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PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DA BABOSA NA DERMATOLOGIA

FERREIRA, S. L¹; VERAS, L. B. S1; BARBOSA. M. C. N. A1; LIMA. M. A1;


SOUSA, A, C1; JÚNIOR, F, M, D1; ROCHA, L. B. S1
1
Faculdade Maurício de Nassau, Teresina PI, Brasil .

RESUMO

Introdução: Os produtos naturais são usados desde a antiguidade. A babosa


é uma planta muito utilizada no tratamento de diversos malefícios, com
destaque na terapêutica dermatológica para processos de cicatrização,
inflamação, hidratação e antioxidante. Objetivo: analisar através de uma
revisão de literatura os benefícios da Aloe Vera (L.) Burm f., para problemas
dermatológicos e suas qualidades para a pele. Materiais e métodos: Realizou-
se buscas nas bases de dados Science direct, Scielo e PubMed, utilizando os
descritores “Aloe Vera”, “dermatoterapia” e “cicatrização” em inglês e
português, entre os anos de 2006 e 2017. Artigos completos, nos idiomas
inglês e português sem recorte temporal foram utilizados no estudo. Resultado
e discussão: Em todos os estudos observados constatou a eficácia da Aloe
Vera nos problemas de pele, analisando que seu uso indevido pode acarretar
sérios problemas. Conclusão: O uso da Aloe Vera traz excelentes resultados e
benefícios com ênfase no processo de cicatrização e inflamação quando usado
de maneira adequada, orientada por um profissional.
Palavras-chave – Aloe Vera; dermatoterapia; cicatrização.
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ABSTRACT
Introduction: Natural products are used from ancient times. The slug is a plant
widely used in the treatment of various maladies, with emphasis on
dermatological therapy for healing, inflammation, hydration and antioxidant
processes. Objective: to analyze through a literature review the benefits of Aloe
Vera (L.) Burm f., For dermatological problems and their qualities for the skin.
Materials and methods: We searched the databases science direct, Scielo
and PubMed, using the descriptors "Aloe Vera", "dermatology" and
"cicatrização" in English and Portuguese, between the years of 2006 and 2017.
Complete articles, in the English and Portuguese languages without temporal
cut-off were used in the study. Results and discussion: In all the studies
observed, the effectiveness of Aloe Vera in skin problems was analyzed,
analyzing that its misuse could lead to serious problems. Conclusion: The use
of Aloe Vera brings excellent results and benefits with emphasis on the healing
process and inflammation when used properly, guided by a professional.
Keywords - Aloe Vera; dermatology; healing.
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INTRODUÇÃO
A pele é um órgão de contato físico, comunicação visível que transmite
emoções, sendo complexo esconder uma lesão na pele1. Uma delas é a acne,
que acomete os folículos pilossebáceos, causando uma inflamação crônica. A
psoríase, uma inflamação crônica, que a acomete o tecido, gerando
desagradáveis coceiras. As queimaduras, questão de saúde pública, também
pode gerar cicatrizes, além das feridas. Estas complicações podem trazer um
efeito negativo na autoestima dos indivíduos. A cicatrização serve para refazer
a integridade do tecido. No processo inflamatório para a cicatrização da pele,
ocorre a resposta inflamatória com o exsudato que o transporte de células
como leucócitos, macrófagos, neutrófilos até o local da lesão. A angiogênese,
que é a formação de novos leitos capilares e a fase de reparo-fibroblástico
onde os fibroblastos começam a depositar colágeno que por último ocorre sua
remodelação2. Os produtos naturais são usados pela humanidade desde
tempos imemoriais. Nativa da África, com particularidade na dermatologia, útil
na saúde e na beleza, a Aloe Vera (L.) Burm.f. da família asfodeláceas ou
liláceas, com mais de 400 espécies diferentes, mais conhecida como babosa, é
utilizada para o tratamento de diversas enfermidades. A parte utilizada para fins
medicamentosos é a folha, que na sua epiderme possui uma seiva bruta
abrangida por túbulos, que origina o gel de A. vera, substância mucilaginosa
rica em polissacarídeos e água, além de outros componentes como como
vitamina A, B e C, cálcio, potássio, magnésio, zinco, aminoácidos, carboidratos
e enzimas3. Aplicada popularmente com uso na cicatrização, atividade anti-
inflamatória, antibacteriana, antioxidante, hidratação da pele, tratamento de
queimaduras entre outros. A babosa é uma planta com ênfase na sua
capacidade curativa e terapêutica. Principalmente na pele, favorecendo a
atividade dos fibroblastos e propagação de colágeno. O objetivo do presente
trabalho foi analisar através de uma revisão de literatura os benefícios da Aloe
Vera (L.) Burm f., para problemas dermatológicos e suas qualidades para a
pele.
METODOLOGIA
Realizou-se buscas nas bases de dados Science direct, Scielo e PubMed,
utilizando os descritores “Aloe Vera”, “dermatoterapia” e “cicatrização” em
inglês e português, entre os anos de 2006 e 2017. Artigos completos, nos
idiomas inglês e português sem recorte temporal. Foram selecionados artigos
que melhor se enquadravam no objetivo proposto.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Dos artigos inclusos nesta pesquisa e que relacionava o uso da babosa para
lesões cutâneas, foi possível identificar metodologia e objetivos parecidos
incluindo suas propriedades para a pele. No estudo de caso de OLIVEIRA (et
al, 2009) um paciente com lesão no dorso do pé, que se transformou em úlcera
isquêmica fez aplicação de cobertura de colágeno com Aloe Vera tendo como
resultado após 2 meses de uso, uma cicatrização tecidual satisfatória4. Nas
desordens da pele como feridas e queimaduras, o seu recobrimento com Aloe
vera, fornece oxigênio, aumentando a vasoconstrição dos vasos. Assim,
havendo uma remodelação dos tecidos devido a maior quantidade de
colágeno, com isso diminuindo a inflamação5. Há estudos que evidenciam
problemas com seu uso, por causar atraso no processo de cicatrização. Isso
pode ser devido nas diferentes técnicas de isolamento utilizados para extrair o
gel da folha. A diferença na composição química da planta de diferentes locais,
o uso de formulações cosméticas contendo babosa em grandes concentrações
(0,25% p/p e 0,5% p/p) após a aplicação, aumentaram o teor de água do
estrato córneo. Daí vem seu poder de hidratação. Sua atividade antioxidante
está associada a presença de betacarotenos, enzimas e compostos fenólicos 6.
Esses estudos corroboram com o artigo de Ruiz (et al, 2014) onde fizeram um
estudo com 20 pacientes com psoríase vulgar que foram separados em grupos
idênticos, com tratamento com creme à base de Aloe Vera e o outro grupo com
medicamento convencional triamcinolona. O efeito terapêutico demonstrou-se o
mesmo apresentando melhora eficaz das manifestações clinicas. Entretanto o
uso da Aloe vera não provocou reações adversas como no uso do
medicamento convencional7. Em outro estudo de Dominguez (et al, 2006),
realizou-se um estudo com 90 pacientes que tinham lesões cutâneas da pele,
psoríase, acne e dermatite durante um período de 15 a 60 dias de acordo com
o progresso do paciente. Foram comparadas duração do tratamento e
avaliação clínica das lesões. O tratamento se estendeu por mais 45 dias,
especialmente em pacientes com psoríase. Como acne e dermatite tem menor
tempo de duração na aplicação do tratamento, obtiveram bons resultados. Foi
observado que 43 pacientes obtiveram melhora, 41 casos foram curados e
somente 6 não tiveram bons resultados. Sendo assim, observou-se uma
evolução eficiente e satisfatória na maioria dos casos. Pessoas que utilizaram a
babosa por períodos prolongados, desenvolveram reações alérgicas, como
urticária e eczemas. Áreas expostas ao sol podem causar surto, quando
aplicado antes de sua exposição8. Em um ensaio randomizado duplo-cego, 60
pacientes (41 com úlcera de pressão, 13 com feridas diabéticas, e 6 com
úlceras venosas), separados em dois grupos idênticos, receberam tratamentos
com um creme combinado de A. Vera e azeite de oliva e outro com fenitoína
por um período de 30 dias. Foram verificados o tamanho da ferida, quantidade
de tecido necrótico e tipo e quantidade de exsudato. Os dois cremes se
mostraram eficazes, porém o creme da AVO mostrou melhores resultados.
Considerando que o azeite de Oliva possui propriedades anti-inflamatórias e
cicatrizantes9. Em um estudo clinico com 25 pacientes com seborreia facial
leve a moderada, foram utilizados cosméticos contendo piroctona olamina,
lactoferrina, glicero-fosfo inositol e Aloe vera para a terapia, aplicando o gel
duas vezes ao dia por 45 dias. Sua eficácia foi avaliada medindo na linha de
base. Os resultados mostraram-se satisfatórios para o tratamento sem nenhum
caso de piora ou sinal de severidade na região10. Isso comprova sua eficácia
como coadjuvante associada a outras substâncias.
CONCLUSÃO
O presente estudo enfatiza as propriedades da babosa via tópica, onde
ressalta seu benefício anti-inflamatório, particularmente na cicatrização. Na
terapia da psoríase, estudos clínicos demonstram sua eficiência. Além de
lesões cutâneas como dermatites, feridas e acne. Entretanto, a ideia de que
plantas naturais não apresentam riscos pode trazer sérias consequências.
Consultar um profissional adequado é essencial para não trazer indesejáveis
reações adversas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. WALLIG, M.B.L. O adoecimento da pele: um estudo de qualidade de
vida, estresse e localização da lesão dermatológica. Dissertação
(Mestrado em Psicologia Clínica) - Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

2. G.P. SIDGWICK; D. MC GEORGE; A. BAYAT. Uma análise


abrangente baseada em evidências sobre o papel dos tópicos e
curativos no manejo da cicatrização da pele. Archives of
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3. PARENTE, L. M. L.; CARNEIRO, L. M.; TRESVENZOL, L. M. F.;


GARDIN N. E. Aloe vera: características botânicas, fitoquímicas e
terapêuticas. Arte Médica Ampliada, v. 33, n.4, out./nov./dez.2013

4. OLIVEIRA, S. H. S.; SOARES, M. J. G. O.; ROCHA, P. S. Uso de


cobertura com colágeno e aloe vera no tratamento de ferida
isquêmica: estudo de caso. Revista da Escola de Enfermagem USP.
2009
5. RAMOS, A. P; PIMENTEL, L. C. Ação da Babosa no reparo tecidual e
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Janeiro/Abril 2011.

6. Hamman. J. H. Composição e Aplicações de Aloe vera Leaf Gel.


Moléculas, v.13, n.8, p.1599-1616, África do Sul. 2008.
7. RUIZ, Y. B.; LEON, N. H.; DESPAIGNE, O. L. C. P.; DESPAIGNE, M.
S. P.; BARRIOS, R. M. N. Eficácia do creme de Aloe vera em
pacientes com psoríase comum da paróquia de San Fernando.
MEDISAN v.18, n.10, Santiago de Cuba. 2014.

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9. PANAHI, Y.; IZADI, M.; SAYYADI, N.; REZAEE, R.; JAFARI, N. J.;
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treatment of chronic wounds. Journal of wound care. 2015.

10. OGLIO, F. D.; TEDESCHI, A.; FUSTO, C. M.; LACARRUBA, F.;


DINOTTA, F.; MICALI, G. Um novo gel tópico antifúngico / anti-
inflamatório cosmético para o tratamento da dermatite seborréica leve
a moderada do rosto: um ensaio aberto que utiliza avaliação clínica e
fotografia digital dirigida para o eritema. Jornal Oficial da Sociedade
Italiana de Dermatologia e Doenças Sexualmente Transmissíveis
indexadas. v.152, n.5, p. 436-440, Outubro. 2017.

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