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SUMÁRIO
LEI Nº 11.343/06 (LEI DE DROGAS) ...................................................................................................... 2
ART. 28 DA LEI DE DROGAS .............................................................................................................. 2
ART. 28, CAPUT ............................................................................................................................. 2
NATUREZA JURÍDICA ..................................................................................................................... 2
CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................................... 4
ART. 28, §1º - FIGURA EQUIPARADA ............................................................................................ 6
COMENTÁRIOS SOBRE AS PENAS DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS............................................... 6
PROCEDIMENTO EM SEDE POLICIAL ............................................................................................ 7
JURISPRUDÊNCIA RELATIVA AO ART. 28 DA LEI DE DROGAS ........................................................... 7
CONFISSÃO DO AGENTE (SÚMULA Nº 630 DO STJ) ..................................................................... 7
O CRIME DO ART. 28 DA LEI DE DROGAS NÃO GERA REINCIDÊNCIA ........................................... 8
ART. 28 DA LEI DE DROGAS X HABEAS CORPUS ........................................................................... 9
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................... 9
GABARITO ....................................................................................................................................... 12
NATUREZA JURÍDICA
Da leitura do dispositivo legal, chama atenção a redação do preceito secundário (pena),
com a previsão de sanção de:
PRECEITO
SECUNDÁRIO
(PENA)
Advertência
Prestação de
serviços à
comunidade
Medida
educativa
Como se pode observar, o tipo penal do Art. 28, caput, da Lei de Drogas não prevê pena
restritiva de liberdade, tais como reclusão ou detenção.
Apesar de não ser muito conhecida pelos alunos, a Lei de Introdução ao Código Penal
(Decreto-Lei nº 3.914/41), em seu Art. 1º, traz a seguinte redação:
Ora, ao comparar o dispositivo legal e o tipo penal do Art. 28, caput, é bem fácil perceber
que o porte de drogas para consumo não se adequa ao conceito legal (formal) de crime.
DÚVIDA: O tipo penal do Art. 28, caput, da Lei de Drogas deixou de ser
crime (descriminalização)?
A resposta é NÃO.
Não obstante toda a discussão em torno da “legalização” do uso da maconha, para fins
jurídicos, a conduta tipificada no Art. 28, caput, continua a ser um ilícito penal.
DESCRIMINALIZAÇÃO DESPENALIZAÇÃO
MUITO IMPORTANTE
A resposta é NÃO.
Segundo tal entendimento, por se tratar de crime de perigo abstrato, seria inviável
considerar irrelevante penal a conduta tipificada no Art. 28 da Lei de Drogas.
CARACTERÍSTICAS
Como a intenção do curso é enfatizar os temas mais cobrados nos concursos públicos, as
características do tipo penal serão apenas descritas no esquema abaixo:
Crime Permanente
A resposta é NÃO.
O Art. 28 da Lei de Drogas é classificado como tipo misto alternativo, ou seja, a prática de
mais de uma conduta incriminadora, desde que num mesmo contexto fático e sem autonomia,
configura crime único.
Por exemplo, João adquire pequena quantidade de maconha e guarda em sua mochila.
Pouco tempo depois, ao transitar por rodovia federal, João é parado em fiscalização de rotina
e a equipe da PRF localiza a droga escondida no interior do veículo.
A resposta é NÃO.
O verbo “usar” não consta como núcleo do tipo penal do Art. 28 da Lei de Drogas.
Com efeito, o uso de drogas é atípico, assim, se um agente for surpreendido por policiais,
logo após o consumo da droga, não é possível realizar a prisão em flagrante.
MUITO IMPORTANTE
A resposta é SIM.
Em regra, no Direito Penal brasileiro, os tipos penais exigem o dolo com elemento
subjetivo do tipo penal.
Por outro lado, quando se diz que o crime exige o chamado dolo específico, não basta
apenas a conduta voluntária e consciente, mas um especial fim de agir, ou seja, pratica-se a
conduta com a intenção de obter um resultado específico.
Portanto, caso a intenção do agente não seja o consumo pessoal, a conduta será
desclassificada para outro tipo penal, por exemplo, o tráfico de drogas (Lei de Drogas, Art. 33).
DOLO
ESPECÍFICO
Para consumo
pessoal
O Art. 28, §1º, da Lei de Drogas traz a figura equiparada ao porte ilegal de drogas para
consumo:
Por exemplo, o agente que mantém em sua residência mudas de cannabis sativa para
consumo próprio, configura o tipo equiparado previsto no Art. 28, §1º, da Lei de Drogas.
MUITO IMPORTANTE
Como dito anteriormente, o tipo penal do Art. 28 da Lei de Drogas não prevê qualquer
pena restritiva de liberdade, sendo certo que mesmo no caso de recusa do agente em cumprir
as medidas impostas, não será possível a imposição de prisão.
A resposta é NÃO.
Não há dúvidas de que a jurisprudência é rica em relação ao tipo penal do Art. 28 da Lei
de Drogas.
Assim, para facilitar a compreensão das principais decisões dos Tribunais Superiores
sobre o tema, entende-se que um tópico específico será bastante didático.
A confissão configura uma atenuante genérica prevista no Art. 65, III, alínea d, do Código
Penal, com influência na 2ª fase da dosimetria da pena.
O tema é polêmico.
Contudo, mesmo para tal corrente, é necessário que o agente, pelo menos, confesse a
autoria do fato típico contra si imputado.
Nesse sentido, a Súmula nº 630 do STJ impede que o agente, ao admitir a prática do
porte ilegal de drogas para consumo, seja agraciado por atenuante de tipo penal não
confessado, no caso, o tráfico de drogas.
Nesse sentido, caso um condenado definitivamente pratique nova infração penal antes
do fim do período depurador, será considerado reincidente e, por tal razão, submetido a uma
série de restrições aos benefícios concedidos pela legislação penal.
Para o STJ, a condenação definitiva pelo crime do Art. 28 da Lei de Drogas não configura
reincidência.
Tal decisão decorre da conclusão de que se uma contravenção penal, com pena mais
grave do que a prevista para o Art. 28 da Lei de Drogas, não gera reincidência, por
razoabilidade, não seria proporcional permitir que o delito previsto na Lei nº 11.343/06
incorresse nesse efeito.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2019 – DPE/DF – Defensor Público) - Com base no entendimento do STJ, julgue
o próximo item, a respeito de aplicação da pena. Condenação anterior por delito de
porte de substância entorpecente para consumo próprio não faz incidir a circunstância
agravante relativa à reincidência, ainda que não tenham decorrido cinco anos entre a
condenação e a infração penal posterior.
a) H. T. B. praticou tráfico ilícito de drogas, previsto no Art. 33, caput, da Lei de Drogas.
b) a conduta de H. T. B. é atípica, tendo em vista a grande quantidade de droga adquirida
para uso próprio.
c) o Princípio da Consunção é reconhecido e aplicável ao caso, pois não há ofensa a
terceiros, apenas ao próprio corpo, tornando a conduta atípica.
a) sendo hipótese de porte de drogas para consumo pessoal, deverá o delegado de polícia
instaurar o inquérito policial.
b) ainda que com pouca quantidade de droga o princípio da insignificância não incide no
crime de tráfico de drogas, não sendo fundamento para recomendação de
arquivamento do inquérito policial por atipicidade.
c) sendo hipótese de porte de drogas para consumo pessoal, deverá o delegado de polícia
realizar o termo circunstanciado e lavrar o auto de prisão em flagrante.
d) sendo pouca a quantidade de droga apreendida, incide o princípio da insignificância no
crime de tráfico de drogas, podendo servir de fundamento para o arquivamento do
inquérito policial por atipicidade.
e) sendo hipótese de porte de drogas para consumo pessoal, deverá o delegado de polícia
realizar o termo circunstanciado e caso o indivíduo se recuse a comparecer no juizado
Especial Criminal deverá o delegado representar pela prisão preventiva.
6. João Pedro foi abordado por policiais militares que faziam ronda próximo a uma
Universidade particular. Ao perceberem a atitude suspeita de João, os policiais
resolveram proceder a revista pessoal e identificaram que João portava um cigarro de
maconha para consumo pessoal. Nessa situação hipotética, a expressão não se imporá
prisão em flagrante, descrita no Art. 48 da lei 11.343/06, significa que é vedado a
autoridade policial:
Por outro lado, caso a intenção do agente não seja o consumo próprio, mas
fornecimento a terceiros, ainda que gratuitamente, em regra, ter-se-á o crime de
tráfico de drogas (Lei nº 11.343/06, Art. 33).
Nesse sentido, é vedada a lavratura do auto de prisão em flagrante, razão pela qual o item
correto é o B.
GABARITO
1. CERTO
2. D
3. B
4. ERRADO
5. ERRADO
6. B