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AGENTES E FUNCIONARIOS ADMINISTRATIVOS

Noção de agente Administrativo

Segundo Marcelo Caetano as pessoas coletivas de direito público exprimem a sua


vontade através de órgãos. Estes carecem de ser auxiliados por indivíduos por indivíduos que
colaborem na formação de vontades ou lhes deem execução depois de manifestada,
desempenhando as tarefas em que se traduz a actividade dos serviços administrativos.
Portanto, designam-se por agentes administrativos os indivíduos que por qualquer título
exercem certa actividade ao serviço das pessoas coletivas de direito público, sob direção dos
respectivos órgãos.1

O termo agente é usado neste sentido apenas pela doutrina. As leis, sobretudo
portuguesas e moçambicanas, quando pretendem referir-se genericamente a todos quantos
prestam serviços a pessoa colectiva de direito público, empregam a expressão servidor,
seguida a indicação da entidade servida. O exercício de funções ao serviço de uma pessoa
colectiva de direito público constitui elemento essencial da definição. Assim, os empregados
das pessoas coletivas de direito privado que por lei ou contrato estejam investidas numa tarefa
da Administração (pessoas coletivas de utilidade pública administrativa, ou sociedade de
interesse coletivo) não são agentes administrativos.2

Por outro lado, não importa o caráter público ou privado do título pelo qual o
indivíduo exerce a sua actividade. Em uma empresa pública, os empregados que nela prestam
serviços por contrato de trabalho são agentes administrativos se a empresa for pessoa
colectiva de direito público, o que não são, como acontece com os funcionários. Por vezes, no
mesmo indivíduo reúnem-se as qualidades d titular de um órgão e de agente, porém são
distintas as actividades que cada um deles correspondem: o órgão é um elemento criador no
plano jurídico, ao passo que, o agente desempenha um papel predominantemente técnico.3

O agente está subordinado ao órgão, na medida em que a este compete exprimir a


vontade pela qual a pessoa colectiva de direito público prossegue aas suas atribuições. Os
órgãos da pessoa coletiva traçam a orientação a seguir pelos agentes e dão as ordens e
instruções pelas quais se há-de pautar a conduta deles. O agente presta os seus serviços

1
CAETANO, Marcelo, Manual de Direito Administrativo, Tomo II, 10a Edição, Almedina, Coimbra,
2007, página 641.
2
Idem, pagina 643.
3
Idem.
mediante uma relação jurídica estabelecida entre ele e a pessoa colectiva que o emprega; a
esta relação estabelecida denomina-se por relação de serviço.

AGENTES DE DIREITO E AGENTES DE FACTO

Quando o indivíduo é empregado mediante investidura regular torna-se agente de


direito. É frequente a Administração ser servida por indivíduos que foram irregularmente ou
extraordinariamente investidos nas funções, por essa razão, são meros agentes de facto. Para
que se esteja perante um agente de facto é necessário tratar-se de indivíduo aceite pacifica e
publicamente como agente administrativo e que exerça funções no interesse geral. 4 Quando
alguém se apossa das funções públicas pela fraude pela violência e se dispõe a exerce-las para
satisfazer interesses privados, não é agente de facto mas usurpados.

Os agentes de facto podem ser agentes necessários ou agentes de putativos. São


agentes necessários – os indivíduos que, em estado de necessidade e por imperativo do bem
comum, se encarregam do exercício de funções públicas sem nelas terem sido investidos pelo
processo regular. 5

Agentes putativos – são os indivíduos que em circunstancias normais exercem funções


administrativos de maneira a serem reputados em geral como agentes regulares, apesar de não
estarem validamente providos nos respectivos cargos.

Situação jurídica dos agentes putativos

4
CAETANO, Marcelo, Manual de Direito Administrativo, Tomo II, 10a Edição, Almedina, Coimbra,
2007, página 644.
5
É o que sucede nos casos em que por efeito de guerra, revolta ou calamidade desaparecem ou não
podem intervir os agentes de direito, tornando-se indispensável que as pessoas com mais autoridade natural, com
mais desembaraço ou com melhores condições assegurem, no interesse da comunidade o funcionamento dos
serviços ou o exercício dos poderes, independentemente do processo regular estabelecido por lei para a
investidura nessas funções.

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