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ESCALA CARTOGRAFICA

Michel R.F.M.
Introdução
•  A cartografia, através dos tempos, foi
experimentando diferentes utilizações em
função de suas diversas aplicabilidades.

•  Conforme o nível de exigência aumentava,


cada vez mais necessitava-se de elementos
que pudessem ser extraídos dos mapas
com precisão adequada aos interesses dos
usuários.

•  Entre os diversos componentes de um


mapa, um dos elementos fundamentais para
o seu bom entendimento e uso eficaz é a
escala.

•  Pode-se definir escala como a relação ou


proporção existente entre as distâncias
lineares representadas em um mapa e
aquelas existentes no terreno, ou seja, na
superfície real.
Introdução
•  Em geral, as escalas são apresentadas nos
mapas nas formas numéricas, gráfica ou
nominal.

•  Para os geógrafos e cartógrafos, a escala


como medição/cálculo ou como recortes do
território é um conceito muito importante.
Não há leitura em um mapa sem
determinação da escala.

•  A palavra escala é usada em muitos


contextos, denotando frequentemente
diferentes aspectos no espaço e no tempo
(Turner, 1989).

•  O entendimento e uso correto da escala são


fundamentais em pesquisas geográficas,
cartográficas e ambientais, ou em todas
aquelas que se realizem sobre o espaço
geográfico no qual ocorrem os fenômenos
(Menezes e Coelho Neto, 2002).
Escala cartográfica

•  É a relação matemática entre as dimensões


do objeto real e sua representação em um
plano.

•  Sejam:

•  D= um comprimento tomado no terreno


ou distância real natural.

•  d= um comprimento homologo no
desenho ou distância prática.

•  A relação d/D irá definir a escala.

•  É grandeza adimensional, podendo o


numerador ser maior ou menor que o
denominador.
Escala Numérica
•  A escala numérica é representada por uma
fração em que o numerador indica a
distância medida no mapa e o denominador
representa a distância correspondente no
terreno.

•  1:50.000

•  1/50.000

•  Em ambos os casos, a leitura é feita da


seguinte forma: “A escala é de um para
cinquenta” mil, ou seja, cada unidade
medida no mapa corresponde a cinquenta
mil unidades.
Escala Gráfica
•  A escala gráfica é representada por uma linha ou barra (régua) graduada,
contendo subdivisões denominadas Talões.

•  Cada Talão apresenta a relação de seu comprimento com o valor correspondente


no terreno, indicado sob forma numérica, na sua parte inferior, sendo
preferencialmente expresso por um valor inteiro.

•  A escala gráfica é composta por duas porções:

•  Principal, desenhada do zero para a direita;

•  Fracionada, desenhada do zero para a esquerda, correspondendo a fração


decimal do talão principal.
Escala Nominal
•  A escala nominal ou equivalente é
apresentada por extenso, por uma
igualdade entre o valor representado no
mapa e sua correspondência no terreno.

•  1 cm = 10 km

•  1 cm = 50 m.

•  Neste caso, a leitura será: um centímetro


corresponde a dez quilômetros e um
centímetro corresponde a cinquenta metros,
respectivamente.

•  Nos exemplos apresentados foram


utilizadas grandezas diferentes dentro do
sistema métrico de unidades. Vale salientar
que o sistema de unidades deve ser
indicado no caso de escalas gráficas e
nominais, sendo desnecessário no caso de
escala apresentada na forma numérica.
Utilização Prática
•  A utilização prática da escala contida em um
mapa diz respeito às medições possíveis de
ser realizadas neste mapa.

•  Assim as distâncias entre pontos de


interesse, podem ser facilmente estimadas.

•  Comprimentos de seguimentos curvos


também podem ser estimados com o auxílio
de um curvimetro.
Importância da escala cartográfica
•  Aziz Ab'Saber, quando analisando o zoneamento da região amazónica no final
da década de oitenta considerou:

•  A subdivisão da Amazônia em espaços geográficos regionais de menor ordem


de grandeza atende a exigências do planejamento e da administração.

•  Importa em uma contribuição de interesse social, decisiva para orientar e


informar os cidadãos residentes, administradores e funcionários em serviço.

•  Trata-se de espaços de referência, sob técnicas cartográficas adequadas,


suficientes para receber as diretrizes de um Plano Diretor flexível e dinâmico.

•  A metade norte do Brasil, foi por muito tempo o grande espaço físico e
ecológico oferecido à imaginação inconsequente dos tecnocratas, destituídos
de qualquer noção de escala, senso da realidade empírica, e responsabilidade
pelas propostas fantasiosas colocadas em mapas.

•  O pseudoplanejamento, feito à distância, que fundamentou a abertura da


rodovia Transamazônica, não tem paralelo em qualquer parte do mundo, em
termos de ausência de noção de escala. Os pequenos mapas, elaborados
constituem-se, na maior parte das vezes deformações cartográficas
Classificação dos mapas quanto as escalas
•  A escala é considerada pequena quando seu denominador assume um valor
elevado. Isto significa que a área, ao ser representada, sofreu grande redução,
por exemplo, 1: 500.000; 1: 1.000.000; 1: 5.000.000.

•  Um mapa desenhado em escala média apresenta relativa precisão. É usado


principalmente em planejamentos em grandes áreas, poderemos observar as
subdivisões administrativas, a distribuição gráfica das localidades menores, os
cursos d’água e as principais elevações do relevo. As escalas médias são, por
exemplo, de 1:25.000, 1:50.000, 1:100.000, 1:250.000.

•  As escalas grandes, por exemplo, de 1:500, 1:2000, 1:10000, 1:20.000 são


apropriadas para áreas densamente povoadas, principalmente urbanas. Mapas
em escalas grandes permitem a representação de levantamentos com mínimos
detalhes, além de oferecer grande precisão geométrica; por isto são utilizados
na administração geral (planejamento, construções, etc).
Classificação dos mapas quanto as escalas
Classificação dos mapas quanto as escalas
Percepções de Escala
•  Escalas cartograficamente maiores representam um nível de detalhamento
maior que em escala menores, abordando por sua vez uma área geográfica
menor.
•  Isto, por sua vez, leva também ao estabelecimento de um nível de
detalhamento da própria informação que esteja sendo representada.
•  Assim a informação poderá ser visualizada segundo diferentes níveis de
detalhamento, ocasionando diferentes possibilidades de interpretações.
•  De uma certa forma, sob a visão cartográfica, não existe erro ou representação
errada da informação, porém questiona-se até que ponto esta diferença entre
as representações ou interpretações da informação, é aceitável.
•  Por outro lado, a escala é o principal fator da generalização cartográfica. Em
princípio, uma escala menor será sempre menos detalhada que uma escala
maior.
•  A escala menor sempre representará uma maior área geográfica do que a
contida em uma escala maior.
•  Quanto ao nível de detalhamento, a representação em escala maior sempre
terá um nível de detalhamento maior que a escala menor.
Precisão Gráfica
•  Consiste da menor grandeza medida no terreno capaz de ser representada em
desenho na escala mencionada. O menor comprimento gráfico que se pode
representar em um desenho é 0,2 mm, sendo este o erro admissível.

•  Seja:

E = 1/ M em = 0,0002 ∗ M

•  Sendo: em = erro tolerável em metros;


M = denominador da escala.

Para escala E = 1/20000 em = 4 m


Para escala E = 1/10000 em = 2 m
Para escala E = 1/40000 em = 8 m
Para escala E = 1/100000 em = 20 m
Precisão Gráfica
•  Considerando uma região da superfície da Terra que se queira mapear e que
possua muitos acidentes de 10 m de extensão, a menor escala que se deve
adotar para que esses acidentes tenham representação será:

•  Da fórmula do erro gráfico:

em = 0,0002 ∗ M

Arranjando a fórmula anterior, tem-se:

M=em/0,0002

M= 10 m /0,0002 = 50.000
Resolução
•  Bastante relacionado à escala cartográfica está o conceito de resolução,
apesar de terem significados bastante diferentes.
•  Segundo (Goodchild, 91), pode ser definida “como o menor objeto ou feição
que pode ser distinta em um conjunto de dados”.
•  Essa conotação de menor ou limite, que associado ao erro gráfico, estabelece
a aproximação com a escala de um mapa ou carta.
•  O valor do erro gráfico aceito no Brasil é de um círculo com 0,2 mm de
diâmetro. Este é o menor valor punctual que a vista humana pode distinguir.
•  Em termos lineares, para um mapa na escala 1: 50 000, o valor estabelecido
para o erro gráfico é de 10 metros.
•  Isto quer dizer que o valor de 10 m é o menor valor linear distinto nesta escala,
ou seja, não existe possibilidade de se obter, por exemplo, coordenadas com
precisão inferior à 10 m, em um mapa nessa escala.
Resolução
•  Tendo-se porém uma imagem, cuja resolução espacial seja de 30m x 30m
( Landsat TM), isto significa que objetos ou elementos menores que 30m x 30m
não serão representados na imagem.
•  No caso de uma imagem Spot X, a resolução é de 10m x 10m.
•  Pode-se verificar que existe uma relação possível entre o conceito de
resolução e erro gráfico.
•  A imagem Spot citada, possui uma compatibilidade com a escala 1: 50.000 e
menores, não ocorrendo isto com escalas maiores, uma vez que o tamanho do
pixel é fixo em unidades do terreno, não permitindo uma melhor definição, por
mais que seja ampliada a imagem.
Influência da escala na delimitação de áreas de
preservação permanente em topo de morro
•  A metodologia original de Hott se baseia nas funções de hidrologia dos SIGs e
pode ser resumida nos seguintes passos:
•  Delimitação da área de influência de cada elevação, aplicando-se as
ferramentas de direção de fluxo e delimitação de bacias hidrográficas no
MDE invertido.
•  Obtenção das cotas de cume e base de cada elevação e declividade
máxima.
•  Identificação dos morros e montanhas e cálculo da cota do terço superior,
sendo montanhas as elevações com altura (cota do cume – cota da base)
superior a 300 m e morros as elevações com altura entre 50 e 300 m e
declividade máxima superior a 30%. A cota do terço superior é dada por:
terço = (cume – (cume – base)/3).
•  Agrupamento de morros e montanhas com cumes distantes a menos de
500 m. Círculos com distância de 250 metros (buffer) são gerados em
cada cume e unidos no caso de sobreposição.
•  Delimitação da APP de topo de morro ou montanha, identificada pela área
com altitude igual ou acima da cota do terço superior.
APP em topo de morro e montanha no estado de São Paulo a) com base no MDE do SRTM90 (90m de resolução) e b) SRTM30.
Delimitação feita a partir da metodologia original de Hott.
APP em topo de morro e montanha no município de Campinas, estimadas com a metodologia original de Hott utilizando a) SRTM90,
b) SRTM30 e cartas topográficas nas escalas c) 1:50.000 e d) 1:10.000.
Influência da escala na delimitação de áreas de
preservação permanente em topo de morro
Obrigado

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