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@Orlijm

isso pode acontecer no caso de você fazer uma trava de baixa com calls ou uma trava de
alta com puts. 

Imagine a seguinte situação:


- preço da ação R$20,30
- venda de 1.000 CALLs strike R$21,00 por R$1,15
- compra de 1.000 CALLs strike R$22,00 por R$0,57
- você recebe R$580,00 ao montar a trava.

No dia do vencimento, a ação está cotada a R$21,70. Você será exercido e obrigado a
vender por R$21,00 mas não tem sentido exercer sua posição no strike R$22. Por que você
pagaria R$22 se o papel está cotado a R$21,70? Nesse momento, a própria mesa se
encarrega de tomar ações a R$21,70 no mercado para que você cumpra com seu
compromisso. Claro que a corretagem tem um valor especial - normalmente, tabela
BOVESPA. 

O mesmo acontece com uma trava de alta com PUTs

- preço da ação R$20,50


- venda de 1.000 PUTs strike R$20,00 por R$1,20
- compra de 1.000 PUTs strike R$19,00 por R$0,55

mais uma vez, você recebe dinheiro ao montar a operação (R$650,00). Se no dia do
vencimento, a ação estiver cotada abaixo de R$20,00 (a R$19,40 por exemplo) você será
exercido e será obrigado a comprar ações por R$20,00 mas não exercerá seu direito, uma
vez que não tem sentido vender as ações que você comprou por R$19, se ela está cotada a
R$19,40. Nesse momento, você também pode vender as ações via home broker ou solicitar
a mesa que liquide a mercado pra você. 

Evite levar as travas para o vencimento.

OJM 25 de mai. de 2017 09:01  @MuriloBarquette

@MuriloBarquette Então para eu montar trava de baixa com CALL ou


trava de alta com PUT será solicitado margem de garantia? Pois como no
exemplo que o senhor mencionou, se eu for exercido e tiver que entregar
os papeis, deverei ter a diferença entre o valor que vou pagar e o valor q
vou receber, que nesse caso seria um prejuízo de 0,70 por papel na trava
com CALL.

Também o senhor comenta para evitar levar travas para o vencimento, ai


corro o risco de mercado, ou seja, posso ter um prejuízo maior do que o
objetivado na montagem da trava como o senhor mencionou na resposta
acima, em virtude do movimento dos preços da ação, do prazo para o
vencimento entre outros fatores. Ou seja, travas não são tão simples
quanto parecem e aquele prejuízo máximo que se fala quando se monta
uma trava não é bem assim.

Responder Citar  0      1 Resposta Última resposta 25 de mai. de 2017 14:38 

MuriloBarquette 25 de mai. de 2017 14:38  @OJM

@Orlijm

Em primeiro lugar, deixe o "senhor" lá no céu (rsrsrsrs).

Sim, travas de baixa com CALLs ou travas de alta com PUTs chamam
margem, mas a margem é, normalmente, a diferença dos strikes vezes a
quantidade negociada. Então, se você montou a trava com 1.000 opções
em cada ponta e a diferença dos strikes é R$1,00 a margem será de
R$1.000,00. Só que como você já recebeu R$580 (no exemplo acima), a
CBLC só vai pegar mais R$420,00.

Lembrando nossa situação hipotética: 

- preço da ação R$20,30


- venda de 1.000 CALLs strike R$21,00 por R$1,15
- compra de 1.000 CALLs strike R$22,00 por R$0,57
- você recebe R$580,00 ao montar a trava.

Se no dia do vencimento a ação estiver acima de R$22,00 você será


exercido e terá que vender as ações por R$21,00 mas também, vai exercer
seu direito e comprar no mercado por R$22,00 limitando seu prejuízo a
R$1 por ação. Como você já recebeu R$0,58 por ação, seu prejuízo
máximo será de R$0,42 por ação. 

Porém, vamos imaginar que o preço das ações dispare a R$24,00. Se você
desmontar a mercado, realmente terá um prejuízo MUITO maior, pois
nesses casos, os prêmios ficam irracionais. Nesses momentos, o melhor
mesmo é deixar ir para o vencimento e, caso você seja exercido antes da
data de vencimento, você exerce seu direito também. Aí, realmente não
tem jeito, a não ser deixar ir para o exercício. Mas em condições normais,
a tendência é de que os prêmios tendem a emagrecer com o passar do
tempo. As opções da nossa trava estão OTM e, por isso, só tem V.E. (Valor
Extrínseco ou Valor de Expectativa). É aí que tiramos proveito da única
certeza no mercado de opções: VE tende a zero. Então, como estamos
vendidos em VE, estamos bem na fita. Chega um momento que não vale
mais a pena ficar na operação. Quando o spread entre as opções
praticado pelo mercado estiver na casa de 0,3% do valor da ação,
dizemos que o VE perdeu eficiência. Não vale mais a pena correr o risco
de uma alta repentina do papel estragar sua operação, só pra ganhar
R$0,02. Por isso que eu disse para evitar levar a operação até o
vencimento. 

Existem 3 tipos de stop para as travas:

1) stop no tempo - na quinta feira que antecede o vencimento,


desmanche tudo a mercado. Não deixe para sexta feira, ou algo pode dar
muito errado e você não tem como desmontar. Na segunda feira, dia que
vencem as opções da série que você montou a trava, tudo pode
acontecer.

2) stop no VE - é quando o VE perde toda a eficiência e isso pode


acontecer a qualquer momento.

3) stop no Break Even - Break Even é o ponto onde a operação está no


zero a zero. No nosso exemplo, o Break Even é a posição vendida mais o
que recebemos para montar. No caso = R$21,58. Se o preço da ação
bater nesse valor, desmonte tudo imediatamente, pois sua posição
vendida ficará ITM. Você vai ter um pequeno prejuízo. 

Situações de pânico ou de euforia deixam as opções com prêmios


totalmente irracionais, como eu já escrevi acima. Nessa hora, a melhor
coisa a fazer é deixar quieto. Se por acaso você for exercido - o que é
MUITO difícil de acontecer - a corretora tomará as providências para que
você zere suas posições e debite da sua conta apenas o prejuízo de
R$420,00 no nosso caso. E por que deixar quieto? Nesses momentos de
altíssima volatilidade, desmanchar a operação pode realmente sair muito
mais caro do que os R$420. Além do mais, como seu prejuízo está
limitado, dê um espaço para o mercado se mexer... da mesma forma que
o preço disparou, pode perfeitamente voltar a despencar. Essa é outra
vantagem da trava: você escapa da violinada.

Ficou mais claro?

Responder Citar  0     1 Resposta Última resposta 25 de mai. de 2017 14:47 

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