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A importância do milho na vida das pessoas

Além de seu alto prestígio no agronegócio, o milho também é uma das culturas mais
cultivadas pela agricultura familiar brasileira, tanto para a subsistência quanto para a
venda local.

Atualmente, somente cerca de 5% de produção brasileira se destina ao consumo


humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros produtos. Isto se
deve principalmente à falta de informação sobre o milho e à ausência de uma maior
divulgação de suas qualidades nutricionais, bem como aos hábitos alimentares da
população brasileira, que privilegia outros grãos, como o arroz e o feijão. No Brasil, é a
matéria-prima principal de vários pratos da culinária típica brasileira como canjica,
cuscuz, polenta, angu, mingaus, pamonhas, cremes, entre outros como bolos, pipoca ou
simplesmente milho cozido ou assado, sendo um alimento com alto potencial energético
devido ao seu importante teor de amido. 

O uso primário do milho nos Estados Unidos e no Canadá é para a alimentação de


animais. O Brasil tem situação parecida: 84% do milho é utilizado na alimentação
animal, principalmente avicultura e suinocultura, e 11% é consumido pela indústria,
para diversos fins. Seu uso industrial não se restringe a alimentos. Ele é largamente
utilizado na produção de elementos espessantes e colantes (para diversos fins) e na
produção de óleos.

Recentemente, a Europa e os Estados Unidos têm incentivado seu uso para produção de
etanol. O uso do milho para produção de biocombustíveis tem encarecido seu uso para
alimentação.

Componentes funcionais que vêm sendo descobertos na composição do milho e que


começaram a ser identificados nos últimos cinco anos, são de grande importância para a
dieta humana e capazes de atuar na prevenção de doenças cardiovasculares e
degenerativas, como alguns tipos de câncer.

O milho apresenta carotenóides ligados à prevenção de doenças degenerativas da visão,


como a zeaxantina e a luteina , carotenóides presentes em maior concentração na região
macular da retina do olho humano, daí sua importância também na prevenção da
cegueira. Os carotenóides são essenciais para a prevenção de doenças degenerativas,
além de estimularem o sistema imunológico e agirem como antioxidantes.

As cultivares de milho destinadas a programas de melhoramento genético com


concentrações superiores de pró-vitamina A podem ajudar nos programas de combate à
deficiência de vitamina A, principal causa da cegueira em crianças no Brasil, além
daquelas participantes do programa de biofortificação em ferro e zinco, que ajudam a
diminuir as carências nutricionais .Existem ainda cultivares do grupo QPM (Quality
Protein Maize) com teores mais elevados de proteínas e composição mais privilegiada
de aminoácidos, apresentando teores de aminoácidos essenciais (lisina e triptofano)
significativamente superiores aos do milho comum.

O grão de milho contém em média cerca de 4% de óleo, mas há registros de cultivares


com até 5%.O óleo de milho ,que é extraído do gérmen ,contém em sua composição
ácidos graxos insaturados que atuam no combate ao colesterol sangüíneo elevado e na
prevenção de doenças cardiovasculares. Além disso, há a presença de tocoferóis,
compostos biológicos que compõem o grupo da vitamina E, conhecida por suas
propriedades antioxidantes.

A presença de fitoquímicos com ação antioxidante, principalmente o ácido fenólico, o


ácido ferúlico e os flavonóides estão associados à redução dos danos em células
neuronais e à redução da lesão pré-cancerosa de câncer de cólon.

As fibras resultantes do processamento do milho por meio da moagem também possuem


efeitos benéficos à saúde humana, já que influenciam no perfil das lipoproteínas –
conjunto de proteínas e lipídeos que ajudam o transporte da gordura pelo plasma – e nos
níveis de colesterol sanguíneo. Esses efeitos têm sido atribuídos ao importante papel
exercido pela fibra na redução do tempo de trânsito intestinal e pelos benefícios na
própria flora intestinal, quanto à influência direta no metabolismo de ácidos biliares e na
absorção de colesterol, triglicérides e outros lipídeos séricos no intestino. 

Portanto, o milho merece alcançar uma posição de destaque na alimentação dos


brasileiros, tornando-se uma alternativa viável para todas as classes sociais e
abrangendo todas as faixas etárias, devido ao seu baixo custo, fácil disponibilidade,
modo de preparo versátil, além de importantes propriedades nutricionais.

Provavelmente, o milho é a mais importante planta comercial com origem nas


Américas. Há indicações de que sua origem tenha sido no México, América Central ou
Sudoeste dos Estados Unidos. É uma das culturas mais antigas do mundo, havendo
provas, através de escavações arqueológicas e geológicas, e através de medições por
desintegração radioativa, de que é cultivado há pelo menos 5.000 anos. Logo depois do
descobrimento da América, foi levado para a Europa, de onde passou a ser plantado
desde a latitude de 58º norte até 40º sul.

A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua


utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na
realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do
consumo desse cereal. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim,
enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano
para ano.
O uso do milho em grão na alimentação humana, apesar de não ter uma participação
muito grande, caracterizado principalmente por seus derivados, constitui fator
importante de uso desse cereal em regiões com baixa renda. Em algumas situações, o
milho constitui a ração diária de alimentação, como ocorre no Nordeste do Brasil, em
que o milho é a fonte de energia para muitas pessoas que vivem no semi-árido. Outro
exemplo está na população mexicana, para a qual o milho é o ingrediente básico para
sua dieta.

Embora seja versátil em seu uso, a produção de milho no Brasil tem acompanhado
basicamente o crescimento da produção animal. Em 1978, a produção nacional de milho
era de cerca de 15 milhões de toneladas/ano, enquanto a produção de aves e de suínos
era de aproximadamente um milhão de toneladas/ano. Em 2001 a produção nacional de
milho chegou a 42 milhões de toneladas/ano, enquanto a produção de aves chegou a 6
milhões de toneladas/ano e a de suínos chegou a 2 milhões de toneladas/ano (Fonte:
CONAB, dados de 2001). Desta forma, a tendência de crescimento da produção de
milho acompanha o crescimento da produção de frangos e suínos no país, em função do
milho ser o ingrediente principal na composição das rações para esses animais.

A importância do milho não está apenas na produção de uma cultura anual, mas em todo
o relacionamento que essa cultura tem na produção agropecuária brasileira, tanto no que
diz respeito a fatores econômicos quanto a fatores sociais. Pela sua versatilidade de uso,
pelos desdobramentos de produção animal e pelo aspecto social, o milho é um dos mais
importantes produtos do setor agrícola no Brasil.

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