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Introdução
Neste tipo de trabalhos devem ser utilizados os EPI´s adequados aos riscos existentes, nomeadamente,
capacete, calçado de segurança, óculos, luvas de protecção e colete reflector.
Dentre os trabalhos de escavação distinguem-se dois casos diferenciados, as valas e poços (cujas escassas
dimensões fazem com que os trabalhos no interior das mesmas possam ser perigosos) e os esvaziamentos.
Trabalhos em valas e poços
Este tipo de escavação está associada ao tipo de obra linear enterrada abrangida pelo conjunto de obras
de Infra-estrutura de redes de abastecimento, esgoto e canalizações, incluindo a construção de
gasodutos, cujos trabalhos acrescentam outras características próprias da colocação de tubos de aço de
grande comprimento que devem ser soldados e submetidos a radiografia.
Este tipo de obras implica a abertura de uma vala no terreno e a introdução de tubagens, colocação e
junção das mesmas e o posterior enchimento com compactação de terras, incluindo ainda a realização de
alicerces para a edificação. Poder realizar estes trabalhos sem intervenção humana no fundo da
escavação e ficando do lado de fora, evitaria muitos problemas e um grande número de acidentes
mortais.
Por enquanto, e à espera de novas tecnologias que evitem a presença do trabalhador no interior de valas
e poços, devemos utilizar os meios disponíveis ao nosso alcance aplicando as medidas de segurança
necessárias para o controlo dos riscos de acordo com o estabelecido na Regulamentação em vigor.
Medidas preventivas nas valas:
Concepção:
Considerar, com carácter geral, perigosa qualquer escavação que alcance uma profundidade de 0,80 m., no caso de
solos correntes, e de 1,30 m. nos solos consistentes.
Largura ou diâmetro mínimo da vala ou poço. Para cada profundidade e fase de execução que exija o acesso de um
operário à vala ou poço, este deverá dispor de um espaço com diâmetro ≥ 0,80 m. para se mover facilmente entre os
elementos de escoramento ou obra executada.
No caso de solos coerentes e sem solicitação de fundações ou vias de circulação, para H < 1,30 m podem ser
realizados cortes verticais sem entivação. Para profundidades maiores, deve-se utilizar escoramento ou realizar um
talude adequado.
No caso de solos soltos que não alcançam esta profundidade ou solos coerentes com solicitação de fundação ou
próximos de uma via de circulação, deve-se realizar entivação ou um talude adequado das paredes da vala.
Podem ser implantados taludes escalonados, com banquetas não menores de 0.65 m. e altura entre banquetas não
maior de 1,30 m, nos cortes taludados do terreno com ângulos entre 60º e 90º ou para uma altura admitida em
função do peso especifico aparente do terreno e da resistência simples do mesmo.
Altura máxima admitida em m. nos cortes verticais, livres de solicitações, para diferentes pesos específicos do
terreno.
Igualmente, é conveniente utilizar entivação sempre que sejam construídos taludes mais acentuados do que o
adequado às características do terreno, ou quando sejam realizados taludes escalonados com banquetas que não
reúnam as condições acima indicadas.
Acesso
De preferência, devem ser utilizadas escadas fixas ou rampas e evitar, na medida do possível, usar escadas de mão
ou escadotes.
Se por qualquer circunstância o acesso for realizado utilizando escadas de mão, estas deverão estar situadas pelo
menos a cada 30 metros, e estarão livres de obstáculos, tanto no topo como no interior da vala. Devem ficar fixadas
pela sua parte superior e sobressaindo da vala pelo menos 1 m. A base das escadas deve ser apoiada sobre uma
superfície que actue como distribuidora de cargas, para evitar inclinação ou desestabilização.
Sempre que possível, devem ser delimitadas as áreas de trânsito de pessoas e veículos, sinalizando adequadamente
cada uma delas. Se tal não for possível, a passarela deve ser prevista de tal forma que a passagem para pessoas fique
separada da zona de trânsito de veículos por meio de uma barreira de protecção.
Sinalização e protecções:
Para H ≥ a 2 m, as bordas do coroamento devem ser protegidas com guarda-corpos regulamentares, devendo estes
cumprirem com os requisitos especificados no Decreto Real 485/1997 relativo à sinalização, e serão colocados
paralelamente ao longo de toda a extensão da vala. Os guarda-corpos devem ter uma altura de 1 m para as áreas de
passagem de pessoas, e de 2 m para as vias de circulação de veículos.
Para H < de 2 m, devem ser sinalizados e delimitados com fitas de sinalização colocadas a uma distância suficiente.
Nos casos em que seja previsível as pessoas ou veículos atravessarem as valas, devem ser instaladas passarelas com
guarda-corpos em ambos os lados; a largura destas passarelas será, no mínimo, de 60 cm. para os peões e de 2 m.,
no mínimo, para circulação dos veículos.
Distâncias de acumulação de materiais e circulação de veículos
Evitar a acumulação do material escavado e de equipamentos ao lado da borda e, se isto for inevitável, tomar as
precauções pertinentes de forma a impedir o desmoronamento das paredes e a queda dos materiais para o fundo da
vala.
Os materiais e as terras extraídas nos cortes de H > de 1,30 m. devem ser colocados a uma distância não menor de 2
m da borda da vala, ou, dado o caso, à distância máxima estabelecida no Plano de Segurança e Saúde do projecto.
Como regra geral, a distância a que devem ser depositados os materiais nas imediações das valas é de 1,5 vezes a
profundidade da vala, com uma distância mínima recomendada de 2 metros para eliminar as pressões do terreno
sobre as paredes da vala. No caso de circulação de veículos nas suas imediações, essa distância deverá ser
aumentada para 2 vezes a profundidade do corte e com uma distância mínima recomendada de 4 metros.
Quando os veículos circularem na direcção normal a corte, a área delimitada deve ser aumentada nessa direcção para
2 vezes H, e não menos de 4 m no caso de adoptar sinalização de redução da velocidade.
Iluminação:
No caso de baixa visibilidade ou durante a noite as valas ou poços devem ser sinalizados através de lâmpadas de
luz-relâmpago, sempre que haja previsão de circulação nas suas imediações de pessoas ou veículos.
Sempre que previsto o trânsito de peões ou de veículos, as barreiras de protecção devem ser sinalizadas a cada 10 m
com dispositivos de luz portáteis.
Quando seja necessária iluminação no interior da vala/poço, devem ser instaladas torres exteriores de iluminação.
No caso de utilizar iluminação portátil no interior da vala/poço, deverá ter alimentação de 24 Volts.
Inundações:
No caso de existir risco de inundações, deve-se prever a instalação de bombas de esvaziamento capazes de eliminar
a água rapidamente.
Após a interrupção dos trabalhos, e especialmente no começo da semana, deve ser realizada uma revisão da
entivação da vala antes de autorizar a retomada dos trabalhos.
Nas épocas de chuva, antes de proceder a executar os trabalhos, deve-se inspeccionar especialmente a vala e todo o
sistema de escoramento.
Outras medidas:
Eliminar ou reduzir ao máximo possível a geração de ruído no interior da vala, já que pode interferir com os
possíveis sinais de alarme previstos.
Para H > a 1,30 m, se houver operários no interior da vala, sempre deve haver outro assistindo no exterior da
mesma.
Os operários que trabalham no interior das valas devem de ser devidamente informados e formados.
Quando houver subempreiteiros a desenvolver trabalhos, deve-se verificar se estes também cumprem as medidas de
segurança.
Não permitir o trabalho em níveis diferentes no interior da vala e na proximidade dos equipamentos
Os elementos de escoramento devem ser dimensionados para conter as cargas máximas previsíveis nas condições
mais desfavoráveis.
Devem ser inspeccionados no início do período de trabalho diário, e no caso de interrupção do trabalho por mais de
um dia ou de alterações atmosféricas, tais como chuva ou geadas, é aconselhável redobrar esta medida de
prevenção.
Devem ultrapassar em 20 cm. a altura da borda da vala, a fim de desempenharem uma função de rodapé e evitar a
queda de objectos e materiais para o interior da vala.
Em geral, os escoramentos, ou partes dos mesmos, serão removidos apenas quando deixarem de ser necessários e
sempre por faixas horizontais, começando pela parte inferior da vala/poço.
"É proibido servir-se da própria estrutura ou escoramento para a descida ou subida dos trabalhadores".
Trabalhos em Escavações
Trabalhos em esvaziamentos
A obra Civil exige grandes movimentos de terras, concretizados nas operações de desaterro, aterro e
escavação ou esvaziamento, cujos riscos mais importantes são:
Medidas preventivas:
Concepção do esvaziamento
O esvaziamento pode ser realizado de duas formas, sem construir ou construindo previamente estrutura
de contenção nas suas paredes. A escolha de um sistema ou outro dependerá do tipo de terreno, das
solicitações a que estiver submetido, da existência de edifícios adjacentes, etc., que irão determinar o tipo
de protecção a estabelecer.
Protecção interior sem estrutura prévia
O ideal seria implantar taludes naturais nas escavações, no entanto, pretender realizá-los em uma
escavação em forma de caixa e com as profundidades de escavação utilizadas hoje em dia, torna-se, em
muitas ocasiões, uma utopia. Contudo, quando este sistema não seja possível, será necessário recorrer
a:
MURO DE ARRIMO, descendente em sentido vertical por painéis, onde a perfuração da cortina de contenção não é
realizável; sendo ideal para terrenos coerentes e sem água, solos rochosos ou solos muito compactados.
CORTINA DE ESTACAS E MICRO-ESTACAS. Sistema adequado para aqueles terrenos urbanos onde as
fundações dos edifícios contíguos sejam fracas ou inexistentes, evitando assim o desabamento e afundamento dos
mesmos.
Cercado do terreno
Em toda obra de escavação é necessária a instalação de um cercado perimetral contínuo de 2 m de altura, situado a
igual distância das bordas da escavação, de modo a assegurar a inacessibilidade de qualquer pessoa estranha ao
serviço.
Protecção exterior da escavação
Para evitar quedas ao fundo da escavação, as zonas de coroamento de qualquer escavação em forma de
caixa, devem ser protegidas por meio de:
O acesso de pessoas ao fundo da escavação, se possível, deve-se realizar independentemente do acesso dos veículos
e equipamentos, através de escada fixa provisória para pessoas.
O acesso de veículos e equipamentos deve ser estabelecido mediante uma rampa com uma inclinação de 12% nos
trechos rectos e de 8% nos curvos, tendo em conta a manobrabilidade dos veículos e a saída para a via pública, com
talude nos lados para compensar as sobrecargas dinâmicas.