando a novos desafios. Esse progresso repercute nos demais movimentos e possibilita a
introdução de outras e mais complexas atividades.
           Para tanto, o professor deve compreender a importância das tentativas desenvolvidas
com atividades lúdicas que conduzem ao desenvolvimento do raciocínio. Deve aprender a respeitar
a criança e valorizar cada descoberta que venha a fazer em sua vida escolar. O respeito pelas várias
etapas deste desenvolvimento constitui uma conduta que, uma vez refletida, transcendem quaisquer
que sejam as características do meio imediato. O que realmente interessa é atribuir a cada criança o
papel de sujeito ativo na construção de formas cada vez mais aprimoradas de conhecimento, pois
somente o indivíduo ativo é capaz de atuar frente às pressões sociais, compreendendo-as para
transformá-las. O grande desafio é o repensar a Educação em sua totalidade, enfrentando a
fragmentação do conhecimento.

REFERÊNCIAS

COSTA, Wilse Arena da. 50 sugestões didático-pedagógicas para o ensino da leitura e da


escrita em sala de aula. Cuiabá: Entrelinhas: EDUFMT, 2006.

FERREIRO, E. & PALACIO, M.G. Os processos de leitura-escrita: novas perspectivas. Porto


Alegre; Artes Médicas, 1990.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes,
1993.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos, brinquedo, brincadeira e a educação. Org: 3. ed. São Paulo:
Cortez, 1999.

SZYMANSKI, Maria Lídia Sica; PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre. Orgs: Diagnóstico e
intervenção psicopedagógica: reflexões sobre relatos de experiências. Cascavel: Edunioeste,
206.

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