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MOONISMO

Sun Myung é o fundador de uma seita que leva o imponente nome de “Igreja para a Unificação do
Cristianismo Universal”. Ao escutar este título, qualquer pessoa pensaria em um sério esforço
ecumênico, mas a realidade é diferente. Trata-se de uma organização que mistura princípios
orientais, budistas, confucionistas e teoístas com doutrinas cristãs e uma boa dose de ideias
nacionalistas e anticomunistas, além de alguns ensinamentos espirituais e pseudo-científicos.

O Fundador
Moon é um coreano do norte nascido em 6 de janeiro de 1920. Sua vocação espiritual, segundo ele,
teve sua origem em uma visão de Cristo na Páscoa de 1936, que o levou a peregrinar ao
pentecostalismo e, em seguida, a sua própria seita em 1951.
Em 1948 foi preso por distúrbios causados por sua pregação e em 1949 voltou ao cárcere acusado
de adultério. Em 1950 por causa da Guerra da Coréia, o exército norte-americano devolveu-o a
liberdade. Em 1955 voltou à prisão, acusado de adultério e bigamia.
Depois de quatro matrimônios e seus respectivos divórcios, Moon contraiu em 1960 um novo
casamento com uma jovem de 18 anos, Man Hak, a quem deu os nomes de Nova Eva e verdadeira
Mãe do Universo.
Moon e sua esposa seriam “os pais da humanidade”, seus seguidores “os membros da família” e os
que nascessem na seita “os homens puros, os sem pecado”. Na década de 70, Moon se radicou com
sua esposa e seus oito filhos em uma luxuosa mansão, na margem do Hudson, em Nova York e
começou as campanhas de promoção de sua seita nos Estados Unidos e na Europa.

Um Novo Messias
Myung Moon apresenta-se como o Terceiro Adão, como um novo Cristo, mais sábio que Salomão e
mais caridoso que Jesus. Como o Pai verdadeiro da Nova Humanidade e o Senhor da Segunda
Vinda.
Aludindo á sua pátria coreana, a qual qualifica como terra de fé, Nova Jerusalém e Baluarte do
Mundo Livre. Diz Moon que ele é o raio luminoso de que fala a Bíblia, que, saindo do Oriente, veio
ao Ocidente para realizar sua obra.
Moon é um grande orador. Apesar de pregar somente em coreano e se valer de um intérprete, a
força de sua palavra tem conquistado muitos adeptos e poderosos amigos como Nixon e o falecido
ditador da Coréia do Sul, Park Chung Hee.
Seu gênio organizador levou Moon a fundar a Associação para Unificação do Cristianismo
Mundial, a Federação Internacional para a Vitória sobre o Comunismo, a Fundação Luta pela
Liberdade e o Movimento Universitário para a Busca dos Valores Absolutos, organizações que
foram estabelecidas na América do Norte ou na Europa, para difundir os ideais moonistas e que
apresentam-se como pioneiras de uma Nova Era.
Diz-se que Moon é imensamente rico. Ele próprio afirma que o mundo de hoje só escuta as pessoas
capitalistas. Entre suas propriedades, contam-se companhias produtoras de armas, de produtos
farmacêuticos como o revitalizante Ginseng; possui jornais em Washington e Nova York, aviões e
iates próprios, automóveis blindados e o New York Hotel, convertido em Centro Missionário
Mundial. São suas as companhias Tonga Titânia Ld, Illwka Pharmaceutical, Ilshim Handicraft Co,
etc.

Diz-se que a base dessa fortuna foram subsídios de alguns governos que viram em Moon um aliado
na luta anticomunista, as ajudas dos membros de sua Igreja, comprometidos a ajudar “com o seu
sangue, suor e bens”, as coletas realizadas e suas reuniões, pois “cada centavo obtido é uma vitória
para Deus” e também a venda de flores nas ruas, realizadas por jovens.

Os Moonistas
Muitos dos seguidores de Moon são jovens, atraídos pelos ideais de paz e fraternidade universal e
pela denúncia das coisas que não vão bem no mundo. Muitos deles são certamente gentes dignas de
apreço, que busca com as limitações de todo homem, a resposta às suas inquietações.
Há ensinamentos de Moon, entretanto, com os quais é impossível a fé cristã estar de acordo.
Segundo Moon, o primeiro Adão fracassou no Paraíso ante a tentação do demônio através de Eva. O
segundo Adão, Jesus, também fracassou, pois morreu prematuramente. A Cruz não teria sido
querida por Deus, e os cristãos, ao insistirem nela, estariam cometendo um erro. Ademais, como
Jesus não se casou e não deixou dependente, sua obra não pode ser afirmada plenamente. Venceu no
espiritual, mas não no corporal.
Moon, nega que Jesus seja Deus. Descreve-o como um homem muito aberto à ação divina e, para
expressá-lo, usa uma terminologia e frases complicadas, que parecem assim escritas para não
escandalizar aos cristãos e atraí-los lentamente para a seita.
Todas as religiões, sem excluir o Cristianismo, segundo Moon tem sido um fracasso, porque não
sabem unir as riquezas espirituais do Oriente com o êxito das realizações do Ocidente.
Parece que o ideal moonista consiste em um pensamento religioso, fortemente seguido pelos
poderes temporais.
Diz Moon que esta união do espiritual com o temporal devia ter sido realizado pelo antigo povo de
Israel. Como não conseguiu fazê-lo, Deus escolheu os romanos, que também fracassaram em seu
desempenho. Em seguida Deus havia posto seus olhos no Império Britânico e como este também
falhou, o Novo Povo escolhido é agora os Estados Unidos.
Segundo Moon, a América do Norte é a esperança para o mundo atual. As pessoas dos Estados
Unidos são tão abençoadas porque seus pais vieram para o Novo Mundo em busca de liberdade,
enquanto nós, os latino-americanos, somos descendentes de conquistadores, ávidos de riquezas.
A América do Norte deve servir a Moon e a seus ensinamentos como braço secular que o ajude em
sua luta contra o marxismo e contra o comunismo (?). Essa é uma ação que não deve tardar, pois o
mundo necessita urgentemente de uma cirurgia e Moon é o médico; o mundo está ardendo em
chamas pelos ódios e violência e Moon é o bombeiro.
Estas doutrinas e os ecos que delas vem, igualmente inaceitáveis para os cristãos ainda que tenham
elementos de verdade, foram expostas no livro “Princípio Divino”, editado pela primeira vez em
1957 e depois direta ou indiretamente propagadas pela revista “A Nova Esperança” e por outras
publicações secundárias, orquestradas por grandes congressos e simpósios de toda classe.

A Rejeição a Moon
Não tem sido, porém, a doutrina que tem suscitado, mas reações e resistências aos ensinamentos de
Moon. Poder-se-ia dizer que em uma época de tão variadas cátedras, onde muitos falsos doutores e
falsos profetas difundem suas ideias, até os crentes alçam despreocupadamente seus ombros, com
um olímpico desdém, ou com um entristecido respeito ante os erros deste século.
O que mais tem suscitado a indignação mundial, sobretudo nos países da Europa Ocidental e tem
provocado declarações contraditórias de muitos bispos, tem sido a sedução provocada nos jovens,
os quais são convidados a deixar seus lares, passam por uma lavagem cerebral e são a enviados
como missionários da seita a diferentes países dentro de uma mentalidade comparada com a
violação psíquica que pode levar à loucura ou ao fanatismo.
A obediência exigida aos seguidores de Moon é total.
Estas frases do fundador dão uma idéia do que é dito:

“Sou um pensador. Sou o vosso cérebro. Se queres unir vosso esforço ao meu, fa-lo-ei
obedecendo-me estritamente, porque o que eu faço não faço às cegas, mas sob o mandato de
Deus. Não houvera queixas nem objeções pelo que deverá ser feito, até que tenhamos
estabelecido na Terra o Reino de Deus”.

A obediência total a Moon chega ao ponto de entregar-se a ele e à sua organização a decisão sobre a
pessoa com quem os solteiros deverão casar-se. É famosa a cerimônia na qual Moon abençoa
milhares de casais, aos quais aconselha em seguida um tempo mais ou menos amplo de continência
conjugal.

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