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Lei básica que determina a relação entre corrente elétrica e campo magnético. A
integral de linha do vetor intensidade de campo magnético, em torno de uma trajetória
fechada, na mesma direção das linhas de campo, é igual a corrente total através da
G
superfície contida pela trajetória de integração de H e é uma quantidade escalar:
G G GG
∫ H .dl = ∫ J .n .dS (1.1)
Superficie
G G G G
n J dl H
θ
dS
Unidades em MKS:
J - é dado em ampère por metro quadrado [A/m2]
G
H - é dado por ampère-espira Gpor metro [A-esp/m] e sua direção é dada pela
G
G G
regra da mão direita. H ⋅ dl = H dl cosθ , sendo θ o ângulo entre H e dl , e
H dl cosθ a componente de H na direção do elemento de comprimento dl.
l - é o comprimento do caminho em [m].
S - é a área em [m2].
A unidade de B é o tesla [T ou Wb/m2], 1 Wb = 108 linhas de campo magnético ou 108 maxwells, 1 T = 104 G (gauss).
Onde: μ é a permeabilidade do material (permeabilidade absoluta)
i(t) aθ ri
+ . + r'i
r
e(t) N
- + r0
az
ar r'0
como entrando (×) na página para r < ri e saindo (•) para r > r0. Considerando o
enrolamento consistindo de muitas espiras e de fios relativamente finos e próximos um
do outro, pode-se assumir densidade uniforme de corrente para a região ocupada pelo
enrolamento. Desta hipótese resulta uma configuração simétrica com relação ao ângulo
θ. A intensidade de campo magnético (H) na direção de θ, para ri < r < r0, é obtida pela
aplicação direta da lei de Ampère. Para uma trajetória circular de integração a um raio r
tem-se:
G G G G G G
∫ H .dl = ∫ (H r a r + H θ a θ + H z a z ) . (r dθ a θ ) = ∫0 H θ r dθ = 2 πr H θ
2π
G G G G G G
Onde: a r .aθ = a z .a θ = 0 e aθ .aθ = 1 , e H é invariante com relação a θ conforme
as considerações de simetria. Quanto ao outro lado da equação (1.1), tem-se para a
trajetória considerada:
GG
∫S J .n .dS = N i
r ≤ ri ' ⎯⎯ ⎯ ⎯⎯→ H = 0
N i r 2 − ri ' 2
ri ' ≤ r ≤ ri ⎯⎯ ⎯
⎯→ H =
2π r ri 2 − ri ' 2
Ni
ri ≤ r ≤ r0 ⎯⎯⎯→ H =
2π r
N i ⎛⎜ r 2 − r0 2 ⎞
⎟
r0 ≤ r ≤ r0 ' ⎯⎯⎯→ H = 1−
2 π r ⎜⎝ r0 ' 2 − r0 2 ⎟
⎠
r ≥ r0 ' ⎯⎯ ⎯ ⎯
⎯→ H = 0
A densidade de fluxo magnético B em Wb/m2 ou T esta relacionada com H por
meio da equação (1.2). Considerando que o material do núcleo seja ferromagnético a
densidade de fluxo magnético será desprezível na região fora do núcleo já que μ é da
ordem de 103 a 105 para materiais ferromagnéticos.
Na realidade, materiais ferromagnéticos exibem características não lineares,
onde o valor de μr depende do valor de H e de seu comportamento anterior. Serão
examinados alguns aspectos de seu comportamento mais a frente, mas como será
mostrado, um valor relativamente alto de μr permite-nos assumir um comportamento
linear em muitas aplicações.
Observa-se que não há limites para o valor de H que pode existir no ar ou no
espaço, seu valor é limitado praticamente pela J permissível nos condutores que
produzem o campo. Com condutores de cobre e alumínio, em temperaturas normais de
operação, as densidades de correntes (J) devem ser limitadas a cerca de 106-107 A/m2.
Bobinas super-resfriadas podem produzir densidades de fluxo (B) de 10 Wb/m2 ou mais.
Em comparação, é com grande dificuldade que um valor de B > 0.1 Wb/m2 pode ser
produzido usando bobinas normais à temperatura ambiente. Atualmente o modo mais
Conversão de Energia 4
fácil de produzir um valor de B de até 1.5 ~ 2.0 Wb/m2 é através do uso de materiais
ferromagnético.
Ex. : A figura 1.1.1 a seguir mostra uma bobina enrolada, em forma toroidal,
num anel de seção retangular. A bobina tem 200 espiras de fio de cobre cujo diâmetro é
3 mm.
300
dr
i(t)
+
e(t) 100 r
- dθ
Bθ 0 d
400
a) Para uma corrente de bobina de 50A, encontrar o fluxo magnético no diâmetro médio
da bobina.
• Obtenção da densidade de fluxo B no interior do toróide, através da lei de
Ampère.
Considerando uma trajetória circular dentro do toróide, cujo raio é r. Pela
simetria, vê-se que B será constante em todos os pontos da trajetória e sua direção será a
da tangente à trajetória em cada ponto.
G G
∫ B.dl = μ 0 N i A trajetória enlaça N vezes a corrente i, o que explica a
presença de N no lado direito da equação.
Como devido à simetria B é constante ao longo da trajetória de integração e sua
G G G G
direção é ao longo da tangente à trajetória em cada ponto, B = B θ0 e dl = r dθ θ0 .
μ NI G
∴ B ∫02 π rdθ = B 2πr = μ 0 NI → B = 0 θ0
2πr
G
θ0 - Vetor unitário na direção da tangente ao anel circular no plano do papel
μ NI 200 × 50 × 4 π10 −7
B= 0 = = 11,43 × 10 − 3 Wb/m 2
2 πr 2 π(0 ,35 2 )
B
H = ∴ H = 9095 A/m
μ
Conversão de Energia 5
I
+
V R = l / (σ S)
-
I
+ Ι φ
V R = l / (σ S)
-
φ=ℑ/ℜ
I=V/R
l l
Resistência R = [Ω] Relutância ℜ = [A esp/Wb]
σS μS
V ℑ
Corrente I = [A] Fluxo φ = [Wb]
R ℜ
Tensão V = R I [V] Força magnetomotriz
ℑ = NI = ℜ φ [A esp]
Condutividade σ [S/m] Permeabilidade μ0 *
1 1
Condutância G = [S] Permeância P = [Wb/A esp]
R ℜ
R – Associado a perda de energia ℜ - Não está associado a perda de energia.
* supondo que o meio dentro da estrutura magnética seja o vácuo, ou um material não magnético.
J=
εl =
ε →ε = ρJ
S ρ (l / S ) ρ
A indutância, para um circuito magnético no qual exista uma relação linear entre
B e H, é definida como L = λ / I .
μ NI 4 π × 10 −7 × 200 × I
B= 0 =
2 πr 2 πr
20B (0 ,1)dr → λ = Nφ = 0 ,1 × μ 0 N 2 I 0 ,20 dr
φ = ∫00,,15 ∫0 ,15
2π r
0 ,1 × 4 π × 10 −7 × 200 2 ⎛ 0 ,20 ⎞ −3
λ= ln⎜ ⎟50 = 11,51 × 10 Wb esp
2π ⎝ 0 ,15 ⎠
λ 11,51 × 10 − 3
L= = = 0 ,2302 × 10 − 3 H
I 50
πd 2 π × 3 2 × 10 −6
b) calculando o diâmetro do fio: dCu = 3 mm → S = = ,eo
4 4
seu comprimento total (da bobina): lfio = 200 × 2 × (0,1+0,05) = 60 m.
λ Nφ N N μ 0 NI μ S N2
L= = = BS = S = N 2 0 = N 2P =
I I I I l l ℜ
ou
λ Nφ N N 2 N2
L= = × = φ=
I I N ℑ ℜ
Os parâmetros aproximado do circuito equivalente seriam: ℜ = 0,146 Ω e
L = 0,2286 mH
e = dλ / dt
v = R i + L di / dt
+
i
R
v
e
-
Conversão de Energia 9
μ NI
B = 0 + M μ0 (1.9)
l
M = χm H (1.10)
B = μ 0 H + μ 0 χ m H = μ 0 (1 + χ m ) H = μ 0 μ r H = μ H (1.11)
B laço de histerese
estabilizado B,λ
Bmax b Bmax
d
Br - curva normal de
magnetização
-Hmax -Hc Hc
c c' Hmax H Hmax H, i
- -Br
d'
-Bmax Br - retentividade: densidade residual de fluxo
b' Hc - coercitividade:fmm necessária para anular B
Observa-se que (no ponto d) embora H seja nula, B não o é (é igual a Br). À B
medida que se diminui H gradualmente, B varia ao longo de b-d (para um dado valor de
H, o valor de B será maior quando H diminuir do que quando aumentar). Diz-se que B
se atrasa com relação a H. Esta característica dos materiais ferromagnéticos é conhecida
como histerese. A curva normal de magnetização é obtida (figura 1.2b) através da união
das extremidades (pontos dos laços de histerese) de uma família de laços de histerese.
B B
[Wb/m2] [Wb/m2] ~
~ 2.0
1.25
50000 de 15 a 100
H [A esp/m] H [A esp/m]
na confecção de ímãs permanentes. Quanto maior for a indução residual, menor será a
seção necessária para o ímã; quanto maior o campo coercitivo, menor poderá ser o seu
comprimento. Os materiais magnéticos conhecidos como ferrites são não-metálicos e,
portanto, tem resistividade elétrica muito alta. A densidade residual de magnetos de
ferrites é somente cerca de 0.2 a 0.4 Wb. Forças coercivas excepcionalmente altas, da
ordem de 200.000 ampères/metro, podem ser obtidas. Quando a densidade residual tiver
sido estabelecida em tal material, uma energia da ordem de 60.000 joules/m3 de material
é necessária para removê-la. Os magnetos feitos destes materiais são, portanto,
particularmente estáveis.
Os materiais magnéticos destinados às máquinas elétricas geralmente são
submetidos a fluxos variáveis e por isto devem ter área pequena no ciclo de histerese a
fim de reduzir as perdas de histerese. São utilizados, portanto, nestes casos, os materiais
magneticamente moles (macios) os quais apresentam baixa força coercitiva (valor de H
para o qual B é zero). O material magnético mais comumente utilizado em máquinas e
transformadores é uma liga de ferro com uma pequena quantidade de silício (≅ 3.5%)
isto pela fato de se ter observado que a introdução de silício no ferro nestas
porcentagens, pode não só melhorar as características magnéticas do material (menor
ciclo de histerese) como também aumentar a resistividade elétrica com conseqüente
redução das perdas de Foucault (para o ferro puro ρ = 10–7 Ω m, a adição de 4% de
silício aumenta ρ para 6 ×10–7 Ω m). O uso de técnicas especiais de laminação permite a
obtenção de lâminas de material magnético nas quais os cristais estão orientados ao
longo da direção de magnetização desejada. Esses materiais comercialmente disponíveis
na forma de chapas finas, também conhecidas por chapas de grãos orientados, têm
propriedades magnéticas superiores quando o campo magnético é alinhado na direção
de laminação das chapas.
Para os materiais magneticamente moles a curva média, também conhecida por
curva de magnetização, não se afasta muito das curvas do laço de histerese. Admite-se
em geral como hipótese que as perdas por histerese são desprezíveis e a característica
do material é a curva média. Se os antecedentes históricos de um material magnético
não são relevantes para o estudo em questão, então todos os cálculos práticos do
circuito magnético podem ser realizados usando a curva normal de magnetização.
A - Método Numérico:
Exemplo: Considere o circuito da figura 1.4a no qual E é uma tensão constante
aplicado à uma bobina em t = 0. A bobina é representada por sua resistência R e pelo
fluxo concatenado λ versus a curva de corrente i (figura 1.4b) Deseja-se a i(t).
λ λ
i i
+ R λ i
E
-
e = dλ / dt
λ2 λ2
λ1 λ1
i1 i Δ t 2Δ t t
E = Ri + dλ/dt. Para t = 0 → i = 0
e = dλ /dt = E, quando t = 0 e i = 0
Admitindo que dλ/dt permanece aproximadamente constante para um Δt: λ1 ≅ E Δt
Da curva λ-i obtém-se i1. A inclinação da curva λ-t, para t = Δt, pode agora ser
determinada como:
⎛ dλ ⎞
⎜ ⎟ = E − R i1
⎝ dt ⎠ t = Δt
A seguir determina-se λ2:
⎛ dλ ⎞
λ 2 = λ 1 + Δt ⎜ ⎟
⎝ dt ⎠ t =Δt
A repetição continuada deste cálculo resulta nos elementos para as curvas de λ e
i, como funções do tempo (figura 1.4c). Este método numérico de solução é simples e
adequado a muitos sistemas não lineares.
B - Linearização por partes da CNM.
Em muitas análises, a CNM, pode ser representada adequadamente pela fig. 1.5
Conversão de Energia 13
B
inclinação μ sμ 0
Bk para: -Bk < B < Bk Ln = λ / i = N 2 S μ n μ 0 / l [H]
para: | B | > Bk Ls= λ / i = N 2 S μ sμ 0 / l [H]
onde:
inclinação μ n μ 0 Ln - indutância não saturada
Ls - indutância saturada
l - comprimento médio da trajetória de fluxo
Hk N - número de espiras.
H
-Bk
A solução de ambas equações, nos respectivos intervalos (ver exemplo 1.4), são
exponenciais simples. Outras linearizações deste tipo são apresentadas na figura 1.6(a) e
(b). A da figura 1.6(a) é útil na análise de equipamentos que operam longe da região
saturada da curva B-H (reatores saturáveis), e a figura 1.6(b), nas situações onde a
indutância saturada Ls é desprezível, em relação aos outros parâmetros do sistema que
está sendo analisado.
B B
inclinação μ sμ 0 inclinação zero
Bk Bk
H H
-Bk -Bk
a) μ n = oo b) μ n = oo , μ s = 0
Figura 1.6 - Linearização da curva normal de magnetização.
C - Linearização em torno do ponto de operação:
Δ B2 ΔB1
B μ1 = lim
B2 Δ
ΔH 1 ⎯⎯→ 0 H 1
Δ H2 ΔB1 ⎯⎯→ 0
Δ B1
B1
Δ H1 ΔB2
μ2 = lim
Δ
ΔH 2 ⎯⎯→ 0 H 2
H2 ΔB2 ⎯⎯→ 0
H1 H
Ex. 1.3: Considere a curva B-H para o aço fundido, figura 1.8. Obtenha uma
aproximação para a curva e comente sobre as discrepâncias.
B
[T]
1.1
1.0
curva B-H
0.9
0.8
0.7
0.6
aproximação linear
0.5
(inclinação = μr μ0 )
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
H [A/m]
Figura 1.8 - Aproximação da curva de magnetização para o aço fundido.
CH φ
φ2
i
+ R φ1
V
- L φ0
B
A
(NI )1 (NI )2 fmm
a) circuito RL não-line ar b) curva normal de magne tização
line arizadas por parte
Figura 1.9 - Circuito magnético não linear, submetido a análise linear por partes.
φ 2 − φ1
- Na região B: LB = N 2
( N I ) 2 − ( N I )1
di
L + Ri = V (I)
dt
⎛ −⎜ R ⎟ t ⎞
⎛ ⎞
V⎜ ⎝ LA ⎠ ⎟
i = ⎜1 − e ⎟ (II)
R⎜ ⎟
⎝ ⎠
Se, por outro lado, a corrente de regime estacionário i = V/R resulta uma fmm
> (N I )1, então a solução da equação (I) deve considerar que inicialmente L = LA, mas
varia para LB quando N I torna-se maior que (N I )1. A solução aproximada pode ser
B
⎛ ⎛ R ⎞ ⎞
−⎜ ⎟t
⎜
V⎜ ⎜L ⎟ ⎟
i= 1− e ⎝ A ⎠ ⎟ 0 < t < t1 (III)
R⎜ ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
⎛ ⎛ R ⎞ ⎞
⎛ ⎞
⎜ −⎜ ⎟t ⎟
−⎜⎜ R ⎟ .t1
V⎜ ⎜ ⎟ 1 ⎟
I1 = 1− e ⎝
L
A ⎠ ⎟ ou e ⎝
L
A ⎠ = 1 − I1R
R ⎜ ⎟ V
⎜ ⎟
⎝ ⎠
R ⎛ I R⎞ L ⎛ I R⎞
− t1 = ln⎜ 1 − 1 ⎟ ou t1 = − A ln⎜ 1 − 1 ⎟ (IV)
LA ⎝ V ⎠ R ⎝ V ⎠
Onde t1 é o tempo necessário para o fluxo no indutor aumentar de zero para φ1,
ou para aumentar a fmm de zero para (N I )1.
ii) Encontrar i para t > t1. Faz-se i = I1 + id. Rescrevendo-se a equação (I):
Cuja solução é: id =
V − R I1
R
(
1 − e − ( R L B ) t' )
Onde t' = t – t1 e i = I1 + id
⎡⎛ V ⎞ −(R ) ⎞⎤
i = I 1 + ⎢⎜ − I 1 ⎟.⎛⎜ 1 − e
L .t'
B
⎟⎥
⎣⎝ R ⎠⎝ ⎠⎦
⎛ V ⎞ −(R )( ) ⎞ + V ; t ≥ t
L t −t
i = ⎜ I 1 − ⎟ ⎛⎜ e B 1
⎟ 1 (V)
⎝ R⎠ ⎝ ⎠ R
V/R
I1
A B
t1 t
Figura 1.10 - Corrente × tempo para o circuito RL não linear da figura 1.9b.
Conversão de Energia 17
B
2.2
Hn [Wb/m2 ] 2.0
1.8
i 1.6
1.4
+ 1.2
e N 1.0
0.8
lg 0.6
0.4
ln 0.2
0.0
0.1 1.0 10 100 1000
H [Aesp/m x (102 )]
(a) circuito magnético equivalente (b) curva normal de magnetização para
o aço M-19 processado, bitola 29.
Figura 1.11 - Circuito magnético e curva de magnetização do exemplo 1.5.
Bg l g 5 × 10 −4
A ℑg para o entreferro é: ℑg = Hg lg = = = 396 A
μ0 4 π × 10 −7
Bn l n B g l g
N i = Hn ln + Hg lg → N i = +
μn μg
Bn ⎛ l n ⎞
i = ⎜⎜ + l g ⎟⎟ ≅ 0.892 A
μ0 N ⎝ μ r ⎠
inclinação = μ n μ 0
Hc H
Figura 1.12 - Trajetórias de histerese e um modelo linearizado aproximado das trajetórias (material
magnético doce).
A trajetória externa pode ser aproximada por quatro linhas retas, duas das quais
têm inclinação μrμ0, e as outras duas, uma inclinação μsμ0. As aproximações são
razoavelmente precisas, exceto nos vértices das trajetórias. As áreas envolvidas pela
trajetória real e seu modelo linearizado podem ser feitos aproximadamente iguais, por
uma escolha conveniente do modelo, resultando num que tenha a mesma perda por
histerese que a trajetória real.
Pelo uso de técnicas especiais de laminação, pode-se produzir lâminas de
material magnético nas quais os cristais estão orientados ao longo da direção de
magnetização desejada. Nestes materiais magnéticos de grãos orientados (figura 1.13),
os lados da trajetória são essencialmente verticais, e as porções saturadas aproximam-se
de uma inclinação incremental μ0.
B
[T]
1.6
1.2
0.8
0.4
H [A/m]
-20 -10 10 20
-0.4
-0.8
-1.2
-1.6
Figura 1.13 - Densidade de fluxo magnético B versus intensidade de campo H, para 50% de ferro e 50% de
níquel na composição do núcleo (deltamax).
Ex. 1.6 (ilustrativo): Suponha que um indutor tem uma característica idealizada
de histerese como a apresentada na figura 1.14(a). Considere como ponto de partida, o
ponto A, onde i = 0 e φ = –1. Com a forma de onda para corrente dada pela figura
1.14(b), determine a tensão v no indutor. Observa-se que
Para se obter a tensão no indutor, basta derivar a função φ(t), a qual, por sua vez,
é obtida, facilmente, observando a forma de onda para i e a característica φ × i para o
Conversão de Energia 19
φ [Wb] i [A]
4
3
1
2
-3 -2 1 1 8 24
-1 2 3 I [A] -1
4 12 16 20
t [s]
-2
A
-3
-1
-4
(b)
φ [Wb]
(a)
1
1 11 17
3 9 19
t [s]
-1
(c)
v [V]
1
t [s]
1 3 9 11 17 19
-1
(d)
Figura 1.14 - a) Curva Característica; b) Forma de Onda de i(t); c) Forma de Onda de φ(t); d) Forma de onda
de v(t).
Conversão de Energia 20
No item 1.2 fez-se uma introdução aos circuitos magnéticos lineares (no caso
toróide) nos quais uma expressão simples relaciona o fluxo com a fmm através da
relutância (equação 1.7) e que era conhecida como a lei de Ohm para circuitos
magnéticos.
Em máquinas elétricas, transformadores, reatores, instrumentos de medição, etc.,
é utilizado material magnético de diversos tipos e formas. Várias partes de uma
estrutura magnética ramificada são envolvidas por bobinas. Os circuitos
ferromagnéticos não são lineares porque a permeabilidade do meio é variável e é função
da densidade de fluxo magnético na estrutura. Uma aplicação direta da lei de Ohm é
impraticável, porque a relutância é uma função da densidade de fluxo.
Basicamente os cálculos envolvendo circuitos magnéticos com materiais
ferromagnéticos se dividem em duas classes:
Núcleo
ferromagnético
φm I
I φm Bobina
Bobina
de φd Núcleo φd de
ferromagnético excitação
excitação entreferro2
entreferro1
armadura
pivô (ferromagnética)
(a) Estrutura magnética de um reator ou transformador ( a' ) Estrutura magnética de um rele eletromagnético
comprimento médio da
trajetória magnética, l m
φm φm
I I
φd φd seção transversal
do núcleo
pivô entreferro1
área A
seção transversal
entreferro2
da armadura
( b) Diagrama esquemático da estrutura magnética acima ( b' ) Diagrama esquemático da estrutura magnética acima
Relutância do
núcleo
fmm Relutância do
entreferro 1
(c) Representação do dispositivo por meio de um ( c' ) Representação do dispositivo por meio de um
circuito magnético circuito magnético
Hipóteses assumidas:
Φ3 S Φ2
P
Φ1
Figura 1.16 - Figura mostrando a continuidade das linhas de fluxo em uma união de uma estrutura magnética.
G G
∫S B.dS = 0 (1.14)
Ou seja, que a soma dos fluxos que entram é igual a dos que saem.
∫ E .dl =
d
(∫ B.dS ) (1.15)
dt S
d (N φ) dλ
e(t ) = − =− (1.16)
dt dt
d ⎛ ℑ N ⎞ d ⎛⎜ N 2 i ⎞⎟
∴ e = (L i )
d
e= ⎜ ⎟= ⎜ (1.19)
dt ⎝ ℜ ⎠ dt ⎝ ℜ ⎠ ⎟ dt
Para circuitos magnéticos como os das máquinas, a indutância pode ser variável
no tempo, e a equação (1.19) fica:
di dL
e=L +i (1.20)
dt dt
Ex. 1.7: Indutor com núcleo de dois materiais diferentes, figura 1.17
φ
I φ
+ λ=Nφ +
R1 +
1 R1
+ + + F =
F=NI
fator N L1
v e 2 N2
+ N +
R2
1
=
R2
1
L2 N2
+ + +
v=e L2 L2
ℑ = ℜ 1φ + ℜ 2 φ N i = ℜ 1φ + ℜ 2 φ
ℜ 1λ ℜ2λ 1 1
N 2 i = ℜ 1λ + ℜ 2 λ i= + = λ+ λ
2 2 L1 L2
N N
di ⎛ 1 1 ⎞ dλ
= ⎜⎜ + ⎟⎟
dt ⎝ L1 L2 ⎠ dt
1.8
25 1.6
Bf aço
ferro fundido
1.4 fundido
1.2
30
aço fundido 1.0
Ba
25 0.8
ferro
fundido
25 0.6
φ 12.5
0.4
0.2
I N = 500 I
dimensões em mm
25 0.0 500 1000 1500 2000 2500 3000
H [ A/m ]
( a ) sistema magnético ( b ) curva de magnetização
φ +
+ Rf
F= N I
+ ( c ) circuito magnético equivalente
Ra
Af = 25×25×10–6 m2 Aa = 12.5×25×10–6 m2
φ 0.25 × 10 −3 φ 0.25 × 10 −3
Bf = = = 0 .4 T e B a = = = 0 .8 T
Af 625 × 10 −6 Aa 312.5 × 10 −6
ℑ NI 500 × 0.73
b) ℜ = = = −3
= 746 × 10 3 A/Wb
φ φ 0.25 × 10
B 0 .4
c) μ r μ0 = =μ μ rf = = 448 , portanto, o ferro
H 4 π × 10 −7 × 710
fundido é 448 vezes mais eficiente que o ar na produção de um campo magnético desta
densidade de fluxo (B).
0 .8
μ ra = = 1330 , e o aço é mais eficiente que o ferro fundido.
4 π × 10 −7 × 480
lf 0.2425
d) ℜ f = = = 690 × 10 3 A/Wb
μ rf μ 0 A f −7 2 −6
448 × 4 π × 10 × 25 × 10
la 3 × 10 −2
ℜa = = = 57.7 × 10 3 A/Wb
−
μ ra μ 0 Aa 1330 × 4 π × 10 × 25 × 12.5 × 10
7 − 6
Observa-se que o ferro necessita de uma fmm bem maior que a do aço para fazer
fluir o fluxo, o que se deve a baixa permeabilidade do ferro.
le
Ae = (a + le )(b + l e ) (1.22)
Obs: Se o fluxo total no entreferro é conhecido, pode-se obter He e Hele
diretamente:
1 ⎛ φ ⎞ l φ
He = ⎜⎜ ⎟⎟ H e le = e
μ 0 ⎝ Ae ⎠ μ 0 Ae
2. Se os lados opostos do entreferro são paralelos, porém tem diferentes
dimensões em sua seção transversal, a área efetiva será dada por:
Ae = (a + 2l e )(b + 2le ) (1.23)
Onde a e b são as dimensões da seção transversal da face menor.
B [Wb/m2]
H [A/m]
Obs: - a saturação é indicada pela semelhança entre as curvas do material e a do ar.
- a escala logarítmica é utilizada para a abcissa quando deseja-se apresentar uma grande variedade de
curvas de materiais magnéticos.
Figura 1.19 - Curva de magnetização aço-silício e do ar.
Desprezando o espraiamento no entreferro, a relutância do entreferro torna-se:
le 3 × 10 −7
ℜe = = = 2.38 × 10 6 A esp /Wb ,
−
μ 0 Ae 4 π × 10 × 10
7 − 3
φ 0.5 × 10 −3
Bn = = = 0.5 Wb/m 2 ,
An − 3
10
da curva de magnetização, a intensidade de campo requerida é: Hn = 70 Aesp/m.
A fmm requerida pelo núcleo é: ℑn = H n l n = 70(0.3 − 0.003) = 20.8 A esp .
A fmm total requerida para produzir o fluxo desejado é: ℑ = ℑe + ℑn =1210 Aesp.
Note que neste caso a fmm requerida pelo núcleo (ou a relutância do núcleo) é
desprezível quando comparada com a requerida pelo entreferro. Contudo, se o fluxo no
núcleo for de 1.5×10–3 Wb, a solução seria consideravelmente diferente. Desde que a
relutância do entreferro é constante, a fmm requerida pelo entreferro torna-se:
ℑe = ℜeφ = 2.38×106×1.5×10–3 = 3570 Aesp,
ou 3 vezes o valor original. O núcleo, contudo, está muito próximo da saturação. Uma
densidade de fluxo de 1.5 Wb/m2 exige uma intensidade de campo:
Hn = 2.8×103 Aesp/m
Note que agora o núcleo requer uma proporção da fmm total muito maior do que
a anterior. A fmm do núcleo aumentou de 40 vezes, enquanto que a do entreferro,
apenas 3 vezes. Este tipo de comportamento é típico de materiais ferromagnéticos.
1.6
núcleo
1.2 +
entreferro
0.8
0.4
Figura 1.20 - Curvas de magnetização de um núcleo toroidal de um aço-silício de comprimento médio 30 cm, e
seção transversal igual a 10 cm2.
φ
φ/2 φ/2
N
φ S S φ
eixo
rotor
bobinas de campo ( chapas de aço )
Figura 1.21 - Seção transversal da máquina do exemplo 1.10.
Conversão de Energia 31
φ/2
F
Rp
Rs φ
Re
φ /2
Rr
φ/2 Rr φ/2
F Rp Re
φ φ
φ/2 Rr φ/2
φ/2 Rr
1.6
aço fundido
1.4
1.2
1.0
0.8
ferro fundido
0.6
0.4
0.2
0.0 H
210 500 1000 1500 2000 2500 3000 [A/m]
Figura 1.23 - Curva de magnetização.
2 H p l p + 2 H e le + H r l r + 2 H s l s = 2 N I (2)
Be 1,0
He = = −7
= 0.7958 × 10 6 A/m , (4)
μ 0 4 π × 10
da curva de magnetização da chapa de aço na figura 1.23: Hp = 210 A/m. No rotor, o
fluxo φ de cada pólo se divide igualmente entre os dois caminhos, conforme indicado na
figura 1.22. Assim, Br = φ/(2Ar). Assumindo que Ar = raio do rotor × comprimento axial
B
9.9 × 10 −3
Portanto: Br = = 0.450 T . Da figura 1.23: Hr = 40 A/m.
2 × 11 × 10 −3
φ 9.9 × 10 −3
Bs = = = 0.550 T
2 As 2 × 0.15 × 0.06
2l e = 2 × 1.5 × 10 −3 = 3.0 × 10 −3 m
2l p = 2 × 0.1 = 0.2 m
πDr π × 0.2
lr ≅ = = 0.1571 m
4 4
πDs π × 0.46
ls ≅ = = 0.3613m
4 4
Substituindo na equação (2), tem-se:
WB = 4×0.09×0.11×1.5×10–3×0.398×10 6 = 23.6 J
B
armazenada nos materiais. Contudo, desde que os materiais do sistema estejam longe da
saturação, o erro envolvido será pequeno. O cálculo exato poderia ser obtido, pela
determinação das áreas da figura 1.23.
B H = fi(B) B
ΔWB1 ΔWB2 H = fd(B)
B2
B2
B1 B1
H1 H2 H H'1 H'2 H
(a) (b)
B2
(a) ΔW B
1
= ∫ HdB J/m 3 , aumento de energia no campo magnético quando a densidade B1 Î B2
B1
B1
(b) ΔW B
2
= ∫ HdB J/m 3 , diminuição de energia no campo magnético quando a densidade B2 Î B1
B2
Figura – Curvas B-H para material ferro-magnético.
Ex.: 1.11: O núcleo magnético de ferro fundido apresentado na figura 1.24 tem
área An = 4 cm2 e um comprimento médio de 0.438 m. O entreferro de 2 mm tem área
aparente Ae = 4.84 cm2. Determine o fluxo no entreferro.
F = 1000 A 2mm
1.4
1.2
1.0
0.6
0.4
0.2
0.0
1000 2000 3000 4000 5000 6000
H [A/m]
Figura 1.25 - Curvas B-H.
+
φ
+ Rn
F +
Re
circuito magnético equivalente
φ e = φ n ou Be Ae = Bn An (2)
1º. Passo: Suponha que a f.m.m. total (1000 Aesp) se encontra no entreferro.
1000
Hele = 1000 Aesp → H e = = 5 × 10 5 A esp /m
2 × 10 −3
Be = μ 0 H e = 4 π × 10 −7 × 5 × 10 5 ≅ 0.628 Wb/m 2
φ e = Be Ae = 0.628 × 4.84 × 10 −4 = 3.04 × 10 −4 Wb
Conversão de Energia 35
φ n = Bn An = 0.6 × 4 × 10 −4 = 2.4 × 10 −4 Wb
φe = φn = 1.82×10-4 Wb = φ
Calcule as fmm nas várias partes da estrutura magnética.
φle
H e le = = 600 A
μ 0 Ae
φ
Bn = = 0.46 T → H n = 1340 A/m , e a queda no núcleo é portanto:
An
H n l n = 1340(0.438) = 587 A , e assim: H e le + H n l n = 1187 A
inferiores a 0.46 T devem ser testados até que a soma de ℑn e ℑe seja 1000A. Os valores
de Bn = 0.41 T e φ = 1.6 Wb, fornecem resultado bem próximos aos 1000A.
B
ℑ = ℑn + ℑe
φ l
Como a ℑe = l e = ℜ e φ, onde ℜ e = e , substituindo ℑe por ℜeφ, tem-se:
μ 0 Ae μ 0 Ae
ℑn = ℑ − ℜ e φ
Que é a equação de uma reta que corta os eixos coordenados (ℑn,φ) nos pontos
(0, ℑ ℜ e ) e (ℑ,0), com inclinação (1/ℜe) em relação ao eixo das abcissas (ℑn). Esta reta
é conhecida pelo nome: “reta de entreferro negativo”.
Por outro lado, ℑn deve satisfazer à curva de magnetização do material
ferromagnético, φ × ℑn, obtida da curva Bn × Hn do material através das equações:
B
φ[Wb] curva φn x Fn
(0, F)
Re
P solução do
φn = φ e problema
μ0 Ae
F reta de φe x Fe (invertida),inclinação P e
le
(F ,0)
0
Hnln Hele Fn[Aesp]
F = Hnln + Hele
Figura 1.26 - Ilustração do método gráfico.
Pe F
An
reta do entreferro ajustada
H[Aesp/m]
( F ,0)
0
Hn Hele
ln
ln
F
ln
0
F [Aesp]
1.7
φ [Wb x 10-4 ]
o o o
1.6 o o
1.5
Ferro fundido o o
1.4
o o
1.3 Entreferro
1.2 o o o
Composição
1.1 Ferro fundido + entreferro
~
~
200 400 600 800 1000
F [A]
Figura 1.28 - Curva φ × ℑ do exemplo 1.12.
Ex. 1.12(B): Calcule o fluxo φ no núcleo, supondo ℑ de 800, 1000 e 1200A. Use
uma aproximação gráfica e a reta de entreferro negativa.
Conversão de Energia 38
A figura 1.29 apresenta o gráfico dos dados do item (A) de φ × Hnln, para o
núcleo de ferro fundido. O gráfico de φ × ℑ do entreferro é linear. Um dos extremos da
reta de entreferro de inclinação negativa para uma ℑ da bobina de 800A é em φ = 0, ℑ =
800A. O outro extremo assume Hele = 800A, pelo qual:
μ 0 ℜ e (H e l e )
φ= = 2.43 × 10 −5 Wb , o que localiza o extremo em: φ = 2.43×10–4 Wb e
le
ℑ = 0. Para maiores detalhes construtivos do gráfico, ver figura 1.29 abaixo.
o
φ [WB x 10 ]
2.4
-4
2.2
2.0
o Ferro fundido
o
1,8 o
o
1.6 o
o
1.4
o
1.2 Reta do entreferro
o (inclinação negativa)
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2 Hn ln Hele
F [A]
0.0 o
200 400 600 800 1000 1200
Figura 1.29 - Método gráfico utilizando curva invertida do entreferro.
4 π × 10 −7
0.1 0.8×105 0.12 363 1920
0.3 2.39×105 0.36 1092 1192
0.5 3.98×105 0.61 1817 466
Obs.: ℑ / ln = 1000/0.438.
Conversão de Energia 39
0.8
B [T]
o 0.76
0.7
0.6
o
Ferro fundido
0.5
0.4 o
o o
0.3
o
0.2 o
Reta do entreferro ajustada o
0.1
H [A/m]
o
1000 2000 2283
Figura 1.30 - Método gráfico utilizando reta de entreferro ajustada e curva B×H do material.
O método apresentado neste exemplo pode ser utilizado para resolver circuitos
magnéticos envolvendo duas partes não-lineares, conforme exemplo a seguir.
S1 l1 l1 l1
0.33 200 0.44 160 240
0.44 250 0.59 200 200
0.55 300 0.73 240 160
0.65 350 0.87 280 120
0.73 400 0.97 320 80
0.78 450 1.04 360 40
0.83 500 1.11 400 0
Obs.: ℑ / l1 = 400 A/m.
A partir do gráfico da figura 1.33, B1 = 1.01 T. E, como B1S1 = B2S2.
B B B
⎛ 2.25 × 10 −4 ⎞
B2 = 1.01⎜⎜ −4
⎟⎟ = 0.76 T
⎝ 3 × 10 ⎠
Os valores de B1 e B2 podem ser comparados considerando a equação:
B B
ℑ = H1l1 + H2l2,
e as curvas D e B da figura 1.32 de onde se obtém os valores de H1 e H2.
Conversão de Energia 40
B [T]
1.2
C
1.0
0.8
B
0.6
A Ferro fundido
B Aço fundido
0.4 C Aço-Silício
D Liga Ferro-Níquel
0.2
A
B1 1.2
[T] o
o o
o Liga ferro-níquel
o
1.0 o
o
o o
0.8
o
Aço fundido;
0.6 curva ajustada o
o
0.4
0.2
100 200
H1 [A/m]
Figura 1.33 - Solução pelo método gráfico (curva ajustada para o aço fundido).
Ex. 1.14: O circuito magnético da figura 1.34a, apresenta a mesma área de seção
reta em todo o núcleo, cujo material é de aço-silício, e seu valor é An = 1.30 cm2. Os
comprimentos médios valem l1 = l3 = 25 cm. e l2 = 5 cm. As bobinas têm 50 espiras
cada. Dado φ1 = 90 μwb e φ3 = 120 μwb, calcule as correntes das bobinas.
Conversão de Energia 41
φ1
. φ3
.
a
+ φ1 + φ3 -
φ2 H1l1 H2l2 H3l3
F1 - - +
F3 - φ2 +
l2 F1 F3
+ -
l1 . l3 .b
(a) estrutura magnética (b) circuito magnético equivalente
Figura 1.34 - Circuito magnético paralelo.
∑φ
i =1
i ⎯→ φ2 = φ3 − φ1 = 0.3 × 10 −4 Wb
=0⎯
φ1 90 × 10 −6
B1 = = = 0.79 T
A1 1.3 × .10 −4
Usando a curva B×H do aço-silício (figura 1.32), H1 = 87 A/m. Logo, H1l1 = 21.8 A.
Analogamente:
φ2 0.3 × 10 −4
B2 = = = 0.23T e H 2 = 49 A/m ∴ H 2 l 2 = 2.5 A
A2 1.3 × 10 −4
φ3 120 × 10 −4
B3 = = = 0.92T e H 3 = 140 A/m ∴ H 3 l3 = 35 A
A3 1.3 × 10 −4
∑H l
j
j j = NI = ℑ
Hn
I
N
He μ0
le
μn ln
∫ H .dl = N I
H n ln + H e l e = N I (2)
mas como φn = φe e supondo An = Ae, tem-se: Bn An = Be Ae → Bn = Be (3)
Mas, Bn = μ rμ0 H n e Be = μ0 H e , então:
H
μ rμ0 H n = μ0 H e → e = μ r (4)
Hn
Substituindo (4) em (2), tem-se:
H n ln + μ r H n le = N I
⎛ 1 l ⎞
H n l n μ r ⎜⎜ + e ⎟⎟ = N I
⎝ μ r ln ⎠
Definindo:
μ eq . N I N .I
μ eq .=
1
Hn = (5) ou Hn = (6)
1 le
+ μ r ln ln + μ r le
μ r ln
Lembrando que Bn = μr μ0 Hn
B
NI
Bn = μ eq .μ 0 (7)
ln
Substituindo (4) em (5):
NI
H e = μ eq . (8)
ln
Conversão de Energia 43
NI
e Be = μ 0 H e = μ 0 μ eq .
ln
Sabendo que: Nφ = LI
φ = Bn An = Be Ae
NI
LI = Nφ = NBn An = NAn μ eq .μ 0
ln
An 2
L = μ eq .μ 0 N (9)
ln
Portanto, com a introdução do entreferro, obteve-se:
μ eq .
i) (H n )com = (H n )entreferro
sem
entreferro μr
μ eq .
ii) (Bn )com = (Bn )entreferro
sem
entreferro μr
μ eq . μ eq .
iii) (L )com = (L )entreferro
Lm
sem =
μr
entreferro
μr
Conclui-se que se for usado μr e le/ln tão grande quanto o possível, consegue-se
μeq./μr tão baixo quanto se queira, a fim de se conseguir fazer com que a indutância
fique independente do material do núcleo. Entretanto, observa-se que H, B e L serão
reduzidos pelo mesmo fator, μeq./μr .
le 1 l
Se → → μ eq . = n
ln μr le
Com isto, seria necessário um material de alto μr, mas este não necessitaria ser
preciso ou constante. A indutância dependeria nestas condições, somente da geometria
utilizada.
Uma outra forma de se visualizar, seria através da análise do circuito elétrico
equivalente, ver figura 1.36.
I
φ + + In + Ie
+ R n +
F =NI
+
e Ln
Le
R e
Ln Le ⎛ 1 ⎞
L= = Le ⎜⎜ ⎟ (10)
Ln + Le ⎟
⎝ 1 + Ln ⎠
Le
Conversão de Energia 44
Le L ℜ μ l S
Ou L = onde α = e = n = 0 n e
1+ α Ln ℜ e μ n l e S n
Considerando que Sn e Se são aproximadamente iguais resulta:
μ 0 ln
α≅ (11)
μ n le
1.5. Energia Armazenada num Núcleo Magnético Excitado por uma Fonte
Única
dW = e.i.dt (1.24)
dWcampo (λ)
i(λ) =
dλ
∫ ∫
λ1 φ1
Wφ = Wcampo = We = i. dλ = ℑ. dφ (1.26)
0 0
Esta equação nos diz que quando se incrementa o campo magnético associado
com um núcleo, a energia flui da fonte para o campo e ficará armazenada no campo
enquanto este permanecer no mesmo valor. Graficamente a equação 1.26 corresponde
Apostila de Conversão de Energia - Página 1.5.2
(ver figura 1.37) a área entre a curva de φ x ℑ e o efeito de fluxo (área quadriculada A1).
A outra área (A2) é denominada de coenergia e é dada pela expressão:
∫ ∫
ℑ1 I1
W' campo = φ. dℑ = λ. di (1.27)
0 0
Coenergia Magnética:
∫
i
W' campo = λ(i'). di' = W' campo (i)
0
Apostila de Conversão de Energia - Página 1.5.3
∫ ∫
B1 B1
Wcampo = H. l. A. dB = V. H. dB (1.28)
0 0
Wcampo
∫0
B1
= H. dB (1.29)
V
∫
H1
W' campo = V. B. dH (1.30)
0
W' campo
∫0
H1
= B. dH (1.31)
V
parte da estrutura onde a seção transversal é uniforme, sendo a seguir obtido os valores
totais:
n
∑V . ∫
Bi
Wtotal = i H i . dB
0
i =1
n
(1.32)
∑V . ∫
Hi
W' total = i B i . dH
0
i=0
dW = L.i.di
∫0
i
Logo: Wcampo = L. i. di (1.33)
Observa-se mais uma vez que L não é constante. Também, com as mesmas
considerações pode-se obter a equação de energia em função da relutância ou da
permeância do circuito magnético.
N2
∫0 ∫0 ∫ ∫
φ1 φ1 i i
Wcampo = (ℜ.φ). dφ = (φ P). dφ = (N . P). i. di = ( ). i. di
2
(1.34)
0 0 ℜ
φ N. I1 φ12
∫ ∫ ∫
φ1 φ1 N. I1 φ1
Wcampo = N. i. dφ = N. I1 . . dφ = . φ. dφ = .
0 0 φ1 φ1 0 φ1 2
I1 . φ 1 1 1 1 1
W' campo = Wcampo = N. = .ℑ.φ1 = .ℜ.φ12 = . P.ℑ12 = . L. I12 (1.35)
2 2 2 2 2
∫ ∫ B 1
∫
B1 B1 B1
Wcampo = H. dB = . dB = . B. dB
0 0 μ μ 0
1 1 B2 1
W' campo = Wcampo = . H1. B1 = . 1 = . μ. H12 (1.36)
2 2 μ 2
∫0
λ1
Wcampo = i. dλ (para x constante) (1.38)
Figura 1.38 - Sistema magnético não linear de geometria variável (variação do entreferro).
como o sistema foi trazido a este valor de φ. Pode-se colocar a equação 1.38 numa
forma mais expressiva lembrando-se que λ = λ(i,x) pode ser resolvida para “i” e
produzir uma relação da forma i = i(λ,x) e, com isto:
∫
λ1
Warm (λ, x) = i(λ, x). dλ (1.39)
0
λ = K.x2.i(1/2)
λ2 λ3
∫ ∫
λ λ
Wcampo = i(λ, x). dλ = . dλ = (joules)
0 0 k2 . x 4 3. k 2 . x 4
∫0
i
Wcampo ' = λ(i, x). di onde i é a variável de integração.
∫0 k. x2 . i1 2 . di = k. x2 . ∫0 i1/2di = 23 . k. x2 . i3/2
i i
Wcampo ' =
Mas lembrando-se:
W + W' = i. λ
2 2
W = i. λ − W' = i. λ − . k. x 2 . i 3/2 = i.(λ − . k. x 2 . i 1/ 2 )
3 3
2 λ λ λ 2
λ3
W = i.(λ − . λ) = i. = . 2 4 ∴ W =
3 3 3 k .x 3. k 2 . x 4
∫0 ∫0 (a. λ + b. λ3 + c. λ5 ). dλ = a2 . λ2 + 4b . λ4 + 6c . λ6
λ λ
Wcampo = i(λ). dλ =
a 3 5
W' campo = λ. i − Wcampo = . λ2 + . b. λ4 + . c.λ6
2 4 6
λ − 1 1,2 − 1
Trecho a - b: = ∴ λ = 0,2. i + 0,8 (1 ≤ i ≤ λ)
i −1 2−1
Para i = f(λ):
Trecho 0 - a: i = λ 0<λ<1
i −1 1
Trecho a - b: = = 5 ∴ i = 5. λ − 4 (1 ≤ λ ≤ 1,2)
λ − 1 0,2
∫0 ∫0
λ 1
Wcampo (0 a ) = i(λ). dλ = λ. dλ = 0,5 Joule
∫1
1,2
Wcampo (ab ) = (5. λ − 4). dλ = 0,3 Joule
Logo a energia no ponto a é 0,5 joule e no ponto b é 0,8 joule e que corresponde
a energia do ponto a + a do trecho a-b.
- Cálculo da coenergia:
∫0 ∫0
i 1
W' campo (0 a ) = λ(i). di = i. di = 0,5 Joule
∫1
1,2
W' campo (ab ) = (0,2. i + 0,8).. di = 11
, Joule
lei de Faraday para f.e.m. Assume-se que M é função das quantidades de campo
somente (e portanto uma função da corrente), com isso pode-se escrever:
λ = λ(i,x)
dλ(i, x) ∂λ di ∂λ dx
e= = . + . (1.41)
dt ∂i dt ∂x dt
λ = L(x).i (1.42)
di dL(x) dx di dL
e = L(x). + i. . = L. + i. (1.43)
dt dx dt dt dt
e = L.di/dt
λ λ2
∫ ∫
λ1 λ1
Wcampo = i(λ, x). dλ = . dλ = (1.44)
0 0 L(x) 2. L(x)
E a coenergia:
∫ ∫ 1
i i
W' campo = λ(i, x). di = i. L(x). di = . i 2 . L(x) (1.45)
0 0 2
A análise deste sistema de modo mais tratável, mas ainda muito precisa, é feita
com base nas seguintes hipóteses:
d
2. μ 0 . H 1 .(wb) − μ 0 . H 2 .(dh) = 0 → H1 = H 2 . (2)
2. w
Substituindo-se 2 em 1:
g. d 2. w. N. I d. N. I
. H 2 + x. H 2 = N. I → H 2 = e H1 =
2. w g. d + 2. wx g. d + 2. w. x
2. w. N. I 2. d. h. w. μ 0 . N. I
φ = B. A = μ 0 . H 2 .(d. h) = μ 0 . d. h. = (3)
g. d + 2. w. x g. d + 2. w. x
2. d. h. w. μ 0 . N 2 . I
λ = N. φ = (4)
g. d + 2. w. x
λ = L(x).I (5)
2. d. h. w. μ 0 . N 2
Onde: L(x) = (6)
g. d + 2. w. x
Apostila de Conversão de Energia - Página 1.5.12
2. d. h. w. μ 0 . N 2 L0
Ou, L(x) = = (7)
g. d.(1 + 2g.w.d.x ) 1 + 2g.w.d.x
Onde:
2. h. w. μ 0 . N 2
L0 = é a indutância da bobina com o entreferro fechado (x = 0).
g
x
ℜ1 (x) = (entreferro inferior)
μ 0 . d. h
g
ℜ2 (x) = (entreferro superior)
μ 0 . h. w
A relutância total (ℜt) do circuito magnético pode ser obtida quando se observa
que os dois entreferros superiores estão em paralelo e sua combinação está em série
com o entreferro inferior.
ℜ2 .ℜ3 x g 2. w. x + g. d
ℜ t (x) = ℜ1 + = + = (9)
ℜ2 + ℜ3 μ 0 . d. h 2. μ 0 . w. h 2. μ 0 . w. h
N 2 2. μ 0 . w. d. h. N 2
L t (x) = = (10)
ℜt 2. w. x + g. d
Ex. 1.19: Para o sistema magnético da figura 1.41, calcule a energia magnética
armazenada e a coenergia.
A energia e a coenergia podem ser obtidas por meio das equações (1.44) e
(1.45), como segue:
Apostila de Conversão de Energia - Página 1.5.13
λ2 λ2 .(1 + 2. w. x / g. d)
Wcampo (λ, x) = =
λ. L(x) 2. L 0
1 i2 L0
W' campo (i, x) = . i 2 . L(x) = .
2 2 (1 + 2. w. x / g. d)
Conversão de Energia 63
As hipóteses (iv) e (v) implicam que o laço B×H no núcleo ferromagnético pode
ser representado por uma linha reta através da origem (ver Fig. 1.8).
Se uma diferença de potencial v for aplicada aos terminais de seu enrolamento, a
força magnetomotriz ℑ de magnitude N×iφ produzirá um fluxo φ no núcleo e
estabelecerá um fluxo concatenado λ no enrolamento.
Se v variar no tempo, então iφ, φ e λ também variarão no tempo, e uma fem e será
induzida no enrolamento. Desde que a resistência do enrolamento é desprezível, esta
fem será, em módulo, igual a tensão aplicada v. Então:
dλ (t ) dφ(t )
v(t ) = e(t ) = =N [Volts ] (1.46)
dt dt
Desde que a permeabilidade do núcleo seja constante, o fluxo concatenado será
dado por:
λ = Lm iφ [Wb] (1.47)
onde Lm será a indutância do indutor, e:
Conversão de Energia 64
V V
φ m (t ) = v(t )dt = ∫ Vm cos(ϖt )dt = m ∫ ϖ cos(ϖt )d (ϖt ) = m sen (ϖt )
1 1
N ∫ N ϖN ϖN
φ m (t ) = φ max sen (ϖt ) = φ max cos ϖt − 90 (
o
) (1.49)
onde φmax = Vm/2πfN (1.50)
Vmax 2 Vef
e que pode ser posto na forma: φ max = =
(2π )
2 fN 4,44 fN
(1.51)
pela tensão aplicada, pela freqüência e pelo número de espiras do enrolamento. Esta
importante relação aplica-se não somente a reatores, mas também a qualquer dispositivo
funcionando com tensão senoidal aplicada, desde que a queda de tensão na resistência
do enrolamento seja desprezível. As propriedades magnéticas do núcleo determinam a
corrente de excitação. Ela deve ajustar-se de modo a produzir a fmm ℑ exigida para
estabelecer o fluxo requerido pela Eq. (1.51). Observa-se também que o fluxo
apresentará uma defasagem de π/2 radianos (conforme Eq. (1.52)). A força eletromotriz
está adiantada de 90o em relação ao fluxo. A Eq. (1.51) é útil para se realizar
estimativas preliminares de projeto. Assumindo-se uma densidade de fluxo uniforme em
toda a seção do núcleo An, tem-se:
φmax = An×Bmax B (1.53)
Considerando que as densidades máximas de fluxo em materiais
ferromagnéticos típicos são usualmente limitadas de 1 a 2 Wb/m2, pode-se determinar a
seção An, necessária para o núcleo, e o número de espiras N para uma tensão eficaz
especificada.
a) Caso Linear:
Se considerarmos as hipóteses (iv e v) do item 1.6, teremos uma característica
linear entre B e H, com isto o fluxo concatenado será dado por
L
φ = I (1.54)
N
E o diagrama fasorial correspondente poderá ser construído já que a corrente
também será senoidal, Fig. 1.43.
. .
B, φ V =E
.
Iφ
.
H, I φ
4 φ φ
3 5 5
4 iφ 4
3
6
2 6
e 3 5 iφ1 2
2 6 7 13
1 4' 7 8 12 t 7, 1,13 i
9 11
8 8
12
12
10 9
9 11
11
10 10
(a)
. .
V=E
iφ .
Iφ 1
v e Lm
.
φ
(b) (c)
Figura 1.44 – Corrente de excitação para o caso não linear, sem o laço de histerese.
Uma vez que a forma de onda não é mais senoidal não se pode construir o
diagrama fasorial. Por outro lado, se a corrente iφ for analisada por série de Fourier,
verifica-se que ela se compõe de uma fundamental e uma família de harmônicos
ímpares. Com a escolha conveniente dos eixos, a função será par ou ímpar, admitindo
respectivamente, apenas termos co-senoidais ou senoidais.
Na Fig. 1.44(a) pode-se ver a componente fundamental de iφ, iφ1. A título de
orientação, se apresentam os valores, resultantes de análises, em porcentagem do valor
da fundamental:
3o harmônico: 10 a 60%
o
5 harmônico: 0 a 30%
7o harmônico: 0 a 20%
Observa-se que a componente fundamental encontra-se atrasada de 90 graus em
relação à tensão de excitação. Considerando a corrente de excitação iφ representada
Conversão de Energia 67
apenas pela sua fundamental iφ1, pode-se traçar o circuito equivalente, bem como o
diagrama fasorial. Como iφ1 está a 90o de v(t), o enrolamento de excitação pode ser
representado por um indutor puro.
De acordo com a que. (1.28) demonstra-se que as perdas por ciclo de histerese é
dada por:
Wh / ciclo = Vnúcleo ∫ HdB = Vnúcleo Alaço ( B× H ) = Vnúcleo wh (1.55)
B B
φ isolação entre
φ2 c
c' as lâminas
d'
d
im3
im2
im3 -ic3 h
im2+ic2
.. e
e'
. . .b . b'.. i
Este efeito pode ser explicado como segue. Quando a corrente iφ muda
rapidamente, surgem as correntes de Foucault no núcleo. Essas correntes produzem
uma ℑ, que tende a alterar o fluxo. Para manter o fluxo num dado valor φ1 (segmento f-
a-b-c do laço) que está aumentando a corrente terá que ser maior im + if. Já para o caso
de um fluxo φ1 que está decrescendo (segmento c-d-e-f do laço) as correntes de
Foucault aumentam no sentido de contrariar a variação do fluxo, com isso será
necessário uma corrente líquida, fornecida pela fonte, igual a im – if. O laço resultante
(pontilhado) é conhecido como laço C.A. ou dinâmico, enquanto o outro (traço cheio) é
conhecido por laço estático. As perdas no núcleo devido às correntes de Foucault,
proporcionais a Rif2, podem ser reduzidas por dois meios:
i – usando no núcleo, um material de alta resistividade. A adição de poucos
porcentos de silício (4%) no ferro aumentará a resistividade de forma
significativa.
ii – uso de núcleo laminados. As lâminas são isoladas umas das outras. A
laminação é feita no plano do fluxo, Fig. 146(b).
O valor da corrente de Foucault pode ser obtido de:
2
P f = K f ⎛⎜ fB máx e ⎞⎟ (1.60)
⎝ ⎠
e é a espessura da laminação.
Da Eq. (1.60), pode-se observar que a freqüência e a indução influem nas perdas
Pf; sendo, pois, recomendável o trabalho com valores reduzidos daquelas grandezas.
Observa-se, ainda, que as perdas estão relacionadas com o quadrado da espessura do
núcleo, surgindo daí, como boa medida, a substituição de um núcleo maciço por
lâminas eletricamente isoladas entre si.
A laminação do núcleo é um meio adequado de limitar as correntes de Foucault
para freqüências de até 60Hz onde a laminação de até 25μm podem ser usadas. Para
freqüências mais altas, o núcleo pode ser feito de ferro pulverizado num material não
condutor. Normalmente, núcleo de ferrite que apresentam alta resistividade são
freqüentemente utilizados.
4 φ φ
4
3 5 iφ = ic + im 5
4 3
2 3
e 6 6
im 2
ic 2
1 5 13
7 12
1 4' 6 13 t 7 1,13 i
11
7 8
12 8 12
8 9
10 9
9 11 11
10
10
(a)
.
ie1 + ie3 Ic . .
V=E
ie1
.
Im .
ie3 Iφ
.
φ
(c)
ωt .
Iφ .
. Im
Ic
. .
V E Rc jXm
(b) (d)
Figura 1.45 – Corrente de excitação para o caso não linear, considerando o laço de histerese.
A forma de onda de iφ(t) pode ser expressa por uma série de Fourier. Devido a
simetria de meia onda a função iφ(t) será representada por uma série de Fourier
contendo apenas harmônicos ímpares. Por não ser nem ímpar e nem par apresentará
termos em seno e em co-seno como segue:
Conversão de Energia 71
iφ (t ) = I a1 max cos(ωt ) + I a3 max cos(3ωt ) + " + I b1 max sen(ωt ) + I b3 max sen(3ωt ) + " (1.61)
[
iφ (t ) = 2 I a1ef cos(ωt ) + I a 3ef cos(3ωt ) + " + I b1ef sen(ωt ) + I b3ef sen(3ωt ) + " ] (1.62)
a1ef cos (ωt ) + I a 3ef cos(ωt )cos(3ωt ) + " + I b1ef cos(ωt )sen (ωt ) + ⎥
⎡I 2 ⎤
p(t ) = v(t ) iφ (t ) = 2Vef ⎢
⎢ I b3ef cos(ωt )sen (3ωt ) + " ⎥
⎣ ⎦
onde i m (t ) = 2 [I a3ef cos(3ωt ) + " + I b1ef sen(ωt ) + I b3ef sen(3ωt ) + "] (1.66)
e ic(t) = 2 Ia1efcos(ωt) (1.67)
Estas componentes podem ser vistas na Fig. 1.45(a).
Em muitas aplicações práticas, algumas vezes se podem desprezar as harmônicas
de maior ordem sem prejudicar a aproximação. Esta hipótese é satisfatória para os casos
que não envolvem os problemas referentes diretamente aos efeitos das harmônicas, pois
a corrente de excitação, por si mesma, é pequena. No caso dos transformadores típicos,
a corrente de excitação é cerca de 5% (ou um valor menor) da corrente de plena carga.
i. Transformadores novos com chapas de grão orientado, laminado a frio:
Ou seja, pelo valor eficaz de im(t) da Eq. (1.66). Observa-se, portanto, que a
validade desta representação decresce conforme se aumenta o valor das harmônicas de
im(t).
Também, a decomposição da corrente iφ(t) em suas componentes im(t) e ic(t) é
fictícia e se realiza apenas para facilitar a análise. Na realidade só existe uma única
corrente de excitação na bobina. Esta corrente, iφ(t), não é senoidal e está atrasada no
tempo em relação a onda senoidal de e(t). Como o comportamento do sistema
magnético da Fig. 1.42 é similar ao comportamento de uma rede indutiva, o sistema
magnético é freqüentemente referido como reator com núcleo de ferro.
. .
Iφ Iφ
. . . .
Ic Im Ic Im
Re
. . . .
V E Rc jXm V Rc jXm
E
Figura 1.47 – (a) Circuito equivalente (aproximado) de um indutor com núcleo ferromagnético
(b) inclusão de Re – resistência das perdas no núcleo.
Observa-se que embora as perdas por histerese nas chapas finas sejam a maior
parcela, uma aproximação razoável é fazer o expoente n na Eq. (1.58), igual a 2. O
expoente de Bmáx nas perdas de Foucault, Eq. (1.60), é também igual a 2. Assim, para
B
Pc = Ph + Pf ≅ K(Bmáx)2 B (1.69)
De acordo com a Eq. (1.51):
Vef = 4,44fNφmax
Na Fig. 1.47(b) foi incluído uma resistência Re, e que também é um elemento
concentrado, para levar em conta as perdas joule no enrolamento da bobina. As perdas
joule para uma corrente senoidal são dadas por:
Pj = Re (Iφ)2 (1.74)
A resistência Re é função da temperatura de funcionamento, e de acordo com o
coeficiente de aumento da resistividade do material (ρ) com a temperatura T:
Re(T) = ρ(T)×l / Sc
Conversão de Energia 74
Se é necessário que o reator absorva uma corrente Im defasada de 90o com
relação E , para que ocorra o fluxo φ com densidade B, pode-se, a partir do que já foi
exposto definir a reatância Xm pela relação:
X m = E Im (1.75)
proporcional a E2.
λ
^
λ
iφ
îφ
ic + im
2E iφ = ic +im
Rc
É usual o uso de indutores que sejam lineares dentro de uma faixa de operação.
Para isso, na prática, os indutores são construídos com um entreferro no núcleo,
conforme Fig. 1.50. Estes entreferros, conforme já se discutidos no item 1.4.2.1, têm o
efeito de linearização. O resultado é que o indutor pode, freqüentemente, ser
representado satisfatoriamente pelo circuito equivalente da Fig. 1.42(c). Contudo, o
indutor da Fig. 1.50 ainda difere do comportamento ideal devido a presença do fluxo de
dispersão φl que surge devido ao aumento da relutância do caminho do fluxo principal
φm. Este fluxo φl toma a trajetória da relutância Rl através do ar ao redor da bobina, ao
invés do caminho através do núcleo. O fluxo total φ concatenando a bobina, pode ser
dividido em duas componentes:
φ = φl + φl → (dispersão) (1.76)
Conversão de Energia 76
iφ
φ m - fluxo
Re
φm Ll diφ
iφ dt
+ dλ
entreferro v e=
v e ic im dt
φl φl
N Lm diφ
fonte Rc
dt
Nφ m =
( )
N Niφ
= Lm iφ e Nφ l =
( )
N N iφ
= Ll iφ
ℜg ℜl
que substituídas na Eq. (1.76):
λ = Nφ = Nφ m + Nφl = Lm iφ + Ll iφ (1.77)
dλ diφ diφ
= Lm + Ll (1.78)
dt dt dt
A partir disto pode-se modificar o circuito equivalente da Fig. 1.47(b), para o da
Fig.1.50(b). O circuito equivalente da Fig. 1.50(b) raramente é necessário para se obter
uma representação mais precisa do efeito do indutor no sistema. Quais elementos do
circuito podem dispensados fica à critério do projetista. Entretanto, o modelo da Fig.
1.50(b) será de grande utilidade na análise do comportamento do transformador.
Iφ ef Pativa Reator
A W
+
v V
Vef
I m = I φ2 + I c2 (1.82)
Xm = Vef /Im (1.83)
Modelo 2: Com freqüência é útil e algumas vezes necessário conhecer as
características de operação de um reator antes de estar completamente construído e
pronto para ensaio. Isto é possível se for conhecido os parâmetros do circuito
equivalente.
No caso de excitação em corrente contínua é suficiente a curva B×H do material.
Entretanto, quando se tratar de C.A. não só a relação B×ℑ, mas também se torna
necessário o conhecimento das perdas no núcleo como função da densidade de fluxo e
freqüência. As relações se complicam porque tanto B como ℑ são funções do tempo, e
para uma variação senoidal da densidade de fluxo, ℑ não variará senoidalmente. Por
esta razão a relação entre as quantidades é expressa em termos de Bmáx e Hef (Fig. B
1.52(a)). Essas curvas são conhecidas por curvas de magnetização aparente em C.A. ou
curvas de magnetização em valores eficazes, sendo fornecidas pelos fabricantes.
A curva de perdas no núcleo é traçada como uma função de Bmáx, mantendo a B
freqüência constante. Uma família destas curvas podem ser construídas para uma faixa
de freqüência, Fig. 1.52(b).
Conversão de Energia 78
1.6
1.4
1.0
0.8
0.6
0.4
1.8
1.6
25Hz 30Hz
Densidade de Fluxo, B máx [Wb/m2]
1.4
50Hz 60Hz
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.1 1.0 2 3 4 5 6
Perdas no Núcleo [W/lb] (1Kg = 2,205 lb (massa))
Figura 1.52(b) – curvas de perdas no núcleo Pc×Bmáx, para o aço USS, bitola 24. B
1.7. Transformadores
MT trafo de
AT MT distribuição } consumidores
baixa tensão
de
ρl
R1 S S
= 1 = 2
R2 ρl S1
S2
Quanto às perdas: perdas LT1 = P1 = R1 I12, e perdas LT2 = P2 = R2 I22
S I P S S I P I
Admitindo 1 = 1 (1), logo 1 = 2 1 1 ∴ 1 = 1 (2)
S2 I 2 P2 S 1 S 2 I 2 P2 I 2
Conclui-se de (1) e (2) que a transmissão deve ser feita em AT, diminuindo-se
com isso as perdas e a seção dos condutores. Torna-se necessário elevar a tensão no
ponto de geração, para que os condutores possam ser de seção limitada, por fatores
econômicos e mecânicos, e reduzir as perdas. Já, junto de centros de consumo se faz
necessária uma redução da tensão por questões de segurança.
O transformador elevador é usado para elevar o nível da tensão gerada até um
nível considerado satisfatório para a transmissão, e um transformador abaixador é usado
junto à distribuição com intuito de satisfazer os critérios de segurança. Para uma mesma
potência, a elevação da tensão implica numa redução proporcional da corrente e
conseqüentemente na bitola dos condutores, bem como nas perdas. Alguns sistemas
apresentam um nível médio de tensão considerado como subtransmissão (23, 34.5 e 69
kV (kVolts)).
Custo
Custo total
construção
perdas
1.7.1. Definição
Chama-se transformador a uma máquina elétrica, sem partes em movimento
(estática), que por meio de indução eletromagnética, transfere energia elétrica de um ou
mais circuitos (primário) para outro ou outros circuitos (secundários, terciários),
mantendo a mesma freqüência, podendo haver, entretanto, alteração dos valores da
tensão e corrente.
Conversão de Energia 65
1.7.2. Classificação
isolamento da enrolamento da
alta tensão alta tensão
a) disposição das bobinas no núcleo c) formato em L das lâminas
isolamentos
Nos dois tipos, as bobinas são montadas sobre a mesma perna com o intuito de
se minimizar o fluxo de dispersão e portanto a reatância de dispersão. Se o enrolamento
de alta tensão ficasse próximo do núcleo, seria necessário isolá-lo tanto do lado do
núcleo como do lado do enrolamento de baixa tensão, e necessitar-se-ia de duas
camadas independentes de isolante para alta tensão. Dispondo-se do enrolamento de
baixa tensão junto ao núcleo será necessário só um isolante para alta tensão, aplicado
entre ambos os enrolamentos.
(1)
(1)
(2)
(2)
φm i2
i1
+. .+
i N1
v1 e1 e2 v2 carga
fonte
N2
primário secundário
(a) - trafo e le me ntar com dois (b) - trafo e le me ntar com dois e nrolame nto
e nrolame nto. e núcle o fe rromagné tico.
Figura 1.7.4 - Análise do transformador ideal.
dλ 1 dφ
e1 = = N1 m (1.7.2)
dt dt
Além do mais, de acordo com a hipótese (ii):
v1 = R1i1 + e1 = e1 (1.7.3)
O fluxo φm também concatenará as N2 espiras do secundário (enrolamento 2). Se
o fluxo estiver aumentando, uma f.e.m., e2, será induzida e atuará na direção indicada na
figura 1.7.4(b), sendo dada por:
dλ dφ
e2 = 2 = N 2 m (1.7.4)
dt dt
Como as resistências dos enrolamentos são desprezíveis:
v 2 = e2 (1.7.5)
Portanto, de acordo com as três primeiras hipóteses:
v1 e1 N 1
= = =k, (1.7.6)
v 2 e2 N 2
onde k é a relação de transformação.
Esta equação indica que as tensões nos enrolamentos de um transformador ideal
são diretamente proporcionais aos números de espiras dos enrolamentos. Em outras
palavras, para obter-se uma tensão determinada a partir de outra, bastará se dar um
número adequado de espiras a cada enrolamento. Observa-se também, que de acordo
com a equação (1.7.6), o transformador possibilita a interligação de sistemas de
Conversão de Energia 69
diferentes níveis de tensão num sistema elétrico de potência. Vejamos alguns exemplos
aplicativos.
Ex.: 1.7.3.1.: Quer-se enrolar um transformador para as tensões 2200/220V -
60Hz. Dispõe-se de um núcleo de material ferromagnético com seção reta de 20 cm2 e
fator de empacotamento 0.9. A máxima densidade de fluxo permissível é de 12000
gauss. Pede-se quantas espiras devem ter os enrolamentos?
- Cálculo do φmáx permissível (obs.: 1 Wb/m2 = 104 gauss)
φmáx = Bmáx (S.Ke) = 1.2 (20×10–4×0.9) = 0.00216 Wb
B
ou, de acordo com a equação (1.76), N2 = N1 × v2 / v1 = 3823 × 220 / 2200 ≈ 382 espiras.
Ex. 1.7.3.2.: Dimensionar uma linha para alimentar, sob tensão de 220V-60Hz,
uma carga de impedância igual a 0.01Ω e fp., cos(φ)= 0.8, a partir de um gerador, 220V-
60 Hz, situada a 10 Km de distância, admitindo-se uma queda de tensão na linha, de
20V.
linha de transmissão
comprimento l = 10 Km
l=10Km
trafo 1 trafo 2
Como não há perdas, potência fornecida à carga = potência absorvida da linha
donde: Vcarga Icarga =Vlinha Ilinha, (VA)
Vc arg a
220
isto é: I linha = I c arg a =
22000 = 22 A
Vlinha 22000
2 × 10 × 17.654 × 22
Com isso a seção dos condutores será: S = = 388.388 mm 2
20
Adotando-se um condutor de 750 MCM resulta na necessidade de dois cabos
com um peso de: (no de cabos×comprimento da linha×no de condutores em paralelo) =
2×10×2×3450 = 138000kg. Quanto às perdas:
17.654 × 2 × 10
para o 1000MCM: P = ( 22 k ) 2 = 439956 W
388388
17.654 × 2 × 10
para o 750MCM: P = ( 22 )2
= 439.96 W
388.388
Ex. 1.7.3.3 Um núcleo de transformador monofásico para uso a 50Hz, exibe a
seguinte característica magnética na freqüência nominal:
Bmáx
B 0.8 1.0 1.1 1.2 teslas
H 128 168 209 297 Aespira eficaz/m
Perdas totais no 1.23 1.85 2.2 2.23 watts/kg
núcleo
curva de magnetização
1.2
Bmax[T] ou [Wb/m2]
1.0
0.8
100 200 300
H r m s[Ae sp/m]
exceda 1.2T. Com estas espiras, calcule a corrente a vazio e o fp a tensão nominal.
Admita por volta de 50 Aesp a mais para suprir os entreferros junto às juntas (ver item
1.7.2.3).
O número de espiras deve ser um número inteiro, e um ajuste mais frio pode ser
efetuado para atender a relação de espiras, sendo que este pode ser efetuado com o
enrolamento de maior número de espiras. Com isso, o número de espiras do
enrolamento de BT deve ser escolhido primeiro. Da equação (1.51):
E1 N 1
N1 = ⇒ 1 =
4.44 f Bmax Area E1 4.44 f Bmax A
Algumas observações quanto a esta fórmula são:
i - A equação estabelece o máximo fluxo (ou densidade de fluxo) mútuo
permissível a uma dada freqüência e a uma dada tensão. Assim, os trafos
projetados para a operação a uma dada freqüência não podem ser
operados a outra freqüência sem as correspondentes alterações na tensão.
ii - Há uma dependência entre a seção do núcleo magnético (A) e o número de
espiras dos enrolamentos, isto é, aumentando a seção reduz-se o número de
espiras e vice-versa.
A escolha de um núcleo muito grande traz o emprego de poucas espiras e,
por conseguinte, um aproveitamento não equilibrado do trafo. Um núcleo
pequeno obriga o uso de enrolamento com muitas espiras, o que
provavelmente não facilitará (ou impossibilitará) sua entrada na janela do
trafo. A área da janela é uma característica das lâminas dos transformadores,
pois dela dependerá o número de espiras e a seção dos condutores que irão
constituir a bobina do trafo. O núcleo bem escolhido é aquele que permite o
emprego de bobinas que entram justas nas janelas.
iii - A relação 1/[(4.44fBmax )A] = K1 / A, onde K1 é uma constante para uma dada
freqüência e uma dada Bmax, é conhecida por “espira por volt”, ou seja, o
B
número de espiras dos enrolamentos para cada volt através delas. A relação
é a mesma para ambos os enrolamentos. A figura a seguir mostra um
exemplo de gráfico de espiras/Volt versus área do núcleo para várias
freqüências.
Conversão de Energia 72
(1) (2)
1.5 30 Gráfico de espiras/Volt
a
versus área do núcleo para
espiras / volt [N/V]
várias freqüências.
1.0 20
b
B = 75000 maxwells
1 maxwell = 10–8 Wb
c A em (polegada)2
0.5 10 1 polegada = 2.54 cm
d V 5
= para 60 Hz
N A
0.0 0
V 12
1.0 2.0 3.0 = para 25Hz
Área do núcleo [polegada]2 N A
curva a - 400Hz (escala 1)
curva b - 25Hz (escala 2)
curva c - 1000Hz (escala 1)
curva d - 60Hz (escala 2)
Relembrando, esta hipótese é equivalente a representar o laço λ-i por uma linha
reta coincidente com o eixo λ, na figura abaixo.
λ
.
.
V1 V2 ZL = Z2
fonte carga
. N1 N2
.
Figura 1.7.5 - Trafo ideal.
1.7.3.1. Impedância de Transferência
. .
. I1
. . I2
. .
. . .
V1 V2 Z2 V1 Z2' = k2 Z2
fonte
. N1:N2
. .
(a) (b)
Z2' impedância Z2 referida ao primário
Figura 1.7.6 - Impedância de transferência num transformador ideal.
.
A impedância de um dispositivo é definida como a relação entre os fasores V e
.
I , logo no secundário, tem-se:
V
Z2 = 2 (1.7.14)
I 2
No primário tem-se:
2
V kV2 V ⎛N ⎞
Z1 = 1 = = k 2 2 = k 2 Z 2 = ⎜⎜ 1 ⎟⎟ Z 2 = Z '2 , (1.7.15)
I I k I
1 2 2 ⎝ N2 ⎠
onde Z2' é a impedância do secundário transferida para o primário.
De acordo com essas equações, uma impedância Z2 conectada ao secundário
parecerá ter um valor Z2' quando vista do primário. O circuito da figura 1.7.6(b) é,
portanto, equivalente ao da figura 1.7.6(a). Uma impedância pode ser transferida do
secundário para o primário se seu valor for multiplicado pelo quadrado da relação de
espira (k). Uma impedância do primário pode ser, também, transferida para o lado do
secundário, e neste caso, seu valor tem que ser dividido pelo quadrado da relação de
espiras.
Z
Z 1' = 1 (1.7.16)
k2
Onde Z1' é a impedância do primário transferida para o secundário.
Esta impedância de transferência é muito útil, porque elimina um circuito
acoplado e substitui por um circuito elétrico e, portanto, simplifica o circuito.
Observa-se que a relação de transformação pode ser empregada para mudar a
impedância efetiva de uma carga imposta à uma fonte. Esta propriedade do trafo pode,
portanto, ser explorada para obter-se o máximo de transferência de potência de fontes
que por si só apresentam uma alta impedância interna Zs. A fim de se obter a máxima
transferência de potência da fonte de impedância Zs à uma carga de impedância resistiva
ZL, é necessário escolher uma relação de espiras tal que:
2
⎛N ⎞
Z L ' = ⎜⎜ 1 ⎟⎟ Z L = Z s [Ω] (1.7.17)
⎝ N2 ⎠
Já no caso de ZL ser complexo:
Z 2 ' = Z *s [Ω] (1.7.18)
Ex. 1.7.3.: Um alto falante de 9Ω, impedância resistiva, é conectado à uma fonte
de 10V e impedância interna de 1Ω. Pede-se:
a) Determinar a potência absorvida pelo alto falante.
Conversão de Energia 75
1Ω 1Ω
alto-falante alto-falante
R2 = 9 Ω R2 = 9 Ω
10 V 10 V
1:3
(a) (b)
10
a) Da figura (a) acima: I = = 1A e P = 12×9 = 9W
1+ 9
b) Da figura (b) acima, se a resistência do alto falante é referida ao primário, sua
resistência é:
2
' 2 ⎛1⎞
R2 = k R2 = ⎜ ⎟ 9 = 1 Ω
⎝3⎠
10
I = = 5 A e P = 52×1 = 25W
1+1
Ex. 1.7.4: Um sistema de potência, monofásico, consiste de uma fonte de 480V e
60Hz, suprindo uma carga ZL = 4 + 3j Ω através de uma linha de transmissão de
impedância ZLT = 0.18 + 0.24j Ω. Responda:
a) Se o sistema de potência é o apresentado na figura (a), a seguir, qual será a
tensão na carga? Quais são as perdas na LT?
b) Suponha que um trafo elevador (1:10) seja colocado junto ao gerador e um
abaixador (10:1) junto à carga no final da LT. Quais serão, agora, a tensão na
carga e as perdas na LT?
0.18 Ω j 0.24 Ω
. ZLT
.
Ig Icarga
. . (a)
V = 480/ 0 o V Vcarga ZL = 4 + 3j Ω
. 0.18 Ω j 0.24 Ω
Ilinha
N1 : N2 N3 : N4 .
. (b)
V = 480/ 0 o V 1 : 10 10 : 1 Icarga
.. .. . ZL = 4 + 3j Ω
T1 T2 VL
circuito equivalente
. 0.0018 Ω j 0.0024 Ω
Ilinha
.
Ig
ZL" = 4 + 3j Ω
.
V = 480/ 0 o V
circuito equivalente
480 ∠0º
Ig = = 95.94 ∠− 36.88º A
5.003∠36.88º
Logo: Vc arg a = Z L Ic arg a = 5∠36.88º × 95.94∠− 36.88 = 479.7 ∠− 0.01V
(B) ou φ
R1 φm
i1 . . i2 R2 iL
+ + + +
φ l2
v1 e11
φ l1 e22 v2 carga (H) ou i
N1 N2
gerador φ m - fluxo mútuo
φ l - fluxo de dispersão
(a) - circuito com trafo não ideal (conseqüente hipóteses ii e iv). (b) - curva de magnetização
(conseqüente das hipóteses iii e v).
Figura 1.7.7 - Transformador não ideal com núcleo linear.
φ m - fluxo mútuo
(a) - trafo não ideal com núcleo linear, com i1 =/ 0 e i2 =/ 0 (b) - circuito magnético.
Figura 1.7.10 - Análise do transformador não ideal, com i1 ≠ 0 e i2 ≠ 0.
dφ m
e1 = N 1 (1.7.32a)
dt
dφ m
e2 = N 2 (1.7.32b)
dt
Substituindo-se as equações (1.7.31a e b; 1.7.32a e b) nas equações (1.7.30a e b),
obtém-se:
di
v 1 = R1 i1 + Ll 1 1 + e1 (1.7.33a)
dt
di
v 2 = R 2 i 2 + Ll 2 2 + e 2 (1.7.33b)
dt
e1 N 1
Das equações (1.7.32a e b): = =k (1.7.34)
e2 N 2
fase com I1 devido à reação da ℑ2. Contudo a fase de φ l 1 não mudará.
A componente de dispersão pode ser representada pelo fasor jωLl1 I1 = jXl1 I1
(adiantado 90º em relação a I1 ). E 1 estará defasado 90º (adiantado) com relação a φ m .
Conversão de Energia 82
Como E 1 está adiantado de 90º com relação a I1 , pode-se representá-lo por: jXm I1 ,
onde Xm = ωLm . Em geral, E 1 está sempre em quadratura com φ m , mas não com I1 .
.
j Xl1 I1
. N1 dφ l1 . .
E2
dt . e2
I1 = Im
N2 dφ 21 V1
dt . N1 dφ 11 v1
E1 dt . Xl1
N1 dφ 21 . e1 . j Xl1 I1
dt
.
I1
. .
i1
V1
. . . . .
tempo j Xm I1 = E1 E2
φ 21 = φ m φ l1
Xm
φ 21 = φ m=
. = φmsenwt
φ 11
ℑ1 + ℑ 2 ℑ1 − ℑ L N 1i1 − N 2 i L
φ 12 + φ 21 = φ' m = = = = P m ( N 1i1 − N 2 i L )
Rn Rn Rn
Observa-se que v1 não se alterará, por ser uma fonte de tensão (constante).
Também, que a queda de tensão no primário (Z1 I1 ), nos trafos de potência, são da
ordem e 0.002% a 0.06% de V1 quando a vazio e da ordem de 0.2% a 6% de V1 , à plena
carga. Destas observações pode-se concluir que:
a) E será aproximadamente igual a V
1 1
R1 Ll1 Ll2 R2
i1 -i'2 N1 : N2 i2
+ + i'm + .. + + +
v1 e11 e1 e2 e22 v2
Lm
trafo ideal
Figura 1.7.13 - Circuito equivalente completo do trafo não ideal e núcleo linear da figura 1.7.7(a).
Observação:
Conversão de Energia 84
⎛ N ⎞
( ) ( )
φ m = ( N 1i1 + N 2 i2 )P m = P m ⎜⎜ i1 + i2 2 ⎟⎟ N 1 = N 1 i1 − i2' P m = N 1 im' P m ⇒
⎝ N1 ⎠
a vazio
λ ⎛λ ⎞ N 12
⇒ N 1φ m = λ m = N P i 2 '
∴ Lm = ' m = ⎜⎜ 1 ⎟⎟ = N 12P m =
ℜm
1 m m
im ⎝ i1 ⎠
di1 di
v1 = R1 i1 + L11 + M 12 2 (1.7.45a)
dt dt
di2 di
v 2 = R2 i2 + L22 + M 21 1 (1.7.45b)
dt dt
Expressando as indutâncias próprias e mútuas em função das permeâncias:
N 1 φ 11 = λ 11 = P11 N 12 i1 ⇒ L11 = P11 N 12 (1.7.46a)
N 2 φ 22 = λ 22 = P12 N 22 i2 ⇒ L22 = P22 N 22 (1.7.46b)
N 1 φ 12 = λ 12 = Pm N 1 N 2 i2 ⇒ M 12 = Pm N 1 N 2 (1.7.46c)
N 2 φ 21 = λ 21 = Pm N 2 N 1 i1 ⇒ M 21 = Pm N 2 N 1 (1.7.46d)
Das duas últimas equações: M12 = M21 = M. Logo:
di1 di
v1 = R1 i1 + L11 +M 2 (1.7.47a)
dt dt
di2 di1
v 2 = R2 i2 + L22 +M (1.7.47b)
dt dt
Estas duas equações descrevem o trafo não ideal de núcleo linear da figura 1.7.7
e podem ser usadas para construir o circuito da figura 1.7.14 (a) e (b).
R1 M R2 R1 L11 - M L22 - M R2
i1 i2 i1 i2
+ + .. + + + +
e11 L11 L22 e 22 v1 v2
v1 v2 M
(a) - circuito equivalente acoplado magnéticamente (b) - circuito equivalente acoplado condutivamente
(acoplamento mútuo)
Figura 1.7.14 - Circuitos equivalentes do trafo não ideal com núcleo linear
(sem perdas por histerese ou Foucault)
mostrará que esta forma geral não é mais que uma das formas modificadas da figura
1.7.13.
A - Circuito equivalente referido ao primário
Considere a equação (1.7.33b) multiplicada por k = N1 /N2:
di2 i di / k
kv2 = kR2 i2 + kLl 2 + ke1 = k 2 R2 2 + k 2 Ll 2 2 + ke2
dt k dt
Da equação (1.7.38), –i′2 = i2/k, e da equação (1.7.34), e1 = ke2, logo:
di' 2
e1 = ke2 = kv2 + k 2 R2 i' 2 + k 2 Ll 2 (1.7.52)
dt
Substituindo esta equação na (1.7.33a):
di1 di'
v1 = R1 i1 + Ll 1 + kv2 + k 2 R2 i' 2 + k 2 Ll 2 2 (1.7.53)
dt dt
Esta equação junto com a equação (1.7.36) permite obter o circuito da figura
1.7.15(a), no qual todos os parâmetros são referidos ao enrolamento 1 (primário) do
trafo; elimina-se com isto o trafo ideal. Este poderia ter sido obtido usando a idéia de
impedância de transferência; ver item 1.7.3.1.
i1
R1 Ll1 2
i'2 = -i2 /k k Ll2 k 2 R2 R1 / k 2 Ll1 / k 2 Ll2 R2
ki1 i2
+ i'm + + ki'm +
e1 Lm
v1 e1 Lm ke2 kv2 v1 / k e2 v2
k k2
(a) - circuito equivalente referido ao primário. (b) - circuito equivalente referido ao secundário.
i2 d ⎛i ⎞ di
k v 2 = k 2 R2 + k 2 L22 ⎜ 2 ⎟ + kM 1 (1.7.54b)
k dt ⎝ k ⎠ dt
Circuito equivalente
v1 Rc Lm v'2 v1 v'2
O trafo ideal serve, muitas vezes, para o desenvolvimento da teoria do trafo real.
Parte-se do aspecto totalmente ideal, introduzindo-se, gradativamente, os fenômenos
reais de perdas, de magnetização do núcleo, etc. Serve também como elemento de pré-
cálculo e de anteprojeto, seja para o usuário, seja para o projetista de médios e grandes
Conversão de Energia 90
Considerando que não há muitos trafos com núcleos lineares, mas sim com
núcleos ferromagnéticos, os quais, como foi visto, possuem características de saturação
e histerese, procura-se agora, obter um circuito equivalente o qual considere tais
características. É difícil obter-se um circuito equivalente para um trafo de núcleo de
ferro que represente, com suficiente precisão, as condições terminais do trafo sob
diferentes condições de operação. Entretanto, a maioria dos trafos de núcleo de ferro
são submetidos a uma excitação senoidal e operados, a maior parte do tempo, no regime
(estado estável ).
As perdas no núcleo ocorrem, num trafo, exatamente pelas mesmas razões que
ocorrem num reator indutivo, e este processo já foi descrito nos itens ( (1.6.1) (II) até
(1.6.3.4)). Além disso, um trafo em vazio comporta-se simplesmente como um reator
indutivo de alta impedância ( sem entreferro ). Nestas condições a corrente de excitação
do trafo é similar à de um indutor, sendo composta de duas componentes :
Im - componente de magnetização
Ic - componentes de perdas no núcleo
Um elemento de circuito (Rc) pode ser adicionado ao circuito equivalente do
trafo para absorver a potência correspondente à dissipada como perdas no núcleo. Este
elemento , portanto, é o mesmo apresentado no item 1.6.3 e é adicionado em paralelo à
indutância Lm. A figura 1.7.17(a) apresenta o circuito modificado. Da mesma forma que
se procedem com o trafo linear, os parâmetros do circuito equivalente do trafo com
núcleo ferromagnético podem ser referidos a qualquer lado.
. R1 . . jwLl2 R2
I1 jwLl1 -I'2 N1 : N2 I2
.
Iφ ..
. . . .
jwLm Rc V2
V1 . E1 E2
. Ic
Im
trafo ideal
(a) - circuito equivalente para um trafo de núcleo ferromagnético em regime senoidal.
. . . . 2
jwLl1 / k 2 . R2
I1
R1 jwLl1 I'2 = I2 /k jk 2 wLl2 k 2 R2 kI1 R1 / k I2 jwLl2
. .
Iφ kIφ
. . jwLm Rc .
. Rc V2
V1 jwLm kV2 V1 2 k2
. . k . .
Im Ic k kIm kIc
(b) - circuito equivalente para um trafo de núcleo ferromagnético com (c) - circuito equivalente para um trafo de núcleo ferromagnético com
parâmetros referidos ao primário (enrolamento 1) (circuito T) parâmetros referidos ao secundário (enrolamento 2) (circuito T)
Figura 1.7.17 - Circuitos equivalentes para o trafo de núcleo ferromagnético - operação em regime senoidal
N I
I2' = 2 IL = L
N1 k
Conversão de Energia 92
de Iφ com I . O fasor V1 é a soma de E1 com a queda de tensão na impedância do
'
2
Figura 1.7.19 - Diagrama de fasores para trafo com núcleo ferromagnético suprindo energia a uma carga
indutiva ZL de fp = cos θL
- Correção do cos θ2 = cos θL, da carga (ver diagramas (a) e (b) da figura 1.7.19)
Se corrigirmos o cos θL, o fasor IL irá se aproximar de V2 . Tem-se que:
Conversão de Energia 93
(a) - circuito equivalente simplificado com parâmetros (b) - circuito equivalente simplificado com parâmetros
referidos ao primário. referidos ao secundário.
. . . Req 2 jXeq 2 .
I1 Req 1 jXeq 1 kI1 IL
IL / k
. . . .
V1 kV2 V1 V2
k
(c) - circuito equivalente simplificado com parâmetros (d) - circuito equivalente simplificado com parâmetros
referidos ao primário. referidos ao secundário.
Figura 1.7.20 - Circuitos equivalentes aproximados para trafos de potência.
Os modelos do trafo (figura 1.7.13, 1.7.14 e 1.7.17) podem ser utilizados para
prever o comportamento do trafo. Para se utilizar estes modelos, os seus respectivos
parâmetros devem ser conhecidos, ou seja, k, R1, Xl1, R2, Xl2, Rc, Xm, M, L11 e L22. Tais
parâmetros podem ser calculados quando se dispõe das dimensões e propriedades dos
materiais usados. Por exemplo, as resistências dos enrolamentos (R1 e R2) podem ser
calculadas da resistividade do cobre, comprimento total dos fios e da seção transversal
do enrolamento (dos fios). A indutância de magnetização Lm pode ser calculada do
número de espiras do enrolamento e da relutância do circuito magnético. O cálculo da
indutância de dispersão envolverá considerações a respeito do fluxo de dispersão e,
portanto, será complicada. Contudo, fórmulas são disponíveis quando se deseja uma
determinação confiável de tais parâmetros (Ll).Tais parâmetros podem ser diretamente e
mais facilmente determinados efetuando-se ensaios que envolvem pouco consumo de
potência.
lê Ioc1 lê Poc1
.
IOC1
. A . .. ..
W
. N1 : N2
.. .
. .
VOC1 lê Voc1 V1 EOC2 V2 lê Eoc2
. . trafo de núcleo
.
linear
1
L11 = Z 12 − R12 (1.7.61)
2 πf
1 EOC 2
M = (1.7.62)
2πf I OC 1
Ex. 1.7.5: Os seguintes dados são obtidos dos ensaios de circuito aberto nos dois
enrolamentos de um trafo de núcleo linear. A relação de espiras k = 0.5. Quando com o
enrolamento 2 em aberto se aplicam 20V eficazes no enrolamento 1, a freqüência de
100Hz, a corrente é 4A, VOC2 = 16V e a potência é de 64W. Quando com o enrolamento
1 em aberto se aplicam 60V eficazes ao enrolamento 2, a uma freqüência de 100Hz, a
corrente é de 3A e a potência 144W. Determine as resistências R1 e R2, as indutâncias
próprias L11 e L22, a indutância mútua M, as indutâncias de dispersão Ll1 e Ll2, e o
coeficiente de acoplamento Ka do trafo.
Solução
Usando o circuito equivalente do trafo, apresentado na figura 1.7.14(b).
Ensaio 1 (enrolamento 2 aberto) : impedância própria do enrolamento 1:
V 20 P 1 64
Z 11 = OC 1 = = 5Ω resistência : R1 = OC
2
= =4Ω
I OC 1 4 I OC 1 16
3
ωL11 = 5 2 − 4 2 = 3 Ω ∴ L11 = = 4.78 mH
2π100
indutância mútua :
E 16 4
ωM = OC2 = =4Ω ∴ M= = 6.38 mH.
I OC1 4 2π100
V2 60 POC 2 144
Z2 = = = 20 Ω resistência : R2 = 2
= = 16 Ω
I OC 2 3 I OC 2 9
12
ωL22 = 20 2 − 16 2 = 12 Ω ∴ L22 = = 19.1 mH
628
M
coeficiente de acoplamento : K a =
L11 L22
6.38 N1
Ka = = 0.668 k= = 0.5
(4.78)(19.1) N2
indutâncias de dispersão :
M
Ll1 = L11 − kM = 4.78 m - 0.5 × 6.38 m = 1.6 mH Ll2 = L22 − = 6.34 mH.
k
kEOC 2
Lm = kM = 0.5 × 6.38 mH = 3.19 mH ou Xm = = 0.5 × 16 / 4 = 2Ω = 2π100 Lm
I OC 1
No caso dos trafos de núcleo linear não é necessário se realizar os ensaios nos
valores nominais de tensão, corrente e freqüência, porque os valores dos parâmetros
Conversão de Energia 97
parcelas tão pequenas dos valores nominais, que quase sempre se encontra num
laboratório, instrumentos de medidas adequadas a esses valores.
.
.
lê Ioc
A
lê Woc
. .. .. .
R1 jXl1
.
Iφ ..
I2=0 jXl2 R2
.
. Iφ
Rc . .
V1O jXm E1O E2O V
V V1O lê Voc1 . .
. . Im Ic
N1 : N2
. lê E2o
V
Iφ =f(V)
.
Ioc Vvazio
.
Iφ .. nominal
Pvazio = f(V)
. jXm Rc . .
V1O . E1O E2O
. Ic
Im Pvazio nominal Pvazio
Iφ
Iφ
nominal
(b) - circuito equivalente para o ensaio em vazio.
(c) Iφ x V e Perdas x V
I CO I
YM = YOC = = φ (1.7.63d)
VCO V1O
V12O W V
RC = , IC = , I m = I φ2 − I C2 , X m = 1O (1.7.63.j)
W V1O Im
V1O
k≅ (1.7.63k)
E2O
E 1cc = E 2 cc k
.
.
lê I1CC
A
lê WCC
. .. .. .
R1 jXl1
.
I'φ ..
I2nom jXl2
R2
.
. I1nom
Rc . . A
V1CC jXm
V V1CC lê Voc1 . . E1O E2O
fonte
. . I'm I'c
N1 : N2
. lê I2nom
I1CC
I1CC = f(V1CC)
R1 jXl1 jk 2 Xl2 k 2 R2
I 1nom P1CC = f(I1CC)
.
I1nom
.
V1CC
fonte P1CC nom P1CC
V1CC
V1CC
nominal
(b) - circuito equivalente para o ensaio de curto. (c) curvas I1CC x V1CC e I1CC x P1CC
Figura 1.7.23 - Considerações sobre o ensaio em curto
Quando se deseja a separação em termos de R1, R′2 e Xl1 e X′l2, a fim de poder-se
montar um circuito equivalente completo com o ramo de magnetização no centro, faz-se
uso de dois métodos:
R1 = 0.1Ω e R2 = 0.004Ω
Xl1 = 0.49Ω e Xl2 = 0.0196Ω
logo: Rc = 40 Ω e Xm = 10.33 Ω
ou: Rc = V1O2/W = 2002/1000 = 40 Ω
e: Xm = {[40 2(200/20)2] / [40 2 – (200/20)2]}1/2 = 10.33 Ω
ou ainda:
Ic = W/V1O = 1000/200 = 5 A
Im = (20 2 – 52)1/ 2 = 19.635 A
Xm = V1O/Im = 10.33 Ω
ou ainda:
GC = W/(V1O)2 = 1000/2002 = 0.025 S
Bm = –(Ym2 – Gc2)1/2 = –(0.12 – 0.0252)1/2 = – 0.097 S
B
Xm1 = k2 Xm = 258.25 Ω
de tensão no primário afeta E1O, que não mais seria igual a V1O (leitura do voltímetro).
Se for este o caso, os cálculos devem ser refeitos como segue:
. R =0.1 2
I1 1 jXl1 =0.49j jk 2 Xl2 =0.49j k R2 =0.1
. .
Iφ I2 /k
. .
jBm1 = -0.0039j Gc1 =0.001 kV2
V1 .
.
Im Ic
. 2 2
kI1 R1 / k =0.004 jXl1 / k = j 0.0196 jXl2 = j 0.0196 R2 =0.004
. .
kIφ I2
. .
V1 jBm2 = - j0.097 Gc2 = 0.025 V 2
k . .
kI m kI c
A .. .. . .
W
..
V
. . trafo de núcleo
circuito de medição em curto. ferromagnético
Iφ = Iφ 1 / In1 (1.7.67b)
Onde In1 - corrente nominal do enrolamento 1
Os valores acima independem do enrolamento que se considere, pois:
N2 N2
I φ1 = I φ2 e I n1 = I n2
N1 N1
( 1 / k )I φ 2 I φ2
logo: Iφ% = 100 = 100 (1.7.67c)
( 1 / k )I n 2 I n2
Conversão de Energia 109
I n1 I
Req1 % = Req1 100 = Req 2 n 2 100 = ΔVRe q % (1.7.68a)
Vn 1 Vn 2
I n1 I
X eq1 % = X eq1 100 = X eq 2 n 2 100 = ΔV Xeq % (1.7.68b)
Vn 1 Vn 2
I n1 I
Z eq1 % = Z eq1 100 = Z eq 2 n 2 100 = ΔVZeq % (1.7.68c)
Vn1 Vn 2
PC
PC % = 100 (1.7.69)
Pnom
Escolha de bases
Pbase
I base = (1.7.70a)
Vbase
2
Vbase Vbase
Z base = Rbase = X base = = (1.7.70b)
I base Pbase
Z eq1 / k 2
logo: Zeq2 pu = Zeq2 / ZB2 = = Zeq1 / ZB1 = Zeq1 pu (1.7.70c)
Z B1 / k 2
I1 I I /k I
I 1, pu = = 1 = 2 = 2 = I 2 , pu
I B 1 I n1 I n 2 / k I n 2
V1 V kV2 V
V1, pu = = 1 = = 2 = V2 , pu
VB 1 Vn1 kVn 2 Vn 2
PCOBRE , PLENA−CARGA = Req1 I n21
V1CC V
VCC % = 100 = 2 CC 100 (1.7.73)
Vn 1 Vn 2
WCC I n1 W W
Req1 % = 2
100 = CC 100 = CC 100 = Req % (1.7.74a)
I n 1 Vn 1 I n1Vn1 Pn
WCC I n 2 WCC W
Req 2 % = 2
100 = 100 = CC 100 = Req % (1.7.74b)
I n 2 Vn 2 I n 2V n 2 Pn
V1CC Z eq1
Também: Z eq1 = logo: Z eq 1 %= CC
100
CC I n1 CC z B1
I n1 V
Z eq % = Z eq1 % = Z eq1 100 = 1CC 100 = VCC % (1.7.74c)
CC CC Vn 1 Vn 1
De forma similar:
I n2 V V /k
Z eq % = Z eq 2 % = Z eq 2 100 = 2 CC 100 = 1CC 100 = VCC % (1.7.74d)
CC CC Vn 2 Vn 2 Vn1 / k
Solução
a) PCO = Pt – PC = 350 –160 = 190 W
b) V1CC = In1Zeq1 = (Z% /100)Vn1 = (3.5/100)13800 = 483 Volts
c) I1CC = (Vn1 / V1CC)In1 = (13800/483)(15000/13800) = 31.1 A
ou : I1CC = (100/Z%)In1 = (100/3.5)(15000/13800) = 31.1 A
I2CC = kI1CC = (13800/220)31.1 = 1948.1 A
ou : I2CC = (100/Z%)In2 = (100/3.5)(15000/220) = 1948.1 A
V1CC V1CC 483
d) Z eq1 = = Vn 1 = 13800 = 444.36 Ω
I n1 S 15000
Z % Vn1 Z % Vn21 3.5 (13800 )
2
ou : Z eq1 = = = = 444.36 Ω
100 I n1 100 S 100 15000
2
1 ⎛ 220 ⎞
Z eq 2 = 2 Z eq1 = ⎜ ⎟ 444.36 = 0.113 Ω
k ⎝ 13800 ⎠
P 190
e) Req 1 = OC = = 160.82 Ω
I n1 ⎛ 15000 ⎞ 2
2
⎜ ⎟
⎝ 13800 ⎠
P 190
Req2 = CO = = 0.0409 Ω
I n 2 ⎛ 15000 ⎞ 2
2
⎜ ⎟
⎝ 220 ⎠
f ) X eq1 = Z eq2 1 − Req2 1 = ( 444.36 ) 2 − ( 160.82 ) 2 = 414.24 Ω
2
X eq1 ⎛ 220 ⎞
X eq 2 = = X eq1 ⎜ ⎟ = 0.1053 Ω
k2 ⎝ 13800 ⎠
I n1 S 15000
g ) Req % = Req 1 100 = Req1 2 100 = 160.82 100 = 1.27 %
Vn 1 Vn 1 (13800 )2
S 15000
X eq 1 % = X eq 1 2
100 = 414.24 100 = 3.263 %
Vn 1 ( 13800 ) 2
Os módulos são usados para indicar que é a variação nas magnitudes que é
importante para o desempenho da carga. Como, em geral, a corrente de excitação é
pequena comparada com a corrente nominal de um trafo de núcleo ferromagnético, o
ramo de magnetização é desconsiderado no cálculo da regulação. O circuito equivalente
simplificado referido ao secundário é representada na figura 1.7.24(b). O diagrama
fasorial, para uma carga indutiva, encontra-se na figura 1.7.24(c).
Quando o trafo está entregando a corrente nominal IL2 para uma carga de fator
de potência cosθL , a tensão de carga será V2. A correspondente tensão de entrada será
V1 k , referido ao secundário. Quando a carga for removida, mantendo-se a tensão de
entrada constante, a corrente de carga passará a ser IL2 = 0, logo a tensão nos terminais
da carga será V1 k . Reescrevendo a equação (1.7..76a), tem-se:
V1 k − V2
Re g% = 100 (1.7.76b)
V 2
Req2 jXeq2
N 1 : N2
.
I1
.. .
IL2
.
IL2
. . . .
V1 V2 ZL2 V1 / k V2 ZL2
fp = cosθ L (indutivo) fp = cosθ L (indutivo)
k = N1 / N2
(b) circuito equivalente aproximado referido ao secundário.
(a) trafo de núcleo ferromagnético, alimentando
carga indutiva, fp = cosθ L.
.
V1 /k
.
jXeq2IL2
δ φ
.
θL V . θL
. 2 Req2IL2 .
IL2 .
φ = φ CC V2 = V2 / 0 o , foi adotado como referência.
V1
k
( )
= V2 + IL 2 ∠ − θ L Z eq 2 = V2 + IL 2 (cos θ L − j sen θ L )(Req 2 + jX eq 2 )
V1
= V2 + IL 2 Req 2 cos θ L + IL 2 X eq 2 sen θ L + j IL 2 X eq 2 cos θ L − IL 2 Req 2 sen θ L
k
V1 k = A + jB (1.7.76d)
Onde: A (parte real de V1 k ) = V2 + IL 2 Req 2 cos θ L + IL 2 X eq 2 sen θ L (1.7.76e)
B (parte imaginária de V1 k ) =
IL 2 X eq 2 cos θ L − IL 2 Req 2 sen θ L (1.7.76f)
Req1 jXeq1
(a) carga no enrolamento
. . 2 - circuito equivalente
. referido ao 1. | V2 | e | IL2 | são valores nominais.
IL2/k . . .
. .
V1 kV2 2 V1 = k V2 + (IL2/k) ( Req1 + jXeq1)
k ZL2
. .
Reg% = |V1| - |kV
. 2| 100 (1.7.76h)
|kV2|
Req1 jXeq1
(b) carga no enrolamento
. .1 (secundário) - circuito equivalente
. referido ao 2. | V1 | e | IL1 | são valores nominais.
IL1 . . .
. .
kV2 V1 ZL1 kV2 = V1 + IL1 ( Req1 + jXeq1)
. .
Reg% = |kV2| -. |V1| 100 (1.7.76i)
|V1|
Req2 jXeq2
(c) carga no enrolamento 1 (secundário)
. . - circuito equivalente
. referido ao 2 (primário). | V1 | e | IL1 | são valores nominais.
kIL1 . . .
. .
V2 V1 ZL1 V2 = V1 /k + kIL1 ( Req2 + jXeq2)
k k2 . .
Reg% = |V2| - |V
. 1 / k | 100 (1.7.76j)
|V1 / k |
Figura 1.7.25 - Outros circuitos equivalentes possíveis para o cálculo da regulação de tensão.
f(x) = f(x0) + f i (x0)(x– x0) + (1/2!)f ii (x0)(x – x0)2 + (1/3!)f iii (x0)(x – x0)3 + ...
Considerando x0 = 0 e f (x) = (1 + x2)1/2 : f(0) = 1
( )
f i (0 ) = x 1 + x 2
−1 / 2
=0x =0
f ii (0 ) = [(1 + x ) − x (1 + x ) ]
2 −1 / 2 2 2 −3 / 2
x =0 =1
f iii (0 ) = [− 3 x(1 + x ) + 3 x (1 + x )
2 −3 / 2 3 2 −5 / 2
] x =0 =0
f iv (0 ) = [− 3(1 + x ) + 18 x (1 + x )
2 −3 / 2 2 2 −5 / 2
(
− 15 x 4 1 + x 2 )
−7 / 2
] x =0 = −3
V1
2
B
= A+ (1.7.76l)
k 2A
C
⎡ B2 ⎤ 100
Re g% = ⎢C + ⎥ (1.7.76m)
⎣ 2(Vn 2 + C ) ⎦ Vn 2
⎡ B 2 ⎤ 100
Re g% = ⎢C + ⎥
⎣ 2Vn 2 ⎦ Vn 2
⎡ I L 2 Req 2 I L 2 X eq 2 1 ⎛ I L 2 X eq 2 I L 2 Req 2 ⎞ ⎤
2
Re g % = U R % cos θ L + U X % sen θ L +
1
(U X % cos θ L − U R % sen θ L )2 (1.7.76o)
200
Req 2 I L 2 X eq 2 I L 2
Onde: U R % = 100 e U X % =
100
Vn 2 Vn 2
Para a corrente nominal, estas quedas de tensão serão iguais aos valores em
porcentagem da resistência e da reatância equivalente. Observa-se que assim as
equações (1.7.76n) e (1.7.76o) fornecem o mesmo resultado quer se considere o lado de
alta tensão ou o de baixa tensão como secundário. Portanto, para corrente nominal:
Conversão de Energia 119
Onde Req% e Xeq% são obtidos das equações (1.7.68 (a) e (b)).
⎡ ⎤
Re g % = VCC % ⎢cos (φ CC − θ L ) + CC sen 2 (φ CC − θ L )⎥
V %
(1.7.76r)
⎣ 200 ⎦
Observa-se que nas equações (1.7.76) os valores de IL e Vn são os valores
nominais; para corrente de carga diferente da nominal considera-se o índice fc (fração
de plena carga) = IL2 /In2 , neste caso a regulação será dada por:
2
⎡ ⎤
Re g % = f c ⎢U R cos θ L + U X sen θ L + c (U X cos θ L − U R sen θ L )⎥
f
(1.7.76s)
⎣ 200 ⎦
As equações encontradas até aqui são para aplicação geral. Para trafos até
2MVA para os quais Ux tem um valor por volta de 4%, as equações podem ser
simplificadas:
Observações:
i - O cálculo da regulação pode ser efetuado rapidamente através nomogramas
(ábacos) como o apresentado na figura abaixo. Se as grandezas a serem
introduzidas para o cálculo de Reg % forem diferentes das existentes no
ábaco, pode-se imaginar a existência de uma escala (de redução ou
ampliação). Por exemplo, se Req% = 8 e Xeq% = 12, então pode-se considerar
um fator de redução igual a 10, entrando com Req% = 0.8 a Xeq% = 1.2.
Quanto ao resultado obtido, o mesmo deverá ser multiplicado por este fator.
Logo, quando deseja-se uma boa regulação, o trafo possuirá uma reatância com
valores baixos, porém, essa situação apresenta uma séria desvantagem: um trafo com
Conversão de Energia 121
uma reatância de 2%, p.ex., sujeita-se a ser seriamente danificado caso ocorra um
curto-circuito no sistema, ainda mais se o sistema for de grande porte. Os esforços
mecânicos no trafo são proporcionais ao quadrado da corrente que flui por seus
enrolamentos. Durante o curto-circuito, a corrente varia inversamente com Z%. Estes
esforços podem ser 6 vezes maiores num trafo com 2% que em um com 5%. Na
determinação da impedância que um trafo possuirá (no projeto), haverá uma questão a
decidir: considera-se a segurança ou a obtenção de boa regulação para todos os fatores
de potência? Esta questão torna-se cada vez mais importante devido às grandes
extensões dos sistemas elétricos.
.
V1 /k . .
Zeq2 IL jXeq2 IL
.
.
Req2 IL
.
V2 .
θL
IL = IL / 0 o , foi adotado como referência.
.
IL
V1
= V2 + Z eq IL
k
V1
= V2 (cosθ L + j sen θ L ) + I L (Req 2 + jX eq 2 )
k
V1 V1
k k
(
= = (V2 cosθ L + Req 2 I L ) + (V2 sen θ L + X eq 2 I L )
2 2
) 1
2
Re g % =
((V cosθ 2 L + Req 2 I L ) + (V2 sen θ L + X eq 2 I L )
2 2
) 1
2
− V2
100
V2
1
⎛⎛ R I ⎞
2
⎛ X I ⎞
2
⎞ 2
Re g % = ⎜ ⎟ − 100
⎜100 2 sen 2 θ + f 2 Z 2 % sen 2 φ + 200 f Z % sen φ sen θ ⎟
⎝ L c eq CC c eq CC L ⎠
(
Re g % = 100 2 + f c2 Z eq2 % + 200 f c Z eq % cos(φ CC − θ L ) ) 1
2
− 100
Re g % = 100 2 + 200 f c Z eq % cos γ + f c2 Z eq2 % − 100
Conversão de Energia 123
.
V1 /k
φ CC N
O . P Q
θL V2 M θL .
. . jXeq2 IL2
IL Req2 IL2 . .
Req2ILcosθ L + Xeq2ILsenθ L
O P = O M + MN + N P (
O S = O P 2 + PS 2 )
1
2
O Q = O P + PQ PQ = O S − O P
⎛ V1 k − V2 ⎞ MQ O Q − O M O P + P Q − O M
Re g % = ⎜ ⎟= = =
⎜ V ⎟ V2 n V2 n V2 n
⎝ 2 ⎠
MN + N P + O M + P Q − O M MN + N P + P Q
Re g % = 100 = 100
V2 n V2 n
⎛R I X I PQ ⎞ PQ
Re g % = ⎜⎜ eq 2 L cos θ L + eq 2 L sen θ L + ⎟⎟100 = U R % cos θ L + U X % sen θ L + 100
⎝ 2n
V V2n V2 n ⎠ V2 n
(
PQ = O P 2 + PS 2 ) 1
2
−OP
P Q ⎡ 2 (V2 n + Req 2 I L cos θ L + X eq 2 I L sen θ L ) (X eq 2 I L cos θ L − Req 2 I L sen θ L )2 ⎤ −
2
100
PQ
= (100 + U R % cos θ L + U X % sen θ L )2 + (U X % cos θ L − U R % sen θ L )2 − 100 − U R % cos θ L − U X % sen θ L
V2 n
Re g % = (100 + U R % cos θ L + U X % sen θ L )2 + (U X % cos θ L − U R % sen θ L )2 − 100
Re g % = (100 + f Zc eq %(cos φCC cos θ L + sen φCC sen θ L )) + f c2 Z eq2 %(sen φCC cos θ L − cos φCC sen θ L ) − 100
2 2
2
⎛ ⎛ ⎞⎞
⎜ ⎟
Re g % = ⎜100 + f c Z eq % cos φ CC − θ L ⎟ ⎟ + f c2 Z eq2 % sen 2 (φ CC − θ L ) − 100
⎜
⎜ ⎜
⎟ ⎟
⎝ ⎝ γ ⎠⎠
Re g % = 100 2 + 200 f c Z eq % cos γ + f c2 Z eq2 % − 100
Para utilização de um trafo num sistema elétrico, uma série de requisitos são
desejados. Além de outros tais como a regulação, será analisado aqui o rendimento.
Observa-se que para os trafos de força é sempre exigida uma baixa regulação com um
alto rendimento, ao passo que nos trafos utilizados em circuitos eletrônicos, o
importante é a fidelidade de reprodução de um sinal.
Os trafos, como qualquer máquina, apresentam perdas ao transferir a energia de
um a outro circuito, mantendo a freqüência constante e variando os valores de corrente
e tensão. As perdas seriam: no núcleo (Ph + Pf), nos enrolamentos (PCobre) e como
constatou-se estas dependem da construção do trafo (material das chapas, espessura,
etc) e do regime de funcionamento (tensão, corrente, etc). Dessa forma, ter-se-á uma
diferença entre a potência de entrada e a de saída, P1 e P2 respectivamente, as quais
podem ser obtidas de um trafo alimentando uma carga, através de dois wattímetros
conectados, um junto aos terminais de entrada (W1) e outro aos de saída (W2). A relação
entre W1 e W2 vem expressa pelo denominado rendimento, cuja definição vem a ser:
W2 P
η% = 100 = 2 100 (1.7.77a)
W1 P1
O η é função da carga que o trafo alimenta (IL2), visto que as PCobre dependem da
mesma, e que tais perdas são preponderantes, PCobre >> PNúcleo. Num trafo há
dificuldade em obter o η através da leitura de W1 e W2 pois, para estes, o rendimento
pode chegar até 99%, e, nestas condições, a diferença das potências de entrada e saída é
muito pequena, superando a classe de precisão dos aparelhos de medida, os quais
forneceriam valores iguais. Para contornar o problema, lança-se mão de:
P1 = P2 + Pcobre + Pnúcleo
Tem-se ainda que :
P2 = V2 IL2 cosθ L e
Pcobre = R1 I12 + R2 I22 = Req 2 I2L2
V2 I L 2 cos θ L
η% = 100 (1.7.77b)
V2 I L 2 cos θ L + Req 2 I L22 + PC
Esta equação é válida para qualquer situação de carga; porém em trafos bem
projetados, a tensão V2 é praticamente constante, mesmo variando-se I2. Supondo-se o
fp(cosθL) também constante, pode-se alterar a equação (1.7.77b) multiplicando e
dividindo alguns termos por In2 (corrente secundária nominal):
V2 I L 2 cos θ L (I n 2 / I n 2 )
η% = 100
V2 I L 2 cos θ L (I n 2 / I n 2 ) + Req 2 I l22 (I n 2 / I n 2 ) + PC
2
Conversão de Energia 125
V2 I n 2 cos θ L f c
η% = 100
V2 I n 2 cos θ L f c + Req 2 I n22 f c2 + PC
Cálculo de Req2:
2
1 270 ⎛ 220 ⎞
Req 2 = Req1 2 = ⎜ ⎟ = 0.0326 Ω
k 9.12 ⎝ 2200 ⎠
W 270 Req 2 S n 20000
Req 2 % = Req % = CC 100 = 100 = 2
100 = 0.0326 100 = 1.347 %
Sn 20000 Vn 2 220 2
Cálculo de Xeq2:
2
⎛ 74 ⎛ 220 ⎞ 2 ⎞
X eq 2 = Z eq 2 − Req 2 = ⎜
2 2
⎜ ⎟ ⎟ − (0.0326 )2 = (0.0813 )2 − (0.0326 )2 = 0.0745 Ω
⎜ 9.1 ⎝ 2200 ⎠ ⎟
⎝ ⎠
20000
∴ X eq2 % = 0.0745 100 = 3.079 %
220 2
20000
Z eq2 = 0.0813 Ω ∴ Z eq2 % = 0.0813 100 = 3.36 %
220 2
100
(V1 / k ) − V2 n = 2.94 ∴
V1 2.94
= V2 n + V2 n =
2.94
220 + 220 = 226.5 V
V2 n k 100 100
Ou a tensão primária, sem carga, seria : V1 = 226.5×10 = 2265 V, ou seja, no
secundário do trafo quando a carga for removida, surgirá uma tensão de 226.5 Volts.
A verificação pode ser feita a partir da equação :
Conversão de Energia 127
V1
k
( )
= V2 + (I L 2 ∠ − θ L )Z eq 2 = 220 + 90.9 ∠ − 36.87 o (0.0326 + j0.0745 )
V1
k
( )( )
= 220 + 90.9 ∠ − 36.87 o 0.0813∠66.37 o = 220 + 7.39 ∠29.5 o
V1
= 220 + 6.43 + j 3.64 = 226.43 + j 3.64 = 226.46 ∠0.92 o
k
Potência
nominal
Metade da
potência
nominal Δ tj
6 12 18 24 horas do dia
T
Na figura 1.7.29 vê-se uma curva de carga de uma rede de distribuição, de onde
pode-se observar que o trafo fica na maior parte do tempo alimentando uma carga
correspondente a, por exemplo, metade de sua carga normal (In2/2). Portanto, neste
caso, é mais interessante o funcionamento com o máximo rendimento para I2 = In2/2. De
modo a verificar-se como isto se processa, considere o desenvolvimento a seguir.
Considere a equação (1.7.77c) de onde se constata que o único elemento variável
é fc = IL2/In2. Derivando, portanto, a equação de η% em relação a fc e igualando a zero,
tem-se:
⎛
⎝
2 ⎞
(
Pn 2 ⎜ f c' Pn 2 + PCC f c' + PC ⎟ − f c' Pn 2 Pn 2 + 2 PCC f c'
⎠
)
100 2
⎛ ' '2 ⎞
⎜ f c Pn 2 + PCC f c + PC ⎟
⎝ ⎠
2 2
f c' Pn 2 − PCC f c' + PC − f c' Pn 2 − 2 f c' PCC = 0
2 I V Pnúcleo
− f c' PCC + PC = 0 ⇒ f c' = L 2 × n 2 = (1.7.77d)
I n 2 Vn 2 Pcobre ,no min al
Que nos permite dizer que o máximo rendimento a plena carga ocorre quando as
perdas no cobre forem iguais às no núcleo. Substituindo o fc assim obtido na equação
(1.7.77c), tem-se:
100 100
ηmáx % = = (1.7.77e)
2 PCC PC 2 PCC PC
1+ 1+
Pn 2 S n cos θ L
d 2 η%
=
100 Pn 2
[− P 2
]
− 4 PCC PC f c − PC Pn 2 < 0
( )
CC Pn 2 f c
df c2 f c Pn + PCC f c2 + PC
3
ηpu
fp=1
0.98
fp=0.8
0.96
corrente de carga
1 1
/2
plena carga = 1 p.u.
Figura 1.7.30 - Curvas de rendimento para fp = 1 e fp = 0.8 onde as perdas a plena carga
no cobre e no núcleo são iguais.
Observações:
Conversão de Energia 129
ou: ηc% = [(ER – EP) / ER]×100 = 100 – 100EP /(EC + EP), (1.7.77g)
m
EC = ∑ V2 I 2 cos θ2 j Δt j (1.7.77h)
j =1
onde fCj é o fator de carga para cada intervalo Δtj, e PCCn é a perda normal no cobre.
Substituindo (1.7.77i), (1.7.77j) e (1.7.77k) em (1.7.77g), obtém-se:
PCT + PCCn ∑ f c2 Δt j
j =1
m
( )
ηC % = 100 − 100
m
I 2 nV2 n ∑ ( f c cos θ2 Δt ) j + PCT + PCCn ∑
j =1
m
j =1
( )
f c2 Δt j
P
SN
P m
100 C T + 100 CCn ∑ f c2 Δt j
S N j =1
( )
ηC % = 100 − 100
j =1
m
100 ∑ ( f c cos θ2 Δt ) j + 100
PC
SN
T + 100
PCCn m 2
∑ f c Δt j
S n j =1
( )
m
T × PC % + PCCn % ∑ f c2 Δt j
j =1
( )
ηC % = 100 − 100 , (1.7.77l)
m
100 ∑ ( f c cos θ2 Δt ) j + PC % × T + PCC % ∑
j =1
m
j =1
( f c2 Δt j)
que é a expressão de rendimento cíclico mais fácil de ser utilizada.
Ex. 1.7.9: Um trafo de distribuição de 500 kVA, 60 Hz, 2300/208 V, teve seus
testes de aceitação constando de um ensaio a vazio e um de curto circuito, antes de ser
Conversão de Energia 131
colocado em serviço como trafo abaixador. A partir dos ensaios, devem-se calcular sua
regulação e seu rendimento. Os dados obtidos dos ensaios são :
Fração de Perdas no Núcleo Perdas no Cobre Perdas Totais Potência Saída Potência Entrada η
carga fc Pc (W) Pco (W) (W) (kW) (kW) (%)
(da carga fp = 1 fp = 0.8 fp = 1 fp = 0.8 fp = 1 fp = 0.8 fp = 1 fp = 0.8 fp = 1 fp = 0.8 fp = 1 fp = 0.8
nominal)
1/4 1800 1800 512.5 512.5 2312 2312 125 100 127.31 102.31 98.20 97.74
1/2 1800 1800 2050 2050 3850 3850 250 200 253.85 203.85 98.48 98.11
3/4 1800 1800 4612. 4612 6412 6412 375 300 381.41 306.41 98.32 97.90
1 1800 1800 8200 8200 10000 10000 500 400 510.0 410.0 98.10 97.60
5/4 1800 1800 12812 12812 14612 14612 625 500 639.6 514.6 97.70 97.16
e) corrente de carga :
PC S P 500000 1800
I L2 = I n2 = n . núcleo = = 1126.8 A
PCO Vn 2 Pcobre 208 8200
I
f c = L 2 = 0.469 ≅ 0.47 (próximo a 1/2 carga)
In
f)
fc
η% = 100
PCC PC
fc + f c2 +
V2 n I 2 n cos θ 2 V2 n I 2 n cos θ 2
0.47
η% = 100 = 98.48 %
8200 1800
0.47 + (0.47 ) 2 +
500000 500000
ηpu
100 fp = 1.0
rendimento em percentagem
fp = 0.8
fp = 0.6
fp = 0.4
fp = 0.2
50
razoavelmente alto para cargas pequenas abaixo daquele valor e para cargas pesadas
acima daquele valor. O trafo, assim, mantém seu elevado rendimento através de uma
larga faixa de valores de carga, conforme figura acima.
- para o mesmo IL2 , o efeito da diminuição dos valores do fp é uma pequena
diminuição do η, conforme mostra as curvas da figura. Observe que, a cada acréscimo
de carga, o η é maior para os maiores fp.
- a carga para qual ocorre o ηmáx, entretanto, para cada curva apresentada na
figura, permanece a mesma, porque as perdas no núcleo e as perdas variáveis no cobre
(Req2I22) são independentes do fp.
g1)- EpC = PCT = (1800 × 24)/1000 = 43.2 kWh, energia total perdida no núcleo
incluindo as 2 horas em vazio.
g2)- A PCO à carga nominal é 8.2 kW. A tabela I a seguir, apresenta o total dessa
energia perdida para períodos de 24 horas.
Carga Nominal % Perdas de Período de Perda de
Potência Tempo (h) Energia
(kW) (kWh)
2
20 (0.2) × 8.2 4 1.312
2
40 (0.4) × 8.2 4 5.248
80 (0.8)2 × 8.2 6 31.488
100 8.2 6 49.20
2
125 (1.25) × 8.2 2 25.625
Perda Total de Energia durante o período de 24 horas (excluindo 2 horas a vazio) =
112.873 kW
Tabela I - Perda de energia no cobre.
g4)
Energia entregue 7142.5
ηC % = 100 = 100 = 97.86 %
Energia entregue + Energia perdas 7142.5 + 43.2 + 112.873
outra forma :
ηc % = 100 −
0.36 × 24 + 1.64(0.2 2 × 4 + 0.4 2 × 4 + 0.8 2 × 6 + 1 × 6 + 1.25 2 × 2)100
100 (0.2 × 0.7 × 4 + 0.4 × 0.8 × 4 + 0.8 × 0.9 × 6 + 1 × 6 + 1.25 × 0.85 × 2) + 0.36 × 24 + 64 (0.2 2 × 4 + 0.4 2 × 4 + 0.8 2 × 6 + 1.25 2 × 2)
. . . . . .
(Y) (Δ)
Salienta-se que existe a possibilidade de outras ligações nos bancos de
transformadores monofásicos, como a Scott, T-T e V-V. Assim, nas conexões em Δ e Y
pode-se ter as seguintes possibilidades de trifásicos:
Primário Δ Δ Y Y
Secundário Δ Y Δ Y
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A transformada fasorial foi introduzida para servir de ferramenta para a determinação da resposta
em circuitos com geradores senoidais. Observa-se que a transformada fasorial não se limita à Teoria de
Circuitos, mas pode ser usada na determinação da solução particular de qualquer equação diferencial
linear a coeficientes constantes com uma excitação senoidal. Transformadas fasoriais são ferramentas
que são idênticas àquelas usadas em circuitos resistivos. Conseqüentemente, a matemática oferece uma
Um resumo dos procedimentos empregados na transformação fasorial está na Figura A-1. Depois
de ter usado transformadas fasoriais por algum tempo, é comum trabalhar principalmente no domínio da
freqüência sem partir da representação explícita do circuito no domínio do tempo, e será raro se efetuar
uma transformada fasorial inversa. A razão está no fato de se passar a pensar em fasores em termos do
que eles representam no domínio do tempo, sem no entanto escrever esta representação. Por exemplo, é
automático encarar o módulo de um fasor como sendo a amplitude da senóide correspondente no domínio
do tempo dividida por 2 . O resumo destas correspondências úteis está na Figura A-2.
Anexo A-1
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Anexo A-2
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Anexo A-3
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Anexo A-4
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ou
1
VΔ V (A.3)
2 max
1
IΔ I
2 max
pode-se escrever
A potência transmitida pulsa (Fig. A-3) em torno da potência média ( V I cos φ) com freqüência
angular dupla 2ω. Durante certos períodos a potência torna-se negativa, indicando que, durante esses
Anexo A-5
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Na realidade a potência foi decomposta em duas componentes (designadas por I e II na Fig. A-3):
a primeira pulsa em torno do mesmo valor médio, porém nunca fica negativa. E a segunda tem valor
Esses conceitos são de importância fundamental, sendo apropriado dizer algumas palavras sobre
seu significado:
1- A potência ativa P é definida como o valor médio de p(t) e, portanto, significa fisicamente a potência
útil que está sendo transmitida. Seu valor depende muito do fator de potência.
2- A potência reativa Q é, por definição, igual ao valor máximo (de pico) daquela componente da
potência que caminha para trás e para frente na linha, resultando em média zero, e, portanto, incapaz
P e Q têm a dimensão watt (W) porém, para enfatizar o fato de que a última representa uma potência
“não-ativa” ou “reativa”, ela é medida em voltampères reativos (VAr). O quilovar (kVAr) e o megavar
(MVAr) são unidade maiores e mais práticas, sendo relacionadas com a unidade básica por
alguns tipos de carga mais comumente encontrados. Note, em particular, que uma carga indutiva absorve
Q positivo. Dizemos, neste caso, que um indutor consome potência reativa. Por outro lado, uma carga
Anexo A-6
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Anexo A-7