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COLÉGIO ESTADUAL LEMOS JÚNIOR

CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO


ANA CAROLINA
ISABELLA PINHO
LUCAS ALMEIDA

MELHORIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO


CINCO MUDANÇAS NO TRABALHO AO DECORRER DO TEMPO

Rio Grande, RS
2019
O Trabalho Infantil:
O conceito de infância é algo muito recente, em termos da história humana como um
todo. Antes da Idade Moderna, crianças trabalhavam desde em casas para seus
pais até, no período feudal, nos feudos para os senhores feudais e em oficinas. Era
muito comum o trabalho infantil em troca de conhecimento, aprendizado, moradia ou
mantimentos como água e comida.
Foi durante a Revolução Industrial que o trabalho infantil se intensificou. A mão de
obra infantil era mais barata em comparação a mão de obra masculina. As crianças,
a partir dos quatro anos de idade, eram submetidas a cerca de 14 horas diárias de
trabalho, em locais sem segurança alguma. Com isso, muitas crianças morreram na
época em detrimento de acidentes de trabalho causados pela falta de segurança.
Foi só em 1802 que a Inglaterra implantou a primeira lei de controle do trabalho
infantil nas indústrias. Em seguida, outros países criaram restrições para o trabalho
infantil. Proibições como a do trabalho infantil noturno e redução da carga horária do
regime estavam entre as restrições.
Ainda nos dias de hoje o trabalho infantil, apesar de sua redução drástica se
comparada com a Revolução Industrial, o trabalho infantil ainda é um problema.
Segundo a OIT, em 2012, cerca de 11% dos menores de 18 anos em todo o mundo
ainda trabalhavam, aproximadamente 168 milhões de crianças e adolescentes. Além
disso, metade desse valor, 85 milhões, são de crianças e adolescentes envolvidos
em regimes de trabalho infantil que põem em risco sua saúde, segurança e
desenvolvimento.

Segurança e Saúde do Trabalhador:

Desde a Antiguidade até a Idade Média o trabalho sempre esteve aliado a um


sentido negativo, de castigo e sofrimento, somente a partir do Renascimento, a
noção negativa associada ao trabalho vai aos poucos tomando uma feição positiva,
quando surgiram as ideias de valorização do trabalho como manifestação da cultura,
e este começou timidamente a ser visto como um valor da sociedade e do próprio
homem. Ao longo dos anos, vários médicos e higienistas ocuparam-se com a
observação do trabalho em diversas atividades e chegaram a várias descobertas
importantes, como o médico francês Patissier que recomendava aos joalheiros
levantar a cabeça de vez em quando e olhar para outra coisa de modo a evitar a
fadiga visual. Outro médico francês, René Villermé, que associou a influência das
jornadas excessivas, as péssimas condições dos alojamentos, a qualidade da
alimentação e o “salário abaixo das necessidades reais”, sobre o mau estado de
saúde dos trabalhadores.
Foi durante a Revolução industrial que surgiram os primeiros movimentos operários
contra as péssimas condições de trabalho e ambientes insalubres. Os trabalhadores
passaram a se organizar em sindicatos para melhor defenderem os seus interesses.
Apesar de inúmeros riscos de várias atividades serem conhecidos, até então pouco
ou quase nada era feito para combatê-los ou reduzi-los. Somente após muitos
conflitos e revoltas, começaram a surgir as primeiras leis de proteção ao trabalho,
inicialmente das mulheres e crianças.
Enquanto no início do século XIX, a Inglaterra já se preocupava com a proteção dos
trabalhadores das indústrias têxteis, somente no final daquele século, por volta de
1870 é que se tem notícia da instalação da primeira indústria têxtil no Brasil, no
estado de Minas Gerais e somente vinte anos depois é que surgiria no Brasil um dos
primeiros dispositivos legais relativos à proteção do trabalho, mais precisamente em
1891, com a publicação do Decreto 1.313 que tratava da proteção do trabalho de
menores. Os trabalhadores adultos não eram abrangidos por este decreto.
Estávamos nos primeiros anos da república velha e o Brasil começava a dar os
primeiros passos, ainda bastante tímidos, em direção à proteção do trabalho. Foi só
em 1943, com a Consolidação das Leis Trabalhistas que a saúde e a higiene dos
trabalhadores foi levada em conta. No ano seguinte, 1944, é aprovada outra lei que
visa justamente a saúde, higiene e segurança do trabalhador.

Leis Trabalhistas no Brasil:

No Brasil do final do século XIX, em 1891, foi instaurada a primeira lei relacionada a
proteção do trabalhador, que proibia o trabalho para menores de 12 anos. No
começo do século XX, foram estabelecidas normas que previam férias de 15 dias
por ano e alguns tipos de direito em relação a acidentes de trabalho.
No governo Vargas, foi criada a Constituição de 1934, e nela estavam previstos
direitos trabalhistas como salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas, repouso
semanal, férias remuneradas e assistência médica e sanitária.
Em 1943, no dia 1º de maio, foi promulgada a Consolidação das Leis Trabalhistas.
Leis posteriores garantiram o 13º salário, um repouso semanal remunerado e entre
outros.

A Ergonomia:

Apesar de ser um termo recente, tendo sido usado pela primeira vez no século XIX,
a ergonomia aparece na história da humanidade desde nossa época como
caçadores-coletores. Poderiam ser considerados a afiação de pedras para a
formação de lanças ou a criação de cestas de coleta de alimentos formas de
aplicação da ergonomia.
Porém, diferente da ergonomia atual, nossos ancestrais caçadores-coletores não
tinham a necessidade de afastar os riscos de acidentes ou de aumentar a
produtividade de seu trabalho.
No século XX, Frederick Taylor descobriu que, por exemplo, poderia otimizar o
trabalho de escavação de carvão diminuindo o tamanho e o peso das pás de carvão
até que a taxa de escavação mais rápida fosse alcançada. Posteriormente, fora
criticado por considerar que a eficiência máxima geraria o mínimo de riscos à saúde
do trabalhador, não geraria fadiga e garantiria a saúde mental dos trabalhadores.
Taylor pensava no homem como uma máquina.
Nos dias de hoje, a otimização do trabalho se dá por meio da tecnologia. O uso de
inúmeros métodos de comunicação, softwares que simplificam o trabalho do
empregado, máquinas que fazem o "trabalho pesado" em fábricas e indústrias e a
recente vinda das inteligências artificias, todos ajudam na otimização do trabalho a
fim de conseguir mais eficácia na produção de produtos ou gerenciamento de
serviços. A preocupação com a higiene e segurança do trabalho também aumentou
consideravelmente com o advento da tecnologia do século XXI.

A Previdência no Brasil

Um assunto em alta no momento, devido a polêmica reforma da previdência, a


previdência tem origem em 1923, com a Lei Eloy Chaves. Eloy Chaves, deputado
federal criador da lei, estabeleceu a criação de uma Caixa de Aposentadoria e
Pensão, na sigla CAP, para os ferroviários que estavam em exercício na época, por
meio da lei que recebeu seu nome. O governo era o responsável pela criação e
regulação das ditas caixas. Sua administração se devia a uma parceria entre
representantes da empresa e seus empregados. Foi com a Lei Eloy Chaves que um
precedente foi aberto para que esse benefício fosse estendido para outros setores.
Ainda em 1923, se deu a origem do Conselho Nacional do Trabalho, responsável
por discutir a questão trabalhista e de previdência.
Em 1930, na Era Vargas, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio,
que passou a cuidar de assuntos relacionados à previdência. Houve também o
abandono do sistema de CAPs e a adoção dos Institutos de Aposentadorias e
Pensões (IAP), onde o Estado indicava os presidentes dos institutos e a
administração continuava na mão da parceria entre empregadores e empregados. A
constituição de 1934 implementa o “custeio tríplice”, onde empregador, empregado e
estado contribuiriam para os fundos de pensão.
Em 1946, a constituição de 1946 estabelecia a Previdência Social.
Na década de 1960 muitos progressos acontecem. Em 1960 é criada a Lei Orgânica
da Previdência Social, que uniformizava os direitos estabelecidos pelos institutos do
sistema IAP e também incluía uma série de auxílios. Em 1963 é criado o Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural, o que inclui os trabalhadores rurais, antes
excluídos, na Previdência Social. Ainda na década de 1960, o Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço, ou FGTS, e o Instituto Nacional de Previdência Social, hoje
conhecido como INSS, foram criados.
No final da década de 80, com a criação da constituição de 1988, são estabelecidos
um conjunto de ações que envolvem saúde, assistência e previdência social, sob o
termo de “Seguridade Social”. A previdência como conhecemos hoje começa aqui. A
arrecadação continua a ser feita entre empregados e empregadores, porém agora é
o Estado que organiza e distribui os recursos.
A partir de 1998, é o tempo de contribuição para o INSS que é considerado, 30 anos
para mulheres e 35 para homens, ao invés do tempo de serviço do trabalhador. Em
2015, a idade de acesso à aposentadoria integral foi alterada. Agora, segue-se uma
regra conhecida como 85/95, os trabalhadores devem somar sua idade ao tempo de
contribuição e, caso obtenham 85 (para mulheres) e 95 (para homens), têm o direito
de receber o benefício integral.
Hoje, o Ministro da Fazenda do governo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, busca
trazer uma reforma na previdência mais radical, trocando o sistema previdenciário
pelo de capitalização. Cabe esperar para vermos o futuro da previdência e de nós
brasileiros.

Referências:
SILVA, Tamires. Trabalho infantil no mundo. Mundo Educação, 23 abr. 2016. Disponível em:
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/trabalho-infantil-no-mundo.htm>. Acesso
em: 14 abr. 2019.
III CONFERÊNCIA GLOBAL SOBRE TRABALHO INFANTIL, 2019, Brasília. Disponível Em:
<https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-
brasilia/documents/publication/wcms_398475.pdf>. Acesso em 14 abr. 2019.
CAMISASSA, Maria. História da Segurança e Saúde no Trabalho no Brasil e no mundo. Gen
Jurídico, 23 mar. 2016. Disponível em: <http://genjuridico.com.br/2016/03/23/historia-da-
seguranca-e-saude-no-trabalho-no-brasil-e-no-mundo/>. Acesso em: 14 abr. 2019.
TUROLLA, Rodolfo. Uma breve história dos direitos do trabalho. Politize, 03 mar. 2017.
Disponível em: <https://www.politize.com.br/direitos-trabalhistas-historia/>. Acesso em: 14
abr. 2019.
BEECORP. Conheça um pouco da história da ergonomia. Beecorp, 10 nov. 2017.
Disponível em: <https://beecorp.com.br/blog/historia-da-ergonomia/>. Acesso em: 14 abr.
2019.
TAYLOR, Frederick. Princípios de Administração Científica. Atlas S.A, 1995. Disponível em:
<http://www.labest.eng.ufba.br/sites/labest.eng.ufba.br/files/taylor-principios-de-
administracao-cientifica.pdf>. Acesso em 14 abr. 2019.
AGUIAR, João P. V. História da Previdência Social Brasileira. 20 dez. 2018. Disponível em :
<https://www.politize.com.br/historia-da-previdencia-no-brasil/>. Acesso em: 15 abr. 2019.

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