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Os Lusíadas
Edição didática · Vol. II
Com paráfrase de todas as estrofes e longos
comentários filológicos, históricos e literários
de Francisco de Sales Lencastre
Os Lusíadas (edição didática) - Vol. II, Camões
© Editora Concreta, 2019
Título original do poema: Os Lusíadas
Título original da edição didática: Os Lusíadas - Poema épico de Luís
de Camões - Edição anotada para leitura popular - Volume II
Os direitos desta edição pertencem à
EDITORA CONCRETA
R. Barão do Gravataí, 342, portaria – Bairro Menino Deus – CEP: 90050-330
Porto Alegre – RS – e-mail: contato@editoraconcreta.com.br
EDITOR:
Renan Martins dos Santos
COMENTÁRIOS:
Francisco de Sales Lencastre
CAPA & EDITORAÇÃO:
Hugo de Santa Cruz
ILUSTRAÇÕES:
Alfredo Roque Gameiro (1864–1935) e Manuel de Macedo (1839–1915)
retiradas de Os Lusíadas - Grande edição illustrada (Lisboa, 1900)
DESENVOLVIMENTO DE EBOOK:
Loope Editora
www.loope.com.br
FICHA CATALOGRÁFICA
CDD-869.1
Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer
reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica
ou mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer meio.
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SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Nota do Editor
Os Lusíadas
Canto VI
Canto VII
Canto VIII
Canto IX
Canto X
Índice remissivo
NOTA DO EDITOR
C
om este segundo volume, enfim selamos a reedição d’Os Lusíadas de
Camões em versão didática. Conforme já relatado no prefácio ao Volume
I, o trabalho de Francisco Lencastre (1839–1916), por incrível e valioso
que fosse, merecia alguns poucos reparos antes de ser apresentado ao leitor
moderno. Realizamos, por isso, uma série de correções e atualizações ortográficas
(seguindo o Acordo de 1971, com suas tremas, acentos e razoável bom senso) e
alteramos sutilmente algumas passagens um tanto obscuras para lhes dar mais
translucidez. A quantidade dessas pequeninas modificações findou tão numerosa,
que achamos por bem evitar referenciá-las, uma a uma, em notas de rodapé – o que
só serviria para inutilmente inchar este volume.
Como tudo o que fazemos na Concreta, nosso objetivo aqui não é acadêmico, e
sim educativo. Este livro tem o intuito de simplesmente dirigir o leitor a uma
melhor compreensão d’Os Lusíadas: todo o resto – incluindo o interesse histórico-
filológico pela obra de Lencastre – é acessório, e francamente dispensável.
Esperando o cumprimento de tal objetivo, desejamos a você uma ótima leitura. E
que a musa camoniana seja sua guia nesta difícil, mas redentora navegação.
RENAN SANTOS
Dezembro de 2018
OS LUSÍADAS
CANTOS 6–10
ARTE DA PÁGINA ANTERIOR: Contarei, disse, sem que me reprendam (VI, 42)
1 NÃO SABIA EM QUE MODO FESTEJASSE
O rei pagão os fortes navegantes,
Pera que as amizades alcançasse
Do rei cristão, das gentes tão possantes.
Pesa-lhe que tão longe o apousentasse
Das européias terras abundantes
A ventura, que não no fez vizinho
Donde Hércules ao mar abriu o caminho.
O rei (1) pagão (2) não sabia de que modo festejasse os fortes navegantes
portugueses, para alcançar a amizade do rei cristão e de tão possante (3) gente. Pesa-
lhe que a ventura (4) o aposentasse (5) tão longe das abundantes terras européias, e
que não o fizesse vizinho daquelas onde Hércules abriu o caminho do mar (6).
(1) O rei de Melinde, acabando de ouvir a prática de Vasco da Gama, e da qual se
ocupam os três precedentes cantos, sobre a viagem do navegador e sobre fatos
notáveis da história portuguesa. (2) Epíteto que davam os cristãos a quem não o
era. (3) Valorosa. (4) Acaso. (5) “Aposentasse” (cf. I, 41, 60, 72 e passim) = lhe
desse. (6) O rei melindano tem pena de não ser vizinho de Portugal, como eram os
mouros residentes em Melinde, e oriundos da Mauritânia, região que ficava
próxima das portas herculanas – o caminho aberto pelo fabuloso Hércules, que,
fendendo a grande montanha que interceptava a comunicação do mar
Mediterrâneo com o Atlântico, fez o estreito de Gibraltar (III, 18, 77 e passim).
No verso 1, “em que modo”: locução antiquada.
(1) “Tempo tão pesado”, tempo em que os navegantes se sentiam extenuados pelo
(1) “Tempo tão pesado”, tempo em que os navegantes se sentiam extenuados pelo
peso de tantos trabalhos e perigos; ou significa “tempo monótono, enfadonho”,
estava bom tempo, eles nada tinham que fazer senão estar prontos a qualquer voz
de comando. (2) Pesado. (3) Nome dum dos expedicionários – como se diria hoje
–, chamado Leonardo Ribeiro, a respeito do qual se fala mais adiante (IX, 75).
6. João Pereira Agostinho, filho de Gil Vaz da Cunha, senhor de Basto (de Entre-
6. João Pereira Agostinho, filho de Gil Vaz da Cunha, senhor de Basto (de Entre-
Douro-e-Minho), e sobrinho do condestável Nuno Álvaro Pereira;
7. Luís Gonçalves Malafaia;
8. Álvaro Mendes Cerveira;
9. Rui Gomes da Silva;
10. Soeiro da Costa;
11. Martim Lopes de Azevedo;
12. Álvaro Gonçalves Coutinho, irmão do Conde Marialva (o Magriço).
(1) Poderoso; com efeito exercia grande influência na corte de Inglaterra por ser
(1) Poderoso; com efeito exercia grande influência na corte de Inglaterra por ser
sobrinho do rei (Ricardo II). (2) “Ingrês”, “Ingraterra”, é como escreviam os
cronistas. (3) Alude-se à expedição do exército anglo-luso em 1386 contra Castela
(IV, 47, nota 2), da qual fazia parte João de Gaunt (John of Gaunt, o Duque de
Lancaster), quando veio à península reclamar o reino de Castela, em nome de sua
mulher, D. Constança, filha do último rei castelhano. (4) “Magnânimas forças”,
corajosos soldados. (5) “Benigna estrela”, feliz sorte, felicidade na guerra. (6)
“Namorados afetos”, afetos de quem se enamora (das damas). O Duque tinha tido
a prova de que os portugueses sabiam ser afeiçoados e dedicados respeitadores das
damas. (7) D. Filipa de Lencastre. (8) “Domara o peito”, cativara o coração.
“O Duque de Lancaster recolhe os doze vencedores nos seus paços (1), com festas e
“O Duque de Lancaster recolhe os doze vencedores nos seus paços (1), com festas e
alegria; a formosa companhia das damas ocupa cozinheiros e caçadores, que [pois] elas
querem (2) dar mil banquetes, a cada hora e cada dia (3), aos seus libertadores (4),
enquanto estes se detêm em Inglaterra, até tornarem à doce (5) e cara terra da pátria.
(1) Paço ducal. (2) Desejam. (3) “Mil”, etc; note-se a hipérbole. (4) Defensores,
que as libertariam da maledicência. (5) Amada, querida.
(1) “Tanto que”, apenas, assim que. (2) “Temerosos mares”, medonhas vagas. (3)
“Num bordo”, na ocasião em que a nau dava um bordo, isto é, inclinava para uma
das bordas; quando o convés toma grande inclinação, os marinheiros não se podem
suster de pé, caem, indo para junto da amurada. (4) Fig., vigorosos. (5) Manejar;
com temporal é preciso manejar constantemente o leme para oferecer a proa do
navio às vagas, e evitar que estas o tomem de lado, e o façam adornar (deitar-se), o
que tem o perigo de meter água pela borda e ir ao fundo, ou voltar-se. (6) “Talha” é
um aparelho vulgar, formado de dois moitões ou cadernais ligados por cabos, e que
se emprega desde remotos tempos, principalmente para se erguerem pesos
consideráveis sem grande esforço manual. Estando revolto o mar, o esforço de um
só marinheiro, na cana do leme das antigas caravelas, era insuficiente para movê-la;
aumentava-se, porém, prendendo à cana do leme duas talhas: uma engatava na
amurada de bombordo, e outra na de estibordo (cf. figura acima); e a cada um dos
extremos dos cabos (socairos), estava um marinheiro, alando ou largando conforme
as indicações do timoneiro. É sistema ainda hoje [início do séc. XX] usado nos
barcos de navegação do Tejo.
A formosa Galatéia (1) dizia assim mesmo ao fero Noto: que bem sabia que ele se
A formosa Galatéia (1) dizia assim mesmo ao fero Noto: que bem sabia que ele se
recreava em vê-la (2), e cria [imaginava] que tudo acabaria com ele em bem (3). O
bravo Noto não sabia se cresse [acreditasse] tanto bem [fortuna tanta] (4), que não
lhe cabia o coração no peito, de contente de [por] ver que a dama o mandava [lhe dava
ordens]; e cuidou que pouco fazia em se abrandar logo (5).
(1) Ninfa amada pelo gigante Polifemo; fala ao Noto (o vento Sul personificado)
da mesma maneira que Orítia tinha falado a Bóreas. (2) “Bem sabe”, etc; a ninfa
bem sabia que o Noto estava enamorado dela. (3) “Que tudo acabe bem”; se Noto
fizer o que ela deseja, tudo acabará bem entre ambos; ela não negará o que ele
deseja. (4) “Bem”, aqui substantivo; nos versos 2 e 4, advérbio (repetição do
vocábulo, com sentido diverso e como ornato literário). (5) “Contente”, etc; Noto
alegra-se recebendo ordens da ninfa, porque de cumpri-las resultaria alcançar o
amor dela, e parece-lhe até pequena demonstração de obediência o aplacar
imediatamente a sua fúria, e tornar-se branda viração.
(1) Cf. nota 1 da estância precedente. (2) Empalidece. (3) “A parecer seguro”, etc;
(1) Cf. nota 1 da estância precedente. (2) Empalidece. (3) “A parecer seguro”, etc;
alcança glória na guerra o homem corajoso que tem firmeza no meio dos perigos, vê
ao pé de si os companheiros despedaçados por uma granada, empalidece ante
semelhante espetáculo, mas conserva o rosto firme, prazenteiro (ledo) e encarando
serenamente o perigo. (4) Fig., impassibilidade. (5) “Dinheiro”, etc; o dinheiro é
produzido pela ventura (pela riqueza), mas o dinheiro não dá virtude.
ARTE DA PÁGINA ANTERIOR: Caminham lá pera onde o rei o espera (VII, 45)
1 JÁ SE VIAM CHEGADOS JUNTO À TERRA
Que desejada já de tantos fora,
Que entre as correntes índicas se encerra,
E o Ganges que no céu terreno mora.
Ora, sus, gente forte, que na guerra
Quereis levar a palma vencedora!
Já sois chegados, já tendes diante
A terra de riquezas abundante!
Viam-se os navegantes chegados já junto à [próximos da] terra que de [por] tantos
já fora desejada (1) – e que se encerra entre as correntes do Indo (2) e o Ganges (3) – o
rio que mora no céu terreno (4). Ora, sus! (5) gente forte, que na guerra quereis levar a
palma vencedora! Já sois chegados! Já tendes diante de vós a terra abundante de
riquezas.
(1) “De tantos”, etc; outros navegantes portugueses haviam tentado ir por mar à
Índia; vários monarcas do mundo haviam desejado dominá-la (VII, 51–54); os
assírios, os romanos haviam tentado conquistá-la. (2) O grande rio do Hindustão
(3.200 quilômetros), que deságua no golfo de Omã, entre a Arábia e a Índia.
(3) Outro grande rio do Hindustão (2.500 quilômetros); nasce no Himalaia e
desemboca no golfo de Bengala, entre o Hindustão e a Indochina. (4) “Céu
terreno”, o paraíso terrestre (cf. IV, 74; VII, 17–19); “celeste berço da terra”. (5)
“Sus” é interjeição para incitamento, equivalendo a expressões como estas:
“ânimo!”, “alegrai-vos!”, “exaltai!”
O poeta, nos primeiros versos, começa a contar como as naus de Vasco da Gama
chegaram à Índia; interrompe a narrativa no verso 5 com a apóstrofe dirigida aos
navegantes e aos portugueses, a qual se segue até a estância 14 (interrompida por
outras apóstrofes).
Foi em 17 de maio que os navegantes avistaram a costa de Malabar e, dois dias
depois, fundearam as naus defronte de uma população que ficava duas léguas ao
norte de Calecut, e que eles supuseram ser esta cidade.
(1) “Abrindo”, etc; cf. I, 1 (“por mares nunca dantes navegados”); V, 37, 141; VII,
(1) “Abrindo”, etc; cf. I, 1 (“por mares nunca dantes navegados”); V, 37, 141; VII,
30 (“por mares nunca de outro lenho arados”); as viagens da Europa e do Norte da
África, para a Índia, faziam-se até então pelo Mediterrâneo e Mar Vermelho. Foi
Vasco da Gama quem descobriu o caminho pelo Cabo da Boa Esperança e Oceano
Índico. (2) “Vimos buscar”, etc; “vimos visitar as regiões banhadas pelo rio Indo
para divulgar a lei divina” – o que implicitamente significava “propagar a religião
católica”.
(1) Alegre, jucundo. (2) Anui ao convite. (3) O mouro devia ter visto navios
(1) Alegre, jucundo. (2) Anui ao convite. (3) O mouro devia ter visto navios
portugueses em Tânger e outros portos da África. (4) O navio chefe, aquele em que
ia Vasco da Gama, o capitão que comandava todas as embarcações da frota.
(1) Saramá Perimal fora o último rei de todo o Malabar, 600 antes da chegada de
(1) Saramá Perimal fora o último rei de todo o Malabar, 600 antes da chegada de
Vasco da Gama à Índia.
Na presente estância, e nas que se seguem, o poeta – pela boca de Monçaide – faz
a descrição geográfica e histórica do Malabar, a que já fizera referência na est. 17,
seguindo João de Barros, Décadas da Ásia, Déc. IX, 3, e Fernão Lopes de
Castanheda, História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses, I, 13.
“Desta sorte [de igual maneira] o antigo povo judaico não tocava na gente de
“Desta sorte [de igual maneira] o antigo povo judaico não tocava na gente de
Samaria (1); mais estranhezas ainda das que (2) digo vereis nesta terra de usança
vária (3). Os Naires só (4) são dados ao perigo das armas, só eles (5) defendem o seu
rei da banda contrária, trazendo sempre usada, na mão esquerda, a adarga (6), e, na
direita, a espada.
(1) Antiga cidade da Palestina, entre a Judéia e a Galiléia. Os seus habitantes
(samaritanos) eram idólatras; qualquer judeu, quando sentia o contato dum
samaritano, purificava-se também, como faziam os Naires tocados pelos Poleás,
com abluções e cerimônias. Esta referência traz à lembrança a parábola do “Bom
Samaritano” que socorreu o viandante caído na estrada de Jerusalém e moribundo,
pelo qual tinham passado um sacerdote judeu e um levita, sem o socorrerem;
parábola do Evangelho em que Jesus Cristo estabelece o dogma da fraternidade
humana. E vem à lembrança também a resposta que, segundo o Evangelho, deu a
Samaritana a Jesus Cristo, quando este lhe pediu água da bilha que ela levava. (2)
“Mais estranhezas das que…”; vereis, nesta indiana, coisas mais para estranhar do
que as referidas aqui. (3) “Usança vária”, costumes diferentes. (4) “Sós”, o adjetivo
com função de advérbio, com a significação de somente; não exercem outro mister
os Naires, senão o das armas. (5) São os Naires os únicos habitantes que em Calecut
se entregam ao perigoso exercício das armas, por isso somente eles defendem o seu
rei contra os bandos inimigos (sem auxílio dos Poleás). (6) Escudo oval ou
redondo.
Note-se que, no verso 2, “Samaria” deve pronunciar-se “Samária”.
“Os seus religiosos [sacerdotes] são brâmanes (1) – nome antigo e de grande
“Os seus religiosos [sacerdotes] são brâmanes (1) – nome antigo e de grande
preeminência: observam os preceitos tão famosos dum filósofo que foi o primeiro que
pôs nome à ciência (2); não matam coisa viva, e, temerosos [tímidos], têm grandíssima
abstinência das carnes (3); somente no venéreo ajuntamento têm mais licença (4) e
menos regimento.
(1) Sectários da religião bramânica – de Brahma, o primordial ente criador dos
hindus. Brahma, tomando a forma de força conservadora, tem o nome de Vishnu;
e, tomando a forma de força destruidora e renovadora das formas da natureza,
toma o nome de Shiva. Estes três pontos de vista da divindade constituem a
trindade dos hindus – nação antiga, que se distinguiu cedo pela sua civilização. (2)
“Os preceitos”, etc; perífrase de “os preceitos de Pitágoras”, o sábio grego que se
julga ter vivido no século VI a.C. e ter fundado a primeira seita filosófica, supondo-
se ser o primeiro que pôs o nome de “filosofia” à ciência por excelência, isto é, ao
conhecimento em globo das coisas físicas, morais e intelectuais, suas causas e
efeitos. Não quis o poeta dizer que os hindus (nação mais antiga do que a Grécia)
adotassem a doutrina de Pitágoras, mas sim que observavam doutrina igual em
muitos pontos, por serem de austera moralidade e crentes na transmigração das
almas, etc. (3) “Temerosos”, etc; o dogma da metempsicose (transmigração das
almas de um corpo para outro) induzia os sectários a terem medo de comer carne,
para não correrem o risco de se alimentarem com a carne dalgum parente; por isso
tal abstenção era preceito fundamental da religião dos brâmanes e da filosofia
pitagórica. (4) Abuso (incontinência) da vida sexual.
“No Malabar são gerais as mulheres (1), mas somente para os da geração de seus
“No Malabar são gerais as mulheres (1), mas somente para os da geração de seus
maridos: ditosa condição, ditosa gente, que não é ofendida de ciúmes! São estes, e
outros vários, os costumes admitidos pelos malabares. A terra é grossa em trato (2), e
em tudo aquilo que as ondas [os navios] podem dar da [trazer desde a] China ao [até
o] Nilo (3).”
(1) Cf. João de Barros, Op. cit., I, 9, 3; Diogo do Couto, Décadas [continuação da
obra homônima de João de Barros], VIII, 11, 10: “Esta lei é tão geral que, depois
que uma mulher deste sangue de Naires é de idade para ter marido, pode dar
entrada em sua casa a quantos Naires quiser. E são elas e eles tão livres deste vínculo
conjugal, que, se um aborrece ao outro, isto basta para se apartarem por modo de
repúdio”, etc. (2) “Grossa em trato”, rica pelo seu comércio em grande escala (cf. a
expressão “comerciante de grosso trato”, “comércio por grosso”); cf. João de Barros,
loc. cit.: “posto que em seu reino não houvesse mais do que pimenta, gengibre, e
algumas drogas de botica, o mais manda vir de fora como canela, cravo, maça
(açafrão), noz (moscada) e outra sorte de coisas aromáticas”. (3) “As ondas”, etc; a
terra é abundante, pelo seu comércio, em todos os objetos que lhe são levados por
mar, desde as regiões marítimas da China até as do Egito (“Nilo”, aqui, tem a
significação figurada de Egito).
Note-se no texto: sujeito coletivo “gente” no singular, verbo “são” no plural
(versos 3–4); cf. I, 38 e passim.
(1) Gentílico; cf. I, 8, 16, etc; II, 51, etc. (geralmente aparece este vocábulo para
(1) Gentílico; cf. I, 8, 16, etc; II, 51, etc. (geralmente aparece este vocábulo para
designar os naturais da Índia). (2) Fig., honra. (3) Distante. (4) Resolução
definitiva. (5) O rei de Calecut resolveria quando ouvisse os seus conselheiros. (6)
“Informando-se”, etc; informar-se-ia (para saber com certeza) quem era o rei, e
quem era a gente, etc., de quem Vasco da Gama havia falado.
Os toldos da nau eram purpúreos (1), e as bandeiras eram do rico fio que o bicho gera
Os toldos da nau eram purpúreos (1), e as bandeiras eram do rico fio que o bicho gera
(2); nelas estavam pintadas as obras guerreiras (3) que o forte braço português já
fizera; as bandeiras têm batalhas campais, pintadas, batalhas aventureiras [em que
tomavam parte aventureiros], desafios cruéis; fera pintura (4), que, tanto que
[apenas] se apresenta ao gentio [ao Catual], este, atento, apascenta os olhos (5) nela.
(1) “Toldos purpúreos”, etc; ficção poética, e fundada no costume de tempos
anteriores, em que se ornamentavam os navios com panos dessa cor. (2) “Rico fio”,
etc; perífrase de seda, produzida pela baba de Bombyx. (3) “Obras guerreiras”; é
ficção poética a pintura das bandeiras. (4) “Pintura fera”, desenhos representando
vivamente batalhas e combates. (5) “Apascenta os olhos”, fig., dá pasto alimento,
aos olhos, recreia a vista.
Nos versos 7–8, “que nela” equivale a “na qual”. Há numerosos exemplos desta
construção: cf. IX, 66, “nenhum deles” por “nenhum dos quais”; X, 39, “que seu
nome” por “cujo nome”; X, 77, “que por ele”, como se fosse “pelo qual”. O “que” de
IX, 66, pode também explicar-se por conjunção causal.
Sobre o vocábulo “aventureiros”, sem sentido depreciativo, cf. V, 31, 35, 83; VI,
51; VIII, 27; etc.
Agora [umas vezes] a fortuna traz-me degradado por hospícios alheios (1) e com
Agora [umas vezes] a fortuna traz-me degradado por hospícios alheios (1) e com
pobreza aborrecida (2), agora [outras vezes] traz-me de novo, e mais do que nunca,
derribado da esperança já adquirida; agora [outras vezes] traz-me escapando com a
vida às costas (3) – que [a qual] pendia de um fio (4) tão delgado, que o salvar-se [ser
salva] não foi menos milagre do que o acrescentar-se [ser acrescentada] para o rei
judaico (5).
(1) “Degradado”, etc; desterrado em terras longínquas, e forçado pela necessidade
a ser hospitalizado por pessoas estranhas. (2) Aborrecidos são os pobres pelos que o
não são, aborrecida é a vida para os pobres. (3) “A vida às costas”: pode entender-se
que o poeta passava a vida como quem transporta sobre os ombros (às costas) um
peso superior às suas forças; pode ser uma alusão ao naufrágio, de que ele se salvou
dificilmente a nado, levando às costas o manuscrito do seu poema, que era a
essência da sua vida. (4) Reminiscência da espada de Dionísio, tirano de Siracusa
(século IV a.C.), espada com aguçada ponta e pendurada por um cabelo sobre a
cabeça de Dâmocles, o cortesão a quem o tirano quis demonstrar, por aquela
alegoria, que a grandeza tinha perigos. Dâmocles era servido à mesa com honras
iguais às de príncipe, sob o perigo constante de ser morto, por quebrar-se o fio.
Pode também considerar-se haver aqui alusão às Parcas da fábula, que eram três
divindades infernais em cujas mãos estava a vida humana: uma delas (Cloto)
presidia ao nascimento, tinha uma roca, com os filamentos da vida humana; outra
(Láquesis) tinha o fuso, produzia o fio; e a terceira (Átropos) cortava-o. (5) “Rei
judaico”: Ezequias (século VII a.C.), rei da Judéia, fora prevenido pelo profeta
Isaías de que ia morrer, mas, rogando a Deus que prolongasse a existência, viveu
mais quinze anos, o que foi milagre. Mas maior milagre foi salvar-se a vida do poeta,
quando ele estava “por um fio” na ocasião do naufrágio.
(1) Proteu (cf. I, 19; VI, 20, 36, etc.) recebera de Netuno o dom de adivinhar, mas,
(1) Proteu (cf. I, 19; VI, 20, 36, etc.) recebera de Netuno o dom de adivinhar, mas,
quando não queria responder às perguntas, transformava-se. Com ele se comparam
os cortesãos, que, para agradarem aos príncipes, modificam a expressão do rosto ou
ocultam o pensamento sob fingida máscara. (2) Epíteto das Musas, aplicado aqui às
ninfas do Tejo, a quem o poeta está invocando. (3) “Hábito”, etc; literalmente
vestuário (hábito externo) sério, de pessoa honesta; aparência de gravidade e
austeridade. (4) “Despir o povo”, etc; alusão aos validos dos reis novos e
inexperientes, mostrando-se muito zelosos pelo poder real, aconselhando-o a
exercer tirania sobre o povo.
ARTE DA PÁGINA ANTERIOR: O Gama com instância lhe requere (VIII, 82)
1 NA PRIMEIRA FIGURA SE DETINHA
O Catual, que vira estar pintada,
Que por divisa um ramo na mão tinha,
A barba branca, longa e penteada.
“Quem era? e por que causa lhe convinha
A divisa que tem na mão tomada?”
Paulo responde, cuja voz discreta
O Mauritano sábio lhe interpreta:
O Catual (1) detinha-se (2) na primeira figura, que vira estar pintada – barba
branca, longa e penteada – e que tinha na mão um ramo, por divisa (3). Perguntou o
Catual: “Quem era? e por que causa [motivo] lhe convinha (4) a divisa que tinha na
mão?”
Paulo da Gama, cuja voz discreta (5) o mauritano sabiamente (6) lhe interpreta,
responde:
(1) Cf. VII, 78; o poeta continua a narrativa que interrompera (com a apóstrofe
dirigida às Musas) sobre as pinturas que, nas bandeiras, pendões ou estandartes,
representavam grandes quadros históricos de Portugal. (2) Demorava a atenção. (3)
Insígnia, sinal de autoridade (cf. insígnia do marechal, o bastão; de bispo, o báculo,
etc.). A “barba branca”, etc., exprimindo a idéia de que estava ali representado um
ancião de aspecto venerável. (4) Lhe era apropriada. (5) Palavras discretas. (6)
“Sábio”, sabiamente, com o saber que tinha o mouro (Monçaide), da língua
portuguesa e da língua indostânica, para bem servir de intérprete.
“Vê-lo, cá está essa figura onde (1) Sancho desbarata os mouros de Vandália
“Vê-lo, cá está essa figura onde (1) Sancho desbarata os mouros de Vandália
[Andaluzia] em fera (2) guerra; rompendo (3) os inimigos, mata o alferes (4) mouro,
e derruba em terra o pendão hispálico (5). O homem representado nessa figura é
Mem Moniz (6), que em si retrata (7) o valor do seu pai, valor que o sepulcro cerra
[acaba] com os ossos. Digno é destas bandeiras, pois sem falta [infalivelmente]
derruba a bandeira contrária [inimiga], e exalta a sua (8).
(1) “Donde”, no texto em vez de “onde”; é freqüente também a troca em
contrário; aqui empregar-se-ia esta forma para se evitar o hiato. (2) Cruel (por
haver muitos mortos e feridos). (3) Desbaratando, dispersando. (4) Porta-bandeira.
(5) A bandeira dos sevilhanos; “Hispalo” era o nome de um dos antigos reis mouros
de Sevilha (a capital da Andaluzia, chamada antigamente Vandália). Os primeiros
quatro versos aludem ao príncipe D. Sancho quando, por ordem de seu pai (D.
Afonso Henriques), deu batalha aos mouros em Sevilha. (6) Filho de Egas Moniz;
cf. VIII, 18 e sgs. (7) “Em si retrata”, etc; o sentido é este: Mem Moniz é o vivo
retrato de seu pai na coragem, a qual só acaba no sepulcro, quando para lá vão os
ossos. (8) “Digno”, etc; digno, porque naqueles pendões de quadros históricos só se
representavam as figuras de verdadeiros heróis.
“Não nego, contudo, que há descendentes de generoso tronco [nobres avós] e de casa
“Não nego, contudo, que há descendentes de generoso tronco [nobres avós] e de casa
rica, que – com altos e excelentes costumes – sustentam a nobreza que lhes ficou [que
herdaram]. E, se a luz (1) dos seus antigos parentes não clarifica mais neles o valor, ao
menos não lhes falta luz, nem esta se faz escura: mas a pintura acha poucos homens
(2) destes.”
(1) Glória, renome; cf. VI, 95; não basta haver nascido de pais ilustres, é preciso
ser também ilustre. Se o nome glorioso dos antepassados não torna mais brilhante o
valor dos descendentes, ao menos conserva-se, não esmorece, nestes, o renome,
sendo eles de bons costumes. (2) Descendentes iguais aos avós em valor e virtude há
poucos, dignos de serem reproduzidos na pintura, e perpetuados na história.
“Esta é a verdade, rei! que [pois], não sendo isto assim, não faria eu tão longo, tão
“Esta é a verdade, rei! que [pois], não sendo isto assim, não faria eu tão longo, tão
fingido e vão proêmio [discurso], por [a troco de] bem tão incerto, e prêmio tão fraco
(1), qual [como aquele que] podia esperar; mas antes [em vez disso] me deixaria
descansar no grêmio [regaço] – fero e nunca descansado – da madre Tétis (2), qual
[semelhante a] iníquo pirata, feito rico dos [com os] trabalhos alheios.
(1) “Prêmio tão fraco”, um simples sinal, é o que Vasco da Gama desejava e
esperava levar ao rei D. Manuel; se não fosse verdade o que acabava de dizer, não
faria tão insignificante pedido. (2) “Grêmio… Tétis”, perífrase de “mar sempre
revolto”. Os piratas descansam no mar, fig., vivem a maior parte do tempo no mar,
roubando mercadorias de navios de fraca tripulação para se enriquecerem; não
demandam os portos às claras, para não correrem o risco de ser capturados.
Nos versos 1–4, “não faria… tão longo, tão fingido”, etc., deve entender-se: “não
diria fingidamente e sem necessidade tantas coisas como vos tenho dito”.
(1) A conjunção “e” tem aqui a força da adversativa “mas”. (2) “Nobre”, etc;
(1) A conjunção “e” tem aqui a força da adversativa “mas”. (2) “Nobre”, etc;
perífrase de “Samorim”; VII, 32. (3) Trazer de bordo as mercadorias portuguesas.
(4) “Lhe difere”, etc; está adiando para a manhã seguinte; VIII, 80. (5) “Não pode”,
etc; ninguém pode revogar ou contrariar as ordens régias.
ARTE DA PÁGINA ANTERIOR: Mas já no verde prado o carro leve (IX, 36)
1 TIVERAM LONGAMENTE NA CIDADE,
Sem vender-se, a fazenda os dous feitores;
Que os infiéis por manha e falsidade
Fazem que não lha comprem mercadores;
Que todo seu propósito e vontade
Era deter ali os descobridores
Da Índia tanto tempo, que viessem
De Meca as naus, que as suas desfizessem.
Os dois feitores (1) tiveram a fazenda (2) longamente [por muito tempo] na cidade
sem se vender; que [pois] os infiéis (3), por manha (4) e falsidade (5), faziam que os
mercadores lha não comprassem, que [porque] todo o seu propósito e vontade era
deterem [demorarem] ali os descobridores da Índia tanto tempo, que viessem as naus
de Meca (6) e que estas desfizessem [destruíssem] as suas [deles].
(1) Álvaro e Diogo; cf. VIII, 943. (2) As mercadorias trazidas das naus. (3)
Mouros. (4) Astúcia. (5) Velhacaria. (6) Cidade onde nasceu Maomé, a mais
importante da Arábia e que por intermédio de Gidá, porto no Mar Vermelho,
sustentava o comércio da Índia com a Europa. É considerada pelos muçulmanos
como lugar o mais santo de todos; o seu principal edifício é a Caaba, templo que
cerca uma pequena construção onde está a “pedra negra” venerada pelos
maometanos, e que estes dizem ter sido levada para lá pelo anjo Gabriel, para a
fundação do monumento. Este só é aberto três vezes no ano; os devotos que o
visitam fazem sete voltas em roda dele, recitando orações e beijando a pedra
sagrada; VII, 34; cf. as estâncias seguintes.
(1) “Pendiam das vergas”; os marinheiros subidos aos estribos para soltarem as
(1) “Pendiam das vergas”; os marinheiros subidos aos estribos para soltarem as
velas pareciam estar pendurados das “vergas”. Estas são as peças de madeira que
cruzam os mastros em sentido horizontal; “estribos” são uns cabos bambos, à
maneira de sanefas, encapelados nas vergas, e que servem de apoio aos pés dos
marinheiros, quando soltam ou ferram o pano (as velas). (2) “Grita”; cf. V, 1 e
passim. Note-se a transposição: “com grita” ligando-se a “desatam” e não a
“soltava”. (3) “Se levava”; este verbo na forma pronominal era empregado pelos
clássicos com a significação de “fazer-se de vela”, levantar ferro para começar a
navegar. (4) “Gritavam com (tão) grande veemência”, que se matavam.
“Alvoroçado todo o gentio com a grita e brados das mulheres dos pescadores,
chegando as novas disto ao Samorim, este fez levar recado ao Gama” (Castanheda).
Assim (1) apartadas da ardente (2) costa as venturosas (3) naus, levando a proa
Assim (1) apartadas da ardente (2) costa as venturosas (3) naus, levando a proa
para onde a natureza tinha posto a austrina meta da boa esperança (4); e, levando
para Lisboa alegres novas (5) e resposta (6) da parte oriental do mundo, cometeram
(7) os navegantes outra vez – tímidos e ledos (8) – os duros (9) medos (10) do mar
incerto (11).
(1) “Assim”: este advérbio tem aqui a força da partícula conclusiva, corresponde a
“finalmente”; depois de tantos contratempos, afinal voltam as naus para Lisboa. (2)
Referência ao grande calor que se sente na latitude do Malabar. (3) “Venturosas
naus”, fig., venturosos, felizes navegantes. (4) “Levando a proa”, etc; perífrase:
aproaram ao Pólo Sul (“meta” = baliza; “austrina” = austral, Sul), em direção ao
Cabo da Boa Esperança. (5) Notícias que haviam de causar alegria em Portugal. (6)
“Resposta”, fig., troco; objetos levados do Oriente em troco dos que tinham sido
levados do reino. (7) “Cometendo”, no verso 7, equivale a “cometem”, oração de
gerúndio em que este faz as vezes do modo finito – construção usada pelos
cronistas, cf. v, 101 e passim. Algumas edições terminam a presente estância por dois
pontos, ligando-a portanto com a seguinte, mas tal ligação não existe (Fonte dos
Lusíadas, pp. 390–1). (8) “Tímidos e ledos”, receosos (por causa da incerteza da
viagem, novos e imprevistos contratempos) e, ao mesmo tempo, alegres (porque
regressavam à pátria). (9) “Duros”, difíceis de vencer. (10) “Medos” tem aqui a
significação de “objetos que dão causa a temor”; com esta significação se encontra o
vocábulo nos cronistas e antigos clássicos; assim em II, 47, e VI, 82. (11) “Mar
incerto”, ora calmo, bonançoso, ora irrequieto, tempestuoso.
O prazer de chegar à cara [querida] pátria, e aos seus caros penates (1) e parentes,
O prazer de chegar à cara [querida] pátria, e aos seus caros penates (1) e parentes,
para contar a peregrina (2) e rara (3) navegação, os vários céus (4) e as várias gentes; o
vir lograr o prêmio (5) que ganhara por tão longos trabalhos e acidentes; tudo isso
cada um dos navegantes tem por gosto tão perfeito (6), que o coração para ele é vaso
estreito (7).
(1) Fig., aos seus lares, às suas terras, às suas casas; literalmente, nome genérico dos
deuses domésticos entre os romanos. (2) Remotas, em distantes terras. (3) Singular.
(4) Vários climas, vários aspectos do céu, variando com a latitude das terras
percorridas. (5) Alcançar a glória; cf. estância seguinte, “ambicionado prêmio”. (6)
Completo. (7) O coração era pequeno para conter tamanho gozo; paralelamente,
cf. VI, 90: “o coração no peito não lhe cabe”.
gente do povo (est. 253 e 321–2). (5) “Heróis de altos estados”, fig., pessoas de alta
posição social. (6) “Nefando”, etc; tão feio que não se pode nele falar. Tais
exemplos são os de amores incestuosos e impuros de Biblis e de Cíniras
(personagens míticos a que se refere Ovídio), os amores de Nino, filho de
Semíramis, rainha mítica da Assíria e Babilônia, e os de Amon, filho de Davi, rei de
Israel.
“Pões-te da parte da minha desdita? (1) é fraqueza dar ajuda ao mais potente (2).
“Pões-te da parte da minha desdita? (1) é fraqueza dar ajuda ao mais potente (2).
Levas-me um coração que eu tinha livre? solta-mo, e correrás mais levemente! Não te
carrega essa minha alma tão mesquinha (3), que levas atada nesses fios de reluzente
ouro? Ou, depois de presa, mudaste-lhe a ventura (4), e pesa menos?
(1) Infortúnio. (2) Poderoso: a má sorte de Leonardo era mais poderosa do que
ele; a diva, se fosse generosa, devia ajudá-lo contra a má sorte. (3) Miserável; a alma
estava “carregada” (de desgostos), por isso pesada. Assim, Leonardo, vendo que
Efire continua a correr tão velozmente, pergunta-lhe se a alma dele, por ir presa aos
louros cabelos da ninfa, já pesa menos. (4) Fig., a condição, a natureza. Finge o
poeta que a alma é objeto material que pode ter mais ou menos peso.
ARTE DA PÁGINA ANTERIOR: Entraram pela foz do Tejo ameno (X, 144)
1 MAS JÁ O CLARO AMADOR DA LARISSEIA
Adúltera inclinava os animais
Lá pera o grande lago que rodeia
Temistitão, nos fins ocidentais;
O grande ardor do sol favônio enfreia
C’o sopro, que nos tanques naturais
Encrespa a água serena, e despertava
Os lírios e jasmins, que a calma agrava;
Mas o claro (1) amador da adúltera Larisséia (2) inclinava (3) já os animais (4) lá
para o grande lago que, nos confins ocidentais, rodeia Temistitão (5). O Favônio (6)
enfreava [atenuava] o grande ardor do sol com o sopro, que nos tanques naturais
encrespa a água serena (7), e despertava os lírios e os jasmins, que [aos quais] a calma
agrava (8).
(1) Brilhante. (2) “Amador”, etc; amante de Larisséia (Apolo, para significar aqui
o Sol). Larisséia é nome patronímico da ninfa Corônis, nascida em Larissa (região
da Grécia Antiga). Dos amores dela com Apolo nascera Esculápio, deus da
medicina. O epíteto “adúltera” tem origem na infidelidade da ninfa, amando
também um mancebo da Tessália – caso que foi denunciado a Apolo, que por isso
matou Corônis. (3) Guiava. (4) Os cavalos do carro do Sol. (5) “O grande lago
que”, etc; perífrase do golfo do México; “Temistitão” (Tenochtitlan) é o nome que
os indígenas davam à cidade, que hoje se chama Cidade do México. “Confins
ocidentais”, o extremo Ocidente. Assim os primeiros versos formam um
circunlóquio para se dar a conhecer que era quase sol-posto quando sucedeu o que
vai dizer-se nas estâncias seguintes. (6) “Favônio”, vento fraco de Oeste (Zéfiro).
(7) “O sopro (…) nos tanques naturais”, etc; a água dos mares, dos lagos e dos rios
está serena em tempo calmo, mas encrespa-se quando há vento. (8) “Despertava”,
etc; a aragem restituía o viço, a frescura às flores castigadas pelo ardor do sol
naquela região tropical.
A bela deusa (1) cantava (2) que, pelo mar que o Gama abrira (3), viriam do Tejo
A bela deusa (1) cantava (2) que, pelo mar que o Gama abrira (3), viriam do Tejo
armadas (4) que venceriam as ribeiras (5) por onde [em que] suspira (6) o Oceano
Índico; e que os reis gentios (7) que não dessem a sua cerviz ao jugo (8), provariam
[experimentariam] o ferro e a ira do braço português, duro e forte, até se renderem a
ele, ou renderem-se logo à morte.
(1) “Deusa” tem aqui a significação de divindade marítima (a ninfa). (2) Dizia
cantando. (3) Sulcara, navegara, descobrira. (4) Navios armados. (5) As praias, fig.,
os países e regiões marginais (do Oceano Índico). A ninfa profetizava que a Índia
havia de ser conquistada pelos portugueses; nas estâncias seguintes nomeia alguns
dos principais conquistadores. (6) “Suspira”, alegoria, lembrando o som das águas
do mar quando, plácidas, beijam a praia. (7) Idólatras. (8) “Que não dariam”, etc;
que não se submetessem voluntariamente.
(1) Sobre Goa; voltou poucos meses depois de a ter abandonado. (2)
(1) Sobre Goa; voltou poucos meses depois de a ter abandonado. (2)
“Rompendo”, etc; fig., invadindo com violência, abrindo caminho através de
muralhas, etc. (3) Fig., dia. (4) Na estância precedente conta-se que Albuquerque
conquistara Goa, mas não se particularizam os episódios dessa conquista, que fora
fácil, mas pouco segura. Agora conta que os egrégios e ilustres soldados portugueses
se portaram com o arrojo e a valentia de touros e leões, rompendo as espessas
fileiras inimigas, reconquistando Goa definitivamente no dia 25 de novembro – em
que a Igreja celebra Santa Catarina, a “egípcia”, por ser nascida em Alexandria. Foi
digno dessa vitória o dia em que é celebrado o nome da santa mártir; o martírio
dela foi passar pelo meio de formidáveis rodas guarnecidas de navalhas (ano 307),
ficando espiritualmente vitoriosa do tirano egípcio. Pintam-na triunfante
empunhando uma espada, e tendo o tirano aos pés.
“Deste famoso aparelho de Leonelo devia Camões ter tido conhecimento. Teria
“Deste famoso aparelho de Leonelo devia Camões ter tido conhecimento. Teria
ele visto algum modelo semelhante?”
Cf. na INTRODUÇÃO do Vol. I a “oitava esfera”, p. 23 e sgs.
“Enfim o Sumo Deus – que no mundo obra por intermédio de segundas causas (1) –
“Enfim o Sumo Deus – que no mundo obra por intermédio de segundas causas (1) –
manda tudo. Mas (2) – torno [volto] a contar-te o que sei das profundas obras da
veneranda mão divina (3): debaixo deste círculo (4), onde as mundas [puras] almas
(5) divinas gozam a bem-aventurança – círculo que não anda [não se move] –, corre
outro tão leve e tão ligeiro, que não se enxerga (6): é o primeiro móbil (7).
(1) “Sumo Deus”, etc; o Ente Supremo é a causa primária de tudo quanto
acontece no mundo, é a causa das causas. (2) A conjunção liga a exposição da est. 81
– exposição interrompida nas três estâncias imediatas, em que Tétis fala de como
foram dados às estrelas os nomes dos deuses, etc. (3) “Obras”, etc; Tétis continua a
explicar o que é o universo, o conjunto das obras divinas. (4) “Este círculo”, o do
Empíreo, que é imóvel, não anda. (5) “Mundas almas”, as almas puras, as almas dos
santos, dos bem-aventurados. (6) O círculo imediato (nono céu) gira com tal
velocidade, que não se vê, não parece que gira. (7) “Primum mobile”, o primeiro
motor, o que imprime movimento aos demais círculos, que estão dentro dele, e que
representam outros tantos céus. Cf. INTRODUÇÃO do Vol. I, p. 25 e sgs.
No verso 1, “que” é pleonástico, expletivo.
Excertos de “A Astronomia dos Lusíadas”:
“A décima esfera é introduzida na est. 85; é o círculo que corre ligeiro logo por
baixo do Empíreo imóvel. Este movimento do primeiro móbil leva com seu ímpeto
todas as esferas interiores; é o movimento diurno. Isto exprime o poeta na primeira
parte da admirável est. 86 (p. 26).
“Do primeiro móbil diz Sacrobosco [tradução de Pedro Nunes, Ed. Concreta, p.
47]: ‘mas o primeiro movimento move e leva com seu ímpeto todas as outras esferas
e, em um dia, com sua noite, fazem ao redor da Terra uma revolução’ (p. 58).”
“Faria e Sousa parece considerar ‘rapto’ como substantivo e diz que é termo
“Faria e Sousa parece considerar ‘rapto’ como substantivo e diz que é termo
próprio dos matemáticos (…). Parece-nos porém que o poeta emprega ‘rapto’ como
adjetivo, exprimindo com as duas palavras, ‘movimento rapto’, a mesma idéia do
substantivo ‘rapto’ (…)
“Aqui [na Cronografia, de André de Avelar, 1594] está o movimento diurno do
Sol designado como ‘movimento rapto’, isto é, movimento de arraste, proveniente
do primeiro móbil em oposição ao movimento próprio per obliquo na Eclíptica.
“O poeta diz analogamente que todas as esferas contidas no seio da décima esfera
vão com este ‘rapto e grande movimento’, isto é, com o grande movimento de
arraste em que são levados por esta esfera. Hoje o primeiro móbil é a Terra. É a
rotação da Terra que produz o movimento diurno dos astros. É este ‘rapto e grande
movimento’ em que somos levados no globo terrestre que nos dá a aparência do
movimento diurno do firmamento. O verso do poeta ainda tem atualidade
aplicado à Terra.
“Na segunda parte da est. 86 é descrita a nona esfera ou segundo móbil, também
chamado Céu Áqueo ou Cristalino, designada na figura por Coelum aqueum. O
Cristalino é a esfera propulsora do movimento dos ‘auges e estrelas fixas’, etc.”
Na gravura do volume I não está indicada esta esfera; cf. INTRODUÇÃO, p. 23 e
est. 90.
“Debaixo deste grande firmamento (1) vês o céu de Saturno (2), deus antigo; Júpiter
“Debaixo deste grande firmamento (1) vês o céu de Saturno (2), deus antigo; Júpiter
(3) faz logo abaixo o seu movimento, e abaixo está Marte (4), bélico inimigo; o claro
olho do céu (5) está no quarto assento; e no terceiro está Vênus (6), que traz consigo os
amores; e vês, no segundo círculo, Mercúrio (7), de soberana eloqüência; debaixo vai
Diana (8) com três rostos.
(1) Grande firmamento; oitavo céu. (2) Planeta (que tomou esse nome da fábula)
no sétimo céu. (3) Planeta no sexto céu. (4) Planeta no quinto céu; “belo inimigo”,
por ter o nome do deus da guerra. (5) “Claro”, etc; perífrase do Sol, no quarto céu.
(6) O planeta no terceiro céu (identificado com a deusa dos amores), chamado
também estrela vespertina (quando aparece ao anoitecer) e estrela d’alva (quando
aparece ao amanhecer). (7) Pequeno planeta, o mais próximo do Sol, no segundo
céu. O deus da fábula com esse nome era protetor da eloqüência (assim como
também do comércio e dos ladrões). (8) A Lua, no primeiro céu. Três rostos,
porque os poetas fingiram Diana de três formas: Lucina, deusa que presidia ao
nascimento, no céu; Diana, deusa da caça, na terra; e Prosérpina, nos infernos. Os
três rostos da Diana aqui são as três fases: a Lua cheia, e os quartos crescente e
minguante; na Lua Nova não há rosto porque a Lua se “esconde”.
Estão aqui representados os “sete céus” (I, 21); cf. INTRODUÇÃO do Vol. I, p. 23.
“Um brâmane matou o seu próprio filho e logo [em seguida] acusou de homicídio a
“Um brâmane matou o seu próprio filho e logo [em seguida] acusou de homicídio a
S. Tomé – que era inocente – e deu testemunhas falsas; como se usava (1),
condenaram S. Tomé à morte brevemente [imediatamente]. O santo, que não via
melhor escusa (2) do que apelar para o Padre onipotente, quis que, diante do rei e dos
senhores [juízes], se fizesse um milagre (3) dos maiores.
(1) “Como se usa”; era costume condenar à morte aquele que se provasse por
testemunhas ter sido assassino. (2) “Escusa”, desculpa; melhor meio de provar a sua
inocência. (3) Cf. estância seguinte: o milagre de ressuscitar um morto.
“Mas na ponta da terra [na ponta sul de Malaca], verás Cingapura, onde se estreita
“Mas na ponta da terra [na ponta sul de Malaca], verás Cingapura, onde se estreita
o caminho para os navios [no “estreito” de Cingapura] (1); a costa [da península de
Malaca], tornando [voltando] daqui [de Cingapura] para a Cinosura [para o
Norte] (2), encurva-se e endireita-se para a Aurora [para Leste] (3). Vê os reinos de
Pam e Patani [na costa oriental de Malaca] (4), e vê a longura [a extensão] do reino
de Sião (5), que sujeita esses e outros reinos mais. Olha, vê o rio Menam (6), que se
derrama [que sai] do grande lago que se chama Chiamai (7).
(1) “Cingapura”, etc; ilha no extremo Sul da península de Malaca, e separada
desta pelo estreito de Cingapura, que é também o nome da cidade, capital da
colônia inglesa dos “Estreitos” (Straits Settlements) em 1o 15’ N. por 103o 57’ E.
[hoje, país independente desde 1965]. (2) “Cinosura”, fig., Norte; cf. X, 88: a
constelação boreal chamada Ursa Menor. (3) “Aurora”, fig., Oriente. (4) “Reinos”,
etc; eram principados tributários, vassalos do rei de Sião: hoje [final do séc. XIX]
“Pam” (Pahang nas cartas inglesas) ainda é vassalo de Sião [atualmente é o maior
estado da Malásia]; “Patani” está sob o protetorado britânico [hoje o reino não
existe mais, ficando apenas como nome da região]. (5) Reino da Ásia sub-oriental
na Indochina, no vale do Menam e no golfo de Sião, tendo por capital Bangkok
[atual Tailândia]. (6) Rio tributário do citado golfo (mar da China). Atualmente,
chamado Rio Chao Phraya. (7) “Chiamai” (nas cartas inglesas, Chiang Mai)
supunham os antigos geógrafos que era um lago na China. Confundiam o Menam,
que é tributário do golfo de Sião e nasce na região de Laos (Indochina francesa)
com o Mecom [Mekong]: este vem de montanhas da China, atravessando a
Birmânia, Laos e Camboja, e indo desaguar no mar da China.
FIM
ÍNDICE REMISSIVO
A
a (protético: é freqüente nos Lusíadas: aqueixar-se, alimpar, arrecear, atentar, etc.),
II, 38, 42; I, 34; II, 29; X, 102; II, 45, etc.
a (preposição), “por”, II, 19 e passim.
abalar-se, V, 77.
abalizada, II, 18.
Abássia (Abissínia), X, 50.
Abassis (abexins), X, 68, 95.
abastança, VII, 62; VIII, 76.
Abdalá, I, 53.
Abdul-Haçan, III, 103.
Ábila, III, 18, 77; IV, 49; VIII, 17.
Abissínia. V. Abássia.
Abominábil, X, 50.
Abominoso, X, 47.
aborrecido, I, 73, 106, etc.
Abraão, I, 53.
Abranches, IV, 25.
Abrantes, IV, 23, 26.
abrolhos (estrepes), X, 57.
Abu Iacube Iúçufe. V. Mir-almuminim.
abundanças, V, 54.
acatamentos (vênias, saudações), I, 41.
aceitos (queridos), VII, 34.
acenar, I, 48.
acendido, encendido, I, 46, 84, 90.
acerto (acaso), II, 67.
Ácias guerras, II, 53.
Acidália, VIII, 64; IX, 52.
acomodado, I, 78.
acompanhavam o céu (as estrelas), I, 58.
acordo (ânimo), III, 79.
acostumado, I, 95.
Acrísio, VIII, 97.
Acroceráunios montes, VI, 82.
Actéon, IX, 26, 63.
Áctias. V. Ácias.
Açucena, IX, 62.
Acude (acode), III, 105.
adaga, II, 95.
adamantino (diamantino), II, 95.
Adamastor, V, 37 e sgs., 60.
Adão (aquele insano), IV, 98.
____ (pico de), X, 136.
adargas, I, 47, 87.
Áden, X, 99.
adereçam-se as âncoras, V, 25.
adjacentes, III, 26.
Adônis (da mitologia), IV, 63.
Adonis autumnalis (flor, “beijinhos”), IX, 60.
Adriático, II, 96.
afigurado, I, 16.
afinando a fama, IV, 56.
Afonso Enriques. V. Afonso I.
______ (rei de Portugal):
______ I, I, 13; III, 26, 45 e sgs.
______ II, III, 90.
______ III, I, 13; III, 94; VIII, 23.
______ IV, I, 13; III, 98 e sgs.
______ V, I, 13; IV, 54 e sgs.
______ (rei de Leão e Castela):
______ VI, III, 23, 29.
______ VII, III, 34.
______ IX, VIII, 22.
______ XI, III, 101.
África, I, 2, 27; II, 103, 110; III, 20, etc.
Áfrico (vento sul), I, 27.
afronta (fadiga), II, 34; IV, 36.
Aganipe, III, 2.
Agar, Agarenos, III, 26, 110; VIII, 47.
agasalhado, I, 95; VI, 25; VII, 66, etc.
Agripina, III, 92.
aguada, I, 93.
água soberana, III, 2.
____ do esquecimento, VIII, 27; X, 9.
águias nas bandeiras romanas, VIII, 5.
Aiace, Ajax, Ajace, X, 24.
Ainão (Hainam), X, 129.
ajuntamento, I, 72, 73.
alabastro, III, 132.
alagoa, III, 7.
álamo, IX, 57.
Alandroal (Pero Rodrigues do), VIII, 33.
Álbis (Elba), III, 11, 58.
Albuquerque (Afonso de), I, 14; X, 40 e sgs.
Alcácer-Ceguer, IV, 55; VIII, 24.
Alcácer do Sal, III, 62, 90; VI, 16; VIII, 24.
alçado (de pé), V, 49.
Alcides, III, 137; IV, 49, 80; IX, 57.
V. Hércules.
Alciôneas aves, VI, 77.
Alcino, II, 82.
Alcmena, III, 141.
Alcorão, III, 50; VII, 13.
Alecto, VII, 10.
Alemanha, alemães, III, 11; VII, 4; VIII, 37.
Alencastro, VI, 46. V. Lencastre.
Alenquer, III, 61.
Alentejo, III, 42, 75.
alevantar, I, 26, 37, 38, etc.
Alexandre Magno, I, 3, 75; III, 96; V, 93; VII, 54; VIII, 12.
Alexandria (altas ribeiras, etc.), IV, 62, nota 5.
Alférezes, IV, 27.
Alfeu (rio), IV, 72. V. Aretusa.
Algas, V, 79.
Algarves, III, 95; VIII, 25.
algum (posposto a nome e com significação afirmativa), V, 69 e passim.
ali (com significação de tempo = nessa ocasião), III, 21.
aljavas, I, 67.
aljôfar, II, 95.
Aljubarrota (batalha de), V, 30 e sgs.
Almada (Antão Vasques de), IV, 25.
______ (Álvaro Vaz de), VI, 69.
______ (outeiro de), VIII, 35.
almadias, I, 92; II, 89. V. batéis.
Almeida (D. Francisco e D. Lourenço), I, 14; V, 45; X, 26 e sgs.
aloés, X, 137.
alongado (remoto), VIII, 61.
alongar (afastar), V, 13; (lançar ao longo), V, 3.
alparcas, II, 95.
Alpes, III, 15.
alta (lei, verga, fortaleza, etc.), I, 28, 48; III, 112, etc.
altas águas (profundas), V, 18.
alto (prêmio, império, Júpiter, valor, gesto, som, poder, mar, Deus, etc.), I, 10, 8, 28,
22, 31, 66, etc.
altíssono, II, 90.
aluno (pupilo), VIII, 13, 32.
Álvaro de Braga, VIII, 94.
_____ de Castro, X, 70.
_____ Gonçalves, VIII, 33.
amainar, V, 25. VI, 71.
Amaltéia (ama de Júpiter), II, 72.
amaro, II, 28.
Amásis (rio Ems), III, 11.
Amazonas (mulheres nas batalhas), III, 44.
Âmbar (massa rica), VI, 25.
ambrósia, X, 4.
ameaço, V, 38.
Amina (mãe hebréia), I, 53.
Amnon (mancebo da Judéia), IX, 34.
amo (aio), III, 35.
Amor brincava e não se via, II, 36.
amor de ninfa, V, 53.
amoras, IX, 58.
amostrar, I, 7; III, 51, etc.
Ampaza, X, 104.
Ampelusa (cabo Espartel), III, 77; X, 156.
anafil, I, 47; II, 106.
anfiônias, IX, 19.
Anfitrite, I, 96; VI, 22.
Andaluzia (Vandália), III, 60, 85; IV, 9.
Andeiro (Conde de), IV, 4, 6. V. Leonor.
Andrômeda (constelação), X, 88.
angélica ilha, IX, 89.
angélica paz, I, 17.
anil, V, 76.
Aníbal, VII, 71. V. Peno.
anjos do céu, X, 118.
Anquises, IX, 23.
Antão Vasques de Almada, IV, 25.
Antártico, I, 51; V, 50; VIII, 67.
V. Arcturo.
Antenor, II, 45; III, 14.
ante tempo, IV, 3.
Anteu, III, 77; V, 4; VII, 24.
antípoda, VIII, 44.
Antônio. V. Marco Antônio.
______. V. Silveira.
antre (entre), I, 36.
Anúbis Menfítico, VII, 48.
aonde (com o valor de “onde”), II, 59; III, 12; IX, 3, etc.
Aônia (Beócia), V, 87.
aparelho belígero, III, 75.
aparelhar, -ado (preparar, -ado), I, 16; II, 17; III, 131; IV, 82, 85, 86; VIII, 48; IX, 40;
X, 2, etc.
apartar as ondas, I, 19.
apascentar (alimentar), II, 105.
Apeles, X, 48.
apenino, III, 15.
apercebido (preparado), I, 84, 85, 106; III, 48; V, 42, etc.
apercebido (atento), II, 66.
apertar o remo, V, 32.
apetitos (-es), VI, 96; X, 5.
Apio, III, 140.
Apolo, I, 37, 84; II, 105; III, 1, 8.
V. Faetonte.
apóstolos, II, 11.
aposento, I, 41, 60, 72; x, 87.
apresenta-se-lhe (afigura-se-lhe), IV, 69.
apressada (a Lua), V, 24.
Apúlia, III, 141.
aquáticas donzelas, IX, 22.
aqueixa (queixa), II, 38.
Aquemênia, IX, 60.
Aqueronte, I, 58.
Aquiles, III, 131; V, 93, 98; X, 12, 156.
Áquilo (vento Norte). V. Bóreas.
aquista, VII, 59.
Ara (constelação), VIII, 71.
___ (altar), II, 15, 62; III, 119; IV, 5.
Arábia (arábica), I, 50; V, 76.
Arábia Pétrea e Deserta, IV, 63; VI, 25; X, 100.
Arábio (Maomé), IV, 100.
Aracan, X, 122.
arados (sulcados, navegados), V, 41; VIII, 71 e passim.
Aragão, IV, 57.
Araspas, X, 48.
Arcádia, IV, 72.
Arcturo (estrela da constelação do Boeiro, Norte), I, 21; III, 6; VIII, 72.
ardente (engenho, terra), I, 4, 55, etc.
ardente especiaria. V. pimenta.
ardil, I, 81, 96, etc.
Aretusa (fonte de), IV, 72.
argento, argênteos, I, 18, 58; II, 20; III, 63, etc.
argento (águas de): esta locução é atribuída a uma tradição de que as águas
canalizadas para Évora em um aqueduto tinham a sua nascente em sítio
denominado “Pratas”, III, 63.
Argo (nau), IV, 83, 85.
____ (cidade da Grécia, onde houvera um rei de nome Argos), V, 87.
Argonautas (V. Mínias), I, 18; IV, 83; VI, 31; IX, 64.
Argos (constelação), IV, 85; VIII, 71.
árido, III, 49.
Áries. V Carneiro.
aríete, III, 79.
arma tocam, III, 48.
armada (frota), I, 58 e passim.
armadura, I, 67.
armas, I, 1 e 14: em ambos os lugares tem a significação de “feitos bélicos” (proezas
de guerreiro) e não a de “exércitos”; assim fica retificada a explicação na leitura em
prosa. Deve notar-se que, aí, na ligação de “armas” e “barões”, parece haver uma
hendíade (figura de retórica pela qual se substitui um substantivo acompanhado de
um adjetivo – ou de um complemento em genitivo – por dois substantivos unidos
por meio de conjunção). Sendo assim, “as armas e os barões” substituiriam “os
feitos bélicos dos barões”. Fontes, 607.
_____ (escudo, brasão), I, 7.
_____ (guerra), V, 53.
Armênia, III, 72; VII, 13.
armígeros, IV, 23.
Armusa, X, 103.
arnês, I, 67; II, 51.
Arómata (Guardafui), X, 97.
arquétipo, X, 79.
árquico, X, 52, 97.
Arquipélago (mar do), III, 7.
Arquitetor, IV, 104.
Arracão, X, 122.
arraial (exército), III, 58.
arrear-se (vangloriar-se, enfeitar-se, jactar-se), III, 10; X, 52.
arreio (adorno), IX, 21.
arremessões, IV, 21.
arrojando (rojando), II, 100.
Arronches, III, 55; VIII, 19.
Arsinário (Cabo Verde), V, 7.
Arsínoe, IX, 2; X, 98.
Artabro (Finisterra), IV, 28.
arte (saber), I, 2.
___ (maneira), II, 73; III, 22, 60; VI, 99.
arúspices, VIII, 45.
Arzila, IV, 55.
Asaboro (Musandam), X, 102.
a segundo (“a” protético; segundo,
conforme), VI, 12.
Ásia, I, 2; III, 7 e passim.
Asianas (asiáticas), I, 60.
asinha, VIII, 48, 91.
ásperos perigos, I, 29.
aspérrimos inimigos, III, 34.
asselar (confirmar), II, 71; VII, 71.
assaz de (muito), II, 40.
assento (morada), I, 22, 23, 24, 73; III, 63, 77; VII, 50, etc.
assento claro (céu), II, 65.
______, cf. “etérea corte”, IV, 86; “alto assento”, V, 85.
assoviar, I, 89.
assinalados (ilustres, epíteto freqüentemente aplicado nos romances de cavalaria,
aos varões que praticavam proezas extraordinárias), I, 1.
assi (assim), I, 34; X, 75, etc.
assim como (logo que), I, 59.
_________ (tanto… quanto), VII, 29.
assim que (de maneira que), I, 34.
Assíria, I, 24; VII, 11, 53; IX, 34.
Astianax (Astianás), IV, 5.
Astréia, IV, 27.
astrolábio, V, 25.
Astúrias, III, 19; IV, 11.
astuto, I, 62, 77, 81, 83; V, 82, etc.
Atamante, VI, 23.
atambor, IV, 27.
Atenas, III, 97; V, 87.
atentar, prestar atenção, II, 29; III, 125; VIII, 28; X, 101.
atentado, atento; particípio perfeito de “atentar” (reparar com atenção), e com a
significação do particípio irregular “atento”, X, 101.
atentando, II, 45 (“a” protético: tentando, intentando).
Átila, III, 100.
Atlante (filho de Júpiter), I, 20.
______ (mar), III, 73.
______ (monte), X, 156.
Atlas, III, 77.
Atreu, III, 133.
atrever-se em Deus (confiar em Deus), VIII, 32.
atrevimento (cometimento, audácia), I, 18; VII, 14; VIII, 36, etc.
atroce, I, 88.
Atropos, III, 98.
Augusto (Caio Júlio César Augusto, Octaviano), II, 53; III, 136; V, 94, 95.
aura popular, IV, 95.
áurea. V. Quersoneso, paz.
áureas aves, X, 132.
Aurífero, II, 4; VII, 11.
Aurora, I, 14, 21, 59; II, 53, 110.
Ausônia, V, 87; X, 21.
Austro, I, 21, 35, 42; V, 12, 27; X, 39.
Avás, X, 126.
avena (flauta), I, 5.
aventura, aventurar (risco, arriscar), II, 7, 26; IV, 79, 80; VIII, 93.
aventureiros, II, 56; IV, 83; V, 31, 35, 83.
aves áureas, X, 132.
____ de Júpiter (águias), VIII, 8.
avestruz, V, 6.
avós (de el-rei D. Sebastião), I, 17.
Áxio (rio), III, 13.
____ (Áctias guerras), II, 53.
azagaia, I, 86; II, 96.
Azenegues, V, 6.
B
Babel, IV, 64; VI, 74; VII, 45.
Babilônia, III, 41.
Baçaim, X, 61.
Bacanor, X, 59.
bácaro, III, 97.
Baco, I, 30, 39, 97, 104; II, 10, 12; III, 21; VI, 26 e sgs; IX, 19, 46.
bactra (habitante de Bactriana), fica assim corrigida a nota 8 de II, 53.
Bactro (rio), VI, 60.
Badajoz, III, 66.
bafo (espírito), VII, 69.
bago (báculo), VIII, 23.
Balcãs (Hemo), III, 12.
Baldovino, X, 49.
Báltico (Sarmático oceano), III, 10.
Banda (ilha), IX, 14.
barão, X, 76, 108. V. barões.
Barbaria. V. Berberia.
bárbara linguagem, I, 62.
bárbaro gentio, I, 16.
Barborá, X, 50.
Barém, X, 41.
barões (varões), I, 1; VI, 4, 33, 37; IX, 22, 65, 91; X, 7, 11, 69, 73, 108.
barra do cabrestante, IX, 10.
barrete vermelho, V, 29.
Bartolomeu Dias, V, 44.
basiliscos, X, 32, 69.
bastão, I, 37.
batalhas (batalhões), VIII, 5.
batéis, I, 45, 56. V. almadias.
Baticalá, X, 66.
Beadala, X, 65, 66.
beatilha, VI, 21.
Beatriz, esposa de D. João I de Castela, filha de D. Fernando I de Portugal, IV, 7.
beijinhos (flor), IX, 60.
Beja, III, 64, 76, 85.
belacíssimos, II, 46.
Belém, IV, 87; X, 12.
belicoso, I, 5, 42, 87.
belígero, I, 34, 82; III, 50.
Belisário, X, 22.
Belona, VIII, 27.
bem (muito), I, 90.
bem-feito (justo), I, 28, 55.
bem nascida, I, 6.
Bengala, VII, 20; X, 120.
Benjamim, III, 140.
benjoim, X, 135.
Benomotapa, X, 93.
Beócia, V, 87.
Berberia, V, 6; VII, 24.
berços do dia, I, 27.
Bética bandeira, IV, 46.
Bétis (Guadalquivir), III, 19, 60, 85.
betle (erva ardente), VII, 58.
Bíbli, IX, 34.
Bijagós (Dórcadas), V, 11.
Bintam (Bintang), X, 57.
Birmans, X, 126.
Biscaia, IV, 11.
Bivar. V. Rodrigo.
Bizâncio, III, 12; VII, 12.
blasfemar, II, 50.
Boieira (constelação no Pólo Norte entre a Lira e a Virgem – e na qual se vê a
brilhante estrela Arcturo) – franc. “bouvier”; ingl. “bootes”. V. Arcturo, Sete flamas,
Bootes.
Boêmios, III, 11.
Bolonhês, III, 94.
bombardas, bombardadas, bombardeiros, I, 68, 92; II, 90, 100.
boninas, I, 58; III, 134; IX, 24.
Bons Sinais, V, 75, 78.
Bootes, III, 71. V. Arcturo.
Borassus Aethiopum (palmeira), I, 46.
bordo (amurada do navio), V, 24; VI, 73.
Bóreas, I, 35; II, 55; III, 49; V, 9; VI, 31, 43, 88.
Bornéu, X, 133.
braço forte, III, 14.
____ de terra, III, 14.
____ de mar, I, 91.
Brado, I, 89; II, 100.
Braga (Álvaro de), VIII, 94.
Brâmanes, VII, 40, 58; X, 112, 113, etc.
bramar, I, 35, 88; II, 40.
Bramás, X, 126.
branda (carinhosa), VII, 15.
Brasil, X, 63.
Brava, X, 39.
bravas chuças, I, 67.
braveza, I, 35.
Bretanha, III, 58.
Briareu, VII, 48.
Brigo, IV, 8. Em IV, 8, as palavras “se foi” podem ser substituídas por “se o houve”,
isto é, se existiu na península e no tempo dos celtas um rei chamado Brigo, o que
parece ter sido invenção de antigo escritor. A palavra briga na língua céltica
significava “fortaleza”, “castelo” (Fontes, pp. 512–4).
Bruges, capital de Flandres, VI, 56.
Brúsio (prussiano), III, 10.
bruto lago, III, 113.
buscar (terras, mares), I, 50, 55, etc.
Busíris, II, 62.
C
cabaias, II, 93, 95.
cabeça (só), X, 123.
caber, X, 149.
cabo (extremo), III, 71; VII, 29.
____ da Boa Esperança, V, 65.
____ Verde (Hespérides), V, 7; X, 92.
Cádiz, IV, 9, 57.
Cadmo, VII, 9.
Cães (constelação), X, 88.
____ (epíteto injurioso), I, 87; VII, 9; X, 16.
Cafres, V, 47.
cair em engano, I, 96; V, 54 (percebê-lo).
calaiate, X, 41.
Calatrava, IV, 40.
Calecut, II, 52; VI, 92; VII, 16; X, 64.
Calíope, III, 1; V, 99; X, 8.
Calipso, V, 89.
Calisto (Norte), I, 51; V, 13.
Calpe, III, 23.
Cambaia, VII, 21; X, 29, 32, 34, 64, 72, 106.
Cambalão, X, 13.
Cambodja, X, 127.
Camenas (Musas), V, 63; VII, 85.
cânfora, X, 133.
Campaspe, X, 48.
campo (segurar o campo), VI, 58.
Canace, VII, 79.
Cananor, II, 52; X, 14.
Canará, VII, 21.
Canárias (Fortunadas), V, 8.
Canas, IV, 20.
Cancro (Câncer, constelação), III, 6.
Candace, X, 52.
canela, VII, 31; IX, 14; X, 51.
cangrejo, VI, 18.
Canora (diferentes significados: estridente, suave, sonora), I, 5; 11, 106; III, 107.
cantar (celebrar em verso), I, 2, 3, 15, etc.
canto (inspiração poética), I, 5.
____ (louvor), I, 15.
____ (calhau), I, 91.
____ da Igreja (pedra angular, base), VII, 7.
Canúsio, IV, 20.
cão trifauce (Cérbero), IV, 41.
Caos, VI, 10.
Capadócia, III, 72.
capelas (coroas, grinaldas), III, 97, 134.
capitaina, II, 22, 28; VII, 73; X, 28.
capitão romano (Marco Antônio), II, 53.
Capricórnio, V, 27.
cargo (incumbência), I, 56.
____ (peso), V, 20.
Caríbdis, II, 45. V. Cila.
Carlos Magno, II, 13; VII, 7.
_____ V, I, 17. V. Baldovino.
Carmânia, IV, 65; X, 105.
carmesi, III, 52.
Carneiro (constelação), VIII, 67.
Carpela (cabo Jasque), X, 105, 106.
Carreta (constelação), X, 88.
Cartago, IX, 23; X, 8.
carvalho, X, 34.
Caryophyllus aromaticus (cravo), X, 132.
casa lusitana (Portugal), VII, 14.
Casa santa, VII, 9, 11.
cascavéis, V, 29; X, 122.
caso (acaso, acontecimento), I, 32, 82, 85, etc.
Cáspia serra, III, 23; VII, 12, cf. Fontes, 622.
Cáspio mar, I, 60; VII, 12.
Cássio Ceva, X, 30.
Cassiopéia (constelação), X, 88.
Casta antiga, VII, 37.
Castel Branco (D. Pedro), X, 101.
Castela, I, 25; III, 19, 108, 112; IV, 6.
castelos. V. escudos.
Castro (D. João de), I, 14; X, 67, 71, 72.
Castro (Pedro Fernandes de), VIII, 22.
Castro (D. Fernando de), X, 70.
_____ (D. Álvaro de), X, 70.
Catarina Lencastre, IV, 47.
______ (Santa), X, 99.
Catilina, IV, 33.
Catigão (Chitagong), X, 121.
Catual, VII, 55 e sgs.; VIII, 76.
Cauchichina, X, 129.
caudas argênteas, II, 20.
Caudinas forcas, VIII, 15.
causas (coisas), III, 30: “O poeta encontrou no Palmeirim e em outras das suas
fontes a palavra causa com a significação de coisa [cousa], o que aliás é fácil de
explicar, pois a origem é a mesma: o latim causa”, Fontes, p. 517.
cauta fantasia, II, 6.
cavalgada (incursão em território inimigo efetuada a cavalo), I, 90.
cavalos de Netuno, VI, 13.
cecém, IX, 62.
Cefísia (flor), IX, 60.
Ceilão, VII, 19; IX, 14; X, 107. V. Taprobana, I, 1.
Ceita (Ceuta), III, 77; IV, 34, 49; VIII, 37. V. Ábila.
celeuma, II, 25. V. grita náutica, II, 18, 91.
Celo, VI, 21; IX, 85. V. Céu.
celsa gávea, VI, 92.
cendal, II, 37.
Centímano (Briareu), V, 51.
Cento (cem, empregado como adjetivo numeral), III, 43, 63; V, 2.
Cérbero (cão trifauce), IV, 41.
cerejeira, IX, 58.
Ceres, III, 62; VIII, 32.
Cerigo, I, 100.
certo (verdadeiro, sabido, indubitável, costumado, constante), I, 53, 54; II, 92, etc;
em alguns lugares o epíteto “certo” aparece anteposto ao nome, como se se tratasse
do pronome indefinido, I, 24.
certo (advérbio, com certeza), V, 49; VII, 52, etc.
cerúleo, I, 16; II, 19.
cerva (corça), I, 26.
cerviz, X, 10.
César, Cesaréia, I, 7, 13; III, 16, 71; IV, 32, 59; V, 95, 96; VIII, 12.
Céu, em diversos sentidos: abóbada celeste; atmosfera; empíreo; Deus; várias
órbitas celestes (1º, 2º, 3º… céu, segundo antigas teorias astronômicas),
Providência; paraíso; glória, etc; I, 21, 25, 27, 29, 39, 43, 106, etc; II, 37, 42, 70, 92,
etc; III, 13, 46, etc; IV, 60, 66, etc; V, 24, 70, etc; VI, 7; VII, 56; IX, 20; X, 17, etc.
Ceuta. V. Ceita.
Ceva, X, 30.
Cezimbra, III, 65.
Chalé, VII, 35; X, 61.
Champá (Tsiampá), X, 129.
Xatalárabe (Chatt-el-Arab), X, 102.
Chaúl, X, 29, 60.
Chelma (nome atual de Erimanto, segundo Borges de Figueiredo), IV, 80.
Chersoneso (Quersoneso), II, 54; VII, 18; X, 124.
Chimera (Quimera), VII, 47.
Chiamai (Quiamai), X, 125.
China, II, 54; X, 130.
Chios, V, 87.
Chipre, V, 5.
chuças, I, 67.
Cibele, IX, 57.
Cícero, V, 96.
Cíclopas, II, 90.
Cicones, V, 88.
Cid (Rodrigo), IV, 8.
Cila (monstro fabuloso), II, 45.
____ (ninfa), VI, 24.
____ (filha de Niso), III, 32.
____ e Caríbdis (estreito de Sicília, II, 45; VI, 82. V. Sila.
cilada, I, 86.
Cileneu (Mercúrio), II, 57, 71.
Cilício (Adana), III, 72.
cimeira, VI, 52.
Cingapura, X, 125.
Cinifo, VII, 7.
Ciniras (mirra), IX, 60; X, 135.
Cinireia, IX, 34.
Cinosura (Ursa Menor), X, 88.
_______ (Norte), X, 125.
cinta, I, 47.
cinto frio (círculo polar), X, 129.
Cintra (Sintra), III, 56.
cipariso (cipreste), IX, 57.
Cipião, IV, 20; V, 86, 95, 96. V. Canúsio.
Cípria deusa, IX, 18, 43.
Cipro (Chipre), V, 5.
Circe, V, 88; VI, 24.
círculo polar, V, 27.
Ciro, X, 48.
cisne (constelação), X, 88.
cisnes, IX, 24, 36, 43.
cítara, I, 12; II, 52; IV, 102.
Citera (Cerigo), I, 34, 100; V, 5; IX, 53.
Cítia, II, 53; III, 9, 73, 128; VII, 12.
cizânia, VI, 43; VII, 10.
claro (resplandescente), I, 56, 58, etc.
____ (ilustre), I, 24, etc; III, 53, etc.
____ (advérbio: evidentemente, com certeza), I, 34, etc.
____ Céu (sábia Providência), IV, 66.
____ dia (célebre), III, 115.
Claudinas forcas. V. Caudinas.
Cláudio Ápio, III, 140.
Cleoneu, IV, 80.
Cleopatra, III, 141; VI, 2; pronuncia-se geralmente Cleópatra, mas a acentuação nos
Lusíadas é a latina.
Clície, III, 1.
clima, I, 29; VIII, 68.
Clóris, IX, 62.
Cloto, II, 20. Cloto é o nome de uma das Parcas. Haveria também com este nome
alguma nereida? “Foi superior nosso poeta especificando as ações de cada ninfa na
azáfama de salvar as naus e o que parece mesmo se está a ver. Diz Hesíodo que são
três mil as ninfas do mar; e Burcardo, na sua Teogonia, liv. III, e outros autores,
nomeiam muitas, entre as quais estas três: Cloto, Nise e Nerine” (Faria e Sousa).
Entretanto, algumas modernas edições têm substituído “Cloto” por “Doto”,
escudando-se na probabilidade de ter o poeta tido em mente o poema de Virgílio
onde se lê o último desses nomes em trecho idêntico: “Doto” cortando com o peito
a espuma do mar (Eneida, IX, 102, 103).
Cnido (Gnido), V, 5.
Climene, V, 7.
c’o, c’os, I, 48, 77, etc.
coalhar, II, 100; III, 81.
Cochim, II, 52; VII, 35; X, 13.
Cochinchina, X, 129.
Cocles, X, 21.
cocos do mar (das Maldivas), X, 136.
Cocito, III, 117.
Codro, IV, 53.
cógnito (sabido), I, 72.
Coelho (Nicolau), IV, 82; V, 32; VI, 75.
Coimbra, III, 80, 97.
Colchide (Cólquida), III, 72.
Colchos (Colcos), V, 28.
colo (pescoço, busto, regaço), I, 36, 82; II, 36.
Colofônia, V, 87.
colosso de Rodes, V, 40. V. Rodes, IV, 62; V, 87.
Columbo, X, 51.
com (e), I, 75; V, 45 e passim.
com (contra), VIII e passim.
Combi (Kombi), I, 86.
começando-se a sorrir, V, 35.
comendadores (de Alcântara e Calatrava), VIII, 33.
comer terras (desfrutá-las), III, 30.
cometer (propor), I, 94; VIII, 59, 91.
______ (acometer, entrar em), I, 27; II, 112; III, 43; VI, 14, 29; VII, 30.
______ (empreender, intentar), VII, 98; VIII, 61.
______ medos, IX, 16.
cometimento, IV, 77.
como (logo que, assim que, apenas), I, 41; II, 5, 17; IX, 53, etc.
como (que), I, 78; VII, 60.
Comorim, X, 65, 107.
companha (companhia), III, 49; VI, 57, 69, etc.
companhia, I, 45, 56, 61; VI, 53; IX, 88, etc.
compassar a universal pintura, V, 26.
comprar a vitória, I, 90.
Conca (Cuenca), IV, 10.
côncavas velas, I, 19.
conceito (pensamento, imaginação), I, 81; III, 30; IV, 68; VIII, 69, 71.
concertado tempo, I, 95.
concertar (concordar, preparar), I, 23, 82, 84.
concerto (combinação), III, 136.
conciliar (corromper), VIII, 53.
concílio (assembléia), I, 20.
Conde D. Henrique. V. Henrique.
Conde de Ourem (de Andeiro), IV, 4 e sgs.
Conde de Vidigueira, X, 53.
condenados, II, 7.
conduzidos (induzidos), III, 24, 58.
confiança (atrevimento), V, 44.
conforme à (segundo a), I, 63.
conformes à peleja (capazes de entrar em peleja), IX, 29.
confuso (hesitante), I, 62.
Congo, V, 13.
cumprido (satisfeito, completo), I, 66; III, 54.
cumprido número (completo), III, 54.
cumprisse (o que lhe; o que lhe fosse conveniente), II, 102.
Cunha (Nuno da), X, 61.
_____ (Tristão da), X, 39.
Cupido, II, 34, 42; III, 119; IX, 23, 43, 47, etc.
Cupidos, IX, 29, 30, 36.
Cúrcio, IV, 53.
curral, VII, 2.
Cutiale, X, 59.
D
Dabul, X, 34, 72.
dádivas, VIII, 62.
Dafar. V. Dofar.
Dafne, III, 1; IX, 56.
Dalmácia, III, 13, 14.
Damão, X, 63.
Damasco, III, 9.
danado (perverso, irado, enraivecido), I, 39, 70, 80, etc.
Dano (dinamarquês), III, 10.
dano, danoso, I, 68, 106; V, 43. V. perigo.
Danúbio (Istro), III, 11, 12.
Dardanelos (Helesponto), IV, 23.
Dardânia (Tróia), III, 57; VI, 19.
Dario, III, 41.
David, I, 71; III, 111, 140.
de… indicando causa: por ser… ou estar, I, 45, 62, 68; V, 31, etc.
____ entre dois verbos, tendo o primeiro função de auxiliar, I, 16, 64, 80, 84, 104,
etc.
____ com os verbos “ver”, “olhar”, I, 17, 73, etc.
____ significando “desde”, I, 57.
de antes (antigamente), I, 1, 85, etc.
déia (deusa, diva), I, 34.
debater, I, 34.
Decanis, VII, 20.
descer, I, 8, 65, 76, etc.
Décios, IV, 53.
Dedálea, IV, 104; VII, 51.
defender (vedar, proibir), I, 86; VIII, 84.
_______ (resistir), VII, 75; VIII, 13.
defensão, a par de defesa, III, 69; IV, 30, etc.
defesa (resistência), I, 93.
deitar-se com… (ligar-se a…), VIII, 22.
delfim, VI, 22, 77.
Délio (Apolo), V, 91; VII, 67.
delirar (afastar-se da linha reta), VIII, 81.
Délis (Delhis), VII, 20.
Delos, IX, 53.
demandar o porto, I, 102.
Demodoco, X, 8.
dentes de Cadmo, VII, 9.
derradeiro; por derradeiro = enfim, I, 8; II, 12; III, 90, etc.
derrama-se em pensamentos, VIII, 86.
derredor, I, 47.
desalivai-os, X, 149.
desatinado, I, 91.
desbaratado, I, 81; II, 88.
descanso das naus, II, 48.
descender (descer), I, 77; VIII, 40.
descobrir (verbo intransitivo: “ficar descoberto”), I, 43, 103.
descridos, X, 68.
descuidado do… (não imaginando o…), III, 65.
despacho (resposta), VIII, 56, 75, etc.
desparzido, III, 52.
despejo (desembaraço), IV, 84.
despojo de guerra, I, 93.
destruir, a par de estruir, I, 81, 90, etc.
determinados aposentos, I, 41.
determinar o náutico aparelho, IV, 76.
detrás (trás), I, 40; II, 22, 24.
Deucalião (Pirra), VI, 78.
Deus, III, 15, 43, 72; VII, 69; VIII, 31; X, 38, 80, 83, 85, 108, 119. V. Cristo.
deuses (mitológicos), IX, 91, 92. V. os nomes de cada um.
devastando, I, 2.
diziam, I, 45.
dia comprido e breve, I, 27.
diáfano, X, 7.
Diana, I, 56; II, 35, 113; IX, 26, 73; X, 89.
diante. V. por diante.
Dias. V. Diogo.
Dido. V. Cartago.
diferir, I, 30; VIII, 80.
Dina (filha de Jacó), III, 140.
Dinamarca, III, 10.
Dinis (D.), III, 96; IV, 17.
dino (digno), I, 22; X, 43.
Dio, II, 50; X, 35, 60, 62, 64, 67.
Diogo Dias, VIII, 94.
_____ Lopes de Siqueira, X, 52.
Diomedes, II, 62.
Dione (Vênus), II, 21, 33; IX, 36.
direito (justo), I, 38, etc.
discorrer (correrem as águas), I, 101.
discretas, cautelosas, I, 50; VIII, 53.
dita (felicidade), II, 40.
Dite, IV, 80.
divícias (riquezas), VII, 8.
divisa em escudos, VIII, 8.
divos (deuses), X, 82.
dobradas palavras (ditas com doblez, fingidas, velhacas), II, 76; VIII, 75.
doce companhia (benevolente), I, 96.
doce vida, III, 134.
doer (causar mágoa), I, 31.
Dofar, X, 101.
dois que converteram pedras em gente, VI, 78.
domésticos (familiarizados), V, 30.
Don (rio Tánais), III, 7, 11.
dons (prêmios), III, 24; IX, 40.
donzela, III, 127.
Dórcadas (ilhas Bijagós), V, 11.
Dóris, I, 31; V, 53, 55; VI, 20.
Doto. V. Cloto.
dourada paz, I, 17.
Douro, IV, 28; VI, 53.
Doze de Inglaterra, I, 12; VI, 42.
Doze pares de França, I, 12.
Doze apóstolos, II, 11.
Dragão (constelação), X, 88.
droga salutífera, II, 4.
Duarte. V. Pacheco.
______ Meneses, VIII, 38.
______ (D.), IV, 51.
dura Arzila (resistindo forte), IV, 55.
____ Moçambique (cruel?), V, 84.
duro inglês (cruel?), VII, 5.
____ inverno, I, 28.
____ Júpiter (severo), I, 37.
duros (intrépidos), II, 46.
E
Eborenses campos, III, 107. V. Évora.
ebúrnea (de marfim), III, 102; IX, 48.
edificaram um reino (criaram, construíram), I, 1.
Éden. V. paraíso.
Efire, IX, 76.
Egas Moniz, III, 35 e sgs; VIII, 13.
Egeu (Briareu), V, 51, 58.
____ (mar), III, 7.
Egípcia linda (Cleópatra), II, 53.
Egípcia terra. V. Arsínoe, Nilo, Anúbis, Soldão, Suez, Mênfis, etc; IV, 62; X, 37, etc.
Egito, egípcio, III, 9; IV, 62; X, 3.
egrégia senhora, IX, 85.
Elba (Albis), III, 11.
Elburz (serra Cáspia), III, 23.
elemental máquina, X, 80, 90.
Elísio campo, VIII, 3.
Elmo, I, 37.
Elvas, III, 62.
em continente (incontinenti), I, 49.
em, empregada esta preposição em vez de outras, atualmente usadas, II, 20, 32; V,
85, etc; descer nos ombros, correr na alagoa, trazer no porto, etc. (Fontes, pp. 499,
603)
em nascendo (ao nascer), I, 8.
Ematia, III, 72, 73.
Emanuel, IV, 83. V. Manuel.
embarcações veloces, I, 46.
embraçado (seguro no braço), I, 86.
emendar (castigar), IX, 25.
Emódio (Himalaia), VII, 17.
emparo (amparo), na perífrase de “umbela”, II, 96.
Empíreo, X, 81, 85.
Ems (rio Amásis), III, 11.
encerrar-se, IV, 30; no grande Pereira existiam todas as virtudes de homem
valoroso; cf. Fontes, p. 480.
Encélado (irmão de Adamastor), V, 51, 58.
encontrar (avançar agredindo), III, 50.
encontros (recontros, combates), III, 51, 65.
encruece (torna-se cruel), IV, 42.
Enéias, I, 3, 12; II, 45; III, 106; V, 86, 94, 98; VI, 78; IX, 91.
enfia (empalidece), I, 37; VI, 98.
enfia ouro em flores, VI, 87.
engano (cilada), I, 76, 77, 79, 81; V, 84, etc.
engenho (perspicácia), I, 2, 4; V, 17.
enjeitar, I, 49.
enleada linguagem, I, 62.
enojosas gentes, I, 64.
ensífero, VI, 85.
entrando a… (começando a…), I, 78.
entrar (acometer – verbo empregado como transitivo), III, 59; IV, 56.
enxárcia (exárcia), I, 62; VI, 84.
enxergar, V, 19, 25; VI, 61, 92; VIII, 86; X, 85, etc.
Eoa terra (oriental), VI, 38; VIII, 84.
Éolo, Eólios, I, 58; II, 105; III, 8; V, 15; VI, 35.
Epicúria seita, VII, 75.
Equador, V, 15.
Equóreos campos, IX, 48.
Ericina, II, 18; IX, 66.
Erimanto, IV, 80.
Erinis, VI, 43.
Eritreu, IV, 63; VI, 81; IX, 2; X, 52.
errada seita, I, 57.
errar contra Deus (cair em culpa para com Deus), III, 31; igual significação do
verbo, sendo este construído como dativo, II, 39; intransitivo em II, 6.
erro (culpa), IV, 14; IX, 25; X, 53.
error (erro), X, 122.
erva ardente, VII, 58.
ervas secretas, IX, 33.
esbombardear, I, 90.
escala (porto de), I, 54.
Escalabicastro (Santarém), III, 55.
Escandinávia (ilha), III, 10; cf. Fontes, pp. 259, 262, 509.
escapar (empregado transitivamente), III, 113.
escarlata, II, 77.
escassos (avaros), X, 16.
esclarecer-se (nobilitar-se), III, 23.
esclarecidos (ilustres), III, 53, etc.
escorbuto, V, 81.
escrever-se (inscrever-se), IX, 15.
escudo (arma defensiva), I, 36, 67.
______ (brasão), I, 7; III, 53, 54.
escudos azuis e castelos no brasão de armas de Afonso Henriques: “as armas dos
primeiros monarcas portugueses diferiam muito das que são descritas por Camões
– que se guiou pelo cronista Duarte Galvão; do simbolismo dos 30 dinheiros, dos 5
reis mouros, das 5 chagas de Cristo, etc., apenas há invenção ou apropriação a
posteriori” (Fontes dos Lusíadas, p. 50, citando o tomo IV da História Genealógica
da Casa Real Portuguesa).
escumas, X, 4.
escura morte, III, 127.
escurecer (deprimir, diminuir o valor), I, 13, 74, etc.
escusar (evitar), V, 54.
escutando, III, 3.
esfera terceira, II, 33; cf. “sete céus”, I, 21. V. esperas.
esforçados (epíteto, nos romances de cavalaria, aplicado aos cavaleiros que
praticavam feitos extraordinários), I, 1.
esforço (ânimo, coragem), II, 59; V, 86; VII, 71; VIII, 25, 29, 41; X, 42.
______ (confiança), VIII, 32.
espaço (significando tempo), I, 91; III, 56; V, 31; VI, 86.
espalhar (divulgar), I, 2, 5, 59, etc.
Espanha, I, 31; III, 17, 23; IV, 61. V. Castela, Leão, Hespéria, Hispanos, Hispálicos.
Esparta (Lacedemônia), X, 21.
Espartel (cabo de), Ampelusa, III, 77.
esparzir, I, 41.
especiaria, VIII, 77; IX, 3.
especular (descobrir), VII, 55.
espelho (exemplo), VIII, 13.
esperas (assim se pronunciava “esfera”; e dava-se este nome a peças de artilharia que
tinham em relevo uma esfera – o emblema da realeza no reinado de D. Manuel), X,
32.
espessava-se, V, 20.
espessura (mato, floresta), I, 35; V, 48, etc.
espírito (forma popular “esp’rito”), II, 64; VI, 55; IX, 69.
Espírito Santo, II, 11.
espíritos vivos (eflúvios ardentes?), II, 34. Fontes, 502.
esquadra fera, VII, 45.
esquálida, V, 39.
esquecerem-se gregos… pelos portugueses, II, 44.
esquipar, VII, 73.
esquivo vento (incerto, variável, desfavorável), V, 18.
estâmago (ânimo), I, 39; II, 85; III, 48.
estatutos, VI, 30.
esteis (estejais), VIII, 48.
estelante, IX, 90.
estelífero, I, 24.
estender-se (chegar), I, 34.
Estêvão. V. Gama.
Estígio lago, IV, 40, 80; VIII, 11.
estilo, uso, costume, I, 4; III, 39; VII, 61; X, 95.
estirpe, V, 99.
estômago. V. estâmago.
estorvar, seguido de negativa, II, 19.
Estrabão. V. Estrabo.
Estrabo, V, 50.
estragado (aniquilado), III, 76.
estrago, III, 76.
estrangeiros na terra, lei e nação, I, 53.
estranho (extraordinário, singular, notável), I, 11, 13, 49, etc; II, 29, 87, etc; III, 17,
23, etc.
Estreito de Gibraltar, III, 18.
______ de Magalhães, II, 55.
estrela (nova), Cruzeiro do Sul, V, 14.
_____ (sorte, fortuna), I, 33; III, 65; VI, 47; VIII, 29.
estrelas, II, 60 (recebendo a luz do Sol): os planetas é que recebem luz alheia (do
Sol); mas na linguagem popular não há distinção entre os dois vocábulos; cf. Fontes,
230–231.
estrelas…, quando caem, IV, 67.
estremado, III, 28.
Estremadura, III, 61.
estribar, I, 93.
estridentes farpões, IV, 31.
estridor do fogo, III, 49.
estruir (destruir), I, 81, 90; III, 90, 114, etc.
etéreo (celeste, alto), I, 42, 73; IV, 86; V, 24.
Eternidade (Deus), II, 104.
Etiópia, etíopes, I, 42, 43; IV, 62; V, 6, 32, 62, 76; VII, 61.
Etna, VI, 13.
Eufrates, III, 72; IV, 64; X, 102.
Eurídice, VII, 29.
Euristeu, IV, 80.
Europa (geografia), I, 64; II, 80; III, 6, 20; VII, 12.
Europa (princesa fenícia), II, 72.
Euxino (Mar Negro), IV, 83.
Évora, III, 63; IV, 3; VIII, 21.
Évora: diz o poeta haver a certeza de ter Sertório residido nessa cidade, sendo
induzido a essa afirmativa por um opúsculo de André de Resende (1404), tendo-se
reconhecido ulteriormente que fora pura invenção deste escritor o haver Sertório
estado em Évora (Fontes, p. 21).
exaltar-se (vangloriar-se), VII, 54.
exárcia. V. enxárcia.
exercício (dever), II, 84.
exício, I, 16.
experto (experiente), IV, 94.
extremo (último), III, 18; X, 8.
_______ (imenso), V, 28.
extremos (proezas), VI, 66; X, 27.
Ezequias (rei judaico), VII, 80.
F
Fábio Máximo, X, 21.
fábrica (edifício), VII, 46.
fabricado, I, 76, 103.
Faetonte, I, 46; V, 91; IX, 43.
facundo, II, 45; III, 57; IV, 14; V, 86, 90.
Fado, -os (ora no singular, ora no plural; ora com letra maiúscula, ora minúscula –
divindade mitológica; destino, sorte), I, 24, 28, 31; II, 43; IV, 61; V, 49; VI, 33; IX,
86, etc. V. fatal, fatídico.
Fálaris, III, 93.
falecer (faltar), II, 102; VIII, 78.
Falerno, X, 4.
falso, I, 72, 94, 99, 100, 104, etc.
Fama, II, 58; IV, 7; IX, 44, 45, 90; X, 19.
famélicos leões, X, 43.
famosa (afamada, notável), I, 5, 42.
fantasia (imaginação), III, 143.
fantástico (inventado), I, 11.
Faraó, III, 140.
Fartaque, X, 100.
Fásis, III, 71.
fatal (diversos sentidos), I, 6; II, 57; III, 17. V. fatídica.
fatídica cerva, VIII, 8.
______ nau, IV, 83. Seguiu-se a lição de Faria e Sousa: “quer dizer a nau Argo, a
______ nau, IV, 83. Seguiu-se a lição de Faria e Sousa: “quer dizer a nau Argo, a
primeira nau que navegou no mar Euxino; ‘fatídica’ tem a significação de cousa
predestinada pelos Fados, e a nau Argo foi feita por ordem de Palas, empregando-
se, na construção, madeiras das matas de Dodona, onde Júpiter tinha templo e
oráculos, que falavam por intermédio das pombas que ali voavam, e até as próprias
árvores falavam”; cf. “fatídica cerva”, “fados”.
fato (rebanho), III, 49.
Favônio, X, 1.
favorecer (dar voto favorável), I, 34.
fazer (queimada, despejada, etc.), X, 27, 28.
fazer que… (dar causa a…), V, 30.
fazer-se subido (elevar-se), I, 14.
fazer (tornar), II, 58.
____ o fim a… (conseguir), II, 4.
fé (rimando com “crê” e “dê”), I, 63 e passim.
Feaces, X, 8.
Feácia, X, 8.
Febe (Lua), VI, 18.
Febo (Sol, Apolo), I, 4, 56; III, 20; IV, 75; IX, 74, 91; X, 86.
feita (desta), V, 33.
feitores, VIII, 44; IX, 8.
feitos (proezas), I, 9, 83, etc.
felice (feliz), X, 71, 75, etc.
Felípicos campos. V. Filípicos.
fementido, III, 37.
Fenícios. V. Tírios.
Fênix, II, 11.
feio, I, 52, etc.
feras nações, X, 68. V. fero.
feridade (ferocidade), III, 129; IV, 99.
ferir o céu (com gritos, etc.), II, 90; III, 113; V, 1; VI, 72.
ferir o mar, a água, etc., I, 48, 89; III, 51; VII, 43.
fermoso (forma antiga de formoso), I, 42, 59, 88, etc.
Fernandes de Castro, VIII, 22.
Fernando (D.), rei, III, 138 e sgs; IV, 1.
________ de Aragão, IV, 57.
________ de Castela, IV, 8.
________ Martins de Santarém, VIII, 26.
Fernando (D.), filho de D. João I, IV, 52, 53.
Fernão Martins (intérprete da língua árabe), V, 77.
Fernão Veloso, V, 30.
fero raio, I, 22.
___ Nuno, I, 12.
___ Austro, I, 35.
___ Marte, I, 75.
___ Amor (cruel), III, 119; IX, 23, 43, 47, etc.
feros (ferozes), II, 62; III, 130.
feroces, X, 68. V. feros.
ferros (prisão), III, 33.
ferver (o mar), I, 35; II, 53, 54, 93; X, 29.
ferver (alvorecer-se, entusiasmar-se), III, 48.
férvidos (enfurecidos), III, 132; VI, 46.
fia da infiel (aliteração), II, 6.
fico que (estou certo de), X, 25, 57, 156.
fido amigo, VIII, 85.
filáucia, IX, 27.
filhas do Mondego, III, 135.
____ do Tejo (ninfas), V, 99.
filhos da Terra, V, 51.
____ naturais, VIII, 15.
Filipa de Lencastre, IV, 47.
Filipe da Macedônia, I, 75; VII, 54.
Filípicos campos, IV, 59.
filomela, IX, 63.
fingidas gentes, II, 1.
Finisterra, IV, 28.
Fios, insígnia dos Brâmanes, X, 113.
flamas, II, 36; X, 135. V. sete flamas.
Flandres. V. Frandres.
flava Ceres, V, 2.
Flégon, V, 61.
flor de Banda, IX, 14. V. moscada.
Flora, II, 72; IX, 40.
flores do rosto, IV, 42.
_____ sobre ouro que amor enfia, VI, 87.
flutuar, VIII, 88.
focas (masculino, em escritores antigos), I, 52.
fogo ardente (sangue rubro), IV, 39.
fogo de artifício, II, 90, 91.
foi (houve), III, 23.
fonte (origem), IV, 96.
_____ de Aretusa, IV, 72.
_____ das lágrimas, III, 135.
forcas Caudinas, VIII, 15.
força, esforço, IV, 21; VI, 60.
Formião, X, 153.
formigas próvidas, II, 23.
forte (gente – escudo – português – coração, etc.), I, 14, 32, 33, 36, 50, etc.
Fortuna, divindade alegórica, I, 32, 34.
Fortunadas (Canárias), V, 8.
fota (turbante), II, 94.
fralda (falda), VII, 22.
França, I, 13; IV, 61. V. Gália.
Francisco. V. Almeida.
Frandres (Flandres), VI, 56, 68; X, 49.
fraterno, V, 100.
frauta (flauta), I, 5; IX, 64.
Frederico I (Barba-Roxa), III, 87.
frecheiros (cupidos), IX, 25, 36.
freio duro, II, 51.
freme, IV, 37.
Frígios (Troianos), I, 98.
frio (medroso), I, 16.
___ temor, II, 86.
___ Dano, III, 10.
frondente, VII, 52.
fronte (semblante), I, 51.
_____ (testo de ouro), I, 88.
_____ do mar (praia), I, 103.
frota (armada), I, 29, 100; II, 83, etc.
Fuas Roupinho, I, 12; VIII, 16, 17.
fugace (fugaz), IX, 63.
fuge (foge), II, 62.
fulgentes armas, III, 107.
Fúlvia, V, 95.
fulvo ouro, X, 3.
fundamento (sede, assento), IV, 49.
fúria (entusiasmo), I, 5; III, 81; VII, 87.
furor (violência, cegueira), I, 29; III, 123.
G
Gabelo, V, 78.
Gaditano mar, II, 55.
gado de Próteu, I, 19.
____ rebelado contra o pastor, VII, 4.
Galatéia, VI, 90.
galerno vento, II, 67.
galero (capacete), II, 57.
galés, VIII, 34.
Gália, III, 16; VI, 56. V. França.
Galiza, III, 19; IV, 10.
Galo (francês), VII, 6.
Gama (Cristóvão da), X, 96.
_____ (Estêvão da), X, 63.
_____ (Paulo), IV, 81; VI, 75; VII, 73.
_____ (Vasco da), em Moçambique, Quíloa, Mombaça, I, 12 e sgs; invocando a
Providência, II, 30 e sgs; em Melinde, II, 104 e sgs; contando ao rei de Melinde
como foi incumbido da viagem, IV, 77 e sgs; até V, 90; despede-se do rei de
Melinde, VI, 5; invocando a Divina Guarda, VI, 81; em Calecut, VI, 93 e sgs;
conversando com o rei de Calecut, VII, 59; ouvindo Monçaide, VII, 29 e sgs; saindo
de Calecut, VII, 44 e sgs; na Ilha dos Amores, IX e X.
Gâmbia, V, 10.
Ganges, I, 8; II, 55; IV, 74; VI, 92; VII, 17, 19; X, 121.
Garona, III, 16.
gasalhado (acolhimento), II, 63.
Gate, VII, 22.
gáveas, V, 24.
Gedrósia, IV, 65.
gemas, VII, 57.
genealogia, III, 3; série, seqüência, na descrição dos nomes de uma família – pais,
avós, bisavós, etc. –, formando uma linha reta que se chama o tronco de uma árvore
genealógica, cujos ramos e ramúsculos são constituídos pelas linhas colaterais.
gente marítima e de Marte, IV, 84.
gentes, I, 48, 64, 68, 74, 76, etc.
gentio, I, 8, 16, 53; II, 51; VII, 17; VIII, 80, 91; X, 108, etc.
Georgianos, VII, 13.
Geraldo sem Pavor, III, 63; VIII, 21.
Germânia, VIII, 37.
germânica armada, III, 86. V. gótica.
germanos (alemães), VIII, 18.
Gerum (Ormuz), X, 41.
gesto (fisionomia, rosto, feições, semblante, maneiras), I, 5, 9, 16, 22, 69, 72, 77; II,
34, 58; III, 102; V, 53, 55; VII, 23, 47, 57, etc. Os poetas latinos empregavam o
vocábulo gestus com a significação de “rosto”.
gibão, II, 98.
Gibraltar, III, 18, 23. V. Calpe, Herculanas portas.
Gidá (Djedda, Jedah), IX, 3; X, 50, 99.
gigantéia deusa (Fama), IX, 44.
gigantes, V, 51. V. Adamastor, etc.
Gil Fernandes, VIII, 34.
ginete, III, 50.
giolhos, II, 12; X, 33.
Glafira, V, 95.
Glauco (filho de Netuno), VI, 24.
glória (paraíso), IV, 64.
_____ (prazer) de mandar, IV, 95.
_____ dos olhos, IX, 22.
glorioso, I, 20, 41.
Gnido, V, 5.
Goa, II, 51; X, 42.
Godofredo, III, 27. V. Cruzadas.
Godos. V. Góticos.
Golias, III, 111.
Gólfão (golfo) de Guiné, V, 12.
golpes do gibão, II, 98.
Gonçalo Ribeiro, VIII, 26, 27.
______ da Silveira, X, 93.
Gonta (João de), Jean de Gand, John of Gaunt, nomes em português, francês e
inglês, do Duque de Lencastre, IV, 47; VI, 46 e sgs.
Górgonas, V, 11. V. Dórcadas; “a lenda de que as filhas de Fórcis se serviam, cada
uma por sua vez, de um só olho que tinham em comum, é contada por Ovídio
(Metamorfoses, IV, 781, 802), mas a lenda, como este poeta a conta, difere em um
ponto essencial da que se encontra nos Lusíadas. Nestes, as Górgonas são todas três
cegas. Nas Metamorfoses, só o são duas: as que estavam guardando a entrada da selva
erriçada de penhascos em que habitava Medusa, a Górgona propriamente dita”
(Fontes, p. 58 e sgs.).
gorra, II, 98; VI, 17.
gostar (beber, provar), I, 8; III, 44; V, 6, 88.
gostosa vaidade, IV, 99.
gótica gente, povos germânicos, III, 100.
grã (proclítico – grande), I, 75. V. grão.
gramíneo, IX, 54.
Granada, -nadil, -nadino, III, 19, 100, 112, 114.
grande rio (o Zaire), V, 13.
grandes palavras (palavras de magnanimidade), II, 102.
grandíloquo, I, 4.
grão (tônico – grande), I, 73; II, 41.
Grécia, gregos, I, 24, 31; III, 13; VII, 13.
Grego (Ulisses), I, 3.
grêmio (regaço), VIII, 74; X, 44.
grevas, VI, 58.
grinaldas, VI, 86, 87.
grita náutica, II, 18, 91. V. celeuma.
grosso peso do exército, I, 15.
Guadalquivir (Tartesso, Bétis), III, 19, 75; IV, 9; VIII, 29.
Guadiana, IV, 28.
Guarda soberana, II, 30, 31; VI, 81.
guardadora (vigilante) deusa, I, 102.
Guardafui, X, 97.
Guéus, X, 126.
guerra (batalha), III, 51.
Guido, III, 87. V. Gnido.
Guimarães, III, 31, 35.
Guipúscua, IV, 11.
Guzarates, X, 60.
H
hábito fingido, II, 10.
Hainam (Ainão), X, 129.
Hamon, VII, 48.
Harpias, IV, 80; V, 89.
harúspices (agoureiros), VIII, 45.
hástea, I, 87.
Hebréia, I, 53.
hebreu (é-o, no texto), IV, 12.
Hécuba, mãe de Polixene, III, 131.
Heitor, o troiano, X, 60.
_____ da Silveira, X, 60.
Hele, III, 12; VI, 63.
Helena (rapto de), III, 140.
Helesponto (Dardanelos), IV, 23.
V. Argonautas.
Helicona, III, 97.
Heliogabalo, III, 92.
hemisfério, I, 8, 38, 65 e passim.
Hemo (Balcãs), III, 12.
Heníocos, III, 72.
Henrique (D.), conde, III, 25 e sgs; VIII, 9. V. Hungria.
_______ Bonn, VIII, 18.
_______ (D.), infante, IV, 50; V, 4; VIII, 37, 71. V. Infantes.
_______ de Meneses. V. Meneses.
hera, II, 36: na nota 15 deve ler-se: o símbolo desta planta é o “amor constante”,
tendo por divisa je meurs où je m’attache: a inadvertência na acentuação da partícula
où deu causa a erro de tradução, a qual poderá ser: “aonde me prendo, aí fico até
morrer”.
Hercínia, monte, III, 11.
Herculanas colunas, III, 18; IV, 9.
_________ portas, IV, 49; IX, 21.
Herculano Calpe, III, 23.
Hércules, IV, 49; VI, 1; IX, 21.
_______ (os doze trabalhos de), IV, 80.
_______ filho de Alcmena, III, 141.
V. Tiríntio.
Hermo, rio, VII, 11.
Héroas (Heroópolis), X, 98.
Herostrato, II, 113.
Hespéria, península hispânica, II, 108; IV, 54; VIII, 61, 69.
_______ última, VIII, 61.
Hespérico terreno, território hispânico, II, 108; III, 99.
Hespérides, filhas de Héspero, ilhas de Cabo Verde, II, 103; V, 8.
_________: jardim da Mauritânia onde as árvores tinham frutos de ouro, e
guardado por um dragão de 100 cabeças que foi morto por Hércules (Fontes, p.
157).
Héspero, V, 8.
hi (aí, pleonástico), II, 81; cf. Flora dos Lusíadas, 514.
Hiacintinas flores, IX, 62.
Hidalcão, X, 72.
Hidaspe, Djelom, Jelom ou Jelam, I, 55; VII, 52.
_______: em I, 55; a expressão “indo Hidaspe e terra ardente” significa “as terras
ardentes da Índia que são atravessadas pelo rio Hidaspe”; é um caso de hendíade, já
explicado neste índice (v. armas).
Hidáspicos montes (da Índia), III, 100.
Hidra, constelação, VIII, 71.
_____, IV, 80. V. Hércules.
Hierosólima, III, 27; VII, 6.
Himalaia (Emódio), VII, 17, 18.
Himeneu, III, 29.
Hiperbóreos montes, III, 8.
Hiperiônio, o Sol, I, 59.
Hipocrene, I, 4.
Hipótades, VI, 37.
hirsuta barba, IV, 71.
Hispálico (sevilhano), VIII, 20.
Hispanos (espanhóis), II, 97; IV, 61.
Homero, I, 12; V, 86, 87, 98.
honesta pompa, IX, 85.
honrado (a quem se concedem honras), I, 23.
hórrido, II, 25; VI, 95.
horríficos, III, 124.
horríssonos, II, 100.
hospício (hospedagem), II, 62.
humanamente (com benignidade), I, 49.
humano (homem), V, 42.
humanos, a humanidade, I, 24, 106.
humilde verso, I, 4.
Hungria, III, 25, 28. V. Húngaro.
Hunos, IV, 24.
I
Ibéria, IV, 54. V. Ebro.
Iberina terra, VI, 48.
Ibero, III, 60.
-íbil (por -ível), I, 65 e passim.
-ícia, -as (divícias, inimicícias, requícia, etc.), VII, 8; VIII, 65, etc.
Ida, II, 35.
idade (fim da), I, 17.
_____ de ouro, IV, 98.
_____ sexta, V, 2.
Idálios montes (Psilorítis), IX, 25.
Idéia selva, II, 35.
idólatra (no texto, “idolatra”), II, 54; VII, 73; VIII, 85; X, 147.
ídolos, II, 51.
idôneas embarcações, VIII, 93.
ignavo, IX, 92.
Ígneos carros, VII, 97.
Ignês. V. Inês.
iguais dons. Afonso VI de Castela quis dar, aos cavaleiros estrangeiros que vieram
auxiliá-lo nas guerras contra os mouros, “prêmio digno” e “dons iguais”, III, 24: isto
é, prêmio condigno das proezas praticadas por esses cavaleiros, e doações de terras
igualmente condignas dessas proezas e da categoria social de cada um deles, por isso
(est. 25) deu, ao neto do Duque de Borgonha, o condado de Portugal. Cf. Fontes,
pp. 513–5.
Ilíria, II, 45.
imaginação, IV, 48.
imaginar, I, 69, 73, 81, 99; II, 85, etc.
imbeles (fracos), X, 20.
imigo (por inimigo), II, 59; IV, 29; V, 58.
imitantes, X, 102.
imolar, II, 62.
imoto (imóvel), II, 28.
império (domínio), I, 22, 38.
ímpeto, I, 35.
impida (por “impeça”), IX, 8 e passim.
impossíbil, V, 53.
imprudente, IX, 69.
inabitada, deserta, I, 44.
incauto, IX, 64.
incenso, X, 101.
ínclito rei – as princesas, IV, 47, 77.
ínclitos Hispanos, IV, 61.
íncolas, III, 21.
inconcesso (ilícito), III, 141.
inda (alternando com “ainda”), passim.
Índia, I, 31, 32, 40, 52, 64, 74, 96; II, 80; IV, 64; VI, 93; VII, 30 e sgs.
____. V. Indo.
Índicas, VII, 1.
indigetes, IX, 92.
Indo (índico, índio, indiano, indostânico), I, 32, 52, 55, 95; II, 47; VII, 17; X, 33,
etc.
____ (índico), I, 55.
indústria (estratagema), VIII, 29.
inerme, III, 111.
inerte, I, 90.
Inês de Castro, III, 118 e sgs.
infames vitupérios, IV, 96.
infâmia, perda da fama, da celebridade, I, 34; VI, 45, etc.
Infantes, filhos de D. João I, IV, 50.
infesta, I, 19.
infidas (em algumas edições – em vez de “fingidas”), II, 1.
infiéis (epíteto aplicado aos maometanos), III, 45 e passim.
influição, V, 23.
Inglaterra, I, 12. V. Doze de Inglaterra.
inglesas (princesas), IV, 47.
inico (hoje “iníquo”), I, 94, 101; IX, 23, 43, 59. V. grandíloquo.
inimicícias, VII, 8.
inimigo de si, VII, 8.
inimigos da alma (pecados mortais), X, 55.
iniqüícia. V. nequícia.
injuria-se de… (tem desprezo em), X, 103.
Ino, mulher de Atamante, VI, 23.
inópia, V, 6.
inopinado, II, 30.
inquieta (rebelde), III, 19.
inquieto céu, II, 92.
insânia, VI, 19.
insanos mares, X, 91.
instructo, II, 53. “Marte instructo” = Marte instruído (na tática e na estratégia) – a
guerra bem preparada.
insula divina, IX, 21.
inteira idade, I, 9.
inteiro (íntegro, rigoroso), X, 45.
intentar, II, 45.
interesse (recompensa), IX, 20.
intestina, VI, 48.
intonso, IV, 71.
intrínseco amor, III, 24, 129.
inusitado instrumento, II, 107.
inverno congelado, II, 23.
invocado (chamado, lembrado), I, 18.
Iopas, X, 8.
irado senhorio, III, 7.
íris (arco), II, 99. V. Taumante.
iris subbiflora (íris, lírio roxo), II, 37.
irmã de… (semelhante a…), IX, 74.
iroso, II, 39; VIII, 7.
is (forma antiga de “ides”), IV, 91.
Islamita. V. Ismaelita.
Ismaelita, I, 8; III, 85, 100; VII, 5.
Ismar, III, 44.
Israel, IV, 63; VI, 81.
Istro (Danúbio), III, 12.
Ítaco, II, 82.
Itália, III, 10, 14; IV, 61; VII, 8.
J
jaezes, III, 81.
jacinto (flor), IX, 62. V. Hiacinto.
Jalofo, V, 10.
Jano, VII, 48; X, 82.
Japão, X, 131.
Jápeto, IV, 103.
Jáquete, X, 106.
jasmim, X, 1.
Jasque (cabo de), X, 105, 106.
Jaus (habitantes de Java), X, 44.
Java, X, 44.
jazem (estão quietos), II, 110.
Jedah. V. Gidá.
jeito (de jeito, de sorte, de modo que), I, 81; II, 17, 22, 55, 86; III, 83, etc.
Jerusalém, VII, 5, 6. V. Hierosólima.
Jesus Cristo. V. Cristo.
Joane. V. João.
João (D.), primeiro (rei de Portugal), IV, 2, 3, 12, 23, 36, 43, 50; VIII, 37.
____ (D.), segundo (rei de Portugal), I, 13; IV, 58, 60; VI, 43.
____ (D.), terceiro (rei de Portugal), I, 17.
____ (D.), primeiro (rei de Castela), IV, 7.
____ (D.) de Castro. V. Castro.
Jordão, III, 27.
Jove (Júpiter), X, 4.
Juba, III, 77.
jucundo rosto, VII, 25.
Judá. V. Gidá.
Judaico (rei, povo), VII, 39, 80.
Judéia, III, 72, 86.
_____ (mancebo da), Amnon, IX, 34.
Judite, X, 49.
jogo (domínio), I, 8, 16, 75; VIII, 15.
juízo (inteligência), I, 71; IV, 102.
Juízo divino, III, 74.
Juliana manha, IV, 49.
Júlio César, III, 71; IV, 32.
Juno, V, 15; X, 82.
Júpiter, I, 23, 30; II, 42 e sgs; III, 106; IX, 91; X, 82, 83.
_____ Amon, VII, 48.
_____ (aves de), VIII, 8.
_____ (planeta), X, 89.
juro (de), de direito, VI, 27.
L
Lácia nação, V, 97.
lácteo (cor de leite), I, 20; II, 36.
Lagéia, VI, 2. V. Cleópatra.
lâminas (vestidura de guerreiro), I, 67.
Lamo, X, 39.
Lampécia, V, 91. V. Lampetusa.
Lampetusa (parece ser alterado de Lampécia), I, 46.
lança (hoste, exército, feito militar), I, 6, 13.
Lancaster, VI, 46. V. Lencastro.
Landroal. V. Pero Rodrigues.
Laos, X, 26.
Lápia (Lapônia), III, 10.
Lara (na Pérsia), X, 104.
____ (Condes de), VIII, 22.
laranjeira, IX, 56.
larga vela = velas desfraldadas (soltas quando se navega), I, 45.
Larisséia, X, 1.
lascivas (travessas), III, 134; IX, 24.
lasso (fatigado), I, 29, 57; III, 75; IV, 68; X, 16.
Latona, II, 89; IX, 53, 62.
leão (peça de artilharia), X, 69.
Leão (reino de), III, 19; VI, 56.
Lebre (constelação), VIII, 71; X, 88.
ledo (alegre), I, 49, 51, 69, 72; II, 73, etc.
lei (religião, doutrina), I, 45, 53, 63; II, 102; VII, 15, 33, 37; X, 14, etc.
___ da morte, etc. (princípios que regulam a ordem do mundo), I, 28.
Leiria, III, 55; VIII, 19.
leito portátil (palanquim), VII, 44.
lenho (tronco de árvore), X, 110.
_____ (navio), I, 27; V, 41; VII, 30, etc.
Lencastre (Catarina de), IV, 47. V. Princesas, Alencastro.
lenta meta, II, 1.
lentas sombras (úmido nevoeiro), II, 92.
Leoa (serra), V, 12.
Leonês, III, 89.
Leoneses campos, IV, 8.
Leonardo Ribeiro, VI, 40; IX, 79.
Leônidas, X, 21.
Leonor (D.), mulher de D. Fernando I, III, 139 e sgs; IV, 6.
______ (D.), de Sepúlveda, V, 46, 48.
Lépido, triúnviro, III, 136.
Letes, Letéia lei, I, 32; VIII, 27.
letras e tenções de amores, IV, 22.
Leucate, II, 53.
Leucótoe (no texto, “Leucotóe”), III, 1; é uma ninfa, amada por Apolo, filha de
Órcamo e Eurinoma; não deve confundir-se com “Leucótea”, nome dado a Ino,
mulher de Atamante, quando foi convertida em divindade; referindo-se a esta o
poeta em VI, 23. “Das duas se ocupa Ovídio nas Metamorfoses, IV, 195–255 e 416–
542” (Fontes, p. 509).
Levante (Oriente), V, 61; II, 4.
levar (alcançar), I, 70; III, 24, 33; VIII, 23, 27, etc.
____ (levantar, tirar), II, 64, 66; V, 64; IX, 11.
____ nos braços (receber), II, 101; VII, 44.
____ prêmio, I, 70; III, 24; a glória, VIII, 16; a palma e o louro, VIII, 23; o preço, VIII,
27; o vencimento, III, 33, etc. (Fontes, p. 485)
levar-se (partir, elevar-se), IX, 11.
leve = fácil, I, 86; IV, 79.
levemente = facilmente, II, 16; IX, 46; X, 49.
lhe ajudasse (o ajudasse), V, 32.
___ (empregada sempre esta forma para o singular e para o plural), servindo de
complemento indireto de alguns verbos em vez de complemento direto: “socorrer-
lhe” em vez de socorrê-los, VI, 48 e passim.
lhe iguala (a iguala), VII, 20.
___ (lhes), I, 28, 43 e passim.
___ (por causa dele), II, 49.
___ (precedido de “que”), “que lhe falece” = “às quais falece”, X, 99 e passim.
liame, VIII, 62.
liar (ligar), VIII, 62; X, 31.
liberdade (independência), I, 6.
Líbia, III, 128.
Libitina, III, 83.
Lícia gente, II, 27.
licor (corpo líquido, água), I, 8, 49, 61, etc.
Lídia, VII, 11.
Lieu (Baco), I, 49; VI, 14, 20.
limite do Sol (constelação de Câncer), V, 7.
limitado (marcado), V, 13.
limões, IX, 56.
limpos pensamentos, II, 88.
linces, II, 66.
linfa, IX, 54.
língua portuguesa, latina, I, 33.
_____ arábica, I, 50.
_____ escura, I, 64.
linguagem bárbara e enleada, I, 62.
línguas de fogo, II, 11.
linha (Equador), X, 141.
líquido estanho (o mar), VIII, 73.
Lira (constelação), X, 88.
lírio branco (açucena), IX, 62.
___ roxo, II, 37.
lírios roxos, II, 37; supõe o Sr. Dr. J. M. Rodrigues que o poeta escreveu “brancos
lírios”, referindo-se à alvura da cútis, imitando um passo do poema de Ariosto no
canto X, 95–98 (Fontes dos Lusíadas, pp. 253–8).
Lisa, III, 21. V. Luso.
Lisboa, III, 57, 61, 88; VI, 7; IX, 16.
lisonje (lisonjeie), IV, 101.
Livônia, III, 11.
Londres, VI, 57.
longínquo, II, 54.
longo desterro (longínquo), VII, 24.
Lopo Soares, X, 50.
Lotaríngia (Lorena), VIII, 9.
Loto, V, 88.
loureiro, IX, 57.
Lourenço (ilha de S.), I, 42. V. Almeida.
Lua (Serra da), III, 56. V. Cabo da Roca.
Lua, I, 56, 58; V, 24; IX, 48; X, 89.
V. Diana.
lúcido planeta, II, 1.
Luís (S.), VII, 7.
lume vivo. V. Santelmo.
lumes (homens ilustres), III, 96.
Lusíada (vocábulo inovado por André de Resende, 1545). Fontes dos Lusíadas, p. 6
e sgs., p. 143 e sgs.
Lusitânia, III, 21; VIII, 2 e sgs.
Lusitano, I, 30, 33; II, 55, 58, 69, 97; III, 20, 53; VII, 14 e passim.
Luso (primeiro rei da Lusitânia; empregado o vocábulo também como adjetivo
significando “lusitano”), I, 24, 39, 62; II, 17, 48, 103; III, 21, 51; VI, 30; VII, 45; VIII,
2, 4, etc.
Luso e Lisa, identificados por André de Resende, fundando-se em Plínio;
descendente de Baco, I, 39; companheiro ou filho de Baco, III, 21; VIII, 3, 4; vassalo,
VI, 30 (Fontes dos Lusíadas, p. 13 e sgs.).
Luso (filho? ou companheiro? de Baco) (Fontes, p. 14).
lustrar (luzir), II, 93.
_____ (reluzir, brilhar), III, 107.
lustrosas cousas (atos brilhantes), IV, 78.
Lutero, VII, 4.
luz alheia (refletida), II, 60.
_______ (vida), III, 21.
M
maçãs de ouro, IV, 55.
Macedônia, III, 13.
Macedônio (Alexandre Magno), I, 75.
Maçuá, X, 52, 97.
Madagascar, I, 42; X, 39, 137.
Madeira (ilha), V, 5.
Madre Igreja, VII, 2; X, 40.
mãe hebréia, I, 53.
____ primeira, IX, 21; na nota 9, às palavras “paraíso terrestre” deverão acrescentar-
se “ou berço da humanidade”, em harmonia com a tradição, indicada pelo poeta em
III, 9, de que foi o “campo Damasceno a primeira terra habitada”; cf. Fontes, pp.
257 e 258; e sobre o verso 6 da est. 21 veja-se também a separata do Boletim da
segunda classe, vol. IV da Academia das Ciências de Lisboa: Dois versos dos
Lusíadas: Tentativa de reconstituição do texto primitivo, pelo Dr. J. M. Rodrigues (p.
14 e sgs.).
Maomé (Mafamede, alternando com Maomede, Mafoma, Maoma, Maomet e
Maomete), I, 99, 102; II, 50, 108; III, 113; IV, 48; VIII, 19, 47, etc.
Maira, III, 56.
Magalhães (Estreito de), II, 55; X, 141 (Fontes, p. 618).
magas, feiticeiras, V, 88; IX, 33; VII, 55.
Magno, III, 71; IV, 32, 62; IX, 92; pronome antigo “manho”. V. Pompeu.
Magos. V. Reis.
Magriço (cognome de Álvaro Gonçalves Coutinho), I, 12; VI, 53.
Maia, II, 56.
mais (também), IV, 66.
majestade (superioridade), I, 9.
mal feridos (gravemente feridos), IX, 32.
Malabar, VII, 16, 32; VIII, 90; X, 59.
Malaca (Quersoneso), II, 54; X, 44, 57.
Malaios, X, 44, 132.
Maldivas, X, 136.
malévolo, I, 97.
malhas (vestidura militar), I, 67; III, 51.
malina (maligna), I, 99.
Maluco (ilha), IX, 14.
Mamelucos, X, 32.
manceba gente, IV, 82.
Mandinga, V, 10.
maneira (feitio), I, 46; VII, 72 e passim.
______ (costumes), I, 57 e passim.
manha (habilidade, esperteza, indústria, artifício, costumes, estratégia), I, 81; III, 17,
23; IV, 49, 65; VI, 54; VII, 56; VIII, 7, 25; IX, 23; X, 20. V. Juliana.
Manho (Magno), Pompeu Magno, IV, 32, 62.
Manhos (Magnos), IX, 92.
manjerona, IX, 62.
Mânlio (Tito), V, 68.
mantimento nobre, X, 75, 143.
Mantuana lira, V, 94.
Manuel (D.), rei de Portugal, IV, 66 e sgs.
Maometa, III, 89; IV, 49; X, 108.
Maometanos, VIII, 81; IX, 2, 8.
V. Mafoma.
máquina de madeiros, X, 18.
maquinar (preparar), VIII, 79.
mar tremendo de medos, II, 47, 49.
___ de Azof (Meotes), III, 7.
___ Egeu, III, 7.
___ Roxo, II, 49; X, 97.
___ Mediterrâneo, III, 6, 18.
___ Negro, IV, 83.
___ do Norte, VI, 57.
___ Sarmácio, III, 10.
___ do Sul, X, 141. V. Mares.
Maratônios campos, X, 21.
maravilha (admiração), IX, 85; X, 73.
V. Milagres.
Marcelo (Marco Cláudio), VII, 71.
marchetado, I, 23, 59.
márcio jogo (combate), X, 65.
Marco Antônio, II, 53; III, 136, 141; IV, 59; V, 95; VI, 2.
Marcomanos, III, 11 (Fontes, pp. 159 e 263).
marear as velas, II, 24.
mares nunca dantes navegados, I, 1; V, 37, 41; VII, 25, 30.
_____ primeiros, VI, 92.
Maria (D.), filha de D. Afonso IV de Portugal e esposa de D. Afonso XI de Castela,
III, 101, 105, 108.
Mário, III, 116; IV, 6.
marlotas, III, 81.
Marrocos, III, 103.
Marte, planeta, X, 89.
_____ da mitologia, I, 3, 5, 36, 75; II, 37, 69; IX, 91. V. Mavorte.
_____ instructo (guerra estratégica), II, 53.
Marte duro (índole belicosa), III, 30.
_____ santo (guerra santa), III, 88.
_____ pátrio. V. pátrio Marte.
Martim Lopes, VIII, 23.
Martinho (D.), bispo de Lisboa, IV, 5.
_______ Afonso de Sousa, X, 67.
Mascarenhas (D. João), X, 69.
__________ (D. Pedro), X, 56.
Mascate, X, 41.
mas contudo, X, 18, 59 e passim.
massa rica (âmbar), VI, 25; X, 137.
Massília, IV, 36; V, 6.
Mateus (D.), VIII, 24.
Maometanos. V. Maometanos, Mauro, Mouro, Mafoma, etc.
Mauritânia, III, 77; V, 4.
Mauritano, III, 112 e sgs.
Mavorte, I, 41; II, 50; III, 89.
Meca, VII, 34; IX, 1, 2, 4; X, 50, etc.
Mecom, X, 127, 128.
Medéia, III, 32. V. Progne.
Medina, X, 50.
Mediterrâneo, III, 6.
medo alegre, IV, 26.
medonho choro (espantoso), V, 60.
medos (objetos que dão causa a medo), II, 47; VI, 82; IX, 16.
Medusa, III, 77; V, 11; X, 156. V. Órcadas, Dórcadas e Górgonas.
Melcíades, V, 93; X, 21.
Meliapor, X, 109. V. Tomé (S.).
Melicerte (filho de Atamante), VI, 23.
Melinde, II, 57 e sgs., 70, 88, 94, 111; VI, 3, 5, 92; X, 39, 96.
Meliqueaz, X, 29, 35, 61.
Mem Moniz, VIII, 20.
memórias (histórias), I, 2, 13, 17, 31; III, 115, etc.
Mem Rodrigues de Vasconcelos, IV, 24.
Menão, X, 125.
Meneses (D. Duarte), X, 53.
_______ (D. Henrique), X, 54.
Meneses (D. Filipe), X, 104.
Mênfis, IV, 62; VII, 48. V. Anúbis.
menino (Cupido), II, 36.
Menomotapa. V. Benomotapa.
Mênon, II, 92; IX, 51.
menos (também não), “menos se achava”, também não havia ali (faltava), V, 82.
_____… mais (tudo; cf. “sem mais nem menos”), II, 103 (Fontes, 620).
mente (instinto), III, 126.
Meótis, III, 7.
Mercúrio, I, 40; II, 61; IX, 91.
merencório, I, 36.
Méroe, X, 95.
Messina, estreito de (mar Sículo), IV, 62.
mesta (aflita), IV, 19.
Mestre de Avis. V. D. João I.
______ de S. Tiago (Mem Rodrigues, Paio Peres Correia), IV, 40; VIII, 25.
______ de Calatrava (D. Pedro Álvares Pereira), IV, 40.
meta (limite, baliza), II, 1; III, 6; IV, 49; IX, 16; X, 80.
mi (mim), I, 4; V, 42, 53, etc.
milagres (maravilhas do mundo), V, 40.
Milcíades, V, 93; X, 21.
mina luzente (as minas do Peru e do México), X, 139.
Míncio, V, 87.
Minerva, ofício de, III, 97.
Minho, VII, 30.
Mínias, argonautas, IV, 83; VI, 31.
ministros (serventes), I, 67.
Mir-almuminim, III, 78 e sgs.
Mir-Hocem, X, 29, 36.
Mirra (mãe de Adônis), IV, 63.
____ (Balsamodendron Myrrha), X, 135.
mirtos, IX, 57.
móbile primeiro, X, 85.
moça (filha de Titão), II, 13.
Moçambique, I, 45, 54, 77; II, 17; V, 84.
Moçandão, X, 102.
mocidade perpétua, II, 10.
mofina, II, 39, nota 4.
Mogor (Mongol), X, 64.
molosso, III, 47.
Moluca, rio corrente da Mauritânia, III, 105.
Molucas, X, 132. V. Maluco.
Mombaça, I, 54, 101, 103; II, 56, 59; V, 45, 84; X, 27.
Monçaide, VII, 24, 30, 67 e sgs; VIII, 1.
mondar-se (limpar-se), IX, 27.
Mondego, III, 80, 97, 120, 135, etc.
Monomotapa, X, 93. V. Benomotapa.
montanha (fig., os monteiros, os caçadores de monte), III, 47.
montes eólios, III, 8.
______ Sete Irmãos, IV, 37.
mora (demora), IX, 73.
mores (maiores), VI, 33.
Morfeu, IV, 68.
morrer (significa estar desesperado), VI, 6.
mortífero engano, II, 48.
moscada (noz), X, 133. V. flor de Banda.
Moscóvia, VI, 95.
Moscos (moscovitas), III, 11.
mostras (aparências, maneiras, palavras, demonstração, vestígios), I, 56, 69; II, 15,
16, 42, 101, etc.
moura (morra), II, 41.
Moura (povoação do Alentejo), III, 62.
move (por “movem”), III, 38; sujeito no plural, verbo no singular. Mas pode ser
Egas o sujeito do verbo, continuado este do “se parte” do verso 1 (Fontes, p. 623).
mover (comover), II, 32, 127.
Moluca (Moluia), rio de Marrocos, III, 105.
mundas almas (puras, limpas), X, 85.
múrice (bicho de seda), II, 99.
musa antiga (poetas antigos), I, 3.
Musas, I, 3, 11; III, 2; VIII, 99 e passim.
Mussendom, X, 102.
N
Nabateus, I, 84; IV, 63.
nadantes aves, IV, 49.
nado (nascido), VIII, 9.
Náiadas (texto – “ádes”), III, 56.
Naires, VII, 37, 38, 73; X, 13, etc.
namorar, II, 34.
não (advérbio de negação que não se emprega hoje antes de alguns verbos), II, 19.
Não menos (de mais a mais), II, 111.
_________… que (tanto… como), III, 13.
Nápoles, IV, 61. V. Partênope.
narciso (flor de Cifísia), IX, 60.
Narsinga, VII, 21; X, 14, 120.
natura, I, 53.
Nau (constelação), IV, 83.
náutico aparelho, II, 18; IV, 76.
Navarra, III, 19; VI, 56.
navegar-se (conjugação passiva representada pela forma reflexa), I, 52; III, 10.
néctar, I, 41.
nefando exército, III, 52.
negaça, I, 86.
negro esquecimento. V. Letes.
Nêmesis, III, 71. V. Ramnúsia.
Nemeu, V, 2.
nenhuma, VIII, 83.
Neptunino, -a, I, 58; II, 2; III, 15; IX, 42, 49.
nequícia (iniqüidade), VIII, 65.
Netuno (deus da fábula), I, 3, 58, 72; II, 2, 47; III, 51; V, 11, 51; VI, 9.
______ (planeta), VIII, 32.
______ (animais de), III, 51; IV, 21.
Nereidas (filhas de Nereu), I, 96; II, 19, 20, 112; V, 52; VI, 8, 20; IX, 22, 40.
Nerine, II, 20.
Nero, III, 92.
Nhaia (Pedro de), X, 94.
Nicolau Coelho, IV, 82; V, 32.
______ sacro, V, 74.
Nilo, II, 53; IV, 62; VII, 7, 61; X, 33.
ninfas, I, 4 (Tágides), 96 (Nereidas); II, 19, 20 (Cloto, etc.); V, 99 (filhas do Tejo);
III, 135 (filhas do Mondego); VI, 86 e sgs; IX, 40 e sgs; 64 e sgs; X, 2, 5 (sirena), 7,
etc.
ninho, I, 10; II, 33; VII, 30, 68; VIII, 3, 71, etc.
Nino, III, 126; IX, 34.
Niobe, X, 95.
Nisa, I, 31; VII, 52, 53.
Nise, II, 20.
nítido, III, 63.
nomais (não mais), III, 67; X, 145.
Nobá, X, 95.
nobreza (ornamentação, decoração), VII, 51.
Noturno (deus), II, 1; nome próprio dum deus da mitologia grega; ou nome
adjetivo concordando com deus do Érebo – região tenebrosa do Inferno da
mitologia romana; dividem-se as opiniões dos comentadores.
Noé, VI, 78, 81.
nojo (pesar), IV, 43; V, 56.
nojosa criação, V, 79.
nomear-se, ser conhecida, III, 10.
Noronha (D. Garcia de), X, 62.
Noruega, III, 10.
notificar, I, 54.
Noto (vento), I, 27; V, 67; VI, 76.
noto (sabido), II, 28.
nova estrela (Cruzeiro do Sul), V, 14.
novo engenho (outro, diverso), I, 4.
____ hemisfério (que ainda não tinha sido descoberto), V, 14.
novo reino (mais um), I, 1.
____ atrevimento (id.), I, 18.
____ exemplo (id.), I, 9.
noz moscada, X, 133.
nua amizade (sincera), VIII, 62.
___ e falsa conta, III, 110.
___ justiça, X, 58.
Numa Pompílio, VIII, 31.
numerosos (versos), melodiosos, I, 9; que tem o devido número de sílabas, pausas e
acentos.
nunca (sem idéia de tempo, mas apenas como negativa reforçada = de modo
nenhum), II, 53.
núncio (apóstolo), X, 111.
Nun’ Álvares Pereira, I, 12; IV, 14 e sgs; VIII, 30, 32.
nus espíritos, V, 89; X, 5.
O
Obi (rio que tem hoje o nome de Doara, segundo Borges de Figueiredo), X, 96.
Óbidos, III, 61.
obrigar (impelir, provocar, induzir), II, 38; (dar direito a alguma coisa), I, 26.
obseqüente (obsequiar), I, 72.
obumbrar, VI, 37.
Oceano, deus da mitologia grega, VI, 20.
______ Atlântico, V, 10.
______ Glacial Ártico, II, 55.
______ Índico, IX, 3.
Octaviano (triúnviro), IV, 59. V. Augusto.
Octávio, V, 95.
odoríferas costas (marítimas), IV, 63.
V. Pancaia.
odres de ventos, V, 89.
oferecer (sujeitar-se), III, 38, 40, 69, 104, etc.
oferecido (por “oferecer-me”), III, 38.
ofício de rei, II, 84.
Ofir (Dafar), X, 124.
Ogígia, II, 45.
Oja, X, 39.
olhar (ver, considerar), I, 45, 73.
olho do céu (o Sol), X, 89.
olhos (lágrimas), IV, 87.
Olimpo, I, 17, 20, 35, 42; VI, 34; IX, 90, etc.
oliveira de Minerva, IV, 13.
ondas (navios), VII, 41.
onde (por onde = pelo que), II, 6.
Onfale, III, 141.
opressões, VII, 26.
orbes (esferas), X, 78.
Órcadas, V, 11.
ordenar, VIII, 50, 64, 88; em II, 81, supõe o Sr. Dr. J. M. Rodrigues ter havido erro
tipográfico, devendo ler-se “ordenassem de ver-nos destruídos” (Fontes, p. 379).
______ (desejar?), II, 81.
______ (preparar, dispor em ordem), VIII, 50, 64, 88; X, 32, 117.
______ (resolver), VIII, 91.
orelhas (ouvidos), IX, 9.
Orfeu, III, 1, 2; VII, 29.
Oriás, VII, 20.
Oriente (significando, geralmente, a Índia), I, 15, 30, 42, 50 e passim.
Orionte, VI, 85; X, 88.
Oritia, VI, 88.
Orixa (Orissa), X, 120.
Orlando, I, 11; é nome dum personagem (inventado) do Orlando Innamorato, de
Boiardo (1441–1494), e do Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto (1474–1533); é
o Roland paladino dos poemas românicos do tempo de Carlos Magno, e também
escritos sob as formas de Ruitland, Ruoland, Rotland, e, em português, Roldão.
Ormuz, II, 49; X, 41, 53, 100.
Otomano, III, 12; VIII, 4.
Ourique, III, 42, 45 e sgs.
ouro, V, 10, 28.
ouvidos por espanto. V. Codro, Cúrcio.
ovante, III, 73.
P
pasce, VI, 10; cf. apascenta, VII, 74.
Pacheco (Duarte Pacheco Pereira), I, 14; X, 12, 15, 17, 23.
Pacífico (Mar), X, 141.
Pactolo (rio), VII, 11.
Pado (rio Pó), I, 46.
Padre (epíteto respeitoso de Júpiter; outras vezes, de Baco), I, 22, 30, 38, 40, 74; I,
33, 38 e passim.
Pádua, III, 14.
Páfia, IX, 60.
Pafos, V, 5.
pagão, VI, 1, 3. V. gentio.
pago (pagamento), X, 53.
Paio Peres Correia (mestre da ordem de S. Tiago), VIII, 25.
___ Rodrigues, VIII, 34.
Paiva (Afonso), IV, 64, 65.
Palas (Minerva), II, 78; VIII, 4.
Palêmon, VI, 23.
Palestina. V Judéia.
pálida, V, 39.
palma (folhas de), I, 46; III, 90; IV, 55; VII, 1; VIII, 24; X, 42, 56.
Palmas (cabo das), V, 12.
palmeira (nascida no túmulo de Henrique Bon), VIII, 18.
Palmela, III, 65.
Pam (Pahang), X, 125.
Panane, X, 55.
Pancaia, II, 12. V. odoríferas.
pandas asas, IV, 49.
panelas sulfúreas, I, 68.
pangaios, I, 92. V. almadias, zambus.
pânico, III, 67.
panônios, III, 11. V. Hungria e Lotaríngia.
Panopéia (Nereida), VI, 23.
panos (vestuário), I, 47; VII, 43.
Pantéia, X, 48.
Papa, III, 15; VII, 4.
Paraíso, III, 72; IV, 64, 70, 71; cf. Elísio, VIII, 111.
Parcas, I, 34; IX, 38.
parecer, IV, 29 (“se o não é, parece-o”). O Sr. Dr. J. M. Rodrigues supõe que deveria
ler-se “e se não o parecer, é que…” (Fontes dos Lusíadas, pp. 253–4).
______ mal entendido, III, 139.
parecer-se (ver-se), I, 38; III, 141; VII, 69.
Pares da França, I, 12.
Parnaso, I, 32.
párseos (persas), X, 40.
partazanas, I, 67.
Partênope, III, 19; IV, 61.
partes (merecimentos), X, 73.
_____ (parcialidade, partido), I, 36.
_____ (regiões), II, 40.
_____ (qualidades), II, 71 (Fontes, p. 479).
partir-se (partir), I, 41, 72; V, 30, etc.
pascer a vista, VI, 10.
passar (exceder), VI, 25.
_____ (morrer), V, 50; IX, 95.
_____ (ser desculpado), I, 39.
passos (lugares), X, 16.
pastoral campanha, III, 49.
Patagônia, X, 141.
Patanes, VII, 20; X, 125.
paterno ninho, I, 10. V. ninho.
pátrio Marte (guerra em defesa da pátria), III, 15; IV, 15; VI, 56.
pátrios (patrióticos), I, 9.
pau cheiroso (aloés), I, 129.
___ vermelho (pau Brasil), X, 140.
Paulo (S.), VI, 81. V. Gama.
paz dourada, I, 17; III, 96.
peão, III, 66.
Pedro (D.), infante, filho de Afonso IV, III, 121.
_____ (D.) I, de Castela, III, 136 e sgs.
_____ (S.), apóstolo, IV, 13.
_____ (D.), filho de D. João I, VIII, 37.
_____ (D.), cru, de Castela, III, 136.
_____ (D.), de Meneses, conde de Viana, VIII, 38.
_____ Fernandes de Castro (Castelhano), VIII, 22.
_____ (D.) de Sousa, capitão de Ormuz, X, 104.
_____ do Alandroal. V. Pero.
pego (mar), V, 73.
Pegu, X, 122.
peito (ânimo, sentimento, valor, índole, intenção), I, 3, 5, 70, 76, etc; II, 9, 50, 71,
83, 85, etc; III, 109, 114, etc; VIII, 94, etc.
peitos altos (homens valorosos), X, 23.
_____ eloqüentes (talentos), III, 13.
_____ (couraças), I, 67; IV, 22.
Peixes (constelação), I, 42.
pejo (embaraço, receio), X, 42.
péla (bala), I, 89.
pela… (para a…), IV, 61. V. pera.
Peleu, V, 52.
pelejar, II, 40, 49.
pelo. V. polo.
pelouros, VI, 98; X, 35.
_______ (balas de arcabuz), I, 67.
Penates, IX, 17.
pende onde… (dirige-se para onde), IX, 25.
Pendentes troféus, I, 25.
penedos, V, 56, 59.
penetrante pancada, I, 37.
peno (cartaginês), III, 116, 141.
V. Aníbal.
pente, VI, 17.
Pentesiléia (forte dama), III, 44.
pequeno em força e gente, III, 42.
pera (para), I, 36, 44, 47, 61 e passim (umas vezes, ferindo-se o “e” na pronúncia;
outras vezes, elidindo-se, conforme a exigência do metro).
Perceu (constelação), X, 88.
perdida (exausta), I, 28, 81.
peregrino (diversos significados: estrangeiro, desconhecido, raro, recôndito), I, 26,
58; II, 32; III, 142, etc.
pereira (árvore), IX, 59.
Pereira (Nuno Álvares), IV, 30, 31, 40. V. Nuno Pacheco.
______ (D.) Pedro Álvares e D. Diogo Pereira, IV, 32.
perianto roxo, II, 37.
perigo, IV, 29; V, 43, 44, 45. V. dano.
Perilo, III, 39.
Perimal, VII, 33 e sgs; VIII, 82.
Peristera, IX, 24.
perlas (pérolas), I, 23.
Pero Rodrigues, de Ladronal, VIII, 33.
Persa (Zópiro), III, 41.
Pérsia, Persas, I, 24; IV, 64, 101; IX, 58; X, 103.
Pérsico (estreito), IV, 64; X, 100.
pertinace (pertinaz), V, 44.
perros (cães – epíteto injurioso aos mouros), III, 48.
pesa-lhe ao mouro (o mouro arrepende-se), I, 90.
peso grosso dos exércitos, I, 15.
pêssego, IX, 58.
Pétrea (Arábia), IV, 63.
petrina, II, 36.
pífaros, IV, 27.
pimenta, V, 28; VII, 31, 35, 58; VIII, 77; IX, 14; X, 123.
Pindo, III, 2.
pinheiro, IX, 57.
pintada ilha (pitoresca? imaginária), IX, 89.
Pirene, Pireneus, III, 16; IV, 57; VII, 71, etc.
Pirítoo, II, 112.
Piróis, V, 61.
Pirra (mulher de Deucalião), VI, 78.
Pirro, III, 131; VIII, 6.
piscosa, III, 65.
Pitágoras, VII, 40.
plaga (praia), VII, 61.
planeta (fig., sorte, destino), III, 19.
______ (gênero feminino nalgumas crônicas), V, 24.
______ lúcido (Sol), II, 1.
planta soberana (que dá os cocos da Maldiva), X, 136.
Plínio, V, 50.
plúmbeo (de chumbo), I, 89 e passim.
Plutão, II, 112. V. Dite.
Pó (rio). V. Pado.
pó sulfúreo (pólvora), II, 91.
poder (força militar), III, 35, 62; VIII, 30.
_____ (possa mais comigo), II, 44.
pois; esta conjunção aparece por vezes, no poema, simplesmente como
continuativa, I, 12, 13; III, 140, etc.
Poleás (párias), VII, 37.
Policena, III, 131.
polícia (costumes, civilização), VI, 2; VII, 12, 72; X, 92.
Polidoro, VIII, 97.
Polifemo, V, 28, 88.
Polimnestor (rei treício), VIII, 97.
polo (contração da preposição “por” e do artigo “lo”; pronunciando-se “pulu”), I,
34 e passim.
pólo (significando “céu”), I, 24; II, 105; III, 45; V, 14; VI, 76.
____ Antártico, V, 51.
____ de Calisto, V, 13.
____ fixo, V, 14.
Polônios (Panônios), III, 11.
pombas, IX, 24.
Pomona, IX, 58.
Pompeu Magno, III, 71; IV, 32, 62.
Pompílio (Numa), VIII, 31.
Pompônio, V, 50.
Ponane. V. Panane.
Pondá, X, 72.
ponente, ocidente, III, 115.
ponto (mar), IX, 40.
por (para), I, 18, 40, 44, etc; V, 36, 41, etc; VIII, 85, etc.
porco de Erimanto, IV, 80: um javali (porco montês) aterrava os habitantes da
Arcádia; aparecia nas matas de um monte chamado antigamente Erimanto, que
Borges de Figueiredo supõe chamar-se hoje Chelma (cf. Khelmas no Dict. Illustré,
Larousse, t. IV, s. v. “Grèce”, p. 492); alguns geógrafos identificam esse monte com
o atual Olenos na Moréia [Peloponeso]; o tal javali era muito feroz e corpulento;
matá-lo por suas próprias mãos foi um dos doze perigosos trabalhos de Hércules.
por detrás (para trás), I, 40, etc.
por diante, I, 44, 101, etc.
porfia, I, 34, 36; V, 66, 67; VI, 44, etc.
Poro, VII, 21.
por que (para que), I, 4, 44; III, 75; V, 22, 36; X, 80, etc.
Porteiro divino, III, 15.
Porto (cidade), VI, 52.
porto de verdade, II, 32.
Portugal, III, 25. V. Lusitânia.
postura, V, 39.
potente, I, 51 e passim.
Potestade, V, 38.
povo, III, 122, 124, 130.
prática, conversação, I, 73 e passim.
Prasso, I, 43, 77.
prata fina, V, 28.
prazer (a seu), I, 93.
preclaros, V, 47.
preço (valor militar, coisa de valor), I, 5; II, 50, etc.
preminência, II, 87; no verso 2, “por observar” deve entender-se “para observar”; o
vocábulo “preeminência” (IX, 89) deverá significar “o regimento”? (cf. Fontes, p.
506).
__________ (respeito), II, 87.
pregão, I, 10.
prêmios, IX, 91.
pressago, I, 84.
pressa, II, 25; VIII, 30.
_____, no sentido habitual, II, 20; V, 32; mas significando “aperto”, “situação
difícil”, II, 25.
pressuroso sol (sem parar), II, 72; cf. “perpétua roda”, VII, 60.
prestes (prontas), IV, 84.
pressuposto (propósito), III, 59; V, 100.
prima (quarto de…, a primeira hora de vigia a bordo), VI, 38.
primor (glória), VIII, 6.
Princesas Catarina e Filipa de Lencastre, IV, 47.
prisão das almas, V, 48.
prisca idade, VIII, 65.
privado (íntimo), I, 39.
______ (válido, proibido – os dois significados no mesmo verso), III, 91.
proa, I, 48; II, 22, etc.
procela, VI, 71.
proêmio, VIII, 74.
Profeta (Cristo), VII, 69.
______ (Maomé), VII, 34.
profligados (desbaratados), X, 20.
progenitor, VIII, 9.
Progne crua, III, 32.
Prometeu, IV, 103.
promontório, I, 43.
pronto (atento), III, 3; V, 24; VI, 70; VII, 59; VIII, 43, etc.
propor (expor), II, 19; IV, 76.
propósito, I, 27.
propriamente (vários sentidos), III, 142; VII, 52; IX, 55, etc.
próprios da terra (indígenas), I, 53, 54; X, 51.
Próteu, Proteio, Proteu, I, 19; VI, 36; VII, 85; X, 7.
Providência divina, X, 83.
província (reino) de Portugal, IV, 15.
províncias (regiões), VII, 32; X, 139.
Prússia, III, 10.
Ptolomeu, V, 50; IX, 2.
publicar (dizer, atestar), VIII, 37.
pudibunda, IV, 75.
pudica, II, 53.
puro gosto (simples prazer espiritual), V, 100.
____ medo (simplesmente medo, somente medo, sem motivo para ele), III, 105.
Q
quadrupedante, X, 72.
quaisquer…, quaisquer (ora… ora), V, 83.
qual…, qual… (uns…, outros…), I, 92; IV, 90, 91; VI, 64.
qual…, tal (tal, qual), I, 35.
quando ireis (quando fordes), I, 9.
quartos de vigia, II, 60; VI, 38.
que (empregado como conjunção causal com a significação de “porque”), I, 3, 84,
95, 102, etc.
___ (para que), I, 5, 6; II, 17, etc.
___ (empregado pleonasticamente), I, 55, 83, 85, 101; IV, 87, 97, etc.
___ (empregado com significação adversativa), IV, 29, etc.
___ (com a significação de “quando”), III, 69; VII, 79, etc.
___ relativo (hoje empregado como conjunção), II, 4, etc.
___ “que por ele”, pelo qual, X, 77, etc.
___ “que seu nome”, cujo nome, X, 39.
___ “que lhe”, ao qual, I, 95; II, 40, 43; X, 99, etc.
___ (quem), I, 95 (v. Fontes dos Lusíadas, pp. 493–4).
que pois (transposição = visto que), II, 82.
quebrada lei (transgredida, não cumprida), I, 28.
quebrantar (transpor), V, 41.
quebranta-se o coração, I, 89.
Quedá, X, 123.
quedo, I, 80; V, 56.
Quelimane (rio dos Bons Sinais), V, 75, 78.
quem…, quem… (uns…, outros), I, 92.
____ (referindo-se a coisas), II, 37 e passim.
quente especiaria (pimenta), V, 28.
querer…, quero, II, 40.
Quersoneso, II, 54; VII, 18; X, 124.
Quilmance, X, 96.
Quíloa, I, 54, 96; V, 45; X, 26.
Quimera, VII, 47.
quinas na bandeira, VIII, 19. V. escudos.
Quinto Fábio, X, 21.
Quirino (Rômulo), IX, 91.
R
rábido, III, 47.
raios de artifício, II, 90.
Ramnúsia, V, 80.
ramo de árvore… (descendente de família…), VIII, 71.
rapace, VII, 86.
Rapto (rio), X, 96.
rapto (rápido), X, 86.
raro (ralo, transparente), II, 37.
___ (falho, não vulgar), III, 34.
rãs. V. lícia gente.
___, II, 27: “as rãs… saltando, o charco soa”: pode o poeta ter empregado o
particípio “saltando” como equivalente a “saltam”; seria assim uma oração principal
de particípio imperfeito [genitivo], como tantas que aparecem ainda em alguns dos
melhores escritores do século XVI” (Fontes dos Lusíadas, pp. 411, 641).
razão (justiça), I, 52.
____ (inteligência), I, 53.
____ (argumento), I, 30.
____ (notícia), I, 97.
recado, I, 104, 105; II, 9, 14.
recebimento (reverência, cortesia), VI, 26.
receio de perigo, II, 14.
reciprocar-se, X, 40.
recíproco, IX, 49.
recontar, V, 91.
rédeas do reino, I, 15.
redondas (enfunadas) velas, IX, 49.
refocilar (alentar), IX, 20.
reformar-se (descansar), I, 40.
refresco, I, 55, 60.
regedor, regente, I, 55, 59, 94; V, 71; VII, 44; VIII, 52, 79, etc.
régia pompa, IX, 85.
regia-se (era governado), III, 91.
regimento (instruções, ordens), I, 21, 102; II, 83, 87, etc.
Régulo (Marco Atílio), IV, 53.
rei benigno, II, 82; parece que a defeituosa construção de toda a estância ficaria
sendo regular substituído “ó” por “és”, e separando por ponto final o verso 4;
todavia cf. Fontes, pp. 229, 392, 505.
___ potente, II, 46.
reino (empório), I, 1.
____ neptunino, IX, 42.
____ que confina com o terreno seio, IX, 21.
Reis da Índia, II, 46.
reis mouros, III, 44, 51, 78.
___ (dia de), V, 68.
relevar, II, 64; IX, 29.
remando; os barcos vão remando, II, 106; fig., barcos em vez de tripulantes
(metalepse).
remédio (auxílio), II, 79.
remete (arremete), III, 47.
Reno, rio, III, 11, 58.
reparo (defesa), III, 19.
Repelim, X, 65.
reprende (repreende), VIII, 28.
respirar, I, 19, 22; o sujeito deste verbo em II, 68, é “ventos” e não “navios”.
Restelo, IV, 87. V. velho.
retrato, II, 11.
revolver o peito, as entranhas, a mente, os fados, o céu, a obrigação, o mar, etc., I,
76; II, 43, 104; III, 30; IV, 68; IX, 19, etc. – quase sempre empregado
transitivamente, exceto em II, 92.
real… real (vozes de aclamação do rei), III, 46.
ribeiras (margens, ora de rios, ora de mares, ora os habitantes delas), I, 87; IX, 70; X,
10, 50, 101, etc.
Rifeus, montes, III, 7.
rio do esquecimento, X, 9. V. Letes.
___ santo (Ganges), I, 8.
___ do inferno (Letes), I, 32.
rito (religião), III, 117; IV, 62.
robusto peito (ânimo enérgico), III, 12.
Roçalgate, X, 101.
Rodamonte, I, 11: “é nome inventado por Mateus Boiardo, autor de Orlando
Furioso; e nome modificado em ‘Rodamonte’ pelo poeta Ariosto (1474–1533),
autor do Orlando Furioso; outra modificação da palavra foi ‘Roramonte’, por
Francisco de Morais, na Crônica de Palmeirim de Inglaterra” (Fontes dos Lusíadas,
já cit.).
Ródano, III, 16.
rodear-se (tomar a forma de espiral), V, 19.
rodeios (viagens), VII, 61.
Rodes, IV, 62; V, 40, 87.
Ródope, III, 12.
Rodrigo Dias de Bivar (o Cid), IV, 8.
Rogeiro (Rogério), I, 11.
Roma, III, 15, 22, 126, etc.
romã, IX, 59.
romance (língua vulgar em França e Itália), X, 96.
Romano (Trajano), I, 75.
Romanos, I, 24, 33; VI, 30; VIII, 36.
rompente exército, III, 48.
romper (partir, quebrar, destruir), I, 35; X, 57.
Rômulo, I, 26; III, 126.
ronco (tom cavernoso), X, 22; III, 77.
rosas, III, 142; IX, 41.
rota (rumo, viagem), I, 29, 100.
roto, desbaratado, III, 53; VIII, 24.
V. romper.
rotundo, X, 7.
roxas ribeiras, X, 50.
roxo (vermelho), I, 28, 59, 82; IV, 60 e passim.
____ estreito (o de Bab-el-Mandeb), X, 137.
____ fruto, X, 133.
____ mar, II, 49; X, 62.
rúbido horizonte, II, 13.
rudo (rude, diversos sentidos), I, 5; II, 65, 110; V, 17, 34, 98; VIII, 49; IX, 32.
Rufia (Alfeu), IV, 72.
Rui Dias (nome dum soldado nobre da vila de Alenquer), X, 45, nota 3.
___ Pereira, VIII, 34.
Rumes, X, 62, 68.
rumor (fama, tradição), III, 29; VII, 60.
Rússia, III, 11.
Rutenos, III, 11.
rutilante, I, 22.
S
S. Brás (angra de), V, 61.
___ Lourenço (Madagascar), I, 42; X, 39.
___ Nicolau, V, 74.
___ Rafael (arcanjo), V, 78.
___ Telmo (fogo de), V, 18.
___ Tiago, III, 113; IV, 40; V, 9.
___ Tomé (apóstolo), V, 12; X, 108 e sgs.
________ (ilha), V, 12.
___ Vicente, III, 74.
Saara (Azenegues), V, 6.
Sabá, X, 52.
Sabéias, IV, 63.
sábio (sagaz, astuto, previdente), I, 3, 55, 83, etc.
sacras aras, II, 15.
sacro promontório, III, 74.
____ verso (a Bíblia), X, 84.
sagaz, I, 83.
sagitíferos, I, 67.
Sagres, III, 74.
Salácia (Alcácer do Sal), VI, 16.
Saladino, III, 87.
Salado (batalha do), III, 116.
Salamina, V, 87.
salso argento, I, 18; VI, 3.
____, salgado, I, 18; II, 2, 14; III, 6, etc.
Samaria (“á” no texto), VII, 39.
Samatra, X, 124. V. Sumatra.
samnítico jugo, VIII, 15.
Sâmnio, VIII, 15.
Samori, VII, 22, 36; X, 11, 65.
Sampaio (Lopo Vaz), X, 56, 59, 61.
Sanagá (Senegal), V, 7.
Sancho I (D.), III, 75, 85; VIII, 20 e sgs.
_____ II (D.), III, 91 e sgs.
sândalo, X, 134.
sanguino, sanguinolento, sanguinoso, I, 17, 79, 88; III, 23, 59.
Sansão, IV, 12.
Santa Catarina, X, 43, 99.
_____ Cruz (ilhéu), V, 65.
__________ (Brasil), X, 140.
_____ Helena (angra de), V, 26.
Santarém, III, 55, 74, 78; VIII, 19.
Sapiência Suprema, X, 76.
Sara, III, 140.
Saramá, VII, 32.
Sardanapalo, III, 92.
Sarmatas, III, 11.
Sarmático Oceano (Báltico), III, 10, 11.
Sarracenos, III, 23, 42, 58, 110; IV, 52; IX, 6, 94.
Saturno (mitologia), III, 22; X, 82.
______ (planeta), X, 89.
Saul, III, 111.
Saxones, III, 11.
sazão (ocasião), X, 46.
Scalabicastro, III, 55.
se (na forma pronominal de verbos de movimento), é empregado freqüentemente
nos Lusíadas: “ir-se”, “partir-se”, “tornar-se”, “saber-se”, etc., I, 41; II, 17; III, 97, etc.
secreta, invisível, II, 1.
segundo (porque, visto que), I, 105; III, 35; V, 31.
_______ (em conseqüência de), IX, 7.
_______ (precedido de “a”), VIII, 47.
segurança (penhor), I, 6.
seguro (a seu seguro), V, 36.
______ (confiado, firme), I, 37, 99; III, 143.
seio (golfo, sinuosidade), III, 14; VII, 33; IX, 2, 21; X, 106.
seita, I, 57.
selo (remate, façanha final, a mais notável), II, 72.
selva Idéia, II, 35.
Semele, II, 10; VII, 52. V. Baco.
Semicapro peixe (trópico de Capricórnio), V, 27.
semideuses, IX, 92.
Semíramis (“âmis” no texto), III, 100; VII, 53.
Sena (Sequana), III, 16.
Senegal, V, 7.
senhor, amo, VIII, 14.
senhorio (possuidor, o que exerce domínio, reino), I, 16, 53; III, 7, 17, 29, etc; X,
108.
sentença (voto, parecer), I, 30.
sentido (sem), ao acaso, braços de uns, pernas de outros, III, 32.
sentimento do morto, IV, 6.
Sepúlveda (Manuel de Sousa), V, 46, 48.
Sequana (Sena), III, 16.
sequazes, I, 71. V. veloces.
Sequeira (Diogo Lopes), X, 52.
ser (no sentido de “haver”, “existir”), III, 23; IV, 8; VI, 28, etc. (Fontes, p. 412)
___ (no sentido de “estar”), V, 51; VI, 54, etc.
___ (ter), I, 76, 104; VIII, 95 e passim.
sereia. V. Sirena.
sereno céu, I, 59 e passim.
Serpa, III, 62.
serra (montanha), III, 51. Seja corrigida assim a nota 3: “as forças empregadas no
combate seriam suficientes para derrubar uma montanha”.
Serras de Conca, IV, 10.
_____ de fogo, X, 19.
_____ da Lua (Cabo da Roca), III, 56.
Sertório, I, 26; III, 63; IV, 33; VIII, 7.
sestas (calores), IX, 67, 83.
sestra mão, IV, 25.
setas envenenadas, I, 86; X, 44.
sete caçadores, VIII, 25.
____ flamas (constelação), VIII, 72.
____ Irmãos, montes, IV, 37.
____ milagres, V, 40.
setentrional meta (Norte), III, 6.
seva mesa, III, 133.
Sevilha, III, 75; IV, 46.
si (em si diziam), I, 45; (em si cuidando), I, 60.
___ (sim), V, 94.
___, consigo, I, 45, 60, etc.
Sião, X, 123.
sibilante, III, 49.
Sicília, III, 93.
Sículo (estreito de Messina), IV, 62.
Siene (Assuã), III, 71.
signos, influição de, V, 23.
Sila (cônsul romano), IV, 6. V. Cila.
Silveira (Antônio da), X, 62.
______ (Gonçalo da), X, 93.
Silves, III, 86, 88.
Sinai, X, 99.
Sínis, III, 39.
singulares (únicas), I, 15.
Sinon, I, 98.
Sintra, III, 56; V, 5.
Siquém, III, 140.
Siracusa, IV, 72.
Sirena, V, 88; X, 5, 45.
Sirtes, VI, 81.
siso, II, 59; VIII, 14.
sitibundo, IV, 44.
Smirna, V, 87.
so- (sub, sojugar, someter, sotil, etc.), I, 32, 75, 92, etc.
soados, celebrados, V, 92, 94.
soar (intransitivo, dar som), II, 27; X, 74; em II, 103 (transitivo, cantar, celebrar),
“se soa” equivale a “se soam” (são celebrados): sujeito “grandes feitos” (um dos casos
de verbo no singular e sujeito no plural); cf. Fontes, p. 620.
Soares. V. Lopo.
soberano (grave), I, 22.
_______ (venerando), VII, 77.
_______ (dominador), II, 44; VII, 14.
_______ (brilhante), X, 71.
_______ (maravilhoso), III, 2; X, 136.
_______ (excelente), III, 93; IX, 21.
soberbas castelhanas (a soberba dos castelhanos), III, 99.
soberbo, -a (rico, magnífico, forte, excelente, etc.), I, 44; II, 80; III, 6, 14, 34; V, 45,
etc.
sôbolo (sobre o), IX, 60.
sobraçado, I, 47.
soco, X, 8.
socorrer-lhe (socorrê-lo), VI, 48.
Socotorá, X, 137.
soer (costumar), III, 1.
sóis (dias), V, 37.
Sofala, I, 54; V, 73, 74; X, 94.
Sofenes, III, 72.
Sol, I, 28. V. sóis.
___, novo, II, 110.
___, altura do, V, 26.
___ (claro olho do céu), X, 89.
Soldão, IX, 3.
sólio, I, 37.
sombra (alma), III, 131.
somenos, V, 29.
sono aceito, IV, 68.
sonho de el-rei D. Manuel, IV, 69 e sgs.
_____ de Vasco da Gama, II, 61 e sgs.
sonoro, V, 60.
sonoroso, I, 5; V, 60; IX, 54; X, 74, 128.
sórdido (avarento), IV, 10; (sujo, de carvão), VI, 78.
sós (somente), II, 18, 27.
sotopostos, V, 58.
Sousa (D. Pedro de), X, 104.
_____ (Martim Afonso de), X, 63.
Suaquém, X, 97.
subidas (formosas), IX, 40.
subido (elevado) ao céu, X, 70.
_____ (nobre), I, 14; II, 86; III, 24, 83.
sublimada (suprema), V, 38.
sublimados (nobres), V, 92.
sublimar (engrandecer), I, 4, 74.
sublima-se, III, 108; VI, 11.
sublime, I, 5, 49; IV, 41.
sutil (hábil), V, 82.
____ (leve), I, 92.
____ (diáfano), V, 19.
____ (talentoso), II, 113; V, 82.
sutil partido (engenhosa resolução), IX, 23.
sutileza (talento), VII, 51.
suceder, I, 44; III, 78.
Suécia, III, 10.
Suez (Arsínoe), IX, 2.
sujeitar, III, 122, 127.
sulfúrea, I, 68.
Sumano, IV, 33.
Sumatra, X, 135.
Sunda, X, 134.
superar, VIII, 9.
superbíssimo, VII, 4.
superno senhor, I, 10.
surgir (o navio), I, 102; II, 74; V, 84.
sus (interjeição), VII, 1.
suspeita de terra ocidental, V, 4.
sustentar, I, 39.
T
Tágides, I, 4. V. Tejo.
______, filhas do Tejo, V, 99.
tal. V. qual.
tálamos, III, 122; VI, 6.
talhas ao leme, VI, 73.
tão (muito), II, 4.
tamanho (muito grande), IV, 95.
_______ (tão grande), I, 44; IV, 82.
Tánais (rio Dom), III, 7, 11.
Tânger, III, 77; IV, 55.
Tanor, rei de, X, 14.
tanto, tanta, podem considerar-se empregados absolutamente (= muito) em III, 22;
IV, 51 (Fontes, p. 510).
___ (advérbio, tão), I, 71, 100 e passim.
___ (adjetivo, em sentido absoluto significando “muito”), I, 76; II, 86; III, 22; IV,
50, etc.
Taprobana, I, 1; X, 51, 107.
tardanças, VIII, 79, 80.
Tarifa, III, 109.
Tarpeia, VIII, 97.
Tarquínio, III, 140.
Tarragonês, III, 19.
Tartesso, Tartéssios (Guadalquivir), III, 100; VIII, 29.
Taumante, II, 99.
Tauro, monte, III, 73; VII, 18 (é também nome de um dos signos do Zodíaco, cf. II,
72, nota 3).
Tavai, X, 123.
Tavila (Tavira), VIII, 25.
Tebas, IX, 19.
Tebano (Hércules), III, 18; IX, 91.
______ (Baco), I, 73; VI, 25; VIII, 3.
tecer engano, I, 77.
Tejo, I, 14, 25; III, 60; IV, 28, 84; V, 99. V. Tágides.
telas de ouro, V, 99.
temerária confiança, III, 38.
temeroso, I, 68; II, 59; III, 47, 65, 90; IV, 89, etc.
Temistitão (México), X, 1. “Hernán Cortéz, tendo descoberto o litoral da região
que hoje constitui a república do México, conquistou, para a coroa da Espanha,
uma cidade no interior e que era denominada Mexica Tenochtitlan (ou
Temixtitan?). Mexica era uma tribo dos Aztecas – povos indígenas, civilizados e
industriosos, cujos templos, palácios e necrópoles eram dignos de admiração.
Tenochtitlan era um vocábulo que, traduzido por missionários espanhóis que ali
viveram pouco depois da conquista, significava túnel de piedra, rememorando a
lenda de que, naquele sítio, à beira duma lagoa, estavam muitos indígenas, e viram
dentro dela e sobre uma pedra, à superfície, uma grande águia de asas abertas
viradas para o Sol e segurando uma serpente nas garras e no bico (uma águia assim
pintada foi brasão da cidade quando colônia espanhola, sendo também emblema da
república). Os indígenas prostraram-se ante aquela aparição, crendo ver nela um
oráculo explicando a visão que tivera um dos mais velhos então presentes, e que
sonhara ter ouvido uma voz, dizendo que ali, na lagoa, estava sob uma pedra o
coração duma divindade gentílica, e que, na mesma lagoa, se levantaria uma cidade
que seria admirada no mundo. Com efeito, a Cidade do México foi edificada no
sítio em que ainda hoje existe, que é muito perto das lagoas Texcoco, Xochimilco e
Chalco. Uma destas lagoas ou todas três transbordaram em época também remota,
destruindo quase completamente a cidade, sendo esta reedificada por Montezuma,
o último rei dos Aztecas; Hernán Cortéz fez logo também grandes melhoramentos,
que principalmente consistiram em aterros e canais. Talvez as três lagoas tivessem,
nalgum tempo, formado um imenso lago, sendo possível que a ele quisesse referir-se
o poeta no verso 3 e não ao golfo, como se interpretou em nota (…)”, cf. JOSEPH DE
ACOSTA, Historia Natural y Moral de las Índias, p. 465, Sevilha, 1591.
Temístocles, V, 93.
templo eterno, I, 9, 17.
tempo. V. idade sexta.
_____ longo… curto, III, 21.
_____ (estado atmosférico), I, 43.
tenaces âncoras, II, 18.
Tenassarim, X, 123.
tenção, I, 39, 70, 80, 94; VIII, 80.
tenções, IV, 22.
tenro (juvenil), I, 7, 9, 16.
Teotônio, prior, VIII, 19.
ter (habitar), I, 21.
terçado (espada), I, 47.
terceira (intermediária de amores), IX, 44.
Teresa (mãe de D. Afonso I), III, 23, 25, 29 e sgs; cf. Fontes, p. 40 e sgs.
términos, IV, 60; V, 41. V. meta.
Termodonte, rio, III, 44.
Termópilas, X, 21.
Ternate, X, 132.
terra firme, I, 91.
____ ocidental, suspeita, V, 4.
terrena, V, 39.
terreno seio, IX, 21.
______ homem, IV, 60.
terríbil (terrível), IV, 28, 54.
terror, pânico, III, 67.
Teseu, II, 112; III, 137.
Tesifônio. V. Ctesifônio.
Tétis (deusa), I, 16; III, 115; IV, 49; V, 91; VI, 21, 36; VIII, 74.
____ (esposa de Peleu), V, 52, 55, 59, 91; IX, 48.
Tetuão, IV, 34.
Tiberíada, III, 87.
Tibre, V, 87.
Tidore, X, 132.
Tiestes, III, 133.
Tifeu, tiféias, I, 42; VI, 13; IX, 37.
Tigre, rio, III, 72; IV, 64; X, 102.
Timavo, fonte, II, 45.
Timor, X, 134.
Tinge, III, 77. V. Tânger.
Tingitana (Mauritana), I, 33; III, 17, 18.
tinta vária (diversas cores), III, 54; VIII, 43.
Tioneu, II, 12; VI, 6, 26.
tirar (evitar), I, 32; (atirar), X, 40.
Tiríntio (Hércules), IV, 55.
Tírios, II, 95, IV, 9.
tirsos, VII, 52; VIII, 4.
Titão, II, 13.
Títiro, V, 63.
Tito, III, 117.
___ Mânlio, VI, 68.
título falso, III, 110.
Tobias, V, 78.
todo (sem artigo), I, 2, 79, 83, etc.
____ (com artigo), I, 65, etc.
____ (tudo), I, 91 e passim.
Toledo, IV, 10.
tolher (negar, recusar, etc.), II, 48.
tom das águas (estrépito, rumor), III, 61.
Tomé (S.), ilha, V, 12; apóstolo, X, 108 e sgs.
Tonante (Júpiter), I, 20; II, 41; VI, 78.
Tormentório, cabo, V, 50, 65; X, 37.
tornada (regresso), VIII, 68, 75.
tornar (diversos significados, o adjetivo usado transitivamente), I, 50, 93, 95; IV, 17;
V, 22; VIII, 75, 88, etc; IX, 12.
Toro, X, 99.
torpe, epíteto injurioso, I, 8; III, 20; IV, 49; VIII, 51, etc.
torpes frios (frios que entorpecem), VI, 97.
Torquato, VI, 68.
Torres Vedras, III, 61.
torvado (perturbado), I, 37.
Toscana, X, 21.
toucas, I, 47.
Touro (batalha de), IV, 58. V. Tauro.
_____. V. Europa.
trabalhada gente (fatigada pelo trabalho), I, 28 e passim.
trabuco, III, 79; X, 32.
traça, X, 100.
Traces, Trácia, III, 12.
traição, II, 17.
Trajano, I, 3; IV, 64.
Tra la spiga…, IX, 78.
Tranças de Medusa, V, 11.
Trancoso, III, 64.
tranqüilo, III, 96.
transformando as almas, III, 143.
Transtaganas terras, III, 62; IV, 28, 45.
Transunto, VII, 77.
Traquetes, VI, 70, 71: velas que se usavam por cima das vergas, e que hoje se
chamam joanetes. Cf. Luís de Camões, Marinheiro, p. 67 (estudo de Almeida d’Eça;
ed. David Corazzi, 1880).
traslado (imagem, retrato), III, 28.
tratar pazes, I, 94.
trato (comércio, costumes), V, 30; VII, 35, 41; IX, 3.
Treício, VIII, 97.
trêmulo, II, 90.
trezeno (décimo-terceiro), IV, 60.
Tribo, III, 140.
Trifauce cão, IV, 41.
trigo, IX, 27.
Trina Essência, V, 68; VIII, 30.
Trindade. V. Reis, Trina Essência.
Tristão. V. Cunha.
Tritão, II, 21; VI, 16.
Triumpara, X, 11.
Troféus, I, 25; V, 45.
Tróia, III, 7; VI, 19; VIII, 5. V. Dardânia.
____ triunfante, III, 7: considerou-se (na leitura em prosa) o adjetivo “triunfante”
concordando com “senhorio” do verso 6, e não com “Tróia”. O Sr. Dr. J. M.
Rodrigues julga que o poeta (seguindo Sabélico, escritor italiano, que, por seu
turno, cita Dião Crisóstomo, escritor grego do século I da nossa era) quis referir-se
a uma guerra anterior, em que os gregos haviam sofrido maiores perdas do que os
troianos (Fontes, p. 254 e sgs.).
Troiano (Enéias), I, 3.
______ (Páris), II, 35.
______ (Heitor), X, 60.
tromba marítima, V, 18 e sgs.
trombeta embandeirada, III, 107.
troncos (de árvore genealógica), VI, 95.
______ (mastros dos navios), V, 1.
Trópicos, VIII, 72.
truculento, V, 2.
Trudante, X, 156.
tuba canora, I, 5; III, 77.
Tudo estima em nada, III, 112.
Tui (dissílabo no texto), III, 89.
Turquia, I, 8, 62; II, 46.
Tusco (etrusco), X, 21.
U
ufano (ilustre, glorioso), III, 26, 53.
Ulcinde, X, 106.
Ulisséia, III, 58, 74; IV, 84; VIII, 4.
Ulisses (sábio grego), I, 3; II, 45; III, 13, 58; IV, 84; V, 86; VIII, 4, 5; X, 24.
ulmeiro, IX, 59.
um e outro (ele e ela), I, 34.
úmido elemento, V, 42.
úmidos caminhos (os mares), II, 67, 108; X, 70.
undívago, VIII, 62, 67.
única (sem igual), V, 55.
urdir, I, 96; II, 48.
Ursas (constelações), V, 15.
usado, usança, I, 27; II, 81; III, 81; VIII, 48.
V
vã cobiça, IV, 95. V. vão.
vagando a fama (correndo), VII, 42.
vago (desconhecido), VIII, 62.
____ (nômade), X, 100.
vaidade (coisa vã), IV, 95.
Valdevez, III, 34.
Valério. V. Corvino.
valeroso, I, 2, 9, 17, 41, etc; III, 97, etc.
valia, I, 38.
válida, V, 39.
valido, I, 77.
válido, V, 39.
valo (estacada), VI, 65.
Vandália (vândalos, povos cíticos ousados), III, 60; IV, 9, 46; VIII, 20.
V. Andaluzia.
vão (em), V, 38.
___ (imaginário), I, 11; V, 58; X, 15.
___ (inútil), X, 18, 19, 68.
___ contentamento, IV, 91.
___ globo (oco), X, 7.
___ povo (vaidoso), VII, 49.
___ (verbo – “mandam”), IX, 45.
vara (símbolo do poder), X, 78.
Vardar (Áxio), III, 13.
vás (vais), II, 4; IV, 90.
Vasco Anes, VIII, 26.
_____ da Gama. V. Gama.
_____ Porcalho (alcaide de Vila Viçosa), VIII, 33.
Vasconcelos (Mem Rodrigues), IV, 24.
Vasques. V. Antão.
vassalo, VI, 30 (Fontes, 12).
vates (profetas), III, 117.
veado (Actéon), II, 35; IX, 26, 63.
vede-los (vedes-los), VII, 4. V. vê-lo.
vêem, I, 17; III, 51.
velas côncavas, I, 19.
____ de esteira, I, 46.
____ (tomar, dar, virar as), I, 48, 95, 102. V. vento.
velho que come os filhos (Saturno, o Tempo), III, 22.
velho (do Restelo), reflexões sobre a ambição humana, IV, 94 e sgs.
vê-lo (vês-lo), VIII, 14, 20, 23, 27. V. vede-los.
veloces, I, 46; IX, 70.
Veloso (Fernão), V, 30 e sgs; VI, 41; IX, 69.
vencimento (vitória), III, 33, 116; IV, 46; VIII, 36, etc.
_________ (desbarato), III, 116.
vendíbil (vendível), VIII, 92.
Veneza, II, 97; III, 14.
vento, respira, I, 19.
_____ inimigo, I, 29.
_____ leva o navegante, I, 43.
_____ repousa nas covas, I, 58.
_____ teso, II, 21.
_____, dar-lhe as velas, V, 34.
ventura (acaso), VII, 30.
______ (risco), VIII, 90.
Vênus, a deusa, I, 33, 34, 100, 102; II, 39 e sgs; VI, 85; VII, 15; VIII, 64, etc.
_____, planeta, VI, 85; X, 89.
_____, ilha de, V, 5; IX, 21.
venustos versos, V, 95.
ver (alumiar), I, 8.
verdade (seguro de), II, 32.
_______ não dobrada, VIII, 75.
verga, vara, X, 78.
ver-se (com dois sentidos: “ser visto”, e “rever-se” em superfície espelhada), I, 17.
versos numerosos (harmoniosos), I, 9.
Véspero (a estrela da tarde), III, 115.
V. venustos.
Vesta, VI, 21; IX, 85.
véu dourado (tosão de ouro), III, 72.
via láctea, I, 20.
vias (caminhos, mares), I, 27, 72, 76; II, 48, 67, etc.
Vicente (S.), III, 74.
vício, VII, 38.
viciosas terras, I, 2.
videira, IX, 59.
Vidigueira (Conde da), X, 53.
vil prêmio, I, 10.
violas albas, IX, 61.
Virgem Maria (Mãe de Cristo), II, 11; VII, 69.
Virgílio, I, 3; V, 87, 98.
Viriato, III, 22; VIII, 6, 36.
visíbil. V. –íbil.
vítimas, VIII, 46.
vitupério (opróbrio), I, 8, 38; III, 137; IV, 96; X, 58.
vociferar, V, 1.
volúbil, VII, 60.
vontade de mau pensamento, I, 69; má vontade no pensamento, desejo de fazer
mal.
Vulcano, I, 22, 68; II, 37, 69, 106; IX, 35.
vulgado (sabido), VII, 69.
vulgo (plebe), IV, 41.
vulto (rosto), II, 42.
X
xeque (xeique, regedor, dos mouros), I, 77.
Xerez, VIII, 34.
Xerxes, IV, 23.
Z
Zaire, V, 12, 13.
Zambeze. V. Bons Sinais.
zambucos, I, 92; II, 88. V. pangaios.
zebelinos animais, VI, 95.
Zéfiro, IX, 40, 61.
Zeila, X, 50.
Zelanda, VII, 61.
Zodíaco, X, 87.
zona, III, 6.
Zópiro (no texto, Zopiro), III, 41.