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Escola Superior de Ciências Náuticas

Departamento de Máquinas

Engenharia de Máquinas Marítimas

Turma: 2MQ19- laboral

Cadeira: Termodinâmica

Tema: Entropia

Discentes: Docente:

Alexandre Domingos Fumo Prof. Dr. Carlos Alejandro Afonso

Maputo, Maio de 2020


Índice

1. Introdução............................................................................................................................. 3

2. Generalidades Sobre Entropia .............................................................................................. 4

2.1. Processo Reversível e Irreversível ................................................................................ 5

2.2. Segunda Lei da Termodinâmica ................................................................................... 5

2.2.1. Enunciado da Segunda Lei .................................................................................... 7

2.2.2. Corolários da Segunda Lei da Termodinâmica ..................................................... 8

3. Resolução de Exercício Número 89 da ficha....................................................................... 9

4. Conclusão .......................................................................................................................... 11

Bibliografia ................................................................................................................................ 12

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1. Introdução

Durante este trabalho, vai se abordar sobre a entropia, que de forma superficial se entende
como uma medida do grau de desordem de um sistema, ou bagunça, como dizem os físicos,
por piada, afirmando, ainda que a bagunça só tende a aumentar, como a charge abaixo retrata.

Embora divertida, esta associação entre entropia e o sentido de senso comum da palavra
'desordem' pode prejudicar a compreensão do conceito e ao uso incorrecto da 2ª Lei da
Termodinâmica. Uma relação correta cientificamente mais correta será vista abaixo.

Portanto estudaremos os conceitos de reversibilidade e irreversibilidade de sistemas assim


como anunciaremos a segunda lei da termodinâmica.

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2. Generalidades Sobre Entropia

Para falarmos da entropia é necessário primeiro falarmos um pouco da primeira lei da


termodinâmica porque na verdade falar da entropia não é nada mais que falar da segunda lei da
termodinâmica.

Segundo (Martinelli, 2002) sobre a primeira lei da termodinâmica diz


( )

 O sinal de igual é importante: podemos converter uma forma de energia em outra


(transporte de energia)
 Além da igualdade, esta lei não restringe a conversão de uma forma de energia em
outra (não fornece o sentido do transporte)

Segundo sobre primeira lei da termodinâmica (Silva, 2014) A primeira lei expressa o principio
de conservação da energia em uma transformação termodinâmica, incluindo o calor como uma
forma de energia. Consideremos um sistema e sua vizinhança, separados por uma fronteira que
permite a troca de energia entre ambos na forma de trabalho e calor. A primeira lei da
termodinâmica estabelece que existe uma função de estado, chamada de energia interna U,
cuja mudança em qualquer transformação termodinâmica (reversível ou irreversível) é dado
pela equação 1.

Eq.1

Diz ainda (Silva, 2014) que a energia interna é uma função de estado, mas Q e W não o são.
Assim, a variação! U é independente do caminho percorrido pela transformação, i.e. depende
apenas dos estados termodinâmicos inicial e final, mas Q e W dependem da trajectória
termodinâmica do sistema.

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2.1.Processo Reversível e Irreversível

Segundo (Sampaio, 2010) no processo reversível o sistema e a vizinhança podem ser


perfeitamente restaurados aos seus estados iniciais após o processo. Enquanto no processo
irreversível o sistema e a vizinhança não podem ser perfeitamente restaurados aos seus estados
iniciais ao final do processo. Em um processo irreversível, um sinal, uma assinatura será
deixada no sistema ou na vizinhança. Muitas vezes o sistema pode ser restaurado ao seu estado
inicial, mas a vizinhança não.

Segundo (Sampaio, 2010) Os processos reversíveis são processos nos quais o sistema passa
por uma sequência contínua de estados de equilíbrio. Claramente, este tipo de processo é uma
idealização, já que para que qualquer transformação aconteça em um dado sistema, é
necessário tirá-lo do equilíbrio. No entanto, se uma transformação for realizada de maneira
extremamente lenta, “quase-estática”, é possível que os sucessivos estados de equilíbrio
estejam muito próximos entre si, de maneira que o processo se aproxima bastante de um
processo reversível. Apesar de não serem reais, os processos reversíveis são muito importantes
em termodinâmica já que nesses casos podemos obter equações bem definidas que descrevem
a transformação, enquanto que para as mudanças irreversíveis devem ser usadas
desigualdades.

2.2. Segunda Lei da Termodinâmica

Segundo (Bastos, Rodrigues, & de Souza, 2011) A experiência mostra que existem muitos
processos que verificam a conservação da energia (primeira lei) mas que não ocorrem na
natureza. Por exemplo, observamos que um objecto que cai no chão sofre um aquecimento
devido à conversão de energia cinética em calor. No entanto, não se observa o processo
inverso, i.e. um objecto no chão que se esfrie espontaneamente e converta calor em energia
cinética, para dar um pulo. A segunda lei impõe uma condição adicional para que um processo
termodinâmico seja possível. Para enunciar a segunda lei, introduziremos primeiro o conceito
de entropia.

Entropia (S) : variável termodinâmica (macroscópica) que mede número de configurações


possíveis em dado estado (probabilidades de configurações em escala microscópica).

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• Entropia (S) : propriedade de estado da matéria (não depende do caminho)

• Entropia (S) é uma propriedade extensiva

Entropia (S): Formalmente, entropia é definida em Termodinâmica Estatística como:

Eq.2

Onde

KB = constante de Boltzmann

Ω = Número de configurações microscópicas

Enquanto (Neck, 2013) tem outra perspectiva de definir a entropia. Duas trajectórias
reversíveis arbitrárias entre os estados 1 e 2, formando um ciclo. As variáveis representadas
nos eixos podem ser P e V , ou qualquer outro par de variáveis. Figura 1.

Figure 1

Fonte: (Neck, 2013)

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O fato de ∮ ser válida para qualquer ciclo reversível, implica que existe uma função

de estado cuja diferencial é dS = dQ/T . Para demostrar isto, consideremos dois estados 1 e 2
no diagrama PV (ver Fig. 1). Podemos ir de 1 até 2 por um certo caminho A e voltar de 2 até 1
por um outro caminho B. Para essa trajectória temos:

Eq.3
∮ ∫ ∫

Ou equivalente

Eq.4
∫ ∫

Como os caminhos A e B são arbitrários, a integral ∮ entre 1 e 2 deve ser

independente do caminho. Em consequência, o resultado da integral só pode depender dos


estados inicial e final, i.e. existe uma função de estado S, chamada entropia tal que:

Eq.5

Para todos os processos reversíveis temos

2.2.1. Enunciado da Segunda Lei

Segundo (Martinelli, 2002) Na seção anterior, mostramos que existe uma função de estado, a
entropia, cuja variação em qualquer processo reversível é dada pela Eq. 5. Como a entropia e
uma função de estado, a sua variação entre dois estados de equilíbrio sempre pode ser
determinada, mesmo para processos irreversíveis nos quais o sistema passa por situações onde
o estado termodinâmico do sistema não está bem definido (o sistema sai do equilíbrio
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termodinâmico). Para determinar a entropia nesses casos, basta imaginar um processo
reversível equivalente (i.e. com os mesmos estados inicial e final) e utilizar a Eq. (5).

A segunda lei da termodinâmica estabelece que para qualquer processo que aconteça em
um sistema isolado a entropia não pode diminuir. A variação na entropia total do sistema
isolado é nula se os processos que acontecem nele são reversíveis, e é positiva se os
processos são irreversíveis. Temos então

onde o símbolo( =) vale para processos reversíveis e o símbolo( >) para processos
irreversíveis. Embora a entropia possa diminuir em parte de um sistema fechado, sempre
haverá um aumento igual ou maior em outra parte do sistema, de modo que a entropia do
sistema como um todo nunca diminui no sistema isolado.

2.2.2. Corolários da Segunda Lei da Termodinâmica

Teorema de Clausius: para qualquer transformação cíclica (reversível ou irreversível),


temos

onde o = vale se a integral é realizada sobre um caminho reversível e o > vale se a integral é
realizada sobre um caminho irreversível.

A variação de entropia entre dois estados de equilíbrio 1 e 2, é sempre

Onde a igualdade vale para processos reversíveis e a desigualdade para processos


irreversíveis.

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3. Resolução de Exercício Número 89 da ficha

Certa quantidade de gás com comportamento ideal pode passar de um estado A para um estado
B por dois “ caminhos” possíveis:

1. Transformação isocórica seguida de uma isobárica;

2. Transformação isobárica seguida de uma isocórica.

a) A que estado, A ou B, corresponde maior temperatura?

Resp de estado A para 2 temos um processo isobárico e de 2 para B temos um processo


isocórico, então temos:

Assim podemos concluir que em nenhum estado entre A e B a temperatura é


maior pois são iguais.

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b) Qual é a variação de energia interna no “caminhos 1” e no “caminhos 2”?

Resp após o estudo sobre a entropia estudamos que a variação da energia interna não depende
do caminho, pois somente o trabalho e o calor intercambiado dependem do caminho assim
dizemos que a variação da energia interna é a mesma utilizando caminho 1 assim como 2 e
dado que temperatura em A é a mesma em B logo

c) Em qual dos “caminhos” é maior o trabalho realizado pelo gás? Calcule esses
trabalhos.

( )

( )

( )

( )

Portanto como podemos ver o trabalho é maior quando se utiliza o caminho 2.

d) Em qual dos “caminhos” é maior a quantidade de calor trocada pelo gás? Quanto
valem essas quantidades de calor?

Pela primeira lei da termodinâmica podemos determinar os calor, teremos:

Resp A quantidade de calor é maior no caminho 2.

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4. Conclusão

Feito o estudo sobre a entropia conclui-se que é uma variável termodinâmica (macroscópica)
que mede número de configurações possíveis em dado estado (probabilidades de
configurações em escala microscópica), propriedade de estado da matéria (não depende do
caminho), é uma propriedade extensiva. A variação na entropia total do sistema isolado é nula
se os processos que acontecem nele são reversíveis, e é positiva se os processos são
irreversíveis. Formalmente, entropia é definida em Termodinâmica Estatística como:

Conclui-se é pertinente conhecer os conceitos de processo reversível, quando o sistema e a


vizinhança podem ser perfeitamente restaurados aos seus estados iniciais após o processo.
Enquanto no processo irreversível o sistema e a vizinhança não podem ser perfeitamente
restaurados aos seus estados iniciais ao final do processo. Em um processo irreversível, um
sinal, uma assinatura será deixada no sistema ou na vizinhança. Muitas vezes o sistema pode
ser restaurado ao seu estado inicial, mas a vizinhança não.

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Bibliografia

Bastos, A. L., Rodrigues, E. S., & de Souza, J. I. (2011). Fisico-quimica. Belem: UFPA.

Filho, P. P. (1983). Motores de combustao interna. Belo Horizonte: Lemi.

Martinelli, L. C. (2002). Máquinas Termicas . Universidade Regional do Noroeste do Estado


do Rio Grande do Sul, Panambi.

Neck, N. C. (2013). principios da termodinamica dos materiais. Porto Alegre: UFRGS.

Sampaio, J. E. (2010). Máquinas termicas. Universidade Federal Fluminense, Departamento


de Engenharia Mecânica, Niteroi Rio de Janeiro.

Silva, R. N. (2014). Turbina a gás. CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA


ARANHA. Rio de janeiro: CIAGA.

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