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Tênis em Cadeira de Rodas - Regras de Jogo

O jogo de Tênis em Cadeira de Rodas segue as mesmas regras do Tênis, com as


seguintes exceções:
a) A Regra dos dois quiques: é permitido que a bola quique duas vezes. O jogador
deve rebater a bola antes dela quicar pela terceira vez. O segundo quique pode ser
tanto dentro quanto fora dos limites da quadra.
b) A Cadeira de Rodas: A cadeira é considerada parte do corpo, e todas as regras
aplicadas ao corpo do jogador, devem ser aplicadas à cadeira.
c) O Saque: O saque deve ser executado da seguinte maneira: Imediatamente antes
de começar o serviço, o sacador deve estar numa posição imóvel. Antes de acertar
a bola, lhe será permitido empurrar a cadeira. O sacador deve, através da
execução do serviço, não tocar, com qualquer roda qualquer outra área a não ser
aquela atrás da linha de base dentro dos limites da extensão imaginária da marca
central e das linhas laterais. Se os métodos convencionais de serviço forem
fisicamente impossíveis para um jogador tetraplégico, o jogador ou um indivíduo
deve soltar a bola para tal. No entanto, o mesmo método de serviço deve ser
utilizado todas as vezes.
d) O Jogador Perde o Ponto quando: Se falhar a devolução da bola antes que ela toque
o solo três vezes. Se ele usar qualquer parte dos pés ou das extremidades mais
baixas como breques ou estabilizadores enquanto devolve o saque, rebate a bola,
vira ou pára contra o solo ou contra qualquer roda enquanto a bola está em jogo.
Se ele deixar de manter um dos glúteos contra o assento da cadeira enquanto
rebate a bola.
e) Impulsionar a Cadeira com os Pés Se por causa da falta de capacidade um jogador
estiver inapto a impulsionar a cadeira através das rodas, então este deve
impulsioná–la com um dos pés;
f) Tênis em Cadeira de Rodas/Tênis quando um tenista cadeirante estiver jogando
com ou contra um jogador sem deficiência, em simples ou duplas, as regras do
Tênis em Cadeira de Rodas devem ser aplicadas ao cadeirante e as regras do Tênis
para o outro tenista.

O Tenista Cadeirante Competitivo: Para poder ser aceito a competir nos torneios de
Tênis em Cadeira de Rodas sancionados pela ITF e Jogos Para-Olímpicos, o jogador
deve ter uma inabilidade física permanente que seja medicamente diagnosticada. Esta
inabilidade física permanente deve resultar em uma perda funcional substancial em
um ou ambos membros inferiores. Os jogadores devem estar dentro de um dos
parâmetros de aceitação:
- déficit neurológico no nível S1 ou proximal, associada com a perda da função
motora, ou;
- artrose severa e /ou substituição da articulação do quadril, joelho ou tornozelo, ou;
- amputação de qualquer articulação dos membros inferiores proximal à articulação
metatarsofalangeal;
- jogador com inabilidades funcionais em um ou ambos membros inferiores
equivalentes à tetraplegia (QUAD) que se encaixam em: Déficit neurológico no nível
C8 ou proximal associado à perda de função motora ou; amputação de membro
superior, ou; Focomelia (Má formação congênita) do membro superior, ou; Miopatia
ou Distrofia Muscular do Membro superior, ou; jogador com inabilidades funcionais
em um ou ambos membros inferiores. A combinação de função de membro superior
dominante e não dominante e função de tronco será considerada ao avaliar a
aceitação do seu status de QUAD. Para ser julgado aceitável para status de QUAD, o
jogador que pode demonstrar um bom nível de função e controle de tronco,
precisará ter um maior nível de inaptidão nos membros superiores do que aqueles
jogadores com pequeno ou nenhum controle de tronco. Jogadores QUAD não podem
usar nenhum dos pés para impulsionar a cadeira.
- Cadeiras Elétricas Jogadores que têm severas limitações em sua mobilidade as
quais impede de empurrar a cadeira manualmente, podem usar cadeira de rodas
elétrica para jogar tênis. No entanto, uma vez que os jogadores escolheram jogar
em uma cadeira elétrica, eles devem continuar fazendo em todos os eventos
sancionados pela ITF. Em caso de ocorrer algum dano com a cadeira do competidor,
ele terá um tempo limite de 20 minutos (ao longo de toda a partida) para repará-la.

Histórico ao longo das três últimas décadas, o Tênis em Cadeira de Rodas tem sido um
dos esportes com mais rápido crescimento e um dos mais excitantes esportes
internacionais para os deficientes. Criado em 1976 pelo americano Brad Parks, o jogo
se desenvolveu de uma atividade recreacional para um esporte profissional. Em 1977,
ocorreu o torneio pioneiro, em Griffith Park, Califórnia. O primeiro campeonato
nacional nos EUA, em 1980. Em resposta ao seu notável crescimento global, a
Federação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTF) foi criada em 1988 para
gerir, promover e desenvolver o esporte mundialmente que é jogado em mais de
oitenta países em todos os continentes. Ainda em 1988, a modalidade estreou nos
Jogos Para-olímpicos de Seul, em caráter de exibição. Em 1991, a entidade foi
incorporada à ITF (Federação Internacional de Tênis). A partir de Barcelona-92, o Tênis
em Cadeira de Rodas passou a valer medalhas. Desde então, a modalidade é
disputada por homens e mulheres, em duplas e no individual. No dia 1 de Janeiro de
1998, a IWTF foi totalmente integrada à ITF (Federação Internacional de Tênis), se
tornando o primeiro esporte para deficientes a alcançar tal união em nível
internacional. Com o intuito de manter relações com as nações fundadoras da IWTF,
foi criada a Associação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTA) a qual atua
como um corpo conselheiro para o Comitê de Tênis em Cadeira de Rodas da ITF,
representando a visão dos jogadores e administradores. O Tênis em Cadeira de Rodas
também tem seu próprio circuito internacional. O Circuito NEC Internacional de Tênis
sobre Cadeira de Rodas, originado em 1992 com 11 torneios internacionais, mas tem
crescido em tamanho e popularidade com os mais de 120 torneios tomando lugar em
todo o mundo. Histórico no Brasil José Carlos Morais foi o primeiro brasileiro a praticar
o Tênis em Cadeira de Rodas, em 1985. O médico gaúcho conheceu o esporte quando
foi à Inglaterra competir pela seleção nacional de Basquete em Cadeira de Rodas. Lá,
a vertente Paraolímpica do tênis lhe foi apresentada durante uma clínica da
modalidade. Atlanta-96 marcou a estréia do Brasil nos Jogos Para-olímpicos.
Novamente, Morais foi o pioneiro. A continuação desta história fica a cargo de
Mauricio Pommê e Carlos Santos, o Jordan. Eles representaram o Brasil na
ParaOlimpíada de Atenas-2004, e foram os representantes do país no Para–
Panamericano 2007.
Atualmente entre os representantes brasileiros Daniel Rodrigues (ver portfólio) faz
parte do Time Brasil, jogou os Jogos Paralímpicos Inglaterra 2012 e 2016 no Brasil, foi
terceiro nos Jogos ParaPan 2019 em Lima e já está classificado para os Jogos
Paralímpicos no Japão 2020/21.

Estratégias de Ensino no Tênis em Cadeira de Rodas


A prática do paradesporto, exige que todos os treinadores adaptem seus métodos de
capacitação normalmente utilizados nos esportes convencionais, de modo a adaptá-
las de forma que compreendam as necessidades das pessoas com deficiência.
Especificamente no Tênis em Cadeira de Rodas, a utilização da cadeira altera
sobremaneira as dinâmicas de deslocamento do atleta, tornando-se ainda mais
necessário o desenvolvimento de novos métodos que capacitem e aprimorem o
desempenho técnico do praticante.
Esta abordagem tem por objetivo apresentar uma estratégia de ensino para o
aprimoramento no deslocamento de recuperação de praticantes de Tênis em Cadeira
de Rodas, levando-se em consideração que no Tênis em Cadeira de Rodas o atleta
realiza giros internos e externos com a cadeira após golpear a bola, o que nos leva a
entender que em algumas situações do jogo, a escolha correta de cada giro de
deslocamento ou recuperação é essencial para manter o contato visual com a bola, o
adversário e também na elaboração de todo o conjunto do jogo.

Deslocamento X Recuperação - Metodologia Didática


Um método didático de explicação possibilita que vários atletas compreendam e
apliquem os giros de deslocamento e recuperação mais adequados durante a partida.
Acreditamos que esta estratégia de deslocamento e de recuperação contribui no
desempenho de praticantes da modalidade. Entretanto, indica-se que mais estudos
devem ser realizados para investigar o uso desta movimentação proposta em
situações reais de jogo.
No contexto dos esportes adaptados é necessário que os treinadores façam
adaptações nas estratégias normalmente utilizadas nos esportes convencionais, de
modo a melhor compreenderem as necessidades das pessoas com deficiência e as
especificidades de cada uma das modalidades paradesportivas.
Especificamente, no Tênis em Cadeira de Rodas, a principal mudança nas regras está
na permissão do segundo quique da bola, desde que o primeiro tenha se realizado
dentro dos limites da quadra (CAVALCANTE, 2012), com a utilização da cadeira de
rodas a movimentação do atleta em quadra é realizada de modo diferente quando
comparado ao Tênis convencional.
Esta mudança é crucial no deslocamento e na recuperação, o praticante de Tênis em
Cadeira de Rodas, sempre se movimentará impulsionando a cadeira para frente após
golpear a bola, ao passo que o praticante de Tênis convencional realiza a recuperação
por meio de deslocamentos laterais e até de costas.
Rivas e García (2009) mencionam que durante a iniciação na modalidade, o praticante
deve treinar realizando o deslocamento de recuperação, tornando-o o mais natural
possível após cada golpe na bola, ou seja, até aproveitar o movimento de golpeio no
auxílio do giro da cadeira, e em
algumas situações o deslocamento de recuperação deve ser realizado de acordo com
a naturalidade do movimento, o praticante retornará ao centro da quadra com a parte
das costas virada para o adversário, dificultando o contato visual com a bola e
favorecendo o ponto do adversário.
Deste modo, esta metodologia objetiva apresentar uma estratégia de ensino para
aprimoramento no deslocamento e recuperação para praticantes de Tênis em Cadeira
de Rodas.

DESENVOLVIMENTO: Para facilitar a compreensão da movimentação realizada no


Tênis
em Cadeira de Rodas, utilizaremos a definição proposta por Rívas e Garcia (2009).
Para os giros realizados pelo praticante após golpear a bola, considerando um
indivíduo que utiliza o braço direito para empunhar a raquete:
- Giro interior: Movimentação em giro realizada para a esquerda.
- Giro exterior: Movimentação em giro realizada para a direita.
Se o praticante utilizar o movimento de giro mais natural para recuperação do
posicionamento neutro no centro da quadra, principalmente em situações de
aproximação à rede para golpear a bola (giro interior após forehands), aumenta-se a
possibilidade de o indivíduo perder o contato visual com a bola e com o adversário,
favorecendo a pontuação do adversário.

REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, W. A. Tênis em Cadeira de Rodas. In: MELLO, M. T.; WINCKLER, C.
(Org.). Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012. p. 179-185.
RIVAS, D. S.; GARCÍA, J. P. F. Tênis em Cadeira de Rodas. In: BALBINOTTI, C. (Org.).
O Ensino do Tênis: Novas Perspectivas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed,
2009. p. 250-266.
PLANEJAMENTO TÉCNICO E TÁTICO
Atleta Daniel Rodrigues
Objetivos de desempenho - Caracterização do Processo de Treino:
1. Objetivos Técnicos:
- Direita/Forehand: a curto prazo, garantir que a fase de acompanhamento e/ou
terminação do gesto termine mais à altura do ombro, otimizando assim os
resultados e garantindo menos erros na rede. A médio e longo prazo, consolidar a
aquisição de um golpe de direita mais profundo e que resulte de forma, cada vez
mais regular, bolas profundas (próximas a linha de fundo).
- Esquerda/Backhand: continuação do trabalho realizado. Tecnicamente, a esquerda é
um dos melhores golpes do atleta. Somente nos golpes de aplicação do Slice:
melhorar o equilíbrio do corpo e posicionamento da cadeira no momento do golpe,
principalmente a utilização de um gesto técnico mais estabilizado no momento do
golpe.
- Saque/serviço: otimizar os movimentos dos membros superiores, na fase de
preparação, para que estejam mais simétricos (cotovelo esquerdo mais alto na fase
final do gesto técnico); e também aproveitar a maior produção de força gerada pela
extensão do braço dominante do golpe, aumentando como resultado a altura e a
potência da projeção para a bola e por consequência o percentual de 1o saque.
- Devoluções: nas devoluções de backhand, evitar o slice e bater mais vezes com top
spin alto e cruzado nas bolas rápidas e baixo e paralelo nas lentas, reduzindo assim
ângulos de ataque na terceira bola dos adversários. Nos saques muito rápidos e
pesados desenvolver bloqueios do serviço efetivos, profundos e centralizados.
- Golpes do meio da quadra/Approachs: (outro ponto forte do Daniel) Melhorar o
rendimento dos golpes, com mais efeito, para torná-los ainda mais ofensivos, de tal
maneira que com eles seja possível decidir a maioria dos pontos jogados desse
posicionamento. Melhorar a direção do golpe e a percentagem de bolas dentro,
obrigará os adversários aos riscos e erros.
- Jogo de rede: (ponto fraco do jogo de cadeirantes) Nos voleios de forehand, treinar
um gesto mais curto com um grip totalmente continental e no voleio de backhand
treinar um posicionamento mais de lado para o campo adversário. Nos smashs,
priorizar a movimentação da cadeira e os ajustes para com a bola, maximizando os
percentuais de smashs vitoriosos.

2. Objetivos Táticos:
- Jogo de fundo: respeitar e otimizar o jogo cruzado (nas diagonais), para tirar mais
vezes o adversário do centro da quadra, aumentando e melhorando a eficácia das
variações na paralela. Posicionar mais a defesa nos espaços vazios da quadra,
reduzindo assim a utilização de contra-pés pelos adversários, e por fim, explorar
mais as características de cada adversário na decisão do melhor plano tático a ser
aplicado e desenvolvido durante cada partida.
- Desenvolver um jogo do meio da quadra para a frente, aproveitando as bolas curtas
dos adversários, nas bolas difíceis realizar approachs paralelos e subidas à rede,
seguir sempre a trajetória da bola nas subidas à rede para cobrir melhor os espaços
do jogo, nas bolas fáceis também subir à rede nos espaços vazios ou no ponto mais
fraco dos adversários.
- Saque/serviço: treinar e reforçar o uso de combinações de efeitos no 1o e 2o saque,
com o objetivo de dificultar devoluções e abrir espaços táticos, exemplo: serviço
aberto e 3a bola como resposta no espaço vazio. Reforçar e aplicar o uso de saque
no corpo como variação.
- Devolução de saque e variações de ataque: tirar mais proveitos de bolas em cima
do corpo, principalmente em superfícies rápidas e aplicar sempre golpes altos e
profundos em superfícies lentas (saibro).

3. Objetivos a Nível Físico na quadra de tênis:


Área 1: Processo de Treinamento
- Muito embora as capacidades físicas dos níveis de resistência aeróbica e
anaeróbica, bem como da flexibilidade, se encontram a um bom nível, é muito
importante um trabalho de desenvolvimento progressivo constante, tornando-se
atualmente prioritário alcançar os dois objetivos abaixo.
Área 2: Porque Treinar
- Aumentar as velocidades de reação e movimentação na quadra através de treinos
específicos para o aumento da capacidade de aceleração, da velocidade de reação e
dos níveis de agilidade.
- Aumentar a adequação da massa muscular e consequente tradução no aumento de
potência e velocidade dos golpes na quadra.

4. Objetivos Psicológicos e Mentais na quadra de tênis:


- Dar continuidade permanente, junto com o atleta, no desenvolvimento do aumento
na sua capacidade de superação de adversidades e de enfrentamento durante os
jogos. Aumentando assim a sua resiliência e sua persistência a nível mental, nas
formas e maneiras de alcançar e manter um alto nível de jogo, ou até, de superar os
próprios limites, mesmo nos momentos mais difíceis e negativos do jogo, algo que
ainda está em pleno desenvolvimento, visto que em alguns momentos o jogador
ainda costuma perder motivação e descer o seu nível de jogo.
- Trabalhar ainda mais a sua capacidade de atribuição causal, buscando e
identificando as causas dos acontecimentos a um nível mais intrínseco e menos nos
fatores externos (que não são determinantes). Aumentando assim a sua qualidade
na análise dos próprios erros.
- Aumentar a sua capacidade de concentração e determinação nos momentos mais
importantes dos jogos, especialmente nos momentos de fechar um game, um set ou
o jogo, algo em que o atleta ainda tem algumas dificuldades.

Objetivos de Resultado
1. A Nível Nacional:
- Estar sempre pontuando nos torneios nacionais chegando pelo menos nas semi-
finais de Campeonatos Regionais e Nacionais, jogando sempre para o título em
todos os torneios em que entrar, de maneira a manter o seu #1 Ranking Nacional e
pontuando no internacional.
5. A Nível Internacional:
- Estar sempre pontuando nos torneios internacionais chegando pelo menos nas
quartas-de-finais em Torneios Future, ITF3 e oitavas-de-finais em Torneios ITF2,
ITF1, Super Series, Grand Slam , Masters e Mundial, jogando sempre para a vitória
em todos os torneios internacionais que disputar, sempre pontuando e buscando
subir o seu ranking internacional ao longo dos anos.

Área 1: Caracterizando o Processo de Treinamento em quadra


Os objetivos acima descritos são orientados para a ação, são específicos, totalmente
mensuráveis, realistas e desafiantes, mas infelizmente, possuem um limite temporal
definido pelo final da maturação do processo desportivo (critérios definidos por Rollo e
de Haan - 2009), para a elaboração de um adequado estabelecimento de objetivos.
Por outro lado, o nosso trabalho se pauta pela realidade atual do nosso atleta, que
está em busca no auge da sua carreira, de resultados ainda mais desafiadores, em
busca de uma posição no ranking mundial que o habilite a disputar torneios de Grand
Slam, em busca de fazer uma diferença ainda maior, como exemplo, para crianças,
jovens e adultos cadeirantes e andantes que hoje já o vislumbram como um grande
exemplo de superação, determinação e de vida.
A grande maioria dos objetivos de desempenho, aqui descritos, concordam com as
características do nosso atleta, Daniel Rodrigues. Sendo assim, podemos afirmar que
estas metas são uma ferramenta útil para orientar todo o trabalho que será realizado
ao longo do tempo do nosso projeto, contribuindo, tanto para potenciar o
desenvolvimento do atleta como para ajudar na sua evolução em todos os parâmetros
citados. O conhecimento desses objetivos facilitarão e servirão como linha guia para
uma maior compreensão dos conteúdos que serão apresentados posteriormente.
A aprendizagem aumenta quando a informação avança de conhecido para
desconhecido: descobrindo novas coisas com sucesso, do simples para o complexo,
“observando o que pode ser feito”, do Geral para Específico. O planejamento usa o
máximo dos recursos: Use o que você tem e improvise o que você não tem - pense
com criativamente, permita diferenças individuais, atletas diferentes, níveis de
aprendizado diferentes, capacidades diferentes.

Calendário Geral de Treinamento em quadra


O treinamento de força é a pedra fundamental do treinamento esportivo de alta
performance, muito embora a técnica do jogo de tênis seja de extrema necessidade,
sem a força e principalmente em esportes baseados na movimentação em cadeira de
rodas, a força se torna ainda mais determinante. Dito isso, o desenho geral dos treinos
em quadra do atleta podem ser observados no calendário simplificado abaixo. Este
encontra-se dividido por semanas, e cada semana contém as seguintes informações:
- Tipo de microciclo de Treino utilizado.
- Número de ordem do microciclo.
- Superfície (piso sintético/saibro) de treino/jogo da semana.
- Competição realizada (caso tenha existido).
- Categoria e escalão da competição realizada.
- Fluidez do movimento: Aproveitamento do peso da raquete para uma técnica
simples e econômica que possibilite uma aceleração maximizada.
- Direita ou Esquerda: Amplitude no movimento, fase final da preparação da raquete
na altura do ombro, e, início de movimento descendente para aproveitamento do
peso da cabeça da raquete no ganho de velocidade.
- Aspectos decisivos para o desenvolvimento de uma Técnica Eficiente: uma
respiração correta facilita o relaxamento muscular e ajuda a controlar a fadiga e
uma expiração efetiva no momento do impacto da bola na raquete.
- Tensão Muscular: controle da tensão muscular (não exagerada) para maior
produção de velocidade e controle dos gastos energéticos, empunhadura da
raquete não deve ser agarrada com força mas com firme no momento do impacto
com a bola, braço relaxado em todas as batidas.
- Aproveitamento da energia elástica muscular: optimização do ciclo
alongamento/encurtamento.
- Ação e Reação: 3a Lei de Newton e aproveitar a força ascendente no movimento do
golpe.
- Movimentação parasita: movimentos supérfluos devem ser evitados ou a utilização
de segmentos corporais irrelevantes de modo a garantir que não existem perdas de
energia na cadeia de coordenação, a técnica deve ser ensinada de forma simples e
ajustada às capacidades do atleta/aluno, de acordo com a fase em que este se
encontra.
- Equilíbrio Dinâmico: o equilíbrio é fundamental na correcta execução técnica, pelo
que deve ser desenvolvido através de exercícios específicos; aspectos
fundamentais: centro de gravidade, transferência do peso do corpo (linear ou
angular), fixação da cabeça, e o nivelamento dos ombros.
- Confiança: bater a bola sem receios, de forma a evitar uma tensão muscular
exagerada sempre permitindo a fluidez dos movimentos.
- Planejamento dos Treinamentos: preparação geral (divisão dos microciclos ao longo
do ano); preparação específica (objetivos e características do trabalho em cada
microciclo); competições (bateria de “exercícios chave” para cada microciclo); e,
recuperação (Prioridades de desenvolvimento de cada atleta).
- Plano de Microciclo Vermelho - Preparação Geral: prioridade sobre trabalho técnico;
prioridade de desenvolvimento individual; muito volume de treino; espírito de
sacrifício e máximo empenho; definição de regras e rotinas de trabalho; definição de
objetivos/motivação; e, importância do trabalho físico.

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Treino 1 Aperfeiçoamen Jogo de meia Aperfeiçoamen Jogo de meia Aperfeiçoamen


to técnico e quadra e rede, to técnico e quadra e rede, to técnico e
trabalho de slice, saque e trabalho de slice, saque e trabalho de
cadeira no devolução. cadeira no devolução. cadeira no
fundo de fundo de fundo de
quadra. quadra. quadra.
Consistência e Consistência e Consistência e
controle de controle de controle de
bola no fundo bola no fundo bola no fundo
de quadra. de quadra. de quadra.

Metodologia Prioridades Prioridades Prioridades Prioridades Prioridades


individuais de individuais de individuais de individuais de individuais de
desenvolvimen desenvolvimen desenvolvimen desenvolvimen desenvolvimen
to e exercícios. to e exercícios. to e exercícios. to e exercícios. to e exercícios.
30% bolas 50% bolas 30% bolas 50% bolas 30% bolas
intensas, 30% intensas, 20% intensas, 30% intensas, 20% intensas, 30%
cooperação, cooperação e cooperação, cooperação e cooperação,
20% oposição oposição e 20% oposição oposição e 20% oposição
e 20% saque e 30% saque e e 20% saque e 30% saque e e 20% saque e
devolução. devolução. devolução. devolução. devolução.

Treino 2 Aplicar Aplicar Aplicar Aplicar Aplicar


conteúdo conteúdo conteúdo conteúdo conteúdo
treino 1 em treino 1 em treino 1 em treino 1 em treino 1 em
jogo. Treino jogo. Treino jogo. Treino jogo. Treino jogo. Treino
mental mental mental mental mental
(rotinas, (rotinas, (rotinas, (rotinas, (rotinas,
espírito, espírito, espírito, espírito, espírito,
sacrifício e sacrifício e sacrifício e sacrifício e sacrifício e
imagem imagem imagem imagem imagem
corporal). corporal). corporal). corporal). corporal).

Metodologia Situações de Situações de Situações de Situações de Situações de


jogo jogo jogo jogo jogo
específicas, específicas, específicas, específicas, específicas,
jogo jogo jogo jogo jogo
condicionado, condicionado, condicionado, condicionado, condicionado,
sets. sets singulares sets. sets singulares sets.
e pares. e pares.

Trabalho Treino Estimulação Treino Estimulação Treino


Físico em intervalado no em velocidade intervalado no em velocidade intervalado no
campo campo (bolas (circuito de campo (bolas (circuito de campo (bolas
(aplicar treino intensas ou velocidade, intensas ou velocidade, intensas ou
cooperação deslocamento, cooperação deslocamento, cooperação
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

1) com treinador reação e com treinador reação e com treinador


ou entre execução. ou entre execução. ou entre
jogadores) jogadores) jogadores)

Trabalho Potência e Treino Potência e Treino Potência e


Físico fora Pliometria intermitente e Pliometria intermitente e Pliometria
de campo prevenção de prevenção de
lesões. lesões.

TREINO FÍSICO - PRINCÍPIOS GERAIS


Objetivos Capacidades Metodologia Planejament Trabalho no
Físicas a o Microciclo campo
desenvolver (Treinador)

Percurso de Desenvolver Velocidade de Competições Todas as Coordenação


Competição um atleta reação, entre atletas, sessões com específica
30” minutos rápido, deslocamento, circuito. os mesmos (ensino das
coordenado. execução, objetivos. técnicas) e
coordenação Aumentar ao velocidades no
geral e longo dos campo
específica. microciclos a (movimentaçã
exigência e o da cadeira).
complexidade
das tarefas.

Competição 1 Desenvolver Velocidade de Competições Todas as Coordenação


30”minutos um atleta reação, entre atletas, sessões com específica
rápido, deslocamento, circuito. os mesmos (ensino das
coordenado e execução, objetivos. técnicas) e
com níveis de coordenação Aumentar ao velocidades no
força que específica e longo dos campo
facilitem a força geral. microciclos a (movimentaçã
aprendizagem exigência e o da cadeira) e
técnica. complexidade flexibilidade.
das tarefas.

Competição 2 Trabalho de Força geral, Trabalho em Todas as Velocidade de


30 a 60” min. base ao nível resistência circuito. sessões com reação,
da força geral, intermitente, os mesmos deslocamento
pot ência e coordenação objetivos. específico e
resistência. específica, Aumentar flexibilidade.
prevenção de gradualmente
lesões ao longo dos
(trabalho microciclos,
funcional). cargas e
exigência das
tarefas.
Objetivos Capacidades Metodologia Planejament Trabalho no
Físicas a o Microciclo campo
desenvolver (Treinador)

Alto Desenvolver Potência, Programa 2as, 4as e 6as Velocidade de


Rendimento ao máximo as pliometria, individual para feiras trabalho reação,
60 a 90 min. capacidades resistência desenvolvimen de potência e deslocamento
físicas no intermitente e to das pliometria, 3as e execução.
sentido de prevensão de capacidades e 5as feiras Treino
otimizar o lesões. físicas trabalho de intervalado e
rendimento definitivas. resistência flexibilidade.
em campo. intermitente e
prevenção de
lesões.

É importante explicar que uma temporada no tênis começa em Janeiro e acaba em


Dezembro, e, consequentemente, a elaboração deste calendário baseou-se na análise
do final da temporada de 2019 e do início da época de 2020.

Referências Bibliográficas
Comitê Paraolímpico Brasileiro. Disponível em:
<http://www.cpb.org.br/modalidades/integra.asp?modal=tenis >. Acesso em 21 jul.
2007.
International Tennis Federation. Disponível em:
<http://www.itftennis.com/wheelchair>. Acesso em 21 jul. 2007.
Paraolimpíadas Atenas 2004. Disponível em: <http://cpb.org.br/atenas2004>. Acesso
em 21 jul. 2007.
W. A. Tênis em Cadeira de Rodas - Manual de Orientação Para Professores de
Educação Física. Disponível em:
<http://www.informacao.srv.br/cpb/pdf/tenis_cadeira.pdf>. Acesso em 21 jul. 2007.

VALORES EXCLUSIVOS PARA TREINAMENTO


Treinamento de quadra com dedicação exclusiva e prioridade de composições
específicas das necessidades e aplicação de todo o treinamento supra citado, com
aulas individuais técnicas e táticas, treinos específicos em dupla e grupos conforme
desenvolvimento dos microciclos, jogos de simples e duplas. Todo o acompanhamento
cíclico por relatórios de resultados mensais em todas as etapas do desenvolvimento
do atleta Daniel Rodrigues.
Material de quadra exclusivo para aulas e treinamentos:
1 CAIXA DE BOLAS - 24 TUBOS/MÊS
Bola de Tênis Head = R$723,50 - Fornecedor TeamHead.com.br
Bola de Tênis Wilson Championship = R$899,90 e
Bola de Tênis Babolat Gold All Court = R$849,90 - Fornecedor ProSpin.com.br
CUSTO MENSAL DAS AULAS DE 90 MINUTOS DE SEGUNDA A SEXTA
R$1.200,00

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