Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de medicamentos:
2
temas selecionados
Resumo
Heparinas de baixo peso molecular têm sido indicadas
em inúmeras doenças tromboembólicas com base em
características vantajosas, tais como mais fácil esquema
de administração, mais confiável relação dose-resposta,
não necessidade de ajustes de dose e monitoramento
laboratorial, menor incidência de trombocitopenia,
menor custo global de tratamento e possibilidade de
tratamento domiciliar. Em algumas condições o benefício
é claro, porém em outras as vantagens devem ser balanceadas com o risco de maior sangramento. Profilaxia primária
de trombose venosa profunda proximal em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, imobilização prolongada e
doenças graves como câncer, tratamento e prevenção secundária de trombose venosa profunda proximal e tratamento
de síndromes coronarianas agudas são indicações de definido benefício de heparinas de baixo peso molecular. Profilaxia
de trombose venosa profunda proximal em pacientes submetidos a outras cirurgias e tratamento de embolia pulmonar
são indicações em que não se evidenciam diferenças de eficácia e segurança entre aquelas e heparina não-fracionada.
Em relação ao manejo do infarto do miocárdio com supradesnível de segmento ST, os resultados são controversos,
devendo ser interpretados no contexto de real benefício clínico. Não se evidenciou benefício de heparinas não-fra-
cionadas em claudicação intermitente. No acidente vascular encefálico, resultados insuficientes não permitem definir
desfechos importantes como redução de morte e surgimento de hemorragia intracraniana.
*Lenita Wannmacher é professora de Farmacologia Clínica, aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atualmente da Universidade de Passo Fundo, RS.
Atua como consultora do Núcleo de Assistência Farmacêutica da ENSP/FIOCRUZ para a questão de seleção e uso racional de medicamentos. É membro do Comitê de
Especialistas em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais da OMS, Genebra, para o período 2005-2009. É autora de quatro livros de Farmacologia Clínica.
Referências Bibliográficas 10. Schiff RL, Kahn SR, Shrier I, Strulovitch C, Hammouda W, Cohen E, Zukor D.
Identifying Orthopedic Patients at High Risk for Venous Thromboembolism Despite
Thromboprophylaxis. Chest 2005; 128:3364-3371.
1. Rohde LE, Fuchs FD, Picon PD. Antitrombóticos. In: Fuchs FD, Wannmacher L, 11. Fitzgerald RH Jr, Spiro TE, Trowbridge AA, Gardiner GA Jr, Whitsett L, O’Connell
Ferreira MBC, eds. Farmacologia clínica. Fundamentos da Terapêutica Racional. 3 ed. MB, et al.; Enoxaparin Clinical Trial Group. Prevention of venous thromboembolic
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004: 684-704. disease following primary total knee arthroplasty. A randomized, multicenter, open-
label, parallel-group comparison of enoxaparin and warfarin. J Bone Joint Surg Am
2. Clarke M, Fischer M, Hopewell S, Juszczak E, Eisinga A. Compression stockings 2001; 83-A(6): 900-906.
for preventing deep vein thrombosis in airline passengers (Protocol for a Cochrane
Review). In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006. Oxford: Update Software. 12. Heit JA, Elliott CG, Trowbridge AA, Morrey BF, Gent M, Hirsh J. Ardeparin sodium
for extended out-of-hospital prophylaxis against venous thromboembolism after total
3. Wille-Jørgensen P, Rasmussen MS, Andersen BR, Borly L. Heparins and mechanical hip or knee replacement. A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Ann
methods for thromboprophylaxis in colorectal surgery (Cochrane Review). In: The Intern Med 2000; 132: 853-861.
Cochrane Library, Issue 1, 2006. Oxford: Update Software.
13. Ilahi OA, Reddy J, Ahmad I. Deep venous thrombosis after knee arthroscopy: a
4. Fuchs S, Heyse T, Rudofsky G, Gosheger G, Chylarecki C. Continuous passive mo- meta-analysis. Journal of Arthroscopic and Related Surgery 2005; 21: 727-730.
tion in the prevention of deep-vein thrombosis: a andomised comparison in trauma
patients. J Bone Joint Surg Br 2005; 87(8): 1117-1122. 14. Lassen MR, Borris LC, Nakov RL. Use of the low-molecular-weight heparin reviparin
to prevent deep-vein thrombosis after leg injury requiring immobilization. N Engl J
5. Avritscher EB, Cantor SB, Shih YC, Escalante CP, Rivera E, Elting LS. Cost-minimiza- Med 2002; 347:726-730.
tion analysis of low-molecular-weight heparin (dalteparin) compared to unfraction-
ated heparin for inpatient treatment of cancer patients with deep venous thrombosis. 15. White RH, Zhou H, Romano PS. Incidence of symptomatic venous thromboembo-
Support Care Cancer 2004; 12(7): 531-536. lism after different elective or urgent surgical procedures. Thromb Haemost 2003;
90 (3): 446-455.
6. Knight KK, Wong J, Hauch O, Wygant G, Aguilar D, Ofman JJ. Economic and utiliza-
tion outcomes associated with choice of treatment for venous thromboembolism 16. Cook G, Depares J, Singh M, McElduff P. Readmission after hysterectomy and
in hospitalized patients. Value Health 2005; 8(3): 191-200. prophylactic low molecular weight heparin: retrospective case-control study. BMJ
2006; 332: 819-820.
7. Caro JJ, Getsios D, Caro I, O’Brien JA. Cost effectiveness of tinzaparin sodium
versus unfractionated heparin in the treatment of proximal deep vein thrombosis. 17. Hillbom M, Erila T, Sotaniemi K, Tatlisumak T, Sarna S, Kaste M. Enoxaparin vs heparin
Pharmacoeconomics 2002; 20(9): 593-602. for prevention of deep-vein thrombosis in acute ischaemic stroke: a randomized,
double-blind study. Acta Neurol Scand 2002; 106: 84-92.
8. Holzheimer RG. Low-molecular-weight heparin (LMWH) in the treatment of
thrombosis. Eur J Med Res 2004; 9 (4): 225-239. 18. Stannard JP, Lopez-Ben RR, Volgas DA, Anderson ER, Busbee M, Karr DK, et al.
Prophylaxis against deep-vein thrombosis following trauma: a prospective, random-
9. White RH, Henderson MC. Risk factors for venous thromboembolism after total hip ized comparison of mechanical and pharmacologic prophylaxis. J Bone Joint Surg Am
and knee replacement surgery. Curr Opin Pulm Med 2002; 8(5): 365-371. 2006; 88(2): 261-266.
© Organização Pan-Americana da Saúde/ Uso Racional de Medicamentos: Temas Selecionados é Coordenação da publicação:
Organização Mundial da Saúde - Brasil, 2007. uma publicação da Unidade Técnica de Medicamentos Orenzio Soler (OPAS/OMS). Texto e pesquisa:
Todos os direitos reservados. e Tecnologias da Organização Pan-Americana da Saúde/ Lenita Wannmacher (UPF-RS/Membro Efetivo
Organização Mundial da Saúde – Representação do do Comitê de Seleção e Uso de Medicamentos
É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, Essenciais da OMS). Revisão de Texto: Adriana
Brasil e do Departamento de Assistência Farmacêutica e
desde que seja citada a fonte e não seja para venda Maria Parreiras Marques (OPAS/OMS). Consultor
Insumos Estratégicos da Secretaria de Ciência, Tecnologia
ou qualquer fim comercial. de Comunicação: Carlos Wilson de Andrade
e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
As opiniões expressas no documento por autores Filho (OPAS/OMS). Normalização: Centro de
Representantes institucionais: Documentação – CEDOC (OPAS/OMS). Conselho
denominados são de sua inteira responsabilidade.
James Fitzgerald: Coordenador da Unidade Técnica de Editorial: Adriana Mitsue Ivama (ANVISA);
Endereço: OPAS/OMS, SEN lote 19 Medicamentos e Tecnologia. OPAS/OMS. Cláudia Garcia Serpa Osório de Castro (NAF/
Brasília – DF, CEP 70800-400 Manoel Roberto da Cruz Santos: Diretor do Departamento ENSP/FIOCRUZ); Fabíola Sulpino Vieira (DAF/
Site: http://www.opas.org.br/medicamentos de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. SCTIE/MS); Rogério Hoefler (CEBRIM). Layout e
E-mail: webmaster.hse@bra-ops-oms.org Ministério da Saúde. Diagramação: Grifo Design Ltda.
Este Boletim é direcionado aos profissionais de saúde, com linguagem simplificada, de fácil compreensão. Represen-
ta a opinião de quem capta a informação em sólidas e éticas pesquisas disponíveis, analisa e interpreta criticamente
seus resultados e determina sua aplicabilidade e relevância clínica no contexto nacional. Tal opinião se guia pela
hierarquia da evidência, internacionalmente estabelecida e aceita. Assim, revisões sistemáticas, metanálises e
ensaios clínicos de muito bom padrão metodológico são mais considerados que estudos quase-experimentais,
estes, mais do que estudos observacionais (coortes, estudos de casos e controles, estudos transversais), e ainda
estes, mais do que a opinião de especialistas (consensos, diretrizes, séries e relatos de casos). É pela validade
metodológica das publicações que se fazem diferentes graus de recomendação de condutas. Ministério da Saúde ISSN 1810-0791