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Lu

O Líder Emocionalmente Saudável


Peter Scazzero
São Paulo:Hagnos,2016 – 1ªed
AULAS EBD 2020 – Aula3

LIDERANDO A PARTIR DE SEU CASAMENTO


OU VIDA A SÓS

A realidade é: pastores e líderes à beira da exaustão.


Como a vida de solteiro ou o casamento de um líder se ajusta ao chamado sacrificial que ele
atendeu à liderança?

Um casamento que duplique seu ministério e não o corte pela metade.


O exemplo de Pete. Esposa Geri reclamando, tristeza e depressão. Uma constatação: “seria
melhor se estivéssemos separados”. Até que Geri deixou a igreja (em 1996). Foram a um
retiro intensivo, segundo ele, meu objetivo era consertar Geri, o de Geri era consertar a
igreja, e o de Deus era consertar nosso casamento, e , nosso casamento era o último lugar
onde espera encontrar Deus. Até que aprenderam sobre um relacionamento saudável entre
duas pessoas, mediadas por Deus (ver Espiritualidade Emocionalmente Saudável, p.227) e
por 19 anos embarcaram na jornada de estudo da Bíblia e pesquisa sobre como integrar o
casamento com a liderança. (p.83).

O casamento como analogia de nosso relacionamento com Deus (Ez 16, Mc 2.19,20; Ap 19-
22). Casamento nos tempos bíblicos era em duas fases: noivado e cerimônia. Hoje estamos
noivos dele e este casamento se consumara quando estivermos face-a-face com ele.

CASAMENTO E VIDA A SÓS.


Ambos são chamados. Em tempos na história foram vistos de formas diferentes.

Celibato.
- Voto do celibato: pessoas que fizeram votos perpétuos para permanecer solteiros e
manter abstinência sexual a vida toda e viver um compromisso com Cristo. É um dom
dado por Deus (Mt 19.10-12; 1Co 7.7,8).
- Celibatários consagrados: solteiros que escolheram a abstinência sexual enquanto
forem solteiros. Muitos desejam se casar e estão livres para isso. Podem estar
solteiros circunstancialmente, divorciados ou pela morte do cônjuge, ou ainda
dedicados a uma missão temporária.
Lu

Toda a nossa vida como líder é um testemunho do amor de Deus ao mundo, mas nós o
fazemos de maneiras diferentes como casados ou solteiros. Compreender o casamento ou a
vida solteira como um chamado ou vocação fortalece nossa liderança.
Avaliação – p.86,87

Pouco se fala ou se treina lideranças sob a questão do casamento e vida a sós. Pouco se fala
sobre sexualidade da vida do líder, exceto em advertências ou quedas. Quase nunca se trata
da vida relacional como prioridade pessoal, antes mesmo do ministério.

Muitos pensamentos errados sobre líderes solteiros: ministros casados são mais eficientes;
solteiros tem problemas de relacionamento. Ou mesmo sobre casamento: o casamento é
importante mas secundário; obediência a Jesus não se relaciona com casamento; a decisão
do líder que impacta a vida relacional não é tão importante; líderes precisam ser treinados
para ministério mas não necessariamente para o casamento; etc

A VIDA CONJUGAL COMO VOCAÇÃO MINISTERIAL -

1. O CASAMENTO É SUA PRIMEIRA AMBIÇÃO


- Ambição é definida aqui como “um forte desejo de conseguir algo”. É bom, quando
nos motiva a buscar algo verdadeiro, belo e virtuoso.
- A primeira ambição do líder deve ser amar o seu cônjuge apaixonadamente, acima
mesmo de sua igreja, equipe, célula, etc.
- Devemos cultivar um forte desejo de tornar visível o invisível – o amor de Jesus por
sua igreja – no amor que temos por nosso cônjuge.
- Fizemos um voto no casamento, e devemos honrá-lo em tudo. Não temos o direito
de viver como solteiro, sozinhos, com decisões próprias.
- Isso significa que as todas as suas decisões devem ser tomadas pensando em como
afeta ao seu casamento. Todo comportamento ou escolha deve demonstrar ao meu
cônjuge que é alvo de meu grande amor.

2. O CASAMENTO É SUA PRIMEIRA PAIXÃO


Segundo o Aurélio paixão é um “sentimento ou emoção levados a um alto grau de
intensidade, sobrepondo-se à lucidez e à razão”. Se o casamento é nossa primeira
paixão, os líderes cristãos deveriam estar entre os casais mais apaixonados da igreja.
Isso quer dizer que nosso foco de emoção e sentimento, em alto grau de intensidade,
deve ser do cônjuge e não do ministério.
O amor de Deus por nós é o perfeito ágape, fiel e perseverante, mas sua aliança de
amor se caracteriza pelo eros também, esse aspecto ardente, selvagem e de prazer.
Como exemplo veja nos textos:
Lu

 Ele se agradará de ti com alegria... se alegrará em ti com júbilo (Sf 3.17)


 Seu pai o viu... e correndo, lançou-se ao seu pescoço e o beijou (Lc 15.20)
 Como te abandonaria...? O meu coração se comove, as minhas
compaixões despertam todas de uma vez (Os 11.8)
 Para que todos sejam um, assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti,
que também eles sejam em nós (Jo 17.21)

Deus é apaixonado por nós! Essa paixão deve ser refletida em cada casamento
cristão, principalmente dos que estão na liderança. Como quando estavam noivos.
Não deixavam de pensar no outro. Imaginavam constantemente se entregar ao
outro. Uma intensa atração sexual. A paixão é realmente central para nossa vocação
conjugal.
No entanto e infelizmente a maioria dos casais fica menos apaixonada e menos
atraída sexualmente depois do casamento. Bem poucos de nós foram preparados
para ter um casamento apaixonado e florescente. Gostaríamos que acontecesse
naturalmente, mas não acontece: precisa ser cultivado. Mas, como?

Orar por paixão.


Sozinho muitas vezes não conseguimos manter essa chama acesa. A oração libera
pode do Espírito Santo e capacita para resistir a tentação de apatia. Deus se interessa
em nos auxiliar nisso.

Fazer da paixão cultivada uma pratica espiritual intencional.


Se a vocação como cônjuges é um compromisso, é preciso prática. Pete e Geri
separam 20 minutos por dia para ficarem nus e sem se envergonharem nos braços
um do outro (Gn 2.24) O objetivo não é o ato sexual, mas estar apaixonadamente
ligados um ao outro – integralmente.
“Somos mais que bons amigos, somos mais que colaboradores de Cristo. Nosso
diferencial é o relacionamento sexual. Nós intencionalmente “fazemos amor” fora do
quarto (toques suaves, gestos pensados, presentes-surpresa, vestido atraente, etc)
bem como dentro dele. Nem sempre temos sucesso, mas investimos sempre”.

Afirmar intencionalmente um ao outro.


Dizem que se encontra o que se procura – procure falhas e você encontrara falhas,
procure beleza e a encontrará. É um dos maiores presentes que um cônjuge pode dar
ao outro. Quando procuramos bondade e beleza um no outro e falamos
honestamente, tornamo-nos Deus com pele um para o outro. Afirmações curam
feridas, cobrem vergonhas e comunicam como Deus nos vê – valiosos e amáveis. Por
outro lado, um fluxo constante de críticas suga a vida de nossos relacionamentos.
“Deus sabe que estamos em nosso melhor momento quando estamos vivendo numa
atmosfera de paixão um pelo outro”.
Lu

3. O CASAMENTO É SUA MAIS ALTA MENSAGEM DO EVANGELHO


O casamento cristão aponta além de si mesmo para algo mais importante – para
Cristo. É uma maravilha, é uma analogia (Ef 5). É um milagre de transformações (Jo
2). Por isso o casamento é uma potente mensagem do evangelho, mais que o púlpito
ou um ministério visível que tenhamos. A mensagem que o casamento prega é sobre
o amor perfeito de Deus, sobre a transformação pelo amor, sobre nosso destino
eterno (Ap 19-22).

LIDERAR A PARTIR DA VIDA DE SOLTEIRO –


(limitações do autor, e minhas)

Precisamos de uma rica espiritualidade de uma vida a sós vocacional se desejamos agradar a
Deus. É verdade que hoje em dia há muitos tipos de solteiros no ministério, portanto é
necessário saber que tipo de solteiro Deus quer que você seja.

O voto do celibato.
Grande parte em ordens religiosas e igrejas católicas e ortodoxa. O protestantismo quase
que aboliu. Jesus reconheceu primeiro a ideia do celibato por voto ou consagração, num
tempo e cultura que se chocava com a ideia. (Mt 19.11-12; 22.29,30- vd ênfase do autor).
“Por causa do reino”... Quem faz o voto recebe um carisma, uma capacitação de Deus. Eles
escolhem livremente dar-se como dádiva exclusiva e para vida toda a Cristo. Renúncia.

Celibatários dedicados...
São pessoas que escolhem praticar o celibato enquanto permanecem solteiros como parte
de seu compromisso a Cristo. Um conselho da Sue aos solteiros: Não viva como se estivesse
esperando. Viva mais plenamente a vida que você pode ter agora.
Para a maioria não é uma escolha fácil de fazer. Mas é preciso decidir não deixar de viver por
isso. É preciso ser firme em servir e agradar a Deus. Aprender o processo e saber que, como
noutras vocações, há um tipo singular de sofrimento.

Vida de solteiro como uma ambição sadia.


O líder cristão solteiro precisa ter uma rica ambição de investir numa saudável vida a sós.
1. Dedique-se a excelentes cuidados pessoais (1Tm 4.16). Seja pleno de saúde física,
emocional, social e com um grande teor de alegria contagiante. Invista numa alma
saciada e prazeres agradáveis (hobbies, esportes, estudos, danças, viagens, etc). Faça
intencionalmente essa busca de alegria como investimento de vida de liderança.
2. Invista na comunidade, cultivando companheiros de jornada. Liderar é quase sempre
uma experiência solitária, e pode ser ainda mais com os solteiros. É importantíssimo
investir em amizades profundas e substanciais. Com criatividade, sabedoria,
sensibilidade e persistência é preciso buscar conexões que ajudarão a vida do
solteiro. Relações autenticas não acontecem da noite para o dia, mas você pode fazer
amigos que se tornarão companheiros íntimos de sua jornada cristã.
Lu

3. Pratique hospitalidade regularmente. Mantenha a casa sempre cheia para refeições,


brincadeiras, reuniões e encontros. Sejam homens, mulheres, solteiros, casadas, de
todas as idades. Seja criativo e aberto para as pessoas que povoarão sua vida.

Ser solteiro é uma alta mensagem do evangelho.


Nossa vocação, casados ou solteiros, aponta além de nós mesmos para algo muito mais
importante: Jesus.
Como líder solteiro você pode dar testemunho da suficiência e da plenitude de Cristo por
meio de seu celibato. Você não está abandonando seu corpo, nem o entregando a outrem,
porque você está casado com Cristo, pertence a Ele. Se deu a Ele.
Você pode também ter uma dedicação focada em Cristo, e até mesmo testificar de sua
eternidade ao abrir mão de herdeiros.

Que tenhamos o firme propósito de liderar como vocação (como casados ou solteiros) de
uma forma que engrandeça a Cristo. Que Deus nos oriente por meio de uma vida de oração.

Pr Eliezer
Pibsfs/Mar2020

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