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O Tenista Cadeirante Competitivo: Para poder ser aceito a competir nos torneios de
Tênis em Cadeira de Rodas sancionados pela ITF e Jogos Para-Olímpicos, o jogador
deve ter uma inabilidade física permanente que seja medicamente diagnosticada. Esta
inabilidade física permanente deve resultar em uma perda funcional substancial em
um ou ambos membros inferiores. Os jogadores devem estar dentro de um dos
parâmetros de aceitação:
- déficit neurológico no nível S1 ou proximal, associada com a perda da função
motora, ou;
- artrose severa e /ou substituição da articulação do quadril, joelho ou tornozelo, ou;
- amputação de qualquer articulação dos membros inferiores proximal à articulação
metatarsofalangeal;
- jogador com inabilidades funcionais em um ou ambos membros inferiores
equivalentes à tetraplegia (QUAD) que se encaixam em: Déficit neurológico no nível
C8 ou proximal associado à perda de função motora ou; amputação de membro
superior, ou; Focomelia (Má formação congênita) do membro superior, ou; Miopatia
ou Distrofia Muscular do Membro superior, ou; jogador com inabilidades funcionais
em um ou ambos membros inferiores. A combinação de função de membro superior
dominante e não dominante e função de tronco será considerada ao avaliar a
aceitação do seu status de QUAD. Para ser julgado aceitável para status de QUAD, o
jogador que pode demonstrar um bom nível de função e controle de tronco,
precisará ter um maior nível de inaptidão nos membros superiores do que aqueles
jogadores com pequeno ou nenhum controle de tronco. Jogadores QUAD não podem
usar nenhum dos pés para impulsionar a cadeira.
- Cadeiras Elétricas Jogadores que têm severas limitações em sua mobilidade as
quais impede de empurrar a cadeira manualmente, podem usar cadeira de rodas
elétrica para jogar tênis. No entanto, uma vez que os jogadores escolheram jogar
em uma cadeira elétrica, eles devem continuar fazendo em todos os eventos
sancionados pela ITF. Em caso de ocorrer algum dano com a cadeira do competidor,
ele terá um tempo limite de 20 minutos (ao longo de toda a partida) para repará-la.
Histórico ao longo das três últimas décadas, o Tênis em Cadeira de Rodas tem sido um
dos esportes com mais rápido crescimento e um dos mais excitantes esportes
internacionais para os deficientes. Criado em 1976 pelo americano Brad Parks, o jogo
se desenvolveu de uma atividade recreacional para um esporte profissional. Em 1977,
ocorreu o torneio pioneiro, em Griffith Park, Califórnia. O primeiro campeonato
nacional nos EUA, em 1980. Em resposta ao seu notável crescimento global, a
Federação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTF) foi criada em 1988 para
gerir, promover e desenvolver o esporte mundialmente que é jogado em mais de
oitenta países em todos os continentes. Ainda em 1988, a modalidade estreou nos
Jogos Para-olímpicos de Seul, em caráter de exibição. Em 1991, a entidade foi
incorporada à ITF (Federação Internacional de Tênis). A partir de Barcelona-92, o Tênis
em Cadeira de Rodas passou a valer medalhas. Desde então, a modalidade é
disputada por homens e mulheres, em duplas e no individual. No dia 1 de Janeiro de
1998, a IWTF foi totalmente integrada à ITF (Federação Internacional de Tênis), se
tornando o primeiro esporte para deficientes a alcançar tal união em nível
internacional. Com o intuito de manter relações com as nações fundadoras da IWTF,
foi criada a Associação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTA) a qual atua
como um corpo conselheiro para o Comitê de Tênis em Cadeira de Rodas da ITF,
representando a visão dos jogadores e administradores. O Tênis em Cadeira de Rodas
também tem seu próprio circuito internacional. O Circuito NEC Internacional de Tênis
sobre Cadeira de Rodas, originado em 1992 com 11 torneios internacionais, mas tem
crescido em tamanho e popularidade com os mais de 120 torneios tomando lugar em
todo o mundo. Histórico no Brasil José Carlos Morais foi o primeiro brasileiro a praticar
o Tênis em Cadeira de Rodas, em 1985. O médico gaúcho conheceu o esporte quando
foi à Inglaterra competir pela seleção nacional de Basquete em Cadeira de Rodas. Lá,
a vertente Paraolímpica do tênis lhe foi apresentada durante uma clínica da
modalidade. Atlanta-96 marcou a estréia do Brasil nos Jogos Para-olímpicos.
Novamente, Morais foi o pioneiro. A continuação desta história fica a cargo de
Mauricio Pommê e Carlos Santos, o Jordan. Eles representaram o Brasil na
ParaOlimpíada de Atenas-2004, e foram os representantes do país no Para–
Panamericano 2007.
Atualmente entre os representantes brasileiros Daniel Rodrigues (ver portfólio) faz
parte do Time Brasil, jogou os Jogos Paralímpicos Inglaterra 2012 e 2016 no Brasil, foi
terceiro nos Jogos ParaPan 2019 em Lima e já está classificado para os Jogos
Paralímpicos no Japão 2020/21.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, W. A. Tênis em Cadeira de Rodas. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C.
(Org.). Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012. p. 179-185.
RIVAS, D. S.; GARCÍA, J. P. F. Tênis em Cadeira de Rodas. In: BALBINOTTI, C. (Org.).
O Ensino do Tênis: Novas Perspectivas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed,
2009. p. 250-266.
PLANEJAMENTO TÉCNICO E TÁTICO
Atleta Daniel Rodrigues
Objetivos de desempenho - Caracterização do Processo de Treino:
1. Objetivos Técnicos:
- Direita/Forehand: a curto prazo, garantir que a fase de acompanhamento e/ou
terminação do gesto termine mais à altura do ombro, otimizando assim os
resultados e garantindo menos erros na rede. A médio e longo prazo, consolidar a
aquisição de um golpe de direita mais profundo e que resulte de forma, cada vez
mais regular, bolas profundas (próximas a linha de fundo).
- Esquerda/Backhand: continuação do trabalho realizado. Tecnicamente, a esquerda é
um dos melhores golpes do atleta. Somente nos golpes de aplicação do Slice:
melhorar o equilíbrio do corpo e posicionamento da cadeira no momento do golpe,
principalmente a utilização de um gesto técnico mais estabilizado no momento do
golpe.
- Saque/serviço: otimizar os movimentos dos membros superiores, na fase de
preparação, para que estejam mais simétricos (cotovelo esquerdo mais alto na fase
final do gesto técnico); e também aproveitar a maior produção de força gerada pela
extensão do braço dominante do golpe, aumentando como resultado a altura e a
potência da projeção para a bola e por consequência o percentual de 1o saque.
- Devoluções: nas devoluções de backhand, evitar o slice e bater mais vezes com top
spin alto e cruzado nas bolas rápidas e baixo e paralelo nas lentas, reduzindo assim
ângulos de ataque na terceira bola dos adversários. Nos saques muito rápidos e
pesados desenvolver bloqueios do serviço efetivos, profundos e centralizados.
- Golpes do meio da quadra/Approachs: (outro ponto forte do Daniel) Melhorar o
rendimento dos golpes, com mais efeito, para torná-los ainda mais ofensivos, de tal
maneira que com eles seja possível decidir a maioria dos pontos jogados desse
posicionamento. Melhorar a direção do golpe e a percentagem de bolas dentro,
obrigará os adversários aos riscos e erros.
- Jogo de rede: (ponto fraco do jogo de cadeirantes) Nos voleios de forehand, treinar
um gesto mais curto com um grip totalmente continental e no voleio de backhand
treinar um posicionamento mais de lado para o campo adversário. Nos smashs,
priorizar a movimentação da cadeira e os ajustes para com a bola, maximizando os
percentuais de smashs vitoriosos.
2. Objetivos Táticos:
- Jogo de fundo: respeitar e otimizar o jogo cruzado (nas diagonais), para tirar mais
vezes o adversário do centro da quadra, aumentando e melhorando a eficácia das
variações na paralela. Posicionar mais a defesa nos espaços vazios da quadra,
reduzindo assim a utilização de contra-pés pelos adversários, e por fim, explorar
mais as características de cada adversário na decisão do melhor plano tático a ser
aplicado e desenvolvido durante cada partida.
- Desenvolver um jogo do meio da quadra para a frente, aproveitando as bolas curtas
dos adversários, nas bolas difíceis realizar approachs paralelos e subidas à rede,
seguir sempre a trajetória da bola nas subidas à rede para cobrir melhor os espaços
do jogo, nas bolas fáceis também subir à rede nos espaços vazios ou no ponto mais
fraco dos adversários.
- Saque/serviço: treinar e reforçar o uso de combinações de efeitos no 1o e 2o saque,
com o objetivo de dificultar devoluções e abrir espaços táticos, exemplo: serviço
aberto e 3a bola como resposta no espaço vazio. Reforçar e aplicar o uso de saque
no corpo como variação.
- Devolução de saque e variações de ataque: tirar mais proveitos de bolas em cima
do corpo, principalmente em superfícies rápidas e aplicar sempre golpes altos e
profundos em superfícies lentas (saibro).
Objetivos de Resultado
1. A Nível Nacional:
- Estar sempre pontuando nos torneios nacionais chegando pelo menos nas semi-
finais de Campeonatos Regionais e Nacionais, jogando sempre para o título em
todos os torneios em que entrar, de maneira a manter o seu #1 Ranking Nacional e
pontuando no internacional.
5. A Nível Internacional:
- Estar sempre pontuando nos torneios internacionais chegando pelo menos nas
quartas-de-finais em Torneios Future, ITF3 e oitavas-de-finais em Torneios ITF2,
ITF1, Super Series, Grand Slam , Masters e Mundial, jogando sempre para a vitória
em todos os torneios internacionais que disputar, sempre pontuando e buscando
subir o seu ranking internacional ao longo dos anos.
Referências Bibliográficas
Comitê Paraolímpico Brasileiro. Disponível em:
<http://www.cpb.org.br/modalidades/integra.asp?modal=tenis >. Acesso em 21 jul.
2007.
International Tennis Federation. Disponível em:
<http://www.itftennis.com/wheelchair>. Acesso em 21 jul. 2007.
Paraolimpíadas Atenas 2004. Disponível em: <http://cpb.org.br/atenas2004>. Acesso
em 21 jul. 2007.
W. A. Tênis em Cadeira de Rodas - Manual de Orientação Para Professores de
Educação Física. Disponível em:
<http://www.informacao.srv.br/cpb/pdf/tenis_cadeira.pdf>. Acesso em 21 jul. 2007.