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2.

A EDUCAÇÃO DO MUNDO RENASCENTISTA À


CONTEMPORANEIDADE

2.1. O humanismo cristão no processo educativo

A retomada dos valores greco-romanos acontece no período entre os séculos XV e XVI


e é denominado de Renascimento, que provoca um movimento conhecido como
humanismo. Por conseguinte, nas primeiras décadas do século XVI, o movimento de
Reforma Religiosa, detona com toda a sua força, dando lugar a profundas mudanças
político-religiosas.

A EDUCAÇÃO PROTESTANTE DE MARTINHO LUTERO (1483-1546)

Alemão da região da Saxônia se tornou mestre em Filosofia, Mais tarde,


ingressou no convento dos agostinianos, onde em 1507 ordenou-se sacerdote e
posteriormente doutorou-se em teologia.

O movimento de Reforma Religiosa inicia-se na Alemanha durante o século


XVI e foi liderado por Martinho Lutero. Esse movimento se estendeu não só
pelo território alemão, mas por boa parte da Europa central e do norte.

A educação encontrou local privilegiado na Reforma por ser utilizada como um


importante mecanismo para a divulgação da nova religião protestante. Tanto é que um
dos primeiros pressupostos da Reforma é oferecer iguais condições para todos os
homens lerem e interpretarem a Bíblia.

No entanto, a primeira consequência desse movimento na área educacional, foi a


fundação da educação pública moderna, medida que visava reagir contra o poderio da
educação católica, já que esta última se dedicava às escolas confessionais pagas.
Vejamos a seguir as principais propostas da Reforma Protestante para o campo
educacional:

 aspirava a implantação da escola primária para todos, para camponeses e


artesãos;
 defendia a educação pública e universal, sugerindo ainda que as autoridades de
cada cidade assumissem tal tarefa;
 condenava a aplicação de castigos físicos e crítica a erudição e a ênfase na
retórica da Escolástica;
 propunha uma educação mais moderna e pragmática, incluindo no currículo:
exercícios físicos, jogos e canto.

A reação dos católicos foi imediata que propuseram a criação de ordens religiosas.

Assim a Ordem dos jesuítas viria a exercer grande influência não só na concepção da
escola tradicional europeia como também na constituição do homem brasileiro.
A EDUCAÇÃO JESUÍTICA

A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola (1491-1556) em


1534. Foi a mais poderosa organização da Igreja católica durante muitos
séculos e ainda na atualidade ocupa posição de destaque no Vaticano. As
principais mudanças propostas durante a Contra-Reforma estão listadas
abaixo:
• Concilio de Trento (1545-1564);
• Fundação da Companhia de Jesus (1534);
• Restabelecimento do Tribunal da Inquisição (1538).

Na educação, exerceu grande influência, pois substituiu a ação de outras instituições


católicas que entraram em decadência por conta da Reforma Protestante, a exemplo
das escolas monásticas e catedralícias. De certa forma foram os colégios e as
universidades dos jesuítas que, nesta época, vão ser os mecanismos mais importantes
para conter a saída de fiéis do catolicismo.

A educação dos jesuítas é regida pelo Ratio Studiorum. Como era a organização dos
jesuítas no campo educacional? Para começar existia uma forte hierarquia nos colégios:
cada estabelecimento era um dirigido por um Reitor, auxiliado por um Prefeito de
estudos, que era quem de dirigia a instituição e fiscalizava os professores. Geralmente,
os colégios dividiam-se em duas alas:
 estudos inferiores;
 estudos superiores (de caráter teológico e diplomava em nível universitário).

E o que os alunos estudavam? A base estava nos clássicos. Os Estudos assim


estavam divididos:
Inferiores: latim e grego, gramática e matemática;
Superiores: teologia, filosofia e retórica.

Essa pedagogia vai reinar no Brasil Colônia por mais de 300 anos. O método de ensino
consistia no seguimento de alguns passos: preleção, explicação, repetição e
composição.

A escola jesuítica enfatizava a, memorização e dava especial importância à retórica e


à redação, assim como à leitura dos clássicos e às artes cênicas. Entre os alunos a
emulação e os castigos físicos eram constantes, castigava-se ou premiava-se de acordo
com a disciplina e o rendimento escolar, o professor era considerado o detentor de todo
o saber e o transmissor absoluto dos conteúdos, cabendo aos alunos obedecê-lo em
todas as circunstâncias.

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