Você está na página 1de 7

Literatura Luso-Brasileira

A origem da literatura escrita em português iniciou-se, obviamente, em Portugal. Os


estilos literários marcavam a forma como os escritores se expressavam e esses estilos
estavam, muitas vezes, em conformidade com o período histórico da época;

Estilo individual é a maneira peculiar com que cada escritor manipula a linguagem
literária. Refere-se à capacidade de usar técnicas para obter um melhor resultado
estético.

Estilo de época diz respeito a uma série de procedimentos estéticos que caracterizam


determinado período histórico – porque foram usados repetitiva e constantemente, por
uma ou mais geração de escritores.

A literatura de Portugal surgiu no século 12. Os primeiros estilos foram o trovadorismo,


uma forma de poesia cantada, o humanismo, marcante principalmente na obra escrita
para o teatro por Gil Vicente, e o renascimento, presente no poema épico Os Lusíadas,
de Luís de Camões (PDF).

No Brasil, colônia de Portugal entre o século XVI e o início do XIX, as primeiras


criações literárias são consideradas parte da literatura portuguesa. O professor Antonio
Candido, um dos mais respeitados estudiosos do país, considera que a literatura nacional
teve início de fato no século XVIII, com o arcadismo, movimento que exaltava ideais
neoclássicos, inspirados na Antiguidade greco-romana.
É claro que, antes disso, foram escritos muitos textos literários no Brasil, mas eram
manifestações esparsas e limitadas, sem que houvesse uma sistemática atividade que
envolvesse criadores e seu público. Isso só começou com os poetas árcades. 

Na Literatura Portuguesa:
Trovadorismo: corresponde à primeira fase da história de Portugal e está intimamente
ligado à formação do país como reino independente.
O conjunto de suas manifestações literárias reúne os poemas feitos por trovadores para
serem cantados em feiras, festas e castelos nos últimos séculos da Idade Média.

Poesia trovadoresca: pode ser dividida em dois gêneros: lírico e satírico. O gênero


lírico se subdivide em duas categorias (cantigas de amigo e cantigas de amor) e o
satírico é caracterizado pelas cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

2ª Época Medieval

Humanismo é o nome da produção literária do período situado entre o final da Idade


Média e o início da Idade Moderna. Ou seja, entre o século 15 e o início do 16.

Além da produção historiográfica de Fernão Lopes (aproximadamente 1380-1460), esse


período compreende a Poesia Palaciana e a produção teatral de Gil Vicente
(aproximadamente 1465-1536).

Crônica histórica
Fernão Lopes, considerado o introdutor da historiografia em Portugal, é o principal
representante do gênero. Sua obra contém ironia e crítica à sociedade portuguesa.

Mesmo centralizando sua crônica nas ações da família real, Fernão Lopes também
investigou as relações entre outras classes sociais e captou o sentimento coletivo da
nação. Seu maior mérito foi conciliar pesquisa histórica e qualidade literária.

Poesia palaciana
Essa poesia trata de assuntos da vida palaciana e reproduz a visão de mundo dos nobres
e fidalgos que a produziam. O amor é tratado de forma mais sensual e a mulher já não é
tão idealizada quanto no trovadorismo.

Teatro popular
Pai do teatro português, Gil Vicente também foi músico, ator e encenador. Sua obra
trata de muitos temas, sempre com uma abordagem caracterizada pela transição entre a
Idade Média e o Renascimento. Ou seja: do pensamento teocêntrico (marcado por
elementos de religião, como céu e inferno) ao humanista (marcado pelo
antropocentrismo e racionalismo).

Classicismo: é a face literária do Renascimento, movimento de renovação científica,


artística e cultural que marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna na
Europa. O Renascimento é fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das
atividades econômicas entre as cidades europeias.

Poesia épica
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava feitos marítimos e
guerreiros recentes de Portugal. O livro também narra a história do país (de sua
fundação mítica até o período histórico).

O herói do poema é o próprio povo português e o enredo gira em torno da viagem de


Vasco da Gama na busca de um novo caminho para as Índias. Escrito em dez cantos, Os
Lusíadas tem 1.102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco
partes.

Poesia lírica
Camões escreveu sua poesia lírica com versos na medida velha (versos redondilhos) e
na medida nova (versos decassílabos). É no soneto, contudo, que a lírica camoniana
alcança seu ponto mais alto: quer pela estrutura tipicamente silogística, quer pela
constante dualidade entre o amor material e o amor idealizado (platônico).

O Barroco português desenvolveu-se entre 1580 e 1756, época em que Portugal estava


em profunda crise econômica e social devido ao domínio da monarquia espanhola. 
A estética barroca apresenta duas tendências:

Cultismo: caracteriza-se pelo uso de uma linguagem rebuscada, culta, extravagante e


descritiva. Tem como visível influência a produção do poeta espanhol Luís de Góngora
y Argote.
Conceptismo: caracteriza-se pelo jogo de ideias e de conceitos, seguindo um raciocínio
lógico, racionalista. Entre seus principais difusores está o poeta espanhol Francisco de
Quevedo. 
Surgido na segunda metade do século 18, o Arcadismo (ou Neoclassicismo) caracteriza-
se pelo o espírito reformista e pela valorização antropocêntrica do saber racional -
reflexo do desenvolvimento tecnológico, social e científico do chamado "Século das
Luzes".

Em Portugal, o Arcadismo inicia-se oficialmente em 1.756, data de fundação da Arcádia


Lusitana (sociedade poética em que artistas discutiam Arte e Literatura).
Destaque para Bocage, poeta que marcou erotismo e pela sátira de caráter social.

Romantismo: está ligado à Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois


acontecimentos que mudaram a história da Europa e colocaram em evidência valores
burgueses como o individualismo e a desobediência aos valores pré-estabelecidos.

Em Portugal, o Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de


Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio inglês e
enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o passado e o orgulho
do povo português.

O movimento romântico português durou quatro décadas e teve três períodos diferentes
– cada um com uma geração particular de autores.

Realismo: Preocupando-se com a verdade dos fatos e a realidade concreta, o Realismo


surge como reação ao idealismo e ao subjetivismo românticos. Inicia-se na França, em
1857, com o romance Madame Bovary, de Gustav Flaubert. Começa com a polêmica
entre seus partidários e seguidores do Romantismo - a chamada Questão Coimbrã. A
discussão envolve António Feliciano de Castilho - que escreve posfácio para o
livro Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas - e Antero de Quental - que critica
Castilho e defende o ideário realista no opúsculo Bom senso e bom gosto.

Poesia: Antero de Quental: adotando uma postura oposta ao lirismo ultra-romântico,


defende a missão social da poesia e apresenta em sua obra uma busca filosófica da
verdade através da própria experiência. Cesário Verde: também se afasta do lirismo
tradicional português, sobretudo pelo tratamento que dá a temas como cidade, amor e
mulher. Buscando espontaneidade, usa estilo que valoriza a linguagem concreta e o tom
coloquial. "Poeta dos sentidos", constrói imagens com muitas cores, formas e sons. Essa
visão plástica do mundo antecipa a postura assumida por Fernando Pessoa na pele de
seu Heterônimo Alberto Caeiro.

Prosa: Eça de Queirós: admirador de Gustav Flaubert, Émile Zola e Honoré de Balzac,


produz romances marcados pelo uso do determinismo e do impressionismo para
construir críticas (à burguesia e ao clero, por exemplo). Dono de um estilo direto e
contundente, é hábil na descrição de locais e comportamentos. O pessimismo, o humor e
a ironia com que constrói personagens são tipicamente realistas.

Simbolismo: começou em 1857 com a publicação de As flores do Mal, de Charles


Baudelaire (1821 – 1867). Esteticamente, os simbolistas se opuseram às propostas do
Realismo na Europa. Em Portugal, o movimento iniciou-se com o livro Oaristos (1890),
de Eugénio de Castro (1869 – 1944).
Destaque para: Antônio Nobre (1867 – 1900): trata a temática da saudade enfatizando a
musicalidade e a utilização de imagens estranhas e inesperadas. Sua obra apresenta a
idealização da infância e do campo em contraposição à decadência do espaço urbano.
Camilo Pessanha (1867 - 1926): utiliza uma linguagem moderna, que passa ao largo dos
simbolistas convencionais, para discutir questões existenciais. A obra de Pessanha
apresenta um simbolismo arrebatado, considerado o verdadeiro sentimento simbolista
para muitos críticos.

Modernismo: começa com a publicação, em 1915, da revista Orpheu. Contando com a


participação de vários artistas e poetas, a revista veicula vasta produção ousada e
irreverente – fruto das novas concepções estéticas que circulam pela Europa em inícios
do século 20.

As grandes revelações literárias desse período, Mário de Sá-Carneiro e Fernando


Pessoa, surgem justamente nas páginas de Orpheu.
Destaques: Mário de Sá-Carneiro (1890 – 1916) Fernando Pessoa (1888 – 1935)

Na Literatura Brasileira:
Barroco

Usa uma linguagem extravagante, carregada de metáforas (dizer uma coisa com outras
palavras), paradoxos (contradições lógicas) e antíteses (idéias opostas) para mostrar os
conflitos entre a alma e o corpo. Destaque: o baiano Gregório de Matos, conhecido
como Boca do Inferno.

Arcadismo

Valoriza a razão, os clássicos de gregos e romanos e a linguagem simples, usando temas


ligados ao campo. Destaques: Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa e
Alvarenga Peixoto.

Realismo
Luta por causas sociais e critica os valores burgueses. A linguagem é impessoal e
objetiva. Nas histórias, são explorados os perfis psicológicos dos personagens e o lugar
deles na sociedade.
Destaques: Raul Pompéia e a fase madura de Machado de Assis.

Naturalismo

Acontece junto com o realismo e tem características parecidas. A diferença é que é mais
explícito. Excrementos e taras são comuns nesse estilo.
Destaques: Aluízio de Azevedo, autor de O Cortiço.

Parnasianismo

Os parnasianos se opunham ao realismo e ao naturalismo. Para esses escritores, o


importante é a arte pela arte, versos perfeitos, rimas ricas e muito comportadas.
Destaques: a tríade de poetas Olavo Bilac, Raimundo Correa e Alberto de Oliveira.

Simbolismo
Inspirado em obras francesas, fala de espiritualidade com muitas metáforas, em poemas
que parecem descrições de sonhos. Procurava mostrar que as coisas podem assumir
valores simbólicos.
Destaques: Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-modernismo

Nessa época, os escritores só têm um traço em comum: serem diferentes. As obras


trazem influências dos estilos anteriores, mas com inovação, preparando o terreno para a
revolução modernista.
Destaques: Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha e Lima Barreto.

Modernismo

Valoriza linguagem cotidiana, a liberdade de expressão e a brasilidade. O grande marco


é a Semana de Arte Moderna, que aconteceu em São Paulo, em 1922. A segunda
geração foi a do Romance de 30, livros regionalistas e engajados.  
Destaques: Mário de Andrade, Oswald Andrade, Carlos Drummond de Andrade (não
são parentes), Graciliano Ramos, Jorge Amado e Erico Verissimo.

Autores contemporâneos 

Nas últimas décadas, não há movimentos claramente identificados ou autodenominados,


como os modernistas. É como se cada autor estivesse trilhando o seu caminho. Há
experimentação formal e reflexões sobre a vida moderna.  
Destaques: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Rubem Fonseca e Carlos Heitor Cony.

www.clickestudante.com
 www.coladaweb.com
https://www.ebiografia.com
www.google.com.br
  fontes: http://guiadoestudante.abril.com.br
https://www.infoescola.com
https://www.todamateria.com.br

Você também pode gostar