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Energias renováveis: Biomassa

ENE 206

Etanol combustível – Parte1


•Século XVII a cana-de-açúcar se expande nas regiões com solos propícios e
constitui a principal atividade econômica do país.
• 1650 Surge o açúcar de beterraba (mesmo assim o açúcar de cana
mantém-se com posição de destaque internacional)

• 1880 Desenvolvimentos tecnológicos melhoram o açúcar de beterraba


elevando sua qualidade – Adicionalmente leis aprovadas na Europa exigem o
consumo de açúcar de beterraba localmente.

https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-89-historia-
e-economia-dos-biocombustiveis-no-brasil
A economia açucareira do Nordeste resistiu por mais de três séculos às mais
prolongadas depressões, logrando recuperar-se sempre que o mercado externo
permitia, sem sofrer nenhuma modificação estrutural significativa.

https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-89-historia-
e-economia-dos-biocombustiveis-no-brasil
PRIMÓRDIOS DOS BIOCOMBUSTÍVEIS NO BRASIL

1903, ocorre a primeira “Exposição Internacional de Produtos e Equipamentos


a Álcool” e o “Congresso das Aplicações Industriais do Álcool” no Estado do Rio
de Janeiro. (lampião a álcool, iluminação)

O uso do álcool como combustível veicular ainda não era defendido


publicamente, ainda mesmo porque em 1903 os veículos no país eram muito
poucos

1925 Ford a álcool (70% etanol)


Era quase aguardente

Em agosto de 1925 o Ford percorreu 230


quilômetros (km) em uma corrida no Circuito
da Gávea, no Rio de Janeiro

O consumo foi de 20 litros por 100 km

No mesmo ano, o Ford fez os percursos Rio-


São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis
O combustível era álcool etílico hidratado As primeiras experiências com esse carro
70% (com 30% de água) ocorreram na Estação Experimental de
Combustíveis e Minérios (EECM), organismo
A motivação da época não era muito governamental de pesquisa que se
diferente da de hoje. O então presidente transformou no INT, em 1933
Epitácio Pessoa (1919-1922) já reclamava
em 1922 da “colossal importação de
gasolina no Brasil”

http://revistapesquisa.fapesp.br/2008/03/01/e
ra-quase-aguardente/
Em 1973 - Primeira crise do petróleo.

O valor médio do barril de petróleo, em 1973,


foi US$ 3,88, ao passo que, em 1974, foi US$
12,55, um inacreditável aumento de 223,5%!

Falhas de planejamento estratégico: Brasil era dependente de importação de


petróleo e não tinha plano alternativo para possível escassez.

Dificuldades para produzir petróleo internamente (os campos de petróleo não


estavam confirmados, a tecnologia não era apropriada, o preço de extração
ainda era maior do que o preço de importação)
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROÁLCOOL - 1975

Déficit comercial do País era da ordem de US$


3 bilhões e que a importação de petróleo
consumia cerca de 47% das divisas das
exportações

Lema “o álcool é nosso”

Incentivos fiscais e empréstimos bancários com juros abaixo da taxa de mercado para
os produtores de cana-de-açúcar e para as indústrias automobilísticas que
desenvolvessem carros movidos a álcool.

Em 1977, começa a adição de 4,5% de álcool à gasolina

Essa seria uma contribuição do álcool para a saúde da população.

(Substituição completa do chumbo tetraetila Pb(C2H5)4)


Segunda crise do petróleo - 1979

Valor médio do barril de petróleo passa de US$ 18,36 em 1979 para US$ 30,72
em 1980, e chega a US$ 36,59 em 1981

Como consequência, carros a álcool hidratado (álcool como combustível)


começam a ser utilizados em grande escala em todo o país.

Passa a ser mandatória a adição de 15% de álcool anidro a gasolina.


Dodge 1800 (1976)

Fiat 147 (1979)


Em 1980, na análise da fase inicial do Proálcool, o Ministério da Indústria e
Comércio informava que a meta de produção de 3,0 bilhões de litros para 1980
estava alcançada

Adição de 20% de álcool anidro já era uma realidade em quase todo o País.
Etanol hidratado
Novas metas estabelecidas incluíam a produção de 900 mil carros entre 1980 e
1982, a conversão de 270 mil carros de gasolina para álcool, e a produção de 10,7
bilhões de litros de álcool em 1985

Em 1985, 92% dos carros vendidos no País rodavam a álcool hidratado e a


mistura de álcool anidro à gasolina chegou a 22%.

A invenção do “carro à álcool”, movido exclusivamente a “álcool hidratado” foi


solução encontrada para fortalecer a economia canavieira, ao mesmo tempo
em que se procurava dar uma resposta à alta do petróleo.

O problema é que o custo do “litro-equivalente” de álcool permanecia 75%


maior que o do litro da gasolina, e o governo (via Petrobras) o vendia, por lei,
a um preço 65% menor do que o praticado em relação à sua “concorrente”, a
gasolina.
Derrocada do Pro-Álcool (1986-1990)

No entanto, em 1986 os preços do petróleo despencaram, chegando a menos de


US$ 15 por barril
O preço do petróleo “baixava”, enquanto o do açúcar “subia”. Justamente na
medida em que a crise petrolífera mundial se arrefecia, previa-se melhores
condições econômicas, potencialmente viabilizadoras de crescimento no consumo
mundial de açúcar. A possibilidade de exportar açúcar se fazia atrativa aos
produtores. Com a relativa redução do preço do petróleo se intensificou a rixa
existente entre o Programa Nacional de Álcool e a Petrobras
Outros fatores são relevantes para entender o momento econômico por que
passava o Brasil: uma série de malsucedidos planos econômicos; dificuldade de
pagamento da dívida externa, declaração de moratória, custo fiscal elevado,
descontrole das finanças públicas, desajuste monetário, inflação galopante, greves e
mais greves, comoção social...

Aproveitando o imbróglio político do momento a Petrobras alegava o prejuízo em


sua chamada ‘conta-álcool’ (“O discurso, de um modo geral, enfatizava um
prejuízo de cerca de 10 centavos por litro de álcool combustível vendido nas
bombas” (Natale Netto, 2005 apud Sampaio, 2015).
Confronto entre os diferentes grupos de interesse que culminou com uma crise
de abastecimento (os proprietários desses veículos se viram diante duas
possibilidades: ficar na mão ou ficar a pé)
(Necessidade de escolha do combustível no ato da compra do veículo)

Falta de combustível nas bombas dos postos em diferentes cidades ao mesmo


tempo.

Desconfiança (até mesmo a resistência) do consumidor pelo carro álcool no fim


dos anos 80. Aqueles carros não tinham chegado a seu estágio de maturação
tecnológica.
Perdia-se a esperança com os carros a álcool.

Em 1988, começava o fim da intervenção estatal no setor sucroalcooleiro, que


foi seguido de eliminação de práticas de regulação no setor de exportações de
açúcar, de cotas e de qualquer outra intervenção. Esse processo só se completa a
partir de 1999 com a liberação de controle de todos os preços e serviços do
setor sucroalcooleiro.

Em 1990, em um contexto de redução drástica do Estado, foi extinto o


Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA)
Commoditização do etanol – 1990 – 20...
Combustível mundial?

Entre 23 de dezembro de 1994 e 3 de janeiro de 1995 51 destilarias autônomas


foram autorizadas pelo governo a produzirem também açúcar.
Nova tendência do setor sucro-alcooleiro: produzir apenas álcool anidro
(Exportação de volumes crescentes de açúcar)

Em 2003 teve-se a invasão do Iraque pelo Governo Bush re-estabeleceu uma


corrida inflacionária no preço do petróleo
Commoditização do etanol – 1990 – 20...
Combustível mundial?
No mesmo ano a invenção da tecnologia “Total Flex Fuel” possibilitou que um
mesmo veículo pudesse rodar com 100% gasolina, 100% álcool ou com qualquer
taxa de mistura entre ambos.

Intensa expansão interna do consumo de combustível veicular pela inserção


crescente das classes menos abastadas no mercado automotivo.
Commoditização do etanol – 1990 – 20...
Combustível mundial?
2003 – 2011 o setor “sucro-energético” se alterou bastante. A produção nacional de
cana aumentou 100% (passou de 320 milhões de toneladas para 640); a de açúcar
70% (de 23 para 38,5 milhões de toneladas anuais) e a de etanol 125% (passando de
13 para 29 bilhões de litros/ano).

Debates acerca do aquecimento global

Diversas nações buscaram combustíveis não fósseis, renováveis e mais limpos

Países “desenvolvidos” se colocaram metas de redução de consumo de petróleo


para finalidades carburantes, tornando-se consumidores (reais ou potenciais) de
etanol.

Internacionalização do setor sucro-alcooleiro brasileiro


Adentraram ou firmaram-se nesse mercado, por exemplo, as empresas Tereos, BP,
Noble Group, Louis Dreyfus, Shell, Bunge, Cargill e Glencore, dentre outras
Participação do setor canavieiro brasileiro em planos de “cooperação internacional
para o etanol”
 Cotação do barril de petróleo (EIA 2014):
dólares por barril

1: US spare capacity exhausted 7: Asian financial crisis


2: Arab Oil Embargo 8: OPEC cuts production targets 1.7 mmbpd
3: Iranian Revolution 9: 9-11 ATTACKS
4: IRAN-IRAQ WAR 10: Low spare capacity
5: Saudis abandon swing producer role 11: GLOBAL FINANCIAL COLLAPSE
6: IRAQ INVADES KUWAIT 12: OPEC cuts production targets 4.2 mmbpd
Especificações do etanol carburante

EAC : Etanol anidro carburante


EHC : Etanol hidratado carburante
EHCP: Etanol hidratado combustível premium

http://www.udop.com.br/download/legislacao/comercializacao/institucional_site_juridico/res_19_2015_republicacao_especific
acoes_etanol.pdf
ftp://ftp.fem.unicamp.br/pub/em713a/Aulas%2021-22-2003.pdf
Motor a álcool
Os carburadores tradicionais para motores à gasolina, quando adaptados para o
uso do álcool apresentavam deficiências na pulverização do álcool e distribuição
desigual na mistura álcool-ar, além de problemas de corrosão dos materiais
empregados.

Feitos à base de zinco e latão, nestes carburadores tradicionais o álcool se


constitui um eletrólito perfeito porque contém água e é condutor elétrico.
Tentativas de revestimentos anti-corrosivos ou o uso de plásticos não se
mostravam eficazes.

http://www.portalsaofrancisco.com.br/mecanica/motor-a-alcool
Os pistões são exclusivos para este tipo de motor. Eles têm superfície plana para
aumentar a compressão.

O cabeçote é próprio. As câmaras de compressão têm menor tamanho, para permitir


maior taxa de compressão.

http://3cpreparacoesautomotivas.blogspot.com.br/2014/11/taxa-de-compressao-alcool-
gasolina-e.html

O tanque e as canalizações por onde o álcool passa recebem um tratamento químico


especial contra a corrosão, ou então são feitos de plástico.

O carburador recebe tratamento especial contra a corrosão, e calibragens próprias.

http://www.portalsaofrancisco.com.br/mecanica/motor-a-alcool
A bomba de combustível é especial( tem uma maior vazão ) podendo ser bem utilizada
em motores à gasolina.

Possui um dispositivo para dar a partida quando o motor está frio, injetando gasolina.

A taxa de compressão é maior.

As velas de ignição são próprias, tipo quente.

A bateria possui maior amperagem ( 46 ou 54 A ), devido a alta taxa de compressão,


pois o motor é mais “pesado” para a partida. Parte destes itens já estão em unificação
com a gasolina, pois atualmente a gasolina utiliza certa porcentagem de álcool etílico e
o álcool, por sua vez, usa certa porcentagem de gasolina em sua composição.
ftp://ftp.fem.unicamp.br/pub/em713a/Aulas%2021-22-2003.pdf
ftp://ftp.fem.unicamp.br/pub/em713a/Aulas%2021-22-2003.pdf
Substituição de Diesel por etanol

-Transformação de motores Diesel pesados para motores Otto


-Etanol aditivado em motores Diesel
-Etanol nebulizado em motores Diesel

www.unica.com.br/download.php?idSecao=17
&id=17629673
https://www.youtube.com/watch?v=j0An3RbXcPg
https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/novo-motor-com-taxa-de-compressao-variavel-pode-salvar-os-
motores-flex/

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