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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

3° nível-turma única -1° Grupo

Tecnologias das Construções

TIPOS DE COBERTURA

Docentes

Edson Carlos Jamnadas, Eng°

Rahanito Antumane, Eng°

Discentes:

César Joaquim Mário

Edson Paulo. T. Liomba

Pemba, Abril, 2020


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................2

2. OBJECTIVOS.............................................................................................3

2.1 2.1. Objetivos gerais................................................................................3

2.2 2.2. Objetivos específicos........................................................................3

3. Metodologia.................................................................................................4

4. Coberturas....................................................................................................5

4.1 EVOLUÇÃO DA COBERTURA...........................................................5

4.2 DEFINIÇÃO............................................................................................6

4.3 PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS COBERTURAS....................................8

5. TIPOS DE COBERTURAS........................................................................9

5.1 NATURAIS.............................................................................................9

5.2 A COBERTURAS COM MEMBRANAS............................................10

5.3 COBERTURA PLANA.........................................................................10

5.3.1 AS COBERTURAS PLANAS PODEM SER CLASSIFICADAS,


SEGUNDO VÁRIOS ASPECTOS:........................................................................10

5.3.2 Quanto à acessibilidade....................................................................10

5.3.3 Quanto à camada de protecção da impermeabilização....................10

5.3.4 Quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização...................11

5.3.5 Quanto à localização da camada de isolamento térmico..................11

5.3.6 Quanto à pendente (classificação UEAtc).......................................11

5.4 A COBERTURAS EM MALHAS METÁLICAS................................12

5.5 A COBERTURAS TIPO CASCAS.......................................................12

5.6 OS TERRAÇOS....................................................................................12

5.7 OS TELHADOS....................................................................................12

5.8 COBERTURA CÓNICA.......................................................................12

5.9 COBERTURA EM MANSARDA........................................................12

5.10 COBERTURA POLIGONAL............................................................13


5.10.1 Telhados de planta triangular.........................................................13

5.10.2 Telhados de planta pentagonal.......................................................13

5.10.3 Telhados de planta sextavada.........................................................13

5.11 COBERTURA SEMICIRCULAR.....................................................14

5.12 COBERTURA DE GALERIA...........................................................14

5.13 TRAPEIRAS E MIRANTES.............................................................14

5.14 CLARABOIAS..................................................................................14

5.14.1 Estrutura das clarabóias planas......................................................14

5.14.2 Estrutura das clarabóias circulares ou elípticas..............................14

5.15 CÚPULAS..........................................................................................15

5.16 COBERTURA INCLINADA............................................................16

5.16.1 5.17.1. Classificação de coberturas inclinadas...............................16

5.16.2 Quanto ao número de vertentes;....................................................17

5.16.3 Cobertura inclinada de uma água...................................................17

5.16.4 Cobertura inclinada de duas águas.................................................17

5.16.5 Águas desiguais.............................................................................18

5.16.6 Cobertura inclinada de três águas..................................................18

5.16.7 Cobertura inclinada de quatro águas..............................................18

5.16.10 Quanto à natureza dos materiais de revestimento........................20

5.16.11 Quanto à continuidade dos elementos de revestimento...............22

5.16.12 Quanto à forma dos elementos de revestimento..........................23

5.16.13 Quanto à dimensão dos elementos de revestimento.....................24

5.16.14 Quanto à opacidade dos elementos de revestimento....................24

6. CONCLUSÃO...........................................................................................25

7. Bibliografia................................................................................................26
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- exemplo de um Beiral amplo,(Fonte:Autor)......................................................8


Figura 2.1- Arcos e Terças................................................................................................9
Figura 3-Coberturas vegetais rústicas (sapé).....................................................................9
Figura 4-Coberturas vegetais beneficiadas podem ser executadas com pequenas tábuas
(telhado de tabuinha) ou por tábuas corridas superpostas ou ainda, em chapas de papelão
betumado;........................................................................................................................10
Figura 5-Estrutura de cobertura pentagonal (Costa, F.)..................................................12
Figura 6-Estrutura de cobertura em cúpula esférica (Costa, F.)......................................14
Figura 7-Lanternim do salão nobre do Palácio do Freixo (Rodrigues, R, 2004)............14
Figura 8-Diversos Tipod de Telhas Planas......................................................................15
Figura 9-Diversos tipos de telhados (“Enciclopédia da construção civil”, Costa, F.).....16
Figura 10-Planta de cobertura de um edificio de 4 Aguas..............................................17
1. INTRODUÇÃO

As coberturas são elementos estruturas que têm como principal função proteger o
interior dos edifícios das intempéries, de forma a garantir determinados padrões de
conforto e salubridade, preservando também os elementos construtivos, visto que a
cobertura é uma parte muito extensa da construção, deste modo o trabalho ira debruçar
se somente dos tipos de cobertura existente na construção civil.

2
2. OBJECTIVOS

2.1 2.1. Objetivos gerais


 Dar a conhecer os tipos de cobertura existentes na construção civil desde os
tempos primordiais, assim como depois do desenvolvimento da indústria da
construção.

2.2 2.2. Objetivos específicos


 Dar a conhecer os conceitos básicos da cobertura de construção, sua evolução
pré-histórica assim como a necessidade do surgimento da cobertura.
 Demostrar os tipos de cobertura, assim como a sua classificação.
 Demostrar as funções das coberturas.

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3. METODOLOGIA

O trabalho segue como metodologia de pesquisa, uma revisão meramente


bibliográfica, dando a conhecer deste modo os tipos de cobertura de construção desde a
pré-história ate a data de hoje.

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4. COBERTURAS

4.1 EVOLUÇÃO DA COBERTURA


Os sistemas de cobertura que foram sendo utilizados foram evoluindo desde as
estruturas mais primitivas (Fig. 1) à medida que o Homem foi desenvolvendo a sua
capacidade construtiva e o seu conhecimento no domínio de novos materiais e
tecnologias de construção. Desta forma, foi possível a concepção de coberturas capazes
de corresponder às crescentes exigências de qualidade e funcionalidade, procurando
simultaneamente obedecer a determinados critérios estéticos e económicos.

Figura 1-estrutura primitiva de cobertura

As coberturas inclinadas eram compostas inicialmente por estruturas de madeira muito


simples assentes sobre o terreno e revestidas por peles de animais, colmo, folhas e
ramos de árvores. De forma a aumentar o espaço útil dentro da construção, foi
necessário introduzir um novo elemento de madeira colocado na horizontal, capaz de
absorver os impulsos horizontais da cobertura e transferi-los para os elementos verticais
da construção (paredes e pilares). A partir desta estrutura de madeira inicial,
desenvolveu-se o elemento hoje designado por asna (Fig. 2), utilizado ainda com muita
frequência na atualidade, apesar de inserido em estruturas de maior complexidade e
utilizando diversos materiais.

Figura 2. vários tipos de asnas de madeira.

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Até à revolução industrial (e produção em grandes quantidades de ferro fundido e,
posteriormente, aço), não era possível vencer grandes vãos sem recorrer a sistemas
extremamente pesados (arcos e abóbadas de pedra), com grandes solicitações
horizontais que, por isso, exigiam a construção de paredes muito espessas capazes de
suportar esse impulso. Este sistema era, no entanto, utilizado em monumentos e outras
construções de maior relevância.

Após a revolução industrial, a necessidade de construir infraestruturas amplas, leves e


bem iluminadas proporcionou uma rápida evolução dos sistemas de cobertura de grande
vão. A utilização de materiais metálicos como estrutura e revestimento veio
proporcionar o aligeiramento da estrutura. As telhas cerâmicas utilizadas até então nas
coberturas tradicionais não eram viáveis nas coberturas de grande vão (por serem
pesadas, de difícil colocação, com grande necessidade de mão de obra e exigirem um
complexo sistema de suporte).

4.2 DEFINIÇÃO
Usando o glossário de Construção ele define a cobertura como o conjunto de
madeiramentos e de telhas que serve de proteção à casa.

O termo cobertura é utilizado para designar todo o conjunto da obra destinado a


abrigá-la das intempéries. Assim, entende-se por cobertura ao conjunto formado: pelas
telhas; pela estrutura secundária de apoio às telhas, denominada trama ou armação; pela
estrutura principal de apoio, que pode ser uma estrutura maciça, treliçada ou lamelar; e
pelas estruturas secundárias, que têm a função de manter a estabilidade do conjunto,
usualmente denominada contraventamentos. Nas coberturas residenciais, a estrutura
principal mais utilizada é uma treliça triangular, usualmente denominada tesoura.

Ao conjunto formado pelo trama, pela estrutura principal (tesouras) e pelos


contraventamentos, costuma-se designar telhado. Entretanto, talvez por parecer ser o
coletivo de telhas, o termo telhado, tem sido utilizado também como sendo o conjunto de
telhas que cobre a obra (vedação), ou mesmo o conjunto de telhas e madeiramento que
cobre a obra (cobertura). Essa confusão generalizou-se ao longo do tempo e, atualmente,
alguns autores utilizam o termo telhado indistintamente, tanto para designar a cobertura,
quanto o próprio telhado.

A função principal do telhado é a mesma que a de qualquer outra cobertura:


proteger o espaço interno do edifício das intempéries do ambiente exterior (como neve,

6
chuva, vento e outros), também concedendo aos usuários privacidade e conforto
(através de proteção acústica e térmica).

Os telhados existem em vários formatos, mas em geral, são constituídos pela


composição de planos inclinados. Seu principal elemento construtivo é a telha que pode
ser constituída de argila, metal, cimento, amianto, madeira, alumínio, vidro e outros
materiais. Normalmente a inclinação das águas de um telhado corresponde às
necessidades climáticas da região na qual foi construída a edificação. De modo geral,
quanto maior a inclinação do telhado, maior será seu escoamento.

Grandes inclinações são utilizadas em lugares de clima frio e que neva, pois, o
acúmulo de neve no telhado cria uma sobrecarga que pode comprometer a estrutura,
fazendo desabar o telhado.

Em lugares muito quente como a Província de Tete e a cidade de Pemba, uma


boa inclinação aliada a uma altura considerável do telhado, ameniza a temperatura
interna da edificação, dando um bom conforto e privacidade como acima foi referido.
Nesses lugares é importante a utilização de um beiral amplo – parte saliente de um
telhado que protege a edificação do sol e da chuva.

Beiral - linha poligonal fechada que, em vista superior (planta de cobertura),


coincide com o limite externo da cobertura.

Figura 3. exemplo de um beiral amplo.

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4.3 PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS COBERTURAS

As coberturas devem obedecer as seguintes condições:

 funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e


acústico;
 funções estéticas: forma e aspeto harmônico com a linha arquitetónica,
dimensão dos elementos, textura e coloração;
 funções econômicas: custo da solução adotada, durabilidade e fácil
conservação dos elementos.

As coberturas podem ser feitas de diversas formas e materiais, como:

 Lajes Impermeabilizadas;
 Coberturas vegetais;
 Telhados ocultos por platibandas;
 Telhados simples ou de várias águas;
 Cabos/Lonas; Figura 4- Arcos e Terças

 Treliças Simples e Especiais;


 Arcos, Cabos e Membranas;
 Abóbadas;
 Cúpula / Anel Central;
 Arcos e Terças;
 Arcos / Abóbadas;
Figura 5. - Arcos / Abobadas
 Nervura;
 Grelha;
 Arcos com quatro apoios.

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5. TIPOS DE COBERTURAS

De acordo com os sistemas construtivos das coberturas, ou seja, quanto às


características estruturais determinadas pela aplicação de uma técnica construtiva e/ou
material utilizado pode classificar as coberturas em:

5.1 NATURAIS
As Coberturas minerais são materiais de origem mineral, tais como pedras em
lousas (placas), muito utilizadas na antiguidade (castelos medievais) e mais
recentemente apenas com finalidade estética em superfícies cobertas com acentuada
declividade (50% < d >100 %). Atualmente, vem sendo substituída por materiais
similares mais leves e com mesmo efeito arquitetónico (placas de cimento amianto).

Figura 6-Coberturas vegetais rústicas (sapé)

Exemplo de Cobertura Naturais (designadas


de coberturas Vegetais)

Em

Figura 4- Coberturas Vegetais Figura 5-Cobertura Vegetais em edificio moderno.

Moçambique as coberturas naturais são mais predominantes em zonas rurais e em zonas


mais recônditas devido a pobreza que se verifica no país, visto que para se obter esse
tipo de cobertura é mais econômico comparando com o uso de telhas ou chapa de zinco

9
(chapas IBR), por outro lado as instâncias turísticas estão implementando as coberturas
vegetais de modo a atrair os turistas e viajantes, fazendo construções de edifícios usando
as coberturas vegetais por exemplo em hotéis, pousadas, parques, Bares, Discotecas,
etc.

5.2

Figura 7-Coberturas vegetais beneficiadas podem ser executadas com pequenas tábuas (telhado de tabuinha) ou por
tábuas corridas superpostas ou ainda, em chapas de papelão betumado;

A COBERTURAS COM MEMBRANAS


Caracterizadas pelo uso de membranas plásticas (lonas), assentadas sobre
estruturas metálicas ou de madeiras ou atarantadas com cabos de aço - tensas estruturas,
ou ainda, por sistemas infláveis com a utilização de motores insufladores.

5.3 COBERTURA PLANA


Normalmente consideravam-se como coberturas planas as que, na realidade,
eram pouco inclinadas. Em geral, a sua estrutura escondia-se atrás de balaustradas,
cornijas imponentes ou parapeitos. [Cole, E., 2003].

5.3.1 AS COBERTURAS PLANAS PODEM SER CLASSIFICADAS,


SEGUNDO VÁRIOS ASPECTOS:
5.3.2 Quanto à acessibilidade
 Não acessíveis (à excepção de trabalhos de reparação e manutenção);
 Acessíveis a pessoas;
 Acessíveis a veículos (ligeiros ou pesados);
 Especiais (jardins, equipamentos industriais, etc.)

5.3.3 Quanto à camada de protecção da impermeabilização


 Sem protecção (impermeabilização aparente);

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 Com protecção leve (auto-protecção de fábrica – mineral (areia fina, areão,
gravilha ou lamelas de xisto), metálica (folha de alumínio ou cobre) ou orgânica
(folha de plástico) – ou protecção aplicada “in situ”
 Mineral (areão ou gravilha), ou orgânica (tintas de alumínio);
 Com protecção pesada (camada rígida – betonilha, ladrilhos sobre betonilha, ou
placas pré-fabricadas de betão, material cerâmico ou madeira) ou constituída por
materiais soltos (godo, calhau ou seixo ou material britado), sempre colocada em
obra.

5.3.4 Quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização


 Com revestimento tradicional (aplicado “in situ” ou pré-fabricado);
 Com revestimento não tradicional (aplicado “in situ” ou pré-fabricado)

5.3.5 Quanto à localização da camada de isolamento térmico


 Com o isolamento térmico sobre a estrutura resistente (com isolamento térmico
intermédio – suporte de impermeabilização ou de camada de forma – ou em
cobertura “invertida” – isolamento térmico sobre impermeabilização;
 Com o isolamento térmico sob a estrutura resistente (em tectos falsos ou
aderente à camada resistente).

5.3.6 Quanto à pendente (classificação UEAtc)


 Classe I – a pendente origina estagnação de água e permite a aplicação de
protecção pesada;
 Classe II – a pendente permite o escoamento de água e a aplicação de protecção
pesada; classe III – a pendente permite o fácil escoamento da água, mas não
aceita a aplicação de protecção pesada;
 Classe IV – a pendente impõe medidas especiais na aplicação das suas camadas.

5.3.7 Quanto à estrutura resistente


 Com estrutura resistente rígida (contínua – pré-lajes e lajes maciças e aligeiradas
de betão armado ou pré-esforçado; ou descontínua – pranchas vazadas ou perfis
especiais);
 Com estrutura resistente flexível (em geral, descontínua – chapas metálicas
nervuradas ou pranchas de madeira ou seus derivados).

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5.4 A COBERTURAS EM MALHAS METÁLICAS
Caracterizadas por sistemas estruturais sofisticados, em estruturas metálicas
articuladas, com vedação de elementos plásticos, acrílicos ou vidros.

5.5 A COBERTURAS TIPO CASCAS


Caracterizadas por estruturas de lajes em arcos, em concreto armado, tratadas
com sistemas de impermeabilização.

5.6 OS TERRAÇOS
Estruturas em concreto armado, formadas por painéis apoiados em vigas,
tratados com sistemas de impermeabilização, isolamento térmico e assentamento de
material para piso, se houver tráfego.

5.7 OS TELHADOS
São as coberturas caracterizadas pela existência de uma armação -sistema de
apoio de cobertura, revestidas com telhas (materiais de revestimento). É o sistema
construtivo mais utilizado na construção civil, especialmente nas edificações.

5.8 COBERTURA CÓNICA


Coberturas cuja forma se assemelha a um cone. A sua planta é geralmente
circular. Onde tradicionalmente, se observa uma cobertura verdadeiramente cónica é em
coberturas com chapas de zinco ou outras metálicas. Empregando-se telhas neste tipo de
coberturas, então o telhado propriamente dito tem de ser construído por águas
triangulares, tal como nos telhados piramidais. Assim, os seus frechais formam do lado
interior um conjunto de segmentos rectos.

5.9 COBERTURA EM MANSARDA


Uma cobertura em mansarda, assim chamada porque foi criada pelo arquitecto
“François Mansard”, tem uma dupla vertente em cada um dos seus quatro lados. A parte
inferior é mais íngreme e longa do que a superior, e muitas vezes é vazada por trapeiras.
[Cole, E., 2003] São constituídas por quatro partes: as duas superiores, que formam o
telhado propriamente dito, são águas mestras ou principais, e as duas inferiores, que
ligam as mestras às paredes de fachada, são as águas dobradas.

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5.10 COBERTURA POLIGONAL
5.10.1 Telhados de planta triangular
A sua planta é um triângulo regular. Os seus três rincões entalham num pequeno
pendural pelo sistema de roca.

5.10.2 Telhados de planta pentagonal


Normalmente trata-se de um telhado destinado a um pavilhão isolado. A planta é
em forma de pentágono regular. O seu cume é correntemente algo elevado. Os frechais
entalham uns nos outros a meia-madeira nos ângulos do pentágono. Os cinco rincões
nestas coberturas servem também de varas, partindo do frechal e indo ligar-se
conjuntamente na roca. As varas secundárias apoiam nos frechais e ligam-se por dente e
talão aos rincões.

Figura 8-Estrutura de cobertura pentagonal


(Costa, F.)

5.10.3 Telhados de planta sextavada


Constituído por um polígono de seis lados iguais, com um pendural de doze
faces no seu centro e seis varas principais, uma em cada água do telhado. Estas varas
ligam ao pendural por um dente que entra numa escarva, como sucede nos rincões e na
mesma linha destes. Os rincões têm o seu canto superior chanfrado para concordância
com as águas do telhado.

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5.11 COBERTURA SEMICIRCULAR
As coberturas em abóbada semicircular ou de berço, são formadas por asnas
muito juntas, assentes em contrafixas curvas e podem ter tecto, apainelados ou forro.
[Cole, E., 2003].

5.12 COBERTURA DE GALERIA


Uma cobertura em galeria tem um prumo que assenta centralmente sobre uma
trave-mestra. Ao contrário de um pendural, não sobe até à cumeeira; é antes
interrompido e serve de suporte a uma travessa longitudinal. [Cole, E., 2003]

5.13 TRAPEIRAS E MIRANTES


A estrutura das paredes de trapeiras e mirantes era de construção idêntica à das
paredes de tabique simples dos pisos recuados dos acrescentos, apoiando-se no
vigamento do sobrado ou numa cadeia executada na estrutura da cobertura. Este último
caso é mais frequente nos telhados de duas águas.

5.14 CLARABOIAS
O princípio construtivo das claraboias quadrangulares ou rectangulares, com os
lanternins ao correr das águas, e das clarabóias circulares ou elípticas, em forma de
pequenas cúpulas, com os lanternins de vidro, é sensivelmente o mesmo, diferindo
apenas em pormenores formais.

5.14.1 Estrutura das clarabóias planas


A definição do espaço onde se situa a claraboia implica a interrupção do
vigamento do tecto, utilizando-se para tal duas cadeias. Nos planos das coberturas ao
nível do varedo, procede-se da mesma forma, definindo uma área igual ou menor.
Dentro deste espaço era usual pregar um tabuado à estrutura do tecto e da cobertura, de
tábuas costaneiras, conformando as paredes da claraboia.

As clarabóias salientes dos planos da cobertura, de forma retangular, eram


executadas da mesma forma, apenas diferindo no tipo de lanternim.

5.14.2 Estrutura das clarabóias circulares ou elípticas


As clarabóias circulares ou elípticas, em forma de cúpula, requerem uma
estrutura mais elaborada. O espaço onde se situam é igualmente definido por duas
cadeias, ao nível do vigamento do tecto. Para a conformação da forma elíptica ou

14
circular, eram colocadas sub-cadeias, de menor dimensão, nos cantos, nalguns casos em
forma de cambotas. No plano da cobertura ao nível do varedo procedia-se da mesma
forma definindo um vão de menor dimensão. As paredes deste tipo de clarabóias eram
constituídas por barrotes de secção quadrangular, tradicionalmente com 7cm de lado,
em forma de aduelas, apoiadas nas estruturas de tecto e das águas da cobertura. As
aduelas espaçavam entre si cerca de 0,5m, sendo travadas a meia altura por travessanhos
ligeiramente encurvados. Superiormente eram travadas por um frechal curvo de
coroamento, onde se apoia a estrutura metálica do lanternim.

5.15 CÚPULAS
A construção de cúpulas em madeira é bastante rara e difícil para largas
edificações. No entanto existem coberturas de cúpulas construídas correntemente para
diâmetros de 10 ou 12 metros, em perfeita segurança.

Figura 5-Lanternim do salão nobre do Palácio Figura 10-Estrutura de cobertura em cúpula esférica
do Freixo (Rodrigues, R, 2004) (Costa, F.)

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As coberturas podem ser construídas nos mais diferentes formatos, dando
origem a diversos tipos de coberturas. Alguns tipos de coberturas têm sua denominação
originada no número de planos para escoamento das águas, denominados “águas do
telhado”.

Existem Telhados de Meia Água, Uma Água, Duas Águas, Três Águas assim
sucessivamente dependendo do tipo, local e objetivo do edifício.

5.16 COBERTURA INCLINADA


Na sua versão mais simples, esta estrutura consiste num conjunto de asnas
paralelas (nos telhados de uma ou duas águas), complementadas nos topos do edifício
por meias asnas colocadas segundo a bissectriz do cunhal (nos telhados de planta
rectangular com três ou quatro águas). Estas asnas são em geral simétricas e apresentam
um ou dois nós, ao longo da perna, entre a cumeeira e o apoio. [Manual de aplicação de
telhas cerâmicas - Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica de Construção,
Coimbra, 1998].

Figura 11-Diversos Tipos de Telhas Planas

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5.16.1 5.17.1. Classificação de coberturas inclinadas
Neste capítulo, propõem-se diversas formas de classificar as coberturas inclinadas e
respectivos revestimentos:

 Quanto ao número de vertentes;


 Quanto ao funcionamento estrutural dos elementos de revestimento;
 Quanto ao tipo de estrutura de suporte dos materiais de revestimento;
 Quanto à natureza dos materiais de revestimento;
 Quanto à continuidade dos elementos de revestimento;
 Quanto à forma dos elementos de revestimento;
 Quanto à dimensão dos elementos de revestimento;
 Quanto à opacidade dos elementos de revestimento.

5.16.2 Quanto ao número de vertentes;


5.16.3 Cobertura inclinada de uma água
As coberturas de uma água são as mais simples em termos construtivos. Quando
a largura destas edificações é reduzida, o varedo assenta simplesmente sobre os frechais.
A partir dos quatro metros de largura é necessária a existência de uma madre, apoiada
nas empenas ou sobre prumos.

Em larguras entre os 5 e 6 metros, a madre deve ser escorada. Normalmente as


escoras são firmadas num nível. Nas coberturas de maior responsabilidade, uma das
escoras que sustentam a madre é normalmente firmada contra a parede num cachorro de
cantaria, que por vezes serve para apoio dos níveis, que por sua vez suportam os
prumos. A partir de determinado vão, podem aplicar-se duas ou três madres.

Nestes casos é, no entanto, preferível o emprego de meias-asnas. Uma cobertura


de uma água deve comportar sempre dois frechais, um para o apoio superior do varedo e
outro para o seu apoio inferior.

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Figura 12-Diversos tipos de telhados (“Enciclopédia da construção civil”, Costa,
F.)

5.16.4 Cobertura
inclinada de duas águas
Este é o tipo de cobertura mais comum. As coberturas deste tipo têm duas
vertentes (águas) que se encontram numa cumeeira central, e nas empenas nos dois
extremos. [Cole, E., 2003]. As tradicionais estruturas das coberturas de duas águas
eram, frequentemente, constituídas por paus rolados, apoiados nas empenas das paredes
de meação, à semelhança da estrutura dos pavimentos, e espaçados entre si cerca de
1,5m. Sobre esta estrutura era pregado o varedo, frequentemente constituído por peças
esquadriadas e, transversalmente, o ripado para suporte das telhas.

5.16.5 Águas desiguais


5.16.6 Cobertura inclinada de três águas
Nas plantas dos edifícios que só têm uma empena, para além das duas águas
mestras paralelas às fachadas, existe uma terceira água oposta à empena e que se
designa por tacaniça.

5.16.7 Cobertura inclinada de quatro águas


A estrutura destes telhados é de origem ancestral, tendo a sua forma rudimentar
perdurado e até coexistido com a introdução de asna mais complexa, devido à
simplicidade da sua construção e ao facto de permitir o aproveitamento do vão da
cobertura liberto de elementos estruturais. Esta estrutura, tradicionalmente e em
particular na casa burguesa do Porto, era constituída por uma armação simples de duas
vigas, ou pernas, dispostas em forma de tesoura, unidas superiormente a meia madeira,
apoiadas numa viga transversal, ou linha, que por sua vez se apoiava em paredes.
Frequentemente esta armação era travada transversalmente por outra viga, de menor
dimensão –nível – a cerca de dois terços da altura, apoiada nas pernas ou tesoura, por
encaixe a meia madeira. Para travamento longitudinal, localizavam-se superiormente, ao

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nível da cumeeira e a meio do vão das duas pernas, o pau de fileira e as madres,
respectivamente. Na transição das vertentes principais com a tacaniça, existe uma viga –
rincão – que se apoia na fileira e no contrafrechal, entre as paredes de meação e as
paredes das fachadas.

Todas as vigas que compõe esta armação são semelhantes às dos pavimentos, ou
seja, consistem em paus rolados, embora algumas frequentemente com diâmetros
inferiores. Sobre esta armação era pregado o varedo ou caibros, também constituído por
troncos de madeira de menor dimensão, aparados em duas faces, sobre os quais era
pregado transversalmente um tabuado de guarda-pó, ao qual era por último pregado um
ripado, para o apoio das telhas. Foi este tipo de estrutura de cobertura que deu origem
aos tectos de masseira.

Figura 13-Planta de cobertura de um edifício de 4 Águas.

5.16.8 Quanto ao funcionamento estrutural dos elementos de revestimento


As coberturas podem ser:

Diferenciadas, nas quais os elementos de revestimento descarregam sobre outros


bastante mais rígidos, que vencem o vão principal:

 Os elementos de revestimento podem ser soletos, telhas, chapas ou outros


elementos descontínuos de pequenas e médias dimensões, em praticamente
qualquer tipo de material: cerâmico, cimentício, metálico, polimérico,
betuminoso, etc.;
 Os elementos macro resistentes podem ser vigas (de inércia constante ou
variável), asnas com as mais diversas configurações e arcos (Fig. 12), em

19
madeira (Fig. 13, à esquerda) ou derivados, em betão, metálicos ou em alvenaria
(Fig. 13, à direita);

Indiferenciadas (ou auto-portantes), em que a estrutura de suporte, que vence o vão


principal, desempenha também funções de revestimento (Fig. 14):

 Cascas de betão, são elementos pré-fabricados, de dupla curvatura com a forma


de paraboloides de revolução, em betão pré-esforçado pré-tensionado de
pequena espessura, podendo vencer vãos da ordem dos 30 m (Fig. 15, à
esquerda);
 Cascas metálicas, que podem ter eixo longitudinal retilíneo, vencendo vãos até
aos 11 m, ou curvilíneo, vencendo vãos até aos 23 m (Fig. 15, à direita);
 Painéis pré-fabricados em betão (Fig. 16, à esquerda).

Figura 14. elementos principais das estruturas diferenciadas de cobertura de betão: vigas, asnas e arcos.

Figura 15. estruturas indiferenciadas de cobertura de betão: painéis em T ou U.

5.16.9 Quanto ao tipo de estrutura de suporte dos elementos de revestimento


As estruturas de suporte dos elementos de revestimento podem ser:

Contínuas, ou seja, um elemento contínuo ou um conjunto de peças monolíticas e


semelhantes:

 Laje estrutural (maciça ou estrutural, betonada in-situ ou pré-fabricada) em


betão.

Descontínuas, constituídas por vários elementos distintos:

 Ripado (e contra-ripado) em madeira (Fig. 17, à esquerda);

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 Ripas pré-fabricadas em betão (Fig. 17, à direita);
 Ripado metálico (Fig. 18, à esquerda).

5.16.10 Quanto à natureza dos materiais de revestimento


Os revestimentos são classificados em:

Vegetais (não descritos neste documento)

 Colmo (Fig. 18, à direita); palha; ramos de árvores (Fig. 18, à direita);

Pétreos naturais

 Soletos de ardósia (xisto - Fig. 19, à esquerda), granito (Fig. 19, à direita) ou
calcário;

Pétreos artificiais

 Telha cerâmica;
 Telha de cimento;
 Fibrocimento;
 Soletos de pedra artificial;

Betuminosos

 Placas, membranas, telas e feltros betuminosos (não tratados neste documento,


por corresponderem a sistemas de impermeabilização);
 Chapas betuminosas com fibras celulósicas;
 Chapas betuminosas com fibras de amianto;

Sintéticos

 Membranas de PVC plastificado;


 Membranas de borracha butílica;
 Membranas de EPDM;

Metálicos

 Chapas de zinco;
 Chapas de alumínio;
 Folhas de cobre;
 Chapas de aço galvanizado;
 Chapas de aço inoxidável;

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 Placas de chumbo;
 Telhas metálicas;

Plásticos

 Chapas de policloreto de vinilo;


 Chapas de poliéster reforçado com fibras de vidro;
 Chapas de polimetacrilato de metilo;
 Chapas alveolares de policarbonato;

Mistos

 Chapas de aço revestidas com betume e folhas de alumínio;


 Painéis Sandwich com camada de isolamento térmico;
 “Telhas” metálicas revestidas com grânulos minerais;
 Telhas asfálticas.

Figura 16. a esquerda ripado e vareado em perfis metálicos e, a direita revestimento.

Figura 17. a esquerda, cobertura em xisto e, a direita, cobertura em laje de granito.

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5.16.11 Quanto à continuidade dos elementos de revestimento
Os elementos de revestimento são classificados em:

Elementos contínuos (geralmente em rolos)

 Telas betuminosas;
 Feltros betuminosos;
 Membranas betuminosas e sintéticas;

Elementos descontínuos

 Telhas (Fig. 18, em cima à esquerda);


 Chapas metálicas, plástico, etc. (Fig. 18, em cima à direita);
 Placas betuminosas (Fig. 18, em baixo);
 Soletos.

5.16.12 Quanto à forma dos elementos de revestimento


Os elementos de revestimento podem ser:

 Planos (Fig. 19, em cima à esquerda);


 Curvos (Fig. 19, em cima à direita);
 Ondulados (Fig. 19, em baixo à esquerda);
 Espaciais, em forma de pirâmide, etc. (Fig. 19, em baixo à direita);
 Mistos (combinações dos anteriores).

Figura 18. em cima, a esquerda, telha de betão: em cima, a direita, chapa metálica: em baixo, aplicação
de placas betuminosas.

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Figura 19. em cima, a esquerda, revestimento plano de fibrocimento: em cima a direita, revestimento
curvo ondulado de policarbonato; em baixo a esquerda, revestimento plano ondulado de fibrocimento: em baixo a
direita, revestimento em pirâmide de policarbonato,

5.16.13 Quanto à dimensão dos elementos de revestimento


Os elementos de revestimento podem ser classificados nas seguintes categorias:

Pequenas dimensões

 Telhas;
 Soletos;

Médias dimensões

 Chapas;

Grandes dimensões

 Canaletas;
 Painéis;
 Cascas.

5.16.14 Quanto à opacidade dos elementos de revestimento


Os elementos de revestimento podem ser classificados como:

 Opacos;
 Translúcidos;
 Transparentes.

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6. CONCLUSÃO

A utilização da cobertura num edifício é de só obrigatório visto que serve como um


elemento de proteção das intempéries, assim como serve para dar estética e conforto,
deste modo e necessário conhecer os tipos de cobertura existente, para na hora de
aplicar saber qual aplicar e porque aplicar, visto que cada cobertura se adequa a uma
determinada estrutura, deste modo são varias as coberturas que o grupo abordo de uma
forma superficial visto que a cobertura envolve varias vertentes, e de referir quem em
Moçambique todas essas cobertura demostradas no trabalho são usadas com mais em
foco nas coberturas inclinadas, para concluir podemos dizer que a cobertura é um
elemento muito importante para a construção de um edifício.

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7. BIBLIOGRAFIA

AZEREDO, H. A. (1977). O edifício e sua cobertura. Em H. A. AZEREDO, O edifício


e sua cobertura (p. 182). São Paulo: Pini.

GUEDES, M. F. (1994). Caderno de encargos. São Paulo:: Pini.

INDUSTRIALIZADA., A. B. (988). Manual técnico de fibrocimento. São Paulo:: Pini.

LOGSDON, N. B. (2002). Estrutura De Madeira para cobertura, sob a Ótica da NBR


7190/1997. CUIABÁ, MT.

PETRUCCI, E. G. (1979). Materiais de construção. Porto: Alegre- RS.

TAMPONE, G., MANNUCCI, S., & MACCHIONI. (2002). Strutture di Legno. Milão:
De Lettera editora.

UFPR., D. A. (1997). Notas de aulas da disciplina de Construção Civil (segundo


volume). Em D. a. Parellada, Notas de aulas da disciplina de Construção Civil
(segundo volume). Curitiba: DAEP.

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