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1ª reimpressão 2010
2ª reimpressão 2011
CONSELHO EDITORIAL Arthur Pinto Chaves; Cylon Gonçalves da Silva; José Galizia
Tundisi; Luis Enrique Sánchez; Paulo Helene; Rosely Ferreira dos Santos; Teresa
Gallotti Florenzano
Bibliografia.
ISBN 978-85-86238-65-9
eISBN 978-85-79752-05-6
08-02257 CDD-551.4
Aziz Ab’Saber
PREFÁCIO
O relevo da superfície terrestre, objeto de estudo da Geomorfologia,
é um fator importante na vida do homem. Ele influencia desde a
construção da sua moradia, o manejo de suas culturas agrícolas, a
escolha do local para turismo, até a implantação de grandes obras
de engenharia e o planejamento estratégico em situações de guerra.
Por ser o relevo bem destacado em imagens de satélite, a
Geomorfologia é uma das ciências que mais se beneficia da
tecnologia de sensoriamento remoto. Essa tecnologia possibilita
ampliar nossa visão espectral (para além da luz visível), espacial e
temporal dos ambientes terrestres.
Teresa G. Florenzano
A morte, além da saudade, deixa obras
inacabadas. Foi assim com o nosso amigo
Paulo Veneziani, que faria parte da autoria
deste livro. Ao Paulo, ainda muito vivo em
nossa memória, dedicamos esta obra.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO À GEOMORFOLOGIA
Teresa G. Florenzano
1.1 Objeto de estudo da Geomorfologia
1.2 Desenvolvimento da ciência geomorfológica
3 DADOS TOPOGRÁFICOS
Márcio de Morisson Valeriano
3.1 Preparação de modelos digitais de elevação
3.2 Extração automática de variáveis morfométricas
3.3 Aplicação de análise morfométrica com SIG
4 CARTOGRAFIA
Teresa G. Florenzano
4.1 Cartografia geomorfológica no mundo
4.2 Cartografia geomorfológica no Brasil
4.3 Proposta para carta de unidades de relevo
4.4 Cartografia de unidades de paisagem
5 A TECTÔNICA E AS FORMAS DE RELEVO
Athos Ribeiro dos Santos
5.1 Estrutura interna da Terra
5.2 Tectônica de placas
5.3 Classificação das grandes unidades de relevo
5.4 Formas de relevo de origem tectônica
5.5 Ambientes tectônicos brasileiros
6 MOVIMENTOS DE MASSA
Renato Fontes Guimarães, Osmar Abílio de Carvalho
Júnior, Roberto Arnaldo Trancoso Gomes, Nelson
Ferreira Fernandes
6.1 Classificação dos movimentos de massa
6.2 Previsão dos movimentos de massa
6.3 Mapeamento de cicatrizes
6.4 Estudos de caso no Brasil
7 AMBIENTES CÁRSTICOS
Osmar Abílio de Carvalho Júnior, Mylène Luiza Cunha
Berbet-Born, Éder de Souza Martins, Renato Fontes
Guimarães, Roberto Arnaldo Trancoso Gomes
7.1 Dissolução química no modelado cárstico
7.2 Ação da água no relevo cárstico
7.3 Formas cársticas
7.4 Sensoriamento remoto no estudo de ambientes
cársticos
7.5 Ambientes cársticos brasileiros
8 AMBIENTES FLUVIAIS
Evlyn Márcia L. de M. Novo
8.1 Fundamentos de geomorfologia fluvial
8.2 Informações derivadas de sensoriamento remoto
8.3 Obtenção de informações fluviais de sensoriamento
remoto
9 AMBIENTES COSTEIROS
Dilce de Fátima Rossetti
9.1 Processos costeiros
9.2 Nível do mar
9.3 Sistemas deposicionais costeiros
9.4 Costas erosivas
9.5 Evolução quaternária da zona costeira
10 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
Edison Crepani, José Simeão de Medeiros,
Alessandro Ferraz Palmeira e Enio Fraga da Silva
10.1 Sensoriamento remoto e SIG
10.2 Mapas temáticos
10.3 Vulnerabilidade à perda de solo
10.4 Aptidão agrícola
10.5 Incompatibilidade legal
10.6 Uso indicado
10.7 Subsídios à gestão territorial
Teresa Gallotti Florenzano
INTRODUÇÃO À
1
GEOMORFOLOGIA
1.1.1 Morfologia
A morfologia engloba a morfografia, que é a descrição qualitativa
das formas de relevo, e a morfometria, que é a caracterização do
relevo por meio de variáveis quantitativas, também denominadas
índices morfométricos. O estudo da morfologia é o ponto de partida
para o entendimento dos demais aspectos do relevo. A identificação
da origem de uma feição pode ser baseada na sua forma, além do
tipo de material que a constitui e da história geomorfológica da área.
O tipo e a intensidade dos processos atuais de erosão estão
fortemente relacionados com a morfografia e a morfometria da
superfície terrestre.
Morfografia
A morfografia refere-se aos aspectos descritivos (ou qualitativos) do
relevo, representados pela sua forma e aparência, como, por
exemplo, plano, colinoso, montanhoso. A superfície da Terra
caracteriza-se por elevações e depressões que constituem o relevo
terrestre, cujas macroformas são descritas por denominações
convencionais como depressões, planícies, planaltos e montanhas
(Fig. 1.1). Um mapa simplificado das macroformas do relevo
brasileiro é apresentado na Fig. 1.2.
Morfometria
A morfometria refere-se aos aspectos quantitativos do relevo, como
as variáveis relacionadas a: medidas de altura, comprimento,
largura, superfície, volume, altura absoluta e relativa, inclinação
(declividade), curvatura, orientação, densidade e frequência de suas
formas. Entre essas variáveis, as mais utilizadas, não só para
estudos geomorfológicos, mas também para estudos geológicos,
pedológicos, agronômicos, geotécnicos e integrados do meio
ambiente (na avaliação da fragilidade e vulnerabilidade dos
ambientes), são: altitude (hipsometria), amplitude altimétrica
(amplitude ou altura do relevo), extensão de vertente, declividade e
aquelas que indicam o grau de dissecação do relevo, como a
densidade de drenagem, a frequência de rios ou, ainda, a amplitude
interfluvial, ilustradas na Fig. 1.5 e descritas a seguir.
Altitude: altura do relevo em relação ao nível do mar. É a altura
absoluta do relevo.
Amplitude altimétrica: altura da forma de relevo, diferença
entre a cota máxima (do topo) e a cota mínima (fundo do vale). É a
altura relativa do relevo.
Extensão de vertente: é a distância entre o divisor e a base da
vertente (fundo de vale).
Declividade: é a inclinação do relevo em relação ao plano
horizontal. Ela pode ser expressa em graus ou em porcentagem.
Densidade de drenagem: é o comprimento dos canais de
drenagem por unidade de área.
Frequência de rios: é o número de canais de drenagem por
unidade de área.
Amplitude interfluvial: é a distância entre dois interflúvios.
1.1.2 Morfogênese
A morfogênese refere-se à origem e ao desenvolvimento das formas
de relevo, as quais são resultantes da atuação dos processos
endógenos e exógenos. Os processos endógenos têm origem no
interior da Terra e manifestam-se por meio dos movimentos
sísmicos, do vulcanismo, do magmatismo intrusivo e do tectonismo.
As formas estruturais, resultantes dos processos endógenos, são
abordadas no Cap. 5.
Intemperismo
Processo de alteração das rochas por fragmentação (intemperismo
físico) e decomposição (intemperismo químico e biológico). O
intemperismo ocorre quando as rochas, expostas à energia solar, à
água pluvial e fluvial, às ondas, ao gelo e ao vento, são submetidas
a novas condições de pressão, temperatura e umidade. Dos três
grandes grupos de rochas (ígneas ou magmáticas, metamórficas e
sedimentares), as de origem magmática e metamórfica constituem
95% do volume total da crosta superior da Terra, mas ocupam
apenas 25% de sua superfície. As rochas sedimentares (e
metassedimentares) ocupam apenas 5% do volume, mas cobrem
75% da superfície da crosta. A resistência das rochas ao
intemperismo está relacionada principalmente com o seu grau de
coesão.
Erosão
Este termo engloba a remoção e o transporte de material
intemperizado. Os tipos de processos erosivos mais importantes,
principalmente em áreas de clima tropical úmido, como ocorre em
grande parte do Brasil, são: erosão pluvial, resultante da ação da
água da chuva e destacada a seguir; erosão fluvial, gerada pela
ação das águas dos rios (detalhada no Cap. 8); e movimentos de
massa: desprendimento e transporte de solo e/ou material rochoso
vertente abaixo, pela atuação da gravidade e da água, basicamente.
O deslocamento do material ocorre em diferentes escalas e
velocidades, variando de lento (rastejamento) a movimentos muito
rápidos, deslizamentos e tombamentos (abordados no Cap. 6).
Acumulação
Refere-se a deposição do material removido e transportado pelos
agentes da erosão. As principais feições de relevo resultantes da
acumulação da água pluvial são os tálus e os cones de dejeção
(Fig. 1.8). O tálus é formado de fragmentos de rochas removidos e
depositados na base da vertente, resultantes de movimentos de
massa antigos, e serve de fonte para novos movimentos de massa
quando desestabilizados, principalmente por elevada pluviosidade.
O cone de dejeção é um depósito de material detrítico grosseiro na
base da vertente. Resultante de escoamento concentrado em canais
temporários ou por torrentes, tem forma cônica, abrindo em leque
para a jusante, e o eixo é coincidente com a linha de maior
competência do fluxo.
Fig. 1.8 Formas de acumulação de origem pluvial. (A) tálus; (B) cone de dejeção
Fonte: adaptado de Selby (1982).
A = R.K.LS.C.P
em que:
A – perda de solo – (t.ha.ano)
R – erosividade (poder erosivo das chuvas) – (Mj.mm/ha.h.ano)
K – erodibilidade do solo (suscetibilidade dos solos à erosão) –
(t.h./Mj.mm)
LS – fator topográfico – declividade e comprimento da vertente
(adimensional)
C – fator uso/cobertura vegetal e manejo (adimensional)
P – fator práticas conservacionistas (adimensional)
Tp = N + 1/M
em que:
Tp – intervalo de recorrência
N – período de observação (N anos)
M – ordem da cheia
1.2 Desenvolvimento da Ciência
Geomorfológica
O desenvolvimento da ciência geomorfológica, vinculada à geologia
e à geografia, inicia-se com os estudos geológicos da crosta
terrestre em meados do século XVIII, de tendência naturalista,
voltados aos interesses do sistema de produção e com base no
princípio do utilitarismo. As contribuições dessa época que merecem
destaque são: o esquema clássico da erosão torrencial, de A. Surell;
o desenvolvimento das bases da morfologia glacial, de Jean Louis
Agassiz; os primeiros conceitos sobre o traçado dos rios, de W.
Jukes; as evidências da capacidade de aplainamento das águas
correntes, de Andrew Ramsay e Grove Karl Gilbert; o cálculo de
ritmos de arraste e deposição (de sedimentos), de John Wesley
Powell e Clarence E. Dutton (Abreu, 1982; Casseti, 1994, 2007).
Considerações Finais
Neste capítulo, destacamos a importância da Geomorfologia, seu
objeto de estudo, seus fundamentos e seu desenvolvimento.
Procuramos, ao mesmo tempo, introduzir e integrar o conteúdo,
apresentado com mais profundidade nos demais capítulos do livro.
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Teresa Gallotti Florenzano
SENSORIAMENTO REMOTO
2
PARA GEOMORFOLOGIA
SENSORES E SATÉLITES
Na década de 1960, foram obtidas as primeiras fotografias a partir dos
satélites tripulados: Mercury, Gemini e Apolo. Os resultados dessas missões
impulsionaram o desenvolvimento dos programas dos satélites (não
tripulados) meteorológicos e de observação da Terra. Assim, no dia 1˚ de
abril de 1960, foi lançado, pelos Estados Unidos, o primeiro satélite
meteorológico, o Tiros-1 (Television and Infrared Observation Satellite). A
partir de então, foi possível receber imagens da cobertura de nuvens sobre a
Terra, observar fenômenos meteorológicos e fazer as previsões do tempo
com maior exatidão e de forma sistemática.
Em 23 de julho de 1972, foi lançado o primeiro satélite de recursos terrestres
(observação da Terra), o ERTS-1 (Earth Land Resources), mais tarde
denominado Landsat-1. O Brasil recebe imagens dos satélites da série
Landsat desde 1973. As imagens obtidas pelo sensor MSS (Multispectral
Scanner System) dos satélites Landsat 1, 2 e 3 e pelos sensores TM e
ETM+ (Landsat 5 e 7) estão disponíveis gratuitamente no endereço
<http://www.dgi.inpe.br/CDSR/>. Imagens dos satélites Landsat 5 e 7
também podem ser obtidas gratuitamente no endereço
<http://glcf.umiacs.umd.edu/data>. Com relação aos satélites de observação
da Terra, merece destaque também o programa francês Spot, que já lançou
cinco satélites.
Atualmente, um dos principais e mais ambiciosos programas de coleta de
dados sobre o planeta Terra é o Earth Science Enterprise, desenvolvido pela
Nasa. O objetivo desse programa é o estudo dos fenômenos físicos,
químicos e biológicos do planeta Terra e da atmosfera. O programa é
composto de três módulos: 1) uma série de satélites de observação da Terra;
2) um avançado sistema de banco de dados; e 3) uma equipe de cientistas
que estudará os dados coletados. As áreas temáticas-chave incluem:
nuvens, ciclo da água e energia; oceanos; química da atmosfera; uso da
terra; processo da água e ecossistema; cobertura de gelo glacial e polar; e a
parte sólida da Terra. A Nasa lançou, em 18 de dezembro de 1999, o
primeiro satélite de observação da Terra, o EOS-AM, posteriormente
batizado de Terra. Esse satélite leva a bordo cinco sensores: Ceres,
MOPITT, MISR, Modis e Aster. O Brasil recebe dados do Modis (MODerate-
resolution Imaging Spectroradiometer, espectrorradiômetro imageador de
média resolução). O Modis, que coleta dados em 36 canais espectrais nas
regiões do visível e infravermelho, é considerado o principal sensor dos
satélites Terra e Aqua. A resolução espacial das imagens, que cobrem uma
área de 2.330 km, varia de 250 m a 1 km. Os dados do Modis podem ser
obtidos gratuitamente no endereço
<http://edcmswww.crusgs.gov/pub/imswelcome/>. Sobre esse sensor e suas
aplicações, sugere-se a leitura do livro organizado por Rudorff, Shimabukuro
e Ceballos (2007).
Para aplicações em Geomorfologia, no entanto, o sensor Aster é o mais
interessante. Desenvolvido a partir de uma parceria do Japão com os
Estados Unidos, ele funciona somente por programação e possui três
subsistemas: VNIR (Visible and Near InfraRed), SWIR (Short Wave
InfraRed) e TIR (Thermal InfraRed). Com uma resolução espacial de 15 m, o
VNIR capta dados em duas faixas do visível (verde e vermelho) e uma do
infravermelho próximo; o SWIR capta dados de seis bandas do
infravermelho médio com uma resolução espacial de 30 m; o TIR funciona
em cinco bandas termais com 90 m de resolução espacial. O VNIR possui
ainda uma banda (3B) que capta dados na mesma faixa espectral da banda
3 (3N), porém com retrovisada ao longo da órbita do satélite (com poucos
segundos de diferença do nadir), o que permite obter pares estereoscópicos
e gerar modelos de elevação. Esses sensores cobrem uma faixa da
superfície terrestre de 60 km de largura. Os subsistemas SWIR e TIR podem
adquirir os dados com um ângulo de visada lateral de até +/- 8,55˚, e +/- 24˚
para o VNIR.
Um programa importante para os brasileiros é o Cbers (Satélite Sino-
Brasileiro de Recursos Terrestres), fruto de uma cooperação internacional
entre o Brasil e a China. Nesse programa foram lançados os satélites Cbers-
1 (1999), Cbers-2 (2003) e recentemente, em 19 de setembro de 2007, o
Cbers-2B. Está previsto o lançamento de mais dois satélites, entre 2009 e
2012. Os dois primeiros satélites da série Cbers levam a bordo três sensores
para observação da superfície da Terra: Imageador de Amplo Campo de
Visada (WFI), Imageador por Varredura de Média Resolução (IRMSS) e
Câmera de Alta Resolução (CCD), com resolução espacial de 260 m, 80 m e
20 m, respectivamente. A resolução temporal do sensor WFI é de cinco dias,
enquanto a do IRMSS e a do CCD é de 26 dias. A principal diferença deste,
em relação aos dois primeiros, é a substituição do imageador IRMSS por
uma Câmera Pancromática de Alta Resolução (HRC), com resolução
espacial de 2,5 m. As imagens Cbers estão disponíveis gratuitamente no
endereço <http://www.cbers.inpe.br>.
A partir de 1999, tivemos o lançamento, entre outros, dos satélites
americanos Ikonos e Quickbird e do francês Spot-5. Esses satélites levam a
bordo sensores de alta resolução, de 70 cm a 5 m. Após o término da
Guerra Fria, as imagens de alta resolução espacial, inicialmente obtidas
apenas para uso militar, foram liberadas também para uso civil. A
disponibilidade desse tipo de dados amplia a possibilidade de aplicações,
principalmente para estudos urbanos (na área intraurbana) e
geomorfológicos de detalhe em escalas grandes.
Com relação aos satélites equipados com sensores do tipo radar, podemos
destacar os programas Radarsat (canadense), ERS (europeu) e Jers
(japonês), cujos primeiros satélites foram lançados, respectivamente, em
1989, 1991 e 1992. Recentemente, substituindo os satélites do programa
europeu (ERS-1 e ERS-2), foi lançado o Envisat, que leva a bordo dez
sensores diferentes, um dos quais é o Asar, um sistema avançado de radar.
Para substituir o satélite Jers-1, foi lançado, no início do ano de 2006, o Alos,
que, além de sensores ópticos, leva a bordo um sofisticado sensor de radar,
o Palsar. O IBGE é o responsável pela distribuição das imagens Alos no
Brasil (http://www.ibge.gov.br/alos/). Os radares dos satélites japoneses
funcionam em banda L, enquanto os demais captam dados na banda C. As
principais aplicações dos dados de radar são nas áreas de Oceanografia,
Hidrografia, Geologia e Geomorfologia. Em 2007, foi lançado com sucesso,
pela Alemanha, o Terra-SAR, que leva a bordo um radar que capta imagens
(na banda X) com 1 m de resolução espacial. Foi lançado ainda, no final de
2007, o Radarsat-2, que leva a bordo um sistema radar orbital com várias
inovações: resolução espacial de 3 m, polarimetria, interferometria,
estereoscopia e variações em incidência e azimute de visada
(http://www.space.gc.ca/asc/eng/satellites/radarsat2/).
Fig. 2.5 Imagem do Rio de Janeiro, obtida pelo sensor Aster do satélite Terra em
25 de abril de 2003: (A) imagem multiespectral bidimensional; (B) imagem
tridimensional (multiespectral + modelo digital de elevação)
Fonte: Fuckner (2007).
Fig. 2.6 Imagem de São São José dos Campos, SP obtida do satélite Ikonos (A)
em 2000, resolução 1 m; Quickbird (B) em 2006, resolução 0,7 m. O círculo indica
uma voçoroca e o quadrado indica um antigo lago drenado (imagem Ikonos),
transformado em uma praça (imagem Quickbird). Notar também a expansão da
ocupação a NO da área
2.4.4 Estereoscopia
A partir dos recursos da estereoscopia e da interferometria de radar,
variáveis morfométricas – como declividade e altura ou amplitude de
relevo – são geradas. Esses parâmetros podem ser calculados
também, embora com menor precisão, com base nas distorções
inerentes às imagens de radar (foreshortening, layover e
sombreamento). O imageamento com visadas opostas da mesma
área fornece a visão tridimensional, que, no entanto, é limitada em
regiões com sombreamentos opostos. A estereoscopia com radar
tem maior viabilidade com imagens tomadas com o mesmo ângulo
azimutal e distintos ângulos de incidência. Estes devem ser maiores
que 30° e menores que 50°, para minimizar os efeitos de
sombreamento e layover. Quanto maior a diferença no ângulo de
incidência do estéreo-par, maior o exagero vertical do terreno.
Imagens de órbitas ascendentes e descendentes, teoricamente, não
devem fornecer boa estereoscopia, por causa das visadas não
opostas e dos problemas de sombreamento. Um exemplo de par
estereoscópico de imagem de radar é mostrado na Fig. 2.28.
Exemplos de aplicação dos recursos da estereoscopia de radar no
estudo da serra dos Carajás podem ser encontrados em Paradella
et al. (2005b), Santos et al. (1999) e Santos, Paradella e Veneziani
(2003).
Fig. 2.28 Par estereoscópico de imagens do Radarsat-1 da região de Carajás. (A)
Imagem S5D, obtida em 31 de maio de 1996; (B) Imagem S7D, obtida em 11 de
setembro de 1996
Fonte: Santos et al. (1999).
2.4.5 Interferometria
A interferometria por radar combina imagens complexas
registradas por antenas em diferentes localizações e tempos. Para
medir a interferência das ondas retroespalhadas (ecos), é
necessário que estas sejam captadas em antenas separadas no
espaço por uma distância conhecida como linha de base. A linha de
base pode ser obtida por meio de duas passagens sucessivas do
sensor ou por uma única passagem com uso de duas ou mais
antenas instaladas na plataforma, separadas a uma distância
predefinida. Os interferogramas permitem a determinação de
diferenças de minutos em alcance (range), em escala inferior ao
comprimento de onda, para os pontos correspondentes de um par
de imagens. O SAR interferométrico (InSAR) é uma alternativa à
técnica convencional de obtenção de pares estereoscópicos
fotográficos na geração de mapas topográficos de alta resolução,
com a vantagem do processamento automático e de não depender
de condições meteorológicas. É também um recurso poderoso para
detecção de mudanças e mapeamento de velocidades.
Considerações Finais
Neste capítulo, procuramos mostrar, de um modo geral, o potencial
dos dados e das técnicas de sensoriamento remoto para a
Geomorfologia. Na maioria dos exemplos mostrados utilizamos
imagens Cbers e Landsat, devido à sua maior disponibilidade e
acesso. Outros exemplos de exploração de dados de sensoriamento
remoto são apresentados no Cap. 3 e do 5 ao 10. Muitas aplicações
de sensoriamento remoto, não apenas em Geomorfologia, mas em
várias áreas temáticas, podem ser encontradas nas teses,
dissertações, nos artigos e relatórios técnicos disponíveis na
biblioteca digital do Inpe (http://www.inpe.br/biblioteca/). Os
inúmeros artigos publicados nos anais do Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto (SBSR), em suas seis últimas edições,
desde 1996, também estão disponíveis nessa biblioteca.
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Márcio de Morisson Valeriano
DADOS TOPOGRÁFICOS 3
Por sua vez, a krigagem causou uma redução das feições de alta
frequência, uniforme ao longo da progressão de 90 m a 25 m.
Embora persista o efeito de objetos terrestres em proporção à sua
altura e concentração, a suavização do relevo reduziu as mudanças
abruptas de altitude, as quais resultam em picos locais, quando
aplicado o cálculo de declividade. A inclusão de tais objetos no
modelo atrapalha a percepção da superfície do terreno em si, como
conviria à obtenção de informações de cunho topográfico. Filtragens
causam ao usuário a impressão visual de minimizar esses efeitos,
porém, filtros (média, passa-baixa) não discriminam artefatos de
feições reais, suavizando todo o relevo indistintamente.
Fig. 3.6 Detalhe do relevo sombreado (elevação solar 45˚ a NW) dos modelos de
dados SRTM originais e tratados com interpolação linear e krigagem sob
diferentes resoluções. Área do Banhado, município de São José dos Campos, SP
Fig. 3.25 Informações geradas a partir das variáveis locais básicas do MDE
Considerações Finais
A possibilidade de simular digitalmente métodos de medição de
variáveis topográficas é uma perspectiva de grande interesse no
contexto de modelagem de dados do meio físico em Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). A inserção dessas variáveis em
estudos multidisciplinares poderá promover o desenvolvimento de
novos modelos e importantes avanços na aplicação daqueles
existentes. Tal avanço permite o uso de métodos paramétricos de
análise da paisagem, para o fornecimento de uma base mais
objetiva e padronizada para a identificação de sistemas terrestres.
Estes requerem, além da medição e do mapeamento de variáveis
do relevo, a integração com dados de outros aspectos e de variadas
fontes, para o atendimento da demanda de informações úteis (Fig.
3.29).
Se, por muito tempo, os métodos e recursos computacionais para
análise do relevo foram desenvolvidos à frente da disponibilidade de
dados, atualmente vivenciamos uma situação singular, em que o
desenvolvimento de geotecnologias encontra-se longe de esgotar o
potencial informativo dos dados topográficos existentes. A oferta de
extensos conjuntos de dados obtidos de forma padronizada, a
exemplo dos dados SRTM, representa um novo panorama, em que
se tem, no universo de condições observáveis, um farto substrato
para o desenvolvimento de métodos mais flexíveis e “universais”. A
crescente abrangência desses levantamentos sobre condições de
relevo até então desconhecidas será sempre fonte de novas
demandas para novas metodologias.
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Teresa Gallotti Florenzano
CARTOGRAFIA 4
VARIÁVEIS CLASSES
Além da Geologia, que foi citada, mas não definida nessa proposta,
outras variáveis – como, por exemplo, as práticas de manejo –
também podem ser incluídas na análise da fragilidade e geração da
carta-síntese. Para escalas médias e pequenas, de 1:50.000,
1:100.000 e 1:250.000, utiliza-se como base de informação
geomorfológica a matriz dos índices de dissecação, como a
exemplificada na Tab. 4.4. Para análises mais detalhadas, escalas
de 1:25.000, 1:10.000, 1:5.000 e 1:2.000, Ross (1994) recomenda a
utilização de informações de formas de vertentes e classes de
declividade.
TAB. 4.6 GRAU DE FRAGILIDADE DAS CLASSES DE DISSECAÇÃO
FRAGILIDADE DISSECAÇÃO*
1 Muito fraca 11
2 Fraca 21, 22, 12
3 Média 31, 32, 33, 13, 23
4 Forte 41, 42, 43, 44, 14, 24, 34
5 Muito Forte 51, 52, 53, 54, 55, 15, 25, 35, 45
* Segundo a Matriz de dissecação do relevo (Tab. 4.4).
Fonte: Ross (1994).
Considerações Finais
Como vimos, a geração de cartas geomorfológicas e de unidades
territoriais ou de paisagem não é uma tarefa simples. A crescente
disponibilidade de dados de sensoriamento remoto e técnicas de
geoinformação pode facilitar essa tarefa. Visando contribuir com a
cartografia geomorfológica, bem como incentivar a exploração
desses dados e técnicas, apresentamos neste capítulo uma
proposta para o mapeamento de unidades geomorfológicas. Na
aplicação das geotecnologias, é fundamental, no entanto, não
esquecer a importância do conhecimento teórico das áreas
temáticas objeto de estudo. Sem esse conhecimento, tanto a
exploração das geotecnologias quanto a análise e interpretação dos
resultados serão parciais, o que poderá levar a conclusões
inconsistentes ou erradas.
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Athos Ribeiro dos Santos
A TECTÔNICA E AS FORMAS DE
5
RELEVO
Fig. 5.11 (A) Esquema de uma estrutura em horst e graben; (B) Imagem Aster-
Terra do graben do Paraíba obtida em 31 de agosto de 2004
Fig. 5.24 (A) Ao fundo, relevo de platô da serra da Canastra, próximo a São José
do Barreiro, MG;
(B) Relevo de serras alinhadas NW-SE na região de Lindolfo Almeida, MG
Fig. 5.25 (A) Imagem TM Landsat 5(R) 4(G) 3(B), obtida em 28 de junho de 1998
(as setas indicam orientação NNE-SSW); (B) Mapa geológico da região de
Cáceres, MT
Fonte: (B) modificado de <http://mapoteca.cprm.gov.br/programas/template.php>.
Fig. 5.26 (A) Imagem TM Landsat 5(R) 4(G) 3(B), obtida em 26 de junho de 2002;
(B) Mapa geológico da região de Alto Taquari, MT. Na imagem, os tons de
magenta e formas geométricas representam áreas com cultura de soja
Fonte: (B) modificado de <http://mapoteca.cprm.gov.br/programas/template.php>.
Fig. 5.27 Principais elementos de uma morfologia tabuliforme atual
Fonte: Casseti (2006).
Fig. 5.30 (A) Imagem TM Landsat 5(R) 4(G) 3(B), obtida em 9 de julho de 2000,
realçando os relevos tabuliformes (destacados com círculos) em arenitos do
Grupo Urucuia, na região de São Félix do Tocantins, TO; (B) Ao fundo, o relevo
tabuliforme na mesma região
Fig. 5.32 (A) Imagem TM Landsat obtida em 9 de julho de 2005; (B) Mapa
geológico do maciço alcalino de Poços de Caldas, MG-SP
Fonte: (B) modificado de <http://mapoteca.cprm.gov.br/programas/template.php>.
Fig. 5.33 Região da localidade de Andradas, sentido norte, exemplificando o
relevo serrano que bordeja o maciço alcalino de Poços de Caldas
Fig. 5.36 (A) Mosaico GeoCover Landsat, Nasa do leque aluvial do rio Taquari
(MS); (B) Mapa geológico
Fonte: (B) modificado de <http://mapoteca.cprm.gov.br/programas/template.php>.
Fig. 5.37 Vista aérea do Pantanal de Nhecolândia, na região sul do leque aluvial
do Taquari
Considerações Finais
Os eventos tectônicos foram (e são) fundamentais na construção
das formas de relevo atuais, como pôde ser constatado em alguns
exemplos de áreas do território brasileiro submetidas a diferentes
processos deformacionais durante a sua evolução geológica. A
tectônica é a responsável pela formação e deformação dos
diferentes tipos rochosos, os quais são submetidos aos processos
geomórficos modeladores, resultando nas formas de relevo que
constituem uma determinada paisagem.
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Renato Fontes Guimarães
Osmar Abílio de Carvalho Júnior
Roberto Arnaldo Trancoso Gomes
Nelson Ferreira Fernandes
MOVIMENTOS DE MASSA 6
Modelo hidrológico
Beven e Kirkby (1979) mostraram que o padrão de saturação do
solo no relevo está relacionado com a razão (a/bM), em que a/b é a
área drenada que passa por uma unidade de comprimento de
contorno dividida pela declividade M (Fig. 6.11).
Uma vez que e=z cosθ (equação 2), temos (equação 18b):
Fig. 6.18 Comportamento dos valores de Q/T a partir da variação dos extremos
dos parâmetros com relação a ϕ (A), ρs (B) e C/z (C)
Considerações Finais
A ocupação crescente e desordenada das áreas com risco de
movimento de massa, sem as devidas precauções ambientais,
intensifica o desencadeamento desse fenômeno no período
chuvoso. Nesse contexto, a pesquisa científica, utilizando técnicas
de geoprocessamento é fundamental para o estudo e
monitoramento dos movimentos de massa e na geração de
subsídios para a formulação de políticas públicas. A metodologia
apresentada neste capítulo é eficiente na previsão de áreas
suscetíveis a escorregamentos e ajuda a compreender tanto os
fatores condicionantes quanto os mecanismos deflagradores desse
tipo de movimento de massa, de forma a evitar, ou pelo menos
minimizar, os pre-juízos financeiros e as perdas de vidas humanas.
Esses procedimentos permitem remontar às condições naturais
passadas, bem como gerar diferentes cenários futuros que
possibilitem ao poder público redirecionar o desenvolvimento
urbano, e não ficar restrito apenas à elaboração de planos
emergenciais.
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Osmar Abílio de Carvalho Júnior
Mylene Berbet-Born
Éder de Souza Martins
Renato Fontes Guimarães
Roberto Arnaldo Trancoso Gomes
AMBIENTES CÁRSTICOS 7
Fig. 7.5 Ressurgência do rio Jacaré (gruta da Igrejinha, Morro do Chapéu, BA),
cujo vale apresenta evidente controle estrutural ortogonal. Pessoa como escala
na porção centro-inferior da imagem
7.3.1 Dolinas
O termo dolina é de origem servo-croata e designa originalmente
tanto vales como depressões fechadas. Na Geomorfologia, o termo
limita-se às depressões fechadas, de forma circular e oval, com
contornos sinuosos e não angulosos (Bigarella, 1996).
As dolinas apresentam grandes variações de forma (cônica,
cilíndrica, prato, bacia, tigela), dimensão (variando de alguns a mais
de uma centena de metros) e profundidade (atingindo centenas de
metros). Assim, por exemplo, as dolinas desenvolvidas em dolomito
caracterizam-se por formas regulares e vertentes menos inclinadas,
enquanto aquelas desenvolvidas em calcário têm formas irregulares,
vertentes mais íngremes e maior quantidade de material depositado
no fundo.
Fig. 7.12 Tipos de dolinas: (A) de dissolução, (B) de colapso, (C) de subsidência,
(D) de colapso de rochas subjacentes ao carste, (E) aluviais
Fonte: adaptado de Jennings (1985).
7.3.2 Uvalas
O termo uvala também é de origem eslava, significando depressão
alongada oriunda da coalescência de dolinas, e corresponde a uma
evolução do carste. As uvalas, nas quais a dissolução é controlada
por um sistema de juntas, apresentam formas alongadas; porém,
em outros casos, elas são depressões irregulares (Summerfield,
1991).
7.3.3 Poljes
O termo polje é amplamente utilizado na linguagem eslava e
significa campo, sem nenhuma conotação particular do tipo de
terreno e não necessitando ser cárstico (Ford; Williams, 1989).
Internacionalmente, a terminologia polje é utilizada para denotar
grandes depressões fechadas em terrenos cársticos, com fundo
plano e circundadas por paredes íngremes. A denominação polje
pode ser utilizada de duas formas: a) como referência a toda a
depressão, incluindo o vale e as margens de alta declividade (Herak
1972); e b) limitando-se às terras que são planas, aluviais e aráveis,
com valor agronômico (Sweeting, 1973). Considerando o problema
de definição geomorfológica, Gams (1978) estabeleceu que polje é
uma extensiva bacia (fechada) com base plana, drenagem cárstica
e com pelo menos um dos lados com alta declividade. Quanto à
largura mínima do fundo plano, são definidas dimensões arbitrárias
que variam conforme os autores. Segundo Gams (1978) e Cvijic
(1893), a dimensão mínima a ser considerada é, respectivamente,
de 400 m e 1 km.
7.3.5 Pavimentos
Superfícies de rochas carbonáticas que coincidem com os planos de
estratificação em estruturas horizontais ou sub-horizontais,
ligeiramente polidas por corrosão e com algumas microdepressões
nas diaclases.
7.3.6 Cavernas
Os condicionantes para o desenvolvimento das cavernas estão
intimamente relacionados às características dos aquíferos cársticos.
As cavernas podem ser ativas (apresentam fluxo de água) ou
inativas (secas). No processo de evolução dos condutos
subterrâneos, a circulação de água pode ser paulatinamente
transferida para níveis mais baixos no pacote rochoso. Essa
transferência do nível dos aquíferos favorece o abandono dos
condutos superiores, que se tornam cavernas secas, enquanto as
cavernas ativas passam para níveis cada vez mais baixos. Assim,
pode-se ter uma sequência de andares de cavernas inativas que
progressivamente vão sofrendo preenchimento das cavidades por
sedimentação e estalagmitização (processo de desenvolvimento
mais rápido das estalagmites, pelo aumento da infiltração e
gotejamento, com evolução para a formação de maciços
estalagmíticos que podem fossilizar a cavidade).
Fig. 7.14 Galerias no sistema espeleológico do vale do rio Peruaçu, planalto
cárstico do São Francisco, Januária/Itacarambi, MG. (A) Gruta do Janelão; (B)
Gruta dos Troncos
Fig. 7.23 Imagens de índices NDVI do sensor Modis relativas à: (A) época
chuvosa (17 de janeiro a 1˚ de fevereiro de 2002, (B) seca (12 a 27 de julho de
2002), (C) composição colorida das três primeiras componentes MNF (R - 1ª MNF
/ G - 2ª MNF / B - 3ª MNF). O polígono da Mata Seca (linha amarela) foi definido
pelo Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia da
Embrapa, no âmbito do projeto “Conservação das Florestas Estacionais
Deciduais do Vale do Paranã”
Fonte: Carvalho Júnior, Hermuche e Guimarães (2006).
Fig. 7.24 Localização e comportamento espectral NDVI multitemporal, após
tratamento pelo método MNF, da Mata Seca, do Campo Sujo e do Cerrado típico
Fonte: Carvalho Júnior, Hermuche e Guimarães (2006).
Fig. 7.28 Distribuição das rochas carbonáticas do Grupo Bambuí: (A) mapa da
província Bambuí; (B) Modelo Digital de Elevação gerado de dados do SRTM; (C)
mosaico de imagens ETM+ do satélite Landsat-7 RGB-345
Fig. 7.29 Detalhe do Grupo Bambuí, na bacia do Paracatu e vão do Paranã: (A)
mapa das litologias; (B) Modelo Digital de Elevação gerado de dados do SRTM;
(C) mosaico de imagens ETM+ do satélite Landsat-7 RGB-345
Considerações Finais
O ambiente cárstico, que abrange uma significativa parcela do
território nacional, é altamente vulnerável à degradação,
apresentando facilidade para a ocorrência de contaminação dos
recursos hídricos, abatimentos de terra e erosão, entre outras.
Apesar de sua fragilidade natural, esse ambiente é intensamente
visado pela exploração agrícola, mineral e turística, que provocam e
intensificam os danos ambientais.
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Evlyn Márcia L. de M. Novo
AMBIENTES FLUVIAIS 8
8.1 Fundamentos de
Geomorfologia Fluvial
8.1.1 Conceitos básicos
As formas de relevo de origem fluvial são elaboradas a partir do
escoamento concentrado da água em canais fluviais. A esse
escoamento dá-se o nome de vazão, cujo volume depende do
regime hidrológico da bacia hidrográfica onde os canais estão
inseridos.
em que:
Ω – potência do rio por unidade de comprimento do canal;
ρ – densidade da água;
Q – descarga;
g – aceleração da gravidade;
s – declividade do canal.
A erosão dos canais e leitos fluviais pode ocorrer por meio de três
diferentes processos: corrosão, abrasão e cavitação. O processo de
corrosão se dá por intemperismo químico resultante do contato da
água com o canal e o leito fluvial. O processo de abrasão representa
a ação mecânica da água que, ao se mover sobre o leito e dentro do
canal, remove as camadas já intemperizadas. O processo de
cavitação ocorre em canais cujas correntes estão sujeitas a grande
velocidade, tais como nos trechos de corredeiras e quedas d’água.
Nesse processo, a ação erosiva se dá pela ação de ondas
produzidas por bolhas formadas pelas mudanças de pressão no
volume de água.
em que:
Ek – energia cinética;
C – coeficiente de Chézy, o qual representa as forças friccionais e
gravitacionais;
R – raio hidráulico, que é equivalente à profundidade do canal;
m – massa da água;
s – gradiente da superfície da água.
Fig. 8.7 Exemplo de duna subaquosa (depósito no leito do rio Tocantins, a jusante
do reservatório de Tucuruí). Fotos oblíquas tiradas do avião Bandeirante,
pertencente ao Inpe, em setembro de 1997, por Carlos Alberto Steffen (Missão de
Videografia)
FORMA DESCRIÇÃO
Terraço constituído por aluviões antigos
e topograficamente mais elevado do
Terraço fluvial que a planície ativa atual; representa
um testemunho do processo de
evolução da planície
Depósito estreito formado nas
margens do canal durante o
período de inundação, devido à
Dique marginal
disposição de sedimentos. Os
diques são os pontos mais
elevados da planície ativa
Depósitos do centro do canal que se
Ilha formam pela redução de competência
do rio
Limite lateral do canal fluvial
caracterizado pela presença de
Margem
regiões de erosão ativa ou
deposição ativa
Remanescente mais elevado que
representa o testemunho do local de
Paleodique
escoamento de um canal fluvial em
uma paleoplanície
Região externa à planície e não
Planalto sujeita a inundação mesmo em
períodos de cheia excepcional
Talvegue – Canal principal Região mais profunda do canal que se
estende da nascente à foz
Região profunda de um canal
secundário formado em alguns
Talvegue – Canal secundário
segmentos da planície em
(paraná)
decorrência de variações de
competência fluvial
Região profunda de um canal
temporário que liga bacias de
Canal temporário
inundação ao canal principal ou
secundário
Região de aluviões finos
resultantes do extravasamento
Lodaçal
excepcional dos rios –
paleoplanície
Região a montante dos diques
marginais ativos que recebe o excesso
Bacias de inundação
de água e sedimentos nas enchentes
normais da planície ativa
Depósitos temporários ou
permanentes no talvegue ou no
Depósito de canal canal de margens plenas que se
torna emerso durante o período
de vazante
Nível de inundação até o nível de
erosão ativa das margens do canal.
Limite de ocupação por vegetação de
Nível de inundação de margens plenas
forma perene, mesmo que inundada.
(bankfull discharge)
Nível do fluxo de inundação dominante
no canal em períodos de recorrência de
1 a 2 anos
Nível de inundação de baixa
Nível de inundação excepcional frequência (entre três e quatro
vezes por século)
Nível mínimo com intervalo de
Nível de mínimo normal
recorrência de 1 a 2 anos
Nível de mínimo excepcional Nível mínimo de baixa
frequência (entre três e quatro
vezes por século)
Fonte: Moore (1967); Christofoletti (1981); Guerra, A. T. e Guerra A. J. T. (1997).
Fig. 8.9 Diferenças nas formas fluviais e na cobertura vegetal em função do tipo
de água escoada pelo rio principal. Imagem obtida pelo avião Bandeirante,
pertencente ao Inpe, por videografia digital, em setembro de 1997 (Projeto LBA-
ECO – LC-07)
Fonte: Hess et al. (2002).
Fig. 8.15 Composição colorida com as imagens TM: 3(B), 4(G), 5(R), na qual, a
partir das informações espectrais, é possível diferenciar, entre outros alvos, rios
de água com alta concentração de carga sólida (em azul) daqueles com baixa
carga (em preto). Rio Amazonas a jusante da ilha do Careiro
Fonte: Inpe.
O uso de várias combinações de bandas espectrais também permite
ampliar o conhecimento sobre as formas e os processos fluviais que
lhes deram origem. Na Fig. 8.16, é possível comparar as
informações adicionais derivadas das imagens quando se usam
distintas combinações de bandas espectrais. Na Fig. 8.16A, pode-se
analisar a composição colorida normal com as imagens das bandas
1(B), 2(G) e 3(R) de um setor do rio Japurá, no Estado do
Amazonas, e na Fig. 8.16B, a composição colorida com as imagens
das bandas 3(B), 4(G) e 5(R) da mesma área.
em que:
ΔTobs é a diferença de temperatura observada pelo radiômetro; fa,
fpn e fpi são as frações de área ocupadas por água permanente
(lagos e rios), áreas da planície não inundadas e áreas da planície
inundadas; e os valores de ΔTa, ΔTpn e ΔTpi correspondem às
temperaturas de brilho para cada um daqueles componentes de
referência. A informação a ser extraída dos dados do sensor SMMR
é a área de planície inundada correspondente a fpi, que pode ser
determinada resolvendo as equações (1) e (2) :
Fig. 8.21 As setas marcam locais em que ocorrem modificações bruscas na razão
dh/dt e indicam mudanças em propriedades da água que escoa na planície,
representando limites entre massas de água com densidades e velocidades de
escoamento diferentes
Fonte: Alsdorf e Rodriguez (2005).
Considerações Finais
A dinâmica dos ambientes fluviais, onde os processos de erosão e
deposição ocorrem segundo uma escala horária, requer dados e
métodos de análise compatíveis com ela. Neste capítulo,
procuramos mostrar o potencial que a tecnologia de sensoriamento
remoto tem na ampliação do conhecimento sobre formas e
processos desses ambientes, principalmente em bacias
hidrográficas de dimensões semicontinentais, como as dos rios
Amazonas e Paraná. Conforme pode ser observado na Tab. 8.2, se
considerarmos apenas as bacias hidrográficas brasileiras com
dimensões compatíveis com as possibilidades de análise oferecidas
pelos métodos e técnicas aqui descritos brevemente, podemos
concluir que estes se aplicam ao estudo de quase 80% de nosso
território.
Entretanto, para que o sensoriamento remoto seja disseminado e
seu potencial seja explorado em benefício do conhecimento
científico, do desenvolvimento do País e da preservação dos
recursos naturais, é necessário ampliar a capacitação de recursos
humanos no uso dessa tecnologia. Esperamos ter contribuído,
nesse sentido, com as informações e os exemplos apresentados
neste capítulo.
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Dilce de Fátima Rossetti
AMBIENTES COSTEIROS 9
Fig. 9.3 (A) Componentes de uma onda formada na superfície da água pela ação
do vento. A altura da onda é a distância entre a crista e a depressão.
Comprimento de onda é a distância horizontal entre duas cristas; (B) A
movimentação da água em uma onda segue uma trajetória orbital, e o diâmetro
da órbita decresce com a profundidade da lâmina d’água; (C) Comportamento de
uma partícula de água com o avanço da onda, ilustrado pelo movimento de um
objeto em sua superfície, o qual retorna à sua posição original à medida que a
onda avança (setas grossas em cada figura mostram o sentido de migração da
onda)
Fig. 9.4 À medida que a onda se aproxima da costa, o movimento orbital do fluxo
é deformado, por causa do atrito com o fundo, até um ponto crítico, quando a
onda arrebenta, resultando no movimento assimétrico do fluxo em direção à costa
Fig. 9.5 Movimento horário (hemisfério Norte) e anti-horário (hemisfério Sul) dos
fluxos de ar, devido à força de Coriolis, e formação da Zona de Convergência
Intertropical na zona equatorial
9.3.1 Deltas
Por definição, deltas representam ambientes deposicionais
localizados na desembocadura de um rio, onde o fornecimento de
sedimento é mais rápido do que seu retrabalhamento por processos
atuantes na bacia de deposição, que pode ser um lago ou oceano.
Neste capítulo, trataremos somente do segundo caso, ou seja, de
deltas que se formam onde os sistemas fluviais terminam em bacias
marinhas. Esse tipo de delta é mais complexo que deltas lacustres,
uma vez que é influenciado pelos vários processos atuantes no
litoral, já tratados no início deste capítulo. A complexa interação
entre fluxos fluviais, de ondas e de marés, afeta fortemente o
desenvolvimento de deltas, produzindo fisiografias distintas, que são
prontamente identificadas em produtos de sensoriamento remoto.
Fig. 9.12 Imagem do satélite QuickBird (Image 2007 - Digital Globe) do delta em
laguna, ao sul de Florianópolis, SC, onde depósitos submersos de frente deltaica
são visíveis, formando um leque na desembocadura do canal alimentador
Delta fluvial
Deltas com forte influência fluvial caracterizam-se por elevado
influxo fluvial e por processos bacinais de baixa energia. Em
imagens de satélite de alta resolução, esse tipo de delta é
reconhecido por sua geometria que lembra o “pé de um pássaro”
(Fig. 9.14). Sua fisiografia é representada por barras de
desembocadura que se acumulam sob a forma de corpos
coalescentes nas porções terminais de canais alimentadores,
designados distributários. A geometria típica desse tipo de delta
resulta da progradação de várias barras de desembocadura em
distributários adjacentes. Como a energia de ondas e marés é baixa,
as barras de desembocadura progradam rapidamente em direção
ao mar, formando um talude inclinado à medida que os corpos vão
se sobrepondo uns aos outros. Durante esse processo, ocorre
seleção das granulometrias, que se tornam cada vez mais finas
conforme se distanciam da foz dos distributários.
Delta de onda
Esse tipo de delta ocorre em costas com domínio de processos de
onda, onde a carga de sedimento fluvial recebida na frente deltaica
é rapidamente redistribuída pela dinâmica litorânea. Por causa
disso, deltas com domínio de onda são caracterizados por linha de
costa marcada por praias bem desenvolvidas, que progradam
sucessivamente em direção ao mar à medida que o delta evolui,
formando uma série de cordões alongados de praia, transversais
ao sentido da progradação. Cordões abandonados vão ficando por
trás de novos cordões, formados na frente do delta.
Fig. 9.16 Delta do rio Parnaíba, divisa dos Estados do Piauí e Maranhão.
Similarmente ao do rio São Francisco, é dominado por processos de onda. (A)
Imagem TM-Landsat, composição RGB 543 (Inpe), representando todo o delta,
que forma uma protuberância bem desenvolvida na costa (o quadro localiza a
figura B); (B) Imagem QuickBird (Image 2007 - Digital Globe) da planície deltaica,
com ampla distribuição de dunas eólicas (o quadro localiza a figura C); (C)
Imagem QuickBird (Image 2007 - Digital Globe) de detalhe da frente deltaica,
onde sedimentos trazidos pelo rio são transportados por correntes litorâneas,
formando extensas praias de areia. Notar também as formas de leito arenosas no
canal alimentador, passíveis de observação nesse produto de sensoriamento
remoto, até mesmo em suas porções subaquosas
Fig. 9.17 Outros exemplos de delta de onda no litoral brasileiro: (A) imagem TM-
Landsat, composição RGB 543, do delta do rio Jequitinhonha, BA; (B) imagem
TM-Landsat, composição RGB 543, do delta do rio Doce, ES; (C) imagem
QuickBird (Image 2007 - Digital Globe) do delta do rio Pombal, RJ. Notar, em
todos eles, os cordões litorâneos bem desenvolvidos e a forma típica cuspidada
Delta de maré
Deltas de maré (Fig. 9.13) são tipicamente formados quando
sedimentos fluviais são descarregados em costas sujeitas a forte
ação de correntes de maré. Suas frentes deltaicas apresentam
numerosos canais, pelos quais os sedimentos são transferidos até a
costa. Em costas com grandes amplitudes de maré, a planície
deltaica é especialmente bem desenvolvida, sendo representada por
um arranjo complexo de subambientes, incluindo planícies de maré,
lagunas e canais de maré. A porção subaquosa desse tipo de delta
é também ampla, podendo estender-se por grande parte da
plataforma, favorecendo o transporte de grande volume de
sedimentos para os ambientes oceânicos mais profundos.
9.3.2 Estuário
Existem várias definições para estuário; porém, a mais
frequentemente utilizada por geólogos e geomorfólogos é a de que
esse sistema corresponde a um corpo de água semifechado no qual
ocorre mistura de processos fluviais e marinhos (Fairbridge, 1980;
Boyd; Dalrymple; Zaitlin, 1992; Dalrymple; Zaitlin; Boyd, 1992).
Como mencionado no item anterior, contrariamente a deltas,
estuários apresentam taxa de fornecimento de sedimento inferior à
sua capacidade de retrabalhamento, devido a processos costeiros.
A formação de estuários envolve o afogamento ou inundação de
vales fluviais, por causa do aumento do nível do mar relativo. Com
isso, estuários são reconhecidos, em uma visão espacial, como um
prolongamento do sistema fluvial na zona costeira, onde adotam
geometria, em geral, alongada. O limite do estuário em direção ao
continente ocorre na zona de máxima influência de correntes de
maré.
9.3.3 Ilha-barreira
A ilha-barreira é um sistema deposicional bastante comum em
muitas costas atuais. O surgimento e a manutenção de ilhas-
barreira em ambientes costeiros são favorecidos em regimes de
micro e mesomaré. De certa forma, esse sistema assemelha-se aos
estuários com domínio de onda, o que, como o próprio nome indica,
deve-se à existência de barreira(s) que se desenvolve(m)
paralelamente à costa. Esse anteparo é importante na obstrução da
água do mar, gerando uma área de baixa energia em seu lado
protegido, onde se desenvolve a laguna. Entretanto, contrariamente
a estuários, ilhas-barreira são produtos de processos inteiramente
marinhos, não possuindo qualquer interação com o sistema fluvial.
Planície de maré
Planícies de maré formam-se em costas planas a suavemente
inclinadas, onde a energia da maré prevalece sobre as ondas,
sendo especialmente características de áreas com regime de
macromaré. A formação desse sistema deposicional deve-se à
diminuição da energia do fluxo do mar para o continente,
funcionando como bacia para acumulação de granulometrias finas,
principalmente lamas, que aumentam em volume nesse sentido. À
medida que as correntes de maré se aproximam de costas lineares,
ou seja, ficam longe da influência de reentrâncias, elas podem
encontrar anteparos naturais, como barras submersas, que freiam
progressivamente sua energia. Lamas acumulam-se naturalmente
na parte superior das planícies de maré, porque sedimentos
lamosos depositam-se na parte superior das planícies durante a
ação de marés de sizígia, onde ficam protegidas de eventuais
ressuspensões por marés subsequentes. Adicionalmente, quando
esses sedimentos são depositados, durante marés cheias, na parte
superior das planícies, raramente eles são retrabalhados pelas
marés vazantes. Isso porque a ação conjunta da força de coesão da
camada, da compactação inicial e da fixação microbial favorece o
seu acúmulo.
Fig. 9.24 (A) Perfil de costa retilínea (strand-plain), ilustrando seus principais
subambientes, ou seja, os ambientes detrás da praia e frente da praia, este
diretamente conectado com a antepraia (MB = nível da maré baixa; MA = nível da
maré alta); (B) Imagem QuickBird (Image 2007 - Digital Globe) de um setor de
strand-plain do litoral sul do Rio Grande do Norte, com vários dos subambientes
ilustrados na figura A
Considerações Finais
Os ambientes costeiros são especialmente vulneráveis à ocupação
humana, dada a sua natureza altamente instável, resultante da
grande dinâmica de evolução de seus sistemas deposicionais, tanto
em termos sedimentares quanto erosivos. Essa dinâmica inerente
aos ambientes costeiros vem sendo cada vez mais acentuada, o
que aumenta a preocupação com a tendência atual de elevação do
nível do mar em escala global, resultante do aquecimento global, e a
consequente contração de calotas polares e geleiras alpinas.
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Edison Crepani
José Simeão de Medeiros
Alessandro Ferraz Palmeira
Enio Fraga da Silva
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-
10
ECONÔMICO
Fig. 10.3 (A) Imagem hipsométrica (SRTM) colorida dos municípios de Gilbués e
Monte Alegre do Piauí, com resolução de 90 m; (B) Imagem hipsométrica (SRTM)
colorida dos municípios de Gilbués e Monte Alegre do Piauí, com resolução de
14,25 m
Fig. 10.5 Serra da Mangaba, divisa dos municípios de Gilbués e Monte Alegre do
Piauí. Curvas de nível com equidistância de 20 m. Imagem de fundo: imagem
hipsométrica SRTM
Fig. 10.6 Detalhe de APP de escarpas do município de Monte Alegre do Piauí.
Imagem de fundo: SRTM
A Fig. 10.9 mostra que não há uma alta correlação entre os limites
das classes temáticas (vetores) digitalizados de mapas
preexistentes com aqueles referentes a essas classes observados
na imagem ortorretificada e georreferenciada. Essa correlação,
porém, existe entre as quebras de relevo (positivas e negativas)
geradas automaticamente. A referida falta de correlação não
significa que os dados preexistentes tenham má qualidade, mas por
serem oriundos de mapeamentos realizados com métodos, escalas
e épocas diferentes, não se observa a correlação. Isso indica que
eles podem e precisam ser reinterpretados e corrigidos para
posterior aplicação de modelos de análise integrada da paisagem.
Fig. 10.8 APPs de drenagem e nascentes (linhas vermelhas) de escarpas (linhas
pretas) e de bordas de tabuleiros e chapadas (linhas brancas), em área ocupada
pela agricultura mecanizada. Linhas azuis: drenagem. Estrelas azuis: nascentes.
Imagem de fundo: imagem SRTM+ Landsat GeoCover
Fig. 10.9 Detalhe do mapa geomorfológico do município de Gilbués. Vetores
gerados de dados SRTM (linhas pretas) e de mapa geomorfológico (Projeto
Radam, 1973) preexistente (linhas brancas). Imagem de fundo: imagem
combinada SRTM/mosaico GeoCover ETM+
em que:
R – vulnerabilidade para o tema Geomorfologia;
G – vulnerabilidade atribuída ao Grau de Dissecação;
A – vulnerabilidade atribuída à Amplitude Altimétrica;
D – vulnerabilidade atribuída à Declividade.
Rendzinas Chernossolos
Planossolos Planossolos
Vertissolos Vertissolos
Solos orgânicos Organossolos
Solos hidromórficos (não
abrúpticos)
Gleissolos 3,0
Plintossolo Plintossolos
em que:
V – vulnerabilidade da unidade de paisagem;
G – vulnerabilidade para o tema Geologia;
R – vulnerabilidade para o tema Geomorfologia;
S – vulnerabilidade para o tema Solos;
Vg – vulnerabilidade para o tema Vegetação/Uso da terra;
C – vulnerabilidade para o tema Clima.
TEMAS CARACTERÍSTICAS
História da evolução Geológica
Geologia
Grau de coesão da rocha
Amplitude altimétrica
Geomorfologia Grau de dissecação (amplitude interfluvial)
Declividade
Pedologia Maturidade do solo
Vegetação/Uso
Densidade da cobertura vegetal/Tipo de uso
da terra
Intensidade pluviométrica (pluviosidade anual/duração do
Clima
período chuvoso)
Fonte: Crepani et al. (2001).
A análise dos dados da Tab. 10.10 mostra que a maioria das terras
do município de Gilbués (65,87%) apresenta aptidão agrícola
Restrita para pastagem plantada e pastagem natural, e Inapta para
lavouras anuais nos níveis de manejo A, B e C e silvicultura
(54,55%), ou Nenhuma aptidão agrícola, e devem ser destinadas à
preservação da fauna e da flora (11,32%).
Considerações Finais
Neste capítulo, procuramos mostrar, por meio do exemplo do banco
de dados elaborado para o município de Gilbués, a aplicação do
sensoriamento remoto e do geoprocessamento como instrumentos
para o zoneamento ecológico-econômico. Destacamos também a
importância desse tipo de banco de dados, de fácil utilização, não só
pelos órgãos da administração pública, mas também pelos agentes
econômicos e pela própria população, visando ao seu exercício de
cidadania.
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